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O principal testamento aos jovens: A Declaração pela Abolição das Armas Nucleares.

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Academic year: 2021

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O principal testamento aos jovens:

A Declaração pela Abolição das Armas Nucleares.

Estimados membros da Divisão dos Universitários, neste mês de Setembro celebraremos os 55 anos da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares. Para que possamos abrir nossos corações e compreender nossa missão rumo à abolição das armas nucleares, que tal analisarmos um pouco desta história?

A efetiva utilização das Armas Nucleares na Segunda Guerra Mundial fez imediatamente e ao longo dos anos milhares de mortos.

Durante a Guerra Fria, as armas nucleares adquiriram um forte papel, pois foi caracterizada por uma corrida armamentista que nunca chegou ao conflito propriamente armado, mas gerou uma instabilidade na segurança internacional devido à busca pela intimidação do poder.

O mundo estava dividido e as amostras de poder eram feitas pelo aumento das ogivas ou testes nucleares.

Neste cenário, no dia 8 de Setembro de 1957, seria realizar o Encontro Esportivo dos Jovens do Leste do Japão, conhecido como “Festival da Juventude”.

Um dia antes, Jossei toda se encontra na Sede da Soka Gakkai. Pensava sobre o caos em que o mundo vivia com a Guerra Fria, no grande mal que a bomba atômica representava com o poder de exterminar toda população da terra e destruir o planeta.

Toda sentia que deveria desbravar o caminho rumo à abolição das armas nucleares e criar a clara visão de que a obtenção das mesmas viola o direito a vida. Porém, como sua saúde estava debilitada, sentia o ardente desejo de inspirar os jovens nesta causa e começou a escrever algo que se tornaria um juramento entre Mestre e Discípulo.

No dia seguinte, 8 de setembro de 1957, durante as competições do encontro esportiva, Toda olhou para o céu e se lembrou do dia 6 de agosto de 1945, ataque a Hiroshima, o céu estava tão bonita quanto, limpo e com um intenso sol.

Ao final das competições, chegou à vez de Toda falar. Se posicionou serena e vigorosamente diante do microfone e iniciou seu discurso, discurso este que se tornaria o Principal testamente dedicado aos Jovens, A Declaração pela Abolição das Armas Nucleares.

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“Todos vocês, participantes do festival de hoje, foram agraciados com este céu límpido e ensolarado, sem nenhum vestígio da tempestade de ontem, como se as funções protetoras atendessem aos seus anseios e entusiasmo.”

“Com grande alegria, testemunhei o espírito da Soka Gakkai demonstrado entre os competidores em cada modalidade, enquanto os demais aplaudiam entusiasticamente seus esforços. Porém, apesar de toda essa alegria, é inevitável que a Soka Gakkai enfrentará perseguições. Eu próprio tenho me preparado para quaisquer ataques que possam recair sobre mim. Por essa razão, gostaria de compartilhar com vocês minhas esperanças com relação à primeira de minhas instruções finais em prol do futuro”.

“Como já venho dizendo há muito, a próxima era será sustentada pelos jovens. Não preciso salientar que a missão de nossa vida é o Kossen-rufu. Esse é um empreendimento que devemos conquistar infalivelmente mas, diante das notícias de testes da bomba atômica e de hidrogênio, que têm agitado o mundo, quero deixar bem clara a minha posição em relação a essas questões. Se são meus discípulos, gostaria que herdassem esta minha mensagem e que propagassem pelo mundo o significado de seu conteúdo.”

Mesmo que neste momento esteja sendo realizado no mundo inteiro um movimento para abolir os testes nucleares, o meu desejo é atacar o problema pela raiz, ou seja, cortar as garras ocultas exatamente na origem.”*

“Declaro que, qualquer um que ouse utilizar armas nucleares, independentemente de sua nacionalidade ou se seu país é vitorioso ou derrotado, deve ser condenado à morte, sem exceção.” **

Na Proposta de Paz de 2007, Daisaku Ikeda, compartilhar o seguinte sobre este ponto: “Toda frequentemente expressava sua firme oposição à pena de morte e defendia sua abolição. Então, o que o teria levado a usar a frase “deve ser condenado à morte, sem exceção” ao denunciar o uso das armas nucleares? O motivo era por se sentir profundamente ultrajado diante das forças que desprezavam o valor e a dignidade da vida e solapavam o direito das pessoas à sobrevivência. Sua determinação veemente de extirpar a natureza maligna oculta nas profundezas dessas armas encontrou voz na escolha da frase rude e implacável.

Na Revolução Humana, Daisaku Ikeda, expõem também que ao declarar a pena de morte, Jossei Toda, almejava selar o coração das pessoas impedindo que neles vingasse a ideia de fazer com que o uso das armas nucleares se tornassem algo coerente e aceitável.

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A declaração continua:

“Por que digo isso? Porque nós, cidadãos do mundo, temos o direito inviolável à vida. Qualquer um que tente pôr em perigo esse direito é a personificação do mal, um espírito maligno, um monstro. Proponho que a humanidade aplique, em todos os casos, a pena de morte àquele que for responsável pelo uso de armas nucleares, mesmo que essa pessoa pertença ao lado vencedor.”

“Ainda que um país conquiste o mundo valendo-se dessas armas, os conquistadores devem ser vistos como demônios em pessoa. Estou convicto de que a missão de cada integrante da Divisão dos Jovens do Japão é difundir esse pensamento pelo mundo todo.”

“Encerro esta declaração expressando minha ardente expectativa de que vocês, jovens, propaguem este meu apelo por todo o mundo com a mesma disposição vigorosa demonstrada no dia de hoje”. **

Em outro trecho da Proposta de Paz de 2007, Daisaku Ikeda, compartilha: “Hoje, quando a sobrevivência da humanidade continua a ser ameaçada pelas armas nucleares, sente-se como realidade tangível o significado e a seriedade da decisão de Toda, que já naquela época, falava com tanta sabedoria.”

Esta realidade sobre as armas nucleares e a importância do papel de cada um de nós para sua abolição, pode nos parecer distante, em especial a nós brasileiros devido a tantos aspectos como pobreza e violência que permeiam nosso país.

Porém, a ameaça que as armas nucleares representam não é coisa do passado, e sim, uma crise constante, pois, pós Guerra Fria, de acordo com uma pesquisa do ano de 2010, feita pela revista japonesa, Quarterly, ainda existem aproximadamente 23 mil armas em todo o mundo, o suficiente para destruir a humanidade várias vezes.

No Relatório Final da Comissão sobre Governança Global, Nossa Vizinhança Global, referente à liderança em ações para a abolição das armas nucleares, em 1995, consta: “Por liderança, não nos referimos apenas às pessoas nos mais altos níveis nacionais e internacionais. Mas também às de qualquer nível” (ONU, 1995, p. 355).

Na Proposta de Paz, enviada a ONU em 2011, o Dr. Daisaku Ikeda declara: “o inimigo real que temos que enfrentar é a maneira de pensar que justifica as

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armas nucleares, a prontidão para aniquilar os outros quando eles são vistos como ameaça ou como empecilho para a realização de nossos objetivos”.

Desta forma, nosso papel em meio à abolição das armas nucleares é conseguirmos mudar a consciência das pessoas e inspirá-las a cultivar uma mente e no coração de paz.

Jossei Toda, com a Declaração, pode inspirar os jovens a se lançarem por esta nobre causa, em especial, Daisaku Ikeda, o colocou como eterna missão de sua vida, que concretizaria o sonho de seu Mestre e faria infiltrar esta ideologia no Mundo.

Após seu falecimento, Daisaku Ikeda deu continuidade a este testamento promovendo várias campanhas dentro da Soka Gakkai em prol da Abolição das Armas Nucleares e por meio da Proposta de Paz enviada à ONU.

Na Proposta de Paz de 2007, Daisaku Ikeda, brada ao lembrar do dia da Declaração: “ainda hoje, sua voz poderosa, paixão ardente, continuam a ressoar em meu coração.”

Agora é a nossa vez de assumirmos esta missão. No Daibyakurengue de Março deste ano nosso, Daisaku Ikeda, brada: “Chegou o momento de mostrar ao mundo o que pode ser alcançado por meio do comprometimento de mestre e discípulo”.

Na Proposta de Paz de 2006, Daisaku Ikeda, expos a necessidade de criar campanhas lideradas pelos indivíduos comuns para conscientizar a sociedade e, os jovens da SGI, ao lerem, com o desejo de corresponder ao Mestre se dedicaram na concretização deste objetivo.

Assim, se criou, em 2007, a campanha “Década dos povos de ação pela abolição nuclear”, com o objetivo de tornar os cidadãos comuns e a sociedade civil nos protagonistas que criarão uma onda de demanda pela abolição das armas nucleares capaz de influenciar os tomadores de decisão.

Conquistas desta campanha: Dez milhões de assinaturas recolhidas no Japão para apoiar a abolição das armas nucleares e que, posteriormente, foram apresentadas ao secretário-geral da ONU. Além de realizarem exposições, fóruns, matérias com Hibakushas (sobreviventes da bomba atômica) e seus descendentes, pesquisas com os cidadãos, entre outros.

Na Proposta de Paz de 2011, Daisaku Ikeda, enaltece: “essencial é o compromisso fervoroso dos cidadãos conscientes de que o povo pode sim dar um novo rumo à história humana.”

Na mensagem em comemoração ao Dia Internacional da Juventude deste ano o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, enaltece o poder dos jovens: “Os

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jovens são uma força transformadora. São criativos, engenhosos e agentes entusiastas da mudança, quer seja na praça pública quer seja no ciberespaço. (...) Chegou a hora de integrar as vozes de jovens de forma mais significativa em processos de decisão a todos os níveis. (...) A juventude pode determinar se nesta era nos movemos em direção a um maior perigo ou em direção a uma mudança positiva.”

Então, que sejamos nós, Universitários, a mudar esta era em que vivemos e estar na vanguarda da causa em prol da abolição das armas nucleares.

Fontes:

*BS Edição 404 - Publicado em 01/Abril/2002 - Página 3

**BS Edição 469 - Publicado em 01/Setembro/2007 - Página 7

Discurso, Dia Internacional da Juventude. Disponível em: http://unicrio.org.br/dia-internacional-da-juventude-12-de-agosto-de-2012/

ELSTER, Jon. Peças e Engrenagens das Ciências Sociais, Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. IKEDA, Daisaku. Por um mundo digno de todos: triunfo da vida criadora, São Paulo: Terceira Civilização, 2011.

IKEDA, Daisaku. Resgatar a nossa humanidade: Primeira passo para a paz mundial, São Paulo: Terceira Civilização, 2007.

LAFER, Celso. Comércio, desarmamento, direitos humanos, São Paulo: Paz e Terra, 1990.

TOTA, Pedra. Segunda Guerra Mundial. In: MAGNOLI, Demétrio (Org.). História das Guerras, São Paulo: Contexto, 2006. p. 355-390.

UMA NOVA ERA DA ABOLIÇÃO NUCLEAR. Tóquio: SGI Quarterly, n. 62, out. 2010.

WALTZ, Kenneth N. The Spread of nuclear weapons: more may better, Londres: International Institute for Strategic Studies, 1981.

Referências

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