Antigamente chamado habitualmente
de transtorno de personalidade
múltipla
Caracterizado por ser um
transtorno dissociativo crônico
Etiologia:
evento traumático
Fonte:
www.facom.ufba.br/com024/dp m/images/screamy.jpg
Personalidade:
“Sentimento de integração do modo como a pessoapensa, sente e se comporta e a apreciação de si mesma como um ser unitário” (KAPLAN & SADOCK, 2007)
Transtorno no qual pessoa apresenta 2
ou mais personalidades distintas
É considerado o mais sério dos
Séc.
XIX:
Sociedade: portadores de estado de possessão
Benjamin Rush descreveu clínica da
fenomenologia
Jean-Marie Charcot e Pierre Janet descreveram
sintomas e a natureza dissociativa do
transtorno
Freud atribuiu mecanismos psicodinâmicos
aos sintomas
Eugen Bleuler considerava reflexos de
esquizofrenia
0,5 – 2% das admissões em
hospitais psiquiátricos
5% de todos os pacientes
psiquiátricos
Mais comum no final da adolescência e idade
adulta jovem: média de diagnóstico de 30
anos
90-100% são mulheres.
Homens
Até 2/3 dos pacientes tentam
suicídio
Freqüentemente coexiste com
outros transtornos mentais:
-Transtornos de Ansiedade -Somatoformes -Relacionados a substâncias -Transtornos do sono -Transtornos de humor -Transtorno do estresse pós- traumático -Disfunções sexuais -Alimentares
Causa base é
desconhecida
Identificados 4 fatores relacionados à
causa:
1) evento de vida traumático
2) tendência para desenvolvimento
3) fatores ambientais
1) Evento de vida
traumático:
Abuso físico ou sexual na infância (incesto)
Morte de parente ou amigo próximo
durante infância
2) Tendência para
desenvolvimento
Biológica
Psicológica
3) Fatores
ambientais
Modelos de papéis
Estresse
Fonte:www.psicosite.com.br/tra/sod/dissocia tiv o.jpg
4) Ausência de apoio
externo:
Parentes próximos
Pessoas sem
parentesco
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_Yt0s3-
mnl9Y/RqIyYjOfT3I/AAAAAAAAADc/NG3teGXT0W4/s400/f amilia_feliz1.jpg
Critérios
diagnósticos:
1) Presença de 2 ou mais identidades ou
estados de personalidade distintos
▪cada qual com seu próprio padrão
relativamente persistente de percepção, relacionamento e pensamento acerca do ambiente e de si mesmo
2) Pelo menos 2 dessas identidades ou estados
de personalidade assumem recorrentemente o
controle do comportamento da pessoa
Critérios
diagnósticos:
3) Incapacidade de recordar informações
pessoais importantes, demasiadamente extensa
para ser explicada pelo esquecimento comum
4) Perturbação não se deve aos efeitos
fisiológicos diretos de uma substância ou de
condição médica geral
Obs: em crianças, sintomas não atribuíveis a
Características
Clínica
s
Súbita e dramática transiçãode personalidades;
Amnésia ou retenção
completa consciente das personalidades;
Amizades ou inimizades entre
personalidades;
Personalidades com nomes
próprios;
Personalidade hospedeira deprimida,
ansiosa e moralista;
Relatos de distorções, e lapsos no tempo; Amnésia; Alteração do comportamento; Aparecimento de personalidades; Uso da palavra “nós”; Escritos, objetos ou desenhos não reconhecidos; Dores de cabeça; Ouvir vozes originadas de dentro da pessoa; História grave de traumatismo físico ou emocional durante infância. (antes do 5 anos);
Amnésia;
Fuga dissociativa; Esquizofrenia;
Transtornos bipolares de ciclagem rápida; Transtornos de personalidade borderline; Epilepsia parcial complexa
“Não existem mudanças de identidade
e consciência em relação à identidade original nesses
transtornos. Drogas e entrevistas assistidas podem ajudar no diagnóstico.”
Pode desenvolver-se em crianças de até 3 anos
de idade com predominância no sexo
masculino:
Transes, mudanças nas habilidades; Sintomas de transtornos depressivos; Negação de comportamentos;
Vozes alucinatórias, períodos amnésticos; Comportamentos suicidas ou
Adolescentes mulheres
têm dois padrões
sintomáticos:
* 1°
Vida caótica promíscua;
Uso de drogas;
Sintomas somáticos;
* 2°
Retraimento social;
Comportamento infantil;
Classificadas erroneamente com transtorno do
humor.
Tentativas de suicídio;
É ruim em transtornos mais precoces;
Número
e tipo
das
personalidades
influenciam;
Relação entre as
personalidades.
Hipnoterapia:
Obtenção de história adicional;
Identificar personalidades não reconhecidas; Auxilio para a ab-reação.
Psicoterapia:
Confirmação do diagnóstico;
Identificação e caracterização das personalidades
Rara indicação de
medicamentos antipsicóticos;
Medicamentos antidepressivos e
antiansiedade podem ser utéis na
psicoterapia;
Antiepilépticos como
carbamazepina ajudam alguns
pacientes;
Criar ambiente seguro, de esperança e confiança; Acesso as personalidades mais acessíveis com: acordos; cooperação; aliança terapêutica; alivio sintomático. Coleta da história;
Mapeamento
das
personalidades;
Metabolismo
dos
traumatismos;
Avanço para a
Integração-resolução;
Aprendizagem de
novas habilidades do
manejo;
Solidificação de
ganhos e elaboração;
Seguimento;
Ruptura dos limites; Domínio e participação ativa do paciente; Aliança terapêutica; Separação redundante das personalidades; Desaparecimento de conflitos;
Comunicação clara e direta
Revelação de traumas
Imparcialidade do terapeuta;
Restauração da moral e das esperanças;
Ritmo e cadência terapêutica;
Responsabilidade;
Expressão afetiva do terapeuta;
Correção de erros cognitivos do
Paciente M.M.,de Flórida (EUA), diagnosticada
desde 1978:
Esta é a minha história: Eu nasci para uma mãe e um
pai, que nunca deveriam ter sido pais, pelo menos para mim. Meu pai queria criar a mulher perfeita para repôr aquela que o havia rejeitado. Ele me criou e tentou de tudo para manter-me somente para ele próprio, alguém que o amaria para sempre e que nunca o deixaria. Na verdade, ele tentou repetidamente me destruir de todas as maneiras que nenhum ser humano poderia fazer com outro.
Minha mãe me odiava desde a hora em que eu nasci,
pois eu fui registrada com o mesmo nome da mulher que havia abandonado o meu pai. Minha mãe não me queria por perto, e ela foi a primeira pessoa na minha vida a tentar me matar. E eu quero dizer exatamente como soa: tentou me matar. Ela não deveria nunca ter sido uma mãe. Minha mãe possui o vício do jogo e já foi presa várias vezes por embolsar dinheiro das companhias para as quais trabalhava.
Quando eu tinha seis meses de idade, a minha mãe pôs
uma faca dentro da minha vagina e iria me dividir em duas. Ela não suportava olhar para mim nem me ouvir chorar. Minha mãe foi impedida por "outras forças". Eu escapei dentro da minha mente enquanto álter- personalidades foram criadas para viver a minha vida até que eu fosse capaz de aceitá-la e reclamá-la. As minhas outras personalidades passaram então a controlar a minha vida física, mas qualquer dia eu teria que retomá-la outra vez. Mas como eu faria isso sem ajuda e sem amor? Eu não estava morta. Eu estava viva, mas precisava me proteger do abuso que estava sendo cometido contra o meu corpo. Os álteres eram os que estavam sendo abusados agora.
Meu pai constantemente me controlou e abusou de mim.
O abuso dele era extremo e sem fim. Minha mãe apenas tentou me matar uma vez, mas após isso ela estava emocionalmente abalada. Eu me casei e tive filhos. Como nem sempre a minha "essência"estava no controle do meu corpo, constantemente eu tratei mal a ambos. Uma das minhas personalidades, chamada Marcy, não permitia que meu marido chegasse perto das crianças. E para tal, envolveu-se em brigas dentro de casa diversas vezes, na frente deles. Marcy chegava a ficar semanas no comando das demais personalidades, para o desespero da minha família, que entendia cada vez menos o que estava acontecendo comigo.
Marcy tinha uma tendência vingativa. Diversas vezes
tentou se matar. E, por conseguinte, matar também a mim. O que me ajudou a seguir em frente foi a ajuda de uma terceira personalidade, chamada Becky. Ela me ajudou a sobreviver e me provou cada dia que eu era uma ótima pessoa. Becky era a força que me alimentava. Eu não estaria aqui se ela não tivesse me mantido viva. Ela sabia que eu poderia fazer qualquer coisa e era minha fonte de informação e ajuda. Eu nunca estive sozinha.
Eu tenho sido UMA por quinze anos. O Dr. Ralph Alison fez o
diagnóstico em 1978 e nós completamos a integração das personalidades em 1981. Meu passado é
cheio de
abuso s
cometidos pelo meu pai e padrasto. Também marcado por uma incessante busca pela cura do meu problema. Passei por muitos hospitais e clínicas psiquiátricas, mas o que pude perceber na maioria delas foi um despreparo para o tratamento da DPM e além disso a frieza de psicólogos e psiquiatras que sentam-se do outro lado de sua mesa dando a sensação de que há um mundo separando paciente e médico. Isto dificultava um diálogo mais próximo e interessado, que foi tão essencial para a minha cura, e o qual eu só encontrei após passar por seis hospitais diferentes, com o Dr. Ralph Alison, a quem devo a felicidade de ser uma só novamente. Minha família e eu temos, desde então, uma vida absolutamente normal.
SADOCK, B. J; SADOCK V. A; Transtornos dissociativos. In: Kaplan &
Sadock, Compêndio de Psiquiatria – Ciência do Comportamento e
Psiquiatria Clínica, 9o Ed. Porto Alegre: Artmed, Cap. 20, p.722–737, 2007.
NEGRO JR, Paulo Jacomo; PALLADINO-NEGRO, Paula; LOUZÃ,
Mario Rodrigues. Dissociação e transtornos dissociativos: modelos teóricos. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, vol.21, no. 4, dezembro de 1999. Disponível em:<
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44461999000400014&script=sci_arttext&tln g=pt>. Acesso em: 03/10/2009. Sites: http://www.psicosite.com.br/tra/sod/dissociativo.htm http://www.facom.ufba.br/com024/dpm/historias.html http://www.psiquiatriageral.com.br/dsm4/sub_index.htm http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm_janela.php?cod=79 http://www.facom.ufba.br/com024/dpm/tratar.html