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Estudo de viabilidade para uma empresa de reciclagem de plástico em Ijuí/RS

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio

Grande do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis,

Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso

KELVIN TRINDADE Profº Orientador: IVO NEY KUHN

ESTUDO DE VIABILIDADE PARA UMA EMPRESA DE

RECICLAGEM DE PLÁSTICO EM IJUÍ/RS

Trabalho de Conclusão de Curso

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KELVIN TRINDADE Profº Orientador: IVO NEY KUHN

ESTUDO DE VIABILIDADE PARA UMA EMPRESA DE

RECICLAGEM DE PLÁSTICO EM IJUÍ/RS

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração.

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ESTUDO DE VIABILIDADE PARA UMA EMPRESA DE RECICLAGEM DE PLÁSTICO NO MUNICIPIO DE IJUÍ/RS ¹

Kelvin Trindade² Ivo Ney Kuhn³

¹ Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Administração da Unijuí.

² Aluno do curso de Graduação em Administração da Unijuí, kelvin.trindade@unijui.edu.br ³ Professor orientador, mestre, curso de Administração da Unijuí, ivok@unijui.edu.br

RESUMO

Introdução: O presente trabalho de conclusão de curso trata da realização de um estudo de viabilidade para uma empresa de reciclagem de plástico no município de Ijuí, onde o foco é verificar a viabilidade financeira de um empreendimento do setor de reciclagem analisando o contexto em que se encontram os fornecedores de matéria prima, os consumidores de produtos reciclados, e demais empresas que atuam nessa área. Além de conhecer e tematizar a situação em que se encontra o município na questão da destinação do lixo reciclado e como os responsáveis pelo setor estão conduzindo os problemas. Outro propósito do estudo é identificar a viabilidade social do empreendimento junto a associações de catadores e demais cidadãos de baixa renda que dependem de material reciclado para viver. Este relatório tem por objetivo servir de instrumento base na execução do plano de negócios, para verificar se o empreendimento é viável nos aspectos econômico-financeiros, e se possui viabilidade ambiental e social. Também possui uma justificativa de grande importância pelo fato de existir grande interesse de gestores públicos em iniciativas sustentáveis, além de contribuir com o meio ambiente e bem estar do município, reaproveitando o material que polui a natureza.

Metodologia: Referente aos objetivos propostos, o estudo é classificado como metodologia de natureza aplicada e como pesquisa exploratória. Em relação à abordagem a pesquisa foi classificada como quantitativa e qualitativa. Quanto aos objetivos, é classificado como exploratória e descritiva, a classificação de acordo com procedimentos técnicos, o trabalho se enquadra como pesquisa de campo, bibliográfica e documental. Os sujeitos da pesquisa foram empresários e representantes de organizações que fazem parte do mercado fornecedor de matéria prima, empresas que compram plástico reciclado para utilizar como matéria prima e empresas concorrentes, esses três tipos de sujeitos serviram para realizar a análise de mercado regional, já para fazer uma análise no âmbito social e ambiental, foram sujeitos da pesquisa a secretária adjunta da Secretaria Municipal do Meio Ambiente do município de Ijuí e um representante da Incubadora de Economia Solidaria Desenvolvimento e Tecnologia Social. Outro sujeito foi um engenheiro mecânico especialista em máquinas recicladoras de plástico e também representante de algumas marcas dessas máquinas na região sul do país, que contribuiu com informações técnicas para o trabalho, indicando o tipo de máquina necessária de acordo como o tipo e a quantidade de plástico a ser processada bem como os orçamentos desses equipamentos. A coleta de dados ocorreu em julho de 2014 através de pesquisa bibliográfica para conceitualização dos assuntos, documentos sistematizadores, entrevistas com roteiros pré-elaborados e observações das organizações visitadas. A análise ocorreu de forma quantitativa e qualitativa, especialmente para a análise quantitativa foi utiliza o software Excel para construir quadros e tabelas.

Resultados e Discussão: Em relação aos resultados da pesquisa foi constatado que a região sul possui 35% das empresas que fazem parte da indústria da reciclagem mecânica de plásticos no Brasil, no Rio Grande do Sul estão 14% do total dessas empresas do país. O

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Brasil recicla cerca de 20% de todo o plástico utilizado por ano. Também foi constatado durante a pesquisa que entre 2003 e 2012 a produção de plástico reciclado cresceu 39% e o faturamento das empresas nesse período dobrou. Durante a pesquisa foi descoberto que o processo de reciclagem não era igual para todos os plásticos e nem o preço para comercialização, por isso foi preciso escolher os tipos de materiais a serem processados, no caso foi escolhido o polietileno de alta e baixa densidade (PEAD e PEBD), polipropileno (PP) e o poliestireno (PS) devido ao processo de reciclagem e o valor de mercado. No município de Ijuí apenas 3,6% do lixo doméstico é destinado a reciclagem, o que demonstra uma grande dificuldade que município possui para destinar o lixo corretamente, e segundo o órgão competente a principal dificuldade é a conscientização da população para a separação do lixo, o lixo reciclável é levado até as associações de catadores onde o material é separado e posteriormente comercializado. A comercialização total de plásticos pelas empresas localizadas em Ijuí por mês chega a: 11.620 kg de PEAD; 5.800 kg de PEBD; 3.180 kg de PP; 4.400 kg de PS, levando em conta essa informação, foi estimado que nas principais cidades do Noroeste do Rio Grande do Sul que são: Santa Rosa, Santo Ângelo, Ijuí e Cruz Alta. A empresa consiga comprar sucata de plástico nas seguintes proporções por mês: 42.192 kg de PEAD, 21.060 kg de PEBD, 11.547 kg de PP e 15.976 kg de PS. Outro item a ser destacado é a localização das empresas recicladoras de plásticos no Rio Grande do Sul, onde 71% se localizam na região metropolitana de Porto Alegre, seguidos pela região da Serra com 12%, região norte com 10% e região sul com 6%. Essas empresas podem ser divididas em três grupos de acordo com o processo de produção, onde 60% delas apenas trituram e lavam os plásticos, 25% apenas realizam o processo de extrusão e 15% das empresas recicladoras realizam o processo completo de reciclagem. O preço médio por kg de plástico reciclado cotado no mercado é de R$ 3,40 o PS preto, 4,35 o PS branco, 3,50 o PP preto, R$ 4,30 o PP branco, R$ 3,95 o PEAD preto, R$ 4,90 o PEAD colorido e R$ 4,00 o PEBD. Na estruturação do trabalho em relação à parte financeira, o valor do investimento inicial foi estimado em R$ 1.216.542,45, dividido em três grupos: investimento pré-operacional no valor de R$ 11.100,00; investimento fixo obteve o valor de R$ 871.970,00 e capital de giro, necessário para o início das atividades da empresa, foi estimado em R$ 333.472,45 financiamento do investimento total. A composição do capital será de 33% do capital próprio e 67% do capital será de terceiros, financiados, que será utilizado especialmente para aquisição de máquinas para produção, totalizando um montante de R$ 812.945,63. A receita total projetada para o primeiro mês é de R$ 256.120,00, e para o primeiro ano foi projetado uma receita total de R$ 3.073.440,00 a expectativa de crescimento para os cinco primeiros anos é de aproximadamente 28%. Foi calculado também o ponto de equilíbrio onde mostra que para a empresa precisa operar com lucro, precisa ter uma receita superior a 57,38% do planejado. O empreendimento tem como taxa interna de retorno de investimento 47,30% a.a, apresentando o investimento como rentável, superando a taxa mínima de atratividade definida pela empresa que é de 12%. A lucratividade mensal apresentada é de 14,53%, resultado positivo para a empresa. No valor total dos investimentos realizados a rentabilidade obtida foi de 3,06%. A disponibilidade de caixa no primeiro ano da empresa será no valor de R$ 454.070,39. O valor investido terá o retorno para o empreendedor a partir do segundo ano de atuação, tendo o

Payback de 33 meses. Sendo assim, o relatório indica que grandes chances desse

empreendimento obter sucesso caso implementado. Também foi elaborada uma análise de sensibilidade onde a empresa se encontraria em um cenário pessimista em que a receita total seria 20% abaixo do planejado simulando uma baixa no preço do produto, e não haveria crescimento nos primeiros cinco anos, o que geraria um resultado líquido disponível no caixa de R$ 327.563,52, onde a lucratividade seria de 9,61%, a rentabilidade seria de 1,62% e o prazo de retorno do investimento seria 62 meses, porém neste cenário seria viável investir no negócio mas com um prazo maior para o retorno, pois a taxa interna de retorno seria de

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15,14% no prazo de dez anos, para superar a taxa mínima de atratividade. Nessa condição a empresa iria recuperar o investimento após nono ano de atividade, de acordo com o payback atualizado.

Conclusão: O estudo permitiu conhecer o processo de coleta e destinação do lixo no município de Ijuí e quantificar os resultados, também possibilitou identificar as dificuldades no processo e a maneira como as autoridades lidam com o problema. Foi identificado a quantidade necessária de investimentos e suas possíveis fonte. Também foi possível concluir que a implantação da empresa no município em um cenário favorável, é viável, pois mostrou um excelente desempenho financeiro, apresentado uma lucratividade mensal de 14,53% sobre a receita bruta, uma rentabilidade mensal de 3,06% e uma taxa interna de retorno de 54,48%. Porém no caso de um cenário desfavorável, conforme análise realizada, simulando uma queda de 20% no preço do plástico reciclado, que afetaria diretamente a receita bruta da empresa e sem projeção de crescimento nos primeiros cinco anos, ela não se tornaria viável para investidores, pois sua taxa interna de retorno seria inferior a taxa mínima de atratividade. Nesse estudo os resultados indicam que esse empreendimento terá dificuldades para expansão em função da busca por matéria prima que deverá ocorrer em municípios da região e em função do espaço físico para a empresa, que exige uma grande área para realização das atividades operacionais. O trabalho também mostra a viabilidade social onde as pequenas empresas, associações e cooperativas de catadores que sobrevivem da comercialização de materiais recicláveis, acreditam que a instalação de uma empresa recicladora de plásticos em Ijuí ou na região agregaria valor aos seus materiais e sua empresa e contribuiria para comercialização desses materiais pelo valor de mercado. O trabalho também aponta situações que podem ser exploradas em outros estudos, que são as dificuldades em que o município possui para destinação e tratamento correto do lixo doméstico e a conscientização da população de como descartar tudo o que consumimos.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 01 - Ciclo de reciclagem do plástico ... 44

FIGURA 02 - Moinho ... 72

FIGURA 03 - Tanque de decantação ... 78

FIGURA 04 - Secadora ... 78

FIGURA 05 – Aglutinador ... 79

FIGURA 06 - Extrusora ... 79

FIGURA 07 - Ponte rolante ... 80

FIGURA 08 - Estação de tratamento de água ... 80

FIGURA 09 - Organograma da empresa ... 84

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - Tipos de estrutura de plano de negócios na visão de quatro autores ... 19

QUADRO 02 – DRE e Fluxo líquido anual de caixa ... 34

QUADRO 03 - Padrão de codificação dos plásticos recicláveis ... 40

QUADRO 04 - Amostragem de empresas por região ... 50

QUADRO 05 - Empresas da indústria de reciclagem mecânica de plástico ... 51

QUADRO 06 - Capacidade de produção por região ... 52

QUADRO 07 - Preço médio de venda ... 56

QUADRO 08 - Dias e locais da coleta seletiva em Ijuí ... 60

QUADRO 09 - Empresas comercializadoras de materiais recicláveis em Ijuí ... 61

QUADRO 10 - Média de preço e quantidade de plástico comercializado pelas empresas .... 56

QUADRO 11 - Quantidade de material plástico comercializado pela Acata ... 64

QUADRO 12 - Preço do plástico matéria prima para reciclagem ... 65

QUADRO 13 - Estimativa de plástico sucata para comercialização em outros municípios .. 66

QUADRO 14 - Análise dos concorrentes ... 69

QAUDRO 15 - Cotação do plástico reciclado ... 72

QUADRO 16 - Variação de preço ... 73

QUADRO 17 - Preço do produto ... 75

QUADRO 18 - Produtos ... 77

QUADRO 19 - Fluxo de produção ... 81

QUADRO 20 - Layout de produção ... 83

QUADRO 21 - Investimentos pré operacionais ... 86

QUADRO 22 - Investimentos fixos ... 87

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QUADRO 24 – Matéria prima inicial ... 89

QUADRO 25 – Investimento total inicial ... 89

QUADRO 26 – Estrutura e custo do capital ... 89

QUADRO 27 – Resumo do financiamento ... 84

QUADRO 28 - Depreciação ... 90

QUADRO 29 – Projeção de receitas ... 91

QUADRO 30 – Regime tributário ... 91

QUADRO 31 – Custo fixo ... 92

QUADRO 32 – Custo de mão-de-obra ... 92

QUADRO 33 - Demonstrativo de resultado do exercício ... 93

QUADRO 34 - Projeção de crescimento anual ... 94

QUADRO 35 - Lucratividade ... 95

QUADRO 36 - Lucratividade anual ... 95

QUADRO 37 - Rentabilidade ... 96

QUADRO 38 - Rentabilidade anual ... 96

QUADRO 39 - Payback ... . 96

QUADRO 40 - Valor atual liquido ... 98

QUADRO 41 - Payback atualizado ... 98

QUADRO 42 - Taxa interna de retorno ... 99

QUADRO 43 – DRE em cenário desfavorável ... 100

QUADRO 44 – Lucratividade em cenário desfavorável ... 100

QUADRO 45 – Rentabilidade em cenário desfavorável ... 101

QUADRO 46 – Payback em cenário desfavorável ... 101

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 - Número de empresas recicladoras ... 50

GRÁFICO 02 - Produção e nível operacional ... 52

GRÁFICO 03 - Principais mercados demandantes de produtos plásticos reciclados ... 53

GRÁFICO 04 - Índice de reciclagem mecânica de plástico pós consumo ... 53

GRÁFICO 05 - Origem do resíduo consumido ... 54

GRÁFICO 06 - Taxa de reciclagem de resíduos sólidos pós consumo Europa/Brasil ... 55

GRÁFICO 07 - Empregos gerados pela IRmP ... 55

GRÁFICO 08 - Faturamento bruto da IRmP (em milhões) ... 56

GRÁFICO 09 - Demanda brasileira por tipo de resina em 2010 ... 58

GRÁFICO 10 - Destino do lixo no município de Ijuí ... 66

GRÁFICO 11 - Localização das empresas recicladoras de plástico no RS ... 66

GRÁFICO 12 - Percentual de empresas por processo produtivo ... 67

GRÁFICO 13 - Tipo de matéria prima ... 70

GRÁFICO 14 - Demanda mensal de matéria prima PEBD ... 70

GRÁFICO 15 - Demanda mensal de matéria prima PEAD ... 71

GRÁFICO 16 - Demanda mensal de matéria prima PP ... 71

GRÁFICO 17 - Demanda mensal de matéria prima PS ... 72

GRÁFICO 18 - Comparação do preço da matéria prima ... 73

GRÁFICO 19 - Forma de pagamento a fornecedores ... 74

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LISTA DE ABREVIATURAS

Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico

Acata – Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Ijuí ARL6 – Associação de Recicladores da Linha 6

Cempre – Compromisso Empresarial para Reciclagem CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

DRE – Demonstrativo de Resultado de Exercício EVA – Etileno e Acetato de Vinila

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IRmP – Indústria de Reciclagem mecânica do Plástico

ITECSOL – Incubadora de Economia Solidária Desenvolvimento e Tecnologia Social PE – Ponto de Equilibrio

PEAD – Polietileno de Alta Densidade PEBD – Polietileno de Baixa Densidade PET –Politereftalato de Etileno

Plastivida – Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos PP – Polipropileno

PS – Poliestireno

PVC – Policloreto de Vinila

SMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente TIR – Taxa Interna de Retorno

VAL – Valor Atual Líquido VLP – Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 13 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14 1.1 Apresentação do Tema ... 14 1.2 Questão de Estudo ... 14 1.3 Objetivos ... 15 1.3.1 Objetivo Geral ... 15 1.3.2 Objetivos Específicos ... 15 1.4 Justificativa ... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17 2.1 Planejamento ... 17 2.2 Empreendedorismo ... 17 2.3 Plano de Negócios ... 18

2.3.1 Estrutura do plano de negócios ... 19

2.3.2 Análise de Mercado ... 20 2.3.2.1 Análise do Setor ... 20 2.3.2.2 Segmento de Mercado ... 21 2.3.2.3 Mercado Consumidor ... 22 2.3.2.4 Mercado Concorrente ... 22 2.3.2.5 Mercado Fornecedor ... 23 2.3.3 Plano de Produção ... 24

2.3.3.1 Tipos de Sistemas de Produção ... 24

2.3.3.2 Layout... 25

2.3.4 Plano de Marketing ... 26

2.3.4.1 Produto (Posicionamento) ... 27

2.3.4.2 Preço ... 27

2.3.4.3 Praça (Canais de distribuição) ... 28

2.3.4.4 Promoção ... 28 2.3.5 Plano Financeiro ... 29 2.3.5.1 Investimentos ... 30 2.3.5.2 Depreciação ... 30 2.3.5.3 Financiamento ... 31 2.3.5.4 Custos e receitas ... 32

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2.3.5.5 Demonstrativo de resultado do Exercício (DRE) e Fluxo Líquido anual de Caixa

... 33

2.3.5.6 Avaliação econômica e financeira ... 34

2.3.5.6.1 Técnicas simplificadas ... 35 2.3.5.6.2 Técnicas complexas... 36 2.4 Plásticos ... 39 2.5 Resíduos Sólidos ... 41 2.6 Sustentabilidade ... 41 2.7 Logística Reversa ... 42 2.8 Reciclagem ... 42

2.8.1 Tipos de Reciclagem de Plástico ... 43

2.8.1.1 Reciclagem Química ... 43

2.8.1.2 Reciclagem Mecânica ... 44

2.8.1.3 Reciclagem Energética ... 45

3 METODOLOGIA ... 46

3.1 Classificação da pesquisa ... 46

3.2 Sujeitos da pesquisa e Universo amostral ... 47

3.3 Coleta de dados ... 47

3.4 Análise e interpretação dos dados ... 48

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 49

4.1 Análise de mercado ... 49

4.1.1 Análise do setor ... 49

4.1.2 Segmento de Mercado... 57

4.1.3 Diagnóstico setorial do mercado fornecedor ... 58

4.1.4 Análise do Mercado Concorrente ... 66

4.1.5 Análise do Mercado Consumidor ... 69

4.2 Plano de Marketing ... 75

4.2.2 Praça (Canais de distribuição) ... 76

4.2.3 Promoção/Propaganda ... 76 4.3 Produtos e processos ... 77 4.3.1 Tecnologia ... 77 4.3.2 Processo de Produção ... 80 4.4 A Empresa ... 83 4.5 Plano Financeiro ... 85

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4.5.1 Investimentos e financiamento ... 86

4.5.2 Depreciação, manutenção e seguros... 90

4.5.3 Custos e receitas ... 91

4.5.5 DRE e fluxo liquido anual de caixa ... 93

4.5.6 Avaliação econômica e financeira... 94

4.5.6.1 Técnicas simplificadas ... 95 4.5.6.2 Técnicas complexas... 97 4.5.7 Análise de Sensibilidade ... 99 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ... 104 REFERÊNCIAS ... 106 APÊNDICES ... 109

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo a elaboração de um estudo para verificar a viabilidade de implantação de uma empresa de reciclagem de plástico doméstico, no município de Ijuí. O estudo é elaborado na forma de estudo de viabilidade, que é uma ferramenta muito importante que contribui expressivamente para implantação e gestão de uma nova organização, reduzindo incertezas e criando projeções para a tomada de decisões. Esse estudo também explora temas oportunos ao tema central, como as tecnologias voltadas para o mercado, sustentabilidade e logística reversa, bem como a tipificação de resíduos sólidos urbanos e tipos de materiais plásticos e embalagens produzidas e descartadas pelo homem na natureza.

O trabalho está dividido em cinco partes, a primeira contextualiza o estudo, onde é apresentado o tema do trabalho e os objetivos, tanto geral como específicos e a justificativa do estudo.

A segunda parte contempla o referencial teórico, que abrange a fundamentação das questões de estudo vistas em sala de aula como estratégia, planejamento, planejamento estratégico, plano de negócios, análise financeira, e os voltados a dimensão técnica do tema em estudo, os quais são, sustentabilidade, logística reversa, resíduos sólidos e urbanos e sua tipificação, enfim temas de extrema importância para o alcance dos objetivos propostos e para esgotar o tema a ser estudado e também para o desenvolvimento do relatório final.

A terceira parte envolve a metodologia, onde foram definidas algumas dimensões que levaram a um adequado método de planejamento e desenvolvimento da pesquisa, que são: a classificação do estudo, classificando pela sua natureza, abordagem, objetivos e procedimentos técnicos, a coleta de dados e análise, espaço destinado para explicitar como se foram obtidos os dados necessários para responder os objetivos, e como foram tratados os dados a coletados, sujeitos da pesquisa, como os sujeitos da pesquisa foram definidos.

A quarta e ultima parte abrange a análise e interpretação dos dados, mostrando os dados que foram colhidos durante o processo de pesquisa e a maneira de como foram tratados para que o objetivo principal fosse atingido.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Nesse capítulo é apresentado o tema, formulação da questão a ser estudada, e os objetivos, geral e específicos, e a justificativa do estudo.

1.1 Apresentação do Tema

Diante do contexto econômico-social atual, aonde o consumo de bens e serviços vem aumentando dia após dia, a população é beneficiada com tanta oferta de produtos, o que acaba proporcionando uma vida mais confortável e cômoda. No entanto esse conforto e comodidade acabam gerando um problema para a sociedade que às vezes passa despercebido.

Esse problema está vinculado ao alto consumo de resíduos e embalagens plásticas e o descarte destes resíduos domésticos que em sua grande maioria ocorre de maneira incorreta. A fim de contribuir para o desenvolvimento do município e diminuir os danos ao meio ambiente é apresentado este tema que trata da busca da destinação correta de resíduos plásticos domésticos através da reciclagem, o que requer um estudo de mercado considerando alguns aspectos mais importantes: como o estudo do mercado consumidor e mercado fornecedor, bem com a logística de materiais, investimentos em infra-estrutura, etc. Esse é um mercado com crescimento expressivo, em função de a sociedade estar se conscientizando da importância de destinar corretamente o lixo.

1.2 Questão de Estudo

Diante do tema apresentado acima, formula-se a seguinte questão:

É viável a implantação na cidade de Ijuí de uma empresa de reciclagem de resíduos plásticos domésticos no âmbito econômico, técnico e ambiental?

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1.3 Objetivos

Os objetivos trazem de forma resumida os resultados esperados do trabalho, e dessa maneira são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Elaborar um projeto de viabilidade econômica, técnico e ambiental para implantação de uma empresa de reciclagem de resíduos plásticos domésticos na cidade de Ijuí.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral, é necessário delimitar objetivos específicos dentro do trabalho, que somados irão conduzir o desfecho do objetivo geral, os quais seguem a seguir: - Conhecer e tematizar a destinação dos resíduos plásticos domésticos;

- Identificar os investimentos e possíveis fontes; - Identificar o mercado fornecedor de matéria prima; - Identificar o mercado consumidor do produto; - Verificar a viabilidade técnica do empreendimento; - Verificar a viabilidade financeira do empreendimento; - Caracterizar a viabilidade social e ambiental do negócio;

1.4 Justificativa

Os plásticos e seus resíduos são bens duradouros e tendem a permanecer por muito tempo no local em que forem depositados, além disso, é possível perceber que o descarte incorreto causa inúmeros impactos ao meio ambiente e inclusive a saúde humana.

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Cerca de 20% do lixo doméstico é composto por plásticos que na grande maioria das vezes vão parar em lixões e aterros sanitários. De acordo com Cempre (2014) em 2010 apenas 19% dos plásticos foram reciclados no Brasil, diante dessa situação observa-se uma oportunidade de negócio a ser estudada.

Como a criação de uma organização é algo complexo e possui alguns riscos, será utilizada a metodologia de estudo de viabilidade, na busca de minimizar os riscos e incertezas que possam surgir e garantir a assertividade nas projeções de viabilidade.

A implantação de uma empresa de reciclagem no município de Ijuí, além de trazer benefícios para o meio ambiente em função de propiciar a redução do descarte incorreto do lixo doméstico, também terá uma contribuição social para o município, que poderá contribuir para a conscientização da população em relação ao descarte correto dos resíduos domésticos, outra contribuição, é no âmbito econômico, pois possibilita a injeção de recursos financeiros, redução de custos produtivos, geração de empregos e renda, aquecimento e estímulos a outros mercados. Na esfera política colabora para elaboração de um programa de destinação correta de resíduos sólidos, além de contribuir com a redução do impacto ambiental desses resíduos.

Este trabalho também é de grande importância no meio acadêmico, pois poderá servir como fonte de pesquisa para demais projetos e trabalhos que venham a ser desenvolvidos na área. Também para a universidade poder avaliar a competências e habilidades adquiridas pelo aluno ao longo da formação acadêmica.

Ao acadêmico, permite o aprofundamento do conhecimento adquirido em sala de aula, proporcionando uma nova experiência e o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias de um profissional e ainda conhecer e identificar novos mercados e oportunidades de negócios.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico consiste na fundamentação teórica, pelo qual procura dar sustentação e permite levantar dados e informações contextuais para qualificar e conceituar a problemática em estudo.

Para Demo (1991), permite ainda conhecer quadros de referência alternativa, atualizar-se na problemática teórica, elaborar precisão conceitual e investir na consciência critica.

2.1 Planejamento

Uma das etapas mais importantes da elaboração de um plano de negócios é o planejamento, que pode ser considerado como uma base para o plano de negócios.

O planejamento na visão de Ackoff (1981, p. 1) é a definição de um futuro desejado e de escolher os meios mais eficazes de alcançá-lo.

Já Baggio e Lampert (2010), analisando o ponto de vista empresarial, definem planejamento como um processo que estabelece objetivo, define linhas de ação e planos detalhados para atingi-los e determina os recursos necessários à consecução dos mencionados objetivos.

Assim pode se dizer que o planejamento auxilia a empresa na projeção de seu futuro, contribuindo para o alcance dos objetivos traçados, englobando decisões que atinja a organização em todos o níveis de curto a longo prazo.

2.2 Empreendedorismo

O empreendedorismo, tema este que tem sido muito debatido em várias instancias nos últimos anos e que vem ganhando cada vez mais espaço no meio acadêmico e organizacional, está ligado a mudanças e inovação, e principalmente com o sucesso de organizações e de pessoas. Por isso é um tema muito importante a ser tratado e fundamentado em um plano de negócios.

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Na visão de Dornelas (2012) o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto levam a transformação de idéias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso.

Já Kirzner (1973), tem uma visão um pouco diferente, para ele empreendedor é aquele que cria uma um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente.

Muito se ouve falar em empreendedorismo, e muitas são suas definições. Mas com base nas definições dos autores acima se pode dizer que empreendedorismo, envolve-se num processo de mudanças, que resulta em algo novo, dentro ou fora de uma empresa, com valor agregado, e requer comprometimento, esforço e conhecimento dos riscos.

2.3 Plano de Negócios

O plano de negócios é fundamental para o processo empreendedor e para o sucesso de uma nova organização, ele deve ser utilizado por qualquer um que queira transformar uma idéia em negócio.

Dornelas (2012, p. 99) expõe o plano de negócios da seguinte maneira:

O plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócio que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios.

O Sebrae (2014) tem uma definição um pouco diferente de plano de negócios, é definido como:

Um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócios permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.

No contexto organizacional, Dornelas (2012), refere-se ao plano de negócios como uma ferramenta de gestão que deve traduzir as atividades e processos da organização em um documento que sintetize e explore as potencialidades do negócio, bem como os riscos inerentes a ele. E também mostrar a viabilidade e a probabilidade de sucesso do empreendimento.

O plano de negócios contribui em vários fatores dentro e fora de uma organização, como exemplo, ele pode ser utilizado na busca por recursos financeiros, como

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financiamentos, ampliação da empresa busca de novos sócios, investidores, etc. E internamente contribui para melhorias na gestão, identificação de oportunidades, entender e estabelecer diretrizes, bem como realizar o planejamento da organização, definir diretrizes que possam traçar o melhor caminho para a empresa trilhar, e reduzir os riscos e incertezas.

2.3.1 Estrutura do plano de negócios

O plano de negócios não possui uma estrutura Especifica isso devido às particularidades e semelhanças de cada negócio, Dornelas (2012), alega ser impossível definir um modelo padrão de plano de negócios que seja universal e aplicado a qualquer negócio. Kuhn e Dama (2009) especificam que qualquer plano de negócio, no entanto, deve ter um mínimo de seções que proporcionarão um entendimento completo do negócio.

Quadro 1 – Tipos de estruturas de plano de negócios na visão de quatro autores

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A fim de contribuir para maior entendimento e acrescentar referências ao projeto, o quadro 1 apresenta algumas estruturas de planos de negócios sugeridas por quatro autores.

Como um plano de negócios permite uma análise de viabilidade, este trabalho seguirá uma estrutura de plano de negócios com base nos principais aspectos para tal análise, e seguirá com base na estrutura proposta por Kuhn e Dama (2009).

2.3.2 Análise de Mercado

De acordo com Kuhn e Dama (2009), a análise de mercado compreende estimativa do mercado atual e futuro do produto a ser produzido e/ou comercializado, bem como o dimensionamento da oferta e demanda.

Já Salim et al (2005, p. 79) definem da seguinte maneira:

Uma pesquisa de mercado consiste em conseguir determinar características do mercado, suas expectativas, necessidades, aceitação ou rejeição de alguma idéia, produto ou pessoa, através de um processo de consulta de uma amostra de mercado. O objetivo de uma análise de mercado, segundo Kuhn e Dama (2009) é determinar a quantidade de bens e serviços demandados por uma unidade de negócios que, em certa área geográfica, e sob determinadas condições de venda (preço, prazo, entrega), a comunidade poderá adquirir.

Diante do exposto acima é possível observar a forte relação que uma análise de mercado possui com a produção, onde a partir de uma análise de mercado é possível identificar a necessidade ou excesso de um produto no mercado, identificar as preferências dos consumidores e então definir um programa de produção condizente com a necessidade encontrada. Além de contribuir para análise e formulação das estratégias da empresa.

2.3.2.1 Análise do Setor

A análise do setor na concepção de Kuhn e Dama (2009) deve ser feita na forma de um breve histórico do mercado nos últimos anos a fim de analisar as tendências do setor para os próximos anos em que pretende atuar neste mercado

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Os mesmos autores ainda escrevem que esta análise é realizada para avaliar qual a tendência ou comportamento do setor em que será desenvolvido o negócio, a fim de observar se o setor está estagnado, em crescimento ou em declínio.

Dornelas (2012, p. 151) sugere que ao realizar uma análise de setor seja possível responder as seguintes perguntas:

- Quais fatores estão influenciando as projeções de mercado? - Por que o mercado se mostra promissor?

- Qual o tamanho do mercado em reais, número de clientes e competidores? - Como o mercado está estruturado e segmentado?

- Quais as oportunidades e ameaças desse mercado?

A análise de setor é super importante para um plano de negócios, para conhecer o mercado o qual será inserido, tendo condições de avaliar o comportamento do mesmo verificando tendências para o negócio e evitando situações que possam prejudiciais a nova organização.

2.3.2.2 Segmento de Mercado

A identificação do segmento de mercado é a etapa de um plano de negócios que sucede a análise do mercado. Kuhn e Dama (2009, p. 43) definem seguimento de mercado da seguinte maneira:

O segmento de mercado consiste em identificar um grupo de possíveis consumidores a partir de suas preferências. Ou seja, identificar um conjunto de consumidores que possuam necessidades e desejos em comum. A necessidade de agrupar clientes semelhantes permite utilizar estratégias de comercialização mais eficazes.

Complementando a definição de segmento de mercado, Dornelas (2012, p. 153) escreve que:

Quando se define um segmento de mercado, está-se definindo um grupo de pessoas com características similares, necessidades e desejos comuns, e que serão o foco de vendas da empresa. No caso de empresas que tenham como clientes outras empresas, a idéia é a mesma, e o segmento de mercado será definido por empresas com características similares as quais deverão comprar os produtos/serviços que sua empresa disponibilizará no mercado

O segmento de mercado contribui para a empresa identificar seu publico alvo, e também para que a mesma se posicione de acordo com o seu mercado, contribuindo para aumento nas vendas e assertividade de suas ações estratégicas.

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2.3.2.3 Mercado Consumidor

Para Chiavenato (2012) o mercado consumidor é o conjunto de pessoas ou organizações que procuram bens ou serviços que uma empresa vende para satisfazer suas necessidades.

A análise do mercado consumidor serve de subsidio para as estratégias de marketing da empresa. Para realizar essa análise Kuhn e Dama (2009) elencam algumas questões a serem respondias, são elas: Quem é o possível comprador do produto/serviço idealizado pela empresa? Quanto eles estão dispostos a pagar pelo produto? Porque ele está comprando? Qual a freqüência de compra?

Essas questões podem ser respondidas através de questionários aplicados diretamente aos consumidores do segmento. A partir das respostas a área de marketing da empresa utilizará as informações para elaborar estratégias, das quais podemos citar a maneira de posicionar o produto ou posicionar a empresa ou marca em relação ao mercado.

2.3.2.4 Mercado Concorrente

Em uma análise de mercado, tão importante quanto à análise do mercado consumidor é a análise do mercado concorrente, tendo em vistas que esses vão oferecer produtos e serviços similares, e vão disputar os mesmos consumidores, conforme explica Dornelas (2012, p. 156):

Conhecer a concorrência é dever de qualquer empreendedor que queira competir e vencer no mercado. A importância de uma análise criteriosa dos principais concorrentes fica evidente quando a empresa precisa estabelecer uma estratégia de marketing e conhecer quais alternativas de produtos/serviços existem no mercado onde sua empresa atua e ainda por que os clientes alvos optam por outro produto. Para Chiavenato (2012) o mercado concorrente é composto pelas pessoas e organizações que oferecem mercadorias ou serviços similares ou equivalentes àqueles que se pretende colocar no mercado consumidor.

Kuhn e Dama (2009, p. 47) sugerem que a análise seja feita da seguinte forma:

Deve-se avaliar o diferencial do produto/serviço para o cliente, a qualidade do produto, o preço do produto, os canais de distribuição, a localização da concorrência, as garantias, a capacidade de produção, o público-alvo que o concorrente atinge, os seus principais fornecedores, os pontos fracos da concorrência, se existe sazonalidade nas vendas e fornecimento de matéria-prima, o

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faturamento, a lucratividade, a tecnologia utilizada, a publicidade e propaganda, a flexibilidade, o quadro de empregados (número e qualidade), entre outros.

A análise de mercado deve ser realizada de forma comparativa, onde se deve comparar os atributos da empresa em questão com os dos concorrentes, assim é possível se auto-avaliar em relação aos concorrentes, identificando pontos fortes e fracos de concorrentes e de suas empresa. Os resultados encontrados poderão ser explorados ou corrigidos, dependendo o caso, pela organização e utilizados para traçar estratégias em várias áreas e principalmente o marketing.

2.3.2.5 Mercado Fornecedor

Para Chiavenato (2012) o mercado fornecedor é o conjunto de pessoas ou organizações que suprem a sua empresa de insumos e serviços necessários ao seu funcionamento.

Cada tipo de empresa utiliza um tipo matéria prima diferente, devido as especificidades dos serviços que presta ou dos bens que produz. Kuhn e Dama (2009, p.48) sugerem que sejam aplicados alguns critérios de classificação de fornecedores, para que possam ser analisados e avaliados, a seguir os critérios:

– Quais serão seus principais fornecedores? (Identifique-os). – Onde estão localizados? Qual a procedência?

– Quais os critérios utilizados pelo fornecedor para a concessão de crédito? – Que fatores levará em consideração no ato da compra (preço, qualidade, prazo de pagamento, entrega, etc.)?

– Existem cotas mínimas de compra? – Qual o prazo médio de entrega?

– Qual o prazo médio de pagamento concedido? – Identifique os fornecedores por tipo de matéria-prima.

– Em que termos a matéria-prima é adquirida (por unidade, a granel, por tonelada...)? Com que freqüência?

– Existem vantagens fiscais nos potenciais fornecedores?

– Que tipo de auxílio gerencial e/ou técnico os potenciais fornecedores suprirão? – E os fornecedores de bens de capital, qual o comprometimento com o negócio? Após avaliar o potencial de cada fornecedor, a empresa deve selecionar os que melhor suprirão as suas necessidades e firmar contratos para garantir o fornecimento. Uma boa análise de fornecedores é necessária para trazer subsídios para o plano de produção, o qual poderá estimar os custos de produção e elaborar estratégias, referentes a custos, estoques e demais atividades relacionadas à área.

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2.3.3 Plano de Produção

A produção é um dos principais processos econômicos e o meio em que o trabalho do homem gera riqueza, por isso o plano de produção de produção é de extrema importância, visto que em toda unidade produtiva, há pessoas, equipamentos, recursos dispendiosos que devem ser usados da melhor maneira possível, a fim de garantir a eficiência.

Chiavenato (2012) destaca que o plano de produção descreve o processo produtivo desde a chegada matéria-prima até produto acabado, os equipamentos envolvidos, incluindo quantidades e custos de manutenção, e os demais insumos (tipos e quantidades).

Harding (1981) descreve que o objetivo do plano de produção é satisfazer as datas de entregas aos clientes com o mínimo de custo total, por meio do planejamento da sequência das atividades de produção.

A partir das definições acima, é possível perceber o quão importante o plano de produção é importante para um plano de negócios. O plano de produção dentre outras coisas possibilita planejar o fornecimento de materiais no tempo e no local certos, utilizar os recursos disponíveis de maneira mais eficiente possível, melhor a utilização da mão-de-obra, fornecer informações gerências para diretores da empresa, além de contribuir diretamente com a área de marketing para o cumprimento de seu plano focando o desequilíbrio da produção, as faltas e as necessidades das atividades relacionadas às vendas.

2.3.3.1 Tipos de Sistemas de Produção

De acordo com Pasqualini e Siedenberg (2009), existem diversas maneiras de apresentar as classificações dos sistemas de produção. De modo geral, no entanto, todos os critérios que servem como base para as classificações relacionam-se com os elementos do modelo: de input ao processo de transformação e output.

Slack, Chambers e Johnston (2008) destacam cinco tipos de produção para empresas industriais:

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a) Processos de Projeto: quando cada produto tem recursos dedicados exclusivamente para ele, são customizados. Além disso, os períodos de manufatura são longos. Exemplos: a construção de navios, do túnel sobre o canal da mancha, etc.

b) Processos de Jobbing: possuem uma alta variedade de tipos de produtos e baixos volumes de produção, e cada produto deve compartilhar os recursos de operação com diversos outros. Os processos de jobbing produzem mais itens e, na maioria das vezes, menores se comparados aos processos de projeto. Os exemplos são: restauradores de móveis, alfaiates, gráfica que produz ingressos, etc.

c) Processos em Lotes ou Bateladas: neste tipo de processo as operações acabam se repetindo, pelo menos enquanto se produz o lote e o grau de variedade é menor do que nos processos de jobbing. Exemplos: a produção de alimentos congelados, de peças para automóveis, de roupas, etc.

d) Processos de Produção em Massa: são processos quase ininterruptos, com alto volume de produção e variedade estreita. Cada produto deve compartilhar os recursos de operação com diversos outros. Os exemplos são: automóveis, TVs, eletrodomésticos, CDs, etc.

e) Processos Contínuos: produzem maiores quantidades e menores variedades se comparados aos processos de produção em massa e têm como exemplos: as indústrias petroquímicas, de eletricidade, as siderúrgicas, etc.

2.3.3.2 Layout

Para que o plano de produção obtenha resultados positivos e atinja seus objetivos, entra em cena outro assunto muito importante no que diz respeito à produção, que é o layout (ou arranjo físico), que trata da organização interna da empresa.

Pasqualini e Siedenberg (2009, p. 63) expõem que:

O layout de uma operação produtiva preocupa-se com a localização física dos recursos de transformação. Definir o arranjo físico é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. O arranjo físico é uma das características mais evidentes de uma operação produtiva porque determina sua “forma” e aparência.

Segundo o International Labour Office (2014), Layout é:

A posição relativa dos departamentos, seções ou escritórios dentro do conjunto de uma fábrica, oficina ou área de trabalho manual ou intelectual; dentro de cada

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departamento ou seção; dos meios de suprimento e acesso às áreas de armazenamento e de serviços, tudo relacionado dentro do fluxo de trabalho.

Entre os principais objetivos de um bom arranjo físico Pasqualini e Siedenberg (2009, p. 65) citam:

a) proporcionar segurança inerente: o que significa que todos os processos que podem representar perigo, tanto para a mão-de-obra quanto para os clientes, não devem ser acessíveis a pessoas não-autorizadas. Saídas de incêndio devem ser claramente sinalizadas,com acesso desimpedido. Passagens devem ser claramente marcadas e mantidas livres;

b) manter a extensão do fluxo: o fluxo de materiais, informações ou clientes deve ser canalizado pelo arranjo físico de forma a atender aos objetivos da operação. Em muitas operações, isso significa minimizar as distâncias percorridas pelos recursos transformados.

c) possibilitar a clareza de fluxo: todo o fluxo de materiais e clientes deve ser sinalizado deforma clara e evidente para clientes e para a mão-de-obra. Operações de serviço, em geral, usam roteiros sinalizados, como alguns hospitais, que adotam faixas pintadas no chão com diferentes cores para indicar o roteiro para os diferentes departamentos;

d) proporcionar o conforto da mão-de-obra: ou seja, a mão-de-obra deve ser alocada para locais distantes de partes barulhentas ou desagradáveis da operação. O arranjo físico deve prover um ambiente de trabalho bem ventilado, iluminado e, quando possível, agradável;

e) facilitar a coordenação gerencial: a supervisão e coordenação devem ser facilitadas pela localização da mão-de-obra e dispositivos de comunicação;

f) possibilitar o acesso: o que significa que todas as máquinas, equipamentos e instalações devem estar acessíveis para permitir adequada limpeza e manutenção; g) fazer o bom uso do espaço: todos os arranjos físicos devem permitir uso adequado do espaço disponível da operação;

h) ter flexibilidade de longo prazo: os arranjos físicos devem ser mudados periodicamente à medida que as necessidades de operação mudam.

2.3.4 Plano de Marketing

O plano de marketing para Kuhn e Dama (2009, p. 59) explica “como a empresa irá vender o seu produto/serviço, ou seja, quais os métodos e meios que utilizará para atingir seus objetivos de vendas.” Desta forma, a necessidade de um planejamento é fundamental.

Westwood (2007) expõe que o plano de marketing, além do plano de negócios, também pode ser utilizado para:

- preparar um argumento para introduzir um novo produto - renovar a abordagem de marketing para os produtos existentes

- criar um plano de marketing departamental, divisional ou empresarial a ser incluído no plano de negócios ou corporativo da empresa

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Hisrich e Peters (2004, p. 223) sugerem que “O plano de marketing descreve condições de mercado e estratégias relacionadas ao modo como os produtos e serviços serão distribuídos, apreçados e promovidos”.

As estratégias de marketing, as quais devem ser definidas através do plano de marketing são os meios e métodos que a empresa deverá utilizar para atingir seus objetivos. As estratégias são definidas de acordo com o composto de marketing, ou os 4 Ps (quatro pés): produto, preço, praça e propaganda.

2.3.4.1 Produto (Posicionamento)

Dornelas (2012, p. 98) estabelece que “posicionar o produto no mercado significa direcionar o produto para atender as às expectativas e necessidades do cliente alvo no segmento de mercado definido”.

Kuhn e Dama (2009) afirmam que no segmento de mercado deve ser definido o público-alvo. O posicionamento do produto significa direcioná-lo para este público a fim de atender às expectativas e necessidades supridas pelo seu produto.

Posicionando o produto a empresa estabelece uma imagem do produto junto aos clientes, tentando se diferenciar de alguma forma da concorrência.

2.3.4.2 Preço

Para Kuhn e Dama (2009) o preço é uma ferramenta muito importante na elaboração de uma estratégia de marketing, pois afeta diretamente a demanda e a imagem do produto, como também determina a lucratividade da empresa.

A estratégia de preços que a empresa adota para um produto ou uma família de produtos interfere diretamente na imagem do produto no mercado e no segmento que irá consumir o produto.

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2.3.4.3 Praça (Canais de distribuição)

Segundo Dornelas (2012), os canais de distribuição envolvem as diferentes maneiras que a empresa pode adotar para levar o produto até o consumidor. Refere- se aos canais de marketing, a distribuição física e aos serviços ao cliente.

Cada empresa decide utilizar o canal que lhe for mais conveniente, o canal que proporciona maior agilidade e eficiência. Pode ser destacada a venda direta e venda indireta.

Na venda direta a empresa comercializa diretamente (com equipes de venda) junto ao consumidor final, podendo também ser responsável pela entrega (distribuição) ou delegando esta a terceiros. Algumas empresas gerenciam toda a cadeia produtiva, desde a produção de matéria-prima, processo produtivo, comercialização e distribuição.

Nas vendas indiretas a empresa fica apenas com a produção, utilizando atacadistas que comercializam para os varejistas, que, por sua vez, disponibilizam para os clientes finais, podendo também a empresa que produz vender diretamente aos varejistas e representantes empregando estratégias de preços.

2.3.4.4 Promoção

Kunh e Dama (2009, p 61) definem promoção da seguinte maneira:

A promoção é um estímulo utilizado para aumento das vendas do produto/serviço, sendo também bastante empregada para estimular a venda de novos produtos. A propaganda tem como objetivo levar a informação desejada ao público selecionado, com a finalidade de informar e reforçar o conceito do produto/serviço.

Ainda Kuhn e Dama (2009) sugerem que a promoção é um estímulo utilizado para aumento das vendas do produto/serviço, sendo também bastante empregada para estimular a venda de novos produtos.

Em resumo, pode se relacionar a promoção como sendo a forma de proporcionar ao cliente vantagens econômica e de ocasião. A propaganda tem como objetivo levar a informação desejada ao público selecionado, com a finalidade de informar e reforçar o conceito do produto/serviço.

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2.3.5 Plano Financeiro

De acordo com Dornelas (2012), o plano financeiro deve apresentar em números todas as ações planejadas para a empresa e as comprovações, através das projeções para o futuro (quanto necessita de capital, quando e com que propósito), de sucesso do empreendimento. Deve conter os principais demonstrativos que são: Blanco patrimonial, demonstrativo de resultados e demonstrativo de fluxo de caixa, todos projetados com um horizonte mínimo de três anos. Esses demonstrativos permitirão uma análise de viabilidade do negócio, a qual Dornelas (2012) expõe que para realizá-la, são geralmente utilizados os instrumentos: análise de ponto de equilíbrio, prazo de retorno sobre o investimento inicial (payback), taxa interna de retorno (TIR) e valor presente liquido (VLP).

Para Ferrari (2013) o plano financeiro é uma parte do plano de negócios que trata de um conjunto de informações financeiras, como controles e planilhas de cálculos, sistematizados em diferentes documentos, os quais são compostos de previsões das operações e servem como ferramentas gerenciais para o planejamento financeiro da empresa e também para verificar e avaliar se haverá viabilidade e o retorno do investimento. Por isso o plano financeiro é requisitado por investidores.

Na visão de Kunh e Dama (2009, p. 36):

a seção que trata do plano financeiro deve representar em valores todas as projeções feitas das etapas anteriores, as necessidades de investimento para montar a estrutura de funcionamento do empreendimento e início da atividade (investimento inicial, mais capital de giro e investimentos auxiliares, como registros, reserva técnica). Delineado o volume de recursos a ser investido, esta parte deverá descrever também a estrutura financeira, ou seja, a estrutura de capital, ou melhor, como estes recursos serão financiados (capital próprio, capital de terceiro). Este plano deve projear ainda os custos (fixos e variáveis) e as receitas, bem como o fluxo líquido anual de caixa e o demonstrativo de resultado dos exercícios (DRE), de todos os exercícios que abrangem o plano de negócio.

A área financeira é a parte final do plano de negócios. Nela apresentam-se os dados em valores (R$), indicadores e taxas necessárias para ver se o empreendimento é viável ou não. Na concepção de Kuhn e Dama (2009), as etapas que compõem o plano financeiro são a descrição dos investimentos a ser realizados no empreendimento, a maneira de como será obtido os recursos, a fonte dos recursos para os investimentos, os custos e as receitas projetadas especificamente para cada período e a construção dos demonstrativos de resultado (DRE) e do fluxo de caixa.

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2.3.5.1 Investimentos

Para Kuhn e Dama (2009, p. 64), investimento de um “empreendimento tem por objetivo estimar o total de recursos de capital necessários para o estabelecimento do negócio”. Essa estimativa servirá como base para realização da análise financeira do empreendimento

Com uma visão semelhante, Dolabela (2008, p. 221) afirma que investimento “É o valor que o empresário necessita gastar para iniciar sua empresa, acrescido do valor que deverá reservar para o primeiro mês de funcionamento até que o dinheiro das vendas comece a entrar em seu caixa”.

Tanto Dolabela (2008) quanto Kuhn e Dama (2009) dimensionam os investimentos em: despesas pré-operacionais que são gastos efetuados antes que o empreendimento comece a funcionar, geralmente em alvarás e licenças; investimentos fixos os quais constituem o patrimônio da empresa sendo compostos de máquinas e equipamentos até imóveis e veículos, e por ultimo o capital de giro inicial que são os recursos que irão sustentar o negócio até o mesmo começar a gerar receitas.

Visto a importância dos investimentos alguns autores sugerem que seja feita uma reserva técnica com um percentual do valor total do investimento, para que possam cobrir gastos imprevistos ao por em prática o plano de negócios ou mesmo, o negócio apresentar um desempenho inferior ao planejado.

2.3.5.2 Depreciação

A depreciação é defina por Dolabela (2008) como um procedimento que define um valor que a empresa reconhece como perda, por desgaste ou obsolescência de seu imobilizado, onde cada bem possui um percentual de seu valor de aquisição que deve ser deduzido da receita liquida por período conforme previsão de durabilidade e vida útil de cada classe de bens.

Na mesma linha de pensamento Gitman (2010) define depreciação como uma parte dos custos do ativo imobilizado que a empresa pode lançar contra as suas receitas anuais. A depreciação pode ser deduzida do lucro liquido, para tributação, porém esse valor volta ao

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caixa da empresa como disponibilidade, para que em algum momento a empresa possa adquirir novos bens. A depreciação pode ser calculada pela fórmula a seguir:

O valor do bem se trata do valor pelo qual ele foi adquirido, já o valor residual, é o valor pelo qual o bem pode ser vendido após o período de sua vida útil. Há casos onde o bem é depreciado totalmente no fim de sua vida útil, nesse caso apenas deve ser desconsiderado o valor “valor residual” da fórmula.

Dolabela (2008) ainda lembra que a depreciação aparece duas vezes no demonstrativo de resultado, uma entrada e uma saída, que serve para lembrar que em algum momento a empresa irá precisar desse dinheiro para repor algum bem.

2.3.5.3 Financiamento

Chiavenato (2012, p. 255), define financiamento como “uma operação por meio da qual a empresa obtém recursos financeiros de terceiros para o capital de giro ou para os ativos circulantes temporários e permanentes, bem como para o investimento”.

Complementando a citação acima, Kuhn e Dama (2009) sugerem que em um plano de negócio ou análise de viabilidade, no item financiamento, deve ser descritas as possíveis fontes de financiamento, juntamente com os custos de seus respectivos capitais.

Ainda Kuhn e Dama (2009) acrescentam que as fontes de financiamento são divididas em capital próprio e capital de terceiros, e devem apresentar a composição do capital juntamente com o custo de cada um. É importante a especificação do custo do capital, para orientar a definição da taxa mínima de atratividade (TMA).

Para Kuhn e Dama (2009) o custo do capital pode ser calculado através de média ponderada, onde o custo médio ponderado do capital reflete o custo médio esperado de fundos a longo prazo que financiarão o negócio, encontrado pela ponderação de cada tipo específico de capital por sua proporção na estrutura de capital do empreendimento, somando-se os valores ponderados, conforme a fórmula a seguir:

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Onde:

W(i,p, s) – Representa o peso ponderado de cada capital em relação ao capital total investido;

K(i,p, s) – Representa a taxa percentual de custo de cada capital captado.

2.3.5.4 Custos e receitas

Kuhn e Dama (2009, p. 70) definem que “os custos são determinados pelos recursos necessários para a manutenção da estrutura e para a produção do produto/serviço comercializado.”

Kuhn e Dama (2009) ainda defendem uma maneira simples e eficaz de classificação dos custos que é utilizada para avaliação e estudos destes no empreendimento, onde todos os custos podem ser classificados em custos fixos ou custos variáveis.

Os custos fixos são definidos por Kuhn e Dama (2009, p. 71) da seguinte maneira como “custos que existirão independentemente do nível de atividade da empresa”. Ou seja, custos fixos são independentes do volume de produção da empresa, vão existir com uma empresa produzindo ou não, são exemplos de custos fixo, os alugueis, depreciação, etc.

Os custos variáveis segundo a definição de Kuhn e Dama (2009, p. 72) “são aqueles que variam numa relação direta com o nível de atividade ou de utilização da capacidade do empreendimento.

Para Kuhn e Dama (2009, p. 70) as receitas “expressam o resultado da quantidade vendida pelo preço de venda.”

Complementando Kuhn e Dama (2009, p 72), observam que “as receitas são o fluxo de recursos financeiros resultantes da comercialização dos produtos/serviços do negócio a cada período (dia/mês/ano).”

O estudo e o conhecimento sobre os custos e as receitas são de grande valia para a gestão financeira de um empreendimento, pois os custos têm um impacto direto na formação

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do preço de vendo do produto ou serviço, podendo comprometer a competitividade da empresa no mercado ou sua lucratividade, o que atinge as receitas.

2.3.5.5 Demonstrativo de resultado do Exercício (DRE) e Fluxo Líquido anual de Caixa

Para Dornelas (2012), a demonstração de resultado do exercício uma disposição ordenada e sintética das receitas e das despesas da empresa.

Na mesma linha de pensamento Gitman (2010, p. 41) afirma que “a demonstração de resultado fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa durante um determinado período.”

De forma semelhante Chiavenato (2012, p. 284) afirma que o demonstrativo de resultado, “[...] mostra as conseqüências – o lucro ou o prejuízo – das operações da empresa realizadas em um determinado período, bem como os fatores – despesas e receitas – que determinaram esse resultado positivo ou negativo.”

Seguindo a linha de pensamento dos autores, a disposição ordenada ou o resumo das despesas e receitas, podem ser observados no quadro 2, onde o primeiro valor disposto é a receita bruta total e dela são deduzidos os abatimentos, vendas canceladas e impostos sobre as vendas, resultando na receita liquida. Da receita liquida são deduzidos os custos dos produtos ou serviços, o resultado dessa subtração é o lucro operacional bruto, deste são deduzidos as despesas operacionais, que tem por resultado o lucro operacional, que é acrescido das recitas não operacionais ou deduzidos as despesas não operacionais que são resultados de compra ou venda de imóveis, lucros ou perdas com investimentos, e gera o resultado antes do imposto de renda. Do resultado antes do imposto de renda é subtraído o valor ou provisão do imposto de renda, se o resultado for positivo será o lucro liquido da empresa e se for negativo será prejuízo do exercício, após esse resultado ainda deve ser somado o valor da depreciação que irá formar o fluxo liquido anual do caixa.

Em relação ao fluxo de caixa Chiavenato (2012, p. 267) descreve como ”o movimento de entradas e saídas de recursos financeiros do caixa”

Dolabela (2008, p. 220) de forma semelhante diz que o fluxo de caixa “consiste no acompanhamento das entradas e saídas de recursos financeiros no caixa da empresa”.

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O fluxo de caixa consiste no acompanhamento das entradas e saídas de recursos financeiros, e o fluxo líquido anual de caixa mostra o resultado anual líquido do ano.

O fluxo de caixa pode ser considerado como uma ferramenta de grande valor para a administração financeira de um empreendimento, essa ferramenta auxilia o gestor no controle das disponibilidades do caixa e possibilita um planejamento de atividades, pagamentos, investimentos, etc, em função das projeções de entradas e saídas do caixa.

No quadro 2, encontra-se o fluxo de resultados juntamente com o de caixa. De acordo com Kuhn e Dama (2009) este quadro resume as informações necessárias para realização de uma análise financeira.

Quadro 2 – DRE e Fluxo liquido anual de caixa

Fonte: Kuhn e Dama (2009, p. 75)

2.3.5.6 Avaliação econômica e financeira

A avaliação econômica e financeira tem por objetivo verificar o desempenho de um empreendimento e o retorno sobre o capital investido, assim, Megliorini e Vallim (2009 apud

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Kuhn e Dama 2009, p. 77) “destacam que a análise de investimentos é o modo de antecipar, por meio de estimativas, os resultados econômicos e financeiros oferecidos pelos negócios”.

Kuhn e Dama (2009, p. 78) sugerem que para verificar a viabilidade econômica devem ser utilizadas técnicas que são subdivididas em: Técnicas Simplificadas (lucratividade; rentabilidade; ponto de equilíbrio; payback period) e Técnicas Complexas (payback atualizado ou descontado; taxa interna de retorno – TIR); Valor Presente Líquido (VPL).

2.3.5.6.1 Técnicas simplificadas

As técnicas simplificadas possuem essa denominação por serem fáceis de aplicar e obter os resultados e também por não levarem em consideração o custo do capital no tempo.

a) Lucratividade

Para Kuhn e Dama (2009, p. 79) “a rentabilidade expressa a relação entre o lucro líquido e o investimento total necessário para a implantação do plano de negócio”. A lucratividade pode ser encontrada através da fórmula a seguir, quanto maior for o resultado deste cálculo, melhor para a empresa.

b) Rentabilidade

De acordo com Kuhn e Dama (2009, p. 79) “A rentabilidade expressa à relação entre o lucro líquido e o investimento total necessário para a implantação do plano de negócio”, ela pode ser calculada pela seguinte fórmula:

Este índice também utilizado como parâmetro por investidores, pois indica o retorno do negócio em relação aos investimentos aplicados, por isso quanto maior esse índice melhor.

c) Ponto de Equilíbrio

Segundo Kuhn e Dama (2009, p. 80) “ o ponto de equilíbrio corresponde ao nível de atividade em que as receitas de vendas são iguais ao total dos custos operacionais variáveis e fixos, determinando um valor nulo ao lucro operacional”.

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O Ponto de equilíbrio pode ser calculado seguinte fórmula:

O resultado deste cálculo deve ser multiplicado por cem, assim o resultado será em %, o que define quanto por cento da receita bruta deve ser obtido para que seja alcançado o ponto de equilíbrio, a partir desse valor a empresa começa a obter lucro.

d) Payback Period

O período de Payback ou payback simples destaca-se pela sua simplicidade e ampla utilização pela gestão de empresas. Seu cálculo é utilizado para verificar o tempo necessário para recuperação do valor total investido. Kuhn e Dama (2009, p.81) afirmam que “o método considera, em essência, o prazo necessário para que o montante do dispêndio de capital efetuado seja recuperado por meio dos fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento”.

Em complemento, Dornelas (2012, p. 181) afirma que “um projeto de investimento é mais atraente quanto menor for o tempo para recuperar o investimento inicial, ou seja, quanto menor for o seu prazo de payback”. Porém o payback simples possui a desvantagem de não considerar os custos do capital no tempo e também de não considerar o os fluxos de caixa após o payback.

2.3.5.6.2 Técnicas complexas

As técnicas complexas levam em consideração o custo do capital no tempo e são mais difíceis de serem elaboradas, são elas:

– Valor Presente Líquido (VPL); – Payback period atualizado – Taxa Interna de Retorno (TIR)

a) Valor presente líquido (VLP)

A técnica de avaliação denominada valor presente líquido é considerada por vários autores como uma técnica sofisticada por considerar o valor do dinheiro no tempo.

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Essas técnicas descontam os fluxos de caixa a uma taxa especifica, TMA ou custo do capital. Gitman (2010, p. 369) afirma que essa taxa “[...] consiste no retorno mínimo que um projeto precisa proporcionar para manter inalterado o valor de mercado da empresa”.

Na definição de Kuhn e Dama (2009, p. 82) ”o VPL reflete a riqueza em valores absolutos do investimento, medido pela diferença entre o valor presente de todas as entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa”, que é calculado pela seguinte fórmula:

Onde:

E (1,2,..,.n) = Fluxos futuros esperados de entrada de caixa, ou seja, fluxos operacionais líquidos de caixa gerados pelo investimento ou negócio;

So = Investimento Inicial;

S (1,2,..,.n) = Fluxos esperados de saída de caixa; TMA = Taxa Mínima de Atratividade do investimento

Kuhn e Dama (2009, p. 83) explicam como interpretar o índice encontrado:

O critério de aceitação/rejeição do método é bastante simples: é considerado atraente todo investimento que apresente um VPL maior ou igual a zero. A partir deste ponto acumula riqueza. Projetos com VPL negativo indicam um retorno inferior à taxa mínima de atratividade requerida, revelando ser economicamente desinteressante sua aceitação, pois ele destrói riqueza.

Da mesma forma Dornelas (2012, p 181) explica que “se o VLP for positivo, o projeto é viável, pois o valor presente dos futuros fluxos de caixa é maior que o investimento inicial. Caso contrário, o projeto deve ser rejeitado”.O VLP é um índice que submetido a uma taxa de desconto previamente definida serve para verificar a viabilidade do negócio além de estimar as perdas ou ganhos de capital e valor de mercado que esse empreendimento terá, contribuindo para atrair investidores.

b) Payback period atualizado

O payback descontado é semelhante ao payback simples, porém seu diferencial é a correção do valor no tempo, o que é uma das desvantagens do simples.

Kuhn e Dama (2009, p. 82) ainda complementam com o seguinte:

Esta técnica desconta a valor presente os fluxos futuros de caixa do negócio sob análise. Neste caso, a primeira questão a ser resolvida é a determinação da taxa de

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