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Academic year: 2021

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Por Douglas Riff et al.

APRESENTAÇÃO

Por Antonio Carlos S. Fernandes

CONGRESSO BRASILEIRO

DE PALEONTOLOGIA - 60

ANOS DO MAIOR EVENTO

PALEONTOLÓGICO DO

BRASIL

A DESCOBERTA MAIS

RECENTE DE UM ’’FÓSSIL

VIVO’’?

PALEO RJ/ES 2019

ANO DE DEFINIÇÃO

PARA O MUSEU

NACIONAL

Por André Pinheiro

DIÁRIO DE UM

PALEONTÓLOGO

Por Alexander Kellner

Nº 25, jul - dez de 2019

(2)

ISSN 2318-7298

Hermínio Ismael de Araújo-Júnior

UFES- Universidade Federal do Espírito Santo Lílian Paglarelli Bergqvist

Rio de Janeiro Núcleo RJ/ES

Sociedade Brasileira de Paleontologia

Paleonotícias On-line nº 25

UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro Dimila Mothé

Jul - Dez de 2019

Corpo Editorial

UNIRIO- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Antonio Carlos Sequeira Fernandes

Museu Nacional- Universidade Federal do Rio de Janeiro

Biênio 2018-2020

Fernando Henrique de Souza Barbosa UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rodrigo Giesta Figueiredo

ANM - Agência Nacional de Mineração Com colaboração de:

Márcia A. dos Reis Polck

Rafael Costa da Silva

E-mail: nucleo.sbp.rjes@gmail.com

Web: https://sites.google.com/site/paleonoticiasonline/ CPRM- Serviço Geológico do Brasil

Edição e Diagramação

SUMÁRIO

EXPEDIENTE

APRESENTAÇÃO

CONGRESSO BRASILEIRO

DE PALEONTOLOGIA - 60

ANOS DO MAIOR EVENTO

PALEONTOLÓGICO DO BRASIL

Por Douglas Riff et al.

A DESCOBERTA MAIS

RECENTE DE UM ‘’FÓSSIL

VIVO’’?

Por Antonio Carlos S. Fernandes

Por André Pinheiro Por Alexander Kellner

PALEO RJ/ES 2019

DIÁRIO DE UM

PALEONTÓLOGO

ANO DE DEFINIÇÃO PARA

O MUSEU NACIONAL

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EVENTOS

V SBPI - Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Inverebrados

De 22 a 25 de Setembro de 2020 Recife - PE

www.sbpi.net

50º Congresso Brasileiro de Geologia

De 11 a 15 de Outubro de 2020 Brasília - DF

https://50cbg.com/

XII SBPV Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

De 19 a 23 de Outubro de 2020 Quarta Colônia - RS

https://sbpv.rocks/

ICHNIA 2020 The 5th International Congress on Ichnology

De 26 a 30 de Outubro de 2020 Florianópolos - SC

www.ichnia2020.com

APRESENTAÇÃO

Por Hermínio Ismael de Araújo-Júnior

Presidente do Núcleo RJ/ES da Sociedade Brasileira de Paleontologia

A Edição nº 25 do Boletim Paleonotícias Online, editado pelo Núcleo RJ/ES da Sociedade Brasileira de Paleontologia, traz os últimos acontecimentos do cenário paleontológico nacional (XXVI Congresso Brasileiro de Paleontologia) e nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (PALEO RJ/ES 2019). Além disso, esta edição traz contos interessantes a respeito dos avanços na reconstrução do Museu Nacional, último “fóssil vivo” descrito e toda a complexidade envolvida na quantificação de espécimes fósseis em coleções científicas.

O X X V I C o n g r e s s o B ra s i l e i r o d e Paleontologia reuniu em Uberlândia 442 participantes regularmente inscritos, além de diversos visitantes que aprenderam e confraternizaram juntos em uma semana de imersão na Paleontologia e suas múltiplas faces. O evento proporcionou, entre os dias 19 e 27 de outubro de 2019, as seguintes atividades: 14 minicursos; três excursões; 12 palestras; sete mesas-redondas; quatro simpósios; dois fóruns de debates; três homenagens presenciais: à fundadora Maria Martha Barbosa e outorga da Medalha Llewellyn Ivor Price a Diogenes de Almeida Campos e da Medalha Amigo da Paleontologia a Beethoven Luis de Resende Teixeira; 343 resumos publicados; e quatro exposições (Fósseis, Paleoarte, Paleontologia Antártica e CBP 60 Anos).

O termo “fóssil vivo” (“living fossil” em inglês) passou então a ser utilizado para aqueles seres vivos caracterizados pela sua longa distribuição temporal e/ou ampla distribuição geológica guardando caracteres morfológicos que permaneceram ao longo do tempo. Nesta edição, o Dr. Antonio Carlos Sequeira Fernandes apresenta o novo organismo, coletado por Sakaue e descrito pouco depois pelo ictiólogo G. David Johnson do Smithsonian National Museum of Natural History e colaboradores em 2011.

Alexander W.A. Kellner, Diretor do Museu Nacional/UFRJ, reflete sobre o ano de 2019 para a instituição e relata os avanços na reconstrução da mais antiga instituição científica brasileira.

Nos dias 13 e 14/12/2019, ocorreu a PALEO RJ- ES na Faculdade de Formação de Professores (FFP) da UERJ Campus São Gonçalo. A mencionada unidade teve a satisfação de sediar pela primeira vez esse evento. De modo geral, o evento transcorreu em dois dias: no primeiro o encontro em si, e no segundo dia a saída de campo. O evento no dia 13 foi dividido em dois

blocos de palestras e apresentações orais. Todas as atividades foram relatadas nesta edição pelo Presidente da Comissão Organizadora do evento, o Dr. André Piacentini Pinheiro.

No entanto, os livros não registram tudo o que há no museu. Devido a contingências históricas, muitos fósseis foram incorporados ao acervo sem o registro completo, ou sem receber uma numeração, gerando um passivo de m a t e r i a i s n ã o c a t a l o g a d o s q u e consequentemente não pode ser quantificado por métricas tradicionais. Isso se torna um grande problema curatorial e administrativo. Afinal, quantos fósseis há nas coleções? Quão grande elas são em comparação a outros museus? Nesta edição o Dr. Rafael Costa da Silva relata a complexidade envolvida na quantificação de espécimes fósseis em coleções científicas, usando como exemplo a Coleção de Paleontologia do Museu de Ciências da Terra, da CPRM.

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No sexagenário do Congresso Brasileiro de Paleontologia, a cidade e a Universidade Federal de Uberlândia sediaram a 26ª edição. A sua localização no Triângulo Mineiro, uma das regiões com o maior número de dinossauros no país e de grande relevância para o estudo de fósseis do Cretáceo continental, aliada às facilidades logísticas oferecidas aos participantes pelo município, levaram a Sociedade Brasileira de Paleontologia a delegar esta grandiosa responsabilidade à equipe do Laboratório de Paleontologia do Instituto de Biologia da U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e U b e r l â n d i a , compartilhada com colegas do Laboratório Analítico em Paleontologia do Instituto de Ciências Exatas e Naturais do Pontal (UFU), do Laboratório de Paleontologia Aplicada do Curso de Geologia do campus Monte Carmelo (UFU) e também com colegas do IFTM, da UFTM, UFES, UERJ, UNIFESP, UFABC, CPRM e CENPES-PETROBRAS.

O tema do evento, “O Legado do Tempo e as Lições dos Fósseis” enfatizou a compreensão das extinções e as múltipla interfaces da Paleontologia na conservação da biodiversidade. Consideramos que o conhecimento advindo do estudo dos fósseis e seu impacto para a compreensão do tempo presente revelam que a importância da Paleontologia se estende muito além de uma eventual leitura simplista e romantizada de sua etimologia.

14 minicursos, de 18 oferecidos; Três excursões, de seis oferecidas; 12 palestras; Sete mesas redondas; Quatro simpósios; Dois fóruns de debates*; Três homenagens presenciais: à fundadora Maria Martha Barbosa e outorga da Medalha Llewellyn Ivor Price a Diogenes de O XXVI Congresso Brasileiro de Paleontologia reuniu em Uberlândia 442 participantes regularmente inscritos, além de diversos visitantes que aprenderam e confraternizaram juntos em uma semana de imersão na Paleontologia e suas múltiplas faces. Considerando também as atividades pré e pós-congresso, o XXVI CBP proporcionou, entre os dias 19 e 27 de outubro de 2019, as seguintes atividades:

XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA - 60 ANOS

DO MAIOR EVENTO PALEONTOLÓGICO DO BRASIL

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Por Douglas Riff , Ana Clara Riff & Hermínio Ismael de Araújo Júnior

1- Universidade Federal de Uberlândia, 2- Instituto Federal do Triângulo Mineiro, 3- Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Almeida Campos e da Medalha Amigo da Paleontologia à Beethoven Luis de Resende Teixeira; Três homenagens póstumas históricas pelo aniversário natalício: Georve Cuvier, Charles Darwin e Alexander von Humboldt (nomeando auditórios); Homenagem póstuma nomeando auditório e inaugurando um busto honorífico* a Diana Mussa; Um leilão beneficente; Uma Assembleia; 343 resumos publicados (de 354 submetidos); 141 apresentações orais nos simpósios e nas oito sessões temáticas, sendo 14 destas como mini-palestras*; 191 apresentações em pôster; Quatro exposições (Fósseis, Paleoarte, Paleontologia Antártica e CBP 60 Anos); Um espetáculo teatral*; Lançamento de três livros; Alojamento estudantil gratuito; Transmissão ao vivo*; Um aplicativo para gerir tudo isso*

Os 250 anos de nascimento de Jean Leopold Nicolas Fréderic Cuvier, mais conhecido como Georges Cuvier (Montbéliard, 23 de agosto de 1769 - Paris, 13 de maio de 1832); Os 250 anos de nascimento de Alexander von Humboldt (Berlim, 14 de setembro de 1769 - Berlim, 6 de maio de 1859);Os 210 anos de nascimento de Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 - Kent, 19 de abril de 1882) e os 160 anos de publicação de sua obra mais conhecida e influente: A Origem das Espécies (24 de novembro de 1859); Diana Mussa (Campos dos Goytacazes, 19 de janeiro de 1932 - Rio de Janeiro, 8 de maio de 2007) e os 45 anos de

Paleopinuxylon josuei, primeira e única espécie

fóssil proveniente do município de Uberlândia; *inovação do XXVI CBP

O ano de 2019 foi especial para difundir a mensagem da grandeza da Paleontologia com ainda mais vigor, pois acumulou aniversários extremamente significativos para todos os paleontólogos:

Além disso, destacamos a cerimônia de abertura com os grupos Udi Cello Ensemble e Way'q Jazz Band, excelentes coffee-breaks, o material dos participantes e a Lojinha do CBP, com camisetas, canetas, bottons, jogos e quatro diferentes rótulos de cerveja artesanal feitas exclusivamente para o CBP 2019.

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Mas, o mais importante para a experiência de cada um são as amizades, os projetos e o aprendizado em alto nível vividos em conjunto nessa inesquecível semana paleontólogica.

Fotos de Antonio Neto

Maria Martha Barbosa (Ribeirão Preto, 29 de janeiro de 1931) e os 60 anos do Congresso Brasileiro de Paleontologia.

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Foto de Márcia Polck

Foto de Márcia Polck

Foto de Márcia Polck (3)

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Cunhado por Charles Darwin em sua obra “On the Origin of Species” em 1859, o termo “fóssil vivo” (“living fossil” em inglês) passou então a ser utilizado para aqueles seres vivos caracterizados pela sua longa distribuição temporal e/ou ampla distribuição geológica guardando caracteres morfológicos que permaneceram ao longo do tempo. São, portanto, organismos raros ou pouco conhecidos ou representados tanto na atualidade como no registro fossilífero, motivo pelo qual muitos eram pensados como extintos até a descoberta de representantes atuais. Entre os animais destacam-se como exemplos o braquiópode

Lingula, o xifosuro Limulus, o cefalópode Nautilus,

também presente nas águas dos recifes de Palau, e o celacanto Latimeria, bem como outros organismos, entre eles os conhecidos mamíferos m o n o t r e m a d o s c o m o o o r n i t o r r i n c o (Ornithorhyncus) e equidna (Zaglossus e

Tachyglossus), e os vegetais Gingko e Metasequoia. Apesar da frequente utilização, o

termo “fóssil vivo” não é plenamente aceito no ambiente científico, havendo inclusive proposta de que seja abandonado (q.v. Romano et al., 2007, p. 57), razão pela qual é referenciado entre aspas neste texto. Controvérsias à parte, o termo continua sendo utilizado tanto na literatura a c a d ê m i c a c o m o p o p u l a r, c o m o f i c o u demonstrado na divulgação do novo anguiliforme em 2011.

As águas de coloração azul-turquesa a esverdeada, calmas e quentes no recife situado a oeste da ilha Ngemelis, uma das ilhas da República de Palau no oceano Pacífico, escondiam uma surpresa para Jiro Sakaue, do Southern Marine Laboratory em Koror, Palau. Naquele dia ao final de março de 2009, numa caverna a 35 metros de profundidade junto ao recife, uma pequena enguia com cerca de quatro centímetros de comprimento nadava em seu interior. Munido de uma lanterna e uma rede, Sakaue coletou o pequeno peixe que posteriormente se tornaria conhecido por suas características primitivas, as quais o levariam a ser tratado como o mais recente “fóssil vivo” descrito para o grupo dos peixes Anguilliformes, as atuais enguias, e, talvez, o último ser vivo a ser reconhecido como tal nas últimas décadas.

A descoberta de organismos tratados como “fósseis vivos” não é um fato corriqueiro na ciência e sua importância foi por vezes muito divulgada tanto no ambiente acadêmico como na mídia para o público em geral. Um dos casos mais conhecidos foi a descoberta do celacanto em 1938, peixe sarcopterígio que se pensava extinto desde o Cretáceo com características que permitiram aos cientistas entender a fisiologia de seus antepassados. Sua importância no estudo da origem e evolução dos tetrápodes tornaram o celacanto e seu principal local de ocorrência, as águas ao norte das ilhas Comores no oceano Índico, famosos mundialmente. Na década de 1950, a descoberta de um pequeno molusco coletado no oceano Pacífico próximo à costa oeste mexicana, revelou a existência de um representante atual dos monoplacóforos, grupo que se pensava inicialmente extinto desde o Paleozoico e, mais recentemente, desde o Pleistoceno. O Neopilina galatheae, seu nome científico, não chegou a ganhar a mesma fama e divulgação pública, mas sua descoberta não deixou de ter a mesma importância que o celacanto devido a características anatômicas que levaram a novas interpretações sobre a origem dos moluscos. Pouco mais de cinco décadas depois, a descoberta do pequeno anguiliforme em Palau revelava ao mundo científico a existência de um novo organismo que, embora pequeno no tamanho, não era, também, somenos relevante. Logo após a divulgação online num periódico científico em 2011 (vide Johnson et al., 2012), notícias sobre suas características “pré-históricas” surgiam através da internet como em Viegas (2011) e Veja (2011).

O novo organismo, coletado por Sakaue e descrito pouco depois pelo ictiólogo G. David Johnson do Smithsonian National Museum of Natural History e colaboradores em 2011, foi designado como Protanguilla palau, uma alusão à divergência inicial do gênero entre as enguias, demonstrada pela análise de seus caracteres morfológicos e moleculares. Para Masaki Miya, um dos coautores da descrição da espécie, P. palau apresenta-se como uma enguia “bizarra”, com uma grande cabeça e um corpo relativamente pequeno, além de caracteres internos únicos que

Foto de Thompson Pereira

A DESCOBERTA MAIS RECENTE DE UM “FÓSSIL

VIVO”?

Por Antonio Carlos Sequeira Fernandes

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(3) Foto de Ian Scheibub

Foto de Ian Scheibub

Foto de Ian Scheibub

não levariam os ictiólogos, à primeira vista, a classificá-la como uma enguia verdadeira (vide Viegas, 2011). Entre os caracteres de P. palau mais primitivos que os das demais enguias, tanto atuais como cretácicas, destacam-se os rastros branquiais bem desenvolvidos nos arcos branquiais e o número menor de vértebras. Assim,

P. palau possui caracteres que estariam

relacionados a uma enguia mais antiga que os fósseis cretácicos do grupo que datam de cerca de 100 milhões anos atrás, representando desse modo uma linhagem de anguiliformes que remontaria ao início do Mesozoico, há 200 milhões de anos. Cabe ressaltar que a nova espécie não tem representação no registro fossilífero e, de acordo com o ictiólogo Paulo Buckup do Museu Nacional, “o que torna a P. palau interessante é o fato de que a espécie é rara em comparação com seu grupo irmão que reúne a imensa diversidade das demais enguias” devendo-se evitar a rotulação de “fóssil vivo” já que não há fósseis conhecidos de ancestrais em sua linhagem evolutiva.

Outro aspecto interessante diz respeito à distribuição geográfica de P. palau. Ao contrário do celacanto, que posteriormente à sua descoberta nas ilhas Comores também foi registrado na Indonésia, até o momento P. palau encontra-se restrita à caverna onde foi descoberta. Seus autores acreditam na possibilidade de uma maior distribuição geográfica da espécie graças certamente à longa duração de permanência das larvas planctônicas dos elopomorfos, superordem onde se encontra P.

palau.

Os correios palauenses não deixaram passar em branco a descoberta de Jiro Sakaue. Quase dez anos depois da descoberta e oito após a publicação online que a divulgou para a comunidade acadêmica (vide Johnson et al., 2012), P. palau passava a ser conhecida pelo público em geral também através da filatelia. A emissão postal, lançada em primeiro de janeiro de 2019, consiste em uma minifolha contendo quatro selos alternados pelas cores de fundo em preto e azul e a imagem de P. palau em primeiro plano. Na metade esquerda da minifolha, sob o título “Protanguilla Palau [sic], the Living Fossil”, uma breve informação sobre o animal homenageado: “This 200 million year old eel, dubbed the living fossil, was recently found in an undersea cave near Ngmelis Island. Unlike any of its modern day cousins, Protanguilla Palau [sic] is not just a new

Foto de Thompson Pereira Foto de Thompson Pereira

Veja. 2011. Cientistas descobrem espécie de enguia com características de animal pré-histórico. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/cientistas- descobrem-especie-de-enguia-com-caracteristicas-de-animal-pre-historico/, consultado em 10/05/2019. Romano, P.S.R.; Riff, D. & Oliveira, G.R. 2007. Porque um “fóssil vivo” não pode existir: dedução lógica através de abordagem sistemática. In: Carvalho, I.S.; Cassab, R.C.T.; Schwanke, C.; Carvalho, M.A.; Fernandes, A.C.S.; Rodrigues, M.A.C.; Carvalho, M.S.S.; Arai, M. & Oliveira, M.E.Q. (eds.), Paleontologia: Cenários de Vida. Rio de Janeiro, Interciência, vol. 1, p. 51-59.

species, but has created a new taxonomic family for itself. Truly a class of its own”. Na parte inferior abaixo dos selos estão os seguintes dados: “Lenght: 1.7 in (4.2 cm)/Color: Reddish Brown, white fin tips/Depth: 115 ft. (34.8 m)/Family: Protoanguillidae [sic]”. A nova e rara espécie de anguiliforme recebia, assim, uma justa homenagem.

Agradecimento ao ictiólogo Prof. Dr. Paulo Andreas Buckup (Departamento de Vertebrados, Museu Nacional/UFRJ) por suas críticas e sugestões ao manuscrito. [Apoio: CNPq]

Bibliografia

Johnson, G.D.; Ida, H.; Sakaue, J.; Sado, T.; Asahida, T. & Miya, M. 2012. A 'living fossil' eel (Anguilliformes: Protanguillidae, fam. nov.) from an undersea cave in Palau. Proceedings of the Royal Society B, 279: 934-943. Publicado online em 17/08/2011.

Darwin, C. 1859. On the origin of species by means of natural selection, or the preservation of favoured races in the struggle for life. London, John Murray.

Viegas, J. 2011. “Living fossil” retains a look associated with dinosaur era. Science on BBC NEWS.com. D i s p o n í v e l e m : http://www.nbcnews.com/id/44168813/ns/technology _and_science-science/t/living-fossil-retains-look-associated-dinosaur-era/#.XNQooY5KjIU, consultado em 09/05/2019.

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Mal o ano iniciou e novas notícias têm preocupado a comunidade acadêmica. Proibição de novos concursos, discussões sobre empecilhos dos nomeados a assumirem os seus cargos, demissão de Secretário de Cultura e outras ações que passam uma sensação de insegurança para todos que militam na área da ciência e cultura no nosso país. Porém, fazendo uma reflexão, 2019 não foi negativo para o Museu Nacional/UFRJ, levando-se em conta a tragédia que atingiu essa instituição bicentenária em 2018. Conseguimos, finalmente, a cessão de um terreno de 44 mil m2, onde serão instaladas estruturas administrativas e acadêmicas, permitindo adequação dos espaços para o funcionamento de laboratórios e salas para abrigar as coleções - não atingidas, recuperadas e novas - do Museu. As verbas para a infraestrutura desse terreno e a instalação dos novos laboratórios decorrem de uma emenda parlamentar de bancada dos deputados federais do Rio de Janeiro, que ainda em 2018 destinaram um valor de R$ 55 milhões para a instituição. A garantia da utilização desse montante foi fruto da dedicação dos servidores da UFRJ e do Museu para cumprir os trâmites de empenho da verba para que essa não fosse perdida ao final de 2019 e para que pudesse ser utilizada no decorrer do presente ano.

Apesar desses inegáveis avanços, os desafios não param por aí. No mesmo terreno está prevista a instalação de uma estrutura provisória para abrigar um centro educacional para oferecer atividades para os mais de 20 mil alunos da rede pública e particular que se encontram órfãos de Museu Nacional! Para tal, não existem recursos disponíveis até esse momento, o que será uma tarefa da direção para este ano. Também consideramos imperativo que se inicie o quanto antes a reforma do palácio. Diversos apoios foram anunciados e esperamos que os mesmos sejam confirmados em breve. O projeto de restauração das fachadas e do telhado do palácio tem previsão de entrega para março. Esperamos que as obras possam ser iniciadas no primeiro semestre. Sempre é bom ter a nossa meta em mente: reabrir parte do palácio ao público em 2022, ano no qual s e r á c o m e m o r a d o o b i c e n t e n á r i o d a

independência do Brasil. Já imaginaram o

constrangimento se nessa data significante o local onde "tudo começou" estiver fechado?

Os servidores do Museu Nacional estão empenhados a cumprir essa meta. A atividade do resgate de peças dos escombros do palácio será finalizada nos próximos meses. Esse trabalho cansativo e meticuloso vem revelando muitos exemplares importantes da coleção do Museu. Dentre estes, o frágil crânio da Luzia, que representa um dos primeiros habitantes da América do Sul. Além de meteoritos, fósseis, variadas peças arqueológicas e até mesmo diversos exemplares da coleção do Egito têm sido resgatados. Contudo, ainda é necessário realizar a restauração desse material. Felizmente, devido ao êxito da arrecadação de recursos para esse fim, será possível iniciar mais essa etapa.

Existem, no entanto, outras ações que podem ser realizadas, inclusive, pela comunidade paleontológica brasileira: doação de acervo! Nesse sentido, aproveito esse espaço para solicitar aos colegas que tenham interesse e possibilidade de fazerem contato com a nossa instituição para que possamos conversar sobre a recomposição do acervo de fósseis que poderá, inclusive, servir de base para novas exposições.

A reconstrução do Museu Nacional é uma tarefa árdua, mas necessária, que precisará do envolvimento de um grande número de pessoas e instituições. Esse ano será crucial para alcançar a meta de reabrir, ao menos, parte da instituição para o público em 2022. Com já foi dito: que 2020 venha, trazendo sabedoria e bom senso para todos!

ANO DE DEFINIÇÃO PARA O MUSEU NACIONAL

Por Alexander W. A. Kellner

Museu Nacional - UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Foto de Lucas Henrique M. da Silva Foto de Lucas Henrique M. da Silva Foto de Lucas Henrique M. da Silva Foto de Alexander Kellner

Iniciando o evento, a Dra. LÍLIAN P. BERGQVIST (DEGEO/UFRJ Fundão) falou sobre a Bacia de São José de Itaboraí: sua história, origem, importância para a paleontologia e a geologia do Rio de Janieiro, e as ações conservacionistas e socio-culturais relacionadas a esses depósitos carbonáticos macrofossilíferos, que agora integram o “Parque Natural Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí” (PNMPSJI, incluso no Sistema Nacional de Unidades de Conservação [SNUC] – Lei Federal n. 9.985, de 18 de julho de 2000). Em seguida, foi a vez da paleontóloga e youtuber transgênero Dra. LUCY SOUZA (Museu da Amazônia [MUSA/UFAC]) realizar uma análise pormenorizada e um tanto q u a n t o e p i s t e m o l ó g i c a a c e r c a d a s representatividades de gêneros na ciência, trazendo importantes pontos para serem refletidos quanto a essa questão; mais relevante do que nunca nos dias de hoje.

Na Sexta feira do dia 13 de Dezembro do finado ano de 2019, ocorreu a PALEO RJ- ES nas dependências da Faculdade de Formação de Professores (FFP) da UERJ Campus São Gonçalo. A mencionada unidade, que é a segunda da UERJ em termos de demandas e que atende a cerca de 3000 estudantes, teve a satifação de sediar pela primeira vez esse evento paleontológico local e bastante querido. De modo geral, o evento transcorreu em dois dias: no primeiro o encontro em si, e no segundo dia a saída de campo. O evento do dia 13 foi dividido em dois blocos de palestras e apresentações orais. O primeiro bloco, na manhã, concentrou temas sociais e científicos, enquanto o segundo bloco na parte da tarde foi destinado mais para coleções/museus e questões didáticas e extensionistas.

Após as duas palestras de aberturas, os participantes se entregaram ao coffee break, que para alguns, é ponto fundamental do evento! Das cerca de 40 pessoas que prestigiaram o evento, não houve (pelo menos não explicitamente) quem não apreciou os dois coffee breaks do dia, pelo contrário. Após esse afago gastronômico, seguiram-se as apresentações orais da manhã, as quais versaram desde as mulheres pioneiras da Pa l e o n t o l o g i a b ra s i l e i ra , p a s s a n d o p o r paleoecologia e dinossauros, até análises de elementos finitos em mandíbulas de preguiças.

Apesar do atraso no início das atividades da tarde, essas começaram muito bem. A Dra. MÁRCIA R. POLCK (ANM/RJ) expôs os fósseis do centro histórico do Rio de Janeiro. Sendo que muitas das lajes fossilíferas das edificações mostradas por ela são procedentes de depósitos sedimentares e químicos de Portugal, as quais aqui eram substituídas por outros tipos de materiais lastro nas naus portuguesas, como o Hora do almoço. E aqui foi onde o evento não fluiu tão bem como o planejado. Questionados sobre a possibidade de fornecer o almoço para o evento, os responsáveis pelo “Bar da Frente”, estabelecimento que realmente fica bem em frente à FFP, afirmaram positivamente e se prontificaram a executar a nobre e fisiológica tarefa. No entanto, mesmo com os pedidos feitos com antecedência, o que se viu, e comeu, não foi bem o prometido. As refeições demoraram a sair e muitos tiveram uma incômoda espera até o derradeiro momento de se alimentar. Fato que gerou atraso no reinício do evento durante a tarde. Assim, como quem vos escreve também foi o coordenador do evento, eu e meus alunos de apoio fazemos aqui uma mea culpa e lamentamos os atrasos e os possíveis inconvenientes gerados. Fóssil pra frente!

FFP - UERJ - Faculdade de Formação de Professores - Universidade do Estado do Rio de Janeiro Por André Eduardo P. Pinheiro

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Ao findar as apresentações orais da tarde, como tradição das PALEOs, houve o momento de se homenagear um(a) paleontólogo(a), tanto pela sua relevância nessa nossa área científica, como pela admiração, carinho e respeito passados aos demais. E a homenageada desta edição, foi a Dra. V A L É R I A G A L L O , p a l e o i c t i ó l o g a e paleobiogeógrafa da UERJ Campus Maracanã. Além do power point, realizado com carinho por seus alunos, em especial a HANNA PAIVA, mostrando parte de sua trajetória, formação e produção, houve a entrega de uma escultura feita pelo renomado paleoartista brasileiro, MAURÍLIO OLIVEIRA. MAURÍLIO esculpiu em 2,5D, e em escala reduzida, o gigante aquático do Araripe:

Mawsonia gigas (Coelacanthiformes), o qual foi

pintado de dourado cobre em todo seu esplendor. Vale lembrar que a peça não possui molde, sendo algo único e precioso que irá adornar a sala da nossa queridíssima Val. Mais do que merecido!!

Lágrimas a parte, foi um momento bastante especial para nós.

ouro. Apesar de contestável “troca”, é fato que embelezam e dão um charme filosófico a muitas das fachadas e monumentos cariocas no centro. O que a primeira palestra da tarde teve de cultural, a segunda teve de comovente. O biólogo RODRIGO M A C H A D O ( M C Te r / C P R M ) t r o u x e s u a s experiências e resultados referentes aos projetos que atualmente realiza, muitos dos quais em parceria com o Instituto Benjamim Constant, (IBC), os quais vincula Paleontologia e pessoas com deficiências, com destaque para os deficientes visuais. Foi emocionante ver a felicidade e o fascínio expresso nos gestos e sorrisos de algumas pessoas deficientes ao lidarem com atividades qualificadas que envolvem r é p l i c a s e m i n i a t u r a s d e e l e m e n t o s paleontológicos destinados ao toque e manuseio. Afinal de contas, os dinossauros e outros fantásticos seres há muito extintos devem ser sentidos e contemplados, não necessariamente somente pelo olhar, por mais doce que este seja. Seguiu-se o cronograma, com os temas indo de museus, atividades lúdicas com crianças, a atividades de Campo. E nesse último quesito, destacou-se o fato da FFP ter realizado sua primeira expedição de Paleontologia em Julho daquele ano, o que levou experiência prática aos estagiários da área e trouxe ricos materiais fósseis para a instituição. Só agradecemos!

No início da noite, e aproximando-se do final do primeiro dia do evento, ocorreu a sessão poster, acompanhada de um segundo e farto

coffee break. Cerca de quatorze trabalhos foram

expostos como painéis. Uma amostra das linhas de pesquisas e projetos em Paleontologia sendo desenvolvidos no âmbito das instituições capixabas e fluminenses (em sua maioria). Para os heróicos sobreviventes, o evento do dia terminou inevitavelmente no bar = cerveja gelada; como não poderia deixar de ser.

Foto de Márcia Polck

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No Sábado (14/12/19) pela manhã, nos encontramos em frente ao Museu do Amanhã, e a Dra. MÁRCIA R. POLCK guiou os participantes pelo roteiro de Geoturismo Urbano planejado por ela. Em uma manhã agradável e nublada, pode-se conferir os fósseis de gastrópodes nas lajes calcárias do Museu do Amanhã, além de outras edificações do centro da cidade formadas parcialmente por blocos e lajes contendo fósseis de invertebrados, como por exemplo o Centro Cultural Banco do Brasil, a Tabacaria Africana, o Chafariz do Mestre Valentin e o Paço Imperial.

Para finalizar esse pequeno texto, em nome da organização da PALEO RJ/ES 2019, agradecemos à UERJ, ao Núcleo RJ/ES da SBP, e a presença e participação de todos nesse pequeno, mas aconchegante evento. Esperamos que tenham aproveitado e desejamos um ótimo ano de 2020, repleto de novidades do passado.

Foto de Márcia Polck Foto de Márcia Polck

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DIÁRIO DE UM PALEONTÓLOGO

Por Rafael Costa da Silva

Museu de Ciências da Terra

Serviço Geológico do Brasil – CPRM

Contando fósseis

O Museu de Ciências da Terra, Serviço Geológico do Brasil, no Rio de Janeiro, é frequentemente citado como titular de uma das maiores coleções paleontológicas da América Latina. Ao longo de um século de existência, grandes quantidades de amostras foram incorporadas a seu acervo por várias gerações de pesquisadores que passaram por suas instalações. Já na década de 1920 começaram as primeiras tentativas de catalogar o acervo, resultando em diversos catálogos com inestimável valor científico e histórico. Atualmente, o acervo paleontológico conta com 22478 registros de f ó s s e i s o r g a n i z a d o s n a s c o l e ç õ e s d e Invertebrados (7023), Paleobotânica (1932), Peixes (1463), Répteis (1882) e Mamíferos (4381). Outros materiais cadastrados, incluindo fósseis e espécimes recentes, chegam a pouco mais de 5000 registros. Embora não reflita atualmente a filogenia dos grupos, essa forma clássica de organização ainda é funcional e

alterá-No entanto, os livros não registram tudo o que há no museu. Devido a contingências históricas, muitos fósseis foram incorporados ao acervo sem o registro completo, ou sem receber uma numeração, gerando um passivo de m a t e r i a i s n ã o c a t a l o g a d o s q u e consequentemente não pode ser quantificado por métricas tradicionais. Isso se torna um grande problema curatorial e administrativo. Afinal, quantos fósseis há nas coleções? Quão grande elas são em comparação a outros museus?

O problema começa em o que quantificar. Uma galeria de arte pode quantificar de forma muito precisa quantos quadros, desenhos e esculturas existem no acervo. No caso de coleções de história natural com exemplares viventes, a unidade em geral é o indivíduo, mas já começa a haver complicações. Por exemplo, como se conta organismos coloniais, ou desovas com incontáveis ovos, ou microorganismos? O número de exemplares, nesse caso, necessita de análise e interpretação cuidadosa, caso a caso, para ser determinado, sendo um problema comum a museus de história natural.

la nesse momento provavelmente traria mais prejuízos que benefícios.

No caso de coleções paleontológicas, a questão complica ainda mais. O exemplar pode

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ser um esqueleto completo, um osso isolado ou parte de um osso. Um osso quebrado pode ser contado como um ou dois exemplares? E

misturas de ossos de indivíduos diferentes, mas da mesma espécie? A lista de casos é grande e a resposta depende da interpretação por parte dos curadores.

Esses exemplos ilustram a dificuldade em se estabelecer métricas baseadas em números de espécimes em coleções paleontológicas. Dessa forma, optou-se por uma diferente estratégia para realizar a quantificação das coleções do Museu de Ciências da Terra, objetivando seu diagnóstico. O volume ocupado pelos fósseis em caixas, armários, estantes, vitrines e outros foi mensurado em metros cúbicos, observando-se as condições de catalogação. Também foram mapeados todos os espaços contendo fósseis, o que resultou em croquis e plantas desses espaços com a localização de armários, estantes, vitrines e o u t r o s l o c a i s q u e a p r e s e n t a m a c e r v o paleontológico. Apesar de a técnica apresentar distorções devido à disparidade no tamanho dos diferentes exemplares, a volumetria forneceu um meio de avaliar as condições dos diferentes meios do acervo e permitiu propor soluções estratégicas baseadas nessas métricas.

Quanto à localização, 78,2% do acervo encontra-se em armários, estantes ou vitrines, sendo passível de disponibilização desde que devidamente catalogado e restaurado. O restante, 21,8%, permanece inacessível, mesmo que seja catalogado, enquanto permanecerem as condições atuais de acondicionamento, ou seja, a estrutura atual de armários e estantes não permite que o material que está sendo hoje catalogado se torne disponível ao público em seu nível mais básico, permanecendo encaixotado e compactado. Ainda assim, a catalogação é indispensável para evitar a perda das informações das etiquetas dos fósseis, que se deterioram com o tempo. Desse restante, 13% corresponde às caixas pretas, um total de 1784 caixas. Constatou-se que mesmo nos armários das coleções há grande quantidade de fósseis não catalogados (35,5%).

Verificou-se que o acervo ocupa um volume total de 192 m³, ou 192 mil litros. Desse total, 46,4% estão catalogados em alguma das coleções e o restante, 53,6%, permanece não registrado ou necessitando de revisão e análise. Dentre os materiais catalogados, a coleção de répteis fósseis ocupa o maior volume (19,3%), seguida pelos invertebrados fósseis (6,5%), mamíferos fósseis (5,0%), paleobotânica (4,5%) e peixes fósseis (2,1%). O restante não catalogado inclui fósseis diversos (48,3%), invertebrados recentes (3%), amostras de sedimento (1%), lâminas (0,4%) e vertebrados recentes (0,1%). Em relação à disponibilização do acervo, 57,3% do acervo não se encontra atualmente disponível para consulta, pesquisa ou exposição por falta de catalogação ou por encontrar-se em locais inacessíveis, ou ambos.

Os materiais considerados disponíveis para estudo ou consulta incluem aqueles catalogados e acondicionados em armários, estantes e mesas. O material encaixotado e compactado é considerado não disponível e consiste majoritariamente em caixas pretas de papelão, encontradas em grande número nas instalações da CPRM. Essas caixas foram contadas unitariamente ou, em casos de grandes aglomerações, em pilhas de caixas, fornecendo uma estimativa bastante razoável de sua quantidade. O material dentro dessas caixas só pode ser contabilizado após cuidadosa análise, pois necessitam de cuidados curatoriais quando abertos.

A volumetria do acervo permitiu ainda fazer projeções sobre o número de exemplares

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Uma segunda projeção pode ser feita a partir apenas do Livro de Entrada. Como mencionado acima, os 7474 exemplares catalogados em 2019 correspondem a 1,54 m³. Projetando-se esses dados para o restante não catalogado, 102,77 m³, obtém-se uma estimativa final de 498787 exemplares distribuídos em 73.543 números de coleção. Essa projeção é maior por ser baseada na coleção LE (Livro de Entrada), que apresenta um maior número de lotes em detrimento de espécimes individuais. Assim, temos uma projeção do total de números de coleção variando entre 49897 e 73.543 números, e um total de número de espécimes variando entre 253959 e 498787 exemplares. final, cabendo uma breve explicação sobre o processo de catalogação. Os exemplares são catalogados em números de coleção ou de tombamento, sendo que cada número pode conter um ou mais exemplares. Isso ocorre porque alguns números abrigam lotes, ou seja, conjuntos de exemplares com características similares. Isso é comum com materiais

coletados e ainda não estudados: os fósseis de uma mesma localidade ou camada acabam sendo registrados sob o mesmo número e separados apenas após estudos permitirem sua determinação taxonômica. Por isso, o número de registros nas coleções e o número de exemplares não é equivalente.

O número de exemplares das coleções não é conhecido, precisando de revisão para ser determinado. Se 22478 números de coleção correspondem a 46,4% do total, que é o percentual catalogado, o restante não catalogado, 56,6%, corresponderia a 27419 números, e o total projetado seria de 49897 números de coleção. O Livro de Entrada (LE), única coleção que está digitalizada e com contagem de número de exemplares, conta com 13.111 exemplares distribuídos em 2576 números de coleção (números de novembro de 2019). Projetando-se essa proporção para o número final estimado de 49897 números de coleção, o número final de exemplares seria de 253959 exemplares.

É preciso ressaltar que, mesmo com as atuais condições, as coleções paleontológicas do MCTer são frequentemente visitadas por pesquisadores do Brasil e de outros países. Seu vasto acervo serviu e continua servindo como fonte primária de pesquisas científicas em diversas áreas da paleontologia e geologia. Em

particular, esse tipo de coleção científica tem status diferenciado na área da taxonomia: sempre que uma espécie nova é descrita, atual ou antiga, um ou mais exemplares devem ser depositados em uma coleção científica como referência para a morfologia da espécie, conforme as regras internacionais do ICZN (International Code of Zoological Nomenclature). Esses exemplares são chamados de tipos, e sem eles a espécie não é considerada válida. As coleções do MCTer são extremamente relevantes nesse sentido, provavelmente contando com centenas a milhares de exemplares tipo e que são essenciais para estudos taxonômicos, morfológicos, filogenéticos e paleobiogeográficos.

A grande proporção de material não catalogado mostra que ainda há um enorme potencial inexplorado para pesquisa e exposições, constituindo um dos patrimônios mais valiosos sob a guarda do Serviço Geológico do Brasil. Uma vez que o MCTer, assim como a CPRM, dependem do acervo para exposições, ações itinerantes e educativas, pesquisa científica e outras iniciativas que resultam em grande visibilidade, o museu deve concentrar esforços na priorização da catalogação e conservação dos acervos.

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UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Hermínio Ismael de Araújo-Júnior

Biênio 2018-2020

Sociedade Brasileira de Paleontologia

Presidente

Núcleo RJ/ES

UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Rodrigo Giesta Figueiredo

2º Tesoureiro

ANM - Agência Nacional de Mineração

Museu Nacional- Universidade Federal do Rio de Janeiro

1º Tesoureiro

Fernando Henrique de Souza Barbosa Antonio Carlos Sequeira Fernandes

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diretora de Publicações

Lílian Paglarelli Bergqvist

1ª Secretária

UNIRIO- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

2º Secretário

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

Márcia A. dos Reis Polck Dimila Mothé

Vice-presidente

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