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INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

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Academic year: 2021

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Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO TEOR DE SÓDIO EM BUTIÁ POR EDXRF

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: NUTRIÇÃO

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): SUELI GOMES CHARRO

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): HERNANI ARANHA, MARCOS ANTONIO SCAPIN, REGINALDO RIBEIRO DE AQUINO

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1. RESUMO

Avaliação dos teores de sódio presente nas frutas do butiazeiro, natural da região sul do Brasil, foi analisado por Fluorescência de raios-X por Energia Dispersiva (EDXRF). No estudo, as amostras oriundas do Rio Grande do Sul, foram dissecadas em casca polpa e semente, secas em estufa com temperatura controlada (65±5 °C) por uma semana. Após drenagem as amostras foram homogeneizadas por moagem em moinho de ágata, acondicionadas em porta amostra (cerca de 2 g) e mensuradas no espectrômetro EDX720-Shimadzu CO (15~50kV e 50mA) em vácuo por 100s. A quantização foi feita pelo método dos parâmetros fundamentais e calibração multivariada utilizada para corrigir efeitos de matriz. A avaliação estatística da técnica considerou material de referência certificado (MRC) NIST 1515 “Apple Leaves”, sendo a conformidade e aceitabilidade avaliadas pelo índice Z-score e HORRAT. Os limites de quantificação estão entre 2 e 60 μg·gˉ¹ considerados suficientes para este tipo de ensaio. Foram determinados percentuais de sódio na polpa e casca de 1,00±0,04%, e 0,45±0,02% para a semente. Em média os valores para o consumo são de 245±5mg/100g correspondendo a cerca de 10% do valor diário IDR mostrando baixa contribuição diária em sódio, porem, alta se comparada a demais frutas tradicionais.

2. INTRODUÇÃO

Fruto da família das Arecacea, o butiá é uma fruta de sabor ácido natural da região sul do Brasil, de consumo local difundido com baixa projeção comercial, sendo fonte considerável de vitaminas, lipídeos, proteínas e minerais, com maturação na época de verão. O suco do fruto maduro tem ação refrescante e energética e da

fermentação é possível obter licores e vinagres (MENTZ, 1997; DAL MAGRO, 2006; FISHER, 2007).

O sódio, nutriente essencial para o organismo humano dentre suas funções, destaca-se a manutenção da osmolaridade e volume do fluido corporal,

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influenciando a pressão sanguínea, diretamente influenciada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona e secreção do hormônio antidiurético. Em condições normais, nem o sódio nem o cloro, que são íons predominantes no líquido extracelular, podem ser substituídos por outros cátions ou ânions, donde advém a sua importância na regulação do líquido extracelular. O sódio exerce ainda outras funções igualmente importantes, como a manutenção do potencial de membrana, condução de impulsos nervosos e contração muscular e controle da absorção e transporte de alguns nutrientes como cloro, aminoácidos, glicose e da água. (KRIEGER, 1996; FARJADO, 2006)

A quantidade de sódio permitida na dieta pode variar conforme o individuo sendo o índice diário recomendado (IDR) de 2.400 mg/100g. Estudos apontam que certos padrões dietéticos (especificamente uma dieta rica em frutas, verduras e grãos, incluindo derivados desnatados do leite, peixes, legumes, aves e carnes magras, com conteúdo reduzido de doces e bebidas ricas em açúcar) podem afetar a pressão arterial favoravelmente em adultos com pressão arterial sistólica média ≤

160 mmHg e pressão arterial diastólica média entre 80 e 95 mmHg. (OLMOS, 2001; PATROCINAODORAS, 2007)

Entretanto, segundo ANVISA o consumo excessivo de alimentos com sódio está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e renais, que estão entre as primeiras causas de internações e óbitos no Brasil e no mundo. Por outro lado, a redução excessiva do consumo de sódio também deve ser evitada, principalmente em pacientes em uso de diuréticos, podendo provocar hiponatremia, hipovolemia e hemoconcentração.(PÉREZ, 2993; BRASIL, 2005)

Quando um paciente é diagnosticado com pressão arterial aumentada, a primeira medida não medicamentosa é a redução da ingestão de sódio (sal de cozinha), para tornar a recomendação possível de ser executada, é sugerido ao mesmo incluir em sua alimentação diária, porções maiores de frutas, verduras e de sucos naturais. Porém alguns destes alimentos qualificados como saudáveis ou naturais podem conter uma quantidade de sódio que deve ser levada em consideração, como é o caso do Butiá.

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3. OBJETIVOS

Considerando as implicações do consumo do butiá para a alimentação, o presente trabalho objetiva estudar a concentração sódio em polpa, casca e sementes do fruto oriundo da região sul do Brasil, pela técnica de fluorescência de Raios-X por energia dispersiva (EDXRF) em termos percentuais estabelecendo um comparativo com outros alimentos de consumo diário.

4. MATERIAIS E METODOLOGIA

As amostras de butiá, adquiridas na região comercial de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foram inicialmente fragmentadas, separado a casca, polpa e sementes, com posterior drenagem em uma estufa sob temperatura de 60±5 oC por uma semana. Após drenagem, as amostras dessecadas foram homogeneizadas por moagem manual em almofariz de ágata até granulometria de 150-200 μm.

Cerca de 2,0 g de cada amostra na forma de pó foram suportadas em porta amostra específico para esse tipo de ensaio (31 mm Closed X-Cell - SPEX) utilizando-se filme fino de polipropileno (thinfilm for XRF, 5μ-SPEX) e submetidas à análise no espectrômetro de fluorescência de raios X por dispersão de energia (EDX, modelo 720, produzido pela Shimadzu Corporation) sob os seguintes parâmetros de operação: tubo de raios X de Ródio, tensão de 15 kV (para os elementos leves, Z ≤ 21) e 50 kV (para os elementos pesados, Z > 21); corrente ajustada automaticamente de no máximo 1 mA; colimador de 5 mm; detector de estado-sólido tipo Si (Li) com resfriamento em nitrogênio líquido; câmara de análise em vácuo; tempo de contagem de 100 s.

A quantificação dos elementos foi realizada por meio do método dos Parâmetros Fundamentais (PF). Nesse método são utilizados algoritmos matemáticos que permitem corrigir os efeitos espectrais (absorção/intensificação) a partir da medida da intensidade da linha de emissão do elemento e dos valores tabelados dos principais parâmetros fundamentais, como distribuição espectral primária (fonte), coeficiente de absorção (fotoelétrico e de massa), rendimento de fluorescência e outros. Nele se assume que a amostra é homogênea, apresenta espessura infinita e

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tem uma superfície razoavelmente plana (LACHANCE, 1994; NAGATA, 2001; SCAPIN, 2003).

Dos valores quantificados determinou-se a média aritmética da triplicata das amostras, desvio padrão e desvio padrão e relativo sendo que para as maiores concentrações optou-se por relatar em termos percentuais e as menores concentrações em termos de partes por milhão.

A avaliação metodológica aplicada seguiu orientações normativas sobre validação de métodos analíticos INMETRO-DOQ-CGCRE-8 (INMETRO, 2010).

5. RESULTADOS

Os valores determinados para sódio no butiá estão expostos na Tabela 1.

Observa-se que os valores determinados mostram teores semelhantes para polpa e casca e cerca de 45% menor para a semente em relação à polpa ou a casca (18,4% em relação ao todo) e cerca de 22 vezes maior que o valor de referência mais

TABELA 1: Valores determinados para o butiá e valores de referência em literatura. Valores determinados mg/100g Referência Média [%] Desvio [%] CV% Média Desvio Polpa 1,00 0,04 4 100 4 Presente trabalho Casca 1,00 0,04 4 100 4 Semente 0,45 0,01 2 45 1 Total fruta 2,45 0,05 245 5 Abacate <0,4 (GODIM, 2005) Banana <0,4 Abacaxi <0,4 Mamão 3 Maracujá 2 Melão 11 Tangerina <0,4 IDR 2400 (BRASIL, 2005) * Balanço: CO397,55%

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elevado encontrado em literatura. Para melhor comparação, os valores comparativos estão expressos na Figura 1.

Figura 1 – Comparativo entre o butiá e demais alimentos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A técnica de fluorescência de raios x por dispersão de energia, EDXRF, mostrou-se eficiente para o estudo desenvolvido conduzindo a resultados satisfatórios para as amostras analisadas.

Foram determinados percentuais de sódio na polpa e casca de 1,00±0,04%, e 0,45±0,02% para a semente. Os resultados mostram que a concentração de sódio no butiá, em média 245±5mg/100g correspondendo a cerca de 10% do valor diário IDR o que mostra que para o consumo diário e moderado a contribuição em sódio é baixa. Os resultados também mostram que em comparação com as demais frutas tradicionais os teores de sódio no butiá são demasiadamente elevados.

Considera-se o butiá, pelos resultados apresentados como fonte considerável de reposição de sódio para a alimentação humana, devendo seu consumo excessivo ser evitado por indivíduos com patologias relacionadas ao consumo do sódio.

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AGRADECIMENTOS

A autora agradece aos professores envolvidos, bem como a estrutura do Laboratório do CQMA no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN-SP.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC n. 269, de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 de setembro de 2005.http://portal.anvisa.gov.br

DAL MAGRO, Naissara Gris et al. Comparação físico-química de frutos congelados de Butiaeriosphata (Mart.) Becc. do Paraná e Santa Catarina-Brasil. Revista Varia Scientia, v. 6, n. 11, 2006.

FAJARDOC.; "A importância da abordagem não-farmacológica da hipertensão arterial na Atenção Primária à Saúde." Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade 1.4 (2006): 107-118.

FISCHER, SíntiaZitzkeet al. Plantas da flora brasileira no mercado internacional de floricultura. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, p. 510-512, 2007.

GONDIM, Jussara A. Melo et al. Composição centesimal e de minerais em cascas de frutas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 25, n. 4, p. 825-827, 2005.

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KRIEGER, E.M., KLEBER G. F.I, KRIEGER J.E.; "Fisiopatogenia da hipertensão arterial." Med Ribeirão Preto 29 (1996): 181-92.

LACHANCE, G. R.; FERNAND, C. Quantitative x-rayfluorescenceanalysis. New York, NY: John Wiley & Sons, 1994.

MENTZ, LilianAuler; LUTZEMBERGER, Lilly Charlote; SCHENKEL, Eloir Paulo.Da flora medicinal do Rio Grande do Sul: notas sobre a obra de D'Avila (1910). Caderno de farmácia. Porto Alegre, RS. Vol. 13, n. 1 (jan./jun. 1997), p. 25-47, 1997.

NAGATA, N.; BUENO, M. I. M. S. Métodos matemáticos para correção de interferências espectrais e efeitos interelementos na análise quantitativa por fluorescência de raios-X. Quim. Nova, v. 24, No. 4, p. 531-539, 2001.

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SCAPIN, M. A. Aplicação da difração e fluorescência de raios X (WDXRF): ensaios em argilominerais. 2003. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN/CNEN-SP, São Paulo.

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