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Atividades biológicas de extratos e frações das folhas de Persea americana e Syzygium malaccense

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA. ZULANE LIMA SOUSA. Atividades biológicas de extratos e frações das folhas de Persea americana e Syzygium malaccense. Salvador 2016.

(2) ZULANE LIMA SOUSA. ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE EXTRATOS E FRAÇÕES DAS FOLHAS DE Persea americana E Syzygium malaccense. Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biotecnologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia como requisito para obtenção do grau de Doutora em Biotecnologia. Orientadora: Dra. Cristina Pungartnik. Salvador 2016.

(3) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Processamento Técnico, Biblioteca Universitária de Saúde, Sistema de Bibliotecas da UFBA. S725 Sousa, Zulane Lima. Atividades biológicas de extratos e frações das folhas de Persea americana e Syzygium malaccense / Zulane Lima Sousa. Salvador, 2016. 136 f. : il. Orientadora: Profa. Dra. Cristina Pungartnik. Tese (doutorado) - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Salvador, 2016. 1. Antibacterianos. 2. Antifúngicos. 3. Moniliophthora perniciosa. 4. Persea americana. 5. Syzygium malaccense. 6. Extratos vegetais. I. Pungartnik, Cristina. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Ciências da Saúde. Programa de PósGraduação em Biotecnologia. III. Título. CDU: 604.2:547.458.

(4)

(5) A Deus, Criador e Consumador de todas as coisas..

(6) AGRADECIMENTOS. A Deus, por ter me permitido realizar esse trabalho. À minha orientadora, Cristina Pungartnik, por me receber e acolher no Laboratório de Biologia de Fungos da UESC. À UESC, por ceder materiais, equipamentos e laboratórios para a realização desse trabalho. Às secretárias da RENORBIO, Jussi e Cláudia, pela disposição em me ajudar sempre que possível. Ao pessoal do Laboratório de Biologia de Fungos pelo apoio e colaboração constantes. Ao pessoal dos laboratórios e funcionários do CBG pela solicitude sempre apresentada. À banca examinadora, composta pelos professores doutores Abelmon Gesteira, Ana Paula Uetanabaro, Fabienne Micheli e Janisete Miller, pela disposição e contribuição com este trabalho. À FAPESB pela concessão da bolsa de doutorado..

(7) “A sabedoria oferece proteção, como o faz o dinheiro, mas a vantagem do conhecimento é esta: a sabedoria preserva a vida de quem a possui.” Eclesiastes 7.9.

(8) SOUSA, Zulane Lima. ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE EXTRATOS E FRAÇÕES DAS FOLHAS DE Persea americana E Syzygium malaccense. 136f. 2016. Tese (Doutorado) – Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.. RESUMO. Os produtos naturais são fonte de substâncias biologicamente ativas, especialmente as plantas, as quais passaram por anos de processos adaptativos contra fatores abióticos, como temperaturas extremas, falta de água, luz e nutrientes, assim como fatores bióticos, como insetos e micro-organismos. Esse processo adaptativo permitiu o desenvolvimento de metabólitos secundários que hoje são alvo para o estudo de compostos bioativos. Na área médica, a necessidade de novas drogas antimicrobianas ocorre devido ao crescente número de casos de micro-organismos resistentes às drogas de uso atual, além do que no caso dos antifúngicos, muitos são tóxicos, devido à similaridade de células eucariotas humanas e fúngicas. Na área agronômica, o problema de perda de produção pela ação de fitopatógenos é preocupante, principalmente para aquelas culturas que ainda não têm um método de controle eficaz e humanamente e ambientalmente seguros, como é o caso do cacaueiro (Theobroma cacao Linn.) infectado por Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime and Phillips-Mora, que causa a vassoura de bruxa. Com base nisto, este trabalho foi realizado com o objetivo de buscar substâncias bioativas em extratos das folhas de Persea americana Miller e Syzygium malaccense (L.) Merr. & Perry, plantas já utilizadas na medicina tradicional contra doenças infecciosas. A fração diclorometanólica de P. americana (PAD) apresentou atividade contra M. perniciosa com concentração de 500 µg/mL, apresentando 0,3% de sobrevivência quando comparado ao controle sem tratamento (p<0,05). Através dos estudos realizados, essa ação provavelmente é devida à presença de flavonoides nessa fração, os quais possivelmente agem sobre a membrana plasmática do fungo, levando-o à morte. Já o extrato bruto metanólico de S. malaccense (SMM) apresentou atividade contra Enterococcus faecalis resistente à vancomicina (ATCC 51299) e Staphylococcus aureus multirresistente (ATCC 43300), com concentração inibitória mínima (CIM) de 100 µg/mL. A fração aquosa de S. malaccense (SMA) mostrou atividade contra Candida albicans (CIM = 50 µg/mL) e Candida krusei (CIM = 6,25 µg/mL). A fração etanólica (SME) apresentou atividade contra Candida parapsilosis e C. albicans (CIMs = 100 µg/mL). Dessa maneira, tanto a fração PAD pode ser utilizada como uma alternativa para o controle da vassoura de bruxa, como as frações SMM, SMA e SME podem ser utilizadas para a elaboração de formulações farmacêuticas para o uso terapêutico. Palavras-chave: Antibacteriano. Antifúngico. Moniliophthora perniciosa. Persea americana. Syzygium malaccense..

(9) SOUSA, Zulane Lima. BIOLOGICAL ACTIVITY OF EXTRACTS AND FRACTIONS OF Persea americana AND Syzygium malaccense LEAVES. 136 pp. 2016. Doctoral thesis – Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016. ABSTRACT Natural products are sources of biologically active substances, especially plants, which have gone through years of adaptive processes against abiotic factors such as extreme temperatures, and water, light and nutrients lack, as well as biotic factors such as insects and microorganisms attacks. This adaptive process allowed the development of secondary metabolites that are now targeted for the study of bioactive compounds. In the medical field, the need for new antimicrobial drugs is due to the increasing number of cases of microorganisms resistant to currently useed drugs and in the case of antifungals many are toxic due to the similarity of human and fungal eukaryotic cells. In agronomy, the problem of lost production by plant pathogens action is worrying, especially for those crops that do not yet have an effective control method humanly and environmentally safe, as is the case of the cacao tree (Theobroma cacao Linn.) infected with Moniliophthora pernicious (Stahel) Aime and Phillips-Mora, which causes witches' broom. Based on this, this study was conducted with the objective of seeking bioactive compounds in extracts of Persea americana Miller and Syzygium malaccense (L.) Merr. & Perry leaves, plants already used in traditional medicine against infectious diseases. P. americana dichloromethane fraction (PAD) showed activity against M. perniciosa at concentration of 500 µg/mL, with 0.3% survival when compared to the untreated control (p <0.05). Through studies carried out, this action is probably due to the presence of flavonoids in this fraction, which possibly acts on the plasma membrane of the fungus, leading to death. S. malaccense crude methanol extract (SMM) showed activity against vancomycin-resistant Enterococcus faecalis (ATCC 51299) and multidrug-resistant Staphylococcus aureus (ATCC 43300) with minimum inhibitory concentration (MIC) of 100 µg/mL. The S. malaccense aqueous fraction (SMA) showed activity against Candida albicans (MIC = 50 µg/mL) and Candida krusei (MIC = 6.25 µg/mL). The S. malaccense ethanol fraction (SME) showed activity against Candida parapsilosis and C. albicans (MIC = 100 µg/mL). Thus, the PAD fraction may be used as an alternative for the control of witch's broom, as well as the SMM, SMA and SME fractions can be used for the preparation of pharmaceutical formulations for therapeutic use. Keywords: Antibacterial. Antifungal. Moniliophthora perniciosa. Persea americana. Syzygium malaccense..

(10) LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Figura 1 Persea americana Miller (DESCOURTILZ, 1829). ................................................ 22 Figura 2 Syzygium malaccense (L.) Merr. & Perry (FITCH, 1848). ....................................... 30.

(11) LISTA DE TABELAS. Tabela 1. Uso medicinal de P. americana em diferentes países. ............................................ 23 Tabela 2. Uso medicinal de S. malaccense em diferentes países. ........................................... 31 Tabela 3. Patentes registradas com folhas de P. americana e S. malaccense com enfoque em aplicações comerciais. ....................................................................................................... 39.

(12) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. °C. Grau Celsius. µL. Microlitro. AIDS. Acquired immunodeficiency syndrome. AlCl3. Cloreto de alumínio. ATCC. American Type Culture Collection. BSI. Bloodstream infection. CFU. Colony forming unit. CPD. Complete medium. DAD. Diode array detector. DIC. Differential interference contrast. DMSO. Dimetilsulfóxido. DW. Dry weight. EE. Epicatechin equivalent. FAPESB. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. FeCl3. Cloreto de ferro. g. Grama. GA. Gallic acid. GAE. Gallic acid equivalent. h. Hora. HCl. Ácido clorídrico. HIV. Human immunodeficiency virus. HPLC. High Performance Liquide Chromatography. HSV1. Herpes simples tipo 1. HSV2. Herpes simples tipo 1. INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. K2Cr2O7. Dicromato de potássio. KE. Kaempferol equivalent. L. Litro. LC50. Lethal dose that kills 50%. MBC. Minimum bactericidal concentration. MFC. Minimum fungicidal concentration.

(13) mg. Miligrama. MHB. Mueller Hinton Broth. MIC. Microdilution inhibitory concentration. mL. Mililitro. MRSA. Methicillin resistant Staphylococcus aureus. N. Normal. NaOH. Hidróxido de sódio. NDM-1. New Delhi Metallo-β-lactamase-1. nm. Nanômetro. OMS. Organização Mundial de Saúde. PA. P. americana. PAA. P. americana aqueous fraction. PAD. P. americana dichloromethane fraction. PAD. P. americana dichloromethane fraction. PAE. P. americana ethanol fraction. PAH. P. americana heptane fraction. PAM. P. americana methanol extract. PI. Propidium iodide. SM. S. malaccense. SMA. S. malaccense aqueous fraction. SMD. S. malaccense dichloromethane fraction. SME. S. malaccense ethanol fraction. SMH. S. malaccense heptane fraction. SMM. S. malaccense methanol extract. STAT. Stationary growth phase. UESC. Universidade Estadual de Santa Cruz. USPTO. United States Patent and Trademark Office. UV. Ultravioleta. VRE. Vancomycin resistant enterococci. w/v. Weight/Volume. WBD. Witches' broom disease. WHO. World Health Organization.

(14) SUMÁRIO 1.. Introdução .................................................................................................................... 13. 2.. Revisão de literatura ................................................................................................... 15 2.2.. Uso de plantas como fonte de compostos bioativos ...................................................... 15. 2.2.1.. 2.3.. Seleção de plantas para a busca de compostos bioativos ............................................................ 16. Compostos fitoquímicos com atividades biológicas .................................................. 17. 2.3.1.. Fenóis...................................................................................................................... 18. 2.3.2.. Taninos ................................................................................................................... 18. 2.3.3.. Flavonoides ............................................................................................................. 19. 2.3.4.. Terpenoides ............................................................................................................ 19. 2.3.5.. Saponinas ................................................................................................................ 20. 2.4.. Persea americana ......................................................................................................... 20. 2.5.. Syzygium malaccense ................................................................................................... 29. 2.6.. Busca de antimicrobianos para uso médico .............................................................. 34. 2.7.. Fitopatógenos ............................................................................................................... 36. 2.7.1.. Controle de fitopatógenos........................................................................................ 36. 2.7.2.. Moniliophthora perniciosa ....................................................................................... 37. 2.8.. Busca de patentes relacionadas à P. americana e S. malaccense ............................. 37. CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................... 54 Antimicrobial activity, toxicity and phytochemical analysis of Syzygium malaccense (Myrtaceae) leave extract ............................................................................................................................ 55. CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................... 88 Methanolic leaf extract from Persea americana acts as fungicide against Moniliophthora perniciosa .............................................................................................................................................. 89. APÊNDICE – Resultados adicionais obtidos no projeto ...................................................... 131.

(15) 1.. Introdução. Há muito tempo os seres humanos utilizam os produtos naturais como fonte de substâncias para o tratamento de doenças. De forma simples e rudimentar, fazem uso de materiais de origem mineral, animal e vegetal para o preparo de formulações caseiras que são aplicadas de forma direta sobre o local enfermo ou através da ingestão desse material (DE PASQUALE, 1984; RATES, 2001). O conhecimento adquirido pela população através dessas técnicas é alvo de estudos científicos, pois o conhecimento etnofarmacológico foi baseado em anos de observações empíricas, mas que demonstra ser um método com alta probabilidade de sucesso para a busca de substâncias biologicamente ativas (BRITO, 1996; MACIEL et al., 2002; RATES, 2001). Entre os diversos produtos naturais existentes, as plantas são a principal fonte de substâncias para o uso medicinal popular e, consequentemente, por seu potencial, também são usadas para a obtenção de substâncias bioativas (GURIB-FAKIM, 2006). Este potencial também se deve ao fato de que os vegetais produzem uma grande variedade de metabólitos secundários, os quais são sintetizados em resposta às diversas condições de ataque a que estão expostos, como de insetos, animais herbívoros e microorganismos, ou outras condições adversas, como falta de água, luz e nutrientes. Dessa maneira, essas substâncias são produzidas naturalmente como um mecanismo de defesa da planta (COWAN, 1999; GYAWALI; IBRAHIM, 2014; LAI; ROY, 2004; LEICACH; CHLUDIL, 2014). Muitos desses metabólitos secundários são conhecidos por apresentarem atividades biológicas de interesse farmacêutico com atividade antimicrobiana contra bactérias e fungos de relevância médica e interesse agronômico, com atividade contra fungos fitopatógenos, como é o caso de alguns fenóis (KOCAÇALIŞKAN; TALAN; TERZI, 2006), taninos (JACOB; PIGNAL, 1975; SCALBERT, 1991), flavonoides (TERESCHUK et al., 1997), terpenoides (ANGEH et al., 2007; SONG et al., 2011) e saponinas (COWAN, 1999). Atualmente, há uma necessidade de descoberta de novos compostos antimicrobianos. Na área médica, a ocorrência de micro-organismos resistentes aos 13.

(16) agentes antimicrobianos em uso tem aumentado e, se novas drogas não entrarem no mercado, a tendência é chegar a um tempo em que as doenças infecciosas não poderão mais ser controladas por medicação (HANCOCK, 2015; LI; MA, 2015; WRIGHT; POINAR, 2012). Somado a isso, o número de pacientes imunossuprimidos, como os aidéticos ou aqueles que fazem uso de drogas imunossupressoras, têm aumentado e esses são facilmente acometidos por micoses oportunistas. Porém, seu tratamento muitas vezes não é satisfatório, tanto pela ocorrência de fungos resistentes aos antifúngicos, como pela presença de toxicidade das drogas disponíveis, o que é indesejável, principalmente nesses pacientes com o sistema imune suprimido. Em vista disso, a descoberta de novos agentes antimicrobianos para uso médico é necessária (BROWN et al., 2012; SOUSA et al., 2012). Na área agronômica, o problema de perda de produção por ação de fitopatógenos é preocupante (STRANGE; SCOTT, 2005), pois em algumas situações o controle desses organismos ainda não foi possível, como é o caso de Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime and Phillips-Mora, um fungo que ataca o cacaueiro (Theobroma cacao Linn.) causando perdas anuais de produção que podem chegar a 90% (GOTSCH, 1997; HEBBAR, 2007). A falta de um método de controle eficaz e seguro para os seres humanos e o meio ambiente tornam necessários estudos nessa área (ALVES-FILHO et al., 2011; MEINHARDT et al., 2008). Em vista disso, neste trabalho foi proposto realizar o estudo das atividades biológicas de extratos e frações de Persea americana Miller e Syzygium malaccense (L.) Merr. & Perry, com foco na busca de substâncias antimicrobianas para posterior aplicação farmacêutica e agrícola.. 14.

(17) 2.. Revisão de literatura. 2.1.. Uso de produtos naturais como fonte de compostos bioativos. Ao longo dos séculos, os seres humanos tem utilizado a natureza como fonte para suprimento de suas necessidades básicas, como alimentos, roupas, fertilizantes, fragrâncias e medicamentos. O interesse no uso da natureza como fonte de agentes químicos terapêuticos ainda continua. Como exemplo, entre 1981 e 2010, 69% das drogas anti-infecciosas descobertas foram naturalmente derivadas ou inspiradas nos produtos naturais (CRAGG; NEWMAN, 2013; GURIB-FAKIM, 2006). Com usos medicinais conhecidos desde as antigas civilizações, como a mesopotâmica e a egípcia, os produtos naturais de origem mineral, animal e vegetal são considerados fontes importantes de compostos químicos para a aplicação farmacêutica com eficácia terapêutica (DE PASQUALE, 1984; HARVEY, 2000; RATES, 2001). Medicamentos de origem natural podem ser considerados aqueles originalmente naturais, produtos semi-sintéticos derivados de produtos naturais ou produtos sintéticos inspirados em modelos de produtos naturais (CRAGG; NEWMAN; SNADER, 1997). Após 1805, ano em que ocorreu o isolamento do primeiro composto farmacologicamente ativo proveniente de plantas, a morfina produzida por Papaver somniferum, houve o início de um tempo em que os compostos de fontes vegetais começaram a ser estudados, purificados e administrados (HAMILTON; BASKETT, 2000; LI; VEDERAS, 2009).. 2.2.. Uso de plantas como fonte de compostos bioativos. O interesse no uso terapêutico de produtos naturais ocorre principalmente naqueles derivados de plantas. Algumas razões podem explicar este interesse, como por exemplo, em alguns casos, o tratamento através da medicina convencional pode ser ineficiente, o uso abusivo e também incorreto de drogas sintéticas resulta na ocorrência de efeitos colateriais, além de que parte da população mundial não tem acesso a esse tratamento farmacológico convencional (RATES, 2001). 15.

(18) As plantas são a base de sistemas de medicina tradicional existentes há milhares de anos e que ainda continuam a fornecer novos remédios à população. A terapia com plantas medicinais é baseada em resultados empíricos de milhares de anos e essa seleção de plantas realizada naturalmente resultou na escolha de espécies de propriedades terapêuticas como as de Commiphora (mirra), Glycyrrhiza glabra (alcaçuz) e Cupressus sempervirens (cedro), as quais foram descritas inicialmente em 2600 aC e ainda hoje são utilizadas para o tratamento de diversas doenças infecciosas (GURIB-FAKIM, 2006). As propriedades antimicrobianas de muitas plantas se explicam, principalmente, pela presença dos metabólitos secundários produzidos pelos vegetais em condições de defesa contra a predação por insetos, herbívoros e micro-organismos, assim como na ocorrência de fatores abióticos adversos, como a falta de luz, água e nutrientes, temperaturas extremas e mudanças no pH do solo (GYAWALI; IBRAHIM, 2014; LAI; ROY, 2004; LEICACH; CHLUDIL, 2014). Apesar dos vegetais terem um grande potencial como fonte de substâncias biologicamente ativas, ainda há pouco estudo e exploração a seu respeito. Como exemplo, dentre as 250 a 500 mil espécies de plantas existentes no mundo, apenas 15% foram estudadas quanto aos seus constituintes químicos e 6% quanto às suas atividades biológicas, revelando a existência de uma ampla área de exploração científica (GURIBFAKIM, 2006; RATES, 2001).. 2.2.1.. Seleção de plantas para a busca de compostos bioativos. A escolha de plantas para seu posterior estudo farmacológico pode ser realizada de acordo com alguns critérios como o seu conteúdo químico, toxicidade, seleção randomizada ou o seu uso tradicional no tratamento de enfermidades (BRITO, 1996; RATES, 2001). A seleção por critério químico baseia-se no uso de informações filogenéticas e quimiotaxonômicas em gêneros e famílias que possuem classes de compostos químicos de conhecida atividade farmacológica. Nesse caso, a escolha da espécie vegetal baseiase na categoria química da substância de interesse que ocorre em um determinado 16.

(19) gênero ou família. Esse tipo de seleção favorece a obtenção de substâncias químicas conhecidas a partir de fontes ainda não exploradas (BRITO, 1996; RATES, 2001). As plantas tóxicas também têm sido alvo de pesquisas científicas, pelo fato de que alguns de seus compostos já mostraram ser altamente específicos para usos terapêuticos. Os compostos bioativos quase sempre são tóxicos em altas doses e, dessa maneira, esse pode ser o alvo para a busca de compostos biologicamente ativos em plantas (MCLAUGHLIN; ROGERS; ANDERSON, 1998; RATES, 2001). A seleção randomizada das plantas para a busca de compostos biativos não possui um critério bem definido, ela é feita de forma arbitrária, de acordo com a disponibilidade da planta para estudo. Essa abordagem permite a descoberta de novas estruturas químicas presentes na natureza, sejam elas bioativas ou não (BRITO, 1996; MACIEL et al., 2002). Já a escolha da espécie vegetal seguindo as observações e evidências do uso terapêutico popular de plantas, em diferentes grupos étnicos, é conhecida como abordagem etnofarmacológica ou etnobotânica. Embora a utilização dos demais critérios possa ter resultados satisfatórios, se a seleção de plantas for feita com base no seu uso tradicional pela população para o tratamento de doenças, a chance de sucesso na pesquisa é maior. A abordagem etnofarmacológica permite, com maior probabilidade, a descoberta de novas estruturas químicas que apresentem atividades biológicas (BRITO, 1996; MACIEL et al., 2002; RATES, 2001).. 2.3.. Compostos fitoquímicos com atividades biológicas. Os metabólitos secundários produzidos pelas plantas, também chamados de compostos de baixo peso molecular, são altamente diversos com mais de 100 000 substâncias conhecidas (DIXON, 2001; SHAO et al., 2011). Esses compostos fitoquímicos podem apresentar atividades biológicas em outros organismos por serem semelhantes a hormônios, moléculas de transdução de sinal, neurotransmissores e metabólitos endógenos, dessa maneira, por terem semelhança em sítios alvo potenciais, apresentam efeitos medicinais benéficos em seres humanos (BRISKIN, 2000). Entre os. 17.

(20) principais metabólitos secundários de plantas com atividades biológicas estão os fenóis, taninos, flavonoides, terpenoides e saponinas (COWAN, 1999).. 2.3.1.. Fenóis. Os fenóis estão entre os mais simples compostos fitoquímicos bioativos, caracterizados por conter um único anel aromático ligado a um ou mais grupos hidroxila. O número e os locais dos grupos hidroxila relacionam-se com a toxicidade do composto contra micro-organismos com evidências de que quanto mais hidroxilações houver mais toxicidade haverá (COWAN, 1999). Exemplos de fenóis simples com atividade antimicrobiana são o catecol e o pirogolol, os quais já demonstraram apresentar atividade antibacteriana contra espécies de Pseudomonas e Corynebacterium, tendo o primeiro demonstrado atividade antifúngica contra espécies de Fusarium e Penicillium (KOCAÇALIŞKAN; TALAN; TERZI, 2006).. 2.3.2.. Taninos. Os taninos são um grupo de substâncias com propriedades adstringentes encontradas em altas concentrações em diversas partes das plantas como madeira, casca, folhas, frutos e raízes, podendo chegar a mais de 10% do peso seco vegetal (COWAN, 1999; SCALBERT, 1991). A toxicidade dos taninos contra os micro-organismos é conhecida e diversa, apresentando atividade contra fungos filamentosos fitopatogênicos, como Aspergillus niger, Colletotrichum graminicola e Moniliophthora perniciosa, leveduras como Candida spp. e Saccharomyces cerevisiae, além de bactérias como Staphylococcus aureus e Proteus vulgare (JACOB; PIGNAL, 1975; SCALBERT, 1991). Um de seus mecanismos de ação consiste em se complexar com proteínas celulares microbianas inativando enzimas, como celulases, pectinases, xilanases e peroxidase. Também podem agir por modificar drasticamente a morfologia das células, alterando o seu padrão de crescimento, assim como por alteração da integridade da membrana celular levando consequentemente à ruptura e morte microbiana (LI et al., 2014; SCALBERT, 1991).. 18.

(21) 2.3.3. Durante. Flavonoides séculos,. preparações. contendo. flavonoides. como. constituinte. biologicamente ativo foram utilizadas por médicos para o tratamento de doenças (HAVSTEEN, 1983). A utilização do própolis na medicina tradicional é um exemplo, pois é utilizado há muitos anos para o tratamento de feridas e úlceras e é conhecido por possuir um teor elevado de flavonoides, o que confere a este produto uma atividade antimicrobiana comprovada in vitro (CUSHNIE; LAMB, 2005; GRANGE; DAVEY, 1990). Outro exemplo é o uso da infusão das folhas de Tagetes minuta, na medicina popular da Argentina, como antimicrobiano, para o qual já foi comprovado laboratorialmente que o principal componente do seu extrato metanólico é um flavonoide que possui tal atividade contra bactérias Gram negativa e positiva (TERESCHUK et al., 1997). A ação antimicrobiana dos flavonoides pode ser explicada por diferentes mecanismos de ação que eles apresentam em interações celulares como inibição enzimática, complexação com proteínas e paredes celulares bacterianas, de modo a prejudicar suas funções, além de ser capaz de causar a ruptura de membranas biológicas (COWAN, 1999; HAVSTEEN, 1983).. 2.3.4.. Terpenoides. Os terpenoides são compostos orgânicos estruturalmente diversos que possuem mais de 20 000 estruturas conhecidas, formados basicamente por unidades de isopreno (C5H8) e moléculas de oxigênio. Este grupo é considerado um dos principais componentes de produtos naturais em uso há milhares de anos, como é o caso do ginseng, produzido com diferentes espécies de Panax, um conhecido medicamento fitoterápico usado na medicina tradicional chinesa e no ocidente para o tratamento de doenças inflamatórias, neurodegenerativas e câncer (SALMINEN et al., 2008; SHAO et al., 2011). Os triterpenoides são uma classe de terpenoides com 30 carbonos conhecidos por apresentarem atividade contra bactérias Gram negativas e positivas como Escherichia coli e Staphylococcus aureus, fungos fitopatogênicos como espécies de Fusarium e Penicillium e contra o vírus da imunodeficiência humana (ANGEH et al., 2007; SONG et al., 2011; SUN et al., 1996). O mecanismo de ação proposto para os terpenoides está relacionado com a sua característica hidrofóbica, a qual altera as 19.

(22) interações de proteínas e lipídeos da membrana, causando uma expansão e desestabilização da mesma com consequente perda de íons. Somado a isso, a presença de grupos hidroxila na molécula é um fator determinante para a ação antimicrobiana. Nesse caso, o composto age como um transportador transmembranar que realiza o efluxo de K+ e influxo de H+ na célula, acidificando o citosol. Esse desequilíbrio celular resulta na ausência de força próton-motriz para a síntese de ATP que logo compromete os processos essenciais na célula, levando à morte (MENDOZA; WILKENS; URZÚA, 1997; RAO et al., 2010; ULTEE; BENNIK; MOEZELAAR, 2002).. 2.3.5.. Saponinas. As saponinas são um grupo de triterpenoides encontrados geralmente em níveis elevados nas plantas e estão associados à resistência da espécie vegetal contra ataques fúngicos. Outros efeitos biológicos também já foram associados com esses compostos, como efeito inseticida, moluscicida e piscicida. Quanto a sua atividade sobre microorganismos in vitro, já foram relatadas ações contra Candida parapsilosis, Sporothrix schenckii e Trichophyton sp. O efeito tóxico das saponinas contra os fungos decorre de sua habilidade em causar a perda da integridade da membrana celular ao se complexar com os esteróis da membrana, formando poros e, assim, resultando na lise celular. Esse mecanismo de ação é evidenciado quando fungos que possuem poucos esteróis em suas membranas, como os do gênero Pythium e Phytophthora, são expostos às saponinas e mostram-se resistentes à sua ação (COWAN, 1999; ÖKMEN et al., 2013; OSBOURN, 1996; TSUZUKI et al., 2007).. 2.4.. Persea americana. Persea americana Miller (Figura 1) é uma árvore frutífera perene nativa das regiões tropicais e subtropicais do México, Guatemala e Costa do Pacífico da América Central, conhecida no Brasil como abacateiro. Ela pertence à família Lauraceae, da ordem Laurales, a qual abrange cerca de 50 gêneros e 2500 espécies distribuídas em todo o mundo (ALCARAZ; THORP; HORMAZA, 2013). P. americana é considerada uma árvore de porte médio, medindo de 15-20 metros de altura, ereta e que produz 20.

(23) frutos ricos em óleos, contendo de 3-30%, e apreciados por seus atributos sensoriais e alto valor nutritivo. Suas folhas e outras partes da planta possuem propriedades medicinais que são amplamente utilizadas pela medicina tradicional de muitos países (FALODUN et al., 2013; LEITE et al., 2009; RODRÍGUEZ-CARPENA et al., 2011; YASIR; DAS; KHARYA, 2010). Na Tabela 1 são apresentados os nomes populares de P. americana em cada país, a parte da planta usada tradicionalmente, a forma de preparação, assim como a indicação medicinal segundo os conhecimentos populares. As folhas são as partes mais utilizadas em formulações populares contra enfermidades, sua composição fitoquímica apresenta principalmente flavonoides e fenóis, e, em menor concentração, saponinas, taninos, alcaloides, esteroides e terpenoides (ARUKWE et al., 2012; MEDICINE, 2013). Algumas atividades farmacológicas de P. americana já foram identificadas, como atividade antiviral, identificada por ação de dois flavonoides obtidos do extrato aquoso das folhas da planta, afzelina e quercetina 3-O-a-Darabinopiranosídeo, sobre o herpes simples tipo 1 (HSV-1); atividade antioxidante, por inibição de O2- em culturas celulares; e também efeito analgésico demonstrado em camundongos e anti-inflamatório em ratos (ADEYEMI; OKPO; OGUNTI, 2002; DE ALMEIDA et al., 1998; KIM et al., 2002).. 21.

(24) Figura 1 Persea americana Miller (DESCOURTILZ, 1829).. 22.

(25) Tabela 1. Uso medicinal de P. americana em diferentes países. Nome vulgar. País. Partes usadas tradicionalmente. Forma de preparo. Administração. Usos tradicionais. Referências. -. Gana. Folhas. Infusão. Tópico. Úlceras cutâneas. (PESEWU; CUTLER; HUMBER, 2008). -. Peru. Folhas. Trituração para Cataplasma quente Membros quebrados por trauma, contusões (VALADEAU et al., formação de uma com edema 2010) pasta. Abacate. Brasil. Folhas. Decocção ou infusão. -. Diurético, antitérmico, analgésico (principalmente dor de barriga), cálculo renal. Abacate. Brasil. Folhas. Decocção ou infusão. Oral. Fígado, rim, malária, sintomas de hepatite, (COELHOanemia, infecção urinária, sífilis, asma FERREIRA, 2009). Broto/semente. Infusão. -. Corrimento vaginal, para regular os ciclos menstruais. In natura Abacate. Brasil. Folhas. Decocção. (DI STASI et al., 2002). Mau hálito Oral. Dor nos rins. (CARTAXO; DE ALMEIDA SOUZA; DE ALBUQUERQUE, 2010). 23.

(26) Afia. Guiné Equatorial. Folhas. Decocção. Oral. Icterícia. (AKENDENGUE, 1992). Aguacate. Equador. Folhas, fruto. Decocção ou infusão. Banho, oral. Influenza, bronquite, dor de estômago, dores menstruais, diabetes, tônico capilar, reumatismo. (TENE et al., 2007). Aguacate. Honduras. Semente. Decocção. Oral, durante o período menstrual. Prevenção da concepção. (TICKTIN; DALLE, 2005). Aguacate. México. Folhas. Infusão. -. Diabetes. (ANDRADECETTO; HEINRICH, 2005). Aguacate. México. Folhas. Decocção. Oral, diariamente. Diabetes do tipo 2. (ANDRADE-CETTO et al., 2006). Aguacate. México. Folhas. Mistura. Oral. Diarreia. (ZAMORAMARTÍNEZ; DE PASCUAL POLA, 1992). Aguacate. México. Folhas. -. -. Dor de estômago, diarreia, parasitas, distúrbios digestivos. (CASTILLOJUÁREZ et al., 2009). Aguacate. México. Folhas. Maceração. Oral. Febre. (ANDRADE-CETTO, 2009). Infusão. Oral. Tosse, bronquite, câncer, problemas de pele, dor de estômago. Decocção ou. Bochechos. Cáries, doenças da gengiva, condições. Aguacate. México. Folhas. (ROSAS-PIÑÓN et 24.

(27) infusão Aguacate, kuka’taj. México. inflamatórias orais, mau hálito. al., 2012) (MARTINEZ ALFARO, 1984). Semente. Maceração em álcool. Oral. Anemia. Folhas. Decocção. Oral. Resfriado e tosse. Aguacate, on, pear. Belize. Folhas. Decocção ou infusão. Oral. Tosse. (ARNASON et al., 1980). Aguacate, uj. México. Folhas. Infusão. Oral. Diarreia, dor de estômago, dor no corpo, dor de cabeça, feridas, febre, ataque cardíaco, osteoporose, vômito, dor de garganta, para manter longe os maus espíritos. (ALONSO-CASTRO et al., 2012). Alpukat. Indonésia. Folhas. Aquecimento/es Oral magamento/deco cção. Remédio pós-parto, hepatite. (ROOSITA et al., 2008). Árvore de abacate. Brasil. Folhas. -. -. Rins, aborto. (DE ALBUQUERQUE et al., 2007). Avacado. Uganda. Folhas frescas/ semente fresca. Decocção ou infusão. Oral. Tosse, kwashiorkor, pressão alta, febre amarela. (NAMUKOBE et al., 2011). Avocado. África do Sul. Semente. Pasta. Banho, tópico. Limpeza e proteção a pele facial, rugas. (AFOLAYAN; GRIERSON; MBENG, 2014). 25.

(28) Avocado. Filipinas. Folhas. Decocção. Oral. Diarreia. (ABE; OHTANI, 2013). Avocado. México. -. -. -. Ocitócico. (ORTIZ DE MONTELLANO; BROWNER, 1985). Avocat. Maurícia. Fruto. Suco com iogurte Oral, uma vez por semana. Catarata, nível elevado de colesterol. (MOOTOOSAMY; MAHOMOODALLY , 2014). Avoka tiiya. Burkina Faso. Folhas. Decocção. -. Sedativo. (NADEMBEGA et al., 2011). Avokatin. Benim. Folhas. -. -. Hipertensão. (ALLABI et al., 2011). Awapi. Peru. Folhas. Infusão. Oral, uma vez por dia. Choro de criança. (ODONNE et al., 2013). Eben mbakara Nigéria. Sementes. Pó. Oral. Hipertensão. (AJIBESIN et al., 2008). Liavacado. Quénia. Folhas. Pó. Oral, 4,5 g três vezes por dia. Câncers de pele, mama e colorretal. (OCHWANG’I et al., 2014). Moafokhathe. África do Sul. Raiz. Decocção. -. Diabetes mellitus. (SEMENYA; POTGIETER; ERASMUS, 2012). Moafokhathe. África do Sul. Raiz. Decocção. Oral, três vezes por dia. Diabetes mellitus, hipertensão. (SEMENYA et al., 2012) 26.

(29) Olumueb. Nigéria. Sementes. Decocção. Oral, uma colher de chá duas vezes por dia. Hipertensão. (GBOLADE, 2012). Ovacado. Uganda. Casca do caule. -. -. Tuberculose. (BUNALEMA et al., 2014). Ovacado. Uganda. Folhas, caule, semente. -. -. Tuberculose. (TABUTI; KUKUNDA; WAAKO, 2010). Palta. Argentina. Semente. Infusão. Oral, duas vezes por dia até a cura. Diarreia, dispepsia, dor de estômago. (HILGERT, 2001). Palta. Bolívia. Folhas. Infusão. Oral. Distúrbios renais, tosse. (HAJDU; HOHMANN, 2012). Fruto. Trituração. Lavagem. Cuidado capilar. Sementes. Decocção ou infusão. Oral. Diarreia, cólicas, úlceras. Decocção. Oral. Inflamação, infecção geral. Palta. Peru. (MONIGATTI; BUSSMANN; WECKERLE, 2013). Pear. Nicarágua. Casca, semente, fruto, folhas. Decocção. Oral. Dor abdominal e nas costas, expulsão da placenta retida, hemorragia uterina, dor abdominal pós-parto, contracepção. (COE, 2008). Pereiraabacate. Portugal. Folhas. Infusão. Oral. Anti-hipercolesterolémico, hipoglicemiante, analgésico gástrico,. (NOVAIS et al., 2004) 27.

(30) protetor hepático, anti-inflamatório intestinal Pia. Nigéria. Folhas. -. -. Malária. (OLORUNNISOLA et al., 2013). Piya. Guiné. Folhas. Decocção. Oral. Doenças infecciosas. (MAGASSOUBA et al., 2007). Piya, Piyaa. Guiné. Folhas. Decocção. -. Malária. (TRAORE et al., 2013). Pyia. Guiné. Folhas. Decocção. Oral, lavagem. Malária. (KAMSU-FOGUEM; DIALLO; FOGUEM, 2013). Ube-beke, Igba/apoka. Nigéria. Folhas. -. -. Malária. (DIKE; OBEMBE; ADEBIYI, 2012). Vakedo. Uganda. Folhas. Decocção. Oral, diariamente. Aumentar o apetite e a imunidade. (ASIIMWE et al., 2013). Zaboka. França (Martinica). Folhas. Decocção. Oral. Dor torácica, flatulência, diabetes. (LONGUEFOSSE; NOSSIN, 1996). Folhas/semente Folhas/frutos. Doenças hepáticas Decocção/cru. Oral. Constipação. 28.

(31) 2.5.. Syzygium malaccense. Syzygium malaccense (L.) Merr. & Perry (Figura 2) é uma espécie vegetal pertencente à família Myrtaceae, de origem asiática, especificamente nativa da Indonésia e Malásia. É uma árvore que chega a 20 metros de altura, com tronco reto e copa densa de forma piramidal e com ramificação abundante. As árvores dessa espécie são bem adaptáveis em regiões tropicais úmidas que possuem até 1200 metros de altitude. No Brasil, ela pode ser encontrada nas regiões quentes do Sudeste e nos estados da região Norte e Nordeste. O jambeiro, ou jambo-vermelho, nomes populares desta planta no Brasil, produzem frutos considerados suculentos, com polpa branca e casca que apresenta coloração variável de rosa a vermelho escuro, a depender do estado de maturação (COSTA et al., 2006; ORWA et al., 2009). Algumas partes da planta, como folhas e a casca do tronco, são preparadas de formas distintas e utilizadas em alguns países na medicina popular para o tratamento de doenças, como mostrado na Tabela 2. Estudos fitoquímicos com extratos das folhas de S. malaccense já foram realizados, nos quais foram detectados a presença de esteroides, flavonoides, proantocianidinas, taninos e terpenoides (DE MELO, 2009). Algumas atividades biológicas já foram estudadas e identificadas a partir de extratos de S. malaccense. Arumugam et al. (2014), ao utilizarem o extrato etanólico das folhas dessa planta, observaram a presença de uma atividade inibitória da enzima α–glicosidade, o que reflete o seu potencial antiglicêmico. No mesmo estudo também foi relatada a presença de atividade antioxidante do extrato, no qual os autores identificaram serem os derivados do flavonoide miricetrina os principais compostos bioativos presentes na fração ativa (ARUMUGAM et al., 2014). A presença de atividade antimicrobiana também já foi identificada no extrato das folhas de S. malaccense por Locher et al., (1995), com ação do extrato aquoso contra Streptococcus pyogenes e S. aureus, e do extrato metanólico contra os dermatófitos Epidermophyton floccosum, Microsporum canis e Trichophyton rubrum. Já o extrato aquoso da casca do tronco de S. malaccense apresentou atividade antiviral contra o herpes simples tipo 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) (LOCHER et al., 1995).. 29.

(32) Figura 2 Syzygium malaccense (L.) Merr. & Perry (FITCH, 1848).. 30.

(33) Tabela 2. Uso medicinal de S. malaccense em diferentes países. Nome vulgar. País. Partes usadas tradicionalmente. Forma de preparo. Administração. Usos tradicionais. Referências. Fekika kai. Tonga. Casca da árvore. Infusão. Oral. Enjoo matinal. (OSTRAFF et al., 2000). Fekika kai. Tonga. Raspas da casca da árvore. Decocção. -. Dismenorreia. (SINGH et al., 1984). Oral (diariamente). Infertilidade. Fekika kai, Fekika. Tonga. Casca ou raspas da casca da árvore. Decocção. Oral (ao menos duas vezes por dia). Kahi (síndrome que pode afetar os sistemas gastrointestinal, genitourinário e músculo esquelético). Folhas e casca da árvore. Infusão. Oral (duas vezes ao dia e uma vez à noite). Kahi. Casca da árvore. Decocção. -. Amenorreia secundária. Infusão. -. Amenorreia secundária. -. -. Kahi ngutupule (dor no plexo solar) e kahi mui fa’ele (prolapso do reto de mulheres pós-parto). -. Oral. Dor no estômago. Infusão. Aplicação no interior da boca. Infecções na boca. Casca da árvore. Folhas e casca da árvore. (WHISTLER, 1991). 31.

(34) Gogu Fia Fia, Malay Apple. Ka’ika makatea. Samoa. Ilhas Cook. Folhas e/ou casca interna da árvore. -. -. Tosse, dor de garganta. Casca interna da árvore. -. -. Dor no estômago, inchaço do estômago após o parto. Folhas e casca da árvore. Folhas esmagadas ou a casca macerada. Oral. Sapinho em crianças. Casca da árvore. Solução da casca. Oral. Para induzir o vômito. (UHE, 1974). (WHISTLER, 1985). Karikau, Raurau, Laulau. Papua Nova Guiné. Folhas. Suco. Oral. Tosse produtiva. (WARURUAI et al., 2011). Kaveka. Papua Nova Guiné. Folhas e madeira. Raspagem. Oral. Tosses e resfriados. (PRESCOTT; KIAPRANIS; MACIVER, 2012). Malay apple. Samoa. Casca interna da árvore. Decocção. Oral. Doença gastrointestinal. (HARRINGTON; SCOTESE, 2001). Nahabika, (na)kavika, negebige, hawei. Vanuatu. Casca interna da árvore. Maceração a frio. Oral. Ciguatera. (BRADACS; HEILMANN; WECKERLE, 2011). Nonu fi'afi'a. Samoa. Galha foliar. -. -. Inflamação. (COX, 1993). 32.

(35) Ōhi'a-ai. Estados Unidos da América (Havaí). Folhas e casca da árvore. Seiva produzida pela batida e mistura com água. Oral. Para estimular a expulsão da placenta e para expelir sangue excessivo. (KOBAYASHI, 1976). Pomerak. Suriname. Folhas. Decocção. Banho. Tranga wiwiri (fortalecimento da criança). (RUYSSCHAERT et al., 2009). 33.

(36) 2.6.. Busca de antimicrobianos para uso médico. Os antibióticos são considerados um dos mais eficazes produtos terapêuticos utilizados contra as doenças infecciosas. Devido a esse sucesso, o seu uso tem sido contínuo, porém dois desafios tornaram-se uma ameaça a esse fato. O primeiro está relacionado a uma diminuição do interesse e investimento do setor farmacêutico na descoberta de novos medicamentos antibióticos. O segundo desafio é a ocorrência de resistência microbiana aos antibióticos. Os dois estão relacionados, pois todas as drogas antibióticas introduzidas na prática clínica mostraram ter a eficácia e tempo de vida finitos, havendo sempre o surgimento de resistência microbiana. Dessa maneira, se não houver investimentos para a descoberta de novos antibióticos, chegará um tempo em que as infecções não poderão ser controladas com medicamentos (WRIGHT; POINAR, 2012). A falta de antibióticos efetivos levaria à dificuldades médicas com grandes cirurgias, terapia citotóxica, transplantes, partos prematuros e até mesmo pequenos ferimentos que poderiam desenvolver complicações graves (HANCOCK, 2015). Em parte por isso, as infecções bacterianas continuam sendo consideradas como um dos principais problemas de saúde pública em ambientes hospitalares ou comunitários em todo o mundo. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, estima-se que mais de 230.000 mortes causadas por micro-organismos ocorram anualmente. Esta realidade está associada ao aumento da prevalência de agentes patogênicos resistentes como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (methicillin resistant Staphylococcus aureus – MRSA), enterococo resistente à vancomicina (vancomycin resistant enterococci – VRE) e bactérias com NDM-1 (New Delhi Metallo-β-lactamase-1) (HANCOCK, 2015; LI; MA, 2015). O fato de que muitos antibióticos, inicialmente potentes no uso clínico, sofrem perda de sua ação ou que tenham uma fraca atividade contra os micro-organismos, ocorre devido à presença de mecanismos de efluxo, inativação enzimática ou por meio de mutações nas células microbianas (LI; MA, 2015). Além do problema no controle das infecções bacterianas, as infecções fúngicas causam um impacto sobre a saúde humana que é muitas vezes negligenciado. Como exemplo disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não tem um programa sobre 34.

(37) vigilância relacionada às infecções fúngicas, assim como ocorre na maioria das agências de saúde pública. Apesar dessa indiferença, milhões de indivíduos em todo o mundo contraem infecções fúngicas invasivas de difícil diagnóstico e tratamento, sendo uma ameaça à vida (BROWN et al., 2012). Estima-se que, em todo o mundo, um milhão de pessoas desenvolvem criptococose por ano, causada principalmente por Cryptococcus neoformans, apresentando uma taxa de mortalidade média de 45%, e que 400.000 pessoas desenvolvem candidíase por ano, tendo Candida albicans como principal agente causador, apresentando taxa de mortalidade média de 60,5%. Porém, em regiões com oferta de cuidados de saúde limitada, o número de casos de candidíase pode chegar a mais de 10 milhões anualmente. O desenvolvimento dessas infecções oportunistas está associado a uma supressão do sistema imune, por isso essas doenças desenvolvem-se principalmente em pacientes com HIV/AIDS ou que fazem uso de medicamentos imunossupressores, como é o caso de pacientes transplantados (BROWN et al., 2012). A terapia antifúngica contra as micoses é muitas vezes frustrada, pois além da ocorrência de resistência ainda há outro fator limitante. Pelo fato dos fungos serem eucariotos como os seres humanos, muitas das drogas antifúngicas demonstram toxicidade. às. células. humanas,. além. de. também. apresentarem. interações. medicamentosas indesejáveis. É o que ocorre, por exemplo, com o uso concomitante de triazois (como fluconazol, itraconazol, voriconazol, entre outros) com estatinas ou corticosteroides (BROWN et al., 2012; SOUSA et al., 2012). Dessa maneira, a busca de novas drogas com efeito adequado sobre os fungos e com baixa ou ausência de toxicidade é desejável para o controle dessas infecções. Nesse sentido, os produtos naturais estão entre as fontes de compostos antimicrobianos de interesse na última década, principalmente pelo desenvolvimento lento de compostos sintéticos. Atualmente, os alvos terapêuticos dos antifúngicos são a síntese de ergosterol, a síntese de β-1,3-glucana da parede celular ou a ligação à membrana, causando distúrbios nas funções e permeabilidade membranares (CALDERONE et al., 2014).. 35.

(38) 2.7.. Fitopatógenos. A produção mundial de alimentos sofre uma perda em torno de 10% por causa da ação dos patógenos de plantas. Esse é um dado alarmante, pois a despeito disso, mais de 800 milhões de pessoas no mundo, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, não têm uma alimentação adequada (STRANGE; SCOTT, 2005). As plantas estão sujeitas as doenças tanto no campo como após a colheita. Essas doenças são causadas por diversos agentes patogênicos, como fungos, bactérias, nematoides, vírus e oomicetos. Entretanto, comparado aos outros parasitas vegetais, os fungos são os que causam o maior impacto nas perdas de produção agrícola (MDEE; MASOKO; ELOFF, 2009; STRANGE; SCOTT, 2005).. 2.7.1.. Controle de fitopatógenos. O método mais importante para proteção das plantas contra o ataque fúngico é o uso de produtos químicos fungicidas. Contudo, muitos desses agentes existentes no mercado são tóxicos e possuem efeitos indesejáveis em outros organismos presentes no meio ambiente. Além disso, a depender do agente, ainda tem o potencial de causar a destruição da camada de ozônio, como é o caso do brometo de metila (MDEE; MASOKO; ELOFF, 2009; VOGT et al., 2013). O uso de alguns agentes fungicidas sintéticos não é adequado, pois não são biodegradáveis e, dessa maneira, podem se acumular nas plantas, no solo e na água, podendo chegar a afetar os seres humanos através do fluxo da cadeia alimentar. Adicionalmente, também há a preocupação da resistência dos fungos fitopatógenos aos antifúngicos sintéticos. Portanto, é necessária a busca de agentes fungicidas eficazes, seguros e ambientalmente corretos (ABDEL-MONAIM; ABO-ELYOUSR; MORSY, 2011; MDEE; MASOKO; ELOFF, 2009). Dessa maneira, como possibilidade para a redução do uso de agrotóxicos fungicidas sintéticos, a busca de compostos naturais derivados de plantas para posterior formulação comercial de produtos é uma alternativa adequada, pois para esta aplicação, especificamente, eles são considerados seguros para os seres humanos e o meio ambiente (TEGEGNE; PRETORIUS; SWART, 2008). 36.

(39) 2.7.2.. Moniliophthora perniciosa. O fungo Moniliophthora perniciosa (anteriormente chamado de Crinipellis perniciosa) causa uma das principais doenças no Theobroma cacao L. (cacaueiro), espécie vegetal perene fonte das amêndoas utilizadas para a fabricação do chocolate. Esta doença, chamada de “vassoura de bruxa”, é devastadora para a produção do cacaueiro e, em alguns países produtores, como Brasil, Colômbia, Equador, Venezuela, Panamá e Trinidad e Tobago, a perda anual da produção pode chegar a 90%. No Brasil, por exemplo, a vassoura de bruxa reduziu a produção em 75%, de 400.000 para 100.000 toneladas, em 10 anos (GOTSCH, 1997; HEBBAR, 2007). Para o controle desta doença são empregados agentes químicos fungicidas, a poda fitossanitária, o controle biológico e a utilização de cultivares resistentes à doença. O uso de fungicidas não é considerado uma prática de rotina na lavoura de cacau, pois além dos altos custos há riscos associados à contaminação das amêndoas e também ao meio ambiente. A respeito da poda fitossanitária, ela é considerada fastidiosa, cara e ainda assim não apresenta eficácia satisfatória. A utilização do controle biológico não é muito difundida, mas no Brasil uma formulação comercial com Trichoderma stromaticum foi desenvolvida, entretanto, o uso desse controle biológico tem mostrado desempenho variável, além de ter sido verificado a sua ação imunossupressora em animais, o que pode ser um risco para os agricultores que entram em contato com o produto (ALVES-FILHO et al., 2011). O uso de variedades resistentes à M. perniciosa poderia ser uma alternativa de controle eficaz, porém, clones considerados resistentes em uma região já demonstraram ser susceptíveis em outras, sendo esse método dependente da área geográfica.. Assim, nenhuma dessas ações conseguiu unir a. característica de efetividade com a segurança aos seres vivos e ao meio ambiente, e, até então, o controle dessa doença ainda não foi possível, necessitando de novas técnicas ou produtos que satisfaçam essa carência (ALVES-FILHO et al., 2011; MEINHARDT et al., 2008).. 2.8.. Busca de patentes relacionadas à P. americana e S. malaccense. 37.

(40) No Brasil, a legislação impede a proteção de produtos que foram isolados da natureza, considerando que o todo ou parte de seres vivos e materiais biológicos obtidos na natureza, assim como os seus materiais isolados não são invenção. Apesar disso, se for conferido o uso prático desses produtos, utilizando moléculas isoladas ou frações de extratos de planta, constituindo uma composição juntamente com outros componentes, esses passam a ser patenteáveis (BRASIL, 1996; JANNUZZI; VASCONCELLOS; SOUZA, 2008). Ao realizar a busca de patentes que utilizaram folhas de P. americana e S. malaccense, objetos desse trabalho, em bancos de dados nacionais e internacionais, como o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), ESPACENET, LATIPAT, PATENTSCOPE® e USPTO, foram encontradas 6 patentes registradas de P. americana, porém apenas duas tinham enfoque em aplicações comerciais e apenas uma patente de S. malaccense nesse contexto (Tabela 3). Diante da busca de patentes realizada, não foram encontrados registros de patentes com menção à atividade antimicrobiana de P. americana e S. malaccense. Desta maneira, estas plantas são passíveis de estudos nessa área para posterior depósito de patentes de produtos ou processos relacionados a elas.. 38.

(41) Tabela 3. Patentes registradas com folhas de P. americana e S. malaccense com enfoque em aplicações comerciais. Planta. Título da patente. País. Finalidade. Referências. P. americana. Method for producing an avocado leaf extract rich in furanic lipids. África do Sul, China, Estados Unidos e França. Obtenção de um extrato rico em compostos com efeitos anti-inflamatórios, principalmente contra esclerodermia, osteoartrite e periodontite. (PICCIRILLI; LEGRAND, 2004). Accelerator for decomposition of lipid and skin preparation for lean figure and for external use. Japão. Obtenção de uma formulação com o extrato da planta, para uso externo, com ação lipolítica em adipócitos. (NOBUYOSHI; TAKESHI, 1999). Cosmetic composition containing steam distillate of plant. Japão. Obtenção de uma formulação cosmética, com compostos da planta, para a melhoria do brilho e tensão da pele. (MITSUHARU; MICHIMASA, 2001). S. malaccense. 39.

(42) REFERÊNCIAS ABDEL-MONAIM, M. F.; ABO-ELYOUSR, K. A M.; MORSY, K. M. Effectiveness of plant extracts on suppression of damping-off and wilt diseases of lupine (Lupinus termis Forsik). Crop Protection, v. 30, n. 2, p. 185–191, 2011. ABE, R.; OHTANI, K. An ethnobotanical study of medicinal plants and traditional therapies on Batan Island, the Philippines. Journal of Ethnopharmacology, v. 145, n. 2, p. 554–565, 2013. ADEYEMI, O. O.; OKPO, S. O.; OGUNTI, O. O. Analgesic and anti-inflammatory effects of the aqueous extract of leaves of Persea americana Mill (Lauraceae). Fitoterapia, v. 73, n. 5, p. 375–380, 2002. AFOLAYAN, A. J.; MEYER, J. J. M. The antimicrobial activity of 3,5,7-trihydroxyflavone isolated from the shoots of Helichrysum aureonitens. Journal of Ethnopharmacology, v. 57, n. 3, p. 177–181, 1997. AFOLAYAN, A. J.; GRIERSON, D. S.; MBENG, W. O. Ethnobotanical survey of medicinal plants used in the management of skin disorders among the Xhosa communities of the Amathole District, Eastern Cape, South Africa. Journal of Ethnopharmacology, v. 153, n. 1, p. 220–232, 2014. AHMAD, A. et al. Fungicidal activity of thymol and carvacrol by disrupting ergosterol biosynthesis and membrane integrity against Candida. European Journal of Clinical Microbiology and Infectious Diseases, v. 30, n. 1, p. 41–50, 2011. AIME, M. C.; PHILLIPS-MORA, W. The causal agents of witches’ broom and frosty pod rot of cacao (chocolate, Theobroma cacao) form a new lineage of Marasmiaceae. Mycologia, v. 97, n. 5, p. 1012–1022, 2005. AJIBESIN, K. K. et al. Ethnobotanical survey of Akwa Ibom State of Nigeria. Journal of Ethnopharmacology, v. 115, n. 3, p. 387–408, 2008. AKENDENGUE, B. Medicinal plants used by the Fang traditional healers in Equatorial Guinea. Journal of Ethnopharmacology, v. 37, n. 2, p. 165–173, 1992. ALCARAZ, M. L.; THORP, T. G.; HORMAZA, J. I. Phenological growth stages of avocado (Persea americana) according to the BBCH scale. Scientia Horticulturae, v. 164, p. 434–439, 2013. ALI, I. B. E. H. et al. Phenolic content, antioxidant and allelopathic activities of various extracts of Thymus numidicus Poir. organs. Industrial Crops and Products, v. 62, p. 188–195, 2014. ALLABI, A. C. et al. The use of medicinal plants in self-care in the Agonlin region of Benin. Journal of Ethnopharmacology, v. 133, n. 1, p. 234–243, 2011. ALONSO-CASTRO, A. J. et al. Medicinal plants used in the Huasteca Potosina, México. Journal of Ethnopharmacology, v. 143, n. 1, p. 292–298, 2012.. 40.

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