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PADRE PEDRO ROTA * Lu Monferrato: anos Lisboa:

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PADRE PEDRO ROTA * Lu Monferrato: 07-06-1861

70 anos

† Lisboa: 08-08-1931

Pe. Pedro Rota foi inspetor e primeiro visitador extraordinário, que no ano de 1908 visitou a Inspetoria do norte do Brasil. Sendo um salesiano que deixou traços indeléveis de salesianidade e de apego a Dom Bosco, embora tenha falecido antes destes últimos trinta anos, merece ser Lembrado nestas primeiras páginas destes traços biográficos.

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Pe. Pedro Rota nasceu em Lu Monferrato, Itália, no dia 7 de junho de 1861. O Servo de Deus Pe. Filipe Rinaldi, comunicando aos salesianos o falecimento do Pe. Pedro Rota, dizia: "com ânimo profundamente triste vos comunic a morte do nosso caríssimo Pe. Pedro Rota, que se deu no dia 8 de agosto em Lisboa, para onde foi enviado como visitador permanente das casas de Portugal. A nossa Sociedade perdeu em Pe. Rota mais um dos pouquíssimos supers-rtes irmãos que tiveram a dita de estudar e amadurecer a própria vocação sacerdotal e religiosa ao lado e quase sob a orientação direta do nosso Santo Fundador Dom Bosco, haurindo a serena jovialidade, a firme prudência e o zelo jvstancável, que teriam caracterizado o longo e fecundo apostolado educativo. Por estes dotes de alma e de coração, pelas múltiplas incumbências por ele desempenhadas sempre com delicadeza e prudência, a sua perda se torna demasia lamente sensível e dolorosa.

"Os pais, vendo-o bom como um anjo e de inteligência não comum, aos nove anos pensaram em encaminhá-lo para o nosso colégio de Borgo São Martinho. Lá passou seis anos entre a escola elementar e ginasial, sob a direção do inesquecível Pe. Bonetti, o qual com sua fé e seu fervor ardentes sabia entusiasmar os seus alunos a desafios angélicos, enquanto com olhar sagaz perscrutava as inclinações, as inspirações e os dotes intelectuais, físicos e morais. Descobrindo germes de vocação, não descuidava de cultivá-los. Assim Pe. Pedro Rota entrou na intimidade de Dom Bosco, que, como ele mesmo repetia nos últimos anos — me quis seu amigo quando eu ainda era menino; mais do que amigo, foi sempre para mim pai muito amado —. Aos 15 anos recebeu o hábito clerical das mãos de Dom Bosco. Depois fez o noviciado aqui, no Oratório, sob a direção do saudoso Pe. Barberis, o primeiro mestre dos noviços da nossa Sociedade. Mas naquele tempo o Mestre era o olho e o porta-voz de Dom Bosco, pois nada se fazia sem a inspiração, o conselho e a aprovação de Dom Bosco, o qual — nas confissões, nos rendicontos e em sugerir os argumentos para as conferências semanais, quando não era ele mesmo que as fazia — plasmava os noviços conforme o seu espírito, preparando-os para ocupações, incumbências e cargos a eles mais convenientes.

"A sacristia, que está 'in cornu Evangelii' sob o altar de Maria Auxiliadora, era a sede do pequeno noviciado de então. Aquele era o Cenáculo onde os noviços se reuniam para todos os exercícios de seu tirocínio, quando estavam livres das ocupações no meio dos alunos do Oratório: Dom Bosco conciliava muito bem as obras de caridade no meio dos jovens com a vida de recolhimento dos noviços! Naquele ambiente o nosso Pe. Rota se formou tão bem que no fim do noviciado o nosso Santo Fundador o estimou digno de

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emitir os santos votos, apesar de ter apenas 16 anos, e fez parte da terceira expedição missionária. Os pais deram licença de boa mente. Assim em 26 de setembro de 1877 emitiu os votos perpétuos e em novembro partiu para a Argentina, levando consigo a alegria que lhe era característica, a disposição a todo sacrifício, o entusiasmo do espírito paterno, todas qualidades que ele iria comunicar aos outros durante toda a sua longa existência."

Estando em Turim o Pe. Luiz Lasagna em 1877, aonde fora buscar pessoal para a incipiente fundação salesiana da República Oriental do Uruguai, passou por acaso junto da aula de canto do Oratório São Francisco de Sales e viu, acompanhando um grupo de cantores, um jovem clérigo. Com o entusiasmo comunicativo que lhe era próprio, o futuro bispo titular de Tripoli chegou-se ao jovem clérigo e lhe disse: "De um músico como tu é que eu precisaria em Montevideu!"

O clérigo, que contava apenas 16 anos e era justamente o nosso Pe. Pedro Rota, disse-lhe com todo o entusiasmo infantil: "Pois estou às ordens". Foram ambos conversar com Dom Bosco e ficou estabelecido para muito breve o embarque do novo missionário para o Uruguai. Dom Bosco fez naturalmente grandes cálculos sobre os trabalhos daquele jovem clérigo que tão bem-disposto se mostrava para trabalhar em prol das almas. Alma de apóstolo sedento de grandes conquistas para o Rei Imortal dos Séculos, deixa sua bela pátria e vem consagrar as energias de sua vida à juventude americana. Era o grande Dom Bosco que o mandava às nossas plagas.

Em Montevideu, o grande filho de Dom Bosco recebeu a ordenação sacerdotal aos 25 de março de 1884, continuando seus trabalhos apostólicos que por 40 anos, sem interrupção de continuidade, deveriam beneficiar o Uruguai e o Brasil. Pouco tempo ficou na República Oriental do Uruguai, porque foi destinado a dirigir um colégio na nossa Pátria. Este colégio foi precisamente o de Santa Rosa em Niterói, o primeiro a ser fundado no Brasil, e foi ele o segundo diretor. Como diretor do Santa Rosa, Pe. Rota desenvolveu e modernizou a tipografia. Em 1890 iniciou a publicação das Leituras Católicas. Em 1892, por ocasião do quarto centenário do descobrimento da América, Pe. Rota, músico de extraor-dinário valor, organizou excelentes programas com os melhores elementos, de dentro e de fora. Aqueles valiosos certames musicais fizeram época e foram apreciados pelos mais seletos auditórios. Nessa mesma ocasião, Pe. Rota mandou traduzir e publicar a vida de Cristóvão Colombo, da autoria do Pe. João Batista Lemoyne, salesiano de Turim. Na revolta da armada em 1893, Pe. Rota atendia no Hospital de Sangue, assistia aos doentes e

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moribundos, dava expediente às coisas que dependiam dele e alegrava os médicos e oficiais com sua culta e amável palavra e com o piano, que tocava admiravelmente. O gesto do diretor do Santa Rosa, que cedeu os edifícios para os doentes, feridos e pobres, foi apreciado e louvado por todos, especialmente pelas autoridades que expressaram oficialmente seus reconhecimentos. Depois que diminuíram os doentes nas enfermarias do colégio, Pe. Rota se ofereceu para assistir os feridos a bordo dos navios revoltosos. Seu oferecimento foi aceito e teve que esperar muitos dias no Rio de Janeiro para conseguir transporte.

As páginas mais belas e marcantes da primitiva história do Colégio Santa Rosa foram sem dúvida no diretorado do Pe. Pedro Rota. A transformação do colégio em Hospital de Sangue e em posto de socorro à população durante a revolta da armada. A assistência espiritual aos atacados pela febre amarela do cruzador italiano "Lombardia", no lazareto da Ilha Grande em fevereiro e março de 1896. A inauguração do Monumento Nacional Mariano, homenagem à Imaculada Conceição e ao 4.° centenário da descoberta do Brasil. Terminada a sua missão no Colégio Santa Rosa, foi novamente chamado a Montevideu, onde por vários anos desempenhou cargos de grande responsabilidade como diretor de Las Piedras, Vila Colon. Estes trabalhos foram de grandes frutos e lhe valeram a gratidão profunda do povo oriental.

Em 1908 é nomeado inspetor do sul do Brasil. Em 1909, celebrou as bodas de prata sacerdotais. Naquela ocasião uma grande comissão, composta de salesianos e de ex-alunos, veio do Uruguai, para homenagear aquele que tanto fizera pela sua pátria. De ano em ano, à medida em que ia se tornando mais conhecido pelas suas virtudes, era amado pelos irmãos de Congregação, pelos alunos e pelos benfeitores. Poucos homens como o Pe. Rota receberam de Deus dotes de tanto valor: energia de vontade, fé esclarecida, inteligência pouco comum, grande facilidade para aprender as línguas com propriedades de pronúncia, eloquência natural, critério e prudência notáveis, facilidade em colher as ocasiões para intervir com uma palavra de efeito surpreendente, habilidade para a música. Certa vez viajava de navio para a Itália, e na sala magna havia uma pessoa que tocava piano. A certa altura, dirigiu a palavra ao Pe. Rota, dizendo: "Está vendo como se toca? O senhor sabe tocar?" Ele respondeu: "Alguma coisa". Sentou-se de costas para o piano e olhando para os ouvintes. Com as mãos para trás, tocou maravilhosamente o Hino Nacional brasileiro. Aquela pessoa, envergonhada, desapareceu da sala. Sua fé profunda lhe inspirava os sacrifícios a que se sujeitava gostosamente para fazer medrar a planta salesiana confiada aos seus cuidados. Largo descortino, visão serena, sabia ele orientar,

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traçar diretivas firmes e inspiradas. Parecia a encarnação do bom senso. Sabia tratar a todos com tanta nobreza e bondade que ganhava facilmente os corações. Mão aberta, não sabia recusar a ninguém o auxílio que lhe pediam. Era admirável Pe. Rota em atender às correspondências. Escrevia corretamente várias línguas e valia-se das cartas para mul-tiplicar a sua atividade. O estilo quase inimitável com que as redigia dava-lhes um cunho característico e uma eficiência rara para conseguir o objetivo colimado. Como seus dias eram cheios de ocupações, para escrever as cartas sacrificava longas horas da noite. Nas viagens aproveitava admiravelmente o tempo e continuava a atender à volumosa correspondência.

Profundamente modesto, furtava-se aos elogios e aos aplausos; mas nem por isso deixou de fazer o bem em larga escala, através de uma vida edificante. Sabia habilmente transferir para a coletividade salesiana a autoria do bem que pessolmente fazia. A Congregação, o Método Educativo de Dom Bosco eram sempre a explicação dos êxitos dos trabalhos que empreendia.

Dos setenta anos que ele viveu, metade os passou no Brasil, ora dirigindo colégios, ora visitando as casas salesianas, sempre cumprindo seus deveres sacerdotais. "Ninguém o excedia em bondade e em doçura." Seus discípulos rodea-vam-no com confiança e alegria de filhos espirituais, certos de que jamais uma palavra áspera, um gesto de enfado, um movimento de hostilidade partiria do "padre diretor ou inspetor".

Em 1925 a obediência o destinou a dirigir a Inspetoria Central do Sagrado Coração, para aproveitar da sua prudência, experiência e conhecimento das línguas em favor dos clérigos do Instituto Teológico Internacional da Crocetta. Pe. Rota aceitou muito resignado a nova obediência e por cinco anos foi o pai bondoso, conselheiro confidente dos nossos clérigos vindos de todas as partes do mundo a Turim, para os estudos teológicos e para informar-se melhor no espírito de Dom Bosco, nas fontes mesmo das suas obras.

Finalmente foi nomeado visitador extraordinário e permanente para Portugal nos anos de 1930 e 1931. Durante este tempo uma bondade natural, uma alegria serena, prudência fina, zelo incansável, foram as características de seu operoso apostolado. Ele soube fazer-se estimar e amar tanto num ano e meio de sua permanência em Portugal, que sua memória será bendita eternamente em toda parte por onde passou, deixando atrás de si uma esteira luminosa de bem duradouro e fecundo.

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"Pe. Pedro Rota foi um homem de raro mérito, digno continuador da grande obra de Dom Bosco, que passou fazendo o bem a todos e mal a ninguém."

DADOS PARA O NECROLÓGIO

P. PEDRO ROTA

* Lu Monferrato: 07-06-1861 † Lisboa: 08-08-1931

Com 70 anos de idade 47 anos de prebisterado Foi inspetor por 22 anos.

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