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O SERVIÇO SOCIAL E O ATUAL PROJETO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 1

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O SERVIÇO SOCIAL E O ATUAL PROJETO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

1

AVILA, Lisélen

2

; AVILA, Evelisen

3

; AGUINSKY, Beatriz

4 1

Trabalho do tipo bibliográfico 2

Assistente Social, Mestranda em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil

3

Acadêmica do Curso de Serviço Social do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

4

Assistente Social e Advogada, Especialista em Direitos Humanos pela Escola Superior do Ministério Público, Doutora em Serviço Social e Professora da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

E-mail: lis_avila@yahoo.com.br; evelisen@live.com; aguinsky@pucrs.br

RESUMO

O presente trabalho pretende discutir acerca do atual projeto de formação profissional do Serviço Social e seus rebatimentos no âmbito da profissão. Explicita as determinações e conformações presentes em tal projeto e que incidem na prática profissional do assistente social. O atual currículo de formação profissional do Serviço Social, de 1996, teve sua constituição alicerçada a partir de uma série de elementos que configuraram o cenário nacional no final da década de 80, e que repercutiram diretamente no Serviço Social brasileiro. A revisão do currículo e da formação profissional atrelou-se a necessidade de análise do Serviço Social a partir da realidade social e dos desafios emergentes, pressupondo a apreensão da vinculação entre a profissão e as novas configurações da questão social, apreendida no interior do processo de reprodução da relação entre capital e trabalho, e a formulação de respostas profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social.

Palavras-chave: Serviço Social; Projeto de Formação Profissional; Exercício profissional.

1. INTRODUÇÃO

O atual currículo de formação profissional do Serviço Social, de 1996, teve sua construção alicerçada a partir de uma série de elementos que configuraram o cenário nacional no final da década de 80, e que repercutiram diretamente no Serviço Social brasileiro. A conjuntura histórica do final dos anos 1970 e início da década de 1980 colocou a revisão do currículo e da formação profissional como uma necessidade histórica.

Esta revisão atrelou-se a necessidade de análise do Serviço Social a partir da realidade social e dos desafios emergentes, pressupondo a apreensão da vinculação entre a profissão e as novas configurações da questão social, apreendida no interior do processo de

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reprodução da relação entre capital e trabalho, e a formulação de respostas profissionais

que potenciem o enfrentamento da questão social.

Nesta perspectiva, o presente artigo pretende discutir acerca do atual projeto de formação profissional e seus rebatimentos no âmbito do Serviço Social. Explicita as determinações e conformações presentes em tal projeto e que incidem na prática profissional do assistente social.

2. O SERVIÇO SOCIAL E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O processo de revisão do currículo mínimo de Serviço Social, aprovado em 1982, foi

desencadeado pela Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social – ABESS e pelo

Centro de Pesquisa e Documentação em Serviço Social – CEDEPSS, durante a gestão que compreendeu o período de 1993 e 1995, sendo oficialmente concluído com a aprovação do novo currículo em 1996 (MACIEL, 2006). Tal projeto, resultado de uma construção coletiva, reafirma o Serviço Social como profissão que deve primar pela qualidade acadêmica, apoiada pela teoria social crítica, tendo o pluralismo como um valor a ser preservado (COUTO, 2004).

O processo de discussão desencadeado nacionalmente pela ABESS/CEDEPSS, na gestão 1993/1995, teve como ponto de partida o projeto de formação profissional construído e implantado a partir do início dos anos 80. Esse projeto, marcado por um movimento de renovação profissional, envolveu as universidades e teve ampla repercussão em manifestações da categoria profissional, como foi o caso das discussões e mudanças no Código de Ética

profissional, nos encaminhamentos dados pelas entidades

organizativas da categoria, além de estimular um conjunto de estudos e pesquisas voltados para a formação profissional do assistente social (ABEPSS/CEDEPSS, 1996, p. 144).

O atual currículo de formação profissional do Serviço Social, de 1996, teve sua construção alicerçada a partir de uma série de elementos que configuraram o cenário nacional no final da década de 80, e que repercutiram diretamente no Serviço Social brasileiro. A conjuntura histórica do final dos anos 1970 e início da década de 1980, marcada por uma grave crise econômica, pela crise da ditadura e acompanhada de uma reorganização política da sociedade civil, colocou a revisão do currículo e da formação profissional como uma necessidade histórica. Segundo Maciel (2006, p. 98-99),

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O inicio das discussões acerca do novo projeto de formação profissional estiveram sustentadas nos avanços garantidos e nas dificuldades apontadas pela efetivação do currículo de 1982; os Códigos de Ética de 1986 e 1993; os debates oriundos das oficinas de âmbito estadual, regional e nacional promovidas pela Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social e o VIII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais – CBAS, ocorrido em 1995.

Tais discussões centraram-se em temáticas relacionadas à direção social da formação, aos eixos fundamentais do currículo, às perspectivas teórico-metodológicas, ao mercado de trabalho e a própria realidade do Brasil. Contudo, a estabelecimento dessas discussões deve-se, fundamentalmente, ao processo de renovação da profissão. De acordo com Maciel (2006, p. 99)

A renovação desta profissão foi desencadeada pelo incremento da produção teórica, que passou a ser incorporada à intelectualidade acadêmica, e do inicio das primeiras pesquisas na área, aliadas à abertura de cursos de Pós-Graduação no país. Além disso, a organização política da categoria, associada às reflexões éticas, oriundas da nova conjuntura brasileira, ou seja, abertura política e reorganização social indicaram que a formação pressupõe estreita articulação com as relações estabelecidas pelas classes sociais, uma vez que o Serviço Social se encontra situado em seu interior.

Partindo desse entendimento, movimentos organizatórios surgiram apontando mudanças no seu projeto político. As reformulações realizadas nos Códigos de Ética de 1986 e 1993 foram significativas.

O Código de Ética de 1986, referência do processo de renovação profissional na perspectiva da ruptura com o Serviço Social tradicional, reafirma a dimensão política da prática profissional. Tal Código avança eticamente no sentido de sua crítica aos valores

universais tomados abstrata e a-historicamente nos códigos anteriores

(ABEPSS/CEDEPSS, 1996). “Sua oposição ao conservadorismo ético-profissional reafirma o processo de avanço teórico-político da profissão legitimando a construção de uma prática comprometida com a transformação profissional” (ABEPSS/CEDEPSS,1996, p. 146).

O Código de Ética de 1993 reafirma o compromisso com a classe trabalhadora, propondo um projeto de superação da ordem burguesa e apontando como mediação

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desencadeadora deste projeto, o exercício profissional competente, a partir de suas dimensões constitutivas, a saber, teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo.

O novo Código de Ética (1993) reafirma o projeto profissional comprometido com as classes trabalhadoras e dá um outro tratamento à dimensão ético-política da profissão: o compromisso com valores e princípios colocados no horizonte de um projeto de superação da ordem burguesa. Assim, o Código de Ética propõe a ampliação da liberdade, concebida como autonomia, emancipação e pleno desenvolvimento dos indivíduos sociais; a consolidação da democracia, enquanto socialização da política e da riqueza socialmente produzida e a defesa da equidade e justiça social enquanto universalização do acesso a bens e serviços relativos aos programas e politicas sociais e à sua gestão democrática (ABEPSS/CEDEPSS, 1996, p. 146-147)

Outro elemento discutido refere-se à identificação das fragilidades da própria formação, como: o ecletismo, as debilidades teórico-metodológicas e as repercussões da crise dos paradigmas. Tais fragilidades deviam-se à indefinição do eixo curricular.

Uma leitura da produção teórica do Serviço Social, nos anos 80/90, sugere que a profissão aprofundou o debate sobre a vertente marxista com importantes rebatimentos na superação das

debilidades teórico-metodológicas da formação profissional.

Também, nessa década, as discussões sobre o pluralismo contribuíram para romper com a perspectiva eclética da formação, além de enfrentar o debate sobre a “crise dos paradigmas” nas ciências sociais e humanas (ABEPSS/CEDEPSS, 1996, p. 148).

No currículo de 1982, a profissão é pensada a partir de disciplinas e/ou teorias sociais que proporcionem a apreensão da realidade, estando o eixo curricular centrado na Teoria e Metodologia. Atualmente, a profissão funda-se no movimento histórico e concreto da realidade social, fazendo-se necessário, para captá-la, do estabelecimento de nexos explicativos que compreendam a História, a Teoria e o Método.

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[...] o fundamento da formação profissional é a realidade social, compreendida criticamente em seu movimento contraditório,

considerando “a realidade do mercado de trabalho, as condições

objetivas do exercício profissional e o jogo de forças presentes numa dada sociedade”, tendo em vista as demandas e exigências sociais “emergentes em face do processo histórico da sociedade brasileira” [...]. A análise da sociedade brasileira é tida, assim, como “base para a definição das diretrizes fundamentais da formação profissional” [...], donde a necessidade de explicitação da sua direção social (ABEPSS/CEDEPSS, 1996, p. 146).

Dessa forma, ressalta-se a necessidade de analisar o Serviço Social a partir da realidade social e dos desafios emergentes. Na busca de se compreender estes desafios, considera-se o próprio movimento histórico da sociedade brasileira durante tal década.

A década de 1990 expressa profundas transformações nos processos de produção e reprodução da vida social. Estas transformações foram determinadas pela reestruturação produtiva, pela reforma do Estado e pelas novas formas de enfrentamento da questão social, apontando, também, para a alteração das relações entre o público e o privado, alterando as demandas profissionais. O trabalho do assistente social é igualmente afetado por estas transformações, resultado das mudanças na esfera da divisão social e técnica do trabalho no cenário mundial. Para Maciel (2006, p. 100),

A questão social, centro da profissão, passa a ser configurada de outra forma, aliada à reforma do Estado e às mudanças na relação entre o público e o privado. Essas relações marcadas pelo fenômeno da globalização, caminham articuladas à efervescência de conflitos étnicos, de gênero, culturais e, também, com o crescimento das organizações não-governamentais e, principalmente, com o agravamento da situação econômica e social de parcelas significativas da população mundial. Essas contradições, geradas pela nova configuração social, indicam demandas renovadas para o Serviço Social.

Neste sentido Couto (2004, p. 44) afirma que,

É preciso compreender o momento histórico vivido no Brasil, no momento em que foi possível para o Serviço Social redesenhar seus

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parâmetros curriculares, pois esse redesenho está vinculado à efetivação da ruptura com o conservadorismo, que tem inicio no movimento de reconceituação, e vai ganhar terreno fértil na democratização do País.

O eixo da formação, pensado a partir dos elementos que dão concretude ao Serviço Social, pressupõe a apreensão da vinculação entre a profissão e as novas configurações da questão social, apreendida no interior do processo de reprodução da relação entre capital e trabalho. O trabalho emerge, assim, como elemento central da realidade social e como componente constitutivo da prática profissional, que deixa de ser tratada como uma prática social abstrata, para configurar-se como trabalho profissional.

[...] Entende-se que é a partir da inserção do Serviço Social nos marcos da expansão do capitalismo monopolista e em face das sequelas da “questão social” no Brasil, que a profissão adquire concretude histórica. É por meio desse eixo fundante que se desdobram as políticas sociais e os padrões de proteção social (ABEPSS/CEDEPSS, 1996, p. 149).

Com relação à formação, quatro aspectos são privilegiados, são eles: a direção social, a realidade social, a intervenção profissional e os eixos curriculares. A direção social, enquanto ideário social, vincula-se ao projeto de sociedade e da categoria profissional; a realidade social evidencia a necessidade de releitura da questão social, historicizando-a e percebendo suas novas configurações; quanto a inserção/intervenção do Serviço Social na realidade, revela-se uma ausência de respostas competentes às demandas atuais e, por fim, os eixos curriculares apontam para a elucidação do que seja questão social, por meio da História, Teoria e Metodologia, que explica a inscrição da profissão no cenário brasileiro.

O marco da redefinição do projeto profissional dos anos 80 foi o tratamento dispensado ao significado social da profissão, enquanto especialização do trabalho coletivo, inserido na divisão social e técnica do trabalho. Esta perspectiva destaca, fundamentalmente, a historicidade do Serviço Social, entendido no quadro das relações sociais entre as classes sociais e destas com o Estado. Implica, pois, em compreender a profissão como um processo, vale dizer, ela se transforma ao transformarem-se as condições e as relações sociais nas quais ela se inscreve (ABEPSS, 2012, p. 50).

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Como complemento, ainda, para tal proposta, são indicados como eixos articuladores do currículo as relações de classe entre Estado e sociedade civil e as demandas específicas da realidade social.

Existem, também, núcleos de fundamentação que traduzem tal projeto de formação profissional. Estes núcleos foram delimitados durante a XXIX Convenção da ABESS/CEDEPSS, realizada em Recife, em novembro de 1995. Compõem estes núcleos: a Fundamentação Teórico-Histórica das Configurações Socioeconômicas, Culturais, Políticas e Teóricas do Ser Social; Fundamentos da Particularidade da Formação Sócio-histórica da Sociedade Brasileira Inserida na Divisão Internacional do Trabalho e Fundamentação do Trabalho Profissional. “[...] Entende-se que a efetivação de um projeto de formação profissional remete, diretamente, a um conjunto de conhecimentos indissociáveis, que se traduzem em NÚCLEOS DE FUNDAMENTAÇÃO, constitutivos da Formação Profissional” (ABEPSS, 2012, p. 53).

Visando facilitar a compreensão destes Núcleos, em setembro de 1996, a ABESS/CEDEPSS enviou novo documento indicando para discussão os seguintes elementos: Serviço Social e Questão Social; Processo de Trabalho do Serviço Social; Projeto de Formação do Serviço Social e a Universidade Brasileira.

Já em novembro deste mesmo ano, no Rio de Janeiro, foi consolidada a proposta nacional de currículo mínimo para os Cursos de Serviço Social. Maciel menciona que

Esta proposta, apresentada durante a II Oficina Nacional de Formação Profissional, legitima as discussões empreendidas pelas regiões através de oficinas locais, estaduais e regionais, e contém como pressupostos norteadores concepção de formação do Serviço Social como uma profissão interventiva no âmbito da questão social e expressa pelas contradições do capitalismo monopolista, cuja mediação com a questão social é realizada pelo conjunto de processos sócio-históricos e teórico-metodológicos, com demandas resultantes do agravamento da questão social [...] (2006, p. 105).

Como princípios da proposta são indicados aspectos como: flexibilidade curricular; rigor teórico, histórico e metodológico com base na adoção de uma Teoria Social Crítica na busca de superação da fragmentação de conteúdos e das dimensões de ensino, pesquisa e extensão. As diretrizes curriculares estão definidas de acordo com esses princípios e visam capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa.

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Compreendem os princípios que definem as diretrizes curriculares da formação profissional: a apreensão crítica do processo histórico como totalidade; a investigação sobre a formação histórica e os processos sociais contemporâneos que conforma a sociedade brasileira, no sentido de apreender as particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo e do Serviço Social no país; apreensão do significado social da profissão

desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade; apreensão das demandas –

consolidadas e emergentes – postas ao Serviço Social via mercado de trabalho, visando formular respostas profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre público e privado e, por fim, o exercício profissional cumprindo as competências e atribuições previstas na Legislação Profissional em vigor (ABEPSS, 2012).

O pressuposto central das diretrizes propostas é a permanente construção de conteúdos (teórico – ético – políticos – culturais) para a intervenção profissional nos processos sociais que estejam organizados de forma dinâmica, flexível assegurando elevados padrões de qualidade na formação do assistente social (ABEPSS, 2012, p. 53).

No que concerne à composição curricular, a ABESS/CEDEPSS indica como principais componentes curriculares a relação de matérias, disciplinas, seminários temáticos, oficinas/laboratórios e atividades complementares, contemplando aspectos referentes a diversas áreas do conhecimento.

Dessa forma, uma nova abordagem curricular é estabelecida. Esta é expressa a partir de uma perspectiva de totalidade e historicidade, traduzida em três núcleos de fundamentos, quais sejam: teórico-metodológicos da vida social; das particularidades da formação sócio-histórica da sociedade brasileira e do trabalho profissional.

Maciel, ao tratar sobre os aspectos referentes à construção curricular e ao perfil profissional no Serviço Social, salienta mudanças significativas nas propostas curriculares do Curso de Serviço Social ao longo da trajetória histórica da profissão:

Uma formação inicial que atendia aos aspectos mais técnicos da profissão, enfatizada nos currículos de 1953/1970, expressa por uma carga horária menor, com disciplinas específicas da profissão e ênfase na aprendizagem prática; uma formação mais política e teórica, destacada no currículo de 1982, expressa por uma ampliação da carga horária, pela incorporação de um conjunto de

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disciplinas afins e pela visão do ensino da prática ser transferida para as disciplinas de estágio; um conjunto de diretrizes curriculares, expressas na proposta de 1996, que sinalizam para uma formação teórica, técnica e política, mas que se preocupa em resgatar o ensino da prática e da pesquisa durante o processo de formação e não apenas nas disciplinas de Estágio e Pesquisa, reforçando o conteúdo teórico e incorporando atividades de caráter complementar que possibilitam uma flexibilidade maior na formação do aluno, atendendo as suas demandas e interesses particulares (2006, p. 106-107).

As alterações nas propostas curriculares evidenciam a própria evolução histórica da profissão no país, bem como apontam para a busca pela constituição da identidade profissional. Conforme Maciel, ainda,

A proposição atual para a formação revela uma tentativa de superação da supremacia de um elemento (vocacional, tecnicista ou politicista) em detrimento dos demais, indicando um amadurecimento da profissão na busca pela efetivação de um perfil profissional sintonizado com a identidade atual da profissão, ou seja, um perfil que habilite para o exercício competente da profissão nas suas dimensões teórico-metodológicas, técnico-operativas e ético-políticas (2006, p. 109).

Evidenciam, também, a compreensão do Serviço Social como uma prática social que, ao inserir-se na dinâmica da sociedade, constrói diferentes e articuladas práticas para consolidar sua identidade e funcionalidade na divisão social e técnica do trabalho, são elas: a prática profissional, a prática científica e a prática política (MACIEL, 2006).

3. CONCLUSÃO

O atual currículo de formação profissional do Serviço Social, de 1996, teve sua construção alicerçada a partir de uma série de elementos que configuraram o cenário nacional no final da década de 80, e que repercutiram diretamente no Serviço Social brasileiro. A revisão do currículo e da formação profissional atrelou-se a necessidade de análise do Serviço Social a partir da realidade social e dos desafios emergentes, considerando-se o movimento histórico da sociedade brasileira durante tal década.

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Neste sentido, a realidade social constitui o fundamento da formação profissional, sendo compreendida criticamente em seu movimento contraditório, pressupondo a apreensão da vinculação entre a profissão e as novas configurações da questão social, apreendida no interior do processo de reprodução da relação entre capital e trabalho, e a formulação de respostas profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social.

REFERÊNCIAS

ABEPSS/CEDEPSS. Proposta básica para o projeto de formação profissional. Revista

Serviço Social & Sociedade. Nº 50. Ano XVII. Abril de 1996. São Paulo: Cortez, 1996.

ABEPSS. Projeto “ABEPSS Itinerante: as diretrizes curriculares r o projeto de

formação profissional do Serviço Social. Brasília: ABEPSS, 2012.

COUTO, Berenice Rojas. As diretrizes curriculares e a política social. In: Revista

Temporalis. Nº. 8. Ano IV. Porto Alegre: ABEPSS, 2004.

MACIEL, Ana Lúcia Suarez. Universidade em crise: uma travessia necessária para a formação em Serviço Social. Tese de Doutorado. Porto Alegre: PUCRS, 2006.

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