Ementa e Acórdão
07/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 976.105
PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) :VALDERICE DE FATIMA OLIVEIRA
ADV.(A/S) :CLEUCE DA SILVA CHAM
AGDO.(A/S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL
ADV.(A/S) :ANTONIO CARLOSDA VEIGA
EMENTA
Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Processual Civil. Seguro-desemprego. Requerimento administrativo. Indeferimento. Repercussão geral. Tópico devidamente fundamentado. Ausência. Precedentes. Incidência, ademais, da Súmula nº 279/STF.
1. Os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados a partir de 3/5/07 devem demonstrar, em tópico devidamente fundamentado, a existência da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no apelo extremo (AI nº 664.567/RS-QO).
2. Incidência, ademais, na hipótese, do óbice da Súmula nº 279/STF. 3. Agravo regimental não provido.
4. Majoração da verba honorária em valor equivalente a 10% (dez por cento) do total daquela já fixada (art. 85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC), observada a eventual concessão do benefício de gratuidade da justiça.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 30/9 a 6/10/2016, na conformidade da ata do julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator.
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
Ementa e Acórdão
ARE 976105 AGR / PR
Brasília, 7 de outubro de 2016. MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
Brasília, 7 de outubro de 2016. MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
Relatório
07/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 976.105
PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) :VALDERICE DE FATIMA OLIVEIRA
ADV.(A/S) :CLEUCE DA SILVA CHAM
AGDO.(A/S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL
ADV.(A/S) :ANTONIO CARLOSDA VEIGA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Valderice de Fátima Oliveira interpõe tempestivo agravo regimental contra a decisão em que neguei seguimento ao recurso, com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Trata-se de agravo da decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão da Primeira Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Estado do Paraná que, em síntese, concluiu que a ora recorrente não faz jus ao recebimento do seguro-desemprego.
No recurso extraordinário, sustenta-se violação do artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
Decido.
A irresignação não merece prosperar, uma vez que a discussão em torno do respeito ao princípio da ampla defesa no âmbito de processos administrativos possui natureza eminentemente processual, o que enseja a análise prévia da legislação infraconstitucional aplicável à espécie e, também, não prescinde do reexame das provas dos autos, o que não é passível de análise no recurso extraordinário. A propósito, confiram-se os seguintes julgados:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - SERVIDOR PÚBLICO - PROCESSO ADMINISTRATIVO
Supremo Tribunal Federal
07/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 976.105
PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) :VALDERICE DE FATIMA OLIVEIRA
ADV.(A/S) :CLEUCE DA SILVA CHAM
AGDO.(A/S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL
ADV.(A/S) :ANTONIO CARLOSDA VEIGA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Valderice de Fátima Oliveira interpõe tempestivo agravo regimental contra a decisão em que neguei seguimento ao recurso, com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Trata-se de agravo da decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão da Primeira Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Estado do Paraná que, em síntese, concluiu que a ora recorrente não faz jus ao recebimento do seguro-desemprego.
No recurso extraordinário, sustenta-se violação do artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
Decido.
A irresignação não merece prosperar, uma vez que a discussão em torno do respeito ao princípio da ampla defesa no âmbito de processos administrativos possui natureza eminentemente processual, o que enseja a análise prévia da legislação infraconstitucional aplicável à espécie e, também, não prescinde do reexame das provas dos autos, o que não é passível de análise no recurso extraordinário. A propósito, confiram-se os seguintes julgados:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - SERVIDOR PÚBLICO - PROCESSO ADMINISTRATIVO
Relatório
ARE 976105 AGR / PR
DISCIPLINAR - SÚMULA VINCULANTE Nº 5/STF - APLICABILIDADE AO CASO - ALEGADA VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLA DEFESA - INOCORRÊNCIA - AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO - CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE - REEXAME DE FATOS E PROVAS - IMPOSSIBILIDADE EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA - SÚMULA 279/STF - INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO’ (RE nº 592.852/PB-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 14/5/10).
‘CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. POLICIAL MILITAR. PROCESSO ADMINISTRATIVO. EXCLUSÃO DAS FILEIRAS DA CORPORAÇÃO. ART. 5º, LV, DA CF. AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. SÚMULA STF 279. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO QUANTO AO ART. 5º, LVII, DA CF. 1. Não tendo sido apreciada pelo Tribunal a quo a questão constitucional em que se apóia o extraordinário não se encontra configurado o prequestionamento. Súmulas STF 282 e 356. 2. O Supremo Tribunal Federal, em princípio, não admite o "prequestionamento implícito" da questão constitucional. Precedentes. 3. Para se concluir, como pretende a parte agravante, pela observância da garantia da ampla defesa e do contraditório, no processo administrativo disciplinar, que culminou com a exclusão do ora agravado, servidor militar do Estado de Goiás, das fileiras da corporação, seria necessário o reexame de fatos e provas (Súmulas STF 279), hipótese inviável nesta via extraordinária. 4. Agravo regimental improvido’ (AI nº 682.458/GO-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra
Ellen Gracie, DJe de 21/5/10).
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
DISCIPLINAR - SÚMULA VINCULANTE Nº 5/STF - APLICABILIDADE AO CASO - ALEGADA VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLA DEFESA - INOCORRÊNCIA - AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO - CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE - REEXAME DE FATOS E PROVAS - IMPOSSIBILIDADE EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA - SÚMULA 279/STF - INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO’ (RE nº 592.852/PB-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 14/5/10).
‘CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. POLICIAL MILITAR. PROCESSO ADMINISTRATIVO. EXCLUSÃO DAS FILEIRAS DA CORPORAÇÃO. ART. 5º, LV, DA CF. AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. SÚMULA STF 279. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO QUANTO AO ART. 5º, LVII, DA CF. 1. Não tendo sido apreciada pelo Tribunal a quo a questão constitucional em que se apóia o extraordinário não se encontra configurado o prequestionamento. Súmulas STF 282 e 356. 2. O Supremo Tribunal Federal, em princípio, não admite o "prequestionamento implícito" da questão constitucional. Precedentes. 3. Para se concluir, como pretende a parte agravante, pela observância da garantia da ampla defesa e do contraditório, no processo administrativo disciplinar, que culminou com a exclusão do ora agravado, servidor militar do Estado de Goiás, das fileiras da corporação, seria necessário o reexame de fatos e provas (Súmulas STF 279), hipótese inviável nesta via extraordinária. 4. Agravo regimental improvido’ (AI nº 682.458/GO-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra
Ellen Gracie, DJe de 21/5/10).
Relatório
ARE 976105 AGR / PR
‘AGRAVO REGIMENTAL. POLICIAL MILITAR.
PROCESSO ADMINISTRATIVO. PUNIÇÃO
DISCIPLINAR. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. APLICAÇÃO DA PENA DE EXCLUSÃO. SÚMULA 673 DO STF. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o acórdão recorrido seria necessário o reexame das provas dos autos, o que é vedado na esfera do recurso extraordinário, de acordo com a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI nº 564.106/MG-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 30/4/10).
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA E DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DO REEXAME DE PROVAS: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A perda da graduação pode decorrer de processo administrativo disciplinar, desde que observados os princípios do contraditório e da ampla defesa’ (AI nº 774.891/MG-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 30/4/10).
Ademais, colhe-se do voto condutor do acordão recorrido a seguinte fundamentação:
‘Diante das alegações de ausência do contraditório e da ampla defesa da parte autora, anoto que, em processo administrativo relacionado à concessão do benefício de
3
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
‘AGRAVO REGIMENTAL. POLICIAL MILITAR.
PROCESSO ADMINISTRATIVO. PUNIÇÃO
DISCIPLINAR. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. APLICAÇÃO DA PENA DE EXCLUSÃO. SÚMULA 673 DO STF. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o acórdão recorrido seria necessário o reexame das provas dos autos, o que é vedado na esfera do recurso extraordinário, de acordo com a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI nº 564.106/MG-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 30/4/10).
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA E DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DO REEXAME DE PROVAS: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A perda da graduação pode decorrer de processo administrativo disciplinar, desde que observados os princípios do contraditório e da ampla defesa’ (AI nº 774.891/MG-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 30/4/10).
Ademais, colhe-se do voto condutor do acordão recorrido a seguinte fundamentação:
‘Diante das alegações de ausência do contraditório e da ampla defesa da parte autora, anoto que, em processo administrativo relacionado à concessão do benefício de
3
Relatório
ARE 976105 AGR / PR
seguro-desemprego, houve a possibilidade de apresentar recurso administrativo contra a decisão que indeferiu o benefício em decorrência do recebimento em duplicidade no período de defeso anterior, conforme atesta a própria parte autora na peça inicial. Dessa forma, não vislumbro qualquer afronta ao seu direito de defesa.
Ainda, é devido o indeferimento do benefício por parte do réu, tendo em vista que a negativa se deu em decorrência da irregularidade da situação da parte autora, que deveria ter efetuado a devolução dos valores recebidos em duplicidade no período de defeso anterior.
A má-fé da parte autora e seu dever de devolução dos valores estão configurados, vez que recebeu o seguro-desemprego do 2° requerimento quando já havia recebido o benefício do 1° requerimento - o que demonstra que tinha ciência de que estava recebendo o benefício em duplicidade e, mesmo assim, não comunicou a parte ré ou devolveu os valores excedentes, mesmo diante de processo administrativo.’
Assim, verifica-se que para acolher a pretensão recursal e ultrapassar o entendimento da Corte de origem seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não se mostra cabível em sede de recurso extraordinário, nos termos da Súmula nº 279/STF. A propósito:
‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito do Trabalho. 3. Alegação de ausência de fundamentação. Precedente: AI-QO-RG 791.292 de minha relatoria, DJe 13.8.2010. 4. Hora extra. Trabalho externo. Controle de jornada. Incidência das súmulas 279, 454 e 636. 5. Agravo regimental a que se nega provimento’ (ARE nº 719.166/DF-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Gilmar Mendes, DJe de 12/12/12).
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
seguro-desemprego, houve a possibilidade de apresentar recurso administrativo contra a decisão que indeferiu o benefício em decorrência do recebimento em duplicidade no período de defeso anterior, conforme atesta a própria parte autora na peça inicial. Dessa forma, não vislumbro qualquer afronta ao seu direito de defesa.
Ainda, é devido o indeferimento do benefício por parte do réu, tendo em vista que a negativa se deu em decorrência da irregularidade da situação da parte autora, que deveria ter efetuado a devolução dos valores recebidos em duplicidade no período de defeso anterior.
A má-fé da parte autora e seu dever de devolução dos valores estão configurados, vez que recebeu o seguro-desemprego do 2° requerimento quando já havia recebido o benefício do 1° requerimento - o que demonstra que tinha ciência de que estava recebendo o benefício em duplicidade e, mesmo assim, não comunicou a parte ré ou devolveu os valores excedentes, mesmo diante de processo administrativo.’
Assim, verifica-se que para acolher a pretensão recursal e ultrapassar o entendimento da Corte de origem seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não se mostra cabível em sede de recurso extraordinário, nos termos da Súmula nº 279/STF. A propósito:
‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito do Trabalho. 3. Alegação de ausência de fundamentação. Precedente: AI-QO-RG 791.292 de minha relatoria, DJe 13.8.2010. 4. Hora extra. Trabalho externo. Controle de jornada. Incidência das súmulas 279, 454 e 636. 5. Agravo regimental a que se nega provimento’ (ARE nº 719.166/DF-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Gilmar Mendes, DJe de 12/12/12).
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA
Relatório
ARE 976105 AGR / PR
FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais. PREQUESTIONAMENTO – CONFIGURAÇÃO – RAZÃO DE SER. O prequestionamento não resulta da circunstância de a matéria haver sido arguida pela parte recorrente. A configuração pressupõe debate e decisão prévios pelo Colegiado, ou seja, emissão de entendimento. O instituto visa o cotejo indispensável a que se diga enquadrado o recurso extraordinário no permissivo constitucional’ (ARE nº 787.117/PE-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de 4/4/14).
Ante o exposto, nos termos do artigo 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego seguimento ao recurso.”
Alega a agravante violação do art. 5º, XXXIV, a, e LV, da Constituição Federal.
Aduz, in verbis, que
“[a] violação aos Direitos da Agravante está evidenciada ante a desconsideração das informações carreadas nos Autos do Juízo Originário e desconsideradas pelo Tribunal a quo referente à negativa do contraditório e ampla defesa, pois a Administração Pública deixou de comunicar a Agravante quanto ao procedimento de suspender as parcelas do seguro desemprego. O Agravante não busca o reexame de prova, mas, sim, que sejam examinadas com diligência fatos, documentos e fundamentação trazidos á presente demanda desde os Autos originários, pugnando assim pelo cabimento do Recurso Extraordinário e seu provimento.”
Intimada, nos termos do art. 1.021, § 2º, do Código de Processo Civil, a agravada manifestou-se pelo não provimento do agravo regimental, ante a ausência de impugnação específica aos fundamentos da decisão 5
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais. PREQUESTIONAMENTO – CONFIGURAÇÃO – RAZÃO DE SER. O prequestionamento não resulta da circunstância de a matéria haver sido arguida pela parte recorrente. A configuração pressupõe debate e decisão prévios pelo Colegiado, ou seja, emissão de entendimento. O instituto visa o cotejo indispensável a que se diga enquadrado o recurso extraordinário no permissivo constitucional’ (ARE nº 787.117/PE-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de 4/4/14).
Ante o exposto, nos termos do artigo 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego seguimento ao recurso.”
Alega a agravante violação do art. 5º, XXXIV, a, e LV, da Constituição Federal.
Aduz, in verbis, que
“[a] violação aos Direitos da Agravante está evidenciada ante a desconsideração das informações carreadas nos Autos do Juízo Originário e desconsideradas pelo Tribunal a quo referente à negativa do contraditório e ampla defesa, pois a Administração Pública deixou de comunicar a Agravante quanto ao procedimento de suspender as parcelas do seguro desemprego. O Agravante não busca o reexame de prova, mas, sim, que sejam examinadas com diligência fatos, documentos e fundamentação trazidos á presente demanda desde os Autos originários, pugnando assim pelo cabimento do Recurso Extraordinário e seu provimento.”
Intimada, nos termos do art. 1.021, § 2º, do Código de Processo Civil, a agravada manifestou-se pelo não provimento do agravo regimental, ante a ausência de impugnação específica aos fundamentos da decisão 5
Relatório
ARE 976105 AGR / PR
agravada.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
agravada.
É o relatório.
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
07/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 976.105
PARANÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não prospera.
Anote-se, inicialmente, que a suposta violação do art. 5º, inciso XXXIV, a, da Constituição Federal não foi suscitada nas razões do apelo extremo, constituindo, assim, em inovação recursal manifesta em momento inoportuno.
Ademais, esta Corte, no julgamento da Questão de Ordem no AI nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07, firmou o entendimento de que os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados a partir de 3/5/07 devem demonstrar, em tópico devidamente fundamentado, a existência da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no apelo extremo.
A ora agravante, todavia, no recurso extraordinário, não demonstrou de forma suficiente a importância da matéria sob os aspectos econômico, político, social ou jurídico, os quais devem ultrapassar os interesses subjetivos da causa, descumprindo as exigências previstas nos arts. 102, § 3º, da Constituição Federal, acrescentado pela EC nº 45/04, e 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, introduzido pela Lei nº 11.418/06, o que impõe, destarte, a negativa de seguimento ao recurso extraordinário.
Ressalte-se que esta Corte já se posicionou no sentido de que a repercussão geral deve ser demonstrada em tópico destacado da petição do recurso extraordinário, não havendo falar em repercussão geral implícita ou presumida. Sobre o tema, anote-se:
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Penal. 3. Pressuposto de admissibilidade do recurso extraordinário. Ausência de preliminar formal e fundamentada de repercussão geral. (Artigo 543-A, § 2º, do antigo CPC, e artigo 1.035, § 2º, do atual CPC). 4. Argumentos
Supremo Tribunal Federal
07/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 976.105
PARANÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não prospera.
Anote-se, inicialmente, que a suposta violação do art. 5º, inciso XXXIV, a, da Constituição Federal não foi suscitada nas razões do apelo extremo, constituindo, assim, em inovação recursal manifesta em momento inoportuno.
Ademais, esta Corte, no julgamento da Questão de Ordem no AI nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07, firmou o entendimento de que os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados a partir de 3/5/07 devem demonstrar, em tópico devidamente fundamentado, a existência da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no apelo extremo.
A ora agravante, todavia, no recurso extraordinário, não demonstrou de forma suficiente a importância da matéria sob os aspectos econômico, político, social ou jurídico, os quais devem ultrapassar os interesses subjetivos da causa, descumprindo as exigências previstas nos arts. 102, § 3º, da Constituição Federal, acrescentado pela EC nº 45/04, e 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, introduzido pela Lei nº 11.418/06, o que impõe, destarte, a negativa de seguimento ao recurso extraordinário.
Ressalte-se que esta Corte já se posicionou no sentido de que a repercussão geral deve ser demonstrada em tópico destacado da petição do recurso extraordinário, não havendo falar em repercussão geral implícita ou presumida. Sobre o tema, anote-se:
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Penal. 3. Pressuposto de admissibilidade do recurso extraordinário. Ausência de preliminar formal e fundamentada de repercussão geral. (Artigo 543-A, § 2º, do antigo CPC, e artigo 1.035, § 2º, do atual CPC). 4. Argumentos
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ARE 976105 AGR / PR
incapazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento”(ARE 939.311/SC-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 28/4/16) .
“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE PRELIMINAR FUNDAMENTADA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL. EXIGÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO. LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. CONTROVÉRSIA DECIDIDA COM BASE NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 279/STF. A parte recorrente não apresentou mínima fundamentação quanto à repercussão geral das questões constitucionais discutidas, limitando-se a fazer observações genéricas sobre o tema. A peça de recurso, portanto, não atende ao disposto no art. 543-A, § 2º, do CPC. Precedente. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal afasta o cabimento de recurso extraordinário para o questionamento de alegadas violações à legislação infraconstitucional sem que se discuta o seu sentido à luz da Constituição. O recorrente limita-se a postular uma nova apreciação dos fatos e do material probatório constante dos autos. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF. Precedente. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE nº 719.142/DF-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe de 11/12/14).
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Recurso extraordinário. Repercussão Geral. Preliminar formal fundamentada. Ausência. Impossibilidade. Precedentes. 1. Os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados a partir de 3/5/07 devem demonstrar, em preliminar formal devidamente fundamentada, a existência da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no apelo extremo (AI nº 664.567/RS-QO). 2. A repercussão geral deverá ser demonstrada
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
incapazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento”(ARE 939.311/SC-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 28/4/16) .
“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE PRELIMINAR FUNDAMENTADA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL. EXIGÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO. LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. CONTROVÉRSIA DECIDIDA COM BASE NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 279/STF. A parte recorrente não apresentou mínima fundamentação quanto à repercussão geral das questões constitucionais discutidas, limitando-se a fazer observações genéricas sobre o tema. A peça de recurso, portanto, não atende ao disposto no art. 543-A, § 2º, do CPC. Precedente. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal afasta o cabimento de recurso extraordinário para o questionamento de alegadas violações à legislação infraconstitucional sem que se discuta o seu sentido à luz da Constituição. O recorrente limita-se a postular uma nova apreciação dos fatos e do material probatório constante dos autos. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF. Precedente. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE nº 719.142/DF-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe de 11/12/14).
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Recurso extraordinário. Repercussão Geral. Preliminar formal fundamentada. Ausência. Impossibilidade. Precedentes. 1. Os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados a partir de 3/5/07 devem demonstrar, em preliminar formal devidamente fundamentada, a existência da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no apelo extremo (AI nº 664.567/RS-QO). 2. A repercussão geral deverá ser demonstrada
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ARE 976105 AGR / PR
em tópico destacado da petição do recurso extraordinário, não havendo falar em repercussão geral implícita ou presumida. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas da causa. Incidência da Súmula nº 279/STF. 4. Agravo regimental não provido” (ARE nº 662.376/SE-AgR, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 27/6/13).
Por fim, consoante já expresso na decisão agravada, registre-se a seguinte passagem do acórdão recorrido:
“Diante das alegações de ausência do contraditório e da ampla defesa da parte autora, anoto que, em processo administrativo relacionado à concessão do benefício de seguro-desemprego, houve a possibilidade de apresentar recurso
administrativo contra a decisão que indeferiu o benefício em
decorrência do recebimento em duplicidade no período de defeso anterior, conforme atesta a própria parte autora na peça inicial. Dessa forma, não vislumbro qualquer afronta ao seu direito de defesa.
Ainda, é devido o indeferimento do benefício por parte do réu, tendo em vista que a negativa se deu em decorrência da
irregularidade da situação da parte autora, que deveria ter
efetuado a devolução dos valores recebidos em duplicidade no período de defeso anterior.
A má-fé da parte autora e seu dever de devolução dos valores estão configurados, vez que recebeu o
seguro-desemprego do 2° requerimento quando já havia recebido o benefício do 1° requerimento - o que demonstra que tinha ciência de que estava recebendo o benefício em duplicidade e, mesmo assim, não comunicou a parte ré ou devolveu os valores excedentes, mesmo diante de processo administrativo” (grifei).
Destarte, é certo que, para acolher a pretensão recursal e ultrapassar o entendimento da Corte de origem, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não se mostra cabível em sede de recurso extraordinário, nos termos da Súmula nº 279/STF.
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Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
em tópico destacado da petição do recurso extraordinário, não havendo falar em repercussão geral implícita ou presumida. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas da causa. Incidência da Súmula nº 279/STF. 4. Agravo regimental não provido” (ARE nº 662.376/SE-AgR, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 27/6/13).
Por fim, consoante já expresso na decisão agravada, registre-se a seguinte passagem do acórdão recorrido:
“Diante das alegações de ausência do contraditório e da ampla defesa da parte autora, anoto que, em processo administrativo relacionado à concessão do benefício de seguro-desemprego, houve a possibilidade de apresentar recurso
administrativo contra a decisão que indeferiu o benefício em
decorrência do recebimento em duplicidade no período de defeso anterior, conforme atesta a própria parte autora na peça inicial. Dessa forma, não vislumbro qualquer afronta ao seu direito de defesa.
Ainda, é devido o indeferimento do benefício por parte do réu, tendo em vista que a negativa se deu em decorrência da
irregularidade da situação da parte autora, que deveria ter
efetuado a devolução dos valores recebidos em duplicidade no período de defeso anterior.
A má-fé da parte autora e seu dever de devolução dos valores estão configurados, vez que recebeu o
seguro-desemprego do 2° requerimento quando já havia recebido o benefício do 1° requerimento - o que demonstra que tinha ciência de que estava recebendo o benefício em duplicidade e, mesmo assim, não comunicou a parte ré ou devolveu os valores excedentes, mesmo diante de processo administrativo” (grifei).
Destarte, é certo que, para acolher a pretensão recursal e ultrapassar o entendimento da Corte de origem, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não se mostra cabível em sede de recurso extraordinário, nos termos da Súmula nº 279/STF.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ARE 976105 AGR / PR
Nego provimento ao agravo regimental.
Determino que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, obedecidos os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo, observada, ainda, a concessão do benefício da gratuidade da justiça.
É como voto.
Supremo Tribunal Federal
ARE 976105 AGR / PR
Nego provimento ao agravo regimental.
Determino que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, obedecidos os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo, observada, ainda, a concessão do benefício da gratuidade da justiça.
É como voto.
Extrato de Ata - 07/10/2016
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 976.105
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : VALDERICE DE FATIMA OLIVEIRA ADV.(A/S) : CLEUCE DA SILVA CHAM (65020/PR) AGDO.(A/S) : CAIXA ECONOMICA FEDERAL
ADV.(A/S) : ANTONIO CARLOS DA VEIGA (10578/PR)
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, Sessão Virtual de 30.9 a 6.10.2016.
Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Teori Zavascki.
Ravena Siqueira Secretária
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 976.105
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : VALDERICE DE FATIMA OLIVEIRA ADV.(A/S) : CLEUCE DA SILVA CHAM (65020/PR) AGDO.(A/S) : CAIXA ECONOMICA FEDERAL
ADV.(A/S) : ANTONIO CARLOS DA VEIGA (10578/PR)
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, Sessão Virtual de 30.9 a 6.10.2016.
Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Teori Zavascki.
Ravena Siqueira Secretária