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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA À TORÇÃO DE MINIIMPLANTES ORTODÔNTICOS, SUBMETIDOS À

REINSERÇÃO ÓSSEA

FABIO SCHEMANN-MIGUEL

Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ortodontia.

São Paulo 2008

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA À TORÇÃO DE MINIIMPLANTES ORTODÔNTICOS, SUBMETIDOS À

REINSERÇÃO ÓSSEA

FABIO SCHEMANN-MIGUEL

Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ortodontia.

Orientador:

Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira

São Paulo 2008

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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza . UNICID S323e Schemann-Miguel, Fabio.

Estudo comparativo da resistência à torção de miniimplantes ortodônticos, submetidos à reinserção óssea. / Fabio Schemann-Miguel. São Paulo, 2008. 126 p.; anexos.

Bibliografia

Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientadora: Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira.

1. Implantes dentários. 2. Procedimentos de ancoragem ortodôntica. 3. Torque. 4. Resistência de materiais. 5. Ortodontia. I. Cotrim-Ferreira, Flávio Augusto.

BLACK. D762

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.

São Paulo, ____ / ____/ _____

Assinatura: _____________________________ e-mail:

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Schemann-Miguel, F. Estudo comparativo da resistência à torção de miniimplantes ortodônticos, submetidos à reinserção óssea [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2008.

São Paulo, ____/____/_______

Banca Examinadora

1) Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira (Orientador)

Julgamento: ... Assinatura: ...

2) Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar (prof. Convidado)

Julgamento:... Assinatura: ...

3) Prof. Dr. Flavio Vellini Ferreira.

Julgamento:... Assinatura: ...

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Como podemos dizer obrigado às pessoas que nos ajudaram e incentivaram?

No passado de todos, houve pessoas muito especiais que fizeram o que outros não queriam. Todos queremos retribuir a bondade que nos mostraram, mas o fato é que nunca se pode retribuir completamente. Você pode tentar, mas sempre fica devendo, em qualquer tentativa. Só há uma maneira de saldar a dívida. Passar essa bondade adiante para alguém que precisa de incentivo ou auxílio. Passe adiante... é assim que se diz “Obrigado”.

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Dedicatória

Aos meus pais Mário e Mônica pelo amor com que me deram o

presente da vida e por serem meus mestres e modelos.

À minha esposa Delaini, pela constante fonte de sabedoria, amor,

carinho e incentivos para minha superação, e pelos dois filhos

maravilhosos que me presenteou.

Aos meus filhos Lucca e Enzo que me fizeram ver o mundo de outra

forma, e aprender a intensa tarefa de ser pai.

Ao Prof. Celso de Camargo Barros um “pai ortodôntico”.

À Prof. Marília Marques Netto Mercadante modelo de pessoa e

professora a ser seguido, cuja ausência é sentida e lembrada.

Ao Prof. Armando Salles Martins que deixou ensinamentos

preciosos e muitas saudades.

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Agradecimentos especiais

A Deus que me presenteou com uma vida perfeita e ainda me guia pelo melhor caminho, sempre.

Ao Prof. Dr. Flávio Vellini Ferreira que tem a grandeza de um mestre e a humildade de quem se considera um simples professor. Nessa humildade me ensinou a pesquisar e no exemplo de vida ensinou-me a lutar para atingir minhas metas.

Ao meu orientador Prof.Dr. Flávio Cotrim-Ferreira, uma pessoa ímpar, meigo, sensato, um mestre na arte de gerenciar, hábil em extrair o melhor das pessoas, a você meu muito obrigado!

À Professora Alessandra Motta Streva pela sua ajuda inestimável na elaboração dessa tese.

Ao Professor Hélio Scavone Júnior nos prestigiando com seus conhecimentos.

Ao Professor Paulo Eduardo Guedes Carvalho que se dedicou de forma especial em todos os momentos, sempre corrigindo nossas falhas para nos tornar melhores educadores.

Às professoras do corpo docente do curso de mestrado da UNICID, Ana Carla Raphaelli Nahás, Daniela Gamba Garib Carreira, Karyna Martins Do Valle-Corroti, e Rívea Inês Ferreira pela agradável companhia e amizade durante os momentos de convívio.

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Aos meus colegas de turma, Camilla, Daniel, Evandro, Leni, Marcus, Mustaphá, Ricardo, Rita, Rubem Patrício e Sandrine pelo conhecimento partilhado e agradável companhia.

Ao estatístico Rafael Pimentel Maia, pelo seu trabalho e ensinamentos passados com maestria.

Ao grupo de engenharia da indústria Morelli, pelas explicações em uma área totalmente nova para mim.

À empresa Neodent e Conexão pela gentileza de ceder seus produtos para os ensaios.

À empresa Sin que manifestou interesse na participação desse projeto, desde o seu início.

Ao pessoal do CCDM pelos ensaios realizados em São Carlos. À funcionária Linda, sempre prestativa, uma amiga.

Aos pacientes, pela confiança e respeito. Ao Ubirajara pela formatação desse trabalho.

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Schemann-Miguel, F. Estudo comparativo da resistência à torção de miniimplantes ortodônticos, submetidos à reinserção óssea [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2008.

RESUMO

Os miniimplantes, atualmente, tornaram-se os dispositivos de ancoragem mais discutidos na Ortodontia. Suas características como tamanho reduzido, custo baixo, facilidade de uso, instalação em quase todas as regiões dos maxilares e possibilidade de aplicação de carga imediata, proporcionaram uma rápida aceitação pelos profissionais e assim, vários relatos de casos clínicos foram publicados. Entretanto, poucos trabalhos caracterizando as propriedades mecânicas desses dispositivos foram desenvolvidos. Este trabalho teve a finalidade de estabelecer valores máximos de resistência à torção até a fratura de miniimplantes autoperfurantes. Para tanto, foi utilizada uma amostra de quarenta e cinco miniimplantes, sendo quinze miniimplantes de 1,5mm por 8mm da marca Conexão, quinze miniimplantes de 1,3mm por 9mm da marca Neodent e quinze miniimplantes de 1,4mm por 8mm da marca Sin. A amostra foi dividida em três grupos de quinze, com cinco miniimplantes de cada marca, de acordo com o número de inserções e remoções feitas previamente, isto é, nenhuma, uma e duas inserções, todas feitas pelo mesmo operador, em mandíbulas de suínos. Os resultados mostraram que o torque médio de ruptura dos 45 miniimplantes testados foi de 12,2N.cm, e que quando os miniimplantes foram submetidos a uma inserção e remoção, esse torque de ruptura aumentou nos miniimplantes da marca Sin (14 N.cm) e diminuíram nos miniimplantes das marcas Conexão (10,8 N.cm) e Neodent (9,0 N.m). Quando os miniimplantes foram submetidos a duas inserções e remoções em mandíbulas de suínos, nas três marcas nacionais houve aumento do torque de ruptura para as três

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marcas: Conexão (14,6 N.cm), Neodent (11,2 N.cm) e Sin ( 15,4 N.cm). Assim, conclui-se que houve alterações no comportamento mecânico dos miniimplantes autoperfurantes em relação à resistência à fratura nas três marcas comerciais avaliadas, de diferentes espessuras e comprimentos, quando inseridos e removidos em ossos mandibulares de porco por uma vez e que o torque de ruptura aumentou quando os miniimplantes foram inseridos e removidos por duas vezes.

Palavras-chave: Implantes dentários; Procedimentos de ancoragem ortodôntica; Torque; Resistência de materiais; Ortodontia.

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Schemann-Miguel, F. Comparative study of resistance to twisting of orthodontic miniimplantes, subject to re bone (Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2008.

ABSTRACT

The miniimplantes, for instance, have become the most discussed anchoring devices in Orthodontics. Its features as small size, low cost, ease of use, installation in almost all regions jaws and the possibility of immediate application of load, provided a quick acceptance by professionals and thus, several reports of clinical cases were published. However, few studies characterizing the mechanical properties of these devices have been developed. This work has the aim to establish ceilings twisting of resistance to fracture of miniimplantes autoperfurantes. To that end, we used a sample of forty-five miniimplantes, and fifteen miniimplantes of 1.5 mm per 8mm Brand Connection, fifteen miniimplantes of 1.3 mm per 9mm Brand Neodent and fifteen miniimplantes of 1.4 mm per 8mm Brand Sin. The sample was divided into three groups of fifteen, with five of miniimplantes each brand, according to the number of insertions and deletions made previously, that is, no, one and two insertions, all made by the same operator in jaws of pigs. The results showed that the average torque of miniimplantes rupture of the 45 tested was 12.2 N.cm, and that when the miniimplantes were subjected to an insertion and removal, this increased torque to break the mark in miniimplantes Sin (14 N.cm) and decreased in miniimplantes of brands Connection (10.8 N.cm) and Neodent (9.0 Nm). When the miniimplantes were subjected to two insertions and removals in jaws of pigs in all three national brands increased torque of a break for three brands: Connection (14.6 N.cm), Neodent (11.2 N.cm) and Sin (15.4 N.cm). It is therefore concluded that changes in mechanical behavior of miniimplantes autoperfurantes in relation to

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resistance to fracture in three trademarks evaluated in different thicknesses and lengths, when inserted and removed in mandibular bone pork once and that the torque of collapse rose were miniimplantes when inserted and removed twice.

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LISTA DE TABELAS

p.

Tabela 5.1 - Medida Resumo do Torque de Ruptura para a amostra total ... 76 Tabela 5.2 - Medida Resumo do Torque de Ruptura, segundo o grupo ... 77 Tabela 5.3 - Medida Resumo do Torque de Ruptura, segundo o fabricante ... 78 Tabela 5.4 - Medida Resumo da Deflexão Angular de Ruptura – amostra total.. 79 Tabela 5.5 - Medida Resumo da Deflexão Angular de Ruptura, segundo o

grupo ... 79 Tabela 5.6 - Medida Resumo da Deflexão Angular de Ruptura, segundo o

fabricante ... 80 Tabela 5.7 - Análise de Variância para o Torque de Ruptura, modelo completo

com os dois fatores e interação ... 82 Tabela 5.8 - Análise de Variância para o Torque de Ruptura, modelo apenas

com o fator marca ... 82 Tabela 5.9 - Resultados do teste de compara-ções múltiplas de Bonferroni ... 83 Tabela 5.10 - Análise de Variância para os postos da Deflexão Angular de

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LISTA DE GRÁFICOS

p.

Gráfico 5.1 - Gráfico de Caixas e Histograma do Torque de Ruptura - amostra total ... 76 Gráfico 5.2 - Gráfico de Caixas do Torque de Ruptura, segundo o grupo... 77 Gráfico 5.3 - Gráfico de Caixas do Torque de Ruptura, segundo o fabricante. .... 78 Gráfico 5.4 - Valores médios do Torque de Ruptura – Grupo X Fabricante. ... 78 Gráfico 5.5 - Gráfico de Caixas e Histograma da Deflexão Angular de Ruptura -

amostra total. ... 79 Gráfico 5.6 - Gráfico de Caixas da Deflexão Angular de Ruptura, segundo o

grupo... 80 Gráfico 5.7 - Gráfico de Caixas da Deflexão Angular de Ruptura, segundo o

fabricante. ... 80 Gráfico 5.8 - Valores médios da Deflexão Angular de Ruptura – Grupo X

Fabricante ... 81 Gráfico 5.9 - Valores médios dos postos obtidos a partir da Deflexão Angular de

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LISTA DE FIGURAS

p.

Figura 1.1 - Aparelho ortodôntico usando parafuso de vitalliun para

ancoragem. ... 2

Figura 2.1 - Tipos de ensaios destrutivos... 9

Figura 2.2 - Desenho esquemático do cálculo do ângulo de torção ... 10

Figura 2.3 - Forma de ruptura em metal dúctil ... 11

Figura 2.4 - Forma de ruptura em metal frágil ... 11

Figura 2.5 - Miniimplante e o desenho esquemático dos diâmetros medidos, D1, D2 e D3 ... 51

Figura 4.1 - Mandíbula suína... 66

Figura 4.2 - Mandíbula suína direita ... 67

Figura 4.3 - Mandíbula suína esquerda... 67

Figura 4.4 - Máquina de ensaio Termomec Ortho... 68

Figura 4.5 - Esquema demonstrativo do ensaio de torção ... 69

Figura 4.6 - Acessórios da máquina para fixação dos miniimplantes ... 70

Figura 4.7 - Gráfico torque x deformação... 71

Figura 4.8.- Miniimplantes Conexão ... 71

Figura 4.9.- Miniimplantes Neodent... 71

Figura 4.10 - Miniimplantes Sin ... 71

Figura 4.11 - Máquina de ensaio EMIC DL10000 ... 72

Figura 4.12 - Dispositivo auxiliar da máquina EMIC DL10000 para ensaio de torção ... 72

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SUMÁRIO

p. 1 INTRODUÇÃO ... 1 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 7 3 PROPOSIÇÃO ... 62 4 MATERIAL E MÉTODOS ... 64 4.1 Material ... 65 4.2 Métodos... 66

4.2.1 Preparo das mandíbulas de suínos ... 66

4.2.2 Distribuição e localização dos miniimplantes nas mandíbulas de suínos ... 66

4.2.3 Divisão da amostra de miniimplantes ... 67

4.2.4 Ensaio na máquina de torção ... 68

4.2.5 Análise estatística... 73 5 RESULTADOS... 74 6 DISCUSSÃO ... 85 7 CONCLUSÕES ... 98 REFERÊNCIAS... 101 ANEXOS ... 109

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1 INTRODUÇÃO

A ancoragem ortodôntica é de importância fundamental para o ortodontista no planejamento e execução de seus casos clínicos.

O termo ancoragem ortodôntica era definido como a capacidade dos dentes em resistir a movimentos indesejáveis durante a mecânica ortodôntica. Ela pode ser classificada como absoluta (quando não há movimentação dos dentes posteriores para mesial), moderada (onde o espaço da extração pode ser ocupado pela perda de ancoragem dos dentes posteriores e retração dos dentes anteriores) ou ainda leve, onde o bloco posterior pode ocupar quase que totalmente o espaço da extração (ALMEIDA et al, 2006).

O surgimento dos implantes ósseointegrados permitiu a realização de movimentos ortodônticos sem a preocupação com a colaboração do paciente, assim esses implantes possibilitavam uma ancoragem dita absoluta, pois suportam níveis de força muito maiores que a necessária para a movimentação dental.

A utilização de implantes como ancoragem ortodôntica foi primeiramente descrita em 1945, com o uso de parafusos vitallium e fios no ramo mandibular de cães para obtenção de ancoragem ( Gainsforth; Higley, 1945 ). Figura 1.1

Figura 1.1 - Aparelho ortodôntico usando parafuso de vitalliun para ancoragem. Fonte: GAINSFORTH e HIGLEY,1945,

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Roberts et al (1989) utilizaram com sucesso implantes ósseointegrados

convencionais como reforço para ancoragem.

Entretanto, o uso dos implantes ósseointegrados é restrito a alguns casos devido ao seu tamanho, desconforto, necessidade de técnica cirúrgica complexa e limitação quanto aos sítios de inserção. Assim, nos últimos anos, além dos implantes ósseointegrados, outros tipos de implantes têm sido utilizados, como os ósseointegrados temporários, instalados na sutura palatina, as mini-placas de titânio e os miniimplantes.

Mah e Bergstrand publicaram em 2005 as conclusões da reunião da AAO (American Association of Orthodontics) de 2004 realizada em Orlando, sobre ancoragem esquelética. Determinou-se que o termo Dispositivo de Ancoragem Temporária (DAT) é o melhor para definir todos os implantes, parafusos e pinos e que são instalados para promover ancoragem ortodôntica e que são removidos após a terapia. Os dispositivos de ancoragem temporária (DAT) servem para maximizar a ancoragem ortodôntica, melhorando a qualidade final das terapias.

Dentre os vários tipos de ancoragem temporária, os miniimplantes são considerados os mais versáteis (Kanomi, 1997). Possuem tamanho reduzido, fácil colocação, resistência às forças ortodônticas, capacidade de receber carga imediata, possibilidade de ser utilizado em combinação com as diversas mecânicas ortodônticas, fácil remoção e baixo custo. Com eles, se tornaram viáveis as movimentações dentárias difíceis, como movimento intrusivo de dentes posteriores para correção de mordida aberta anterior, retração de dentes anteriores, mesialização dos dentes posteriores, intrusão de incisivos, correção do plano oclusal, distalização de molares, verticalização e desimpacção de molares, correção de mordida cruzada posterior, tracionamento de dentes inclusos, correção da linha

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média, apoio para elásticos intermaxilares e ancoragem esquelética estética para ortodontia lingual.

A utilização de miniimplantes como dispositivo de ancoragem temporária em todos os segmentos dos arcos dentais é bastante utilizada atualmente por simplificar a aparelhagem ortodôntica e minimizar os efeitos indesejados das forças. Isso ocorre devido à possibilidade de se escolher o local mais conveniente para sua instalação, não envolvendo outras unidades dentárias durante a movimentação ortodôntica.

Como esses sistemas de ancoragem esquelética se mostraram extremamente eficientes, é necessário ter o conhecimento desde a sua fabricação, indicação, utilização e remoção. Como se trata de um dispositivo novo que se tem usado na ortodontia algumas questões ainda necessitam de pesquisas mais profundas.

Melsen e Verna (2005) em cinco anos de experiências com a utilização de ancoragem esqueletal receberam relatos de problemas comuns, que classificaram como problemas relacionados aos miniimplantes, que na colocação podem fraturar se forem muito finos na área do pescoço (região do miniimplante que se inicia no final do corpo que é a região do miniimplante que fica dentro do osso e possui espiras e finaliza no início da cabeça que é a porção do miniimplante que fica para fora da mucosa e encaixa as ativações como elásticos e molas, o pescoço deve ser polido e de comprimento semelhante ao da espessura da mucosa), ou não foi forte o suficiente para resistir ao stress na remoção. Infecções podem se desenvolver ao redor do pescoço do miniimplante se essa porção transmucosa (pescoço) não for inteiramente lisa, causando sua perda. Os problemas relacionados com os operadores estão associados à pressão excessiva durante a colocação, podendo

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haver a fratura do dispositivo, e movimentos excêntricos com a chave de colocação de miniimplantes na introdução, alargando em demasia o local de inserção. Os problemas referidos aos pacientes estão relacionados com a qualidade óssea, na qual a estabilidade primária, é comprometida em pacientes com corticais ósseas menores que 5mm e densidade trabecular baixa. Os miniimplantes são contra-indicados em pacientes com alterações metabólicas no osso devido a doenças e medicações várias.

De acordo com Marassi et al ( 2005 ), dentre as complicações que podem surgir durante o seu uso, tem-se a fratura do miniimplante por força excessiva do operador na inserçã, infecção e inflamação ao redor do miniimplante, perfuração da raiz do dente pela broca, contato do miniimplante com o ligamento periodontal ou com a raiz do dente e presença de mobilidade ou deslocamento do miniimplante.

Como poucos trabalhos descrevem as características mecânicas desse tipo de material na qual são confeccionados os miniimplantes (titanium grau V), como o nível máximo de torque, resistência e tipo de liga metálica utilizada, acredita-se que avaliações da qualidade dos miniimplantes no que concerne à resistência à fratura poderá vir a ajudar na utilização de maneira mais segura e precisa desse dispositivo ortodôntico de ancoragem. Assim, esta pesquisa visa esclarecer e prevenir uma das falhas mais comuns e prejudiciais ao paciente quando este se submete a um tratamento com os miniimplantes, ou seja, a quebra do miniimplante dentro do osso, muitas vezes, próximo das raízes dentais. Essa situação pode ocorrer durante a sua inserção, travamento ou remoção. As reinserções ocorrem quando no ato da colocação do miniimplante há um direcionamento inadequado, falhando no sentido mésio-distal ou cérvico-oclusal, inserindo o miniimplante no ligamento periodontal ou na raiz do dente, necessitando removê-lo e recolocá-lo com posicionamento correto,

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ou mesmo quando após a colocação com êxito, haverá a necessidade de reinstalá-lo em outra região devido à baixa qualidade óssea, em razão da baixa espessura da cortical óssea, confirmada pela instabilidade do miniimplante, mobilidade do mesmo, imediatamente após a sua colocação. Será definido neste trabalho se as características estruturais e o torque máximo de cada miniimplante de três marcas comerciais testadas, são alteradas quando inseridos e removidos mais que uma vez no osso mandibular suíno.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Uma das grandes evoluções na Ortodontia foi o dispositivo de ancoragem ortodôntica. Com os miniimplantes, seriam possíveis as realizações de ancoragem absoluta, isto é, a ausência total de movimentação do segmento de ancoragem, permitindo somente a movimentação ortodôntica do dente ou grupo de dentes almejado.

A utilização das técnicas de ancoragem tiveram início com a própria mecânica ortodôntica, constituindo, um passo primordial no tratamento ortodôntico. Os dispositivos extra-bucais e intra-bucais utilizados tradicionalmente para a obtenção de uma ancoragem máxima seria limitado quanto ao potencial de ancoragem pois dependeria da colaboração do paciente, além de poder causar desconforto.

Em decorrência dos diversos aspectos limitantes da ancoragem tradicionalmente utilizada, o interesse por dispositivos mais eficazes, confortáveis, menos traumáticos, que não comprometessem a estética e que fossem de melhor aceitação pelo paciente, os implantes dentários tornaram-se atrativos por suprirem essas necessidades.

Os implantes ósseointegrados têm sido utilizados com sucesso para substituição de dentes perdidos com o objetivo de restabelecer a função mastigatória, bem como para proporcionar uma melhora psicossocial dos pacientes reabilitados com próteses convencionais (ADELL et al, 1981). Foi também, uma excelente alternativa dentro dos métodos de ancoragem ortodôntica principalmente quando havia a necessidade da ancoragem máxima e quando os pacientes não fossem colaboradores quanto à utilização de aparelhos extra-bucais (CHENG et al, 2004).

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Em 1945, Gainsfort e Higley testaram em mandíbulas de cães pela primeira vez, a utilização de parafusos de vitalium como ancoragem ortodôntica, contudo não obtiveram sucesso, pois nessa pesquisa os parafusos só se mantiveram estáveis por no máximo um mês após a aplicação da força.

Com o descobrimento da osseointegração por Branemark, Braine e Adell (1969) na década de 60 e a utilização do titânio como único material biocompatível, foi possível obter altas taxas de sucesso com o implante dental.

Souza S.A. (1982) mediante seu livro “Ensaios mecânicos de materiais metálicos”, menciona que os ensaios mecânicos simulam forças que são impostas a uma estrutura em determinada circunstância, e podem ser classificados em não destrutivos, quando não comprometem a estrutura do material, ou destrutivos quando promovem a ruptura ou a inutilidade do mesmo. Na primeira classificação, os não destrutivos, estão os raios X e o ultra-som, dentre outros. Na segunda classificação, os destrutivos, estão os ensaios de compressão, tração, flexão, cisalhamento, torção ou ainda uma combinação de duas ou mais forças.(Figura 2.1)

Figura 2.1 - Tipos de ensaios destrutivos

O ensaio mecânico de torção não é utilizado para especificações de materiais e sim indicado para peças, que na prática são submetidos aos esforços de torção como: barras de torção, parafusos dentre outros.

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Na torção pura há tensão de cisalhamento, que é zero no centro do corpo de prova ( ou da estrutura de secção circular) e aumenta gradativamente até atingir seu valor máximo na superfície. O diagrama que se obtém de um ensaio de torção apresenta-se com o torque no eixo das ordenadas e a deformação angular no eixo das abcissas. Assim podem ser calculadas as propriedades mecânicas do material ou das estruturas ensaiadas. O torque pode ser originado por uma força que atua sobre um braço de alavanca ou pode surgir por meio de um eixo girando, transmitindo potência. A deformação angular resultante do torque aplicado na estrutura é calculada pelo ângulo de torção, ou seja, o deslocamento angular de um ponto perto da extremidade fixa até um ponto na mesma linha longitudinal, perto da extremidade giratória.(Figura 2.2).

Figura 2.2 - Desenho esquemático do cálculo do ângulo de torção

De acordo com Souza ( 1982 ), a torção pode ser classificada em:

torção uniforme: onde há plena liberdade para deformação das secções transversais; torção não uniforme: quando ocorrem os engastamentos em suas

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proximidades, onde as secções transversas não estão livres para girar. Com relação aos tipos de fraturas resultantes de um carregamento em torção, em um corpo cilíndrico, sujeito à torção, há tensões máximas de cisalhamento situadas em dois planos perpendiculares entre si, sendo um deles perpendicular e outro paralelo ao eixo longitudinal do corpo de prova. Assim a ruptura de um metal dúctil ocorre por deslizamento ao longo dos planos onde se situam tensões máximas de cisalhamento, portanto o aspecto da fratura é plano.(Figura 2.3) Já um metal frágil rompe ao longo de um plano perpendicular à direção da tensão de tração, isto é, uma tensão que faz um ângulo de 45˚ com o eixo longitudinal do corpo de prova, resultando em uma ruptura em hélice.(Figura 2.4)

Figura 2.3 - Forma de ruptura em metal dúctil Figura 2.4 - Forma de ruptura em metal frágil

Esta diferença de comportamento torcional entre diferentes biomateriais que podem compor um mesmo tipo de implante mostra-se relevante e, com isso, faz-se necessária uma correta avaliação de seu comportamento mecânico durante simulações confiáveis de sobrecarga de torção.

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Creekmore e Eklund em 1983 fizeram o relato de um caso clínico em que foi inserido um miniimplante abaixo da espinha nasal anterior e realizada a intrusão dos incisivos de um paciente que apresentava sobremordida profunda e sorriso gengival, obtendo excelentes resultados e ausência de mobilidade do implante após um ano de tratamento.

Estudando os implantes de titânio, Roberts et al (1984) tiveram como objetivos a investigação de uma técnica cirúrgica para a preparação do local de inserção dos implantes na cortical óssea. Além disso, avaliaram a biocompatibilidade óssea desses implantes, determinaram os períodos de cicatrização, descreveram a modelação e remodelação óssea após a aplicação de carga e determinaram parâmetros temporais e histomorfométricos nos ciclos de remodelação da cortical óssea. Em uma amostra de 14 coelhos de 3 a 6 meses de idade, foram instalados 2 implantes de titânio em cada fêmur. Após 6, 8 e 12 semanas de cicatrização, foi realizada uma cirurgia de reabertura dos implantes e colocadas molas de aço inoxidável com 100g de força entre os implantes, os quais permaneceram por 4 a 8 semanas. Os autores concluíram que os implantes de titânio desenvolveram uma rígida interface óssea e que o período de 6 semanas seria o mais adequado para a cicatrização. Observaram que uma carga contínua sobre os implantes os mantêm estáveis dentro da base óssea, além disso, nos locais de compressão, foi observada formação óssea. Os autores sugeriram ainda que os implantes endósseos ou ósseointegrados seriam recursos potenciais para ancoragem óssea rígida na Ortodontia e na Ortopedia Facial.

Com o propósito de investigar o uso de implantes de titânio ósseointegrados utilizados como ancoragem ortodôntica e ortopédica, Turley (1988), utilizou técnicas de marcadores ósseos vitais, histológicos e radiográficos. Para tanto, foram

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colocados 42 implantes de titânio em 5 locais da mandíbula de 6 cachorros adultos. Após 8 semanas da realização da cirurgia de colocação dos implantes, foi realizada a cirurgia de reabertura. Após 20 semanas, a mobilidade desses implantes foi checada, sendo que apenas 24 implantes permaneceram estáveis. Foi aplicada cargas em 8 dos 24 implantes utilizando-se segmento de fio 0,016” x 0,022” contendo uma mola helicoidal fechada ou aberta entre o implante e o segundo pré-molar. Foi feita uma ativação semanal do aparelho para manter uma força de aproximadamente 300g por um período de 9 semanas. Os autores concluíram que todos os 8 implantes que receberam carga permaneceram estáveis durante o período de ativação de força, confirmando o seu potencial de unidade de ancoragem ortodôntica e ortopédica.

Higushi e Slack (1991), em um estudo prospectivo em que envolveu sete pacientes adultos que foram tratados com implantes de titânio usados como unidades de ancoragem rígida. Nesses pacientes, foram aplicadas forças ortodônticas de 150g a 400g, direcionadas aos implantes para corrigir uma variedade de más oclusões. Todos os catorze implantes colocados permaneceram estáveis durante todo o curso do tratamento. Nenhuma complicação significante ocorreu e foram obtidos resultados oclusais e faciais satisfatórios em todos os casos. Em 1996, Melsen e Fiorelli mostraram em três casos como seria possível a intrusão de molares e como tais dentes movimentados poderiam mudar o prognóstico de uma dentição degenerativa. Nos três casos, os pacientes eram do gênero feminino e suas idades eram de 38, 40 e 23 anos de idade, todas possuíam extrusão de molar superior, e foram tratadas com aparelhagem fixa segmentada e um miniimplante instalado na região do palato para intrusão. Ao término dos tratamentos novas análises cefalométricas foram tiradas e comparadas com a inicial,

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mostrando uma intrusão de 4,5mm no primeiro caso e 3mm no segundo e terceiro caso. Concluíram que a intrusão é efetiva e melhora o prognóstico de dentições com oclusões patológicas.

A descrição de um miniimplante especificamente desenhado para uso ortodôntico foi feita por Kanomi em 1997. O autor relatou que implantes de titânio ósseointegrados tem sido usados com grande sucesso para reparar perdas dentais, mas seu uso para ancoragem ortodôntica tem sido limitado pelo espaço. Os implantes dentais convencionais podem ser colocados somente em regiões retromolares ou em áreas edêntulas e geram incômodo para o paciente devido à severidade da cirurgia, o desconforto inicial da cicatrização e a dificuldade da higiene oral. Devido a isso, preconizou miniimplantes com 1,2 mm de diâmetro e 6,0 mm de comprimento, pequenos o suficiente para serem usado entre as raízes dos molares.

O uso dos implantes como ancoragem ortodôntica abriu um novo horizonte dentro da Ortodontia, pois eles são previsíveis e realizáveis. Assim, o desenvolvimento dos miniimplantes foi de suma importância, pois eles seriam pequenos o suficiente para serem aplicados nos mais variados locais, inclusive entre os ápices radiculares. O procedimento cirúrgico seria simples, e, com o advento dos novos sistemas de mini-parafusos auto-perfurantes a técnica tornou-se ainda mais fácil. A sua remoção é outro procedimento de fácil realização e sem complicações. (Kanomi, 1997; KYUNG ET AL, 2003)

Costa, Raffini e Melsen em 1998 desenvolveram um miniimplante ortodôntico com sua extremidade externa simulando o encaixe de um braquete com dimensões de 2 mm de diâmetro e 9 mm de comprimento. Esse dispositivo, de acordo com os autores, teria colocação e remoção simplificadas e a aplicação de

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força poderia ser realizada imediatamente após a sua inserção. Contudo, a sua estabilidade seria limitada quando uma força de torção fosse aplicada ao dispositivo durante o período de ativação.

Umemori et al (1998) desenvolveram um sistema de ancoragem esqueletal para movimentação dos dentes que consistia de uma mini-placa de titânio que era temporariamente implantada na maxila ou na mandíbula como uma ancoragem imóvel. Utilizaram para intruir molares inferiores em má oclusão por mordida aberta e avaliaram os resultados no tratamento de dois casos severos que sofreram tratamento ortodôntico junto com o sistema. Colocaram placas de titânio no osso cortical vestibular ao redor da região apical dos primeiros e segundos molares inferiores em ambos os lados direito e esquerdo. Elásticos foram utilizados como fonte de força ortodôntica para reduzir a excessiva altura dos molares. Os molares inferiores foram intruídos de 3 a 5mm, e a mordida aberta teve uma significante melhora com pequena ou quase nenhuma extrusão dos incisivos inferiores. Nenhum efeito colateral sério foi observado durante o tratamento ortodôntico. O sistema de ancoragem esqueletal foi efetivo para controle da inclinação e nível do plano oclusal durante a correção ortodôntica da mordida aberta.

A intenção do estudo feito por De Pauw, Dermaut, Bruyn e Johansson (1999), foi investigar a estabilidade da fixação osseointegrada quando usada como ancoragem para tração ortopédica com magnitude de força extrema. Três implantes “Branemark” foram colocados no arco zigomático esquerdo e três no lado direito em cinco cachorros adultos. Uma força não axial ortopédica de 5N.cm foi aplicada usando um sistema de mola intra-oral. Após dois meses de forças contínuas, adaptação óssea e mineralização ao redor dos implantes, os mesmos foram analisados. Todos os implantes com carga estavam imóveis, e uma significante

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perda de osso marginal na interface implante-“abutment (< 1mm) foi observada ao redor de cada implante. A remodelação óssea foi significantemente mais pronunciada no lado em que a força foi aplicada. As análises radiográficas e histológicas mostraram osso com padrão trabecular normal ao redor dos implantes.

Em 2000, Gray e Smith apresentaram um caso clínico utilizando implantes ortodônticos para ancoragem chamados de MTI (Modular Transitional Implant). Esses dispositivos teriam diâmetro de 1,8 mm e estariam disponíveis aos profissionais em comprimentos de 14mm,17mm e 21mm, com extremidade externa de 7mm, exatamente. Estes autores enfatizaram que enquanto os implantes ósseointegrados dentais tenderam a resistir à forças pesadas e intermitentes da oclusão, as forças ortodônticas seriam menores e mais estáveis. Desta forma, o dispositivo ideal para ancoragem ortodôntica deveria ser pequeno, capaz de ancorar, de fácil colocação, resistente às forças ortodônticas, permitir a aplicação de carga imediata, ser usado com as mecânicas ortodônticas convencionais e de fácil remoção.

Em 2001, Daimaruya et al pesquisaram sobre o efeito da intrusão do molar no feixe vásculo-nervoso e reabsorção radicular em cachorros. Para tanto, desenvolveram um sistema de ancoragem esquelética (SAS) formado por mini-placas e parafusos ósseointegrados para correção da mordida aberta, pela intrusão dos molares. Os resultados desse estudo mostraram que os molares intruíram 3,4mm de média em 7meses, os nervos e vasos sanguíneos não foram danificados e reabsorção radicular foi observada mas foi reparada com novo cemento.

Três cachorros adultos da raça Beagle foram utilizados no trabalho de Ohmae et al (2001), que avaliou clínica e histologicamente os miniimplantes de titânio usados como ancoragem na intrusão ortodôntica dos dentes posteriores inferiores.

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Os autores instalaram seis miniimplantes ao redor dos terceiros pré-molares de cada lado, três no lado vestibular e três no lado lingual, na mesial, distal e interradicular de cada lado, utilizando 150g de força de intrusão. A carga aplicada foi iniciada após seis semanas apenas nos miniimplantes interradiculares e os miniimplantes mesial e distal foram utilizados como controle. Após o término do tempo de intrusão que foi de 12 a 18 semanas, os animais foram sacrificados e suas mandíbulas analisadas. Os resultados indicaram que os terceiros pré-molares intruíram 4,5mm em média, com suave reabsorção radicular. Além disso, a calcificação do osso peri-implantar nos implantes com ativação foi igual ou ligeiramente maior que os de controle. Esses achados sugeriram que os miniimplantes são efetivos para ancoragem na intrusão ortodôntica em cachorros Beagle.

Melsen e Lang (2001) avaliaram os efeitos produzidos no osso alveolar que foi submetido a uma carga ortodôntica aplicada sobre implantes orais. A carga influenciou significativamente o movimento e a densidade do osso alveolar nas proximidades do implante. Contudo, mesmo implantes que não sofreram uma carga ortodôntica tenderam a manter as características ósseas do processo alveolar. Por outro lado, o grau de osteointegração pareceu ser independente da presença ou não de carga sobre o implante.

Em 2001, Paik, Woo e Boyd descreveram o tratamento de um paciente adulto com excesso maxilar vertical usando ancoragem com mini-parafuso na região da sutura palatina para intrusão dos dentes posteriores superiores. Os autores alertaram sobre a necessidade de estudos de longa duração sobre a estabilidade desses efeitos verticais possibilitados pela ancoragem esquelética.

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Favero, Brollo e Bressan (2002) fizeram uma revisão de literatura, analisando os maiores estudos publicados entre 1970 e 2000 relacionados ao uso de implantes para ancoragem ortodôntica. A análise da literatura foi dividida em tópicos específicos como materiais, tamanhos e formas dos dispositivos, biomecânica, tempo de cicatrização, aplicação de força, nível de força, procedimento cirúrgico e critérios para a obtenção de sucesso.

Em 2002, Sugawara et al, utilizaram o sistema de ancoragem esquelética (SAS) composta de mini-placas e parafusos corticais, para intrusão de molares inferiores com conseqüente correção da mordida aberta e rotação anti-horária da mandíbula. Avaliaram as mudanças dento-alveolares no tratamento e pós-tratamento, utilizando nove pacientes adultos que apresentavam mordida aberta, sendo sete do gênero feminino e dois do gênero masculino, tratados com êxito. Obtiveram como resultado, após avaliação das telerradiografias, radiografias panorâmicas e periapicais iniciais e finais, que: a quantidade média de intrusão dos primeiros e segundos molares inferiores foi de 1,7mm e 2,8mm respectivamente. A taxa média de recidiva foi de 27,2% para o primeiro molar e não houve mudança significante na altura da crista óssea, comprimento da coroa clínica, e comprimento da raiz. Foi observado durante o tratamento rotação anti-horária da mandíbula e diminuição da altura facial anterior. Os autores concluíram que o sistema de ancoragem esquelética seria válido para intrusão de molares para correção de mordidas abertas.

Bae et al (2002) relataram o controle da ancoragem ortodôntica utilizando miniimplantes por meio de um caso clínico em que o paciente apresentava sorriso gengival e relação de caninos de Classe II. A má oclusão foi corrigida com intrusão e retração de toda a bateria de dentes anteriores sem haver perda de ancoragem. Os

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miniimplantes foram desenhados para reparar fragmentos ósseos em cirurgias buco-maxilo-faciais ou em cirurgias plásticas, utilizados por muito tempo somente com essas finalidades. Os dispositivos seriam pequenos em diâmetro 1,2mm e disponíveis em vários comprimentos, podendo ser inseridos em muitos locais, incluindo espaços interradiculares. Além disso, possibilitariam receber carga imediatamente à sua colocação, suportando forças ortodônticas usuais de 200g a 300g durante toda a duração do tratamento. Por não necessitar de osseointegração, poderia ser facilmente removido pelo ortodontista e teria a vantagem do baixo custo.

Janssens et al. (2002) relataram um tipo diferenciado de ancoragem esquelética, o “onplant”, este se parece com o acessório ortodôntico botão lingual, mas com uma base maior em titânio que deve ficar em contato com o osso até obter a osseointegração. Foi utilizado em um paciente do gênero feminino leucoderma, de 12 anos de idade. O onplant foi instalado no palato para extrusão de primeiros molares superiores não irrompidos. Esse procedimento necessitou de cirurgia prévia e tempo de osteointegração, para que as forças pudessem ser aplicadas.

Park, Hyung e Sung em 2002, também descreveram um método simplificado para verticalização de molares com a aplicação clínica dos miniimplantes. De acordo com os autores, os segundos molares superiores e inferiores poderiam ser verticalizados sem efeitos colaterais aos dentes anteriores e sem o uso de braquetes, eliminando desta maneira a necessidade de desgastes para redução oclusal destes dentes.

Foi relatado por Kyung et al ( 2003), o desenvolvimento dos miniimplantes ortodônticos para ancoragem intra-oral. Os autores descreveram as suas

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características, seleção dos miniimplantes, sítios de inserção, procedimento de colocação, cuidados e possíveis complicações cirúrgicas. Além disso, uma carta aos pacientes contendo informações adequadas deveria ser utilizada antes que a cirurgia fosse realizada. O sucesso dos miniimplantes dependeriam de diversos fatores como a habilidade do cirurgião, as condições físicas do paciente, a adaptação e seleção dos sítios de inserção, bem como uma adequada higiene oral. Também foi notado que poucas falhas foram observadas quando os miniimplantes foram colocados em áreas de gengiva inserida, se comparadas com áreas de gengiva marginal ou livre.

Kyung, Choi e Park (2003) explanaram a respeito de um casos clínico em que houve a perda de ancoragem de segundos molares inferiores para o espaço deixado pela extração dos primeiros molares inferiores. Os autores utilizaram miniimplantes como ancoragem, utilizando aparatologia lingual. Relataram a dificuldade de mesialização dos molares inferiores, porque a mandíbula é composta por uma cortical óssea espessa conectado por um trabeculado ósseo grosso, e as raízes dos molares inferiores são extremamente vestibularizadas posicionando-se na região cortical mandibular, dificultando sua mesialização.

Park, Bae, Kyung e Sung (2003), fizeram uso de miniimplantes de titânio para ancoragem ortodôntica, pois são pequenos o suficiente para instalar em qualquer área do osso alveolar, fácil de instalar e remover e de custo financeiro baixo. Mostrou uma nova abordagem para o tratamento da biprotrusão esqueletal Classe I, com o uso de miniimplantes como ancoragem para retração de dentes anteriores superiores e inferiores.

Park et al (2003), relataram as dificuldades de execução do tratamento protético em pacientes com perda de molares em que os antagonistas extruíram.

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Descreveram o sucesso da intrusão dos molares com a utilização dos miniimplantes se a direção e quantidade de força forem cuidadosamente controladas. Relataram em seu trabalho que Burstone (1977) considerou a condição favorável de força de intrusão dental anterior em torno de 20 gramas, e Gianelly e Goldman (1971) recomendaram de 15 a 50 gramas de força para dentes pequenos. Para intrusão de molares, Umemori et al. (1998) recomendaram uma força inicial de 500 gramas. Kalra et al (1989) sugeriram cerca de 90 gramas por dente para intrusão de molares em crianças em fase de crescimento, e Melsen e Fiorelli (1996) usaram 50 gramas vestíbulo-palatinamente para intrusão de molares superiores em adultos. Considerando o número e a área das raízes dos dentes posteriores os autores acharam razoável aplicar força de intrusão de duas a três vezes maior que aquela aplicada nos dentes anteriores, logo utilizaram de 200 a 300 gramas de força de intrusão nos dentes superiores posteriores com três raízes e obtiveram de 0,5 a 1mm de intrusão contínua por mês sem reabsorção radicular notável ou problemas de vitalidade.

Giancotti et al (2003), mostraram o tratamento ortodôntico para posicionar molares ectópicos inferiores em um paciente. Para tanto utilizaram mini-parafusos de puro titânio medicinal (sem adição de Vanádio e Alumínio), de 7mm de comprimento com diâmetro máximo de dois 2 a 3mm e um perfil transmucoso de 2mm, cujos primeiros modelos tinham uma resistência à fratura de 500 N/mm2. Entretanto, devido a algumas fraturas, a resistência foi elevada para 869 N/mm2. Os mini-parafusos utilizados foram auto-rosqueáveis, isto é, necessitaram de uma perfuração com uma fresa prévia.

Os fatores relacionados com a estabilidade de miniimplantes colocados na região posterior para ancoragem ortodôntica foram estudados por Miyawaki40 et al

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(2003). Os autores concluíram que os miniimplantes com diâmetro menor ou igual a 1,0mm, inflamação do tecido peri-implantar e plano mandibular com ângulo alto (osso com cortical fina), estavam associados com a mobilidade (perda) do miniimplante para ancoragem ortodôntica colocado na vestibular do osso alveolar da região posterior. Contudo, não foi possível detectar uma associação significativa entre as taxas de sucesso e as seguintes variáveis: comprimento do miniimplante, carga imediata, tipo de cirurgia de colocação, local de implantação, idade, gênero, apinhamento, relação antero-posterior das bases ósseas, periodontite controlada e sintomas de desordens têmporo-mandibulares.

A aplicação dos miniimplantes associada à terapia com máscara facial foi apresentada por Enacar et al (2003) com um caso clínico em que o paciente apresentava hipoplasia da maxila e oligodontia severa . O plano de tratamento foi o deslocamento anterior da maxila com a máscara facial. Devido a falta de dentes disponíveis, um miniimplante para ancoragem rígida colocado no osso maxilar foi usado, conjugado com os dentes remanescentes. Após três semanas foi aplicada uma força de aproximadamente 800 g, obtendo um significativo deslocamento do complexo maxilar após o período de sete meses.

Carano et al. ( 2004 ) testaram a resistência mecânica dos miniimplantes. Os resultados obtidos demonstraram que o valor médio da resistência à quebra para torção dos miniimplantes de 1,5mm foram de 48,7 Ncm e para os miniimplantes de 1,3mm foram de 23,4 Ncm. Já a resistência à quebra para flexão para os miniimplantes de 1,5mm e de 1,3mm foram de 120,4 Ncm e de 63,7 Ncm respectivamente. A avaliação dos sítios seguros foram feitas por meio de tomografias computadorizados tridimensionais de maxilas de 50 pacientes, determinando inclusive as áreas inadequadas para realização dos miniimplantes. A

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resistência dos miniimplantes superaria a maioria das forças ortodônticas, não sendo a fratura um risco muito relevante durante a ativação, mas sim durante os procedimentos de inserção e remoção. Freqüentemente, a fratura estaria relacionada ao excesso de pressão aplicada à chave longa de inserção manual ou à utilização de contra-ângulos com torque superior a 10 Ncm.

Em 2004 Chang et al relataram a intrusão de molares com a utilização dos miniimplantes ortodônticos como ancoragem em dois casos clínicos. No primeiro caso a paciente de trinta anos de idade possuía extrusão do segundo molar superior esquerdo devido à perda do antagonista e após exames radiográficos para avaliação do longo eixo das raízes e determinação dos lugares de inserção dos miniimplantes, foram colocados dois no lado vestibular entre canino e primeiro pré-molar esquerdo e entre primeiro e segundo pré-molar. No lado palatino foi colocado apenas um miniimplante na sutura palatina. Com fio de TMA 0.032”x0.032” foi confeccionado uma barra presa entre os miniimplantes e estendida até a região do segundo molar extruído. A força de intrusão foi fornecida por cadeias elastoméricas que ia do gancho confeccionado na ponta da barra estendida até o gancho da banda do segundo molar extruído por vestibular, e no lado palatino a cadeia elastomérica ia do gancho da banda até o miniimplante inserido na sutura palatina. A intrusão foi alcançada em quatro meses. No segundo caso, o primeiro molar superior esquerdo extruiu de um menino de doze anos de idade tornando o espaço vertical insuficiente para restauração do primeiro molar inferior esquerdo. Para esse caso foi planejado intrusão do primeiro molar inferior esquerdo em apenas um milímetro, devido ao alto nível ósseo alveolar e gengival que possuía e o restante seria pela intrusão do segundo pré-molar e primeiro molar superior esquerdo. O miniimplante foi colocado entre o canino e o primeiro pré-molar superior esquerdo e um botão foi colado nesse

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dente, de onde partia um fio rígido de aço de 0.018” x 0.025” que foi preso até o miniimplante, estabilizando-o. Bráquetes linguais foram colados no primeiro e segundo pré-molar e primeiro molar superior esquerdo e um fio 0.016” niti foi encaixado para intrusão do segundo pré-molar e primeiro molar superior esquerdo. Um outro fio rígido para estabilização dental foi colocado na mandíbula que ia do miniimplante inserido entre primeiro e segundo pré-molar inferior esquerdo ao botão colado no segundo pré-molar. Por não haver espaço suficiente para colagem de bráquete lingual no primeiro molar inferior esquerdo, uma mola de TMA 0.017” x 0.025” para intrusão do primeiro molar inferior esquerdo foi colada na face oclusal do segundo pré-molar inferior. O espaço vertical adequado para restauração do primeiro molar foi obtido apos cinco meses. Os autores concluíram que os miniimplantes ortodônticos forneceram ancoragem suficiente para o sistema de intrusão utilizado, sem efeitos colaterais, como extrusão de pré-molar para intrusão de molar, quando comparado com a aparelhagem fixa para intrusão.

Chung et al (2004) reportaram um novo modelo de miniimplante usado no tratamento de dois casos clínicos sendo que no primeiro caso a paciente era portadora de osteoporose. Apresentaram os miniimplantes C-Orthodontic, no qual diferiam dos usados atualmente, devido a sua estrutura ser composta de duas partes, cabeça e corpo que se encaixavam. A cabeça de 2,5mm de diâmetro possuía três comprimentos de altura de 5,35mm, 6,35mm e 7,35mm com um furo de 0,8mm de diâmetro localizado a 1mm, 2mm e 3mm do topo respectivamente. Já o corpo possuía 1,8mm de diâmetro e três medidas de comprimento que eram de 8,5mm, 9,5mm e 10,5mm. Este implante era auto-rosqueante e necessitava de perfuração prévia com fresa de1,3mm a 1,5mm de diâmetro com 1000 a 1500 rpm com pressão de 10 a 15 N.cm. Após a escolha do local, era feita a perfuração e

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parafusado com chave específica apenas o corpo do miniimplante, a cabeça poderia ser colocada imediatamente após ou depois de seis a oito semanas. A ativação imediata só era recomendada em áreas de grande condensação óssea, onde havia grande estabilidade, nos lugares de pouca estabilidade óssea era recomendável a ativação após quatro semanas da colocação. Para remoção, primeiro se removia a cabeça do corpo (desencaixava) com uma chave própria e depois com uma outra chave específica para o corpo do miniimplante se efetuava movimentos anti-horários removendo-o do osso. Os autores concluíram que esse modelo de miniimplante poderia produzir ancoragem esqueletal nas mais variadas aplicações clínicas, e inclusive em pacientes com doenças sistêmicas.

Gunduz et al (2004), pesquisaram a taxa de aceitação de implantes palatinos por meio de questionários feitos a 85 pacientes que receberam tratamento ortodôntico com implantes palatinos de duas clínicas da Áustria. Os resultados mostraram que 95% estavam satisfeitos com seu tratamento e 86% recomendariam o tratamento para outros pacientes. Setenta e cinco por cento dos pacientes acharam a montagem da aparelhagem ortodôntica ao mesmo tempo que a instalação do implante palatino menos confortável que só o implante, ao passo que sete por cento acharam o implante palatino pouco confortável. Assim, aproximadamente 24 meses de tratamento com o implante palatino foi considerado tolerável para os pacientes; isto é, o tempo médio do tratamento ortodôntico.

Kyunget al (2004), desenvolveram um micro-implante de titânio que possuía uma cabeça com formato de botão com um orifício para ligaduras ou elásticos. Possuía também um diâmetro pequeno, permitindo sua colocação em muitas áreas da maxila e mandíbula que eram anteriormente inviáveis, como entre raízes de dentes adjacentes.

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A utilização de miniimplantes para correção de mordida aberta anterior severa de um paciente do gênero feminino, de 33 anos, foi descrita por Kuroda, Katayama e Katayama-Yamamoto em 2004. De acordo com os resultados, o queixo retrognata e o perfil convexo do paciente foram melhorados por meio de uma rotação anti-horária da mandíbula. Os miniimplantes provaram ser úteis para a intrusão de molares e, consequentemente, para a resolução de casos severos de mordida aberta anterior.

O tratamento da mordida aberta anterior com o uso de miniimplantes foi feito também por Park, Kwon e Kwon em 2004, onde foram utilizados miniimplantes na região vestibular e mesial dos primeiros molares superiores de um paciente, na distal e vestibular dos primeiros molares inferiores. O paciente foi então submetido à extração de quatro pré-molares. Os miniimplantes superiores permitiram a ancoragem para a intrusão dos dentes posteriores e a retração dos dentes anteriores, já os inferiores foram usados para aplicar forças intrusivas distais aos primeiros molares inferiores e para prevenir o movimento mesial dos dentes posteriores durante o fechamento de espaço. O fechamento do plano mandibular após intrusão dos dentes superiores maxilares e o movimento mesial de corpo dos dentes mandibulares posteriores contribuíram para a melhora no perfil facial.

Casos clínicos foram descritos por Park, Kwon e Jungem 2004, onde em um deles os autores demonstraram sua aplicação na verticalização de segundos molares que se apresentavam em mordida cruzada dental. Esse mau posicionamento foi corrigido por meio de elásticos intermaxilares apoiados em miniimplantes instalados nas regiões vestibular do arco inferior e palatina do arco superior. O outro artigo desses mesmos autores, descreveu a aplicação dos

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miniimplantes no tratamento de dentes retidos através da erupção forçada de caninos impactados.

Park e Kwon em 2004 mostraram três casos clínicos tratados com mecânica de deslize cuja ancoragem foi providenciada pelos miniimplantes. No primeiro caso foram colocados miniimplantes só na arcada superior, no segundo caso miniimplantes só na arcada inferior e no terceiro caso em ambas as arcadas. Com os miniimplantes superiores os dentes anteriores superiores foram retraídos de corpo com uma intrusão desprezível, e todo o espaço deixado pelas extrações dos pré-molares foram fechados sem perda de ancoragem. Alem disso, os dentes posteriores superiores mostraram movimentação para distal. Os miniimplantes inferiores controlaram a posição dos vertical dos dentes posteriores inferiores e executaram um importante papel na melhora do perfil facial. A eficiência da mecânica de deslize com miniimplantes como ancoragem no tratamento da má oclusão de Classe II esqueletal é também discutida.

Liou, Pai e Lin em 2004 avaliaram por meio de sobreposições de telerradiografias se os miniimplantes permaneceriam imóveis quando submetidos a forças ortodônticas. Os resultados obtidos demonstraram que os miniimplantes seriam considerados estáveis, contudo não permaneceriam absolutamente imóveis quando submetidos a forças ortodônticas. Os miniimplantes inclinaram significativamente para frente, na cabeça do miniimplante, em média 0,4mm. Os autores recomendaram que esses dispositivos fossem colocados em áreas apoiadas por dentes com uma margem de segurança de 2mm entre o miniimplante e a raiz do dente e, em áreas não apoiadas por dentes que não tenham acidentes anatômicos próximos, como forames, grandes nervos e passagem de vasos sanguíneos.

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Teixeira e Escossia Jr ainda em 2004, publicaram o relato de um caso clínico, descrevendo a eficiência na verticalização de molares inferiores com o uso dos mini–implantes na região retro-molar da mandíbula.

Asscherickx et al (2005) relataram que os miniimplantes são usados comumente na ortodontia para produzir ancoragem, e dentre as várias localizações possíveis de inserção, a região entre as raízes dentais nos processos alveolares é muito usual, na qual poderiam gerar o risco de danificar as raízes dos dentes vizinhos. Fizeram um estudo experimental em animais na qual inseriram vinte miniimplantes em cinco mandíbulas de cachorros da raça Beagle. Cada cachorro recebeu dois miniimplantes em cada quadrante inferior, entre as raízes dos segundos e terceiros e terceiros e quartos pré-molares. Radiografias periapicais foram tiradas a cada seis semanas, e mostraram danos em três raízes pela inserção dos miniimplantes. Exames histológicos dessas três raízes demonstraram uma quase completa reparação da estrutura periodontal (cemento, ligamento periodontal e osso) em um período de doze semanas, após a remoção dos miniimplantes.

Carano et al (2005), escreveram sobre as aplicações clínicas do sistema de ancoragem com miniimplantes. As vantagens dos miniimplantes sobre outras formas de ancoragem incluiriam: ótimo uso das forças de tração, sem considerar o número ou posição dos dentes; aplicabilidade em qualquer estágio de desenvolvimento, incluindo terapia interceptativa; menor tempo de tratamento, sem haver necessidade de preparo de ancoragem dental; independência da colaboração do paciente; conforto para o paciente; baixo custo. Naturalmente existiriam complicações comuns para todo procedimento de implante, incluindo: dano às estruturas anatômicas como os nervos, vasos e raízes; perda do parafuso durante a colocação da carga

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(ativação); quebra do parafuso dentro do osso durante a colocação ou remoção; inflamação ao redor do implante.

Ainda no mesmo ano de 2005 mas em outro trabalho, Carano et al, estudaram as propriedades mecânicas de três marcas diferentes de miniimplantes para ancoragem esqueletal, nas quais os resultados compararam a resistência à dobra, ao torque, à retirada de cada parafuso e o momento de força necessário para desaparafusar cada amostra. Como resultado, todas as três marcas possuíram propriedades mecânicas que colaboraram para que pudessem ser usados com segurança como ancoragem esquelética ortodôntica. Embora o aço inoxidável (material de uma das três marcas de mini-parafusos) demonstrou ter mais resistência à fratura que o titânio (material das outras duas marcas de miniimplantes), o desempenho como um todo como material de miniimplantes foi inferior ao titânio. Para facilitar a colocação, o perfil assimétrico das roscas seria preferido ao perfil simétrico. A proporção entre o diâmetro da fresa com o do mini-parafuso correspondente seria fundamental para o sucesso da colocação e resistência dos miniimplantes. Analisando as propriedades mecânicas avaliadas nesse estudo, a forma cilíndrica do mini-parafuso foi melhor que a forma cônica. A forma cônica seria eleita nos casos de colocação em lugares de espaços limitados a 2,5mm a 3,5mm encontrados entre as raízes.

Carano e Melsen em 2005 responderam a uma série de questionamentos feitos por Anthony A. Gianelly sobre ancoragem esqueletal. Iniciaram as respostas definindo que a nomenclatura implantes e miniimplantes se referem a dispositivos que necessitam de osseointegração prévia, antes de seu uso como ancoragem esquelética, e os termos miniparafusos, miniimplantes não haveria essa necessidade de osseointegração podendo ser utilizados imediatamente após a colocação. Falam

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da necessidade da avaliação radiográfica para cada caso antes da colocação, e que os miniparafusos são um sistema de ancoragem estável mas não permanecem absolutamente imóveis durante a ativação no tratamento ortodôntico. O comprimento mais que o diâmetro, quantidade e qualidade do osso e região de inserção são de grande importância para determinação da estabilidade dos miniparafusos, além da quantidade de aplicação de força. Quanto aos riscos, argumentaram que são os mesmos dos implantes convencionais, com a possibilidade de lesões de algumas estruturas anatômicas como vasos, nervos e raízes dentais,podendo ocorrer ainda a perda durante a colocação, ativação, inflamação dos tecidos ao redor e a quebra do miniparafuso durante a inserção ou remoção. Relataram que as vantagens dos miniparafusos em relação aos outros sistemas que necessitariam de osseointegração seriam a versatilidade nos locais de inserção, fácil colocação e remoção, ativação imediata de até 50Ncm, utilização em pacientes com crescimento e custo baixo. Responderam à última pergunta dizendo que estavam convencidos que os miniimplantes eram uma importante ferramenta para a Ortodontia, mas que necessitavam ainda de mais estudos científicos para especificar suas maiores vantagens como ganho em termos de tempo de tratamento, aumento na qualidade dos resultados e redução da colaboração do paciente.

No ano de 2005, Cope apresentou um artigo definindo e classificando os dispositivos temporários de ancoragem ortodôntica, cobrindo o seu desenvolvimento histórico, os parâmetros biológicos básicos para o seu uso e as questões que necessitariam de maiores pesquisas experimentais para se tornarem incorporados à prática diária e rotineira.

Uma revisão de literatura sobre implantes dentais para ancoragem ortodôntica foi feita por Huang, Shortwell e Wang em 2005, abordando os conceitos atuais sobre

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as indicações, tipos, tamanhos, composições, cirurgia, tempo de cicatrização, força e biomecânica, tempo de aplicação da força, as considerações pós-tratamento e as suas desvantagens.

Uma pesquisa feita por Huja et al em 2005 teve como intenção investigar em cães se a resistência à tração de miniimplantes monocorticais variavam de acordo com o local de instalação na maxila e na mandíbula. Os autores acreditavam que a diferença de espessura da cortical óssea poderia influenciar no potencial de falha desses dispositivos. Os resultados obtidos demonstraram que a resistência à tração diferiu significativamente nas diferentes localizações na mandíbula e na maxila, sendo muito maior na região posterior dos maxilares. As diferentes espessuras na cortical óssea existentes nos diferentes locais da maxila e mandíbula teriam influência. Como a região anterior dos maxilares seria mais delgada, resistência foi menor. Portanto, houve uma fraca mas significante correlação entre resistência à tração e espessura da cortical óssea. Chegou-se a conclusão que a resistência à tração dos miniimplantes corticais seria suficiente para suportar cargas ortodônticas.

Kyung, Choi, Kim e Park em artigo escrito em 2005, reportaram em dois casos clínicos a possibilidade de união com resina de acessórios ortodônticos, como bráquetes e tubos ortodônticos à cabeça dos miniimplantes, utilizando previamente jato de hidróxido de alumínio por dez segundos. Os autores consideraram essa oportunidade de união de acessórios aos miniimplantes uma grande virtude pois possibilitaram a individualização de torques e controle de rotações sem causar movimentos indesejáveis aos dentes adjascentes.

Segundo Laboissiére Jr et al (2005) para que a comunicação multidisciplinar seja mais eficiente, o cirurgião deveria reciclar conceitos básicos de biomecânica, de movimentação dentária e de terminologias ortodônticas. O controle da ancoragem

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ortodôntica seria decisivo para o sucesso do tratamento, existindo vários recursos intrabucais e extrabucais a serem utilizados. Convencionalmente estes métodos apresentariam uma série de desvantagens, incluindo complicações estéticas, funcionais, necessidade de colaboração do paciente e constrangimento social, que poderiam interferir na aceitabilidade do tratamento indicado. A ancoragem absoluta estaria relacionada com a possibilidade do implantodontista ou cirurgião fornecer ao ortodontista um ponto fixo e imóvel de ancoragem dentro da cavidade bucal, para que fossem realizados movimentos simples ou complexos de forma mais controlada e previsível. Os miniimplantes ortodônticos ofereceriam uma vasta possibilidade de escolha da localização de instalação no osso alveolar e basal, bem como uma grande variação do ponto de aplicação da força no arco. A escolha adequada destes dois pontos facilitariam o tipo de movimento desejado, conseqüentemente maior controle sobre o tratamento ortodôntico. O uso dos miniimplantes ortodônticos como dispositivo para ancoragem direta, simplificaria a aparatologia ortodôntica e minimizaria os efeitos colaterais das forças indesejáveis. Neste artigo foi sugerido um protocolo de aplicações clínicas para a utilização da técnica de ancoragem absoluta.

Em outro artigo, Laboissière Jr et al (2005) relataram que apesar do sucesso dos miniimplantes como ancoragem, alguns cuidados especiais seriam necessários para manutenção dos mesmos na cavidade oral, como controle correto da técnica cirúrgica, aplicação clínica adequada, uso de forças ortodônticas apropriadas, boa densidade óssea e controle da inflamação nos tecidos moles adjacentes. O objetivo deste artigo foi mostrar os principais problemas e fatores de riscos como: fraturas, mucosites, perdas de estabilidade e lesões de tecidos moles, sugerindo formas de reduzir o índice de insucesso.

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Mah, Bergstrand e Graham em 2005 produziram um relatório sobre a condição atual dos dispositivos de ancoragem temporária e o impacto que esses têm proporcionado no planejamento e na execução dos tratamentos ortodônticos atuais. No relatório foi colocado, dentre outros assuntos, que as falhas e complicações foram dramaticamente reduzidas por meio dos novos desenhos e novas técnicas de colocação permitindo um grande aumento nas taxas de sucesso na utilização dos miniimplantes. Observou-se que os resultados seriam mais satisfatórios nos maxilares do que nas mandíbulas e mais em adultos que em crianças. No assunto complicações, a quebra e o dano às raízes adjacentes foram as mais observadas e discutidas.

Marassi et al (2005) relatam um estudo realizado na clínica de especialização em Ortodontia da Unigranrio avaliando 190 miniimplantes instalados sem retalho e com aplicação de força imediata ou no máximo em 30 dias, foi obtido um índice de sucesso de 91%. A maioria dos estudos anteriores indicaram índices gerais de sucesso entre 84% e 93%. Os índices de sucesso seriam obtidos logicamente se seguidos todos os procedimentos de planejamento, e técnica cirúrgica adequadas para uma estabilidade primária. De acordo com os autores, as chaves para o sucesso estariam relacionadas aos cuidados com o planejamento na escolha do local de instalação (evitando a instalação de miniimplantes em mucosa alveolar) , ao tipo de miniimplante e ao nível de forca aplicado sobre o mesmo. Além disso, os profissionais deveriam evitar cirurgia traumática, utilizar contra-ângulo de redução e irrigação adequada para evitar o aquecimento durante a perfuração. Outros cuidados seriam a utilização de implante mais espesso ou dois implantes conjugados em pacientes dolicofaciais ou com corticais delgadas, evitar aplicação de forca excessiva sobre o miniimplante durante o tratamento, fornecer orientações

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pós-operatórias contendo instruções sobre a correta higiene oral ao redor do implante.

De acordo com Melsen (2005) as aplicações clínicas dos miniimplantes foram descritas em vários artigos e, geralmente, em casos clínicos nos quais essas novas abordagens seriam alternativas aos métodos de ancoragem convencionais. A maioria dos casos clínicos descritos foram de pacientes com falta de dentes para a instalação de ancoragem convencional. Também em casos onde a força da unidade de reação poderia gerar efeitos colaterais desagradáveis e em pacientes com necessidade de movimentação dentária assimétrica em todos os planos do espaço, ou como alternativa à cirurgia ortognática. Relatou que apesar dos altos índices de sucesso, existem complicações com relação a utilização de miniimplantes. Os problemas relacionados ao miniimplante seriam a fratura, se o mesmo for muito estreito ou a área do pescoço não for resistente o suficiente para suportar o stress da remoção. Além disso, a infecção ao redor do miniimplante poderia se desenvolver se a sua porção transmucosa não for inteiramente lisa. Assim, nessas situações se um sistema de miniimplante com comprimento variável de pescoço for usado, o clínico pode selecionar aquele que melhor se adaptasse à área de implantação. Os problemas relacionados com o operador seriam àqueles relacionados à aplicação excessiva de pressão durante a inserção de um miniimplante auto-perfurante, podendo levar à fratura da ponta do dispositivo. O aperto excessivo do miniimplante pode causar a sua folga ou perda, visto que seria necessário parar de torcer o miniimplante assim que a parte lisa do pescoço tiver alcançado o periósteo. O operador também não deve tremer ou balançar a chave do miniimplante quando for remover da cabeça do mesmo, deve remover primeiro o alongador da chave antes de remover a parte presa da cabeça do miniimplante. Quanto aos problemas

Referências

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