CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIENCIAS
ECONOMICAS
A
EVOLUÇÃO
DA
ECONONHA
BRASILEIRA
DURANTE
A
DÉCADA
DE
90,NUM
CONTEXTO
DE
ERAGILIDADE FINANCEIRA
EXTERNA
Monografia
submetida ao Departamento de Ciên'c'ias.z§Econômicas para obtenção dezcargahorária
na
disciplinaCNM
5420
-
Monografia.
Por
Denizar KleinOrientador; Professor Roberto
Meurer
Área
de pesquisa:Macroeconomia
> .
Palavras
-
Chaves: l- Câmbio
«
2 - Transações Correntes
3
-
Fragilidade FinanceiraExtema
UNIVERSIDADE
FEQERAL
Dn
SANTA
cATA}1rNA
CURSO
DE
GRADUAÇAO
EM
CIENCIAS
ECONOMICAS
A
bancaExaminadora
resolveu atribuir a nota ... .. ao aluno DenizarKlein na disciplina
CNM
5420
-
Monografia,
pela apresentação deste trabalho. _\
Banca
Examinadora: Prof. ~ Presidente Prof.Membro
Prof.Membro
SUMÁRIO
-LISTA
DE ANEXOS
... _.V
-LISTA
DE
FIGURAS
... ..V
-LISTA
DE
TABELAS
... ._V
-RESUMO
... ..VI
CAPÍTULO
1;O PROBLEMA
1 . l . Introdução ... ..01 1.2.Formulação
da situação problema ... ..O21.3. Objetivos ... .;..O3
1.3.1. Geral ... ..03 1.3.2. Específicos ... ..O3
1.4. Metodologia ... ..04
CAPÍTULO
II:FLUXOS
COMERCIAIS
E FINANCEIROS
2.1. Relações intemacionais ... ..05 2.2.
Modelo
Mundell-Fleming
... ..O8E
2.3. Controles de capital ... ..12
CAPÍTULO
mz
OUADRO MACROECONÔMICO
DA
ECONOMIA
BRASILEIRA
NA
DÉCADA
DE
90_ 3.1. Abertura
econômica
... .. 143.2. Plano
Real-
concepção e implantação ... .. ... ..15CAPÍTULO
IV:VULNERABILIDADE FINANCEIRA
EXTERNA
4. 1. Introdução ... ..23 4.2. Considerações sobre o índice ... ... ..'Í›.23/ 4.3. Aplicaçao
do
índice de fragilidade externa para aeconomia
brasileira ...4.3.1.
A
Crisemexicana
e os efeitos de contágio sobre aeconomia
brasileira.324.3.1.
A
Crise asiática e os efeitos de contágio sobre aeconomia
brasileira....33 4.3.3.A
Crise russa e os efeitos de contágio sobre aeconomia
brasileira ... ..35-_.-.,
5.1. Conclusão ... ..
LISTA
DE
ANEXOS
IGP-DI: ... ..42 Balança Comercial: ... ..43 Over/Selic: ... ..43IPC-EUA
... ..43Prime
Rate: ... ..43Dívida
do
Setor Público Líquida 1 ... ..43Variação Real
do
PIB
... ..43Taxa
de desemprego: ... ..43Variáveis
que
compõe
o
índice de fragilidade ... ..43/45LISTA
DE
FIGURAS
Figura 1:Taxa
inflação mensal ... .. 17Figura 2: Saldo da Balança comercial ... .. 18
Figura 3:
Taxas
de juros reais ... .. 19Figura 4: Divida
do
setor público líquida ... . .20Figura 5: Variação real
do
PIB
e taxa dedesemprego
... ..21Figura 6: Fragilidade financeira externa e saldo
da
balança comercial ... ..29Figura 7: Fragilidade financeira externa e
fluxo
líquido de capitais ... ..31LISTA
DE
TABELAS
Tabela 1: Fluxo líquido de .capitais ... ..27RESUMO
A
década de90
foimarcada
pelo retorno dosfluxos
de capitais parao
Brasil, depois
do
ciclo de expansão da década de 70, e de retração da década de 80.Segundo
dadosdo IPEA,
depois defluxos
negativos durante a década de80
emesmo
em
1990/91, o capital internacional retornou expressivamente ao Brasil,
com
um
fluxo
liquido
próximo
aos36
bilhões de dólaressomente
entre 1993/95.I
A
volta dos capitais privados ao Brasil se deve a diversos fatores,como
odeclínio
da
taxa de juros de curto prazo noite-americanano
início dos anos 90, e a recessão nos EstadosUnidos
deno
Japão,
bem como
as reformas orientadas para o mercado,tais
como
a liberaçãodo
comércio edo mercado
financeiro,que
reduz os riscos e estimulao influxo
de capitais.A
volta dosfluxos
de capitais possibilitouum
novo
padrão definanciamento
ao
Brasil, permitindo estabilizar sua moeda.Com
políticas monetárias eum
câmbio
valorizado,o
govemo
conseguiu controlar a inflação.O
câmbio
valorizadosubmeteu
aeconomia
brasileira à concorrência intemacional. Já a política monetária servecomo
instrumento regulador, principalmente nos períodos de crise.Ao
não conseguir eliminar déficits contínuosem
transações correntes, edependendo
em
grande parte, da volatilidadedo
capital de curto prazo,o
Brasil se colocou,ao longo da década de 90,
em
situação de extrema fragilidade financeira externa, sofrendo impactos das crises mexicana, asiática e russa, até o colapso,com
a desvalorização cambial de 1999.Com
amudança
de postura nacondução da
política econômica, adotandoo
câmbio
flutuante, foi possível reduzir o diferencial entre taxas de juros intema e externa. Foi o necessário para reativar aeconomia
e reverter a tendência negativa nas transaçõescorrentes, o
que
diminuiu a fragilidadedo
Brasil frente aos efeitos da volatilidadedo
investimento intemacional.1.1.
Introdução
A
década de90
foimarcada
porum
fenômeno denominado
de globalização. Essefenômeno
se caracteriza pela intensificação das relaçõesdo
setor produtivo, e nosfluxos
comerciais e financeiros, via redução de barreiras fiscaisbem como
mudanças
na legislação.A
globalização financeira é a principal característicado
contextointernacional desse período, por ter conduzido os países a implementar políticas
que
garantissem sua inserção, através de maior grau de abertura das economias e
da
desregulamentação dos
mercados
(Carcanholo, 1998).«
Batista Jr. (1999), descreve esse processo
como
um
novo
ciclo de endividamento externo,comparado
ao ciclo de expansãoda
década de 70, e o colapso desse ciclo,com
a longa crise da década de 80. Essenovo
ciclo já estaria mostrandotendências de reversão a partir de 1997-98,
com
um
período de retração da oferta de capitais extemos. Entretanto, os dois ciclos tiveram diferenças significativas,como
a maiorvariedade de credores e de fontes de capital.
Na
década de70 predominando
os empréstimos bancários, e na década de 90,um
maior peso dos bônus, dos investimentosem
portfólio e dos investimentos diretos. _`
H
A
expansão considerável dosfluxos
de capitais financeiros internacionaisno
inícioda
década de90
possibilitou aos paísesem
desenvolvimentoum
novo
padrão definanciamento, o que lhes permitiu implementar programas de estabilização monetária.
Entretanto, esse padrão de
financiamento
os tornou dependentesda
volatilidadedo
investimento internacional.A
qualquer sinal de' dificuldades deum
paíscom
suas obrigações financeiras, o capital internacional parte,em
busca de segurança, levantando suspeitas sobre a situação dos demais países, causando assim os chamados, “efeitos decontágio”. ~ _
Portanto, a volatilidade
do
investimento internacional criaum
problema
devulnerabilidade para as
economias
que se aproveitam da expansãodo
fluxo
paraestabilizarem suas moedas.
Os
efeitos da volatilidade levaram paísesem
desenvolvimento,1.2.
Formulação
A
volta dosfluxos
de capitais, durante a década de 90, possibilitouum
novo
padrão definanciamento
ao Brasil, permitindo estabilizar sua moeda.Com
políticas monetárias eum
câmbio
valorizado, ogovemo
FHC
conseguiu controlar a inflação.O
câmbio
valorizado submeteu aeconomia
brasileira à concorrência internacional, levando àsubstituição
da
demanda
por bens e serviços domésticos por bens e serviços internacionais. Já a política monetária buscou evitar o excesso de liquidez na economia, gerado pelosfluxos
de capitais,o
que podenia reativar a inflação.Adotando
um
câmbio
*nominal fixoem
julho de 1994, ogovemo
não
sepreocupou
em
ajustar a evolução entre preços intemos e extemos, o que causou avalorização
do câmbio
real, gerandouma
forte contraçãono
saldo de transações correntes,principalmente, pelo
aumento
das importações.Como,
via de regra,um
déficitem
transações correntes deve ser financiado pela conta capitais, o governomanteve
a taxa dejuros reais muito acima das taxas internacionais, o que permitiu,
além do
equilíbriodo
balanço de pagamentos,
um
crescimentodo volume
de reservas internacionaisdo
país.Como
boa
parte desses capitais são de curto prazo, há a necessidade constante derefinanciamento, o que força o país a manter altas taxas de juros.
Ao
não conseguir eliminar déficits contínuosem
transações correntes, edependendo
em
grande parte, da volatilidadedo
capital de curto prazo,o
Brasil se colocou,ao longo
da
década de 90,em
situação de» extrema fragilidade financeira extema,aumentando
o risco de ataques especulativos contra suamoeda
e, suscetível a sofrer1. ,3 .
Objetivos
1 1
lz 9° 1.
Gbjetivo
Geral
0 Analisar a
economia
brasileira durante a década de 90,num
contexto de fragilidade financeira extema, gerada pelo plano real.P
_
1.3.1.
Objetivos
Específicos
Desenvolver
uma
síntese daeconomia
brasileira na década de 90,relatando e analisando
como
asmedidas
econômicas adotadasno
período
foram
as responsáveis pela evolução das principais variáveis macroeconômicas.Efetuar
uma
avaliaçãodo
contextoda
fragilidade financeira externano
Brasil durante a década de 90, procurando mostrar que a tendência ao crescimento da fragilidade está diretamente ligado à política
econômica
adotada, e que
tem
colocado o país bastante vulnerável àsmudanças no
cenário internacional.f*<”<
1.3.
Metodologia
O
estudo realizadono
presente trabalho baseou-sena
literatura existente. juntamente
com
a análise gráfica dos dadosdo
período estudado.Os
dados, para a criação dos gráficos aserem
analisados,foram
obtidos junto às publicaçõesdo
Banco
Central,em
seu site-
www.bcb.gov.br - e,no
site doIPEA
-www.i¡§adara.gov.br/ -
onde
se encontram séries históricas dos principais dados econômicos.Para o cálculo
da
taxade
juros real,foram
utilizadoso\€GP_DIi}o
casoda
OVER/SELIC
e,o
lPC_EUA
no
caso daPRIME
RATE
, atravésda
fórmula :9
r=[(1+i)/(1+j)-1]
* 100onde:
r
=
taxa de juros reali
=
taxa de juros nominal -j
=
inflação V.
No
terceiro capítulo, para melhor exposição, alguns dados usados sãomensais e ,outros anuais Já
no
quarto capítulo, na construçãodo
índice de fragilidade~-financfeira externa,
foram
usados dados trimestrais, por serem assim publicados do Boletimdo
Banco
Central, principalmente os dados da balança ,de capitais. c .O
trabalho está divididoem
três fases: a primeira descreveuma
revisãoteórica sobre as relações intemacionais nas áreas comerciais e financeiras,
bem
corno. a eficiência das políticaseconômicas
frente a mobilidade dos capitais e, -também,com
,controles .de fluxos,
em
taxas decâmbio fixas
e flutuantes.Na
segunda fase foi apresentadouma
síntese sobre aeconomia
brasileira durante a década de 90.Na
terceira fase, foi realizadouma
avaliaçãodo
contexto da fragilidade financeira externa.Para avaliar a fragilidade financeira da
economia
brasileira , utilizou-seo
índice desenvolvido por Paula e Alves júnior (1999),
formado
a partir de informaçõesdo
OBRIGAQÕES
M
=
importações;Dj
=
despesascom
juros;Dos =
despesascom
outros serviços;A
=
amortizações;CCP-1=
estoque de capitais de curto prazo, defasadoem
um
período;PLA1=
estoque de investimento líquidoem
portfólio, defasadoem
um
período;CAPACIDADE
DE
PAGAMENTO
X
=
exportações;Rj
=
receitascom
juros; ~Ros
=
receitascom
outros serviços;RE-1
=
reservas internacionais acumuladas até o período anterior;Id
=
entrada de divisas correspondentes aos investimentos diretos;Eml
'=empréstimos de
médio
e longo prazos.realizado. ~
CAPÍTULO
FLUXOS
COMERCIAIS
E FINANCEIROS
Esse capítulo foi dividido
em
três tópicos, para entendercomo
se efetiva o relacionamento comercial e financeiro entre países,mas
evidenciando o lado financeiro,por ser este o objetivo principal deste trabalho.
Na
primeira parte é expostocomo
serealizam as transações comerciais e financeiras entre países.
A
segunda parte busca esclarecer os efeitos das políticas monetária e fiscal frente a mobilidadedo
capital internacionalem
diferentes taxas de câmbio. Jáo
terceiro tópico descreve os efeitos dos controles sobre a mobilidade dos capitais.2.1.
Relações
InternacionaisO
mundo
é hojechamado
de globalizado porque as nações estãoficando
cada vez mais interdependentes. Essa interdependência não é só de produto,mas
detecnologia e
também
de capital. Para tanto, os países se utilizam de relaçõeseconômicas
com
outros países, permitindo assim suprir suas necessidades.O
registro das transações entre residentes e não-residentes éo
balanço de pagamentos.Na
estruturado
balanço- depagamentos temos
duas contas: o comércio de bens e serviços,bem como
as transferênciascompõem
a conta corrente, enquantoo
fluxo
internacional
de
capitais está registrado na conta capital.O
saldodo
balançode
pagamentos
(superávitou
déficit)pode
ser de natureza conjuntural e/ou estrutural.A
conjuntural é aquela que ocorre eventualmente e se corrige posteriormente (seca
na
agricultura, greve na indústria); já a causa estrutural é permanente, que
pode
ter diversasorigens,
como
onão
acesso a tecnologia e recursos financeiros, por exemplo.Um
aspecto importante das relações comerciais é a influência internacionalsobre os preços domésticos, já
que
as variações nos preços internacionaispodem
alterarcustos e preços internos e
mesmo
afetar a demanda. Essa influênciapode
se darem
doisaspectos: pelo
aumento
(redução) dos preços das matérias-primas, sujeitas a flutuações entre oferta edemanda,
que alteram os custos e preços dos produtores nacionais; e pelasalterações dos preços dos produtos 'manufaturados estrangeiros,
que
pode
deslocar aNas
relações internacionaisna
área das finanças, os agenteseconômicos
buscam
os melhores retomos para seus ativos e sua devida segurança.A
demanda
porum
ativo
em
moeda
estrangeira é determinado pelo valor futuro desse ativo, e este dependeda
,taxa de juros e a
mudança
esperada da taxa decâmbio
em
relação às outras moedas. Entretanto, investidorespodem
avaliar alguns ativos não pelo seu rendimento futuro,mas
sim pelo seu risco (desvalorização cambial, elevação da taxa de juros, etc.) e liquidez(custo e a velocidade
em
que os investidorespodem
dispor deles).Há
duas alternativas diantedo
risco: fazerum
hedge,ou
manter a posiçãoem
aberto, especulandouma
evolução favorável das taxas decâmbio
corrente e futura ,bem como
da t-axa de juros.Os
meios mais usados para proteção (hedge) contra o risco são os valores mobiliários derivativos (obtêm seu valordo
preço deum
bem
mobiliárioou
um
indice) e, entre esses, os mais usados são os contratos futuros, a termo e
o mercado de
opções.
Um
contrato futuroou
a termo, dá a oportunidade de fazerum
contratono
diapara
uma
compra ou venda
deum
ativoou
valor mobiliário aum
preço específico,mas
adiao pagamento da
transação parauma
datacombinada no
futuro; já omercado
de opções garanteo
direito ao investidor decomprar ou
venderum
valor mobiliárianum
preço especificado dentro de
um
período detempo
determinado (Clarke, 2000).As
transações comerciais e financeiras entre os países,com
seus sistemasmonetários distintos, são intercedidas pela conversão (câmbio) entre suas moedas.
A
taxade
câmbio
.nominal dependedo
confronto entre demandantes e ofertantes de divisas(mercado
cambial), o que inclui a ação de autoridades monetárias sobre a oferta e demanda.São
vendedores demoeda
todosque recebem
em
moeda
estrangeira e precisam trocá-las pormoeda
nacional (exportadores, tomadores de empréstimos externos, turistasestrangeiros, investidores estrangeiros
em
bolsa de valores entre outros); são compradoresaqueles que necessitam de
moeda
estrangeiraem
troca da nacional (importadores, turistas,aplicadores
em
bolsas de valores, etc.).Os
bancos comerciais estãono
centrodo
mercado
cambial, jáque
a maioria das transações decâmbio
envolve a troca de depósitos bancáriosem
diferentes moedas.Teoricamente, há duas situações extremas quanto ao
movimento
da taxa de câmbio.O
governopode
estabeleceruma
*taxa decâmbio
fixa
e comprometer-se acomprar
e suprir, respectivamente, os excessos de oferta e
demanda
de divisas, utilizando-se de seusucessivos
no
balanço depagamentos esgotem
as reservas e conseqüentemente, acapacidade de intervenção sobre o câmbio.
No
outro extremo,o
governopode
deixar _que ataxa de
câmbio
seja perfeitamente flexível, determinada pelas flutuações (oferta edemanda)
de mercado, nãohavendo
assim, a necessidade de manter estoques de reservas.Nesse
caso, o balanço depagamentos sempre
zera, pois a taxa decâmbio
se ajustará paratomar
asoma
das contas corrente e capital igual a zero. Concretamente, os regimes cambiais se localizam entre os extremos: taxassemifixas
dentro de bandas de variaçãoampla
ou
reduzida;ou
flutuação “suja”,em
que há
intervenções por partedo
banco central..
É
importante observar que, para relacionarmos diversas mercadoriasproduzidas
em
diferentes países e medir a competitividade dos produtos domésticosem
relação aos estrangeiros, é necessário obter a taxa de
câmbio
real.A
posição real dospreços locais
em
relação aosextemos
depende da evolução simultânea da taxa nominal decâmbio
e dos preços locais e extemos,ou
seja,R=Q*
onde
(e) é a taxa decâmbio
nominal,P
(P*) é o nível de preços
extemo
e (P) éo
nível de preços doméstico. Assim,uma
elevação de preços apreciao
valor real damoeda
na qual tais preços são expressos e,um
aumento
(diminuição) na taxa nominal de
câmbio
representauma
depreciaçãoou
desvalorização (apreciaçãoou
valorização) damoeda
localem
relação à divisatomada
como
referência. Portanto,quando
amoeda
deum
país é desvalorizada, as suas importações setornam
mais caras e suas exportações mais competitivas.Uma
valorizaçãotem
efeitos opostos:incentiva as importações e inibe as exportações. 2.2.
O
modelo
Mundell-Fleming
Outra influência da taxa de
câmbio
sobreo
sistema doméstico é amovimentação
de capitais.Segundo
Dombusch
&
Fischer (1991), há mobilidadede
capital,
quando
os investidorespodem
comprar
um
volume
ilimitado de ativosrapidamente,
em
qualquer país de sua escolha,com
custos de transação baixos.Os
investidores intemacionais procurarão sempre o melhor rendimento levandoem
conta o risco das operações.Como
os diversos paísesnão possuem
asmesmas
regras (diferençasfiscais, controladores sobre a entrada e saída de capitais ) e
nem
omesmo
risco (variação cambial, moratória), oque
permite equiparar estas diferenças são as taxas de juros. Assim, devido às políticas fiscal e monetária afetarem a taxa de juros, elas terão efeitos sobre acontas capital, e conseqüentemente, sobre o balanço de pagamentos. Portanto, o uso
combinado
de política monetária e fiscalpode
levar ao equilíbrio intemo e externo.Entretanto, a política
econômica
a ser adotada deve observarque
osinvestimentos internacionais se diferenciam, o
que pode
ser essencial para o objetivoque
se destina.
O
investimento externoem
portfólio (ouem
carteira) se refere ao ingresso de capital estrangeiro via ativo financeiro (açõesou bônus
deuma
empresa, titulosgovernamentais, fundos de renda fixa, etc.) e, além de ser muito volátil, seu
tempo
depermanência geralmente é de curto prazo. Já
no
investimentoextemo
direto, o ingressodo
capital estrangeiro é via aquisição de
um
ativo real ( ações que possibilitem o controle sobre a empresa,ou
a própria fábrica por exemplo),com
prazo de permanência mais dilatado ecom
menos
mobilidade.um H
Usando
omodelo
de Mundell-Flemingl(Dornbusch
&
Fischer, 1991),temos
uma
melhor compreensão
decomo
as políticas monetária e fiscal trabalham sob altamobilidade de capital e,
em
taxas decâmbio fixa
e flexível.É
importante frisarque
havendo
perfeita mobilidade de capital e, partindo da hipótese que o risco é igual,o
balanço de
pagamentos
somente estaráem
equilíbrioquando
a taxa de juros interna for igual a externa.2.2.1.
Com
perfeitamobilidade de
capitaise taxas
de
câmbio fixas
POLÍTICA
MONETÁRIA
iM
LM”
.›" i=ifBP=o
_;.-V
O ProdutolRobert Mundell e Marcus Fleming desenvolveram na década de 60
uma
análise do modelo IS-LM(representa o equilíbrio nos mercados de bens e monetário) para
uma
economia aberta e com perfeita" ' `
decorrente da
compra
de títulos públicos, viaA
expansao monetariamercado
aberto, reduz a taxa de juros intema.Com
o
diferencial naftaxa _de juros, os investidoresabandonam
suas posiçõescom
títulos domésticos por títulos estrangeiros, pressionando a taxa de câmbio.A
resposta dosfluxos
de capital é rápida,com
a saída. . . .I . . ~
expressiva de capitais, obrigando of banco centralga intervirj para que
o cambio
nao sedesvalorize,
vendendo
moeda
estrangeira.No
entanto, enquanto a quantidade demoeda
em
circulação 'continuar maiordo
que ado
período inicial,o
Banco
Central vai precisar vender reservas atéque
seja absorvida a expansão monetária inicial. _Q_bseiva-seque o
da
C
resultado fina;l_dnão_ e c_on_ipeínsado_r_já_que há, a_penas_ a__r_e_dução ,de_.divi_sas__s_e_n_1‹
mudanças
expansão monetária é rápido, enquanto oWtemp_9_ de ajuste é mais lento.
Q
efeitopositivas
na
economia._ , ,.. ___...
ví»
__ _ ___.._._.___ ..-_._.
~
EXPAN SAO
FISCAL
i
LM
LM”
i=if Bi>=o
IS IS°
P
O Produto
Com
a oferta monetária inicialmente fixa,uma
expansão fiscal geraum
aumento
dademanda
agregada, oque
pressiona a taxa de juros, já que a procura pormoeda
será maior
que
a oferta.Com
o diferencialna
taxa de juros, há a entrada maciça decapitais, pressionando a valorização
do
câmbio. Paramanter
a taxa de câmbio, o banco centralcompra
amoeda
estrangeira, expandindo a oferta monetária,aumentando
aindamais a renda.
O
ajuste se efetivaráquando
a expansão monetária voltar ao ponto inicial,em
que a taxa de juros intema se iguala à taxa intemacional.
Portanto, sob taxas de
câmbio fixas
e perfeita mobilidade de capital, apolítica fiscal é eficaz, levando
o banco
central a aumentar a base monetária para manter a taxa decâmbio
constante, reforçando o efeito fiscal expansionista. Já a política monetária é2.2.2.
Com
perfeitamobilidade de
capitkais-fetaxas
de
câmbio
flutuantes
POLÍTICA
MONETÁRIA
..-, . i'-¿-"_.`‹ Ê” V 1 zm :__LM' i=¡f ' 1 Is Is*P
O Produto p » 'É
importante lembrar que sob taxas decâmbio
totalmente flexíveis,não há
intervenção por parte
do
governo sobre a taxa de câmbio, e que qualquen déficit (superávit)em
conta corrente deve ser financiado pela entrada (saída) de capitalÍ:Ê›..que implica'que
6
.-` \^ .__
balanço de
pagamentos
sempre será igual a zero. Outro ponto.~¿'impoÊ_ante éëquenãophá
nenhuma
ligação entre balanço depagamentos
e oferta monetária jáque
não há a obrigaçãode intervir,
embora
obanco
central ainda possa determinar a oferta monetária.Verifica-se agora, o
que
acontecequando
Obanco
centralpromove
uma
compra
de titulosno mercado
aberto,aumentando
a oferta monetária.O
aumento da
oferta monetária reduz a taxa de juros intemas aum
nível inferior à extema,provocando
uma
fuga de capitais e, assim,
uma
desvalorizaçãoda
moeda. Esta, por sua vez,toma
osprodutos domésticos mais baratos
no mercado
internacional,melhorando o
saldoda
balança comercial.Temos
assim,um
aumento
dademanda
agregada pela redução dos jurosinternos, e pela melhora na balança comercial.
O
ajuste se dará gradualmente, até Omomento
em
que
as taxas de juros intemas se igualarem as internacionais.EXPANSÃO
FISCAL
6 i=if rs Is* e*P
O Produto 4Uma
política fiscal expansionista,como
no
caso deum
aumento
nos gastos,eleva a
demanda
agregada e, por si, a necessidade de maior liquidez. Partindo da premissade que a oferta monetária se
manteve
constante, oaumento
dademanda
pormoeda
provoca a elevação da taxa de juros interna.
O
diferencial entre as taxas de juros intema e externa motiva a entrada de capitais e, consequentemente, a valorizaçãodo
câmbio.A
valorização gradual
do câmbio
fazcom
que
os produtos domésticospercam
competitividadeno mercado
internacional, incorrendoem
déficits contínuos na balançacomercial.
Assim, sob taxas de
câmbio
flutuantes, a política monetária é altamente eficiente, já que a expansão monetária leva auma
desvalorizaçãodo
câmbio,aumentando
as exportações e a produção local.
A
expansão fiscal é ineficaz, pois causa a valorizaçãodo
câmbio,
com
a deterioraçao da balança comercial.2.3.
Controles
de
capital 'Nos
casos anteriores,observamos
como
as políticas monetária e fiscalatuam
sob total mobilidade de capital.Na
realidade, osfluxos
internacionais de capital sãofreqüentemente limitados pelas autoridades monetárias
ou
por outros fatores,como
pelorisco de inadimplência
ou
de informações imprecisas.Os
controlesztêm
como
efeitoo
rompimento
da condição de arbitragem dos juros,ou
seja, as taxas de juros intema e externanão
terão que, necessariamente, se eqüivaler (Sachs&
Larrain, 1998).2.3.1.
Taxas
de
câmbio fixas
com
controle
de
capitalQuando
obanco
centralaumenta
a oferta demoeda
via operação demercado
aberto,há
oaumento da
base monetária e conseqüentemente, a reduçãoda
taxade
juros.
Como
observamos
anteriormente,com
perfeita mobilidade de capital, qualquerredução da taxa de juros intema era rapidamente eliminada, à
medida
que os investidoresvendessem
títulos domésticos e adquirindo titulos estrangeiros.Com
os controles decapitais, os investidores não
podem
adquirir títulos estrangeiros, e assim, reverter aqueda
da taxa de juros.
2
Controles são restrições aos afluxos e influxos de capital.
Um
aumento no imposto financeiro éum
exemplo de restrição ao influxo e, restrições ao pagamento amortização da dívida por parte das empresas públicas é
um
exemplo de controlador sobre afluxos.Entretanto, se partirmos
da
hipótese de que os preços internos e externos semantenham
constantes, a redução da taxa de juros real reduz apoupança
e elevao
investimento.
O
aumento
dademanda
agregada gera, consequentemente, déficitna
balança comercial.
A
pressão sobre ocâmbio
faz ogovemo
intervir,vendendo
moeda
estrangeira, o que reduz as reservas e a base monetária.
Com
o passardo
tempo, àmedida
que a oferta monetária se reduz, as taxas de juros se elevam até voltarem ao nível inicial.
Conclui-se, portanto, que tanto
no
caso de perfeita mobilidade de capitalcomo
com
controles, o resultado final éo
mesmo,
ou
seja,o
aumento
da oferta monetária éeliminado,
com
perdas de divisas por partedo
banco central. Entretanto, otempo
decorridoe os canais pelos quais isto acontece são diferentes.
2.3.2.
Taxas
de
câmbio
flexíveis
com
controle
de
capitalA
combinação
dessas variáveis significa que a conta corrente deve estarsempre
em
equilíbrio, já quenão há
movimentação
de capitaisem
virtude dos controlesde
capital e
nem
intervenções por parte da autoridade monetária,ou
seja, aeconomia não
pode
tomar empréstimosdo
restodo
mundo.
O
resultado éo
mesmo
com
esem
movimentação
de capitais, já que a taxacambial sofre
uma
desvalorização suficiente para aumentar os preços namesma
proporçãodo
aumento
da base monetária.A
oferta monetária volta ao nível inicial, e as taxas de jurosCAPÍTULO
QUADRO MACROECONÔMICO
DA
ECONOMIA
-
BRASILEIRA
NA
DÉCADA
DE
90
- Esse capítulo procura desenvolver
uma
síntese daeconomia
brasileira
na
década de 1990, relatando e analisandocomo
as medidaseconômicas
adotadasno
períodoforam
as responsaveis pela evolução das principais variáveis macroeconômicas.3.1.
Abertura
econômica
A\abertura da
economia
brasileira representa a grande transformaçãoestrutural dos últimos anos._ Iniciada
e~Qgo1emo_S_amey,`foi
intensificadano
govemo
Collor a partir de 1990.A
eliminação das restrições à importações e a reduçãodas alíquotas signifrcaram
um
enorme desafio
para a indústria brasileira,mas
também
possibilitou avanços significativos na modernização da indústria brasileira, ao avanço
tecnológico e a qualidadedos produtos,,bem
como
aqueda
real de preços.Há
de se destacartambém
a notável recuperação dos fluxos de capitaisprivados para o Brasil
no
início dos anos 90.A
volta dos capitais privados 'é creditada afatores externos e intemos. Cardoso e Goldfajn (1998) destacam
como
fatorextemo o
declínioda
taxa de juros de curto prazo norte-americanano
início nos anos 90, e a recessão nos EstadosUnidos
eno
Japão quetomou
mais atraentes as oportunidadesde
lucro nos países
em
desenvolvimento.Como
fator _ interno, destacam as reformasorientadas para
o
mercado, taiscomo
a liberaçãodo
comércio edo mercado
financeiro,que
reduz os riscos e estimula o
influxo
de capitais..
Embora
tenha obtido grandes progressoscom
omercado
intemacional, asituação interna estava descontrolada.
As
tentativas de estabilizaçãoeconômica haviam
fracassado, a inflação ressurgia gradualmente,
num
ambiente recessivo.A
situaçãoeconômica
e, principalmente, questões políticas levaram àqueda do
então Presidenteda
república
Fernando
Collor de Mello.A
Já
em
1993,no
govemo
Itamar, o então Ministro daFazenda Fernando
Henrique
Cardoso
anunciavao Programa
deAção
Imediata (PAI).O
PAI
tinhacomo
inercial3.
O
govemo
sustentava a idéia de que os gastos estariamacima
das possibilidadesorçamentarias,
o que
levavaao
financiamento deuma
parte dos gastos através de emissão demoeda,
que pressionavam os juros e a inflação. Controlando o déficit operacional4,o
que restasse seria muito mais
uma
questão monetáriado que
fiscal.O
PAI
gerou cortesna
proposta orçamentária de 1994,
com
a esterilização de20%
das destinações orçamentáriase, mais tarde,
como
Fundo
de Estabilização.Fiscal (Carcanholo, 1998).3.2.
Plano
Real-
concepção
e
implantação
O
Plano Real foiimplementado
em
três etapas, quevisavam
(Ministérioda
Fazenda, 2001):
a) Equilibrar as contas
do govemo,
objetivando eliminar a principal causa da inflaçãobrasileira, através
do Programa
deAção
Imediata (PAI),b) Criar
um
padrão estável de valor, aUnidade
Realde
Valor(URV);
c) Emitir a partir dessa unidade padrão de valor
uma
nova
moeda
nacional de poder aquisitivo estável,denominado
Real.A
partir de 1993,com
a implementação doiPAI, inicia-seuma
nova
fasena
dinâmica da
economia
brasileiracom
mudanças
significativasno comportamento
e padrão definanciamento
das finanças públicas nos vários níveis degovemo.
O
PAI
tinha por objetivo ajustar as contasdo
govemo,
através deum
conjunto de medidas voltadas para a redução e maior eficiência dos gastos daUnião no
exercício de 1993,bem
-como recuperara receita tributária federal, equacionar a dívida dos Estados e Municípios para
com
a união,ter maior controle sobre os
Bancos
estaduais, iniciar o saneamento dosBancos
federais e aperfeiçoar oprograma
de privatizações. *3 . , . . . .
'
. ,., . i . , . `
A
mercia mflacionaria ocorre quando a taxa de mflaçao reage lentamente as vanações na politicaeconômica. Ela ocorre no momento
em
que os agente econômicos passam automaticamente os aumentos doscustos para os preços, sem estarem vinculados, necessariamente, à pressão da demanda.
4
Déficit operacional soma de
um
lado as receitas de impostos e, de outro lado, todas as despesas daadministração direta e indireta, inclusive juros e transferência aos demais orçamentos (empresas estatais e autoridades monetárias, sendo que a diferença, o déficit, é financiado pela colocação de títulos públicos e/ou
Os
gastos muito acima das receitas, levava ao financiamento deuma
parte dos gastos através de emissão demoeda,
que pressionavam os juros e a inflação. Portanto, o governo utilizava a inflação para empatar as despesascom
a receita disponível. Paraacabar
com
esse círculo vicioso,foram tomadas medidas
paraque
o déficit fossecontrolado,
como
o corte deUS$
6 bilhões das despesasno
orçamento de 1993,abrangendo todos os Ministérios; elaboração de
uma
proposta orçamentária para1994
baseada
numa
previsão realistada
receita; e a elaboraçãodo
projeto de lei para limitarem
60%
a participação dos saláriosdo
funcionalismona
receita corrente da União, assimcomo
dos Estados e Municípios. 6
V
Além
dos cortes drásticos de gastos,foram tomadas medidas
para recuperarreceitas,
como
o Imposto Provisório sobreMovimentação
Financeira (IPMF),além
de defenderuma
ampla
reforma tributária, já que ogovemo
sustentava que o equilíbrio fiscalseria condição fundamental para
que
a estabilidade fosse sustentável a longo prazo.A
partir demarço
de 1994, entraem
vigor aUnidade
Real de Valor, aURV,
à qual se reportavam os preços de todos os produtos e serviços
do
país.A
criaçãoda
URV
viria proporcionar aos agentes
econômicos
uma
fase de transiçao para a estabilidadede
preços. Este padrão de valor se integraria ao Sistema Monetário Nacional, através da sua
cotação fixada diariamente pelo
Banco
Centralcom
base na perdado
poder aquisitivodo
Cruzeiro Real.A URV
seria a base paradenominar
contratos e demais obrigações,bem
como
para referenciar preços e salários.Como
principal indexador da economia, baseadaem
3 índices-(IPCA-E do
IBGE,
IGP-M
daFGV
eIPC
da FIPE), aURV
causouuma
aceleração nos índices inflacionários nos
meses
seguintes (figura 1), e durou até a trocapara o
novo
padrão monetário,em
final de junho.O
IGP_DI
registrouuma
variação de44,8%
em
março
e,46,6%
em
junho, frente aos36,2%
em
dezembro
de 1993.`
Em
julho de 1994, a
medida
provisória n° 542 pôsem
ação a última fasedo
Plano de Estabilização Econômica,
marcada
pela entradaem
circulação deuma
nova
moeda
nacional de poder aquisitivo estável. Transforrnou-se aURV
em
meio
circulante,com
adenominação
“Real”, na proporção 'deuma
URV
paraR$
1,00 valendo 2.750,00 damoeda
antiga.Além
do
mais, a taxa decâmbio
foi determinada, inicialmente,com
limitesuperior de
R$
1,00 paraUSS
1,00,mas sem
determinaro
nível inferior.Na
prática,significa queçsomente haveria
uma
intervenção caso o real se desvalorizasseem
relação ao dólar,mas
deixavao
mercado
livre caso houvesseuma
tendência de valorizaçãodo
câmbio.
O
objetivo dessa política era de incentivar as importações, paraque
a concorrênciainternacional forçasse a
queda
dos preços intemos. «Com
a substituiçãodo
Real pelaURV
e solucionado oproblema
da inflaçãoinercial (indexação), a inflação caiu espantosamente.
O
IGP-DI
regrediu de46,58%
em
junho de
1994
para5,47% no
mês
seguinte, e dígitos próximos de zero posteriormente,como
observamos no
gráfico 1.Figura
1:Taxa
Inflação
Mensal
(IGP-DI)
Q) ______ _ , 8,- Í 70-i 60- 50- 40- 30¬ 20_ 10- 0 ` 1 | | I 1|`^ Avfíi ' 7 ¬'!A*,_/gl
J`
_1() E5499 Í‹'il¡¿9_3_ JÊIÃQ3 ja17¿94. -¡.3O¿9§ jallálg ja£¡¿97 Í5'i_D/,93.__.Í3Il/,Q9___ Ê.
FONTE:
Boletim Banco CentralCom
aqueda
da inflação,houve
um
processo de monetização na economia,ou
seja,uma
maior procura por papel-moeda e depósito à vista pelo público.Segundo
dadosdo
Banco
Central,houve
um
crescimento da base monetáriaem 394%
nos últimosseis
meses
de 1994, passando deR$
3,5 bilhões paraR$
17,3 bilhões.Como
o excesso de liquidezno mercado
poderia pressionar os preços, o governo interveio via políticamonetária,
como
oaumento
das taxas de recolhimento de compulsório.Os
impactosdo aumento
dademanda
intema e a valorizaçãodo câmbio
(o dólarchegou
a valer 0,84 centavos de realem
novembro
de 1994)mudaram
drasticamentea situação
do
balanço de pagamentos.Como
vemos
no figura
2, de1990
atéo
terceiro trimestre de1994
a balança comercial mantinha saldos comerciais positivos. Entretanto, abilhões de dólares
no
primeiro semestre de 1994, passaram para 19,7 bilhõesem
segundo
semestre de 1994,
ou
sejaum
aumento
nas importações deUS$
6,4 bilhões (48,3%),. Já as exportações declinaram a partir de agosto, e o saldo comercial negativo a partirdo
quartotrimestre de 1994
(US$
561,9 milhões).Figura
2:Balança Comercial
flIS$
Milhões)
l 20000- 15000 -
J
10000 - ' 5000 -, 0 - . . . 1 . l 1990 1991 .1992 1993 199415
1996 1990 1993/›eí;¡`9"Ê0o0 -5000- ` i 1 -10000 -_____._..¬~_..__.._* ~~~~ ._ ...-.__--.í_
... -_..____._---Az-..----_-z~ ... _»z4.z._.C»~¬FONTE:
Boletim Banco CentralOs
efeitosdo câmbio
sobrevalorizado sobre aeconomia foram
rápidos.Como
vemos
no figura
2, o Brasil incorreuem
contínuos déficits comerciaisdo
final de1994 até
1998.`Com
a desvalorização cambialno
início de 1999, se percebeuma
sensívelrecuperação, mais pela
queda
das importações(14,7%
em
relação a 1998), já quetambém
houve
redução nas exportações (6,08%), pelos efeitos recessivos das políticas adotadasquando
da crise. Jáem
2000, amenizados os efeitos da crise, ecom
ocâmbio
favorável, asexportações cresceram
14,7%
em
relação a 1999,mas
sem
efeitos positivos sobreo
saldo comercial, jáque
as importaçõestambém
cresceram 13,2%.Mas
não
hácomo
negar que grande partedo
sucessodo
Plano Realdeva
sercreditado à participação das importações,
que
permitiu atender ao aquecimentoda
demanda
adicional, geradacom
a perspectiva de estabilização da_ economia, aomesmo
"
'.
~ ‹.-f.f‹'- 1
l _
`
Para dar sustentação a esse cenário, o país criou
uma
forte dependência dosfluxos
de capitais.Os
capitais de longo prazo (investimento direto) foram atraídos,em
grande parte, via privatizações de empresas públicas. Já os capitais de curto prazo(investimento
em
portfólio), via redução de controles sobre fluxos,mas
em
especial, porelevadas taxas de juros (figura 3). z ' _.»~ ` \'*'._
›"il
\ '_""
' Í A ¡Figura
3:Taxas
de
Juros
Reais
I . ‹ ›' › › 1, / ¡ J . Í * 4o,oo~w
em
z z zz z 8,00 30100 _ F 2090 _À
khrem
i Ç 5,00 1o,oo- - 4,oo 0,00 ' 1 | | | | 1 | | 199o 1991 1 ` 3 1994 1995 1996 1997 1998 1999 zooo - 3.00 -10 oo - ' L 2,00 -20,00-_-mí
--OVER/SELIC
L 1.00 . ` '-fi:«¬- PRIME RAT E- ~ - -_30'0o W W N ixo ardireita V É 0,00
FONTE:
Boletim do Banco CentralA
atração de capitaisna
escala requerida para atender aos elevados déficitsem
conta correntevem
exigindoum
diferencial significativo entre as taxas de jurosdoméstica e externa.
Os
juros reaisem
patamaresmédios
quechegaram
a atingir cercade
nove
vezes amédia
intemacional (tabela 2) sãoum
enorme
atrativo ao investimentointernacional. Este foi o principal fator de crescimento das reserva cambiais brasileiras até o final de 1998,
onde
ogovemo
mantinhaum
câmbio
fixo
(bandas largas e estreitas),muito 'acima das reais necessidades impostas pelo déficit da balança comercial.
. Este diferencial de juros manteve-se elevado, desde a implantação
do
Real,por duas razões: l) a velocidade de crescimento
do
déficitem
conta corrente e 2) os "choques de desconfiança" causados,em
primeiro lugar, pela crisemexicana
e, depois,pelos episódios asiático e russo. Naturalmente, durante as crises, a taxa de juros oferecida
ao investidor estrangeiro atingia níveis absurdos. Depois de passada a crise, as taxas
caíam
lentamente, entretanto,como
podemos
observarna figura
3, sempre praticando taxasde
juros muito acima das internacionais.
A
partir de 1999,com
aadoção do câmbio
flutuante e ortanto, 9sem
a necessidade de manter elevadas reservas intemacionais 7 as taxas reais dejuros se reduziram a patamares internacionais.
i 1
'
Embora
a política monetária tenha contribuídono
processo de estabilizaçãoda moeda,
seus efeitos sobre o endividamento interno são consideráveis;Quando
o
governo opta por financiar o seu déficit orçamentário através da emissão de títulospúblicos,
o
nívelda
.taxa de juros passa a serum
dos determinantesdo
endividamento`i_-nte'rno.
Como
podemos
observar nafigura
4, a dívidado
setor público cresceu'exàcerbadamente a partir
do
plano real, passando de 153 bilhões de reaisem
1994 para 563bilhões
no
ano de 2000, principalmente pela absorção da liquidez provocada pela entradade capitais e pelas altas taxas de juros reais.
Em
princípio,o
endividamento não é algo danoso para a economia.Dependerá do
porquê se opta poruma
dívida.Desde que
o produto dessa dívida signifiquea ampliação dos investimentos, o beneficio
econômico
e social geralmente é compensador.Um
segundo aspecto é a condiçãodo
endividamento,ou
seja, o custo (taxa de juros) e aque
prazoo
mesmo
será assumido, para que haja compatibilidade entre o custodo
endividamento e o retorno
do
investimento,dando
condições paraque
o endividamento traga, a longo prazo, as condições para sua liquidação.Figura
4:Dívida
do
setorpúblico
líquida(R$
milhões)
600000,00 p 500000,00 - 400000,00 - 3ooooo,oo -Í 200000,00 ~ 100000,i00 - 0,00 ¬ 1991 1992 v 1993 - 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
.
_
No
Brasil o casotem
se agravado emencionado
com
preocupação.O
ônus
apresentado pela diferença da remuneração das reservas
no mercado
intemacional,de
apenas 5 a
6%
ao ano, não secompara
aos exorbitantes juros exercidos intemamente,que
chegaram
a atingir30%
reais ao ano.Mesmo
aceitando-se os pressupostos da política monetária quanto à necessidade de manter os atrativos para os recursos externos e inibir ademanda
doméstica, questionou-se muito a necessidade de níveis tão altos. Nota-seque
mesmo com
amudança
na políticaeconômica
a partir de 1999, o endividamentointemo
manteve
a tendência de alta.Desse
fato deriva a dúvida: até que ponto o ritmo de endividamento é suportável?Outro ponto importante e que trouxe outra preocupação: o
câmbio
valorizado e os juros elevados praticados até 1998 teriam sacrificado o nível de atividadeinterno,
com
conseqüente impactono
nível de emprego.Quando
aeconomia
entrouem
processo de desaquecimento, entre 1995/98,e
o
nível deemprego começar
a cair,o desemprego
passou a ter três fontes distintas: 1) odesemprego
porqueda no
nível de atividade; 2) por concorrência dos produtos importadose, 3) o
desemprego
derivado damodemização
das empresasno
país.Figura
5Variação
realdo
PIB
eTaxa
de
desemprego
íTaxa
de desemprego - aberto (%) -I 10 __ __ _ _ _ *__ _ _ _ _ _ _ _ ___ __ ___ Í__..
/'
* ,-\/
*\
/
0 - . . . . z./
. . 4 t,/
1 !-@- Plevzúzçâo real%
2_ 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 1 -õFONTE: IBGE/ DIEESE
* Desemprego Aberto: Pessoas que procuram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias
anteriores ao da
A
retraçãoda economia
não afetou apenas o nível deemprego do
país,afetou
também
a saúde financeira de suas empresas produtivas.As
empresas,que
semodernizaram
efizeram
planos de crescimento, estão sofrendo sérios problemas financeiros de insolvência e rentabilidade,além
daquelas já absorvidas por empresasmultinacionais
Já a partir de 1999,
com
ocâmbio
flutuante háuma
sensível recuperaçãodo
nível de atividade econômica,
com
um
crescimento realdo
PIB
de4,46%
em
2000, eredução de
0,5%
no
nível de desemprego,em
relação a 1998. Essa melhora se explica pelonovo
vigor das exportações, a partirda
desvalorização cambial e, pela recuperaçãodo
crédito, a partir
do câmbio
flutuante,que
pennitiu aadoção
de taxas de juros equivalentes4.1
_Introdução
`
Países
em
desenvolvimentotêm
se defrontado nos últimos anoscom
uma
situação de crônica vulnerabilidade externa.A
vulnerabilidade externa, segundo Gonçalves(1996), é
um
elemento estrutural da evolução de economiasem
desenvolvimento,que
têm
experimentado distintos padrões de inserção intemacional: fase primário-exportadora,
modelo
de substituição de importações, e expansão das exportaçõescom
sacrificiodo
mercado
interno.A
vulnerabilidade extema, analisa Gonçalves (1996), manifesta-seem
distintas esferas das relações econômicas internacionais: comercial, tecnológica, financeira e produtivo-real. Tal vulnerabilidade seria
fiuto
de processo histórico-cultural dos paísesem
desenvolvimento, sejacomo
fator determinante dos períodos de crise, seja pelo papel-chave das
mudanças do
padrão de inserção intemacionalno
processo de superaçãoda
crise econômica.Em
momentos
críticos da história contemporânea,com
crisesno
balanço de pagamentos, asmudanças
de políticaeconômica extema
acabam
agravando aindamais
asituação de vulnerabilidade externa
do
país.No
Brasil, ochoque do
petróleo nos anos 70, acrise
do
endividamentoextemo
nos anos 80, e a instabilidadedo
sistema financeiro internacional nos anos90
são exemplos históricos marcantes de fatores desestabilizantesexternos. `
O
objetivo desse capítulo é efetuaruma
avaliaçãodo
contexto da fragilidade financeira externano
Brasil durante a década de 90, procurando mostrar que a tendência aocrescimento da fragilidade está diretamente ligado à política
econômica
adotada, eque
tem
colocado o país bastante vulnerável às
mudanças no
cenário intemacional. Para tal ,utilizou-se o índice desenvolvido por Paula e Alves júnior (1999), a partir
do
conceito de‹ .
fragilidade financeira de
Hyman
Minsky. ^4.2.
Considerações
sobre
o
índice`
A
decisão de investir,ou
não, depende de muitos fatores.Podemos
citar os principaiscomo,
fontes de financiamentos, os riscosque
derivamdo
investimento, deque
investidor estará assumindo
uma
postura, já que esperaum
determinado lucro futuro para cumprir os débitos financeiros assumidos.Dependendo
da
estrutura financeira,o
investidor terá assumidouma
postura: hedge, especulativa
ou
ponzis.Na
condição hedge,há
garantiasde que
os lucros são suficientes,em
todos os períodos futuros, para cobrir as despesascom
juros eo
pagamento
de amoitizações, eno
caso de participardo
comércio internacional,com
variações
no
câmbio.Adotando
uma
postura especulativaó, asmargens
de segurança sãomenores que
uma
postura hedge, já quena
avaliaçãodo
investidor não haverámudanças
nos custos financeiros a ponto de inviabilizar seus projetos.
Nesse
caso, se os jurossobem
e/ou
há
variaçõesno
câmbio, as despesas financeiras assumidas se elevam, obrigando-as a recorrer anovos
financiamentos para cumprir suas obrigações financeiras. Jánuma
posturaponzi,
o
investidor já sabeque
os lucrosno
futuro não são suficientesnem mesmo
para cobrir o valor dos juros devidos, obrigando a tomar recursos adicionais para que possa cumprir seuscompromissos
financeiros.Seu
endividamento crescemesmo
sem
alterações nos jurosou no
câmbio.O
sucesso deuma
política monetária restritivaem
conter ademanda
agregada
sem
produzir instabilidade, dependerádo
grau de fragilidade financeirada
economia
como
todo.Em
outras palavras, se aeconomia
fordominada
por agentescom
postura hedge,um
aumento
nos juros afetará os gastos e os lucros; Jánuma
economia
frágil, de postura especulativa, a elevação dos juros poderia afetar
compromissos
financeiros, oque
poderia inviabilizar de fonna generalizada opagamento
das dívidas einiciar
uma
crise financeira.jDessemodo,
pode-se definir fragilidade financeiraextema
como
o grau de vulnerabilidade deuma
economia
àsmudanças
nas condiçõesde
financiamento oriundas de alterações nas taxas de juros extemas
ou
ainda nas taxas de câmbio."5
Ponzi foi
um
“mago das finanças” de Boston que usou o oferecimento de retornos altos sobre depósitospara sustentar
uma
estrutura intrinsecamente deficitária, enquanto o volume de novos depósitos foi superiora suas obrigações de pagamentos (Gonçalves, et. al., 1998). 6
A
definição clássica de especulação é de Kaldor (1939), como atividade de compra (ou venda) de
mercadorias tendoem vista a revenda (ou recompra)
em
urna data posterior, quando o motivo de tal ação éa expectativa de urna mudança nos preços à vigor e não urna vantagem resultante do uso, ou urna transformação ouuma
transferência de mercado a outro. Difere de arbitragem porque esta se dá entre preços conhecidos, enquanto a especulação se baseiaem
expectativas (Gonçalves, et. al., 1998).z l
.\". «
Aproveitando os argumentos de
Minsky
para a fragilidade financeira a partirdas posturas dos agentes, Paula e Alves Júnior (1999)l construíram _um_ í_n;dic_ç, _d_e_fr_agilidade
financeira extema, entendendo /este
como
o grau de vulnerabilidade deuma
economia
frente às
mudanças
de alterações das taxas' de -juros extemas e/ou.d;as__taxas de câmbio;A
partirde
informaçõesdo
balanço de pagamentos,definiram
o .grau de fragilidade financeira externa,ou
seja, quanto maiores (ou menores) forem as necessidades de queuma
economia
tenha de recorrer ao
mercado
internacional para renegociar posições financeirasque não
possam
serpago
de imediato,mesmo
com
as taxas de juros e prazos desfavoráveis.j
O
grau de fragilidade está relacionado à capacidade depagamento
deum
país
com
relação as suas obrigações, assimcomo
o perfil dessas. Esse indice procuracomparar
as obrigaçõesem
moeda
estrangeira à sua respectiva capacidade de pagamento.IFE=(M+Dj+Dos+A+CCP-1+PLA1)/(X+Rj+Ros+RE-1+Id+Eml)
Ondetemos:
V jOBRIGAÇÕES
M
=
importações;Dj
=
despesascom
juros;Dos =
despesascom
outros serviços;A
=
amortizações; _CCP-1=
estoque de capitais de curto prazo, defasadoem
um
período;PLA1=
estoque de investimento líquido'em
portfólio, defasadoem
um
período;CAPACIDADE
DE
PAGAMENTO
X
=
exportações;Rj
=
receitascom
juros;Ros
=
receitascom
outros serviços;RE-1
=
reservas intemacionaisacumuladas
até o período anterior;Id
=
entrada de divisas correspondentes aos investimentos diretos;Eml =
empréstimos demédio
e longo prazos._
A
defasagemem
um
período de algumas variáveis se justifica porque osdados primários são trimestrais, e é suposto pelos autores
que
essas obrigações sópodem
ser exigidas
no
trimestre posterior à sua entrada eque
esses recursos só serão necessáriaspara
pagamentos no
trimestre posterior.Quanto
mais elevado foro
valordo
índice (O-
1), maior a propensão deum
país ser afetado por
mudanças na
conjuntura internacional(mudanças
nas taxas de jurosextemas
por exemplo) emenor
a sua capacidade de cumprircompromissos
financeirosmais imediatos, colocando-se
numa
maior dependência de refinanciamento externoou
dequeima
de suas reservas. Por outro lado, quantomenor
for o valor deste índice,maior
é a capacidade deum
país cumprir seuscompromissos
mais imediatossem
ser necessáriorecorrer ao refinanciamento e aos seus estoques de reservas.
Em
outras palavras, àmedida
que
o
índice diminui, as obrigações estão sendo cobertas por receitas correntes e por fontesde
financiamento
de prazo mais dilatado.4.3.
Aplicação
do
índice
de
fragilidadepara
a
economia
brasileira `A
partirde dados sobre o balanço depagamentos
obtidosdo
boletimmensal
do
Banco
do
Central, foi construídauma
sériedo
Índice de Fragilidade Externa (IFE) paraa economia' brasileira, desde o primeiro trimestre de 1990 até o terceiro trimestre de 2000.
A
evolução das variáveis e seus efeitos sobre a vulnerabilidade externado
paíspode
seracompanhada
pelocomportamento do
índice, que se desenvolve de maneira distintadurante a década de 1990. Distinguiu-se neste trabalho as análises a partir dos dois
governos desse período,
ou
sejaiv (1°) período quecompreende
o período de 1990 à 1994,dos
govemos
deFernando
Collor deMelo
e Itamar Franco; (2°) período que vaide
1995até 2000,
ou
seja,do
governo deFernando
HenriqueCardoso
.No
primeiro período, tratamos dosgovemos
deFernando
Collor deMelo
e Itamar Franco.Uma
das características marcantes desse período foio
processo de aberturada
economia
brasileira, que resultou na volta dos capitais internacionais ao Brasil.Destacam-se duas
mudanças
importantes: oaumento
extraordinário de lançamento de títulosdenominados
em
moeda
estrangeira (bônus, papéis comerciais e notas de exportação) por parte das empresas brasileiras, e a expansão igualmente extraordináriada
entrada de investimentos intemacionaisno
mercado
de capitais brasileiroa partir de 1991
(O
investimentoem
portfólio passou deUS$
600
milhõesem
1990 para3,8 bilhões de dólares
em
1991, e crescendo extraordinariamente,chegando
aUS$13
bilhões
em
1993).Os
determinantes desseaumento da
captação de recursosextemos
sãoos
mais diversos,