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Imigrantes internacionais na região sul do Brasil: uma análise comparativa da inserção ocupacional.

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Academic year: 2021

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Imigrantes internacionais na região sul do Brasil: uma análise comparativa da  inserção ocupacional. 

Elaine Meire Vilela *  Este estudo tem como objetivo central a análise comparativa da inserção ocupacional dos  imigrantes  internacionais  na  região  sul  do  Brasil,  buscando  compreender  as  diferenças,  entre  as  diversas  nacionalidades,  quanto  à  empregabilidade  e  à  posição  ocupacional  no  mercado  de  trabalho.  Como  ponto  de  partida,  analiso  a  distribuição  espacial  dos  imigrantes  por  estado  de  concentração  nessa  região  e  verifico  as  características  sociodemográficas  dos  imigrantes  por  nacionalidade,  no  sentido  de  identificar  diferenças  e  semalhanças  entre  os  mesmos.  Por  fim,  analiso os determinantes da inserção ocupacional dos imigrantes e da segregação ocupacional. 

Para  a  produção  desta  pesquisa,  utilizo  os  dados  da  subamostra  do  censo  brasileiro  de  2000,  selecionando  a  região  sul  e  os  imigrantes  que  representam  5%  ou  mais  do  total  de  imigrantes  residentes  nesta  região,  os  quais  são:  os  uruguaios,  os  paraguaios,  os  argentinos,  os  japoneses, os portuguêses, os alemães e os italianos. 

Introdução 

O  presente  trabalho  tem  dois  objetivos  centrais:  a)  identificar  o  perfil  sociodemográfico dos principais fluxos de imigrantes internacionais no sul do Brasil; e b)  investigar,  comparativamente,  os  determinantes  da  empregabilidade  e  das  segregações  ocupacionais dos imigrantes internacionais no sul do Brasil. 

Vários  estudiosos  (Becker,  1964;  Schultz,1973;  Parsons,  1940  e  1974;  Davis  e  Moore, 1945; Young, 1958; Blau e Duncan, 1994;  Golgher, Rosa e Araújo Júnior, 2005)  afirmam que capital humano ­ especialmente educação, experiência e migração ­ é o fator  determinante para explicar alcance ocupacional, status e riqueza  na sociedade  moderna.  Outros pesquisadores (Boudon, 1977; Halsey, 1977; Collins, 1977; Bourdieu e Passeron,  1975;  Portes  e  Bach,  1985;  Granovetter,  1973  e  1985;  Bourdieu  e  Passeron,  1975;  Grusky,  1994;  Valle  Silva,  1980  e  1981;  Hasenbalg  e  Valle  Silva,  1991  e  1999;  Helal,  2005) criticam esta visão e argumentam que, também, variáveis de capital cultural, isto é,  de origem social (classe  social, background da  família, etc)  e de significado social (tais  como raça, estado civil, posição na  hierarquia do domicílio, entre outras) e variáveis de

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capital  social (relações:  dentro da família,  da  família com a comunidade e do  indivíduo  com  a  comunidade  externa)  determinam  não  apenas  alcance  educacional,  mas  também  alcance ocupacional, riqueza e prestígio. 

Este  estudo  é  relevante  porque  procura  contribuir  para  este  debate  ao  avaliar  o  efeito de variáveis de capital humano, de capital cultural e social sobre empregabilidade e  inserção  ocupacional  dos  imigrantes  internacionais,  no  sul  do  Brasil.  Para  isto,  este  estudo  propõe  analisar  as  seguintes  variáveis:  educação,  idade  (proxy  de  experiência),  local  de  estudo  (se  estudou  ou  não  no  Brasil),  cor,  religião,  naturalização,  posição  no  domicílio  e  tempo  de  residência  no  país.  Assim,  poder­se­á  verificar  e  comparar  os  efeitos das variáveis de capital  humano (educação e idade) e de capital cultural  e social  (local  de  estudo,  tempo  de  residência  no  país,  naturalização,  religião,  posição  no  domicílio, entre outras).  Duas questões principais de pesquisas são levantadas para análise: 1) há grandes  diferenças no perfil dos imigrantes internacionais residentes no sul do país?  2) quais são  as forças geradoras de diferenciais de segregação ocupacional e de empregabilidade para  os grupos de imigrantes internacionais?  Considerações teóricas 

Algumas  teorias  sobre  estratificação  social,  em  específico  a  teoria  do  capital  humano,  enfatizada  pelos  economistas,  e  a  teoria  da  modernização,  focada  pelos  sociólogos, assumem que, na sociedade moderna, capital humano, em especial educação  e  experiência,  é  o  principal  mecanismo  para  promover  a  igualdade  social,  reduzir  as  desigualdades  de  renda  e  aumentar  a  mobilidade  social  (seus  principais  pensadores  são  Becker, 1964; Schultz,  1973; Parsons, 1940, 1974; Davis e Moore, 1945; Young, 1958;  Blau e Duncan, 1994). 

Alguns  teóricos  (Parsons,  1940,  1974;  Davis  e  Moore,  1945;  Young,  1958)  afirmam  que  a  sociedade  moderna  é  meritocrática,  ou  seja,  as  pessoas  alcançam  as  posições de prestígio por méritos individuais, através de credenciais educacionais, e não  mais através do status educacional e ocupacional dos pais e da renda deles e nem através  de  outras  variáveis  de  significado  social  ­  tais  como  raça  e  gênero.  Assim,  filhos  de

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pobres e de ricos, de pretos e de brancos, de diferentes etnias teriam iguais oportunidades  sociais na sociedade contemporânea. 

A teoria do capital humano afirma que, quanto maior o estoque de capital humano  do indivíduo (educação, experiência e  migração, por exemplo),  maior é a produtividade  marginal e mais elevado será seu valor econômico no mercado de trabalho (Becker, 1964;  Golgher, Rosa e Araújo Júnior, 2005). 

A partir da década de 70, vários estudiosos (Boudon, 1977; Halsey, 1977; Collins,  1977;  Bourdieu  e  Passeron,  1975;  Portes  e  Bach,  1985;  Portes  e  Rumbaut,  1990;  Granovetter,  1973  e  1985;  Grusky,  1994;  Coleman,  1988;  Valle  Silva,  1980  e  1981;  Fernandes,  2004  e  Helal,2005)  criticaram  tal  hipótese.  Collins  (1977)  e  Boudon  (1977)  argumentam  que  a  teoria  do  capital  humano  não  leva  em  consideração  os  interesses  grupais em jogo, isto é,  os conflitos de grupos de status,  poder, prestígio e riqueza, ou  seja,  as  questões  de  poder  e  dominação  na  determinação  da  distribuição  de  riqueza  e  prestígio e da mobilidade social. 

Grusky  (1994)  também  argumenta  que  aquelas  teorias,  de  capital  humano  e  da  modernização,  negligenciam  o  elemento  “poder”  no  sistema  de  estratificação,  ou  seja,  não  consideram  que  pessoas  em  posições  importantes  têm  o  poder  de  influenciar  a  distribuição de recursos e podem preservar ou estender os próprios privilégios 

Além disto, Bourdieu e Passeron (1975) e Collins (1977) criticam aquelas teorias  dizendo que estas desconsideram que as escolas  sejam  instituições que perpetuam e até  mesmo  promovem  a  desigualdade  existente  na  sociedade  capitalista,  uma  vez  que  a  classe  dominante  as  utilizam  para  convencer  as  classes  sociais  mais  baixas  de  sua  inferioridade e da necessidade de aceitação da sua posição social. 

Bourdieu  e  Passeron  (1975),  fundamentadores  da  teoria  do  capital  cultural,  e  Portes  e  Bach  (1985),    Granovetter  (1973)  e  Colleman  (1988),  pensadores  da  teoria  do  capital  social,  afirmam  que  a  teoria  da  modernização  e  a  teoria  do  capital  humano  não  dão a devida atenção às variáveis relacionadas ao capital cultural ou capital social – tais  como a origem social, a educação e a ocupação dos pais, a raça ou cor,  a religião, a etnia  e as redes sociais – que são fatores importantes na obtenção de riqueza, prestígio e poder  na sociedade moderna.

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Segundo  Bourdieu  (1998),  o  capital  cultural  é  constituído  dos  conhecimentos,  códigos, competências  e símbolos transmitidos pelos pais para os  filhos, de  forma  mais  indireta  do  que  direta.  Este  capital  é  profundamenete  interiorizado  pelos  filhos  e  ele  contribui para o alcance educacional e ocupacional dos mesmos. 

Os pensadores da teoria do capital social (Portes e Bach, 1985;  Granovetter, 1973  e Colleman 1988) afirmam que o capital social também é extremamente importante para  explicar as localizações na hierarquia ocupacional e de classes nas sociedades. De acordo  com eles, os indivíduos utilizam das redes sociais de amigos e parentes  (redes fortes) ou  de  conhecidos  (redes  fracas)  como  instrumento  para  alcançar  um  emprego,  ou  uma  melhor posição ocupacional, ou, até mesmo, um aumento no rendimento. 

A partir deste debate, pode­se dizer que o número de anos de escolaridade e idade,  ou seja, capital humano, são fortes determinantes para explicar alcance ocupacional e de  riqueza na sociedade moderna. Mas, este fator não é suficiente para explicar o fenômeno,  ou  seja,  variáveis  de  capital  cultural,  isto  é,  de  origem  social  e  de  significado  social,  e  variáveis  de  capital  social    são  importantes,  tanto  quanto  ou  até  mais  do  que  capital  humano, para explicar alcance ocupacional, de riqueza e de prestígio. 

Fundamentado neste debate, este projeto busca avaliar os efeitos das variáveis de  capital  humano  –  escolaridade  e  idade­  capital  humano  e    cultural  –  o  tempo  de  residência no país, o fato do imigrante ter estudo no Brasil, a experiência de trabalho no  Brasil–  e  de  capital  cultural  e  social  –  religião,  naturalização,  e  posição  no  domicílio  –  além  de  outras,  sobre  a  empregabilidade  e  localização  ocupacional  dos  imigrantes  internacionais.  A  questão  colocada  aqui  é:  como  e  o  quanto  estas  variáveis  são  importantes  para  explicar  a  inserção  e  a  adaptação  dos  imigrantes  internacionais  no  mercado de trabalho no sul do Brasil? 

Hipóteses 

Fundamentado  nas  teorias  dos  capitais  humano,  cultural  e  social,  este  trabalho  propõe as seguintes hipóteses: 

1­  educação  e  idade  (proxy  de  experiência)  estão  positivamente  relacionados  com uma maior probabilidade de estar empregado e de estar no setor formal.

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2­  Há uma relação positiva e significativa entre: ter religião, ser naturalizado, ter  maior tempo de residência  no país, ter  estudado no país, ter  maior tempo de  experiência no Brasil (variáveis referentes a um maior socialização no país) e  ser  chefe  de  domicílio  (variável  de  significado  social)  com  maior  probabilidade de estar empregado e de estar no setor formal. 

Metodologia 

Os  dados  referentes  a  este  trabalho  são  oriundos  da  subamostra  do  censo  demográfico brasileiro  de 2000. 

Os objetos centrais de estudo são os imigrantes internacionais residentes no sul do  Brasil,  isto  é,  aqueles  indivíduos  que  afirmaram  ter  nascido  em  outro  país  que  não  o  Brasil (país de residência destes imigrantes em 2000). Entretanto, não analisarei todos os  imigrantes  inseridos  naquela  região.  Proponho  abordar  apenas  alguns  grupos  de  imigrantes,  isto  é,  somente  imigrantes  de  nacionalidades  que  têm  um  número  que  represente 5% ou mais do total de imigrantes inseridos naquela região. 

Além  disto,  proponho  trabalhar,  nesta  pesquisa,  com  indivíduos  entre  25  a  60  anos de idade, que estão ou não ocupados. A idade mínima de 25 está relacionada à idéia  de que pessoas com esta idade já concluíram os estudos e, provavelmente, encontram­se  inseridos no mercado de trabalho 1 , e a idade máxima de 60 é devido ao fato de ser esta a  idade de aposentadoria dos homens em 2000, data do censo demográfico brasileiro. 

Para  analisar  as  características  sociodemográficas  dos  imigrantes,  busca­se  trabalhar com tabelas simples de contingências, com frequências e percentuais. 

Já  para  a  verificação  dos  determinantes  de  empregabilidade  e  de  inserção  ocupacional,  propõe­se utilizar as técnicas estatísticas de regressão logística binominal e  multinominal.  A  regressão  logística  é  um  modelo  utilizado  para  medir  o  efeito  das  variáveis  independentes  sobre  um  número  de  opções  (ou  categorias).  Neste  modelo,  assume­se  que  as  categorias  não  são  ordinais  e  que  estas  têm  uma  natureza  nominal  (Hoffmann, 2004). 

Os modelos de análise têm a seguinte forma: 

Esta  idéia  não  descarta  aqueles  que  estudam  e  trabalham  ao  mesmo  tempo,  mas  tenta  evitar  que  se  classifique como desocupados os indivíduos que estejam estudando e não trabalhando.

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Ln [P(Y=K/P(Y=J) ]= β0 + β1 escolaridade + β2 escolaridade 2 + β3 idade + β4 Idade 2 + β5  estudou  no  Brasil  (variável  dummy)    +  β6 experiência  no  Brasil  +  β7 estado  (variáveis 

dummy  para  estado)  +  β8 (variável  dummy  para  tempo  de  residência  no  Brasil)  +  β9  (variável  dummy  para  raça)  +  β10 (variável  dummy  para  estado  civil)      +  β11 (variável 

dummy para posição  no domicílio)    +  β12 (variável  dummy  para  naturalização)   +  β13  (variável  dummy para religião) +  ε 

As variáveis dependentes dos modelos foram formuladas da seguinte maneira: 

1 ­  empregabilidade: esta variável foi criada a partir do quesito do censo sobre ter ou não  um  trabalho  remunerado,  na  data  de  23  a  29  de  julho  de  2000.  É  uma  variável dummy  onde 0= não tem trabalho remunerado e 1= tem trabalho remunerado. 

2­ inserção ocupacional:  criou­se uma variável composta por três categorias – estar fora  do mercado de trabalho = 0; estar no setor informal = 1; e estar no setor formal = 2. Para  classificar as pessoas de acordo com estas categorias, utilizou­se as seguintes definições:  estar  fora  do  mercado  são  os  não  ocupados;  os  informalmente  ocupados  são  aqueles  trabalhadores  sem  carteira  assinada  e  os  empregadores  e  os  autônomos  que  não  contribuem  para  a  previdência;  os  formalmente  ocupados  são  os  trabalhadores  com  carteira assinada e os empregadores e os autônomos que contribuem para a previdência.  Esta última é a nossa categoria de referência.  As variáveis independentes.  As variáveis independentes são formadas por dois grupos: aquelas que se quer testar e as  de controle.  As variáveis de teste:  1 ­ Escolaridade: número de anos de escolaridade; 

2 – Idade ( proxy de experiência): anos completos de idade. 

3 ­ estudou no Brasil: variável dummy que indica se o imigrante internacional estudou no  Brasil ou não. Esta variável  foi produzida da seguinte forma: ano de idade ao  imigrar  –  (anos de estudos + 6 que são aqueles anos que se referem aos seis primeiros anos da vida  da pessoa, quando ela ainda não entrou para a escola ). Para aqueles que o valor foi 0 ou

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menos, definimos que eles estudaram no Brasil e, ao contrário, para aqueles que o valor  foi 1 ou mais, definimos que estes não estudaram no Brasil. 

4  –  Religião:  variável  dividida  em  4  variáveis  dummy:  não  tem  religião  (categoria  de  referência); católica, evangélica; religiões orientais e outras religiões. 

5 ­ Tempo de residência: variável indicadora de um conjunto de variáveis dummy. De 0 a  10 anos de residência no Brasil é a nossa categoria de referência; de 11 a 20 anos ; de 21  a 30; de 31 a 40 ; 41 ou mais anos são as categorias de comparação. 

6 ­ Naturalização: variáveldummy, sendo não naturalizado = 0 e naturalizado = 1. 

7  –  Experiência  no  Brasil:  esta  variável  é  quantitativa.  Esta  foi  calculada  a  partir  do  tempo de residência do indivíduo no Brasil menos o tempo de seu estudo  no Brasil.  8  –  Posição  na  hierarquia  do  domicílio:  variável  formada  por  4  variáveis  dummy:  responsável pelo domicílio (nossa categoria de referência); cônjuge do responsável pelo  domicílio; filho ou enteado do responsável pelo domicíli e outras posições no domicílio.  Esta última categoria é formada por todos os outros residentes no domicílio, isto é, avós,  pai e mãe, neto, bisnetos, empregado doméstico, entre outros). 

Variáveis de controle 

1  ­  Raça:  variável  dividida  em  4  variáveis  dummy:  branca  (categoria  de  referência),  amarela, parda e outras. 

2 – Estado civil: variável dividida em 3 variáveis dummy: casado, separado (incluindo os  divorciados e os desquitados); os viúvos e os solteiros (nossa categoria de referência).  3 – Estado:  variável dividida em 3  variáveis dummy para:  Rio Grande do Sul, Paraná e  Santa Catariana;  sendo Paraná a nossa categoria de referência. 

O perfil socioeconômico e demográfico dos imigrantes internacionais. 

Nesta parte do trabalho, busca­se comparar imigrantes internacionais entre si, com  o  intuito  de  identificar  as  diferenças  e  semelhanças  entre  os  diversos  grupos  de  nacionalidades, em aspectos como:  sexo, localização espacial,  idade, escolaridade, raça,  religião,  estado  civil  e  relações  no  domicílio.  Esta  comparação  pretende  servir  de  base  para as análises mais detalhadas que virão a seguir.

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Pode­se verificar, na tabela 1 a seguir, que o número de homens é superior ao de  mulheres  para  todos  os  grupos  de  imigrantes,  mas  a  diferença  não  é  muito  grande.  Os  argentinos são os que apresetam uma diferença maior, com 59.7% de homens e 40.3% de  mulheres. 

Tabela 1: Distribuição dos imigrantes por gênero 

Feminino  Masculino 

Frequência  %  Frequência  %  Total  % 

Argentinos  2386  40.27  3539  59.73  5925  100  Paraguaios  1862  47.36  2070  52.64  3932  100  Uruguaios  5492  47.34  6110  52.66  11602  100  Alemães  1030  44.45  1287  55.55  2317  100  Italianos  653  41.75  911  58.25  1564  100  Portuguêses  1830  43.41  2386  56.59  4216  100  Japonêses  948  43.91  1211  56.09  2159  100  Total  14201  44.78  17514  55.22  31715  100  Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora.  Na tabela 2 a seguir, verifica­se que, em geral, o estado do Paraná é o que detém o  maior número de imigrantes, com exceção dos uruguaios e argentinos que têm o Estado  do  Rio  Grande  do  Sul  como  espaço  de  maior  concentração  espacial.  Os  paraguaios,  os  alemães, os italianos, os portuguêses e os japonêses concentram­se no estado do Paraná.  Os argentinos, primeiro, e os alemães, em segundo, são os grupos de imigrantes de maior  dispersão espacial, com um número melhor distribuído entre os três estados.  Tabela 2: Distribuição dos imigrantes por Estado  Paraná  %  Santa  Catarina  %  Rio  Grande  do Sul  %  Total  %  Argentinos  1791  30.23  1732  29.23  2402  40.54  5925  100  Paraguaios  3415  86.85  279  7.10  238  6.05  3932  100  Uruguaios  520  4.48  679  5.85  10403  89.67  11602  100  Alemães  947  40.85  682  29.42  689  29.72  2318  100  Italianos  695  44.44  250  15.98  619  39.58  1564  100  Portuguêses  2751  65.27  458  10.87  1006  23.87  4215  100  Japonêses  1382  64.01  224  10.38  553  25.61  2159  100  Total  11501  36.26  4304  13.57  15910  50.17  31715  100  Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora.

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Quanto à idade, verifica­se que os argentinos, paraguaios e uruguaios são os que  têm  o  maior  número  de  imigrantes  no  segmento  adulto  da  População  em  Idade  Ativa  (PIA). Já os alemães, italianos, portuguêses e japonêses pertencem, em maior número, ao  segmento maduro da PIA.  Tabela 3: Distribuiçãodos imigrantes  por faixa etária  25 a 44  anos  %  45 a 60  anos  %  Total  %  Argentinos  3881  65.49  2045  34.51  5926  100  Paraguaios  2347  59.69  1585  40.31  3932  100  Uruguaios  7220  62.23  4382  37.77  11602  100  Alemães  604  26.07  1713  73.93  2317  100  Italianos  327  20.89  1238  79.11  1565  100  Portugues  950  22.53  3266  77.47  4216  100  Japones  567  26.26  1592  73.74  2159  100  Total  15896  50.12  15821  49.88  31717  100  Fonte: dados básicos do Censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora. 

Considerando  que  os  imigrantes,  independentes  da  nacionalidade,  em  geral,  migram  em  idades  jovem,  o  resultado,  apresentado  na tabela  acima,  pode  ser  explicado  pelas  datas  dos  fluxos  imigratórios  destes  imigrantes.  Ou  seja,  os  alemães,  italianos,  portuguêses e japonêses  fixaram residência no Brasil, em  maior número, antes de 1960.  Já os argentinos, paraguaios e uruguaios entraram no país, em maior número, a partir da  década de 70. Por isto, este resultado era esperado.  O resultado acima pode ser  confirmado a partir da observação da tabela 4, onde  apresenta­se o tempo de residência daqueles imigrantes no Brasil.  Tabela 4: Distribuição dos imigrantes  por tempo de residência no Brasil  10 anos  ou  menos  %  11 a  20  anos  %  21 a  30  anos  %  31 a  40  anos  %  40  anos  ou  mais  %  Total  %  Argentinos  2014  33.99  1646  27.78  1370  23.12  485  8.18  411  6.94  5926  100  Paraguaios  1071  27.24  872  22.18  1087  27.64  672  17.09  230  5.85  3932  100  Uruguaios  2986  25.73  3917  33.76  3170  27.32  1058  9.12  472  4.07  11603  100  Alemães  495  21.35  154  6.64  338  14.58  196  8.46  1135  48.96  2318  100  Italianos  274  17.51  97  6.20  117  7.48  221  14.12  856  54.70  1565  100  Portugues  220  5.22  248  5.88  750  17.79  1081  25.63  1918  45.48  4217  100  Japones  186  8.62  107  4.96  219  10.14  823  38.12  824  38.17  2159  100

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Total  7246  22.84  7041  22.20  7051  22.23  4536  14.30  5846  18.43  31720  100  Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora. 

Verfica­se que os imigrantes europeus, ou seja, alemães, italianos e portuguêses,  mais  os  japonêses  –  denominados  aqui  como  os  imigrantes  “antigos”  ­  têm  um  maior  percentual (acima de 60%) de  imigrantes com 31 anos ou  mais de residência  no Brasil.  Diferentemente,  os  argentinos,  paraguaios  e  uruguaios  –  denominados  imigrantes  “recentes”  ­  têm  um  número  maior  de  pessoas  com  30  anos  ou  menos  de  tempo  de  residência no país. 

Quando  analisa­se  o  nível  educacional  dos  grupos  de  imigrantes,  estes,  com  exceção dos paraguaios, têm um percentual acima de 50% de imigrantes com  médio ou  alto grau educacional. Apenas os paraguaios têm um percentual acima de 50% com baixo  nível educacional. 

Quando  verifica­se  cada  categoria  educacional,  observa­se  que  os  alemães  (47.17%) são aqueles com  maior número de alta educação; com  média educação são os  uruguaios (39.49%) com o maior percentual; com o maior percentual de baixa (26.08%) e  nenhuma  educação  (7.7)  encontram­se  os  paraguaios;  e  o  maior  percentual  com  muito  baixa educação encontra­se entre os portugueses (24.69%). 

Tabela 5: Distribuição dos imigrantes  por educação  Não 

tem  % 

Muito 

baixa  %  Baixa  %  Média  %  Alta  %  Total  %  Argentinos  208  3.53  798  13.53  846  14.34  1951  33.08  2095  35.52  5898  100  Paraguaios  300  7.70  885  22.72  1016  26.08  882  22.64  813  20.87  3896  100  Uruguaios  207  1.79  1505  13.01  2663  23.02  4567  39.49  2624  22.69  11566  100  Alemães  12  0.52  332  14.33  301  12.99  579  24.99  1093  47.17  2317  100  Italianos  26  1.67  240  15.39  262  16.81  488  31.30  543  34.83  1559  100  Portugues  61  1.45  1038  24.69  556  13.23  1203  28.62  1346  32.02  4204  100  Japones  73  3.41  459  21.43  377  17.60  712  33.24  521  24.32  2142  100  Total  887  2.81  5257  16.65  6021  19.06  10382  32.87  9035  28.61  31582  100  Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora.  A distribuição dos imigrantes por raça, ou cor, não apresenta grandes diferenças  entre os imigrantes. Todos os imigrantes, exceto os japonêses, têm um percentual acima  de 70% de pessoas que se  identificam como da cor branca. No caso dos alemães, todos  (100%) consideram­se  brancos e,  entre os italianos, o percentual  foi de 99.36%. Depois  dos  japonêses,  com  7.5%,  são  os  paraguaios  que  apresentam  o  menor  percentual  de

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brancos.  Este  último  grupo  também  apresenta  o  maior  percentual  de  pardos  (20.6%)  e  outras cores ou raças (6.33%). Os japonêses apresentam um número grande daqueles que  se consideram da cor amarela (91.38%). 

Tabela 6: Distribuição dos imigrantes por raça/cor 

Branca  %  Amarela  %  Parda  %  Outras  %  Total  %  Argentinos  5254  88.69  7  0.12  482  8.14  181  3.06  5924  100  Paraguaios  2826  71.85  48  1.22  810  20.59  249  6.33  3933  100  Uruguaios  10597  91.34  0  0.00  720  6.21  285  2.46  11602  100  Alemães  2317  100.00  0  0.00  0  0.00  0  0.00  2317  100  Italianos  1555  99.36  0  0.00  10  0.64  0  0.00  1565  100  Portuguêses  4051  96.11  41  0.97  70  1.66  53  1.26  4215  100  Japonêses  162  7.50  1973  91.38  0  0.00  24  1.11  2159  100  Total  26762  84.38  2069  6.52  2092  6.60  792  2.50  31715  100  Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora. 

A  tabela  7,  abaixo,  apresenta  o  resultado  da  análise  exploratória  da  comparação  entre os imigrantes quanto à religião.  A maioria dos grupos de imigrantes são católicos,  com um percentual acima de 57% para os argentinos, paraguaios, uruguaios,  italianos e  portugueses.  Entre  estes,  o  percentual  maior  (91.7%)  de  católicos  encontra­se  entre  os  italianos. Já o grupo que apresenta o maior percentual (40.24%) de pessoas evangélicas é  o  de  nacionalidade  alemã.    Entre  os  que  se  definem  como  esperitualistas  e  de  outras  religiões,  o  percentual  maior  está  entre  os  uruguaios.  Quanto  à  religião  oriental,  a  proporção maior é de japonêses, com 36.13% de imigrantes. 

Tabela 7: Percentual de distribuição dos imigrantes por religião  Sem 

religião  Católico  Evangélico  Espiritualista 

Religião  oriental  Outra  religião  Total  %  %  %  %  %  %  %  %  %  Argentinos  12.98  66.32  15.52  1.99  1.23  1.96  5926  100  Paraguaios  6.05  75.81  15.84  0.51  1.14  0.64  3932  100  Uruguaios  20.65  57.92  12.64  4.17  1.28  3.34  11602  100  Alemães  6.65  49.18  40.24  1.08  0.30  2.55  2316  100  Italianos  3.26  91.68  2.11  1.86  1.09  0  1563  100  Portuguêses  4.41  84.54  7.73  1.80  0.09  1.42  4216  100  Japonêses  17.92  38.86  5.93  0.00  36.13  1.16  2159  100  Total  13.18  64.97  13.96  2.37  3.39  2.12  31714  100

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Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora. 

A  seguir,  apresenta­se  a  distribuição  dos  imigrantes  quanto  ao  estado  civil.  Os  imigrantes que apresentam o percentual maior de casados são os japonêses,  portuguêses  e alemães. O maior número de solteiros encontra­se entre os argentinos, os paraguaios e  os uruguaios, respectivamente. Já entre os separados, o maior percentual é dos italianos,  com 15.8%. 

Tabela 8: Distribuição dos imigrantes por estado civil 

Casado  %  Separado  %  Viúvo  %  Solteiro  %  Total  %  Argentinos  3351  56.56  607  10.24  150  2.53  1817  30.67  5925  100  Paraguaios  2381  60.54  322  8.19  82  2.08  1148  29.19  3933  100  Uruguaios  6675  57.53  1274  10.98  323  2.78  3331  28.71  11603  100  Alemães  1649  71.14  273  11.78  100  4.31  296  12.77  2318  100  Italianos  991  63.36  247  15.79  64  4.09  262  16.75  1564  100  Portuguêses  3263  77.40  329  7.80  176  4.17  448  10.63  4216  100  Japonêses  1683  77.95  87  4.03  55  2.55  334  15.47  2159  100  Total  19993  63.03  3139  9.90  950  3.00  7636  24.07  31718  100  Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora.  Por fim, verifica­se a distribuição dos imigrantes quanto a relação com o “chefe”  do  domicílio.  A  maioria  dos  imigrantes,  independente  de  nacionalidade,  identifica­se  como  responsável  pelo  domicílio,  sendo  que  o  percentual  maior  encontra­se  entre  os  italianos (63.43%) e alemães (61.16%). A categoria cônjuge é a que apresenta o segundo  percentual  mais  alto,  para  os  imigrantes,  em  geral.  O  número  de  imigrantes  que  se  identifica  como  filho  ou  outra  posição  no  domicílio  é  bem  menor,  para  todos  os  imigrantes. 

Tabela 9: Distribuição dos imigrantes por posição no domicilio  Responsável  %  cônjuge  %  Filho  % 

Outra  posição  %  Total  %  Argentinos  3437  58.00  2008  33.88  178  3.00  303  5.11  5926  100  Paraguaios  2036  51.78  1482  37.69  180  4.58  234  5.95  3932  100  Uruguaios  6098  52.56  4440  38.27  498  4.29  566  4.88  11602  100  Alemães  1417  61.16  728  31.42  61  2.63  111  4.79  2317  100  Italianos  992  63.43  387  24.74  88  5.63  97  6.20  1564  100  Portuguêses  2499  59.27  1414  33.54  123  2.92  180  4.27  4216  100  Japonêses  1187  54.98  757  35.06  88  4.08  127  5.88  2159  100  Total  17666  55.70  11216  35.36  1216  3.83  1618  5.10  31716  100

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Fonte: dados básicos do censo demográfico de 2000 ­ IBGE. Tabela produzida pela autora. 

Em suma,  pode­se dizer que o perfil dos imigrantes internacionais resume­se em:  Os  argentinos  são,  em  maioria,  homens,  de  cor  branca,  com  alta  ou  média  educação, católicos, casados ou solteiros, responsáveis pelo domicílio, residentes no Rio  Grande do Sul, com 30 anos ou menos de residência no país  e pertencentes ao segmento  adulto da PIA, isto é, entre 25 a 44 anos de idade.  Já os paraguaios são, em maior número, também homens, mas de cores branca e  parda, com educação baixa ou muito baixa, católicos, casados ou solteiros, responsáveis  pelo domicílio, residentes no Paraná, com 30 anos ou menos de moradia no Brasil, com  idade entre 25 a 44 anos de idade. 

Os  uruguaios  são,  majoritariamente,  homens,  brancos,  entre  25  a  44  anos  de  idade,  com  educação  média  ou  alta,  casados  ou  solteiros,  responsáveis  pelo  domicílio,  católicos  ou  sem  religião,  imigrantes  inseridos  no  Rio  Grande  do  Sul,  com  30  anos  ou  menos de residência no Brasil. 

Os alemães, em  sua  maioria,  são homens,  brancos, entre 45 a 60 anos de  idade,  com  educação  alta  ou  média,  católicos  e  evangélicos,  casados,  responsáveis  pelo  domicílio, residentes no Paraná, com 31 anos ou mais de residência no país. 

Os Italianos têm um percentual maior de homens, brancos, entre 45 a 60 anos de  idade,  com  educação  alta  e  média,  católicos,  casados,  responsáveis  pelo  domicílio,  residentes no Paraná e Rio Grande do Sul, com 31 anos ou mais de residência no Brasil. 

Os  portuguêses  são,  em  maioria,  homens,  casados,  responsáveis  pelo  domicílio,  entre 45 a 60 anos de idade, de cor branca, católicos, com educação alta, média ou muito  baixa, residentes no Paraná, com 31 anos ou mais de residência no país. 

Os japonêses têm um percentual maior de homens, de cor amarela, entre 45 a 60  anos  de  idade,  com  educação  média  ou  alta,  casados,  de  religião  católica  e  religião  oriental,  com  31  anos  ou  mais  de  residência  no  Brasil  e  concentração  no  estado  do  Paraná. 

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Nesta parte do trabalho, busco identificar quais as variáveis são determinantes da  empregabilidade  e  da  localização  ocupacional  dos  imigrantes  internacionais,  no  sul  do  Brasil. Ressalto que as variáveis que serão focadas nesta análise estão relacionadas com  os capitais humano, cultural e social, sendo as seguintes: a) escolaridade; b) idade ( proxy  de  experiência);  c)  estudo  no  Brasil;  d)  religião;  e)  tempo  de  residência  no  país;  f)  naturalização; g) experiência no Brasil; h) posição na hierarquia do domicílio; sendo que  outras variáveis são apenas de controle. 

Os deter minantes de empregabilidade. 

Na tabela 10 abaixo, pode­se identificar que são muitas as variáveis que afetam na  probabilidade  do  indivíduo  ter  ou  não  um  trabalho  remunerado.  Verifica­se  que  há  diferenças  de  variáveis  determinantes  entre  os  grupos  de  imigrantes.  Isto  é,  quanto  as  variáveis de  interesse deste trabalho, pode­se verificar que apenas  a variável referente à  posição de cônjuge no domicílio que é estatisticamente significante para todos os grupos  de imigrantes, com um pvalue abaixo de 0.01. As outras variáveis são significantes para  alguns grupos e não o são para outros. 

Como  exemplo  tem­se  que,  quando  analisa­se  os  argentinos,  verifica­se  que  escolaridade  é  um  determinante  de  empregabilidade,  ou  seja,  a  cada  um  ano  de  escolaridade que aumenta para o indivíduo de nacionalidade argentina, aumenta em 13 +  2(­0.01) as chances dele ter um trabalho remunerado. A variável idade também é positiva  e estatisticamente significante para a empregabilidade dos argentinos, ou seja, para cada  um ano a mais na idade do argentino, aumenta em 11 + 2(­0.01) na probabilidade dele ter  um  trabalho  remunerado.    No  caso  dos  argentinos,  as  variáveis  referentes  a  tempo  de  residência  no  Brasil,  naturalização  e  religiões  evangélica  e  espiritualista  não  são  determinantes  significativos  de  empregabilidade.  Um  fator  altamente  determinante  da  empregabilidade do argentino, no Brasil, é o fato dele ter estudado no país hospedeiro, ou  seja, o fato do argentino ter estudado no Brasil aumenta em 70% a probabilidade dele ter  um  trabalho  remunerado.  Outros  determinantes  altamente  significativos  de  empregabilidade  dos  argentinos  são  as  posiçôes  de  cônjuge,  filho  e  outra  posição  no  domicílio, quando comparado com a posição de responsável pelo domicílio. Isto é, se o  indíviduo é cônjuge, comparado com o responsável, ele tem 37% menos chances de estar

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empregado,  se  é  filho  as  chances  diminuem  em  44%;  mas,  se  o  indivíduo ocupar outra  posição  no  domicílio,  as  chances  aumentam  em  85%  deles  terem  um  emprego  remunerado. 

Tabela 10: Regressão logística binominal: determinantes de empregabilidade,  ou seja, ter ou não um trabalho remunerado na data de 23 a 29 de julho de 

2000. 

Argentino  Paraguaio  Uruguaio  Alemão  Italiano  Português  Japonês  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  sexo  3.42*  6.13*  4.78*  2.45*  2.97*  4.63*  7.08*  escolaridade  1.13*  1.03  0.99  0.89***  1.05  1.01  1.11***  escolaridade2  0.99*  0.99***  1.00*  1.01*  0.99  1.01*  0.99  idade  1.11*  1.29*  1.13*  0.97  0.80**  0.80*  1.35*  idade2  0.99*  0.99*  0.99*  1.00  1.00  1.00  0.99*  reside 11a 20  anos  1.24  1.03  0.98  1.61  5.42*  4.59*  1.81  reside 21a 30  anos  1.28  0.47*  0.63*  1.32  10.89*  2.20  1.15  reside 31a 40  anos  0.68  0.46**  0.30*  5.52*  33.98*  1.66  0.75  reside 41ou mais  anos  0.94  0.60  0.22*  1.03  16.71*  1.37  1.40  estudou no Brail  1.70*  0.84  1.47*  1.10  1.75**  0.99  1.64*  parda  1.55*  0.73*  0.66*  1.00  amarela  0.59  0.58**  outracor  0.49*  0.93  1.31***  5.27*  casado  1.22*  0.37*  1.29*  2.92*  2.45*  0.94  0.37*  separado  1.35**  1.04  1.16***  1.81*  1.32  2.16*  0.68  viúvo  0.77  0.07*  1.58*  12.48*  0.56  1.22  0.54***  naturalizado  1.09  2.02*  1.42*  0.88  2.51*  1.35*  0.71*  conjuge  0.37*  0.58*  0.53*  0.30*  0.49*  0.65*  0.31*  filho  0.44*  0.27*  0.67*  0.25*  5.40*  0.67  0.32*  outra posição no  domicílio  1.85*  0.36*  0.46*  0.96  0.43*  0.26*  0.03*  experiência no BR  1.12*  1.06*  1.02***  1.07**  0.95  1.14*  1.09  experiência no  BR2  0.99*  0.99  0.99  0.99*  0.99  0.99***  0.99*  SC  0.48*  0.59*  1.58*  0.65*  1.70*  1.38**  2.52*  RGS  0.62*  0.26*  1.72*  0.72*  0.96  1.56*  4.43*  Católica  1.39*  0.61*  1.02  1.16  0.25*  1.05  0.83  Evangélica  0.98  0.81  0.89  1.07  0.26**  0.32*  1.18  espiritualistas  0.80  0.32**  1.31**  0.18*  0.69  Religião oriental  0.55**  0.04*  1.52***  0.36  0.67**  Outras religiões  0.30*  0.76**  0.09*  1.91  0.15*  N. Amostra  5898  3895  11567  2317  1559  4203  2142  Nagelkerke  0.32  0.40  0.27  0.37  0.43  0.37  0.53  Chi­Square  1488.661  1347.971  2470.673  772.589  605.65  1350.612  1075.505  *Pvalue <= 0.01  ** pvalue <= 0.05  *** pvalue <=0.10

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Fonte: análise produzida pela autora, a partir dos dados do censo 2000 do Brasil do IBGE. 

Diferentemente,  no  caso  dos  paraguaios,  os  anos de  escolaridade  e  o  fato  de ter  estudado no Brasil não são variáveis importantes para determinar a empregabilidade dos  mesmos.    Entretanto,  assim  como  para  os  argentinos,  idade  e  experiência  no  Brasil  apresentam­se  estatisticamente  significante.  Isto  é,  para  cada  um  ano  que  aumenta  na  idade  dos  paraguaios,  aumenta  em  29  +  2(­0.01) na  probabilidade  do  paraguaio  ter  um  trabalho  remunerado.  Além  disto,  para  cada  um  ano  que  aumenta  em  experiência  no  Brasil, aumenta em 12 * 2(­0.01) as chances dos paraguaios estarem empregados. 

Outros  fatores  que  são  importantes  determinantes  de  empregabilidade  dos  paraguaios  são:  religião,  posição  no  domicílio,  tempo  de  residência  no  domicílio  e  naturalização.  Verifica­se  que  a  probabilidade  de  ter  um  trabalho  remunerado  diminui  para  os  paraguaios  católicos,  em  39%,  para  os  espiritualistas,  em  68%,  e  para  os  de  religião  oriental,  em  96%,  quando  comparados  com  aqueles  que  não  têm  religião.  Este  resultado refuta nossa hipótese de que ter uma religião é positivamente relacionado com a  probabilidade  de  empregabilidade.  Além  disto,  pode­se  observar,  na  tabela  acima,  que,  comparado com o responsável  pelo domicílio, o  fato de ser  cônjuge diminui em  42% a  probabilidade  da  pessoa  ter  um  trabalho  remunerado;  ser  filho  diminui  em  73%  e  estar  em outra posição no domicílio diminui em 64%. O fato de serem naturalizados aumenta,  em 102%, as chances dos paraguaios terem um trabalho remunerado. No caso de tempo  de residência no Brasil, quando comparado com o tempo de 0 a 10 anos, os períodos de  11 a 20 anos e de 41 anos ou mais não apresentaram­se estatisticamente significativos, ou  seja, não há diferença entre esses três períodos em explicar empregabilidade. Entretanto,  quando comparamos o período de 0 a 10 anos com os períodos de 21 a 30 e 31 a 40 anos  de residência  no Brasil, observa­se que as chances dos indivíduos residentes de 21 a 40  terem um trabalho remunerado diminuem, quando comparados com aqueles que têm de 0  a 10 anos. Este resultado,também, não era esperado. A hipótese, de quanto maior o tempo  de  residência  no  Brasil  maior  a  probabilidade  de  estarem  empregados,  foi  refutada,  no  caso dos paraguaios. 

Já  os  resultados  para  os  uruguaios,  quanto  a  probabilidade  de  ter  um  trabalho  remunerado,  foram  os  seguintes:  a)  anos  de  escolaridade  não  apresentaram­se  como  determinantes  significativos;  b)  para  cada  um  ano  que  aumenta  na  idade  do  uruguaio,

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aumenta  em  13  +  2(­0.01)  as  chances  de  ter  um  trabalho  remunerado;  c)  o  fato  de  ter  estudado  no  Brasil  aumenta  em  47%  a  probabilidade;  d)  ser  naturalizado  aumenta  em  42% as chances; e) o fato de ter 11 a 20 anos de residência no Brasil, comparado com o  período  de  0  a  10  anos,  não  foi  significativo,  mas,  para  todos  os  outros  períodos  as  chances de ter um trabalho remunerado diminuem – um resultado, também não esperado;  e)  quanto  a  religião,  ser  católico  ou  evangélico  não  é  estatisticamente  significante,  quando comparado com os sem religião. Entretanto, ser espiritualista aumenta em 31% e  ser  de  religião  oriental  aumenta  em  52%  a  probabilidade  de  empregabilidade  do  uruguaio.  Já  se  o  uruguaio  for  de  outra  religião,  as  suas  chances  de  empregabilidade  dimunuem em 24%; e) se o uruguaio for cônjuge, filho ou ter outra posição no domicílio,  as suas chances de ter um trabalho remunerado diminuem, comparado ao responsável, em  47%, em 33%, em 54%, respectivamente. 

No  caso  dos  alemães,  os  resultados  foram  ainda  mais  diferentes,  isto  é,  as  variáveis  idade,  naturalização,  o  fato  de  ter  estudado  no  Brasil,  não  apresentaram­se  estatisticamente  significativas.  Resultado  que  refuta  algumas  hipóteses  expostas  neste  trabalho.  Outro  resultado  não  esperado  foi  que  escolaridade  apresentou­se  negativa  e  estatisticamente significante, ou seja, para cada um ano que aumenta em escolaridade do  alemão,  diminui  em  11  +  2(0.01)  na  probabilidade  dele  ter  um  trabalho  remunerado.  Outro fator interessante foi que apenas a categoria de 31 a 40 anos de residência no país,  comparado com o período de 0 a 10 anos de residência, apresentou­se como determinante  de empregabilidade e com uma alta significação, isto é, um aumento de 452% a mais nas  chances  de  ter  um  trabalho  remunerado  para  os  alemães  que  têm  de  31  a  40  anos  de  residência  no  Brasil,  comparado  com  aqueles  que  têm  de  0  a  10  anos  de  fixação  no  território brasileiro. 

Assim,  sucessivamente,  verifica­se,  na  tabela  10,  alterações  nas  variáveis  determinantes de empregabilidade para cada grupo de imigrantes. Ou seja, as variáveis de  capital  humano,  idade  e  educação  (em  anos  de  escolaridade)  não  são  variáveis  explicativas  positivas  e  estatisticamente  significantes  de  empregabilidade  para  todos  os  grupos de imigrantes. Também, determinadas variáveis relacionadas à capital cultural e à  capital  social  não  são  positivas  e  estatisticamente  significantes  na  empregabilidade  de  todos  os  imigrantes.  Pode­se  dizer  que,  no  caso  da  empregabilidade  dos  imigrantes,  as

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hipóteses apresentadas neste trabalho não foram confirmadas e nem refutadas totalmente,  uma vez que depende estabelecer que grupo de imigrantes estão sendo analisados 

Deter minantes de inserção (localização) ocupacional. 

A medida de inserção ocupacional, aqui estabelecida, é o fato de estar no mercado  formal,  informal  ou  não  estar  no  mercado  de  trabalho,  isto  é,  estar  desocupado.  A  categoria  de  referência  é  o  trabalho  formal.  Como  já  foi  apresentado,  acima,  o  fato  do  imigrante  ter  ou  não  um  trabalho  remunerado 2 ,  a  proposta  aqui  é  analisar  apenas  os  resultados referentes aos determinantes da probabilidade dos imigrantes estarem no setor  informal, comparado com estarem no setor formal. 

Vale ressaltar, mais uma vez, que as variáveis de foco são aquelas expostas acima,  ou  seja,  anos  de  escolaridade,  idade,  o  fato  de  ter  estudo  no  Brasil,  a  experiência  no  Brasil, o tempo de residência no país, a religião, a naturalização e a posição na hierarquia  do domicílio. 

Semelhante  aos  resultados  encontrados  sobre  os  determinantes  da  probabilidade  de  empregabilidade,  a  tabela  11  apresenta  uma  não  refutação  ou  confirmação  das  hipóteses  apresentadas  no  trabalho.  Por  exemplo,  verifica­se  que  a  variável  anos  de  escolaridade  é  positiva  e  estatisticamente  significante  para  os  alemães,  apenas,  e  é  negativa e  estatisticamente significativa para os  portuguêses, uruguaios e paraguaios e,  por fim, não é estatisticamente significante para os argentinos e italianos. Outro exemplo  é a variável idade. Esta é um determinante de uma maior probabilidade de estar no setor  informal, comparado com o setor formal, no caso dos argentinos, paraguaios e alemães.  Já no caso dos japonêses a idade é um determinante de menor probabilidade de estar no  setor informal, comparado com o setor formal. Para os outros grupos de imigrantes, esta  variável não foi  estatisticamente significativa.  Em suma, verifica­se que, no caso dos imigrantes internacionais no sul do Brasil,  as variáveis de capital humano, capital cultural e capital social afetam (ou não) de formas  2  Caso queira ver os resultados para a categoria desocupado, ou seja, não estar no setor formal ou informal,  há a tabela com os resultados no anexo 1.

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diferentes as probabilidades dos imigrantes terem um trabalho remunerado e de estarem  no setor informal, comparado com o setor formal. 

Tabela 11: Regressão logística multinominal: determinantes de inserção no  mercado de trabalho. Análise dos determinantes de inserção no setor 

informal (categoria de referência: estar no mercado formal) 

Argentino  Paraguaio  Uruguaio  Alemão  Italiano  Português  Japonês  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  sexo  0.87  1.51*  1.14**  1.09  1.05  0.83  2.70*  escolaridade  0.97  0.91*  0.89*  3.03*  1.04  0.92***  0.90  escolaridade2  0.99***  0.99  1.00  0.95*  0.99  0.99  1.00  idade  1.23*  1.45*  1.03  1.45*  1.17  0.94  0.48*  idade2  0.99*  0.99*  1.00  0.99*  0.99***  1.00***  1.01*  estudou no Brasil  1.22***  1.51*  0.89  1.55  2.11*  0.84  0.91  Experiência no  Brasil  1.02  0.85*  1.03**  0.82*  0.92  0.77*  0.83*  Experiência n  Brasil2  1.00***  1.00*  1.00  1.00*  1.00*  1.00*  1.00  SC  1.67*  0.67**  1.64*  0.49*  2.17*  0.59*  0.95  RGS  0.64*  0.87  1.16  0.75***  1.68*  0.76*  0.52*  reside 11 a 20 anos  0.45*  0.53*  0.51*  1.29  1.26  9.54*  reside 21 a 30 anos  0.33*  0.57***  0.32*  1.52  0.10*  40.63*  23.94*  reside 31 a 40 anos  0.18*  0.81  0.43*  3.14  0.29  144.66*  19.58*  reside 41 ou mais  anos  0.06*  0.04*  0.62  2.01  0.10**  248.57*  47.61*  parda  1.11  0.19*  1.05  .  0.72  0.43**  .  amarela  .  .  .  17.08*  4.58*  outracor  1.09  0.50*  0.70**  .  .  .  casado  0.78*  0.34*  0.64*  0.33*  1.97*  0.70*  0.48*  separado  0.70*  0.56*  0.72*  0.44*  0.09*  0.33*  0.92  viuvo  1.02  1.74*  0.49***  1.93  0.94  0.91  conjuge  0.77*  1.97*  1.99*  1.84*  1.34  1.55*  3.74*  filho  1.43***  1.59***  1.67*  0.45**  0.76  0.44***  outra posição no  domicílio  1.16  1.54***  3.17*  38.56*  7.19*  naturalizado  0.72*  0.90  0.98  0.73***  2.54*  1.04  0.28*  Católica  0.56*  0.30*  0.70*  1.83**  0.50  0.41*  1.17  Evangélica  0.73*  0.20*  1.34*  2.05*  0.83  1.75***  espiritualistas  1.74**  1.20  8.72*  2.35**  .  religião oriental  1.97**  0.50*  2.91  0.33  0.77  outras religiões  1.15  1.05  1.61  N. Amostra  5898  3895  11567  2317  1559  4203  2142  Nagelkerke  0.35  0.48  0.31  0.45  0.53  0.41  0.54  Chi­Square  2185.687  2183.9  3789.08  1173.3  1010.2  1895.856  1414  *Pvalue <= 0.01  ** pvalue <= 0.05  *** pvalue <=0.10  Fonte: análise produzida pela autora, a partir dos dados do censo 2000 do Brasil do IBGE.

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Conclusão 

Este estudo  teve  como  objetivos  centrais  a  análise  comparativa:  a)  do  perfil  dos  imigrantes internacionais no sul do país;  e b) dos determinantes de empregabilidade e de inserção  ocupacional dos imigrantes internacionais naquela região. 

A análise dos perfis dos imigrantes internacionais apresenta uma certa similaridade, entre  os imigrantes latinos, quanto ao fato de serem homens, da cor  branca, idade entre 25 a 44 anos,  residentes no Rio Grande do Sul (exceto os paraguaios que, em maioria, residem no Paraná), com  30  anos  ou  menos  de  moradia  no  Brasil,  casados,  responsáveis    pelo  domicílio  e  católicos.  As  diferenças  maiores,  entre  eles,  encontram­se  na  educação.  Em  geral,  os  argentinos  têm  alta  ou  média educação, os paraguaios têm  baixa ou muito baixa educação e os urugaios têm média ou  alta educação. 

Já no caso dos alemães, italianos, portuguêses e japonêses, as semelhanças encontram­se  no fato de serem homens, de cor branca (exceto os japonêses que, em maioria, definem­se como  amarelos),  entre as idades  de 45 a 60 anos, casados, responsáveis pelo  domicílio, com 31 anos  ou  mais  de  residência  no  país  e  com  moradia  no  estado  do  Paraná.  As  diferenças  encontram­se na educação e na religião. 

Quanto  às  variáveis  determinantes  da  probabilidade  de  empregabilidade  e  de  inserção ocupacional,  verificou­se que as  variáveis de capital  humano, capital cultural e  capital social, analisadas neste estudo, não são positivas e estatisticamente significantes,  para  todos  os  imigrantes.  Os  resultados  mostraram  que  as  hipóteses  não  foram  confirmadas  para  todos  os  grupos  de  imigrantes  e  que,  para  alguns  grupos,  elas  foram  refutadas.  A  partir  destes  resultados,  percebe­se  a  necessidade  de  repensar  aquelas  teorias, quando se refere aos imigrantes internacionais no Brasil. 

Contudo,  não  se  pode  deixar  de  afirmar  que  variáveis  de  capital  humano,  como  educação,  idade  e  experiência,  mais  as  variáveis  referentes  ao  capital  cultural  (de  significado  social)  e  ao  capital  social,  como  posição  na  hierarquia  do  domicílio,  naturalização, religião, entre outras, são importantes para explicar a entrada e localização

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dos  imigrantes  internacionais  no  mercado  de  trabalho  brasileiro.  Entretanto,  sugere­se  fazer  uma  análise  separadamente,  por  grupo  étnico,  para  verificar  quais  variáveis  são  importantes para cada grupo, em específico. 

Anexo 1 

Regressão logística multinominal: determinantes de inserção no mercado de  trabalho. Análise dos desocupados (categoria de referência: estar no 

mercado formal 

Argentino  Paraguaio  Uruguaio  Alemão  Italiano  Português  Japonês  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  Exp(B)  sexo  0.25*  0.17*  0.20*  0.27*  0.18*  0.18*  0.23*  escolaridade  0.85*  0.93***  0.95  1.57*  1.22**  0.99  0.79*  escolaridade2  1.00**  0.99**  0.99*  0.97*  0.99*  0.99*  1.00  idade  0.96  0.98  0.90*  1.07  1.12  1.16**  0.45*  idade2  1.00  1.00**  1.00*  1.00  1.00  1.00  1.01*  estudou no Brasil  0.67*  1.43**  0.56*  1.14  0.66  0.96  0.75  Experiência no  Brasil  0.91*  0.83*  0.99  0.94***  1.13***  0.83*  0.82*  Experiência n  Brasil2  1.00*  1.00*  1.00***  1.00*  1.00  1.00***  1.00***  SC  2.62*  1.52**  0.94  1.06  0.56**  0.28*  0.40*  RGS  1.20***  3.56*  0.58*  1.31***  0.95  0.59*  0.17*  reside 11 a 20 anos  0.45*  0.71  0.64*  0.42**  0.04*  0.56  0.53  reside 21 a 30 anos  0.43*  2.08**  0.87  0.45  0.00*  1.24  7.15  reside 31 a 40 anos  0.48**  4.01*  2.28*  0.06*  0.00*  2.28  12.23***  reside 41 ou mais  anos  0.31*  0.90  3.82*  0.30  0.00*  3.92***  15.34**  parda  0.73**  0.49*  1.64*  .  0.74  .  amarela  .  .  .  3.08*  outracor  2.15*  0.85  0.52*  .  .  0.17*  .  casado  0.75*  1.50*  0.63*  0.35*  1.06  0.94  1.40  separado  0.67*  0.54*  0.70*  0.67  0.93  0.36*  1.12  viuvo  1.64***  1.02  0.09*  1.76  1.09  2.57*  conjuge  2.47*  2.40*  2.89*  3.01*  2.69*  2.35*  6.07*  filho  3.06*  4.53*  2.57*  3.77*  0.29*  1.74**  1.75  outra posição no  domicílio  0.65**  4.49*  4.90*  0.34*  22.11*  16.58*  20.87*  naturalizado  0.64*  0.44*  0.60*  1.03  1.01  0.77*  0.74**  Católica  0.50*  0.72  0.89  0.66***  2.71**  0.53*  1.00  Evangélica  0.73**  0.40*  1.40*  0.81  3.00  2.88*  1.24  espiritualistas  2.03**  0.29**  0.84  0.99  1.77  .  religião oriental  2.81*  0.54*  0.63  1.04  outras religiões  3.83*  1.77  1.55*  .  1.03  1.70  N. Amostra  5898  3895  11567  2317  1559  4203  2142  Nagelkerke  0.35  0.48  0.31  0.45  0.53  0.41  0.54  Chi­Square  2185.687  2183.904  3789.083  1173.34  1010.2  1895.856  1413.97

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*Pvalue <= 0.01  ** pvalue <= 0.05  *** pvalue <=0.10 

Fonte: análise produzida pela autora, a partir dos dados do censo 2000 do Brasil do IBGE. 

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