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PLANEJAMENTO: NUNCA ESTÁTICO E RÍGIDO, SEMPRE MUTÁVEL E FLEXÍVEL

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Academic year: 2021

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II COLÓQUIO DE PRÁTICAS DOCENTES

Método e Metodologias do Ensino: teoria e prática em sala de aula 09 e 10 de fevereiro de 2017

Unioeste – Câmpus Marechal Cândido Rondon

1

PLANEJAMENTO: NUNCA ESTÁTICO E RÍGIDO, SEMPRE

MUTÁVEL E FLEXÍVEL

Daniele da Costa (UNIOESTE)1 Michele Danelichen (UNIOESTE)2

Paula Regina Back (UNIOESTE)3

Luciana Alves Bonfim (UNIOESTE)4

Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo compartilhar as experiências

vivenciadas no estágio supervisionado de Língua Inglesa, do 4º ano de Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Marechal Cândido Rondon. Os estágios foram realizados com turmas do 8° e 9° ano do Ensino Fundamental II, pertencentes a duas escolas estaduais do município. A partir destas experiências, buscaremos enfatizar a importância do planejamento, considerando que ele nunca deverá ser estático e rígido, sendo necessário compreendê-lo como um meio que orienta e permite mudanças, além de ser revisado e melhorado à medida que a prática determina. Na tessitura do texto relatamos estas mudanças do planejamento que se deram devido à imprevistos e ocorrências de sala de aula. Desta forma, tentaremos apresentar, dentro desta perspectiva, as experiências vividas por cada estagiária em sua designada turma.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado; Planejamento; Ensino Fundamental.

Considerações Iniciais

O presente trabalho traz reflexões acerca das experiências vivenciadas na prática de três Estágios Supervisionados de Língua Inglesa. As regências foram realizadas em dois colégios distintos, Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta e Colégio Estadual Eron Domingues, localizados no município de Marechal Cândido Rondon, com uma turma do 8° ano do Ensino Fundamental II e duas do 9º ano.

Objetiva-se através deste trabalho uma breve análise sobre as experiências vivenciadas nas regências, enfatizando a importância do planejamento. Dentro dessa

1 Graduanda do quarto ano do curso Letras/ Inglês na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus

Marechal Cândido Rondon. E-mail: daniele_costa_trx@hotmail.com

2 Graduanda do quarto ano do curso Letras/ Inglês na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus

Marechal Cândido Rondon. E-mail:midanelichen@hotmail.com

3 Graduanda do quarto ano do curso Letras/ Inglês na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus

Marechal Cândido Rondon. E-mail: paulla_rback@hotmail.com

4 Professora orientadora vinculada à Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Marechal

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Método e Metodologias do Ensino: teoria e prática em sala de aula 09 e 10 de fevereiro de 2017

Unioeste – Câmpus Marechal Cândido Rondon

2 premissa, nos respaldamos em autores como Guimarães (2014), Haydt (2006), Karlin (1991), Libâneo (1994) e Rocha (2013).

Planejamento

Antes de adentrarmos a sala para ministrarmos as aulas, é necessário que seja realizada algumas aulas de observação para que possamos traçar um perfil da turma. Em seguida, temos o tempo destinado para a preparação dos planos de aula, tendo como base temas escolhidos pelo professor regente da turma.

As aulas de observação são de fundamental importância para a realização do planejamento, pois, segundo Libâneo (1994), o plano deve ter objetividade, ou seja, deve condizer com a realidade da aplicação. De acordo com Karling (1991), “antes de se fazer qualquer plano, é preciso saber para quem se vai fazê-lo (...). Não adianta fazer planejamento bonito, bem feito, mas que não pode ser executado ou que não traz resultados proveitosos. (KARLING, 1991, p.306).

Sendo assim, realizamos os planos de aulas com base nos conhecimentos que temos sobre a turma. O período destinado à preparação dos planos de aula é fundamental, haja vista que a partir das leituras e pesquisas nos é proporcionado um conhecimento e amadurecimento maior sobre os conteúdos. Neste sentido, Haydt expõe que “(...) o planejamento é um processo, e como tal ativo e dinâmico, envolvendo operações mentais como analisar, prever, selecionar, definir, estruturar, organizar. Planejar, portanto, é refletir, é prever, é criar, é agir”. (HAYDT, 2006, p. 105)

Ao concebermos os planos de aulas, precisamos levar em conta as possíveis mudanças que podem ocorrer, uma vez que o tempo que julgamos necessário pode não ser o suficiente. Nesta perspectiva, Rocha (2013) enfatiza que a atividade é

definida para ser realizada no tempo que o professor acredita ser suficiente para ele ensinar e o aluno aprender. Mas é preciso considerar que esses tempos não coincidem. Vale a natureza subjetiva do tempo: é preciso compreender que o tempo de aprendizagem do aluno é motivado pelo seu interesse, ritmo, pelos seus conhecimentos prévios, entre outros fatores. (ROCHA, 2013, p. 223)

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3 Assim, partimos do ponto em que o tempo do professor e do aluno não coincide, pois, segundo Rocha, “são vários fatores impostos pela prescrição do tempo escolar. No entanto, ao lado do tempo prescrito, e coexistindo com ele, encontra-se o tempo real. Ou seja, (...) o tempo em que realmente as atividades se realizam na escola.” (ROCHA, 2013, p. 220). Desta maneira, o tempo real, da escola, implica tanto um ritmo quanto um processo diferente, pois conta com sujeitos concretos. Sendo assim, não devemos ignorar e seguir o plano a risca, como expõe Guimarães (2014),

O cuidado de monitorar as aulas e o comportamento dos estudantes periodicamente é determinante para perceber a necessidade de pequenos ajustes, pausas, acelerações, mudanças de rota ou mesmo a retomada de algumas informações que não foram aprendidas de forma consistente pela turma. (GUIMARÃES, 2014, p.1)

Em ocorrências assim, o professor deve refletir sobre suas aulas e olhar de maneira crítica às suas práticas pedagógicas, optando seguir por outros caminhos, caso seja necessário. Libâneo (1994) enfatiza que planejar é um processo que “visa dar respostas a um problema estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de maneira que venha atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro.” (LIBÂNEO, 1994, p.221). Neste sentido, é necessário compreender o planejamento como um meio que orienta e permite mudanças, sendo revisado e melhorado à medida que a prática determina. Ao refletir sobre essas modificações, é preciso levar em consideração que o plano de aula nunca deve ser estático e rígido. De acordo com Carvalho,

Nunca nos devemos escravizar ao planejamento. Em contato direto com os planos, novas ideias podem ocorrer, novos enfoques parecerão mais oportunos (...). Tudo o que vise tornar nosso trabalho mais eficiente, ou ajustá-lo às necessidades dos educandos deve ser empregado pelo professor competente e esclarecido. (CARVALHO, apud HAYDT, 206, p. 105 - 106).

Assim, ao nos depararmos com qualquer eventualidade, devemos estar preparados e não ter medo de mudar o planejamento, pois o mesmo é feito para nos auxiliar, não significando que é imutável e que devemos segui-lo à risca.

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4 Na realização dos estágios, percebemos que várias ocorrências podem mudar o curso de um planejamento didático. Essas experiências possibilitaram a visão de que o professor é o responsável e o encarregado de lidar com as possíveis barreiras que possam aparecer, solucionando os problemas para que sua aula continue e funcione, senão de uma maneira, de outra, de modo a conseguir atingir os objetivos pedagógicos planejados para aquela aula.

Temos como exemplos as seguintes ocorrências nos estágios realizados: Na turma do 8° ano C, do Colégio Estadual Eron Domingues, o planejamento precisou ser repensado logo após a primeira aula por conta do ritmo da turma que foi mais lento que o idealizado. O tempo para a realização da atividade proposta foi maior do que o esperado, sendo assim, as atividades seriam finalizadas no próximo encontro. Na segunda aula, considerando que houve uma paralisação na rede estadual e a duração foi de apenas 30 minutos, a estagiária optou para deixar em suspenso a atividade que seria realizada neste encontro e entregar aos alunos a atividade passada para que pudesse ser concluída. Na terceira aula, algumas mudanças também precisaram ocorrer por causa da feira de ciências do Ensino Médio que ocupou 15 minutos da aula. Em decorrência disso, o conteúdo que seria trabalhado foi passado no quadro a fim de fazer o tempo render. Outro ponto que acabou interferindo no curso do planejamento foi o grande número de faltas na turma.

Na turma do 9º ano A, do Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta, o planejamento sofreu modificações nas duas primeiras aulas devido ao ritmo da turma. Ao invés da apresentação do conteúdo na primeira aula e três atividades na segunda aula, só foram realizadas duas atividades na 2º aula devido ao ritmo dos alunos. Em consequência da paralisação que ocorreu em várias escolas do Paraná, as aulas de 50 minutos foram de apenas meia hora. Neste dia, a estagiária optou por trabalhar o conteúdo da primeira aula completo, pois se tratava de explicação de um novo assunto. As atividades que estavam destinadas ao segundo horário foram impressas e cedidas aos alunos como trabalho avaliativo para ser entregue na próxima aula.

No 9º ano “B” deste mesmo colégio, também houve mudanças no planejamento. No plano de aula nº 03, estavam previstos 20 minutos para a leitura/interpretação do texto e explicação do conteúdo e mais 17 minutos para a realização das atividades. Este tempo

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Método e Metodologias do Ensino: teoria e prática em sala de aula 09 e 10 de fevereiro de 2017

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5 foi excedido tanto na explicação, por perceber a necessidade de retomada de conteúdos anteriores, quanto na execução da atividade escrita, não restando tempo para a correção da atividade, conforme planejado. Sendo assim, ao final da aula, ficou combinado com os alunos que a correção seria realizada na aula seguinte. Além da correção da atividade, que já implicaria no tempo da aula nº 04, houve ainda a readequação nos horários das aulas, devido à paralisação nos colégios e muitos dos alunos não compareceram à aula. Portanto, para melhor aproveitar o tempo da aula e não prejudicar os alunos faltantes com novo conteúdo, a correção da atividade foi transformada em uma atividade dinâmica, na qual todos os alunos tiveram a oportunidade de colocar as respostas no quadro negro e tirar as suas dúvidas, tornando esta aula uma forma de revisão e avaliação de conteúdo já estudado.

Concluímos assim que, mesmo entrando em sala de aula, com planos bem arquitetados, estamos sempre sujeitos a eventualidades que possam ocorrer, sejam elas greves, paralisações e, mais frequentemente, o andamento da turma. Quando esses imprevistos acontecem, devemos priorizar o aprendizado do aluno, não a comodidade do professor. O replanejamento do plano de aula deve ser constante e as mudanças realizadas devem levar em consideração os objetivos pedagógicos daquela aula.

Referências

GUIMARÃES, Arthur. O planejamento deve ser flexível: Sustos, como descobrir que a

turma não está no nível imaginado, pedem uma mudança de rumos. Disponível em:

<http://revistaescola.abril.com.br/formacao/planejamento-flexivel-427866.shtml> Acesso em 14 de out de 2016.

HAYDT, Regina Célia Cazaux, Curso de Didática Geral. 8. ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.

KARLING, Argemiro Aluísio. A didática necessária. São Paulo: IBRASA, 1991. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

ROCHA, M. R. C. O uso do tempo na sala de aula. In BORTINI-RICARDO; MACHADO (Org.) Os doze trabalhos de Hércules: do oral para o escrito. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2013

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