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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

Estágio Profissionalizante 6º Ano - 2019/2020

Mestrado Integrado em Medicina

Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médias

Universidade Nova de Lisboa

Madalena de Aguiar de Almeida Cabrita | 2014280

Regente: Professor Doutor Rui Maio

Orientador: Professora Doutora Ana Neto

Lisboa, Julho 2020

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS...2

2. SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS...3

A. Ginecologia e Obstetrícia...3

B. Saúde Mental...3

C. Medicina Geral e Familiar...4

D. Pediatria...4 E. Cirurgia Geral...5 F. Medicina Interna...6 3. FORMAÇÃO EXTRA-CURRICULAR...6 4. REFLEXÃO CRÍTICA...7 5. ANEXOS...9

Anexo I – Cronograma dos estágios do ano letivo 2019/2020...10

Tabela 1 – Estágio Ginecologia-Obstetrícia...11

Tabela 2 – Estágio Saúde Mental...12

Tabela 3 – Estágio Medicina Geral e Familiar...13

Tabela 4 – Estágio Pediatria...14

Tabela 5 – Estágio Cirurgia...15

Anexo II – Certificado iMed 2016 Conference and Workshop...16

Anexo III – Certificado iMed 2019 Conference and Workshop...17

Anexo IV – Certificado Fertility Care...18

Anexo V – Certificado TEAM: Trauma Evaluation and Management...19

Anexo VI – Certificado Missão País...20

Anexo VII – Certificado Núcleo Estudantes Católicos...21

Anexo IX – Certificado IV Encontro Viver a Vida “Dar voz a quem cuida” ...22

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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

O Estágio Profissionalizante (EP) do 6º ano, que finaliza os estudos do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, é composto por seis estágios parcelares de áreas distintas de especialização médica– Medicina Interna (MI), Cirurgia Geral (CG), Medicina Geral e Familiar (MGF), Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia (GO) e Saúde Mental. O plano curricular do 6º ano inclui ainda uma Unidade Curricular (UC) Integradora “Preparação para a Prática Clínica” (PPC). Para além do EP e da UC de PPC, o 6º ano do MIM dá a oportunidade do estudante de medicina de escolher um estágio opcional numa área do seu interesse. O estágio da minha escolha iria ocorrer no Serviço de Otorrinolaringologia no Hospital dos Lusíadas, contudo, devido à pandemia COVID-19 este foi substituído por uma UC de Preparação para o Exame de Seriação para ingresso nas Especialidades Médicas. O presente relatório está organizado por cinco partes: introdução, objetivos para o 6º ano, síntese das atividades desenvolvidas durante os estágios parcelares que constituem o EP (cronograma no Anexo I), elementos relevantes da minha formação extra-curricular e o posicionamento crítico final no qual me debruço sobre o cumprimento dos objetivos estipulados. No final do presente relatório encontrar-se-ão anexados alguns elementos pós-textuais que documentam algumas atividades por mim desenvolvidas ao longo do MIM. No que diz respeito aos objetivos gerais, o EP visa integrar os conhecimentos teóricos, regularmente avaliados durante o MIM, com a verdadeira aquisição de competências práticas, e aplicá-los de forma sistemática e com autonomia progressiva nos serviços clínicos. Ainda se inclui nos objetivos a intenção de ajudar o jovem médico a adquirir um conjunto de valores e comportamentos que sejam coerentes com os princípios da bioética e deontologia médica, como está referido na obra “O Licenciado Médico em Portugal”:

“A finalidade da educação médica pré-graduada é ajudar o estudante médico a adquirir uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina, nos princípios éticos, na abordagem humanista (...) e no aperfeiçoamento ao longo da vida das suas próprias capacidades de modo a promover a saúde e o bem-estar das comunidades que servem”. Pretende-se assim que sejam

atingidos determinados objetivos e que ao completarem o ciclo de estudos os alunos sejam capazes de: i) demonstrar e aplicar corretamente os conhecimentos teóricos e aptidões clínicas que foram adquirindo, para melhor identificarem e solucionarem os problemas clínicos mais comuns; ii) avaliar os doentes e gerir adequadamente os seus problemas médicos através da recolha e realização de uma história clínica cuidada e um exame objetivo dirigido de forma a colocar hipóteses diagnósticas adequadas e da requisição de exames complementares de diagnóstico pertinentes, de modo a estabelecer um plano terapêutico em conformidade, incentivando a prevenção da doença e a promoção de saúde; iii) avaliar, gerir e cuidar dos pacientes numa perspetiva biopsicossocial, de modo a praticar uma medicina centrada na pessoa como um todo e não apenas na doença; iv) comunicar eficazmente com os doentes e com os outros profissionais de saúde, reconhecendo

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a importância da multidisciplinariedade bem como a capacidade de integrar equipas de trabalho e aplicar princípios éticos na sua prática clínica e (v) Investir na auto-aprendizagem e empenho na melhoria contínua (adaptado de “O licenciado Médico em Portugal”).

SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NOS ESTÁGIOS A. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

O estágio parcelar de GO decorreu no Hospital CUF Descobertas, onde estive sob orientação da Dra. Carla Baleiras. No entanto, a ordem de trabalhos ao longo do estágio não previa que o aluno acompanhasse sempre o seu tutor nas respetivas atividades. Desta forma, as atividades do estágio dividiram-se em consultas externas de ginecologia, de obstetrícia, de infertilidade, de gravidez de alto risco e consulta de senologia, exames especiais, ecografia ginecológica e obstétrica e ainda tempo no bloco operatório, onde tive o privilégio de ser a segunda ajudante em duas cirurgias. Frequentei o serviço de urgência doze horas semanais, nomeadamente o bloco de partos, onde fui sempre a segunda ajudante nos partos por cesariana, tendo ainda assistido às reuniões de serviço. Tive oportunidade de frequentar um Workshop “The Woman”, na primeira semana do estágio, na Maternidade Alfredo da Costa, o qual considero bastante relevante, porque permite recordar os conceitos mais importantes antes do início do estágio. Na última reunião de serviço em que estive presente, tive ainda a oportunidade de participar ativamente, através da apresentação da minha análise ao artigo recente “Effect of Additional Treatments Combined with Conventional Therapies in Pregnant

Patients with high risk Antiphospholipid Syndrome”, tendo assim contribuído para discussão que ocorre

nestas reuniões semanais. Este estágio despertou em mim várias questões eticamente sensíveis, o que reforçou a importância crescente do respeito pelas crenças culturais e religiosas, privilegiando uma medicina de partilha de conhecimento e decisão. Em anexo (Anexo I -Tabela 1), apresento uma casuística do total de doentes observados em cada atividade do estágio.

B. SAÚDE MENTAL

O estágio de Saúde Mental decorreu no Hospital Fernando da Fonseca, mais precisamente no hospital de dia, sob tutoria do Dr. João Carlos Melo. O estágio teve início com sessões teórico-práticas na faculdade, que considero uma mais valia para combater o estigma frequente em saúde mental. Ao longo das quatro semanas, acompanhei diariamente as atividades de vinte doentes e contribuí para a realização das mesmas, procurando adotar sempre uma atitude pró-ativa. Assisti também às reuniões semanais multidisciplinares, entre as equipas comunitárias e intra-hospitalares, um dos momentos mais importantes do serviço, onde pude constatar a importância da relação médico/equipa-doente. Estive em múltiplas sessões de serviço e realizei ainda uma história clínica de um doente com esquizofrenia paranoide, que acompanhei durante as quatro semanas. Após uma análise do plano terapêutico do doente, propus uma alteração do mesmo que foi

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aceite pela equipa médica que acompanha o doente. Cumpri ainda dois dias no serviço de urgência. No entanto, penso que a experiência do estágio de psiquiatria foi insuficiente para a minha formação como médica, ficando a faltar a observação de consultas de psiquiatria e a abordagem dos doentes na enfermaria. Apesar disto, concluí o estágio com uma perceção da psiquiatria diferente da que tinha antes. Em anexo (Anexo I - Tabela 2), apresento uma casuística das patologias com que contactei.

C. MEDICINA GERAL E FAMILIAR

O estágio decorreu na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Marginal, sob tutoria do Dr. Mário Santos. Globalmente, o estágio superou as minhas expetativas por me ter sido concedida a autonomia necessária à minha formação. Realizei, de forma praticamente autónoma, cerca de quarenta consultas, dentro dos vários âmbitos em MGF, incluindo participação na sala de tratamentos, o que contribuiu para aumentar o meu conhecimento médico, treinar o exame objetivo, melhorar a minha capacidade de comunicação e de escuta ativa, respeitando o tempo de narrativa espontânea dos doentes e da condução de uma consulta. Acompanhei ainda visitas domiciliárias, que me permitiram conhecer a realidade desfavorecida de muita da nossa população. Saliento que a UC está bastante bem organizada, na medida que avalia de forma muito completa o aluno. Por fim, contribuí para a biblioteca virtual da USF, através da apresentação das novas normas de orientação clínica da Direção Geral da Saúde “Diagnóstico e tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica no adulto” (Norma Clínica: 005/2019). Nesta especialidade, destaco a importância da relação de proximidade estabelecida com o doente, que tem um nome, uma família e preocupações nas várias vertentes da sua vida. Em anexo (Anexo I - Tabela 3), apresento uma tabela com as diferentes consultas realizadas por mim.

D. PEDIATRIA

Cumpri as quatro semanas do estágio de Pediatria no Hospital São Francisco Xavier, sob orientação do Dr. Edmundo Santos. Era responsabilidade dos alunos organizar os seus dias de estágios de modo a participar nas mais variadas atividades. Por um lado, considero que seria mais vantajoso se os médicos assistentes tivessem o conhecimento da nossa presença em determinado dia. Contudo, desta forma, consegui passar por várias componentes do serviço, desde a consulta externa, a enfermaria, o berçário, o serviço de neonatologia, a Unidade de Cuidados Especiais Pediátricos (UCEP) e o Serviço de Urgência. Considero de especial importância, para a minha preparação para o ano de formação geral, as duas semanas que tive no berçário, pois os recém-nascidos ficavam a cargo dos médicos de formação geral e dos alunos do 6º ano, estando estes responsáveis pela realização do primeiro exame objetivo, da redação do diário clínico e, no fim de cada manhã, pela realização de um resumo oral da história clínica do recém-nascido. Para além das atividades na enfermaria, participei em consultas externas de imunoalergologia, neurologia e endocrinologia,

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nas quais observei as mais variadas patologias. Tive a oportunidade ainda de passar um dia no serviço de Neonatologia. Foi especialmente vantajoso estar um dia por semana no serviço de urgência, pelo meu especial interesse pela patologia aguda e porque tracei como prioridade capacitar-me para abordar as patologias urgentes ou mais frequentes na criança. Na última semana de estágio, apresentei o caso clínico de uma criança do sexo masculino de três anos, que foi internada após uma convulsão febril complexa no contexto clínico de infeção por varicela, no qual foi necessário excluir encefalite. Foi uma enorme oportunidade de aprendizagem apresentar este caso, discutido ao longo da semana, no serviço de pediatria, tendo exigido da minha parte um estudo complexo e de integração de várias entidades clínicas para chegar aos diferentes planos terapêuticos consoante os resultados dos exames complementares de diagnóstico pertinentemente realizados. Por último, frequentei o Workshop de emergências pediátricas, no Hospital Dona Estefânia, durante o qual foram simulados casos agudos com modelos para que os participantes, em grupo, procurassem resolver a situação. Em anexo (Anexo I - Tabela 4), apresento uma discriminação das atividades realizadas.

E. CIRURGIRA GERAL

Realizei o estágio de CG no Hospital Beatriz Ângelo (HBA) sob tutela do Dr. João Sousa Ramos durante oito semanas (Anexo I). A meu ver, trata-se de um estágio particularmente importante para ajudar a preparar o aluno para aquilo que serão as suas responsabilidades no ano de Formação Geral. A atividade clínica dividiu-se em: i) uma dividiu-semana de aulas teóricas/práticas, em que foram tratadas temáticas muito interessantes, nomeadamente liderança e trabalho em equipa, técnicas de comunicação e onde foram realizados treinos para colocação de acesso venoso central, técnicas de sutura e entubação traqueal, para além do curso TEAM (anexo V); ii) Bloco operatório (sobretudo cirurgia colo-rectal, uma das quais tive oportunidade de participar); iii) Consulta externa, onde presenciei consultas pré e pós-operatório e, onde me foi dada a oportunidade de discutir os diagnósticos e a abordagem terapêutica mais correta; iv) Enfermaria, componente do estágio onde empreguei menos tempo; v) duas semanas na Unidade de Cuidados Intensivos (Opcional), onde tive a oportunidade de fazer o exame objetivo e o diário clínico de forma rigorosa, de alguns doentes com patologias variadas. Foi possível observar diversos procedimentos, como a colocação de acesso venoso central, traqueostomia com broncofibroscopia, intubação e extubação de vários doentes. Frequentei apenas um dia a pequena cirurgia no Serviço de Urgência, devido à Pandemia COVID-19, que não nos permitiu também apresentar, no mini-congresso, a história clínica duma doente, do sexo feminino e com sessenta e nove anos, com uma neoplasia do cólon sigmoide, à qual foi realizada uma sigmoidetomia via laparcoscópica. Tracei como objetivo principal do estágio investir na correta identificação e orientação das síndromes mais frequentes (ex. hérnias inguinais), ao invés de memorizar em pormenor as técnicas cirúrgicas, que, na minha opinião, foram explicadas de forma insuficiente durante as manhãs do bloco operatório. Apesar de bastante

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benéfico para a minha formação, não penso que a opcional de Medicina Intensiva deva fazer parte de duas semanas do estágio de Cirurgia Geral porque acabamos por ter menor contacto com as diversas patologias cirúrgicas. Em anexo (Anexo I - Tabela V), apresento o número de doentes por mim observado em cada atividade do estágio de CG e a tipologia de doentes que despertaram particularmente a minha atenção. Ainda no decorrer deste estágio, participei nas II Jornadas de Cirurgia Geral do HBA e no congresso Game of Thrones in Rectal Cancer, organizado pela Fundação Champalimaud.

F. MEDICINA INTERNA

Devido à Pandemia COVID-19 não foi possível realizar o último estágio parcelar do EP do MIM no Serviço de Medicina IV do Hospital São Francisco Xavier. Por conseguinte, foi-nos proposto que escrevêssemos um artigo de revisão sobre a mais recente Pandemia COVID-19 e as suas diversas apresentações clínicas e que elaborássemos uma apresentação para o serviço clínico. O meu grupo escolheu aprofundar as manifestações e complicações ligadas à coagulopatia em doentes com COVID-19. O nosso artigo, intitulado “Hipercoagulabilidade na Infeção por SARS-Cov-2”, foi elaborado a partir do estudo exaustivo de trinta e quatro artigos. Escolhemos este tema em particular porque a hipercoagulabilidade tem sido descrita não só como manifestação inicial potencialmente catastrófica, mas também porque representa uma complicação comum nos doentes internados e sob terapêutica anticoagulante profilática. A hipercoagulabilidade é uma caraterística inerente à infeção por SARS-Cov-2, presente até 30% (trinta por cento) dos doentes internados e com caraterísticas analíticas específicas. Manifesta-se como um estado pré-trombótico, com eventos micro e macroangiopáticos, venosos e arteriais. Dada a prevalência, concluímos que a sua identificação precoce, a prevenção e a abordagem adequadas são cruciais no prognóstico do doente diagnosticado com COVID-19.

FORMAÇÃO EXTRA-CURRICULAR

Ao longo destes seis anos de formação médica, procurei, também formar-me como pessoa e aprofundar os valores que me foram incutidos ao longo da minha vida, ao envolver-me nas mais diversas atividades formativas, relacionadas ou não com a Medicina, algumas das quais acho relevante destacar: em primeiro lugar, fui Monitora da UC de Anatomia no ano Lectivo de 2015/2016; ao longo dos últimos anos, fui dirigente de um grupo de raparigas, que acompanhei dos onze aos dezassete anos através da catequese semanal; todos os verões durante os seis anos do MIM, fui monitora de campos de férias para crianças de bairros sociais desfavorecidos (social e economicamente) na zona de Cascais , designado “Os Pegadas” e na zona de Ferreira do Zêzere, designado “Os Descobridores”. As crianças em causa revelam carências a nível afetivo e educacional, e muitas vezes encontram-se inseridas em famílias destruturadas, sendo o objetivo do campo de férias, com duração de uma semana no verão, proporcionar às crianças uma semana de férias diferente da sua realidade e transmitir-lhes valores de verdade, respeito e entreajuda. Com esta experiência, aprendi

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diferentes formas de comunicar e adquiri competências de organização e liderança, que penso serem essenciais para a minha profissão. Realizei também o programa de Erasmus no letivo 2017/2018, em Florença, Itália na Università degli studi di Firenze (anexo X) onde estagiei em Cirurgia Pediátrica, Psiquiatria, Urologia e Cirurgia Vascular. Foi uma experiência muito positiva quer a nível pessoal e cultural mas também a nível académico. Tive a oportunidade de frequentar serviços clínicos com uma organização e equipamento bastante diferentes daquelas a que estava habituada em Portugal e tive o privilégio de assistir e participar em diversas cirurgias e procedimentos, como exames diagnósticos e terapêuticos, sobre os quais não tinha qualquer conhecimento e que não voltei a ver ser realizados em Portugal. De entre os mesmos destaco uma cirurgia de correção do Pectus Excavatum em Pediatria, endarteriectomia e bypass da artéria carótida em Cirurgia Vascular e uma cirurgia Robótica e minimamente invasiva no cancro da próstata em Urologia. Importa ainda salientar outras atividades no âmbito da faculdade, nomeadamente os grupos de bioética do Núcleo Católico nos quais participei durante dois anos (anexo VII). No âmbito dos mesmos, organizei uma conferência sobre NaProTechnology ou Tecnologia Procriativa Natural, que consiste numa nova abordagem à saúde ginecológica e reprodutiva da mulher, e que tem como objetivo de um diagnóstico médico mais preciso e, desta forma, um tratamento médico e cirúrgico mais individualizado. Dentro deste mesmo âmbito assisti a uma conferência do Fertility Care (Anexo IV) para profissionais de saúde. Estive presente no iMed

Conference 8.0 e 11.0, nos anos de 2016 e 2019, respetivamente (Anexos II e III); na última edição da

conferência, realizei um workshop em Ecocardiografia (Anexo III). Participei ainda, durante três anos, nas missões universitária organizadas pela Missão País (Anexo IV) que consistem numa missão de uma semana, nas férias entre semestres, durante a qual um grupo de estudantes da faculdade se instala numa aldeia isolada de Portugal, com o objetivo de animar e levar a fé a crianças, jovens e idosos em lares. Esta atividade permitiu-me, entre outros, conhecer melhor a realidade portuguesa fora das grandes cidades. Por último, a frequência dos estágios no Instituto Português de Oncologia de Lisboa despertou em mim o interesse e sensibilidade para doenças oncológicas e a importância dos Cuidados Paliativos, o que me levou depois a assistir ao IV Encontro do Viver a Vida (anexo IX).

REFLEXÃO CRÍTICA

Ao concluir o EP, considero que adquiri uma boa base de conhecimentos científicos e práticos para iniciar a minha vida como médica. No cômputo geral, considero que os objetivos a que me propus foram alcançados. Na minha reflexão retrospetiva sobre o 6º ano, concluo que desenvolvi o meu raciocínio clínico, que treinei os procedimentos práticos como a realização da anamnese e do exame objetivo, e que pela postura pró-ativa que adotei, consegui discutir as hipóteses de diagnóstico, os exames a pedir e a abordagem terapêutica. No entanto, penso que alguns estágios poderiam ter assumido uma vertente mais prática. Refiro-me, em particular, à elaboração de diários clínicos e ao pedido dos exames complementares de diagnóstico. Existe

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uma discrepância entre o exercício da autonomia clínica nos diferentes estágios e, dentro do mesmo estágio, entre os diferentes serviços ou assistentes. O meu estágio com a vertente prática mais desenvolvida foi o de Medicina Geral e Familiar onde, a relação médico-doente mostrou-se transversalmente determinante no sucesso dos cuidados prestados aos doentes e no qual aprendi a comunicar eficazmente através da prática clínica supervisionada. O estágio de GO que realizei é, na minha perspetiva, muitíssimo completo, mas tive pouca oportunidade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos. No entanto, acredito que tal se deva ao facto de ter estagiado num hospital privado. Em particular, este estágio deu-me mais certezas da área a escolher como especialização. Por sua vez, a distribuição dos alunos pelas várias componentes do estágio de Psiquiatria cria uma percetível heterogeneidade e dificuldade no sistema de aprendizagem, ainda que compreenda as limitações logísticas. No entanto, saliento o êxito na sensibilização contra o estigma da doença mental. Em relação ao estágio de Pediatria, penso que seria vantajoso, tanto para os alunos do 6º ano como para os assistentes hospitalares, um rácio 1:1 médico-aluno, mesmo que a ordem de trabalhos não seja sempre com o acompanhamento do tutor. No estágio de CG, lamento não ter tido oportunidade de pôr em prática o treino de suturas na pequena cirurgia, algo que tinha como expetativa prévia ao estágio, e ainda de apenas ter participado numa cirurgia durante estas oito semanas do estágio. Estas semanas acabam apenas por ser seis semanas, devido à opcional de Medicina Intensiva que, no meu caso, acabou por ter maior importância, porque foi impossível realizar o estágio de Medicina Interna devido à pandemia COVID-19.

Termino com a certeza de que ser médico é, antes de tudo, ser pessoa. Um aspeto que sempre me fascinou é o facto de que uma pessoa não é médica apenas dentro do seu local de trabalho. Ser médico não é uma profissão, mas fica a fazer parte de nós, de quem somos, os dois não são dissociáveis. O humanismo é algo mais difícil de ensinar na teoria e, é através das vivências clínicas e dos exemplos dos assistentes, em conjunto com os nossos ideais que criamos a nossa “conduta de ação”. No entanto, na minha opinião, o ensino da bioética na FCM é insuficiente para acompanhar o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade a que já começamos a assistir. É necessário que os médicos realizem um “juízo clínico” com uma preparação científica, deontológica e bioética tão coerentes e firmes como nunca outrora, de forma a jamais violar os princípios fundamentais da bioética da não-maleficiência e da beneficência, nomeadamente através da prática da Interrupção Voluntária da Gravidez e da Eutanásia, hoje legalmente admitidas. No fim do meu percurso no MIM, concluo que este último ano constituído pelo EP, em conjunto com o estudo para a Prova Nacional de Seriação, foi uma cimentação de conhecimentos teóricos e práticos imprescindíveis na minha preparação para o exercício da profissão. Chegar ao fim deste percurso apenas foi possível pelas experiências que a minha família, amigos e me proporcionaram, com os quais partilho esta imensa alegria e gratidão. Estou consciente da necessidade de aprendizagem, trabalho e formação contínuas, mas sinto-me agradecida pelo privilégio de ser médica e de ter como profissão o serviço ao próximo.

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ANEXOS

Anexo I – Cronograma dos estágios do ano lectivo 2019/2020 - Tabela 1 – Estágio Ginecologia-Obstetrícia

- Tabela 2 – Estágio Saúde Mental

- Tabela 3 – Estágio Medicina Geral e Familiar - Tabela 4 – Estágio Pediatria

- Tabela 5 – Estágio Cirurgia

Anexo II – Certificado iMed 2016 Conference and Workshop Anexo III – Certificado iMed 2019 Conference and Workshop Anexo IV – Certificado Fertility Care

Anexo V – Certificado TEAM: Trauma Evaluation and Management Anexo VI – Certificado Missão País

Anexo VII – Certificado Núcleo Estudantes Católicos

Anexo IX – Certificado IV Encontro Viver a Vida “Dar voz a quem cuida” Anexo X – Certificado de Intercâmbio e Mobilidade Académica

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Anexo I – Cronograma dos estágios do ano lectivo 2019/2020 Ginecologia e Obstetrícia Saúde Mental Medicina Geral e Familiar Pediatria Cirurgia Geral Medicina Interna Período de Estágio 09/09/2019 a 4/10/2019 7/10/2019 a 31/10/2019 4/11/2019 a 29/11/2019 2/12/2019 a 10/01/2019 20/02/2020 a 12/03/2020 - Local de estágio CUF Descobertas Hospital Fernando da Fonseca USF Marginal Hospital São Francisco Xavier Hospital Beatriz Ângelo Hospital São Francisco Xavier

Tutor Dra. Carla

Baleiras Carlos Melo Dr. João Dr. Mário Santos Edmundo Dr. Santos Dr. João Sousa Ramos Dra. Carolina Gouveia Regente Prof. Dr. Teresinha Simões Prof. Dr. Miguel Cotrim Talina Prof. Dra. Maria Isabel Santos Prof. Dr. Luís Varandas Prof. Dr.

Rui Maio Fernando Prof. Dr. Nolasco

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Tabela 1: Estágio Ginecologia Obstetrícia

FIV: Fertilização in vitro | SAAF: Síndrome Anticorpo Antifosfolípido | ITU: Infeção trato urinário Ginecologia

Obstetrícia N (%) (média) Idade observadas/particularidades Patologias mais Particularidades

Consulta 69

(100%) Obstetrícia 43

(62,3%) 36 Útero bicórneo unicolis e Útero Didelfo, FIV, SAAF, mutação Factor V Leiden

56% 1ª gravidez 12,5% 2ª gravidez Ginecologia 16

(23,2%) 41,5 Prolapso urogenital e retocelo; Candidíase Genital; Menopausa – TSH;

Senologia 10

(14,5%) 38 Hiperplasia atípica; Carcinoma da mama; Fibroadenomas múltiplos; Blocos de Partos 31 Vaginais (Eutócicos/Distócicos) (4/11) 15 48,4% Cesarianas 16

(51,6%) Eletiva, Cesariana anterior há menos 2 anos Pré-eclâmpsia, Placenta prévia, Diabetes gestacional,

apresentação pélvica Bloco Operatório

(cirurgias) 5 56 Histerectomia Endometriose

Exames Especiais 18

(100%) Colposcopia 13

(72,2%) 33 Histeroscopia 5

(27,8%) 49 Doente sob Tamoxifeno com hemorragia pós-menopausa; Perda gestacional recorrente Biópsia Endométrio 3 (16%) 50

Ecografia 27

(100%) Obstétrica 21

(77,8%) Restrição de crescimento intra-uterino Oligoâmnios

Útero bicórneo com septo incompleto Dilatação pielo-calicial Agenésia vermis cerebeloso Ginecológica 6

(22,2%) Ovário Multifolicular Mioma Intramural e submucoso

Pólipo endometrial Espessamento endometrial

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Tabela 2: Estágio Saúde Mental Psiquiatria N (%) Idade - Intervalo Sexo M n - (%) Particularidades Hospital de dia 20 100% 20-71 9 45% Perturbação Afetiva (Doença Bipolar) 20% 4 5% 1 Perturbação Ansiedade (POC) 15% 3 210% Perturbação Espetro Esquizofrenia 40% 8 30% 6 Perturbação Personalidade 25% 5 0 Outros ³ 2 diagnósticos psiquiátricos 10% 2 5% 1

Urgências 6 2 tentativas de suicídio, Agudização

de depressão major, Episódio Psicótico, Dependência de álcool POC: Perturbação Obsessiva Compulsiva

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Tabela 3: Estágio Medicina Geral e Familiar M: Masculino * Faltam dados MGF N (%) Idade (média) Sexo M n - (%) Observações Doença aguda 16 * * Otite externa

Infeção do trato urinário Tinea Pedis

Herpes zoster Gripe Influenza Gastroenterite Saúde dos

Adultos 78 54 * Hipertensão Arterial Diabetes Mellitus

Dislipidémia Osteoporose Distúrbio ansioso Perturbação depressiva

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica Consulta cessação tabágica

Blefarite

Síndrome do canal cárpico Saúde da

Mulher 12 23-68 - Seguimento da grávida Rastreios ginecológicos Vaginose bacteriana Sintomas menopausa Saúde

Infantil 5 6 2 Atraso no desenvolvimento Varicela

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Tabela 4: Estágio Pediatria Pediatria N (%) Idade média (anos) Sexo M N - (%) Observações Internamento 12 (100%) 2,4 6 (50%

Patologia respiratória 4 (33,3%) 5 3 (25%) Gripe com rabdomiólise, Bronquiolite aguda a VSR, Pneumonia lobar

Patologia neurológica 2 (16,7%) 2 2 (16,7%) Epilepsia, Convulsão febril complexa Patologia

Génito-urinária 1 (8,3%) 14 dias 1 (8,3%) Pielonefrite Otimização estado

nutricional 3 (25%) 10 dias Baixo peso

Outras 2 (1,7%) Internamento protetor

Berçário 5 (100%) 4 (80%)

Partos de Termo 5 (100%)

Consulta Exterma 13

Endocrinologia 1 12 1

Imunoalergologia 7 11,3 4 Asma e Rinite alérgica

Neurologia 5 15,8 1 Esclerose Tuberosa,

Enxaqueca, Síndrome de Doose, Síndrome de Rett, Epilepsia Rolândica benigna da infância

Neonatologia 5 4 dias 1 Prematuridade,

Isoimunização, Tórax em Sino, Quilotórax congénito, Hipotonia, Interrupção do arco aórtico Urgência 10 (100%) 5 (50%)

Foro respiratória 5 (50%) 2 (20%) Otite média aguda

bacteriana, Amigdalite bacteriana, Pneumonia, Laringite viral,

Bronquiolite aguda Foro gastrointestinal 1 (10%) 1 (10%) Gastroenterite aguda

Foro genito-urinário 1 (10%) 1 (10%) Cistite aguda

Pele 2 (20%) 0 Varicela, Estomatite

aftosa Outras (trauma) 1 (10%)

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Tabela 5: Estágio Cirurgia Geral

Cirurgia Geral N (%) Idade - Intervalo Observações

Bloco Operatório 8 (100%) 25-89

Patologia maligna 5 (62,5) Hemicolectomia por neoplasia colo-rectal

Patologia Benigna 3 (37,5%) Apendicectomia, Herniorrafia

Internamento 8 42-76 Pé diabético, Pancreatite aguda,

Apendicite aguda, Colecistectomia

Consulta Externa 12 (100%) 32-84

Patologia maligna 5 (41,7%) 46-84 Neoplasia colo-rectal

Patologia Benigna 7 (58,3%) 32-65 Hérnia inguinal bilateral, hérnia incisional

1ª consulta 6 (50%) Pâncreas divisum

Hérnia do Hiato Fístula peri-anal Opcional Medicina

Intensiva 8 43-83 Patologias muito variadas

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Anexo II – Certificado iMed 2016 Conference and Workshop

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Imagem

Tabela 1: Estágio Ginecologia Obstetrícia
Tabela 2: Estágio Saúde Mental  Psiquiatria  N  (%)  Idade -  Intervalo  Sexo M  n - (%)  Particularidades  Hospital de dia  20  100%  20-71  9  45%  Perturbação Afetiva  (Doença Bipolar)  4  20%  1  5%  Perturbação  Ansiedade (POC)  3  15%  210%  Perturba
Tabela 3: Estágio Medicina Geral e Familiar  M:  Masculino  * Faltam dados MGF  N  (%)  Idade  (média)  Sexo M n - (%)  Observações Doença aguda 16 * * Otite externa
Tabela 4: Estágio Pediatria  Pediatria  N  (%)  Idade média (anos)  Sexo M N - (%)  Observações  Internamento  12 (100%)  2,4  6 (50%
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Referências

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