Nicolas Léonard Sadi Carnot
1796-1832
• Sadi Carnot, nasceu em Paris, em 1796, e foi educado nas École Polytechnique (Paris) e École Genie (Metz). Seus diversos interesses incluíram um leque de pesquisas e estudos, na matemática, reforma tributária, desenvolvimento industrial e até mesmo belas-artes.
• No ano de 1824, publica sua obra (única em sua vida): Reflexões sobre Potência Motriz do
Fogo e Máquinas Próprias para Aumentar essa Potência – o qual faz revisão da importância
industrial, política e econômica da máquina a vapor.
• Em 1832, morre subitamente de cólera, no dia 24 de agosto. Apesar de quase todas suas coisas terem sido incineradas – como era de costume da época – parte de suas anotações escaparam à destruição. Essas anotações mostram que Sadi Carnot havia chegado à ideia de que, essencialmente, calor era trabalho, cuja forma fora alterada.
• A possibilidade de interconversão entre calor e trabalho possui restrições para as chamadas máquinas térmicas. O Segundo Princípio da Termodinâmica, elaborado em 1824 por Sadi Carnot, é enunciado da seguinte forma:
• "Para haver conversão contínua de calor em trabalho, um sistema deve realizar ciclos
entre fontes quentes e frias, continuamente. Em cada ciclo, é retirada uma certa
quantidade de calor da fonte quente (energia útil), que é parcialmente convertida em trabalho, sendo o restante rejeitado para a fonte fria (energia dissipada)"
Rudolf Clausius
(1822-1888)
• Rudolf Julius Emanuel Clausius (nascido Rudolf Gottlieb,
Koszalin, 2 de Janeiro de 1822 — Bonn, 24 de Agosto de 1888)
foi um físico e matemático alemão, considerado um dos
fundadores centrais da ciência da termodinâmica.
•
Por reafirmar o princípio de Carnot conhecido como ciclo de
Carnot, ele pôs a teoria do calor numa base mais sólida e mais
verdadeira. Em seu artigo mais importante, Sobre a teoria
mecânica do calor, publicado em 1850, expôs pela primeira vez
as idéias básicas da segunda lei da termodinâmica.
Lord Kelvin - William Thonson
(1824 - 1907)
• William Thomson (1824 - 1907), mais tarde conhecido como Lord Kelvin, é um dos cientistas mais notáveis e ecléticos da segunda revolução industrial, do período de apogeu do Império Britânico. Na tradição de Newton, como filósofo natural, contribuiu para as teorias do calor, da eletricidade e do magnetismo. Desde muito jovem era um gênio matemático, conhecedor da obra de Fourier, estabelecendo relações entre as teorias do calor e da eletricidade, explicando ao próprio Maxwell o caráter das linhas de força de Faraday. Após uma permanência na França, reconheceu a importância do trabalho de Carnot, promovendo a sua reconciliação com as ideias de conservação de energia, e explicando magistralmente a segunda lei da termodinâmica. A escala Kelvin de temperaturas é baseada no ciclo de Carnot, que não depende de nenhuma substância ou de hipóteses desnecessárias sobre a natureza do calor. Interessou-se por problemas aplicados, em particular na área da telegrafia, participando do lançamento do primeiro cabo telegráfico transoceânico, e transformando-se num engenheiro elétrico e empreendedor de muito sucesso.
• Max Karl Ernst Ludwig Planck (Kiel, 23 de Abril de 1858 -Göttingen, 4 de Outubro de 1947) foi um físico alemão, considerado o pai da teoria quântica.
• En 1913, foi nomeado reitor da Universidade de Berlim.
• Como conseqüência do nascimento da Física Quântica, foi premiado em 1918 com o Prêmio Nobel de Física. De 1930 a 1937, Planck foi o presidente da Kaiser-Wilhelm-Gesellschaft zur Förderung der Wissenschaften (KWG, Sociedade para o Avanço da Ciência do Imperador Guilherme).
• Durante a Segunda Guerra Mundial, Planck tentou convencer Hitler a dar liberdade aos cientistas judeus. O filho de Planck, Erwin, foi executado no dia 20 de julho de 1944, acusado de traição relacionada a um atentado para matar Hitler. Morre em 4 de outubro de 1947 em Göttingen. A seguir o instituto KWG foi renomeado como Max-Planck-Gesellschaft zur Förderung der Wissenschaften (MPG, Sociedade Max Planck para o Progresso da Ciência).
A Segunda Lei da Termodinâmica
Pode qualquer processo acontecer?
• Toda vez que existir um desequilíbrio entre 2 sistemas
haverá a oportunidade de realização de trabalho.
• Se for permitido que os 2 sistemas atinjam o equilíbrio
de forma não controlada, a oportunidade de realizar
trabalho estará irremediavelmente perdida.
•
• Qual é o limite teórico para a realização do máximo
trabalho?
• Quais são os fatores que impedem que esse máximo
seja atingido?
2ª Lei da Termodinâmica
• Além de:
Prever a direção dos processos,
Estabelecer as condições de equilíbrio,
Determinar o melhor desempenho teórico de sistemas e
Avaliar fatores de perda de oportunidades,
• A Segunda Lei também é capaz de:
• Definir uma escala de temperatura universal,
• Avaliar propriedades em ensaios experimentais,
• Desenvolver conceitos de economia e filosofia e ser usada
em muitas outras aplicações.
Reservatório Térmico
• O Reservatório Térmico é um sistema que
sempre permanece à Temperatura
Constante mesmo que seja adicionada ou
removida energia através de transferência de
calor.
Enunciados da Segunda Lei
1.Clausius
2.Kelvin-Planck
3.Entropia
Conclusões do Enunciado de Kelvin-Plank
• Pela Primeira Lei:
• Pelo enunciado de Kelvin-Plank:
ciclo ciclo
W
Q
0
ciclo
Equivalência entre os enunciados de
Clausius e Kelvin-Planck
Identificando Irreversibilidades
• Um processo é chamado irreversível
se o sistema e todas as
partes que compõem suas vizinhanças
não puderem ser
restabelecidos exatamente aos seus respectivos estados
iniciais após a ocorrência do processo;
• Um processo é reversível se
tanto o sistema quanto suas
vizinhanças
puderem retornar aos seus estados iniciais.
Tipos e exemplos de Irreversibilidades
• Irreversibilidades internas são aquelas que
ocorrem dentro
do sistema;
• Irreversibilidades externas são aquelas que
ocorrem nas vizinhanças (fora
do sistema);
• São exemplos de irreversibilidades:
– Transferência de calor através de uma diferença de temperatura; – Expansões não resistidas;
– Reações químicas espontâneas; – Misturas espontâneas;
– Atrito;
– Fluxo de corrente elétrica;
– Magnetização ou polarização por histerese; – Deformação inelástica.
Demonstrando Irreversibilidades
– Supõem-se que há uma maneira de retornar
o sistema e suas vizinhanças a seus
respectivos estados iniciais;
– Mostra-se que, como consequência dessa
hipótese, seria possível imaginar um
sistema que produzisse trabalho enquanto
nenhum outro efeito ocorresse, além de uma
transferência de calor de um único
Demonstrando Irreversibilidade
Processo original, bloco escorregando com atrito Processo 3, usando reservatório térmico Processo 2, usando cabo-poliaComo 2 e 3 são possíveis, logo 1 é impossível;
como 1 é inverso do original, logo o original é irreversível !!!
Processo 1, bloco retorna
Processos Reversíveis
• Processos Reversíveis são aqueles onde
• são restabelecidas as propriedades iniciais. Porém é um
conceito hipotético e utópico;
• Exemplos de processos que podem ser aproximados por
processos reversíveis:
Pêndulo no vácuo com atrito pequeno no pivô
Gás expandido e comprimido
adiabaticamente num cilindro-pistão Troca de calor em corpos com
Processo Internamente Reversível
• Processo internamente Reversível é aquele no qual não existem
irreversibilidades internas;
• Porém ocorrem irreversibilidades nas suas vizinhanças;
• Todas as propriedades intensivas são uniformes ao longo de
cada fase presente;
• Consiste numa série de estados de equilíbrio: é um estado de
quase-equilíbrio;
• São bem úteis na determinação do melhor desempenho de um
sistema;
• Todo processo em um reservatório térmico é um processo
internamente reversível.
Interpretação do enunciado de Kelvin-Plank
• Considere que no sistema da figura não existem
irreversibilidades, logo o sistema retorna ao seu estado
inicial ao final de um ciclo;
• Já que W
ciclo= 0 (para não violar a segunda lei), não haveria
variação líquida na altura da massa;
• Já que W
ciclo= Q
ciclo, segue-se que Q
ciclo= 0, logo não haveria
variação líquida nas condições do reservatório térmico.
Sistema percorrendo um ciclo enquanto troca energia (calor) com um único RT. RT é livre de irreversibilidades. O Sistema massa-polia também.
Eficiência de Ciclos de Potência
• Se não houvesse a transferência de calor para o
reservatório frio, a eficiência seria de 100%;
• Porém, sem o reservatório frio viola-se o enunciado de
Kelvin-Plank;
• Decorre daí um corolário de Carnot, que diz: todos os
ciclos de potência têm eficiência menor que 100%.
1
ciclo C H HW
Q
Q
Q
Sistema percorrendo um ciclo de potênciaDemonstrando o 1º Corolário
ciclo I R W W W 0 ciclo W No sistema
combinado:
0 I R W W I R W W I R
Demonstrando o 2º Corolário
2 1 ciclo R R W W W 0 ciclo W No sistema
combinado:
1 2 0 R R W W 1 2 R R W W 1 2 R R
R1 R2 WR1 WR2 WR2Eficiência de Refrigeração/ Bomba de Calor
• Se não houvesse a necessidade do fornecimento de trabalho
ao ciclo, os coeficientes de desempenho seriam infinitos;
• Porém sem o fornecimento de trabalho teríamos a violação
do enunciado de Clausius;
• Segue daí um Corolário, que diz: todos os ciclos de
refrigeração/ bomba de calor tem desempenho finito.
C C ciclo H C H H ciclo H C Q Q W Q Q Q Q W Q Q
Eficiência térmica Refrigeração Bomba de CalorCorolários para Refrigeração/ Bomba de calor
• O coeficiente de desempenho de um ciclo de
refrigeração irreversível é sempre menor do
que o coeficiente de desempenho de um
ciclo de refrigeração reversível quando cada
um opera entre os mesmos reservatórios
térmicos;
• Todos os ciclos de refrigeração reversíveis
operando
entre
os
mesmos
dois
reservatórios térmicos possuem o mesmo
coeficiente de desempenho;
• O
mesmo
vale
substituindo
o
termo
Refrigeração por Bomba de calor.
A escala de temperatura Kelvin
• A partir do 2º Corolário de Carnot,
sabemos que a eficiência de um
ciclo de potência está relacionada à
natureza dos reservatórios;
• Observa-se que é a diferença de
temperaturas entre os
reservatórios que promove a
transferência de calor;
• Logo, a eficiência do ciclo deve
depender somente da
temperatura dos reservatórios.
(
,
)
(
,
) 1
1
(
,
)
(
,
)
C H C C H H C C H H C C H ciclo H revQ
Q
Q
Q
Q
Q
,
H C
Temperaturas em uma escala a ser definidaDefinindo a escala Kelvin
273,16 ciclo pt rev Q T Q C HT
T
Para a escala Kelvin, tem-se:
A mesma equação vale para ciclos de refrigeração e bomba de calor, basta que seja um ciclo reversível;
Na sequência é necessário utilizar um estado de referência, que neste caso será o ponto triplo da água (273,16 K);
Como a energia rejeitada do ciclo por transferência de calor Q não é
negativa, logo T não pode ser negativo, assim 0K é a menor temperatura que pode ser atingida, chamado zero absoluto.
C C ciclo H H rev Q T Q T Propriedade termométrica da transferência de calor em T Transferência de calor no Ponto de referência
Escala Internacional de Temperatura
• Uma vez que não é possível reproduzir um ciclo reversível, a Escala
Internacional de Temperaturas utiliza pontos fixos reprodutíveis:
Desempenho Máximo
• Para ciclos de potência:
1
C máx HT
T
Eficiência de Carnot
para TC=298KDe a para b: pequeno aumento em TH , grande aumento na eficiência Maior que b: torna-se muito
Ciclos de Refrigeração e Bobam de Calor
• Para ciclos de refrigeração:
• Para bombas de calor:
C máx H CT
T
T
H máx H CT
T
T
A escala Kelvin de temperatura
Ciclo de Carnot
Máquina térmica Refrigeração Bomba de calor
O ciclo de Carnot somente com gás
p v 2 3 1 4 p v 2 3 1 4 p v 2 3 1 4 p v 2 3 1 4 p1V1k=p 2V2k p3V3k=p 4V4k p2V2=p3V3 p4V4=p1V1 pdv WCiclo de Carnot
• É um sistema que executa um ciclo em uma série
de quatro
processos
internamente reversíveis
:
dois
processos adiabáticos
alternados com
dois
processos isotérmicos.
Ciclo de potência Carnot Ciclo de refrigeração/bomba de calor Carnot
Ciclo de potência
1-2: Compressão adiabática até 2,
onde temperatura é T
h;
2-3: Expansão isotérmica,
recebendo energia do reservatório
quente à T
h;
3-4: Expansão adiabática até a
temperatura cair para T
c;
4-1: Compressão isotérmica,
cedendo energia ao reservatório
Diagrama p-v
Trabalho realizado pelo gás para se expandir Trabalho realizado para
comprimir o gás Trabalho líquido realizado pelo ciclo
O ciclo de Carnot em um sistema com
mudança de fase
pdv W
Ciclo de Carnot - Eficiência
para máquina térmica
H
Q
W
Ciclo de Refrigeração/ Bomba de Calor
1-2: Expansão isotérmica,
recebendo energia do reservatório
frio à T
c;
2-3: Compressão adiabática até
atingir temperatura T
h;
3-4: Compressão isotérmica,
cedendo energia ao reservatório
quente à T
H;
4-1: Expansão adiabática até a
Ciclo de Refrigeração/ Bomba de Calor
Trabalho líquido fornecido ao ciclo
O corolário de Clausius ou Desigualdade de
Clausius
Fi
g05