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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE AS INFLUÊNCIAS DO EXISTENCIALISMO NA EDUCAÇÃO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AS INFLUÊNCIAS DO EXISTENCIALISMO NA

EDUCAÇÃO

Por:

VALÉRIA BORGES RIBEIRO DE SOUZA COELHO

Orientadora:

Profa. Ms. ANA CRISTINA GUIMARÃES

RIO DE JANEIRO 2005

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

AS INFLUÊNCIAS DO EXISTENCIALISMO NA

EDUCAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como condição prévia para conclusão do Curso de

Pós-Graduação “Lato Senso” em Docência do Ensino Superior. Por: Valéria Borges Ribeiro de Souza Coelho

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AGRADECIMENTO

Agradecendo à Vida.

Obrigado Senhor por me dar a Vida. Por me dar a Luz. Por me dar o equilíbrio necessário, para neste

momento, saber enfrentar as minhas dificuldades. Obrigado Senhor, pela oportunidade de conhecer o verdadeiro sentido do amor. Obrigado Senhor, por me fazer ter a absoluta

certeza da sua presença em mim, neste momento. Obrigado pelos novos caminhos que estarão se

abrindo para mim, neste momento em que minha mente está presente.

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DEDICATÓRIA

Desejo expressar minha gratidão a todos que me ajudaram na elaboração desta monografia. Agradeço a minha mãe que com carinho e atenção

tem estado sempre presente em minha casa para atender as necessidades dos meus três filhos durante minha ausência para realização de mais uma etapa de minha vida. Agradeço também, a amiga Selma que com muito carinho me atende e colabora na organização da minha casa.

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RESUMO

Este trabalho, que foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica e por vivências minhas profissionais na área da psicologia clínica, tem por prioridade mostrar a importância da visão existencialista na educação.

Entendendo que a visão existencialista luta pelo que acredita, mantendo princípios internos como base e criando novos com o objetivo de construir e obter um objetivo em comum, de benefício a toda sociedade.

A construção para a educação vem no acreditar que o existencialismo busca a vontade de uma auto-atualização, auto-realização com qualidade de escolha e criatividade. Resgatando assim, a liberdade e com ela suas responsabilidades. Buscando então, no educando o interesse no aprender e no saber.

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METODOLOGIA

Foram utilizados diferentes temas bibliográficos; e observações direta em meu consultório onde exerço a profissão de psicóloga clínica. Meu objetivo é de centralizar essa pesquisa o mais próximo possível da realidade.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 08 CAPÍTULO I ... 10 CAPÍTULO II ... 22 CAPÍTULO III ... 24 CONCLUSÃO ... 28

ANEXOS

... 32/33 BIBLIOGRÁFIA ... 34 ÍNDICE ... 39 FOLHA AVALIAÇÃO ... 36

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INTRODUÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido para apresentar uma ideologia mais aplicável e real para a educação e o educador, considerando o tempo e o contexto em que cada pessoa vive e participa no mundo nos dias de hoje. Apresentar uma ideologia que condiciona as pessoas a serem mais participativas e ativas, mais humanas e integrais, mais maduras emocionalmente e mais aptas para viver e buscar o melhor, para si e para os demais. Mostrar o existencialismo de uma maneira mais clara e nítida a todos, de modo mais compreensível e real, cujo maior objetivo é demonstrar que todos temos defeitos e qualidades e que para vivermos bem com o mundo e conosco, é preciso saber respeitar a nós e as nossas diferenças.

Pelo existencialismo todos procedem de uma vivência “existencial” difícil de definir, pois sua definição depende da relação do sujeito com a situação, o tempo e o contexto, sendo assim uma verdade muito relativa a cada um de nós. O objeto principal da investigação é o que se chama existência e o sentido atribuído a este vocabulário é variável, mas trata-se de uma maneira de ser peculiarmente humana. O homem é sua existência, se tem uma essência esta é sua existência. A existência é concebida de maneira atualista. Ela nunca é, mas cria-se em liberdade, é um projeto, um devir.

O objetivo da pesquisa visa demonstrar as influências da filosofia existencialista na prática da educação. Explicando como uma filosofia voltada para a liberdade pode ajudar na educação e no aprendizado; como essa filosofia pode criar e despertar o interesse no coletivo e social, como educar indivíduos criativos e responsáveis; como o professor deve atuar de modo a condicionar e prender o interesse de seu aluno; como despertar a vontade e o interesse em aprender.

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Esse trabalho foi desenvolvido para apresentar uma filosofia mais adequada a educação, onde busca na liberdade o sentido de inovação, criatividade e senso de orientação e responsabilidade do educador e educando. O canal de contato entre ambos vai depender única e exclusivamente da confiança mútua pelos ideais e princípios particulares de cada um. Apresenta uma ideologia que liberta e deixa o ser humano consciente de seus atos, conseqüências e responsabilidades por si por e por todos a quem influenciam.

A pesquisa foi elaborada descritiva com fontes bibliográficas. Tendo como referências os filósofos existencialistas. A fonte bibliográfica mais explorada foi referente ao filósofo Jean Paul Sartre, onde seus trabalhos tinham interesse no despertar da liberdade-responsabilidade.

Os existencialistas consideram o homem como mera subjetividade e esta é entendida num sentido criador: o homem cria-se livremente a si mesmo, ele é na liberdade.

“Se eu deixar de interferir nas pessoas, elas se encarregarão de si mesmas; Seu eu deixar de comandar as pessoas, elas se comportarão por si mesmas; Se eu deixar de pregar às pessoas, elas se aperfeiçoaram por si mesmas; Se eu deixar de me impor às pessoas, elas se tornarão elas mesmas”.

Lao-tsé:

Esse trecho é a melhor definição de um tema tão amplo e tão bem definido sobre como devemos tratar a educação:

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CAPÍTULO I

O Existencialismo

Esse capítulo visa apresentar e esclarecer o existencialismo, suas definições, influências e concepções. O porquê foi criado, como se forma o existencialismo, no que se baseia e no que resulta.

Apresenta os filósofos e ideologias que contribuíram para formar essa nova concepção existencial. As influências e interferências do Humanismo e da Fenomenologia, o que representam e como interferem nos princípios existencialista. Esclarece, define e diferencia a essência e a existência.

Define a ideologia existencialista, o ser humano dentro das suas concepções, suas atitudes e suas responsabilidades. Classifica os tipos de indivíduos dentro do existencialismo e os Princípios que constituem o Existencialismo.

Com isso o capítulo que segue, tem por objetivo esclarecer e apresentar a ideologia existencialista, seus princípios e a base de suas concepções, as influências nas ações dos indivíduos, os pensamento e resultados do indivíduo e de suas relações para si e em reflexo do mundo e de todos ao redor.

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ORIGEM DAS IDEOLOGIAS FILOSÓFICAS QUE

INFLUENCIARAM O EXISTENCIASLISMO

A origem da ideologia existencialista foi uma junção de pensamentos e ideologias difundidas pelos filósofos, que apresentaram as suas idéias conforme a síntese abaixo exposta:

• Kierkegaard (1813 – 1855) existencial, acreditava que os homens estavam sós e por isso deviam buscar soluções individuais para suas angústias e desespero de viver.

• Mar (1818 – 1883) materialista que entende as desigualdades sócio-econômica como motivador e impulso do desenvolver da história;

• Alain (1868 – 1951) primava pelo tema: Liberdade do Indivíduo;

• Hegel (1770 – 1831), idealista que acreditava que as idéias se desenvolvem e se aperfeiçoam de modo autônomo, vencendo as oposições e vigorando como o saber absoluto.

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FENOMENOLOGIA

A fenomenologia ultrapassa a oposição do idealismo e do realismo, onde o realismo é o materialismo, o essencial das “coisas, objetos, do ser” enquanto o idealismo se firma na consciência do indivíduo.

A fenomenologia é a ciência da experiência interior. Não se trata de uma filosofia cuja verdade do absoluto se apresenta à parte da experiência humana, mas na verdade se baseia em verdades relativas onde uma idéia sobre qualquer coisa, vai possuir uma verdade relativa e temporária dependendo da relação do sujeito com o objeto ou situação, mas suas influências internas e externas da vida, que são os princípios constituídos e criados pelo mesmo; dependendo também da relação do sujeito-tempo e contexto, pois cada situação tem uma realidade variável e mutável de acordo com essas relações.

O filósofo alemão Husserl (2003, p.81), fenomenologista afirma “toda consciência é consciência de alguma coisa”, onde as idéias só existem, porque refletem sobre alguma coisa, sendo que a idéia não é separada da coisa, pois ambas participam do fenômeno.

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A ESSÊNCIA E EXISTÊNCIA

A essência precede a existência, a essência é o ser sem ação sem atitude, pois só a partir das ações passamos a existir, a interferir no meio e com isso gerar reflexos, influências e responsabilidades ao seu EU pessoal, coletivo e a coletividade e ao próximo relacionamento.

Explicando a essência de acordo com o filósofo Sartre, pode-se dar como exemplo uma folha de papel, a folha é apenas uma folha, assim como a vida é apenas um conceito, uma idéia, mas seu significado, sua razão depende da atitude de viver, que nada mais é do que a real existência da vida, ou seja, a atitude de viver que é a ação de viver, é a real existência da vida enquanto a mesma é apenas a essência, o conceito.

O homem em essência é apenas o ser e suas características, seu estereótipo físico, sua aparência, o que vemos, o reflexo no espelho. Onde sua existência vai depender do reflexo de suas atitudes, das conseqüências e responsabilidades geradas e assumidas pelos seus atos, ou seja, da interferência interpessoal e intrapessoal.

O homem entende e define o próximo com base unicamente no reflexo de suas atitudes, em julgamento e críticas desses mesmos atos de acordo com os parâmetros impostos e determinados pela coletividade, os princípios morais e a razão lógica de bem comum, desde de cedo condicionado e implementado em cada um de nós pela educação familiar e escolar, e mantida ou aprimorada de acordo com a sociedade. A partir disso se afirma que o ser humano se baseia na existência para criar definições sobre o meio que o cerca mesmo sem ter consciência real do conceito de existência.

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O HUMANISMO

Pela concepção existencialista o homem é humanista por natureza, pois como se sente exposto aos olhos da coletividade, o homem só busca tomar ações e atitudes que sejam bem vistas e avaliadas pelos demais. Buscam só fazer o bem a fim de evitar críticas e a marginalização e ser bem visto e cotado pelos demais. Por isso o existencialismo afirma que a natureza humanista interior é humanista, onde visa e busca o bem comum e a satisfação do seu EU e do próximo, pois o homem está pré-disposto a atitudes boas e comuns a sociedade, e não gratuitas e sem finalidades aceitas pelo social.

Temos em cada um de nós uma atitude que imaginamos que seja bem vista e aceita por todos, pois inconscientemente o homem busca a aprovação dos seus atos pelos demais. São considerados humanistas, pois mesmo sem ter consciência evitam prejudicar-se e aos demais.

Como diria o compositor Gonzaguinha: “... e aprendi que se depende tanto de tanta diferente gente, toda pessoa sempre é a marca das lições diárias de outras tantas pessoas...”.

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AS RESPONSABILIDADES

O ser humano é responsável por todos e tudo que envolvemos em nos nossas atitudes, no trecho do “Pequeno Príncipe” trazemos a seguinte frase que demonstra claramente a co-responsabilidade nas relações humanas: “Você é responsável por tudo àquilo que cativa”, e a outra frase que apresenta novamente a responsabilidade nas relações pelo compositor Gonzaguinha. “... cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...”. Em outras palavras, cada ser humano é responsável por tudo e todos que influência e interfere em idéias e ações. Cada pessoa antes de tomar atitudes reflete sobre elas, mesmo sem se dar conta, pois é uma atitude corriqueira e tão normal que não se percebe da mesma. Refletem-se sobre os desejos pessoais, os comuns à sociedade, as conseqüências positivas e negativas que irá acarretar após a prática do ato, bem como se reflete sobre a influência na sociedade dessa nova realidade.

Também se reflete sobre as críticas de todos, da sociedade e o que todos poderão dizer após os julgar depois da prática do ato, seja ele qual for. Mesmo sem pensar diretamente sobre o assunto se avalia o impacto de nossas ações em relação aos objetivos desejados.

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DEFINIÇÃO DO EXISTENCIALISMO

O existencialismo se afirma sobre idéias de natureza da fenomenologia e do existencial, é a junção dos dois pensamentos. Descobre o ser humano com momentos de angústia que se refere à consciência sobre as verdades existências. “O mundo não tem razão de ser e tudo é gratuito, inclusive a mim”, reflete a descrença da juventude na vida e no futuro e não encontra sentido em nada, o homem apenas existe, essa existência é concreta onde o homem não possuía a liberdade total por se prender a uma situação que limita e condiciona a sua existência, a situação é a sociedade, com regras e moral.

Quando o homem se vê diante de um conflito social e pessoal, onde o mesmo quando em contato a uma situação limite, ignora as regras, a moralidade e a sociedade.

O existencialismo acredita que o homem não gosta de sentir-se julgado e analisado por outros, afirma que as regras e a moral imposta cria uma liberdade condicionada, traz a idéia de que “O inferno são os outros” entre as relações dos indivíduos. Para o existencialismo existem dois tipos de indivíduos abaixo relacionados:

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CLASSIFICAÇÃO DO INDIVÍDUO

- Há um indivíduo “em si”, que apenas existe, fugindo de tudo e de todos, num vazio, sem atitudes e nem vontades. Esse indivíduo não é nada, vive num estado de nadificação, pois evita a realidade, as verdades internas, se mantém apático e aquém de tudo que acontece, não se deixa envolver em conflitos nem internos nem externos, apenas “sobrevive”.

- Há um segundo tipo que é dotado de uma essência-existência, que cria e condiciona o que o sujeito é e como se define através de sua interferência e reflexo dos seus atos e suas atitudes para defini-lo esse luta pela melhoria, pelos sonhos, pelo que acredita.

O existencialismo enxerga o homem como um indivíduo livre e por isso responsável, devendo ser julgado, punido ou lisonjeado de acordo com os seus próprios atos.

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“O homem é responsável por si mesmo”.

(Jean Paul Sartre)

O principal princípio do existencialismo é: O homem nada mais é, do que aquilo que faz de si mesmo.

O homem é livre, portanto é impossível por natureza, impor limitações a ele, cada qual se limita baseado nas suas regras internas e adquiridas pela suas experiências, seus contextos e suas realidades impostas e nos princípios definidos a partir dessas combinações, somente nesse momento se limita às atitudes humana e nem se deixa sofrer as responsabilidades pelos próprios atos, suas conseqüências e a todos relacionados.

As qualidades, características, posição, modo, o ser que capta, que percebe com o olhar nada mais é do que sua existência. A existência como ser, com corpo, cabeça e características pessoais como: olhos azuis, cabelos claros, cacheados, etc...

A existência humana é o estereótipo do corpo humano com suas características. O ser humano simplesmente, do conteúdo visível de forma descritiva é a existência em si.

Tudo que está aquém de todos, a espontaneidade, de forma inerte, sem que se possa interferir na sua existência física e real denomina-se como coisa.

A imagem não é uma coisa, é na verdade um ato de consciência, tudo que é visto forma uma imagem consciente e se define através da relação com um objeto

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classificada como uma coisa.

Do mesmo modo em que a consciência existe, modela e define tudo que se vê, concluí-se que a mesma é um ser para si, onde existir para si é ter consciência de sua existência.

A verdade é a subjetividade, onde tudo é subjetivo, nada pode ser definido objetivamente, uma vez que cada um ser humano cria uma interpretação distinta, uma solução diferenciada e até mesmo uma relação oposta aos demais. Com isso um mesmo problema pode ser entendido, analisado e resolvido de modos diferentes, pois todo problema vai depender do ângulo de visão, dos princípios e moralidades guardadas e internas em cada eu.

Sartre afirma: “O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós” (1996, p.48). Com essa frase, ele questiona a influência do mundo externo e suas interferências alheias em nossas atitudes e decisões, onde somos nós que decidimos como e de que modo o mundo externo, independente da consciência irá ou não interferir, e como o mesmo pode alterar ou manipular nossas atitudes, sendo diferentes para cada indivíduo e cada reação, de acordo com os princípios e morais internas pré-definidas, cada um terá na sua reação a interferência interna de seus valores e crenças, que mudarão de acordo com a necessidade de interação com o meio e o mundo ao redor.

O existencialismo tem raízes humanistas, pois toma a vida humana possível e real, indicando que toda a verdade e atitude/ação interferem no meio, na sociedade e nos outros, subjetivamente, pois em cada um terá uma visão e reação diferenciada de acordo com os valores internos e a moral pessoal.

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O homem é definido pelo existencialismo e classificado pela seguinte ordem: primeiro ele existe por si só, depois se descobre, se interpreta e define através de seus valores pessoais, e se apresenta ao mundo com suas características e qualidades, só depois podemos defini-lo por suas ações e reações.

Inicialmente o homem não é nada e só poderá ser definido através das suas atitudes perante o mundo, onde ele nada mais é do que o que ele faz e não o que pensa ser. Você não é o que acredita, mas o que pratica em relação ao mundo e aos outros.

Para o existencialismo a existência precede a essência, onde o homem é responsável por aquilo que faz. O existencialismo atribui ao ser humano toda responsabilidade por sua existência e seus atos, conseqüentemente pelos seus resultados e conseqüências, como suas atitudes interagem no mundo externo, nas relações com outros homens. Afirmamos que o homem é responsável por si e pelas conseqüências que impõe ao meio.

Então o homem escolhe para si e para o meio, atitudes boas para um conjunto, nunca de modo individual, uma vez que há interferência direta no meio, através das reações alheias! A responsabilidade pessoal de cada um envolve a toda humanidade e sendo assim escolhendo-me, escolho o homem.

A angústia do homem nada mais é do que a consciência pela sua interferência e responsabilidade com os demais, fazendo com que viva em questionamentos constantes sobre suas atitudes e conseqüência de seus atos. Ou seja, quando o homem age, se responsabiliza por si e pelos demais e sofre a angústia geral dos acertos e erros no meio.

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em responsabilidades a si e ao meio.

Também se define o quietismo pelo existencialismo, como atitudes das pessoas que dizem que nada podem fazer, ou seja, não fazem nada, não agem nem reagem, onde definimos essas pessoas como nada, pois o homem existe na medida em que realiza, sendo assim fruto dos seus atos.

“Antes de viverdes, a vida não é nada, mas de vós depende dar-lhe um sentido e o valor não é outra coisa senão o sentido que escolherdes”.

(Sartre 1996, p.72)

Portanto se não possui atitudes e com isso não se responsabiliza nem por si e nem por outros, não se vive e a vida só existe a partir do momento em que se vive, o homem só existe a partir do momento em que age, e a consciência em que pensa. Não teremos nunca o homem finalizado, pois o mesmo é mutável, de acordo com suas atitudes e perspectivas.

O homem é um projeto em constante mutação e sempre será inacabado, pois suas ações o definirão apenas pelos momentos, nunca eternamente e nem definitivamente. O homem é o que realiza. Esse é o princípio principal do existencialismo. Você é que faz acontecer e como isso reflete em si e no meio.

Pelo existencialismo definimos que o homem é apenas no momento que faz, existindo apenas quando constrói ou realiza algo. Independentemente do que seja, o ser humano existencial visa o bem comum e busca sempre aprovação dos demais em suas atitudes, com isso o existencialismo afirma a responsabilidade em suas atitudes e relações interpessoal e intrapessoal.

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O EXISTENCIALISMO NA EDUCAÇÃO

Este capítulo traz a aplicabilidade do existencialismo na educação. Tem por objetivo justificar porque e como essa ideologia voltada para a liberdade com responsabilidade pode contribuir e facilitar o aprendizado e o interesse do educando. Justifica o que pode ser feito, para quê e como transformar a educação e com isso melhorar a relação do educador e do educando, seus interesses e o senso crítico de responsabilidade e realidade, bem como posicionamento do educando e do educador no mundo.

O existencialismo dá ênfase às qualidades como escolha, a criatividade, auto-realização, tolerância, resgata a liberdade e com ela suas responsabilidades. Onde cada um de nós, a todo o momento, possui diferentes opções e escolhas, e nossas ações são resultado de escolhas que dependem diretamente do tempo-contexto e da visão do sujeito com o objeto. A tendência à auto-atualização mostra que o ser humano busca o crescimento pessoal e com isso o aprender. O aluno é visto como co-responsável pelo processo, onde o mesmo é o arquiteto de si mesmo e do seu aprendizado.

As relações interpessoais são importantes no desenvolvimento e crescimento do aluno. A relação do professor-aluno é uma relação de pessoa-pessoa, sendo ambas reais, inteiras com intelecto e sentimentos distintos e pessoais. Para o aprendizado ocorrer é necessário ao professor à autenticidade, estima e empatia pelo aluno, pois se faz necessário, para ambos, a confiança e respeito mútuo na relação.

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pessoa, com responsabilidade, autodeterminação, discernimento, respeitador e adaptável às novas situações de modo livre e criativo. Sendo ao mesmo tempo crítico e com senso próprio do que é bom e mau, certo e errado.

A avaliação é do aluno para o aprendizado, uma auto-avaliação, identificando o que e como se aprendeu, o porquê e quando usar o conhecimento adquirido.

O conteúdo é dado e oferecido pelo professor, mas cabe também ao aluno o interesse em buscar e querer mais, e de acordo com a sede de conhecimento do mesmo.

O professor é um facilitador, porém carrega consigo suas experiências e emoções, ao qual ambos como seres-humanos estão sujeitos a problemas e falhas, ao qual terão de lidar e enfrentar com o objetivo final de aprender e conhecer novas possibilidades. Caberá a cada um respeitar e compreender, bem como ajudar a melhorar as limitações de modo respeitoso e humano.

De acordo com Rogers (1986, p.226) “Somente pessoas podem desenvolver pessoas”, onde cada profissional atuando no ensinar deverá ser autêntico, transparente e crédulo nos valores que acredita, esses valores são um estado do ser, uma apresentação do seu eu.

A aprendizagem deve ter significado, sentido para que se deseje aprender e ter uso o aprendizado. Deve ser estimulada ao aluno para que o mesmo trilhe seus caminhos e escolha como e por onde prosseguir.

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IDÉIA ROMANCISTA SOBRE O SER E SUA REFLEXÃO NA

SOCIEDADE, COM SEUS CONFLITOS E PRINCÍPIOS MORAIS

INTERNOS

Apresentação de uma visão existencialista na reflexão de um romance dentro da sociedade e dos conflitos internos dos personagens com seus princípios e contexto da realidade de cada um.

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A IDADE DA RAZÃO

No livro a Idade da Razão, Sartre traz a idéia de que cada um de nós tem o tempo certo para o amadurecimento. A idade da razão é a conscientização da realidade, liberdade e responsabilidade por nossas ações. Mostra que cada um de nós interage ao seu ao seu meio dependendo não só de suas origens mais de acordo com suas vontades.

Demonstra o conflito de cada um na resolução de seus problemas pessoais. No livro o autor cria um personagem sem vínculos, completamente livre e descompromissado que vê no casamento, na união, uma eterna prisão, ao qual rejeita e nega sua interação. O indivíduo tem por ideologia a liberdade total sem se prender aos outros, porém mantendo relações superficiais. Ocorre como conseqüência uma gravidez, ou seja, oriunda de sua liberdade, surge um problema que pode vir a priva-lo de seu mundo livre e sem compromissos, com isso ele sofre na tentativa de obter meios para destruir o que pode vir a prende-lo, tirando de si o seu maior patrimônio, a sua liberdade. Assim ele procura forçar sua companheira a um aborto sem questiona-la ou se importar com as vontades e desejos da mesma.

A mulher se sente pressionada e não amada, passa com isso a odiar o homem por não ter coragem de assumir seus atos e ser responsável pelo que faz. Ela fica dividida entre o aborto e a possibilidade de ser mãe solteira, sendo que não tem vontade de expor perante a sociedade.

O irmão do mesmo nega qualquer subsídio para o aborto alegando que já deveria possuir maturidade e responsabilidades por seus atos.

Surge a Idade da Razão onde todos nós estamos em eterno crescimento pessoal e com isso somos responsáveis pelos nossos atos.

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“... Porque com isso você ganha a comodidade, uma aparência de liberdade. Tem todas as vantagens do casamento e aproveita os princípios para recuar os inconvenientes. Recusa regularizar a situação, o que é muito fácil e cômodo, pois, se alguém sofre, não é você”.

(observação citada na página 120)

Nesse trecho o irmão justifica as atitudes do personagem principal como um meio de fuga de responsabilidades, como uma pessoa comodista que não deseja encarar e frente o relacionamento e, portanto, magoando sua companheira. Fala de irresponsabilidade do mesmo e da falta de respeito ao próximo, pois, o ser em questão é individualista e egoísta e só visa seus interesses, sem maiores comprometimentos.

“... Eu imaginava – disse Jacques... que a liberdade consistia em olhar de frente as situações em que a gente se meteu voluntariamente e aceita as responsabilidades”.

(observação citada na página 120)

Nesse Trecho o autor procura evidenciar a combinação: Liberdade—Vontade Responsabilidade, que quer dizer que toda ação voluntariosa acarreta uma conseqüência ao qual somos responsáveis e devemos refletir na melhor maneira de agir de modo que respeitamos a nós e aos próximos.

A idade da razão é a idade moral, onde tomamos consciência das nossas ações com reflexo no meio e nas pessoas próximas, é a idade da reflexão no nosso EU e na interferência do mesmo no convívio e meio social. Devemos buscar o respeito em equilíbrio com nossas vontades e princípios particulares. Vale destacar a regra básica do direito individual que diz: “O meu limite termina quando começa o respeito ao próximo”. Por isso todas as ações pessoais devem ser interrompidas

(27)

próprias individualidades e interesses pessoais, mas deve-se buscar evitar e respeitar o interesse e opiniões alheias. Logo, a idade da razão, também denominada com a idade do juízo, conclui-se que sempre se deve pensar nas conseqüências de atos principalmente com relação ao mundo externo, uma vez que todos são independentes e responsáveis por tudo aquilo que fazem.

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O existencialismo é a forma que define de maneira real e concisa o ser humano. Como ser, e com suas relações entre si e no meio, sua postura na sociedade, suas reflexões internas quanto ao moral, suas crenças e valores, bem como suas atitudes, responsabilidades e conseqüências. Vivemos um mundo onde muitos evitam se responsabilizar pelo azar e problemas que acontecem para cada um de nós, sempre se justifica os próprios fracassos como produto e reflexo do meio, sem questionar sua atitude na vida e no meio. Muitos também evitam justificar e refletir sobre suas metas e objetivos, e até mesmo sobre si e suas atitudes no mundo, mantendo-se à margem das conseqüências de seus atos e responsabilidade sobre seu reflexo no meio. Mantendo-se num mundo cômodo onde nada além de si, importa.

Nada além de seu mundo pessoal e seus interesses individuais. Não se pensa mais na coletividade e com isso não se leva em conta que as atitudes interferem no meio. Nesses exemplos citados temos o ser humano à margem de atitudes e responsabilidades, onde no máximo criticam o meio e não agem para muda-lo e melhorar a vida em comum, a sociedade. Como visto esse é o exemplo claro da nadificação definida no existencialismo, como um ser que se mantém num estado cômodo e se limita a criticar o meio e não tomar ação para melhorar. Esses indivíduos apenas existem e se mantém num estado de nadificação, sem essência e sem existência real e crítica.

Poucas são as pessoas que realmente existem e são existentes para todos, são as pessoas que tentam interferir e modificar o meio para benefício de todos. Elas agem e conseqüentemente se responsabilizam por seus atos e responde por todos que se beneficiam.

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novos, como mantendo uma moral como base. O ser humano existencialista é aquele que busca e influencia todos para construir e obter um objetivo em comum, de benefício a toda sociedade. É aquele que busca tornar a realidade e a vida possível e igual a todos.

Vivendo em mundo onde a individualidade e a globalização distancia os interesses em comum. Onde cada vez mais precisamos de existencialistas para agir em pró da sociedade carente e abandonada, e cada vez mais à margem do mundo e de todos. As pessoas estão evitando a reflexão e conseqüentemente a tomada de ação em benefício comum. Estamos cada vez mais modernos e cômodos preferimos muitas vezes não ver o problema para não ter de enfrentá-lo, e buscar uma solução para o mesmo.

Deixando o problema por si só se resolver sem questionar como se pode melhorar o meio e a sociedade em comum. Não se sabe mais qual o papel deve desempenhar o cidadão e, por isso, foge-se da responsabilidade de cidadão. Assim ignora-se também a possibilidade do prejuízo nos problemas coletivos. Esquece-se que o fato de ignorar o coletivo pode gerar prejuízos no futuro com as conseqüências da ilusão momentânea.

Deve-se mudar as atitudes, buscar reflexão sobre o meio, a vida e ser responsáveis por elas. Deve-se não só existir, mas criar essência e conceitos para qual ter atitudes, lutar e agir em benefícios a todos. Deve-se ter uma razão de benefício comum lógica e real. Todos terão obstáculos, problemas no caminho, não se deve esquecer que para atingir um objetivo se tem de lutar e vencer por etapas. Mas não se deve esquecer e desistir do objetivo final. Deve-se acabar com o nadismo comum e da aceitação geral quanto à realidade não ideal comum a todos, sobre o mal que se deixa acontecer sem dar um basta. Deve-se buscar um ponto final para todos os problemas comuns, desde a violência, fome, miséria, analfabetismo, etc.

(30)

A busca de uma sociedade mais crítica e ativa deve ser uma conscientização, pois só depende de todos nós mudar o mundo e a sociedade ao nosso redor. Não se deve só levantar a bandeira da atitude e consciência geral, mais sim lutar por ela, de modo organizado onde todos podem fazer parte do processo e tem que ser responsáveis pelos atos e pelas conseqüências. Só com a organização e compromisso de todos se poderá melhorar nossa sociedade e realidade.

Na educação se deve fazer uso do existencialismo quanto às qualidades como escolha, a criatividade, auto-realização, tolerância, resgatando a liberdade e com ela suas responsabilidades. Buscar do educando o interesse no aprender e no saber. Buscar a vontade de uma auto-atualização, mostrar que o aluno é co-responsável pelo processo, onde depende delo o aprendizado.

Manter boas relações interpessoais para facilitar o desenvolvimento e crescimento do aluno. Sendo sempre autêntico, criando estima e empatia pelo aluno junto com a confiança e respeito mútuo na relação.

O objetivo do processo educacional existencial é que o aluno se torne uma pessoa, com iniciativa, responsabilidade, autodeterminação, discernimento, respeitador e adaptável às novas situações de modo livre e criativo. Sendo ao mesmo tempo crítico e com senso próprio do bom e mau, certo e errado

Buscar no aluno a auto-avaliação, identificando o que e como se aprendeu, o porquê e quando usar o conhecimento adquirido, para que o mesmo veja como está aprendendo o porquê e como usar o aprendizado, buscando sempre demonstrar a importância no aprendizado.

O professor como facilitador deve fornecer conteúdo e também estimular que o aluno se interesse por novas pesquisas. A aprendizagem deve ter significado,

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ANEXO II

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ANEXO III

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BIBLIOGRAFIA

BENNY, Levy. Série Oitenta: O testamento Sartre. Rio Grande do Sul: L&PM Editores, 1986.

BORNHEIM, Gerd. Coleção Debates. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000.

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FADIMAN, James.Teorias da Personalidade/James Fadigam, Robert Frazer. São Paulo: Editora Harbra, 1986.

GOULART, Íris Barbosa. Psicologia da Educação. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.

MARTIM, Claret. SARTRE, J. P. Vida e Pensamento: Biografias e Memórias. São Paulo: Editora Afiliada, 1998.

MILLIET, Sérgio. Os caminhos da Liberdade: A idade da razão. Coleção Grandes Romances. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1945.

MOUTINHO, Luiz Damon S. Existencialismo e Liberdade. Coleção Logos. São Paulo: Editora Moderna, 1995.

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Folha de Rosto ... 02 Agradecimento ...03 Dedicatória ...04 Resumo ...05 Metodologia ...06 Sumário ...07 Introdução ...08 Capítulo I...10

Origem das Ideologias Filosóficas que influenciaram o existencialismo...11

Fenomenologia ...12 A Essência e Existência ...13 O humanismo ...14 As Responsabilidades...15 Definição de Existencialismo ...16 Classificação do Indivíduo ...17 Princípio Existencialista ...18 O Homem Existencialista ...20 Capítulo II ...22 Capítulo III ...24 A Idade da Razão ...25 Conclusão ...28 Anexo Cultural ...32 Anexo Cultural...33 Anexo Cultural ...34 Bibliografia ...35 Índice ...36 Folha de Avaliação ...37

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato-Sensu”

Título: As influências do Existencialismo na Educação.

Autora: Valéria Borges Ribeiro de Souza Coelho.

Data da Entrega: Fevereiro de 2005

Avaliado por: _________________________________________________.

Referências

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