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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(13); FACULDADE ICESP / ISSN:

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CURSO DE AGONOMIA

Avaliação e comparação de características

agronômicas de cultivares de beterraba no

Distrito Federal

EVALUATION

AND

COMPARISON

OF

AGRONOMIC TRAITS OF SUGAR-BEET

CULTURES IN THE FEDERAL DISTRICT

Roberto Nilson de Souza Nascimento

Ricardo Meneses Sayd

Resumo

A cultura da beterraba vem crescendo em importância a cada ano para os produtores do Distrito Federal. Existem três principais grupos de beterrabas cultivadas, a beterraba açucareira, forrageira e hortícola. Com o intuito de fornecer mais informações para os produtores da agricultura familiar em relação à cultura da beterraba, esse trabalho objetivou comparar características agronômicas de produção de quatro cultivares no Distrito Federal. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições e as cultivares foram consideradas como os tratamentos. As cultivares utilizadas foram: (Itapuã, Katrina, Chata do Egito e Maravilha). Os dados foram submetidos à análise de variância em modelo fatorial sendo cada cultivar um fator de comparação, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foi verificada a existência de diferenças entre as cultivares para as três características avaliadas. A cultivar Katrina se destacou em relação as demais para as características diâmetro de raízes e produtividade das raízes. A cultivar Itapuã se mostrou menos adaptada em comparação às demais cultivares. As cultivares Maravilha e Chata do Egito podem ser boas opções ao produtor, alem da cultivar Katrina.

Palavras-Chave: comparação de cultivares; agricultura familiar; vegetais.

Abstract

The beet crop is growing in importance every year for the producers of the Federal District. There are three main groups of cultivated beet, sugar beet, forage and horticultural. In order to provide more information to the producers of family agriculture in relation to the beet crop, this work aimed to compare the agronomic characteristics of four cultivars in the Federal District. The experimental design was in randomized blocks, with three replicates and the cultivars were considered as the treatments. The cultivars used were: (Itapuã, Katrina, Chata do Egito and Maravilha). The data were submitted to analysis of variance in factorial model with each cultivar being a comparison factor, and the means were compared by the Tukey test at 5% of probability. It was verified the existence of differences between the cultivars for the three evaluated characteristics. The Katrina cultivar stood out in relation to the others for root diameter characteristics and root productivity. The cultivar Itapuã was less adapted in comparison to the other cultivars. The cultivars Maravilha and Chata do Egito can be good options for the producer, besides the cultivar Katrina.

Keywordscomparison of cultivars, family farming, vegetables.

EMAIL: ricardo.sayd@icesp.edu.br

Introdução

A beterraba (Beta vulgaris L.) é uma Quenopodiácea, juntamente com o espinafre, quinoa e mastruz e é originária do sul e do leste da Europa e norte da África. Existem relatos da utilização da beterraba de raiz branca há 3.000 anos, na Sicília. Desde o ano de 425 a.C. foi comprovada sua presença na Grécia (TIVELLI et al., 2011).

É uma das principais hortaliças cultivadas no Brasil, com diversos biótipos, sendo três deles de significativa importância econômica, como a beterraba açucareira, forrageira e hortícola (COUTINHO, 2016).

No Brasil, de área plantada estimada de beterraba está em torno de 10.000 hectares, e a produtividade variando entre 20,0 t ha-1 e 35,0 t há -1 (RESENDE & CORDEIRO, 2007).

A beterraba hortícola ou de mesa, apresenta raiz tuberosa de formato globular que se desenvolve margeando a superfície do solo, suas

raízes e folhas são muito utilizadas na alimentação humana, apresentado sabor levemente adocicado e coloração púrpura, devido à presença de antocianina na sua composição, pigmento natural utilizado como corante (TIVELI, 2011). As raízes da beterraba são consideradas de qualidade quando estão suavemente doces e macias após a cocção e sem estrias ou anéis brancos. Tanto na parte aérea como nas raízes, a beterraba contém elementos que lhe proporcionam excelente valor nutritivo. Porém, a parte aérea (folhas e talos), é mais rica em ferro, sódio, potássio, vitamina A e complexo B, em teores muito superiores aos das raízes, o que revela a importância de seu aproveitamento na alimentação humana (TIVELI, 2011).

No Brasil, a utilização de variedades de mesa foi relevantemente acentuada com a imigração européia e asiática, porém, em menor escala comercial quando comparado ao tomate, e outras hortaliças mais tradicionais como a cebola. Como citar esse artigo:

Nascimento RNS, Sayd RM. Avaliação e comparação de características agronômicas de cultivares de beterraba no Distrito Federal. Anais do 13 Simpósio de TCC e 6 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(13); 327-331

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Tem havido um aumento na demanda desta hortaliça, principalmente para consumo in natura, nas indústrias de conservas e alimentos infantis (SOUZA et al., 2013).

Visando buscar melhores dados sobre a cultura, fornecendo orientação a agricultura familiar sobre as cultivares de beterraba mais adaptadas para o Distrito Federal, é necessário que se realize um trabalho de comparação entre as cultivares mais produtivas e que estejam já inseridas no mercado devido ao gosto do consumidor.

As principais cultivares mais comercializadas são:

• Itapuã - Cultivar de beterraba desenvolvida no Brasil. Possui formato da raiz globular; coloração da raiz: roxo escuro; altura da folhagem: 40 a 50 cm; diâmetro comercial: 6 a 8 cm; ótima uniformidade da raiz, com pele lisa e sem ombro escuro; baixa incidência de anéis brancos; excelente desenvolvimento foliar, folhas de coloração verde intensa; resistente à cercosporiose e início da colheita de 60 a 75 dias (SILVA, 2011).

• Maravilha - Formato da raiz: globular; folhagem vigorosa com 45 a 55 cm; diâmetro comercial: 6 a 8 cm; cor vermelho intenso e com pouca incidência de anéis brancos internos. Alta produtividade com alto percentual de produto apto ao mercado, ótima uniformidade, bom desenvolvimento foliar e fácil formação de maços; início da colheita de 65 a 80 dias (SILVA, 2011). • Chata do Egito - Raízes de formato globular achatado com sete a nove cm de diâmetro; tipo de sementes disponíveis: normais; início da colheita de 80 -100 dias (SILVA, 2011). • Katrina - Formato da raiz: globular; tamanho da raiz: 8 a 10 cm de diâmetro; tipos de sementes: descortiçada e calibrada; excelente uniformidade de raízes e melhor aproveitamento de sementes. Início da colheita de 60 a 70 dias (SANTOS, 2010).

Desse modo, visando fornecer ao agricultor familiar mais informações sobre as cultivares de beterraba mais adaptadas as condições do Distrito Federal, o objetivo desse trabalho foi comparar cultivares de beterraba em relação às características agronômicas.

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido de fevereiro a junho de 2018 na área experimental da Faculdade Icesp localizado em Águas Claras, Distrito Federal, situado em 15°50’16 22” de latitude Sul e 48° 1'35 52"de longitude Oeste.

O Distrito Federal tem o clima classificado como tropical, com duas estações bem definidas,

chuvas concentradas nos meses de verão e primavera e inverno e outono com clima predominantemente seco. A umidade relativa média é de 70% e a temperatura média anual de aproximadamente 21°C (WEATHERBASE, 2018).

A classificação do solo, de acordo com EMBRAPA (2006) é de latossolo vermelho eutrófico e textura argilosa. Foram realizadas analises de solo a uma profundidade de 0 a 20 cm, obtendo os seguintes resultados: argila = 550,0 g/dm3; pH = 6,4; M.O. = 30,3 g/kg; P = 5,7 mg/dm3; Acidez (H+Al) = 2,7 cmolc/dm3; Ca = 6,5 cmolc/dm3; K = 0,69 cmolc/dm3; Mg = 0,9 cmolc/dm3; SB = 8,2 cmolc/dm3. A calagem foi realizada dois meses antes do plantio juntamente com a adubação foram recomendados baseados nos resultados da análise de solo.

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições e as cultivares foram consideradas como os tratamentos. As cultivares utilizadas foram: (Itapuã, Katrina, Chata do Egito e Maravilha).

As unidades experimentais foram constituídas de 12 parcelas contendo cada uma 1,20 m de comprimento, 1,00 m de largura e com espaçamento entre plantas de 30 cm entre linhas e 10 cm entre plantas, representando uma área total de aproximadamente 15 m2.

As sementes foram semeadas em bandejas de isopor no dia 15 de fevereiro e transplantadas com 25 dias de após a germinação.

A irrigação foi realizada manualmente, com o auxilio de um regador a cada dois dias. Foram realizados o controle químico de insetos e controle de plantas invasoras através de capinas manuais. Após 90 dias de plantio foram realizadas as avaliações utilizando três plantas ao acaso de cada parcela para os itens a seguir: altura das plantas (AP) obtida da base até o topo com o uso de uma régua graduada, produtividade das raízes (PR) e diâmetro da raiz (DR) foi medido com o uso do paquímetro.

Os dados foram submetidos à análise de variância em modelo fatorial sendo cada cultivar um fator de comparação, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, com o auxilio do programa Genes (2013).

Resultados

De acordo com a análise de variância houve diferença significativa entre as cultivares para as três características avaliadas.

Os resultados obtidos de acordo com as avaliações realizadas estão apresentados na

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tabela 1, 2 e 3.

Tabela 1. Valores médios das características agronômicas avaliadas: altura de plantas (AP). Brasília, 2018. Cultivares AP (cm) Itapuã 43,7 b Katrina 52,0 a Chata do Egito 52,3 a Maravilha 50,3 a

Valores seguidos pela mesma letra na coluna não se diferenciam estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste Tukey.

Para a característica altura de plantas, apenas a cultivar Itapuã se diferenciou estatisticamente das demais cultivares. Ela apresentou tamanho de 43,7 cm sendo, portanto, a menor cultivar. As cultivares Maravilha e Katrina apresentaram altura de plantas intermediarias de 50,3 cm e 50,2 cm, respectivamente. A cultivar Chata do Egito foi a de maior altura (52,3 cm), porém não se diferenciou das cultivares Katrina e Maravilha.

Os valores da característica diâmetro de raízes estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Valores médios da característica agronômica avaliada: diâmetro de raízes (DR). Brasília, 2018. Cultivares DR (mm) Itapuã 6,5 b Katrina 8,2 a Chata do Egito 8,3 a Maravilha 7,3 ab

Valores seguidos pela mesma letra na coluna não se diferenciam estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste Tukey.

Em relação a característica diâmetro de raízes, o comportamento das cultivares foi semelhante a altura de plantas. A cultivar Itapuã apresentou o menor diâmetro das quatro cultivares, com 6,5 mm, diferenciando estatisticamente da Katrina e da Chata do Egito, porém não se diferenciou da cultivar Maravilha, com 7,3 mm.

As cultivares Chata do Egito e Katrina obtiveram os maiores valores para essa característica. A Chata do Egito teve em média 8,3 mm, sendo a com maior diâmetro de raiz,

mas não tendo diferença estatística para a Katrina, com 8,2 mm de diâmetro.

Os valores da característica produtividade das raízes estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Valores médios da característica agronômica avaliada: produtividade de raízes (PR). Brasília, 2018. Cultivares PR (t ha-1) Itapuã 13,5 c Katrina 19,5 a Chata do Egito 17,2 b Maravilha 17,7 b

Valores seguidos pela mesma letra na coluna não se diferenciam estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste Tukey.

Para a característica produtividade das raízes, a cultivar Katrina foi o destaque entre as quatro cultivares testadas. Essa cultivar obteve média de produtividade de 19,5 toneladas por hectare, enquanto a segunda cultivar mais produtiva foi Maravilha com apenas 17,7 toneladas por hectare, diferindo estatisticamente entre si.

A Cultivar Chata do Egito foi a terceira de maior produtividade, com 17,2 toneladas por hectare e não diferiu estatisticamente da Maravilha. Já a cultivar Itapuã, assim como para as demais características, apresentou a menor produtividade entre as quatro cultivares, diferindo estatisticamente de todas elas.

Discussão

As cultivares comparadas nesse trabalho foram escolhidas por apresentarem características interessantes aos produtores. São cultivares de beterraba de coloração púrpura, com elevada produtividade e ciclo curto.

Dentre as cultivares testadas, na Tabela 1, é possível verificar que não houve grande variação de altura entre as cultivares, a não ser pela cultivar Itapuã, que se mostrou bem inferior as demais cultivares. No trabalho desenvolvido por Coutinho (2016) valores de mesma magnitude foram descritos para essas características para as mesmas cultivares, porém avaliadas em Marechal Candido Rondon no ano de 2015.

Dessa maneira, portanto, é possível inferir que as cultivares mantém um padrão em relação à altura de plantas mesmo em diferentes regiões geográficas.

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Na tabela, a comparação é feita sobre a característica diâmetro de raízes. O comportamento das cultivares foi muito semelhante à altura de plantas, porém a cultivar Katrina que foi estatisticamente mais baixa que a Chata do Egito, para essa característica não se diferenciou. Esse fato é relevante, visto que o tamanho de raízes afetas diretamente a produção. Esses valores encontrados para essa característica também concordam com os obtidos por Coutinho (2016).

Já para a característica considerada a mais importante para os produtores, a cultivar que demonstrou o maior potencial de utilização foi a cultivar Katrina com mais de 19 toneladas por hectare. As cultivares Maravilha e Chata do Egito também apresentaram grande potencial devido a elevada produtividade. A cultivar Itapuã, para as condições avaliadas no Distrito Federal foi inferior as demais para todas as características, mostrando não ser uma boa opção aos produtores dessa região. Esses dados também são demonstrados por Coutinho (2016).

Conclusões:

Houve diferença significativa entre as cultivares avaliadas para a condição experimental do Distrito Federal.

A cultivar Katrina demonstou maior potencial tanto produtivo como em diâmetro de raízes.

A cultivar Itapuã se mostrou menos adaptada em comparação as demais cultivares.

As cultivares Maravilha e Chata do Egito podem ser boas opções ao produtor, alem da cultivar Katrina.

Agradecimentos:

Agradeço a Deus em primeiro Lugar. Agradeço aos meus familiares e professores por todo apoio durante esse período.

Referências:

COUTINHO, P. W. R. et al. Desempenho de cultivares, produtividade e qualidade de beterraba em sistemas de cultivo. 2016.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de

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