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Gourmet: PANCs. Menos lixo mais comida hora de reaproveitar. comida no divã. diversidade na mesa

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Academic year: 2021

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Gourmet:

A oportunidade perfeita para

mais uma fotografia na rede

comida

no divã

Menos lixo

mais comida

hora de reaproveitar

PANCs

diversidade na mesa

(2)

comida

no divã

Logo da Unesp (obrigatório)

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Reitor: Sandro Roberto Valentini

Vice-reitor: Sergio Roberto Nobre Curso de Jornalismo

Coordenadora: Angela Grossi

Vice-coordenador: Maximiliano Vicente Disciplina de Jornalismo Impresso II Professor: João Guilherme D’ Arcádia

Disciplina de Planejamento Gráfico Editorial II Professor: Francisco Rolfsen Belda

Redação

[Ana Carolina Valentim Montoro] [Caroline Pinto Cardillo]

[Daiane Tadeu] [Ingrid Watanabe] [Maria Carolina Dias]

Av Eng Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 Bairro: Vargem Limpa

CEP: 17.033-360 – Bauru, SP Fone: (14) 3103-6063

No.1

O ato de cozinhar é de fato uma atividade humana por definição. A cultura de um povo está estritamente ligada ao que ele come e como prepara seus alimentos. O cardápio tradicional de um país pode contar um pedaço de sua história de uma manei-ra única.No Bmanei-rasil, por exemplo, temos receitas que remon-tam ao período das bandeias como o Feijão Tropeiro, reve-lando a forma como se alimentavam os homens envolvidos nas ancestrais missões de reconhecimento do nosso território. A construção dessas tradições são feitas nas interações cotidianas, nas receitas de família, na comida caseira, nos pratos festivos. No entanto, a escassez de tempo da pós modernidade vem apagando todo esse significado do hábito de cozinhar. A comodidade dos fast-foods vem substituindo a riqueza cultural dos pratos típi-cos por uma comida pasteurizada e sem identidade. Aos poutípi-cos percebemos um movimento preocupante de esquecimento de el-ementos simbólicos que envolvem a alimentação. Maracujá, raba-da, goiabada de tacho, farinha de mandioca, curau de milho e tan-tos outros acabam negligenciados em meio a correria do dia a dia. A Comida no Divã, vem com o intuito de incentivar uma reno-vação na nossa relação com o alimento, trazendo- o para o centro da discussão e analisando suas mudanças. Tentamos ser um ponto de reflexão para tantas questões que surgiram na contempora-neidade sobre o que comemos: o terrorismo alimentar, as dietas da moda, as facilidades traiçoeiras e os ingredientes milagrosos.

(Des)conexão na cozinha

(3)

Algumas delas surgem e desaparecem instantaneamente e são em geral soluções de curto prazo

As dietas estão na moda, elas estão na tv, nas capas de revista, na in-ternet e no nosso prato. Arrastam multidões com slogans do tipo “emagreça 15 quilos em 15 dias” ou pior, “faça essa dieta e esteja pron-ta para o verão”. Muipron-tas pessoas entram numa verdadeira lupron-ta com si mesmo e com a balança esperando resultados rápidos, é a nova onda NO CARB, NO FAT. Nessa nova era, os carboidratos são proibidos ou reduzidos ao mínimo possível, e não são apenas eles, a lactose, o glúten, a gordura e até as proteínas são tiradas aos poucos do nosso dia a dia. A nutróloga Amanda Arruda, 34, destaca que o principal problema de se começar uma dieta dessas é não consultar um especialista “as pes-soas encontram diversas dietas na internet e começam a cortar pro-teínas importantes, carboidratos bons e até coisas que elas acham que têm intolerância, tudo para emagrecer em um curto período de tempo”.

É um estilo de se alimentar, onde se restringe (mas não se anula) o consumo de carboidratos para chegar ao peso desejado. A nutrólo-ga afirma que “a dieta low carb possui diferentes variações, mas todas têm o objetivo principal de reduzir o consumo de carboidratos simples na alimentação, como arroz branco, macarrão e pão. Para compensar a redução no carboidrato, deve-se aumentar o consumo de proteínas”. Os carboidratos podem ser simples ou refinados (complexos): os simples, ou refinados, que são os mais comuns, como os do pão francês e do arroz branco, têm alto índice glicêmico – ou seja, provo-cam um pico de energia no corpo e têm rápida absorção. Já os com-plexos, como os alimentos integrais, têm baixo índice glicêmi-co, geram menos insulina no sangue e são absorvidos lentamente, o que ajuda na prevenção da diabetes e do acúmulo de gordura. Os alimentos fontes de carboidratos são: frutas, mel, sucos de fru-tas, geleia, hortaliças A (verduras), hortaliças B (legumes), hor-taliça C (batata, aipim, inhame), cereais, pães, torradas, biscoitos.

Essa dieta visa reduzir o consumo de gorduras, é composta por 45 a 65% da energia vindo de carboidratos, 10 a 35% da energia a partir de proteínas e 20 a 35% de gorduras.

Mas afinal, o que é uma dieta low carb?

o que é uma dieta low fat?

cadê o glúten que estava aqui?

Ingrid Watanabe

Ondas do verão: as dietas que são a moda

O glúten é uma proteína presente no trigo e outros cereais, ,muito utiliza-do na composição de alimentos, medicamentos, bebidas, entre outros. A nutróloga destaca que retirar o glúten da alimentação não leva ao emagre-cimento à longo prazo, mas existe um certo “emagreemagre-cimento inicial” quando passamos a tirar principalmente o “pãozinho do café da manhã”. Segundo o Relatório de Nutrição Mundial do ano passado, uma em cada três pessoas no mundo sofre com a má nutrição causada pela dieta com excesso ou carência calórica. As consequências da alimen-tação desequilibrada somam perdas anuais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB), um prejuízo maior do que o provocado pela crise mundial de 2008, por exemplo.

Low carb é a dieta da vez para

quem sofre de ovário policístico

Ana Carolina Montoro

Tratamento é polêmico entre médicos

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é uma doença que atinge as mul-heres, causando o que os médicos chamam de anovulação, ou seja, o corpo tem dificuldade de ovulação, por isso entre seus vários efeitos, a dificuldade de engravidar é tão comum.

Normalmente, quando a SOP é identificada os médicos partem para o trata-mento hormonal usando o anticoncepcional, acontece que diferente da liberdade sexual que ele representava nos anos 60, um outro movimento vem crescendo: o de mulheres que escolheram parar de usá-lo com medo de seus efeitos colaterais e a fim de conhecer melhor o próprio corpo. Sobre a eficácia do anticoncepcional nesse caso, a professora universitária Maria Célia Mendes, da USP Ribeirão Preto, defende que ele traz resultados. “O anticoncepcional hormonal é necessário para impedir que os hormôni-os sintetizadhormôni-os no cérebro estimulem o ovário, também diminui sintomas como a acne e o hirsutismo. Além disso a mulher precisa menstruar para evitar doenças a longo prazo como hiperplasia e câncer no endométrio”. Em contrapartida, a também ginecologista Elaine Morch não receita an-ticoncepcional para suas pacientes como forma de tratamento. Adepta de opções não-hormonais, ela acredita que os métodos tradicionais só mascar-am os sintomas e vê como algumas das alternativas, técnicas como modu-lação hormonal, reposição e/ou bloqueio dos hormônios alterados pela SOP. A estudante de jornalismo Bruna Hirano explica que faz uso do método “tradi-cional” do anticoncepcional desde que soube que tinha SOP em 2013 e que foi o meio indicado pela sua médica. “Sei o quanto o anticoncepcional faz mal para o nosso corpo e gostaria de ter mais informações de como tratar a SOP de forma alternativa, mas no meu caso o anticoncepcional funcionou no tratamento”. Uma das alternativas mais buscadas pelas mulheres que deixaram de lado tratamentos hormonais é a dieta low carb. Como é um consenso entre os es-pecialistas que o sobrepeso é um dos facilitadores para o desenvolvimento do ovário policístico, Maria Célia argumenta sobre esse tipo de dieta. “sempre acreditei que para perder peso é necessário diminuir os carboidratos da alimen-tação. Os pesquisadores que defendem a dieta low-carb, ressaltam que além de perder peso, há o benefício sobre a glicemia, triglicerídeos, LDL colesterol e pressão arterial”. Para Elaine Morch, “o ideal é manter a dieta low carb por um período máximo de até seis meses, e intercalar com outros métodos. “Depois de um tempo o corpo entra na chamada fase de platô, quando a pessoa para de emagrecer. Para que isso seja evitado a mudança de dieta é fundamental”.

por que tratamentos alternativos?

(4)

BELA GIL DEFENDE BANDEIRAS

ALIMENTARES EM BAURU

Na noite do dia 20 de outubro, a chef, apresentadora de TV e youtuber, Isabela Giordano Gil Moreira, mais conhecida como Bela Gil, foi ao Sesc de Bauru para participar do evento “Quem Escolhe o que Você Come?”. Em um bate-papo que durou cerca de três horas, a culinarista acompanhada da jornalista e pesquisadora em gastronomia Helena Jacob, discutiu sobre a influência que a mídia exerce nas escolhas alimentícias.

Daiane Tadeu

Palestra abordou como a comida é consumida pelo brasileiro

e o papel da mídia nesse cenário

Apesar da visível timidez, a apresentadora falou longamente de diversos temas relacio-nados à alimentação. Criticou a publicidade, o agronegócio e os maus hábitos alimen-tares do brasileiro. Todos os 300 ingressos disponibilizados gratuitamente para o evento foram esgotados.

Na coletiva de imprensa realizada antes da palestra, Bela respondeu aos jornalistas al-gumas perguntas sobre alimentação.

a indústria alimentícia

Segundo Bela Gil, quando se pensa em alimentação saudável, é preciso resistir, já que, “a indústria alimentícia usa artifícios muito convidativos, e até um pouco covardes, que tornam os alimentos muito baratos, práticos e gostosos. É muito fácil a indústria colocar goela abaixo o que a gente come, se não usar-mos o conhecimento, a informação e a vontade como escudo para não sermos engolidos.”

EDUCAÇÃO PASSA PELA COZINHA

“Quando nós educamos e interagimos com as crianças na cozinha, nós mostramos que isso faz parte da vida, que é normal, legal e bom cozinhar”, disse a culinarista. De acordo com Bela, cozinhar é um fator importante para o processo de amadurecimento das crianças, porque traz autonomia e responsabilidade sobre aquilo que se está consumindo.

Comida e política

“Comer, para mim, é um ato político. A alimentação é uma ferramenta enorme de transformação econômica, ambiental, social, cultural e nutricional. Porém, só é um ato político se a gente tem oportunidade de escolha”, afirmou a entrevistada. No entanto, esta oportunidade de escolha passa pelos políticos, fa-tor criticado pela chef. Ela ressalta a problemática da concen-tração de poder. “O sistema de produção e distribuição de ali-mento está na mão de poucas pessoas e a comida não chega no prato de quem precisa.

Soluções

“Hoje eu vejo a agroecologia, com a sua visão de mundo mais justa e ética, como uma saída para que nós possamos levar co-mida de qualidade até a mesa de todos os brasileiros. Com uma boa repartição de terra, uma boa educação no campo e o apoio da sociedade civil, nós conseguimos alimentar o Brasil”, propôs ela.

Segundo a Associação

Brasilei-ra de agricultuBrasilei-ra, a

agroecolo-gia pode ser definida como um

estudo da agricultura a partir

de uma perspectiva ecologica,

que visa a exploraçao de

re-cursos naturais mantendo uma

consciência ambiental.

A gente produz comida

para alimentar 9 milhões

de pessoas, mas quase um

terço vai parar no lixo ”.

A chef vendeu livros e distribui autó-grafos para admiradores no evento

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Fed Up: Os malefícios causados pela

indústria de alimentos

Documentário denuncia a indústria alimentícia como responsável pela

obesidade nos Estado Unidos

Apesar de não ter sido muito aclamado no ano de seu lançamento, “Fed Up” se mostra cada vez mais pre-ciso. Produzido pela jornalista veterana Katie Couric e lançado mundialmente em 2014, o filme encara a obesidade sob a perspectiva dos hábitos alimentares e principalmente da indústria alimentícia.

Entretanto, desde o ínicio, “Fed Up” deixa claro de qual lado da disputa está, defendendo a tese de que mesmo quando os consumidores se disciplinam para se alimentarem bem, eles não conseguem. Os maiores culpados disso seriam os fabricantes de alimentos processados e as redes fast-food que aumentaram a quantidade de açúcar em seus produtos, mesmo nos de “baixo teor de gordura”, para torná-los mais palatáveis e viciantes. Assim, a população ficou viciada em pro-dutos light e diet.

Índice de obesidade nos Estados Unidos

Adultos

69,09% Adolescentes30,91%

Daiane Tadeu

O documentário constrói sua narrativa alternando-se entre depoimentos de adolescentes que convivem com a obesidade precoce e entrevistas com especialistas na área da alimentação. Médicos e nutricionistas ar-gumentam com políticos e representantes de grandes empresas sobre as causas do alto índice de obesidade nos Estados Unidos.

O filme também aponta críticas ao governo norte-a-mericano pelas medidas que relacionam alimentação e educação. A partir de 1981, o presidente Ronald Reagan reduziu em US$ 1,4 bilhão o orçamento para alimentação nas escolas, abrindo a porta para con-vênios com redes de fast-food como McDonald’s e Pizza Hut nos refeitórios escolares. Os índices são alarmantes, entre 1980 e 2010, os índices de diabete juvenil passaram de zero a 57.938 casos.

Em meio a falta de informação sobre alimentação, resta aos consumidores que lutam contra a obesidade encher seus armários de produtos “light”, torcendo para que seus problemas de saúde não se agravem.

Estudos demonstram que o consumo excessivo de açúcar eleva os níveis de dopamina no organismo de forma similar ao que acontece com a cocaína.

AÇÚCAR

COCAÍNA

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A FOME QUE VOCÊ SENTE QUANDO BEBE

A fome estranha depois de beber é sim normal, e muitas pessoas sentem o mesmo que você

Deixou de ser um boato, ingerir bebidas alcoólicas está relacionado ao aumento de fome. O que podia um mito se tor-nou verdade após pesquisas feitas por cientistas britânicos em camundongos. Ao ingerir bebidas alcoólicas automati-camente o corpo humano ativa os sinais cerebrais responsáveis por alertar o cor-po de que estamos com fome.

Pessoas que costumam beber e tem seu apetite aumentado, não é apenas uma coincidência, mas segundo pesquisas há sim uma ligação direta de bebidas al-coólicas com a fome. Mas isso varia de casos para casos, já que nem todos os seres humanos podem sentir essa fome excessiva.

Há quem comprove o que os estudos dizem, como é o caso do estudante Mar-cos Vinicius Spegiorin de apenas 20 anos, que após beber sente muita von-tade de comer. “Geralmente eu como coisas que tem bastantes calorias ou são gordurosas. Independente de ser doce ou salgada” relata o rapaz.

Marcos ainda conta que pelo menos de segunda a sexta, tenta manter uma ali-mentação regrada, nutritiva e saudável. Evitando frituras e muito açúcar. Mas ao ser questionado ao motivo pelo qual saí da dieta quando bebe, o jovem responde:

Comidas gordurosas e calóricas são no geral o que as pessoas mais buscam em sua alimentação após se embriagar, como afirma também o estudante Isaque Costa: “Eu prefiro comer na rua, opto por lanch-es, mas se tiver em casa acabo preparan-do algo fácil como misto quente, mas nunca apenas um”.

Excepcionalmente Isaque Costa nem sempre comeu apenas o comum, ele já ousou um pouco mais em combinações enquanto estava bêbado. “Já fiz umas misturas bem loucas de comida, quando não tem algo que aguça minha vontade acabo pegando qualquer coisa em casa e misturando, um exemplo disso foi o dia que comi quibe cru junto com bolacha Mabel”, conta o rapaz.

Maria Carolina Dias

“ninguém bebe pensando em comer uns brócolis cozido no vapor. Acredito que o instinto das pessoas é recorrer às coisas mais gostosas e que consequentemente

O estudante que assume gostar muito de comer normalmente nota que seu apetite aumenta quando bebe, mas que não foi sempre assim: “Acho que o principal motivo para o aumento desse apetite é por eu ficar muitas horas bebendo sem comer, seja em uma festa ou em uma so-cial na casa de alguém”.

De acordo com dossiê publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abras-co), em 2015, nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, en-quanto o mercado nacional cresceu 190%. Com tamanho impacto na economia, saúde pública e meio ambiente, o uso dos agroquímicos é amparado pelas normativas do país.

Vários estudos comprovam a inviabilidade do uso de agrotóxicos. Além do perigo de risco da saúde do administrador, os consumidores não estão isentos de consumir alimentos que possuem substâncias cancerígenas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorrem 20 mil óbitos ao ano devido à manipulação e consumo direto de defensivos agrícolas. Rafael Cruz, da ong Greenpeace, em uma de suas palestras em Brasília, destacou que os gran-des responsáveis pela ameaça ao direito à alimentação são os ruralistas. A população não quer mais pagar o preço por uma agricultura suja e cara. Os brasileiros querem comer sem veneno, querem comer barato. Contra essa ideia não tem desmonte ruralista que dê jeito”. Pela legislação brasileira, considera-se um produto orgânico, seja ele in natu-ra ou processado, aquele que é obtido em um sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de um processo extrativista sustentável e não preju-dicial ao ecossistema local.

Para a professora Patrícia Andrea Monquero, a situação exige uma intervenção do governo Somente com uma maior participação do po-der público é que seria possível um uso mais seguro e sustentável do agrotóxico.“O grande problema é a falta de assistência técnica para os médios e pequenos produtores rurais. Então, desde que o governo trabalhe com assistência técnica qualificada, fazendo com que chegue a todos os produtores, é possível sim diminuir o uso, pois usaremos corretamente”. Entretanto,

“ a praticidade no uso, eficácia de controle e obtenção de resultados a curto prazo tornam o controle químico a tática de controle mais utilizada no trata-mento fitossanitário”, comenta o engenheiro agrônomo Carlos Raetano. Existe uma discussão muito grande acerca desse assunto entre de-fensores de agrotóxicos, principalmente entre a Bancada Ruralis-ta no Congresso e ambienRuralis-talisRuralis-tasEm novembro de 2017, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso de mais um agrotóxico (comprovadamente nocivo à saúde), sem consulta da sociedade. Em meio a muitas petições e apelos de pessoas co-nhecidas, como a Bela Gil, que teve mais de 13 mil assinaturas.

Ingrid Watanabe

Uso de agrotóxicos em

cheque

Orgânicos: uma solução?

Brasil é o país que mais consome produtos

com aditivos quimícos no mundo

As porções servidas nos bares, normaal-mente gordurosas e fritas, reforçam os maus hábitos alimentares.

Amauri Junior

Consumo de alimentos organicos vem aumentando

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“Gourmet” é uma palavra surgida em 1825, pelo gastrônomo francês Jean Brillat-Savarian-no. Porém o processo de gourmetização dos produtos é recente, faz pouco tempo que as pes-soas começaram a se adaptar e aderir à ideia de que transformar um alimento simples em algo mais produzido e elaborado, seria moda.

“É uma moda sim, a visibilidade que dá você colo-car aquilo em uma rede social. Pode ver que essas comidas gourmet são sempre objetos de fotografia antes de ser alimento”, opina Melissa Nascimen-to, estudante de 20 anos que se declara como uma consumidora frequente dos produtos gourmet.

Tudo aquilo que é sofisticado, tem certa elegância é considerado gourmet. Um lanche bem apresen-tado, um sorvete diferenciado com uma monta-gem em uma taça moderna, uma pizza com uma borda diferente, muitas comidas clássicas vem se aprimorando para deixar de lado o padrão e cha-mar a atenção do público com um lado gourmet.

Como é o caso de Larissa, dona do estabele-cimento comercial che na Barca”. Larissa dis-se que teve a ideia de abrir uma lanchonete um pouco diferente dos padrões, pois já trabalhava com doces na barca, e via futuro nessa ideolo-gia. “É brigadeiro, beijinho, sorvete, bolo, tudo a gente colocava na barca e ficava bonito, dig-no de fotos dig-no Facebook e Instgram, mas do-ces não eram o meu forte. Então pensei, porque não lanches na barca?” conta a empreendedora.

GOURMET: A OPORTUNIDAde perfeita para

mais uma fotografia na rede

O raio gourmetizador vem atingindo não só o público, mas os estabelecimentos que

evoluem para se manter nesse meio

Maria Carolina Dias

“É um absurdo pensar

o quanto o preço sobe

pela aparência,

às vezes nem

vale a pena, mas isso

não vai acabar né?

Somo a geração que

considera mais a

apa-rência e as curtidas

valem muito mais”.

A dona do estabelecimento ainda relata que não precisa ter um ingrediente importado, um produto realmente diferenciado, o que realmente os con-sumidores levam em consideração é a aparência. “Com receio de que não desse certo, no início eu produzi hot dog, e outros lanches normais. E como forma opcional servi-los na barca. E o número de clientes que buscavam pelo produto na barca era evidentemente maior.

do que um consumidor pagaria por um lanche sem a apresentação na barca. Neusa Gonçalves, de 54 anos, que ape-sar de usufruir das redes sociais como o Facebook, não é adepta a divulgação e exaltação das comidas na internet, acha o preço cobrado pelas comidas gourmets um absurdo. “Em uma mesma sorvete-ria, duas bolas de sorvete na casquinha era um preço, e como era mostradas na propaganda, duas bolas de sorvete na taça, era mais de 5 reais a mais. Imagina só, pagar 5 reais a mais por uma taça?”. Ao contrário da jovem estudante, que além de consumidora desse raio gour-metizador atual, faz parte do grupo de pessoas que divulga seu consumo através de fotos nas redes. “É um ab-surdo pensar o quanto o preço sobe pela aparência, às vezes nem vale a pena, mas isso não vai acabar né? Somos a geração que considera mais a aparência e as curtidas valem muito mais”.

Melissa concorda com a ideia de que a aparên-cia acaba sendo mais importante do que o sabor, quando se vai escolher um produto para consum-ir. A mesma ainda reforça ideia de que a internet é a principal disseminadora dessa moda gourmet. “Todo mundo quer aumentar o ego, e podendo

GOURMET X ARTESANAL:

Há algum tempo, se tornou comum escutar os termos “artesanal” e “gourmet”

quando vai se referir a gastronomia. Hamburguer artesanal, hamburguer

gour-met, pizza artesanal, pizza gourgour-met, cerveja artesanal, cerveja gourgour-met, são

tantos produtos, mas o que de fato difere o que é gourmet, do que é artesanal?

Gourmet é basicamente tudo aquilo que se refere a alta gastronomia, que seja

sofis-ticado e/ou refinado. Enquanto artesanal, como seu próprio nome se refere,

signi-fica que o produto é produzido, em sua maioria, a mão, pelos artesãos. O gourmet,

mesmo se tratando de produtos nobres, estes são geralmente industrializados,

en-quanto aqueles que se enquadram no conceito de alimentos artesanais, estes

ten-tam utilizar o menor possível de produtos industrializados em seus procedimentos.

“Pode ver que essas

comi-das gourmet são sempre

objetos de fotografia antes

de ser alimento”.

Fotos de comida dominam todas as redes sociais

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Menos lixo mais comida

Talos, raízes e cascas, a palavra de

ordem agora é aproveitamento.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para ali-mentação e agricultura (FAO), um terço dos alimentos produ-zidos no mundo nem chega à mesa. Eles se perdem no caminho ou são descartados por não seguirem os “padrões de beleza” do mercado. uma residência brasileira desperdiça em média 20% dos alimentos que compra semanalmente e, a cada ano, o Brasil joga fora R$ 12 bilhões de reais com o desperdício de alimentos. “verdade seja dita, uma fruta ou um vegetal bonito tem mui-to mais chances de ser escolhido no lugar daquele que tem al-guma marquinha ou está um pouco passado”, é o que afirma a estudante Camila Prado enquanto faz compras no mercado. A produção de alimentos no mundo, em relação ao perío-do de 2005 a 2007, precisa aumentar 60% até 2050 para su-prir a crescente demanda resultante do crescimento da população no mundo e aumento do consumo nos países em de-senvolvimento. A necessidade de maior produção gera maior pres-são sobre recursos naturais escassos, como solo, água e energia. A alimentação sustentável é um caminho e sabendo disso, cada vez mais criam-se movimentos a favor do reaproveitamento, cascas, ta-los, raízes e “restos” tudo vira comida. O descarte de alimentos na cozinha, na pós colheita, na comercialização e principalmente no transporte, faz com que uma média de 1,3 bilhão de toneladas de mentos sejam descartados anualmente. Estima- se que 28% dos ali-mentos que chegam ao final da cadeia em países latino-americanos são desperdiçados. Enquanto o Brasil descarta mais do que o neces-sário para acabar com a insegurança alimentar no país, apenas um quarto do desperdício agregado dos EUA e Europa é suficiente para alimentar as 800 milhões de pessoas que ainda passam fome no mundo.

Ingrid Watanabe

O pesquisador em nutrição e gastronomia saudável Flávio Pas-sos, é uma das personalidades que defende a alimentação sus-tentável, em seu programa de televisão “Comer bem, que mal tem?” por lá, ensina receitas que reaproveitam sementes, talos e até casquinhas do grão de bico, por exemplo. Apesar de re-ceber muitas críticas, conquistou muitos fãs e seu e-book so-bre alimentação saudável já foi baixado milhares de vezes. “De tanto assistir o Flávio cozinhar, deu vontade de come-çar também”, destaca a estudante Charlotte Ferreira. “As op-ções são muito variadas e as receitas também, as partes não convencionais dos alimentos podem ainda ser utilizadas em sopas, saladas, sucos, geleias, compotas e até como aperiti-vos”. Há diversas práticas para diminuir esse desperdício. A mais indicada delas, de acordo com a ONG Banco de Alimen-tos, é o chamado Aproveitamento Integral dos Alimentos (AIA).

Sem desperdício

MOVIMENTO DAS MARMITAS:

OPÇÃO OU NECESSIDADE?

Tempo, trabalho, dinheiro - por esses

mo-tivos as marmitas se tornam frequentes na

vida de trabalhadores e estudantes

Maria Carolina Dias

Dias corridos e muitos gastos são geralmente as justificativas para que as pessoas optem pelas marmitas em suas refeições diárias. Como é o caso do estudante Victor Hugo de Oliveira, que leva todos os dias marmita para o cursinho. “Meu intervalo de almo-ço é de 12h às 13h30, eu pego dois ônibus da onde eu moro para chegar no cursinho, não tem chances de eu conseguir almoçar em casa”. O cursinho que se localiza na Av Rio Branco, em Bauru, tem diversos restaurantes nas proximidades, mas Victor alega que não tem condições financeiras de pedir marmita ou almoçar em restaurantes todos os dias. “Eu tenho aula de segunda a sábado, um almoço meu em um restaurante custaria em torno de 5 a 10 reais, imagina pagar isso todos esses dias no mês?”, questiona.

No geral, quando a justificativa envolve gastos, produzem suas mar-mitas, mas quando a luta é especificamente contra o tempo, o consu-mo se torna mais viável. Coconsu-mo é para Aline dos Anjos, que há oito meses trabalha como secretária em uma revista e tem horários curtos de almoço, mas que tem condições de comprar sua própria quentinha.

“Desde que comecei a trabalhar nesse novo ambiente, que é bem longe de casa, eu optei por pedir marmitas todos os dias no serviço, pois o gasto que eu teria de ir sempre para casa se-ria o mesmo que eu gasto com marmitas”, comenta a secretáse-ria.

As opções de cardápios de marmitas são diversas e até mesmo quem segue dietas ou tem restrições alimentares podem se sentir incluídas. José Victor Pistori, gastrônomo, depois de forma-do iniciou vendas de marmitas conforme as exigências e restrições dos clientes. “Desde a faculdade, comecei a ter interesse pela ali-mentação funcional, o que foi tema para o meu TCC, com isso, tive a ideia de unir a alimentação funcional para o dia a dia das pessoas, através de marmitas personalizadas”, conta o gastrônomo. José Victor ainda afirma que a busca pelas suas marmitas personali-zadas têm perfis variados, de homens e mulheres, acima de 20 anos, que trabalham com horários muito corridos. “Geralmente as pessoas alegam que as marmitas são mais eficientes para se manterem saudá-veis no ritmo do dia a dia, pois muitos que não vão almoçar em casa, e não querem acabam se propondo a fazer suas refeições em lanchone-tes e fast food, seja por restrição ou dieta”, complementa o cozinheiro.

“verdade seja dita, uma fruta ou

um vegetal bonito tem muito mais

chances de ser escolhido no

lu-gar daquele que tem alguma

mar-quinha está um pouco passado”.

A moda da marmita é uma opção viável para quem tem pouco tempo

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VOCÊ REALMENTE SABE O QUE COME?

As mentiras por trás dos rótulos de alimentos

Daiane Tadeu

Indo ao mercado, é comum encontrar nas prateleiras diver-sos produtos alimentícios, que apesar de serem industrial-izados, possuem em suas embalagens dizeres como “sem conservantes” ou “sem adição de açúcares”. Mas será isso realmente verdade?

Segundo o movimento “Põe no rótulo”, grupo que luta para a inclusão de informações sobre alergênicos nas embalagens de alimentos no Brasil, ainda existem muitos problemas nos rótulos dos produtos comercializados aqui.

“É muito comum listas de ingredientes praticamente ilegíveis e que contém nomes técnicos que, muitas vezes, mascaram a presença acentuada de açúcares em um mesmo produto como a maltodextrina e o xarope de glucose. Por que não esclarecer que isso tudo é açúcar?”, questiona Fernanda Mainier Hack, coordenadora do movimento.

Outra pegadinha bastante recorrente nas embalagens brasilei-ras é a afirmação “sem conservantes”, comum em bebidas industrializadas como os sucos de caixinha. No entanto, ao olhar a lista de ingredientes destes produtos, é frequente en-contrar componentes como antioxidantes e antiespumantes, além de diversos outros aditivos que também servem para aumentar a durabilidade da mercadoria.

Os fabricantes destas bebidas infringem uma legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de janeiro de 2016, que estabelece que “alimentos embalados não podem conter quaisquer informações que possam induzir o consumidor a erro ou engano quanto à verdadeira composição do alimento”. Assim, os consumidores podem denunciar esses fabricantes por produzirem embalagens e propagandas enganosas.

cine Lima, outros problemas na atual rotulagem nutricional são a falta de confiabilidade dos valores nutricionais recomendados nos produtos, rótulos que não comunicam o risco de consumo do alimento e desconfiança no percentual de gorduras, como a gordura trans.

Esses fatores, aliados a uma apresentação gráfica inadequada das embalagens, refletem em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). A pesquisa feita en-tre junho e julho de 2016 aponta que apenas 25% das pessoas entendem totalmente o que está escrito na tabela nutricional dos alimentos e os ingredientes que constam nos rótulos.

POSSÍVEIS SOLUÇÕES

Em 2014, a Anvisa aliada a diversos especialistas criou grupos de trabalho para discutir mudanças a serem implementadas na legislação de rotulagem de alimentos, já que, a legislação atual é de 2002.

Diferentes modelos de embalagens estão sendo estudados pela agência. Entre eles, o apresentado pela Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia), o desenvolvido pelo Institu-to Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Todos esses modelos defendem que as informações nutricionais passem a ser colocadas na parte da frente da embalagem, e não mais no verso, como é hoje.

A rotulagem frontal foi adotada no Chile em 2016 e, segundo Fernanda Mainier Hack, “tem se mostrado como uma maneira de permitir que o consumidor separe o que é publicidade do que realmente está contido no produto.

De acordo com a jornalista e mestre em saúde pública, Fran-Muitas Embalagens de

suco contém afirmações enganosas como “sem adição de conservantes”.

Daiane

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A busca pelo emagrecimento que tanto as pessoas aspiram, ainda tem como base os hábitos alimentares. E existem muitas dietas e hábitos dis-tintos, mas há alguns desses que podem inclusive trazer vários problemas sérios de saúde.

A dieta do chiclete não é a única, tem a dieta do ovo cozido, no qual a pessoa deve comer apenas três ovos cozidos durante o dia todo. Três ovos ao dia equivalem a aproximadamente 210 calorias, sendo que uma dieta de até 500 calorias já é considerada de alto risco de desnutrição, imagina ter apenas 210 calorias sendo postas no corpo durante um grande período de tempo? Isso possui um risco de hipotensão ou até mesmo coma.

“Eu seguia meus hábitos alimentares

nor-malmente, eu comia doce, comia fritura,

comia gordura, comia basicamente de tudo

um pouco. Mas após todas as refeições que eu

sabia que era gordurosas, eu me arrependia

e eu tomava um comprimido de laxante. Fiz

isso por mais ou memos seis meses. E

recen-temente, assistindo o filme “O minímo para

viver”, eu acabei indo ao médico e

descobrin-do que estou com anorexia.”

- Karolina Negreiros, 19

“Eu era a louca do regime, já fiz todo e qualquer regime que se imagina. E perder o hábito de co-mer tudo que a gente gosta por um corpo

perfei-to é muiperfei-to difícil. Entrar numa dieta balanceada também era, então a gente sempre procura pelo resultado mais fácil né? Essa dieta de jejum inter-mitente, nem tinha esse nome na época em que eu fiz. Mas o que eu fazia era basicamente isso, eu ficava de 12 a 24 horas sem comer, e aí eu podia fazer uma refeição depois desse período e depois dessa refeição eu retornava ao jejum de 12 a 24 horas. Era basicamente uma refeição por dia. Dava

resultado, e eu me empolguei demais, fiquei três meses fazendo isso. Até que um dia eu vomitava muito, eu passei o dia vomitando, e vi que tinha algo de errado. Fui no hospital e tive que passar a

noite tomando soro, pois estava muito fraca e a ponto de ficar doente de verdade.”

- Janice Satiko, 50

OS MAUS HÁBITOS ALIMENTARES QUE AS PESSOAS

CRIAM EM BUSCA DO CORPO PERFEITO

Ouve-se falar sobre muitas dietas, mas você sabe os malefícios que pode

trazer se você crias hábitos alimentares sem o auxílio de um profissional?

Maria Carolina Dias

Há clássicos das dietas e hábitos, como tomar um copo de água com limão em jejum, ficar sem comer carboidratos no período noturno, comer de três em três horas e outras. Porém há algumas que são mais radicais, que ape-sar de trazer resultados mais rápidos, pode acarretar alguns problemas de saúde.

Como é a dieta do chiclete, que a estudante Laura Stein, antes de realizar a cirurgia bariátrica, tentou realizar na tentativa de emagrecer, mudando seus hábitos alimentares, de forma que comesse menos. A dieta do chi-clete é o seguinte: você faz poucas refeições no dia, no geral uma, ou no máximo duas e o resto do tempo você fica mascando chiclete para suprir a vontade de comer.

“Eu fiz isso por uns dois ou três dias, mas eu acabei tendo que interrom-pe-la, no segundo dia eu estava sentido muita dor no estomago, algo ab-surdo”, conta Laura. Mas para a moça além de não trazer resultados na balança, trouxe um problema muito maior. “Essa dor absurda continuou por um bom tempo, sempre que comia determinadas coisas. Achei estra-nho que não passava e resolvi ir ao médico, e descobri uma gastrite que até então não conhecia”.

A última a ser enfatizada é a dieta do gelo, pode inclusive parecer uma brin-cadeira, mas não é. A funcionária pública Maria Rosalina Gonçalves, já tes-tou, e não conseguiu passar de dois dias seguindo essa ideia. “Eu desisti, no segundo dia sem praticamente comer nada, eu estava me sentindo muito fraca e com muita fome, apesar de manter gelo na boa, de fato parecer que estamos sendo alimentados, como ele não nos enche essa fome só aumenta”, afirma Maria.

A redução de peso, que é o principal motivo para as pessoas criar esses maus hábitos alimentares, é atingido facilmente, por conta da grande restrição ca-lórica. Porém como visto, não só as que foram citadas, mas muitas outras die-tas exageradas, não são recomendadas, e podem acarretar problemas sérios a saúde, tanto a curto, como a longo prazo.

A seguinte é a dieta da clara de ovo, que é muito mais perigosa, já que a gema é rica em vitamina B, enquanto a clara tem em média 20 calorias. Mesmo que ingerida como o indicado, seriam de três a quatro ingestões de clara de ovos por dia, que equivale a no máximo 80 calorias. Sendo assim, os riscos de coma, muito maiores.

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plantas típicas promoveM retomada às origens

Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Panc) se mostram como um caminho

para maior diversidade na mesa

O Brasil é notadamente conhecido pela sua biodiversidade.De fato, em seus 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o país abriga 20% das espécies existentes, sendo considerado a principal potência megadiversa do mundo. No entanto, toda essa diversidade infeliz-mente ocupa pouco espaço quando se pen-sa nos hábitos alimentares do brasileiro. Pense no seu cardápio da última semana e se atente a quantas vezes os mesmos ali-mentos aparecem. É estimado que 90% do todo alimento do mundo venha de apenas 20 das 30 mil espécies comestíveis conheci-das Rapoport e Drausal. Lutando contra essa monotonia, surge o movimento das PANCs - Plantas Alimentícias Não Convencionais. A ideia principal é explorar o potencial nu-tritivo de plantas, que não são necessaria-mente exóticas ou desconhecidas do público geral, mas pouco divulgadas pelo seu poten-cial como alimento. A samambaia, por exem-plo,é Panc, podendo ser utilizada no preparo de refogados e saladas. O mamão também - a fruta se refogada ainda verde apresenta uma textura que o assemelha a um legume.

Essas novas possibilidades apresentadas pelas PANCs estimularam a nutricionista Neide Rigo a inaugurar o projeto Panc na City no início do ano passado. A iniciativa consiste em pequenos grupos de passeio guiado pelo bairro da City Lapa em São Paulo a procura das espécies comestíveis. A programação ainda conta com um almoço preparado com ingredientes não convencionais para ilustrar como aproveitá-los

cr edi to: N eide R ig o

caça ás panc

Em suas procuras com o Panc na City, Neide encontra uma grande universo de espécies e entre as mais comuns estão bredo, mentruz, major-gomes, alho silvestre, erva-de-ganso e beldroega.

“Me sentia mais atraída ainda

por conhecer aquelas (plantas)

que pouca gente conhecia. Minha

família é do campo e então já

fa-ziam uso de muitas espécies que

hoje recebem o nome de Panc”

Caroline Cardillo

cr édi to:N eide R ig o

Para quem está começando a se aventurar no universo das Pancs, a nutricionista recomenda algumas leituras. ‘’Comece lendo e conversando com quem já conhece. E não se desespere para tentar aprender tudo de uma só vez”.

Um começo para esse caminho pode ser o livro do pesquisador botânico Valdely Kinupp ”Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) no Brasil (Editora Plantarum). A obra explora as característi-cas morfológicaracterísti-cas, locais onde aparecem, modos de preparo de mais de 500 espécies.

Valdely Kinupp cunhou o termo Panc há 10 anos em sua tese de mestrado. Hoje o pesquisador é um grande divulgador e defensor das possibilidades apresentadas pela biodiversidade brasileira.

Como podemos incentivar uma reconexão com os nossos próprios ingredientes?

...Na última reunião do BFN até o presidente da Embrapa comentou sobre as Pancs em sua pales-tra, mas infelizmente a própria Embrapa e os outros órgãos de pesquisa, extensão e de ensino(...) tem tem virado as costas para a nossa biodiversidade. Todas as pesquisas e o grosso dos investi-mentos são para plantas da Europa ou da Ásia. Então a gente tem que investir justamente no conhe-cimento das frutas e hortaliças Pancs...

Papa das pancs

Hoje existe alguma PANC que tenha um forte potencial comer-cial?Como o que aconteceu com o açai nos últimos anos

...O açai é um exemplo fabuloso, o Cupuaçu está seguindo esse exemplo, mas mesmo o açai ainda é muito subutilizado. Agora mais recentemente que ele tem entrado na panificação nos bolos, molhos salgados e não só ficando em sorvetes mousses,suco de açai, acai na tigela.Ele está tomando um novo corpo, por exemplo, o caroço do açai que está na meu livro, o chaí, usado pra fazem um chá ou café de açai. Tem até gente produzindo o jussaí na mata atlanta que é a combinação na jussara com o açai. Agora temos varías outras plantas, como o ora-pro-nobís, uma cactacea popularmente conhecida como “carne de pobre”, chegando a ter de 25% a 32% de proteína em base seca.Até um projeto foi criado pela Embrapa Hortaliça e a empresa Proteios para produzirum concentrado proteico vegetal á patir da planta em largano Estado do Paraná...

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Durante a semana eu ou a minha filha co-zinhamos todas as refeições, as vezes ain-da meu marido, mas não temos o hábito de sentar na mesa pra almoçar ou jantar, comemos na sala, as meninas comem no quarto assistindo tv, só se formos para a casa de algum parente que nos reunimos. Gostamos mesmo é de sair pra comer, fa-zemos isso umas duas vezes por semana e vamos sempre para uma pizzaria, lan-chonete. Conhecemos bem a praça de alimentação do Bauru Shopping (risos).

Familia Quiló

Ao longo do dia cada um come num lugar, como nossa filha estuda em pe-ríodo integral, eu estou na faculdade e minha esposa no trabalho, cada um faz sua rotina, só à noite que ficamos todos juntos para jantar e quando che-ga o final de semana são todas as re-feições juntas também, e normalmen-te sou eu quem cozinha. Quando banormalmen-te aquela preguiça saímos pra comer fora, mas não passa de duas vezes no mês, fast food é mais raro ainda, a cada dois meses mais ou menos. Mesmo fora de casa preferência é refeições completas, por isso optamos por restaurantes.

Família Primoli

Agora que a família está longe, nos reunimos pouco, só no natal e nas festas, mas no dia a dia nós dois mantemos hábitos como o de fazer todas as refeições à mesa e cozinhar todo dia. A gente sabe que na nossa idade não é bom comer sempre essas comidas prontas, por isso é só de vez em quando. A preferência é mesmo por car-nes brancas, legumes,ou mesmo uma carne de vaca magra no almoço, e no café frutas, leite, café e pão integral. Fritura de jeito nenhum.

Família Garcia

Hora de comer: os

hábitos das famílias

Referências

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