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Avaliação de três espécies de eucalipto no município de Ajuricaba - RS

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1 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

José Brum

AVALIAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES DE EUCALIPTO NO MUNICÍPIO DE AJURICABA – RS

IJUÍ

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - BRASIL DEZEMBRO DE 2012

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2 JOSÉ BRUM

AVALIAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES DE EUCALIPTO NO MUNICÍPIO DE AJURICABA – RS

Trabalho para Conclusão do Curso de Agronomia ao Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI.

Orientador: Prof Msc Osório Antonio Lucchese

Ijuí – RS Dezembro – 2012

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3 TERMO DE APROVAÇÃO

JOSÉ BRUM

AVALIAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES DE EUCALIPTO NO MUNICÍPIO DE AJURICABA – RS

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca

abaixo subscrita.

Ijuí, 10 de dezembro de 2012.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Osório A. Lucchese ______________________________________ DEAg/UNIJUI – Orientador

Eng. Florestal Jorge Schirmer_____________________________________ IRDeR/DEAg/UNIJUI

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4 DEDICATÓRIA

“Dedico este trabalho para toda minha família, principalmente aos meus pais Gilberto Antonio Brum e Maria Beatriz Brum pelo esforço e dedicação durante esses anos de graduação e aos meus irmãos Cristiano Brum e Leticia Brum que sempre me apoiaram e incentivaram para minha formação acadêmica e minha namorada Carolina Kuchak Rosin que me ajudou a nunca desistir desta etapa de minha vida.”

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5 AGRADECIMENTOS

“ Agradeço a Deus pelo que conquistei até agora, mas peço a Ele para me dar sabedoria para conquistar muito mais. A Nossa Senhora da Imaculada Conceição do Barreiro que ilumine meu caminho, e ao meu santo protetor São José que me guie.

Ao meu Orientador: Prof Msc Osório Antonio Lucchese pelos ensinamentos e a dedicação em me orientar para a realização deste trabalho.

Ao Eng. Florestal Jorge Schirmer, que dispôs de seu tempo para me levar até as áreas estudadas em Ajuricaba/RS e me ajudou na correção de alguns cálculos.

Aos colegas, amigos do Curso de Agronomia Ângelo Casagrande Filho, Fernando Lucas Kroth Eickhoff, Itamar Uhde Mafalda, Juliano Gaviraghi e Tiago Uecker pelo apoio na coleta dos dados.

Ao funcionário Dilson Fracaro pela ajuda na coleta das amostras de solo. Aos Silvicultores de Ajuricaba em especial ao Sr. Oldemar Soares.”

(6)

6 AVALIAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES DE EUCALIPTO NO MUNICÍPIO DE

AJURICABA – RS

Aluno: José Brum

Orientador: Prof Msc Osório Antonio Lucchese

RESUMO

A madeira de Eucalyptus sp. é importante fonte de matéria-prima, apresentando rápido crescimento e boa forma do fuste. O presente trabalho tem por objetivo avaliar três espécies de eucalipto (E. dunnii, E. grandis e E. saligna) em quatro sítios de produção, com 57 meses de idade no município de Ajuricaba – RS. Em cada área por espécie foram demarcadas três amostras com 400 m², objetivando definir o Diâmetro na altura do peito (DAP) a altura e área basal (AB). Dentro de cada parcela amostrada foi identificada e abatida a árvore média, produzindo o fator forma (FF) e, consequentemente, o volume das parcelas. Todos os valores totalizados foram transformados de parcela para hectare. Para a coleta das amostras de solo em cada sítio de produção foi efetuado a coleta de 9 amostras, 3 sub amostras em cada espécie onde foram misturadas para obter uma amostra composta para o sítio, foram coletadas de 0 a 20 cm de profundidade com pá de corte. As análises de solo apresentaram valores médios que atestam o bom potencial de crescimento dos sítios. Os resultados alcançados apresentando valores médios de DAP de 0,143 m, altura comercial de 14,72 m, altura total de 18,21 m, AB de 18,83 m². ha-1, fator forma de 0,503 e VOL.ha-1 de 141,32 m³. Para altura total, na área 04 os valores médios foram superiores a área 02. Os demais valores foram intermediários e não se diferenciaram entre os extremos, significativamente. Tendo uma altura total máxima de 21,43 m e mínima de 14,30 m. Apesar de diferenças estatísticas significativas para algumas variáveis observadas a análise de variância, não houve detecção de diferenças estatísticas significativas, pelo Teste de Tukey a 5%, para a maioria das variáveis, tanto entre os sítios, espécies ou sua interação.

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7 SUMÁRIO

Página

INTRODUÇÃO...9

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...11

1.1 Caracterização do gênero Eucalyptus...11

1.1.1 Eucalyptus dunnii...11

1.1.2 Eucalyptus grandis...12

1.1.3 Eucalyptus saligna...13

1.2 Produtividades de Eucalyptus...14

1.2.1 População e Manejo Florestal...14

1.2.2 Variáveis Dendométricas...15

1.2.3 Qualidade do Solo...17

2. MATERIAIS E MÉTODOS...20

2.1 Local de estudo ...20

2.2 Tratamentos aplicados e Delineamento experimental...21

2.3 Coleta dos dados...21

2.4 Tabulações dos cálculos e Análise Estatística...22

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO...23

3.1 Caracterização dos sítios de plantio...23

3.2 Caracterização das Densidades e Intensidades de Desbaste...24

3.3 Resultados dendrométricos...25

3.3.1 Diâmetro na altura do peito (DAP) e diâmetro na altura do peito com desbaste simulado (DAP Desbaste)...27

3.3.2 Altura comercial e Altura Total...29

3.3.3 Área Basal (AB) e Área Basal com desbaste simulado (AB Desbaste)...31

3.3.4 Fator Forma...32

3.3.5 Volume por hectare (VOL.ha-1) e Volume por Hectare com desbaste simulado (VOL.ha-1 desbaste)...33

4. CONCLUSÃO...35

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8 LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Coordenadas geográficas UTM de localização das áreas em estudo...20 Tabela 02. Descrição das fórmulas utilizadas nos Cálculos Dendrométricos efetuados nesta

avaliação...22 Tabela 03. Laudo da análise de solo em quatro áreas distintas no município de

Ajuricaba/RS, junho de 2012...23 Tabela 04. Densidade inicial de plantas ha-¹ (1), Desbaste Observado, Densidade Remanescentes plantas ha-1, Desbaste Simulado e Densidade final plantas ha-1 em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no

município de Ajuricaba/RS, junho de 2012...25 Tabela 05. Resumo da análise de variância do diâmetro na altura do peito (DAP), diâmetro na altura do peito com desbaste simulado (DAP desbaste), Altura comercial, Altura Total, Área Basal (AB), Área Basal com desbaste simulado (AB desbaste), Fator Forma, Volume por hectare (VOL.ha-1), Volume por Hectare com desbaste simulado (VOL.ha-1 desbaste) e coeficiente de variação (CV) em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012...26 Tabela 06. Valores médios de Diâmetro na altura do peito (DAP) e diâmetro na altura do peito com desbaste simulado (DAP desbaste) em diferentes espécies de

Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012...27

Tabela 07. Valores médios de Altura comercial e Altura Total em diferentes espécies de

Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho

de 2012...29 Tabela 08. Valores médios de Área Basal (AB) e Área Basal com desbaste simulado(AB

Desbaste) em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012...31 Tabela 09. Valores médios do Fator Forma em diferentes espécies de Eucalyptus,

implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012...32 Tabela 10. Valores médios do Volume por hectare (VOL.ha-1) e Volume por Hectare com desbaste simulado (VOL.ha-1 desbaste) em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012...33

(9)

9 INTRODUÇÃO

O Brasil conta com aproximadamente 523,70 milhões de hectares de florestas, sendo 517,09 milhões de hectares de florestas naturais, representando seus distintos biomas (SFB, 2010), e 6,78 milhões de hectares de florestas plantadas (ABRAF, 2010). As florestas plantadas de eucalipto cobrem 4,8 milhões de hectares no Brasil e as plantações de pinus cobrem 1,8 milhão de hectares do território nacional segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF, 2010).

Em 2008, a participação brasileira no mercado mundial de produtos florestais foi de 2 %. No mercado de papel, o Brasil foi o 12º produtor mundial, com produção de 12,7 milhões de toneladas em 2008, correspondendo a 2,3 % da produção global. Por outro lado, no mercado de celulose, o Brasil produziu, no mesmo ano, 9,4 milhões de toneladas, o que correspondeu a 6,5 % da produção mundial, ocupando a quarta posição (BRACELPA, 2010).

O cultivo de eucalipto visa garantir o suprimento de matéria-prima para produção de celulose, também é fonte de carvão vegetal para gerar energia e de madeira sólida usada em móveis, pisos, revestimentos e outras aplicações na construção civil. Os usos múltiplos da madeira originária de florestas plantadas com Pinus e Eucaliptos, devido ao seu rápido desenvolvimento, são uma das alternativas no campo energético diminuindo a pressão sobre florestas nativas.

Na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul existem condições naturais favoráveis para a produção de várias espécies de Eucalyptus, as quais representam uma alternativa econômica para a diversificação da propriedade e fonte de renda para os agricultores. Entretanto, a região caracteriza-se por uma grande diversidade de sítios de produção, tendo em vista as mais variadas combinações dos fatores de formação que ali ocorrem. Há várias espécies que poderiam ser plantadas na região noroeste do Rio Grande do Sul, mas se destacam três espécies: Eucalyptus dunnii, E. grandis, E saligna. Para que a silvicultura seja bem sucedida, a escolha da espécie e procedência adequadas para as diversas regiões ecológicas é um fator primordial na formação de florestas de alta produtividade. Gonçalves et al. (1990), definem “sítio” como sendo

(10)

10 uma unidade de área que apresenta características combinadas de solo, topografia e clima, as quais são responsáveis pela determinação da capacidade produtiva do local.

Na região noroeste do Rio Grande do Sul algumas áreas de eucalipto são implantadas sem a devida certificação das sementes usadas na produção das mudas. No entanto, o IRDeR (Instituto Regional de Desenvolvimento Rural),o Departamento de Estudos Agrários da Unijuí, localizado no município de Augusto Pestana produz mudas de três espécies utilizadas nos plantios regionais, com sementes certificadas, garantindo excelente qualidade das mudas, que são o suporte de muitas florestas, plantadas desde 1996, e que foram avaliadas por diversos autores (HASS, 2007; RICHTER, 2007; ROTILI, 2007; THOMAS, 2009; MARIOTTI, 2010).

A continuidade dos processos avaliativos se faz necessária, especialmente para as três principais espécies de eucalipto plantadas na região.

Neste sentido o presente trabalho tem por objetivo a avaliação de três espécies de Eucaliptos, E. dunnii, E. grandis e E. saligna, com 57 meses de idade em quatro sítios de produção no município de Ajuricaba – RS. A análise e comportamento dos resultados acontecera a partir de dados do inventário florestal das espécies e da análise de fertilidade do solo dos diferentes sítios avaliados.

(11)

11 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Caracterização do gênero Eucalyptus

O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, apresentando cerca de 600 espécies, muitas variedades e híbridos. Possui grande potencial para a indústria da madeira, devido ao seu rápido crescimento, a boa adaptação às condições ambientais brasileiras e à produção de madeira de boas propriedades físicas e mecânicas. Podendo ser produzidas a baixos custos, as madeiras de cores agradáveis contribuem para destacar e valorizar algumas espécies desse gênero (ANDRADE, 1961; LIMA et al., 2006).

No Brasil, o Eucalyptus sp. foi introduzido por D. Pedro I, em 1825, que plantou mudas das espécies E. robusta e E. tereticornis no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (MOURA et al., 1980).

A elevada utilização do eucalipto nos florestamentos ocorre devido a sua diversidade de espécies, adaptabilidade em várias regiões e climas e seu potencial de produção, pois contribui para diminuir a pressão e desmatamento das áreas de preservação e reservas legais de matas nativas e também auxilia na captura de dióxido de carbono na atmosfera, diminuindo o efeito estufa (GARAY et al., 2004).

As características da madeira são afetadas por vários fatores, entre eles o espaçamento, a fertilidade, desbaste e a desrama. Esses fatores são as operações silviculturais que são efetuadas no sítio de produção, que vão gerar melhor qualidade da madeira pelas modificações do ambiente que foram feitas durante todo o ciclo de produção.

1.1.1 Eucalyptus dunnii

A região de ocorrência natural desta espécie, na Austrália, restringe-se à pequenas áreas no nordeste de Nova Gales do Sul e no sudeste de Queensland. As latitudes variam de 28° a 30° 15' S e as altitudes de 300 a 780 metros,

(12)

12 aproximadamente. O clima é subtropical úmido e com temperatura média das máximas do mês mais quente entre 27° a 30° e com a média das mínimas do mês mais frio entre 0 e 3°C, ocorrendo de 20 a 60 geadas por ano. A precipitação média é de 1000 a 1750 mm, com as máximas no verão, a precipitação mensal é sempre superior a 40 mm. A estação seca, no inverno, não excede a três meses(EMBRAPA, 1988).

O E. dunnii na região de origem, ocorre principalmente em solos úmidos, férteis, principalmente de origem basáltica, vegeta também em solos de origem sedimentar, principalmente naqueles bem drenados. Na Austrália seu crescimento é considerado um dos mais rápidos entre as espécies de Eucalyptus (EMBRAPA, 1988).

No sul do Brasil, o E. dunnii tem se destacado, pelo rápido crescimento, uniformidade dos talhões, forma das árvores e tolerância às geadas no inverno (EMBRAPA, 1988).

A madeira é de cor clara, devendo o desdobro das toras ser feito por cortes no sentido tangencial (ROCHA & TOMASELLI, 2002). Para fins energéticos, como a produção de carvão vegetal, é consenso que a produtividade é o fator mais importante na escolha da espécie a ser plantada (PEREIRA et al., 1986; TRUGILHO et al., 2001). Na produção de celulose, E. dunnii atende à todas exigências do mercado consumidor apresentando uma ótima qualidade.

1.1.2 Eucalyptus grandis

Segundo FAO (1981), o Eucalyptus grandis, prefere solos profundos, de boa drenagem e se comporta melhor em solos férteis e franco argilosos. A espécie alcança altos incrementos sendo relatado valores até 45 m³. ha-1.ano-1 em sítios bons, mais de 20 m³ sobre sítios médios mesmo em idades maiores de 15 anos. A mesma fonte relata que, em sítios bons, na África do Sul, os incrementos alcançam a cerca de 19 m³. ha

-1.ano-1 aos três anos e mais de 45 m³. ha-1.ano-1aos nove anos. Sobre sítios médios

alcançam, aos 3 anos, 11 m³. ha-1.ano-1 e 27 m³. ha-1.ano-1 na idade de 10 anos e, sobre sítios pobres, cerca de 13 m³. ha-1.ano-1aos 10 anos.

O E. grandis é uma das principais espécies florestais plantadas no Estado do Rio Grande do Sul, sendo responsável por grande parte do sucesso da atividade florestal brasileira, principalmente nos setores ligados a produção de papel e celulose (EMBRAPA, 2003).

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13 Por ser a espécie de mais rápido crescimento e atualmente a de maior importância nos programas de reflorestamento dentre os eucaliptos, estudos e observações indicam o E. grandis como de grande potencialidade para as indústrias de processamento mecânico. Entretanto, a existência das tensões internas de crescimento e de secagem, responsáveis pelo aparecimento das rachaduras de topo das toras, tem inviabilizado a utilização do E. grandis na produção de madeira serrada e laminados (AGUIAR, 1986).

1.1.3 Eucalyptus saligna

Para Ferreira (1979) a espécie Eucalyptus saligna ocorre naturalmente na região litorânea e nos vales das cadeias montanhosas próximas ao litoral de New South Wales, e ao sul de Queensland. A distribuição natural da espécie situa-se entre as latitudes de 28 a 35 o S, em altitudes desde o nível do mar até 1.000 m. A precipitação pluviométrica média anual situa-se entre 800 a 1.200 mm, chuvas uniformemente distribuídas durante o ano, ou concentradas no verão. A estação seca não ultrapassa 4 meses. Temperatura média das máximas do mês mais quente entre 28 a 30º C e das mínimas do mês mais frio entre 3 a 4º C. As geadas ocorrem numa intensidade de 5 a 10 dias por ano.

Ferreira (1979) ressalta que as características da madeira a tornam indicada para: laminação, móveis, estruturas, caixotaria, postes, escoras, mourões, celulose e carvão. Apresenta suceptibilidade às geadas severas, tolera fogo baixo, e tem alta capacidade de regeneração por brotação das cepas.

Foelkeret al. (1975), apud Hass1 (2007), observou que o E. saligna é a espécie mais difundida no Rio Grande do Sul entre nós para fabricação de celulose de fibras curtas, e ainda, uma das espécies exóticas de Eucalyptus mais comum em inúmeros países. Entretanto, na Austrália, seu local de origem, não se apresenta como espécie comercial importante. Sua madeira tem sido bastante estudada quer em termos de suas características anatômicas, químicas e físicas, quer para a produção de celulose, sendo obtidos materiais de excelentes qualidades por vários pesquisadores.

1

FOELKER. C. E. B. et al. Estudo Comparativo das Madeiras de Eucalyptussaligna, E. paniculata, E. citriodora, E. maculata e E. tereticornispara produção de celulose sulfato*. IPEFSerie técnica nº 10, p. 17-37, 1975.

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14 1.2 Produtividade de Eucalyptus

A produtividade de uma floresta pode ser definida como a quantidade de volume produzida no espaço temporal. Dessa forma, quanto melhor a qualidade do local de produção maior foi a produtividade da floresta, desde que esta apresente densidade de plantas em grau de ocupação, de forma adequada (SOARES et al., 2004).

A produção de eucalipto varia entre os diferentes sítios de produção e as características físicas, químicas e biológicas dos solos desempenham um importante papel na determinação de diferenças em produtividade.

A produção de um sítio é determinada pelas características do solo como a profundidade e drenagem, entre outros atributos do sítio, que influenciam na qualidade e quantidade de espaço para o desenvolvimento das raízes. Dentre as propriedades do solo que influenciam na estrutura, distribuição e comportamento fisiológico das raízes destacam-se aquelas relativas à capacidade de suprimento de água e nutrientes e suporte para as árvores.

Rotili (2007) verificou que a produtividade do eucalipto em diferentes locais está relacionada, principalmente às condições ambientais e edáficas da área onde esta localizada a cultura. No entanto, o emprego correto, das técnicas e procedimentos de plantio, causam interferências direta e imediata na produtividade inicial das plantas. Outro fator de grande importância que interfere na produtividade do eucalipto é o desbaste, resultando em maior diâmetro na altura do peito, maior altura e consequentemente maior volume de toras dos indivíduos restantes.

Em trabalho de avaliação Richter (2007) verificou que em média o volume de toras alcançou resultados superiores, em Latossolo, quando comparados ao Neossolos. Com relação ao volume de lenha os menores volumes de tora de E. grandis são compensados por maiores valores de lenha em plantios de 35 a 47 meses de idade. 1.2.1 População e Manejo Florestal

De acordo com Richter (2007), quando a densidade do povoamento for muito baixa, pode-se não estar aproveitando todo o potencial do sítio, em termos de luz, nutrientes e água disponível no local. Por outro lado, se a densidade for muito elevada, estes elementos, muitas vezes não são suficientes para garantir o bom desenvolvimento das árvores do povoamento.

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15 Para Rotili (2007), o desbaste tem interferência direta nos incrementos florestais no sítio de produção, observando que a percentagem de plantas com DAP superiores, assim, como a altura da planta e o volume de toras, foi maior, em locais onde se realizou desbaste.

Analisando o crescimento de E. dunnii, E. grandis e E. saligna com 32 meses de idade Mariotti (2010) verificou não haver diferença entre as espécies, contudo sustenta que o acompanhamento da área basal é uma variável muito importante para a obtenção do nível populacional ótimo de uma plantação de eucalipto, auxiliando na decisão sobre a época de desbaste.

Hass (2007) afirma que em uma população de plantas de rápido crescimento como o eucalipto, o acompanhamento da área basal pode ser determinante para que se tenha sucesso no manejo para condução da produção de madeira para desdobre. A época de realizar o primeiro desbaste pode ser influenciada pela estabilização do incremento corrente anual da área basal presente no sítio de produção.

Com o manejo do desbaste, cada árvore remanescente passa a dispor de um volume cada vez mais amplo de solo para expandir seu sistema radicular, permitindo, inclusive, uma rápida retomada do processo de expansão das raízes finas com grande capacidade de capturar os nutrientes do solo.

De acordo com Vesterdal et al. (1995), os desbastes modificam o microclima florestal, reduzindo a transpiração do povoamento, aumentando a incidência da radiação solar dentro da floresta e temperatura do solo, o que favorece os microorganismos decompositores, aumentando a ciclagem e disponibilidade de nutrientes.

1.2.2 Variáveis Dendrométricas

As variáveis dendrométricas são o diâmetro na altura do peito (DAP) que é uma medida em metros do diâmetro do tronco de uma árvore a 1,30 metros do solo.

Na silvicultura um fator importante na amostragem das árvores é a altura da tora que é medida até o diâmetro de 0,05 m, que corresponde à altura comercial. A altura total da planta medida corresponde à altura comercial somada ao resíduo da copa da árvore, identificando a partir de 0,05 de diâmetro até o final da copa.

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16 Dentre as variáveis utilizadas para a determinação do crescimento de plantios do eucalipto, está a área basal (AB) que é o somatório das áreas transversais dos troncos normalmente a 1,30 metros do solo (DAP), de todas as árvores do povoamento, expressa em m² .ha-1(HASS, 2007).

Outro fator de grande importância na silvicultura é o fator forma, considerando que as unidades de uma população de árvores não apresentam forma cilíndrica perfeita, e que existe uma variação entre a medida do diâmetro na base com ado ápice da árvore, e que esta varia de maior(base) para menor (ápice), desta forma a árvore apresenta sua forma semelhante ao de um cone (HASS, 2007).

Conforme Hass (2007), o diâmetro na altura do peito (DAP) e a área basal (AB) aumentam conforme se ampliam os espaçamentos. O E. dunnii, E. grandis e E. saligna apresentam-se um maior percentual de indivíduos nas classes de maior diâmetro, conforme aumenta o espaçamento, quando comparada ao E. citriodora e E. robusta.

Ferreira (2003) ressalta ainda que cada sítio permite apenas um determinado valor limite de área basal. Reduzindo o número de árvores, a área basal máxima se distribuirá num número menor de árvores remanescentes que atingirão diâmetros maiores. A estratégia mais recomendável é manter o povoamento crescendo com taxas próximas do máximo incremento corrente anual em área basal, o que pode ser alcançado por desbastes leves e frequentes. O primeiro ou os primeiros desbastes devem ser pesados para eliminar também árvores malformadas, tortas, bifurcadas e doentes, mesmo que apresentem dimensões elevadas, especialmente quando o objetivo é maior produção de toras.

Hass (2007) destaca que na silvicultura um fator interessante a ser avaliado das árvores é a altura. Existe a altura de tora que se refere ao diâmetro de tora para desdobre com diâmetro mínimo de 0,12 m, e a altura total de tora para lenha, onde diâmetro varia de 5 a 12 cm, o restante se refere ao resíduo da copa da árvore. Outro fator de grande importância na silvicultura é o fator forma, este é sempre utilizado em inventários florestais. Considerando que as unidades de uma população de árvores não apresentam forma cilíndrica perfeita, e que existe uma variação entre a medida na base com o ápice da árvore, e que este varia de maior (base) para menor (ápice), desta forma, a árvore apresenta forma semelhante à de um cone.

Richter (2007) encontrou valores médios de DAP de 0,146 m, altura total de 23,62 m, altura comercial de 19,46 m, AB de 22,58 m².ha-1, volume por hectare de

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17 250,64 m³ e fator forma de 0,57. Esses valores foram avaliados com 59 meses de idade em Neossolo Litólico em plantios de E. grandis.

Em Neossolo Litólico Rotili (2007) encontrou valores médios de DAP de 0,118 m, altura total de 15,0 m, altura comercial de 10,74 m, AB de 17,12 m².ha-1, volume por hectare de 116,6 m³ e fator forma de 0,598. Esses valores foram avaliados com 60 meses de idades em plantios de E. dunnii.

Em plantios com 60 meses Thomas (2009) encontrou valores médios de DAP de 0,143 m, altura comercial de 15,33 m. A partir dos valores observados procedeu-se um conjunto de cálculos para resultar uma AB de 16,92 m².ha-1, volume por hectare de 162,34 m³, e fator forma de 0,63. Esses valores foram avaliados em Neossolo Litólico em plantios de E. grandis.

Hass (2007) em trabalho de avaliação em Latossolo distroférrico típico com 36 meses de idade encontrou valores médios de DAP foram respectivamente de 0,135 m para o E. saligna; 0,134 m para o E. grandis e 0,123 m para E. dunnii, altura comercial de foram respectivamente de 12 m para o E. saligna; 11,66 m para o E. grandis e 11 m para E. dunnii e fator forma foram respectivamente de 0,527 m para o E. Saligna; 0,550 m para o E. grandis e 0,628 m para E. dunnii.

Para Mariotti (2010), o diâmetro na altura do peito e altura comercial média foi respectivamente de 0,09345 m e 9,88 m para E. saligna em plantios com densidade média de 1350 plantas/ha; para o E. grandis, 0,103 m e 11,75 m em densidade média de 1420 plantas/ha; para o E. dunnii,0,111 m e 13 m em densidade de 1338 plantas/ha. Essas médias do diâmetro e altura comercial foram verificadas em plantas com 32 meses de idade.

O diâmetro e a circunferência na altura do peito são medidas fundamentais na dendrometria. Serve de base para medições e estimações da área basal, volume, crescimento, classificação de sítio, comparação de variáveis (Bruce e Schumacher, 1950; Gomes, 1957).

1.2.3Qualidade do solo

Qualidade do solo tem sido definida como “a capacidade de um tipo específico de solo funcionar, dentro dos limites do ecossistema manejado ou natural, como sustento para o desenvolvimento de plantas e de animais, de manter ou de aumentar a qualidade da água e do ar e de promover a saúde humana” (DORAN & PARKIN, 1994)

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18 A qualidade do solo é um importante componente relacionado à produção florestal, pois é o responsável pelo suprimento de água e de nutrientes para as plantas. A conservação ou a melhoria da sua qualidade é vital para sustentação dessa atividade produtiva. A sustentabilidade da atividade florestal está, dessa forma, diretamente relacionada à conservação do solo e o suprimento dos nutrientes.

O reconhecimento das diferenças na eficiência de utilização de nutrientes é importante na seleção de técnicas de manejo do solo e de manejo florestal, para manter a capacidade produtiva do sítio ao longo das rotações (TEIXEIRAet al., 1989).

Entre os atributos físicos do solo de influência direta sobre o crescimento das plantas, pode-se destacar a resistência mecânica à penetração. De acordo com Pedrotti et al. (2001), a qualidade física do solo para o crescimento das plantas pode ser determinada pelo grau de resistência mecânica que o solo exerce ao crescimento das raízes, uma vez que, em condições adversas, limita a elongação radicular e, consequentemente, a redução da produtividade vegetal. Em sua avaliação, os dados de resistência.

O uso agrícola do solo causa alterações em suas características físicas, químicas e microbiológicas. A consequência dessas alterações pode ser a perda da qualidade do solo, o que compromete a sustentabilidade do uso desse recurso. A análise de indicadores bioquímicos e microbiológicos de qualidade do solo é relevante para monitorar mudanças na qualidade do solo e no desempenho de suas funções-chave, como a capacidade de ciclar e armazenar nutrientes.

Para avaliação da qualidade do solo, indicadores químicos, físicos e biológicos devem ser identificados e analisados quanto à sua sensibilidade a mudanças e distúrbios causados pelo manejo. Uma vez que tenham sido definidos, esses indicadores podem ser monitorados de forma a avaliar o impacto do manejo adotado sobre a qualidade do solo em médio e longo prazo.

De modo geral, Richter (2007) encontrou árvores em plantios de E. grandis, de maior altura comercial em Latossolo distroférrico típico que em Neossolo litólico variando de 14,77 m a 15,52 m, aos 47 meses e de 16,67 m a 21,43 m aos 71 meses de idade. Isso demonstra que em solos mais profundos como é o caso dos Latossolos a um maior desenvolvimento da altura comercial e total.

Rotili (2007) também observou maior desenvolvimento em Latossolos que em Neossolos em plantios de E. dunnii com 60 meses de idade com valores médios de altura comercial de 15,0 m em Neossolos e 17,86 m em Latossolos com 19 % a mais de

(19)

19 altura comercial. Os Latossolos são solos normalmente profundos a muito profundos e homogêneos, altamente intemperizados, bem drenados, com alta capacidade de retenção de água (STRECK et al., 2008).

(20)

20 2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Local de estudo

O estudo foi realizado nas propriedades do Sr. Giovani José Nunes Cavalheiro, Sr. Oldemar Soares, que possui duas unidades de produção em diferentes sítios, e do Sr. Vilson Redlich, localizadas no município de Ajuricaba/RS, situada no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, com as coordenadas geográficas UTM Datum de mapa Córrego Alegre (tabela 01) e altitude média 370 m. O clima do município é subtropical subúmido de verão (MARIOTTI, 2010).

Tabela 01. Identificação das áreas de plantios estudadas com coordenadas geográficas UTM

ÁREA PROPRIETÁRIO TAMANHO LATITUDE LONGITUDE

1 Vilson Redlich 16,0 ha 28.24027 53.64769

2 Giovani J. N. Cavalheiro 9,6 ha 28.18517 53.77209

3 Oldemar Soares linha 18 6,0 ha 28.18552 53.76992

4 Oldemar Soares linha 25 11,0 ha 28.22746 53.70385 Os plantios foram efetuados predominantemente em Neossolo Litólico que pode ser caracterizado como pouco desenvolvido, com ausência de horizontes diagnósticos subsuperficiais, normalmente enquadrando-se em classes de uso de aptidão agrícola pertencente ao grupo B, classificadas como terras indicadas para o uso com pastagens naturais, fruticultura e silvicultura, com limitações de uso devido a acentuada declividade, solos rasos e afloramento rochoso (MARIOTTI,2010).

Nas áreas foram avaliados plantios comerciais de quatro áreas, com a mesma idade de plantio, 57 meses ou 4 anos e 9 meses, de idade, implantados no mês de setembro de 2007, em espaçamento 3x2 m. O preparo do solo foi realizado com subsolador facilitando a abertura das covas. Na implantação, o solo foi corrigido com calcário dolomítico e adotado adubação no plantio, de acordo com a recomendação, efetuando o controle de formigas e coroamento das mudas (MARIOTTI, 2010).

(21)

21 2.2 Tratamentos aplicados e Delineamento Experimental

Em cada uma das áreas foram avaliadas três espécies de Eucalyptus. O experimento foi delineado como fatorial 3X4, onde o fator principal seria espécie e o outro seria o sítio de produção, também denominados de área. As espécies avaliadas foram E. dunnii, E. grandis, e E. saligna, em quatro diferentes sítios de produção (tabela 01). Para cada tratamento foram demarcadas três repetições, constituindo 36 amostras medidas na avaliação.

Para verificar o histórico do plantio foram usados os dados de Mariotti (2010), obtidos a partir de uma entrevista com os proprietários bem como informações prestadas diretamente pelo responsável pela condução das áreas, Sr. Oldemar Soares.

2.3 Coleta dos dados

Em cada área por espécie foram demarcadas as unidades amostradas com 20 m de largura por 20 m de comprimento, correspondente a 400 m2por área constituindo a repetição. Em seguida foi feita a contagem do número de árvores situadas dentro da parcela, com o uso de uma trena, foi realizada a medida da circunferência a altura do peito (CAP), a 1,30 m do solo, no tronco de cada planta.

Foi feita a identificação da árvore média, sendo abatida e mensurado o diâmetro a cada metro do tronco, a partir do corte a 0,3 m do solo, objetivando produzir o fator forma.

A altura da tora foi medida até o diâmetro de 0,05 m, que corresponde à altura comercial. A altura total da planta medida corresponde à altura comercial somada ao resíduo da copa da árvore, identificando a partir de 0,05 de diâmetro até o final da copa.

Para a coleta das amostras de solo em cada sítio de produção foi efetuado coleta de 9 amostras, 3 sub amostras em cada espécie onde foram misturadas para obter uma amostra final. As amostras foram coletadas de 0 a 20 cm de profundidade com pá de corte. Totalizando 36 sub amostras e 4 amostras compostas que foram encaminhadas para o Laboratório de Análises de Solos da Unijui para produzir Laudo

(22)

22 da análise de solo.

2.4 Tabulações dos dados e Análise Estatística

Após coleta dos dados a campo, os mesmos foram tabulados produzindo um conjunto de variáveis a partir da utilização da planilha eletrônica Excel. O cálculo do conjunto de variáveis foi construído a partir dos procedimentos básicos do inventário florestal das anotações da disciplina de Silvicultura do Curso de Agronomia da UNIJUI e pelas indicações feitas por Durão (2008).

Analisando que os sítios de produção não apresentavam o mesmo tipo de manejo efetuado a campo, foi necessário fazer um manejo de desbaste simulado, para uniformizar os valores de densidade de árvores por hectare, aproximando os valores de densidade entre áreas desbastadas e aquelas sem desbaste. O manejo de desbaste simulado consiste em fazer o desbaste retirando as árvores com diâmetro na altura do peito (DAP) menor e igual a 0,12 m. Com esse artificio foi possível obter uniformização das áreas. Como no campo algumas árvores com diâmetro na altura do peito (DAP) igual a 0,12 m não foram retiradas foi utilizado desbaste simulado em todas as áreas de estudo.

Observa-se que em todos os procedimentos de cálculo a unidade estabelecida é o metro (m).

Tabela 02. Descrição das fórmulas utilizadas nos Cálculos Dendrométricos efetuados nesta avaliação

DESCRIÇÂO DA FÓRMULA FÓRMULA_ ______ Diâmetro altura do peito (DAP) DAP= (CAP/π)

100

Cálculo da Área Basal (AB) AB=π.(DAP)² 4 Cálculo volume do cilindro VCm =π(DAP)².h da árvore de diâmetro médio (VCm) 4 Cálculo do Volume do Torete (Vton) Vton=π.(Dm.ton)²

4

Cálculo do volume real VRm =Vtol +Vto2+Vto3+ ... Vton da árvore de diâmetro médio (VRm)

Cálculo do Fator Forma (FF) FF=VRm Vcm Cálculo volume comercial individual (VCi) Vci=AB.h.FF

(23)

23 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Caracterização dos sítios de plantio

A caracterização dos sítios de produção avaliados visa identificar possíveis diferenças ou anormalidades na implantação e condução das áreas amostradas, auxiliando a discussão dos resultados dendrométricos verificados no processo de amostragem.

Considerando que cada sítio de produção pode possuir diferenças químicas importantes foi efetuada análise de solo das 4 áreas conforme a Tabela 03. Foram comparados os dados obtidos, nas quatro áreas, com recomendações sugeridas pela Comissão de Química e Fertilidade do solo – CQFRS/SC (2004).

Tabela 03. Laudo da análise de solo em quatro áreas distintas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012

Dados Analisados Área 01 Área 02 Área 03 Área 04

Argila (%) 35 30 29 37 pH 6,2 5,7 6,9 6,4 Índice SMP 6,3 6,2 6,5 6,2 Fósforo (mg/dm³) 6,0 4,2 12,4 <3,0 Potássio (mg/dm³) 172 169 247 75 Matéria Orgânica (%) 2,7 2,6 2,7 2,6 Aluminio (cmolc/dm³) 0,0 0,0 0,0 0,0 Cálcio (cmolc/dm³) 7,9 6,9 13,2 8,8 Magnésio (cmolc/dm³) 3,2 3,3 6,4 3,9 H + Al (cmolc/dm³) 3,1 3,5 2,5 3,5 CTC ph 7,0 (cmolc/dm³) 14,6 14,1 22,7 16,3 CTC efetiva (cmolc/dm³) 11,5 10,7 20,2 12,8

Sat CTCpH7,0 por bases (%) 78,9 75,5 89,2 78,7

Sat CTC efetiva por alumínio (%) 0,0 0,0 0,0 0,0

Conforme o Laudo das análises o Teor de Argila está entre 29 e 37% que representam solo de Classe 3, ou Neossolo Litólico. O pH na área 02 é médio, nas áreas 01,03 e 04 apresenta-se pH alto. Os teores de fósforo estão muito baixos na área 04 e com teor médio de potássio. A área 3 se destaca tendo alto teor de fósforo e muito alto

(24)

24 de potássio, a CTC pH 7,0 e a saturação da CTC em pH7,0 por bases está com valores alto. As áreas 1 e 2 tem valores medianos. Não foram observadas grandes diferenças no teor de matéria orgânica, entre as áreas estudadas, alcançando um valor médio. Os teores de cálcio e magnésio estão alto.

Mesmo com amostragem de solo em profundidade de 0 a 20 cm, os valores resultantes das amostras de solo revelam ter adequado potencial dos sítios de produção. Mesmo que a área 04 apresente resultados inferiores de fertilidade para P e K, estes não influenciaram negativamente no desenvolvimento do eucalipto, mostrando que os sítios de produção não apresentam limitações de fertilidade e são relativamente homogêneos para o potencial exigidos pelos povoamentos em desenvolvimento.

3.2 Caracterização das Densidades e Intensidades de Desbaste

Considerando as avaliações de plantios em diferentes áreas, verifica-se que a densidade média variou entre 825 e 1500 plantas por hectare. Essa alta variação é devido ao manejo efetuado nas áreas. Nas áreas 03 e 04 foram efetuados desbastes que iniciaram em maio de 2011, retirando-se algumas árvores com diâmetro na altura do peito menor e igual a 0,12 m. Segundo o responsável pelo manejo, algumas árvores com DAP igual a 0,12 m não foram retiradas, pois densidade ficaria reduzida. As árvores que foram retiradas são vendidas como varas de 3 e 4 m que são utilizadas na construção civil. As árvores tortas e bifurcadas e o resíduo da copa da árvore são vendidas para lenha.

Os dados da tabela 04 trazem as densidades médias de plantas por hectare verificadas no local e com os desbastes efetuados no simulado. Observou-se que a área 03 teve uma baixa intensidade de desbaste no E. dunnii com apenas 24,1%, já para E. saligna e o E. grandis teve uma maior intensidade que chegou a 42,4% e 38,0%, respectivamente, de intensidade de desbaste tendo uma média de 34,9%. Á área 04 os valores variaram pouco, tendo um máximo de intensidade de desbaste de 35,7% para o E. dunnii e mínimo de 30,1% para o E. saligna tendo uma média de 33,7%. As áreas 01 e 02 apresentaram maior intensidade de desbaste simulado já que não tinha sido efetuado nenhum desbaste a campo, os valores médios foram de 38,8% para a área 01 e 42,4% para a área 02. Após o desbaste no simulado a densidade média variou de 633 a 950 plantas ha-1.

(25)

25 Tabela 04.Densidade inicial de plantas ha (1),Desbaste Observado, Densidade

Remanescentes plantas ha-1, Desbaste Simulado e Densidade final plantas ha-1em diferentes espécies de eucaliptos, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012.

Espécie

Densidade

inicial de ObservadoDesbaste RemanescenteDensidade SimuladoDesbaste Densidade final

plantas.ha-¹(1) (%) plantas ha-1 (%) plantas ha-1

Área 01 E. saligna 1350 0 1192 30.6% 817 E. grandis 1325 0 1342 35.2% 875 E. dunnii 1225 0 1500 50.6% 742 Médias 1300 0 1344 38.8% 811 Área 02 E. saligna 1250 0 1183 38.3% 708 E. grandis 1400 0 1250 48.1% 633 E. dunnii 1375 0 1275 40.7% 758 Médias 1342 0 1236 42.4% 700 Área 03 E. saligna 1375 42.4% 825 14.1% 708 E. grandis 1400 38.0% 875 12.1% 767 E. dunnii 1425 24.1% 1108 14.6% 950 Médias 1400 34.9% 936 13.6% 808 Área 04 E. saligna 1425 30.1% 958 11.3% 850 E. grandis 1559 35.3% 917 16.6% 767 E. dunnii 1325 35.7% 983 19.3% 792 Médias 1436 33.7% 953 15.7% 803

(1) Dados obtidos por avaliação de Mariotti (2010)

3.3 Resultados dendrométricos

Os dados apresentados correspondem aos dados de campo obtidos em plantios com 57 meses de idade, onde se procederam a coleta de dados e a avaliação detalhada dos resultados dendrométricos.

Para a análise dos dados foi medidos a circunferência na altura do peito (CAP) de 1.603 árvores, separadas dentre seus sítios de plantio para a obtenção das médias dos diâmetros. Para cálculo do fator forma e da altura total e comercial das árvores, foram derrubadas e medidas 36 árvores.

(26)

26 Conforme a tabela 05, observamos apenas resultados significativos a 5% de probabilidade na análise de variância para médias de diâmetro na altura do peito (DAP), Altura comercial, Altura Total e Fator Forma para o fator área, diâmetro na altura do peito com desbaste simulado (DAP desbaste), Área Basal (AB) e Fator Forma para o fator interação espécie x área, não havendo diferença estatística significativa para o fator espécie. A Área Basal com desbaste simulado (AB desbaste),Volume por hectare (Vol.ha-1) e Volume por Hectare com desbaste simulado (Vol.ha-1 desbaste) foram uniformes, não apresentando diferença significativa dos tratamentos avaliados.

Tabela 05. Resumo da análise de variância do diâmetro na altura do peito (DAP),diâmetro na altura do peito com desbaste simulado (DAP desbaste), Altura comercial, Altura Total, Área Basal (AB), Área Basal com desbaste simulado (AB desbaste), Fator Forma, Volume por hectare (Vol.ha-1), Volume por Hectare com desbaste simulado (Vol.ha-1 desbaste) e coeficiente de variação (CV) em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012.

ns = resultado não significativo pelo teste de análise de variância. * = resultado significativo pelo teste de análise de variância.

O coeficiente de variação (CV), definido como o desvio-padrão expresso em porcentagem de média, é a medida mais utilizada para medir a instabilidade relativa de uma característica ou variável (Sampaio, 1998). Considera-se que quanto menor o CV, maior foi a homogeneidade dos dados e menores a variação do acaso (Garcia, 1989).

Fonte de Variação GL Quadrado Médio DAP (m) DAP desbaste (m) Altura Comercial (m) Altura Total (m) AB (m²/ha) AB desbaste (m²/ha) Fator Forma Vol.ha -1 (m³) Vol.ha-1 Desbaste (m³) Bloco 2 0.00006ns 0.00004ns 3.02778ns 3.80528ns 2.5855ns 5.24152ns 0.0009ns 827.6343 ns 992.29465ns Espécie 2 0.00014ns 0.00013ns 2.02778ns 7.42111ns 27.1533ns 14.46413ns 0.00065ns 2473.61622ns 1665.75229ns Área 3 0.00142* 0.00011ns 24.7778* 33.70324* 6.0527ns 4.60182ns 0.00959* 1865.56443ns 2254.06596ns Espécie x Área 6 0.00016ns 0.00017* 2.25ns 3.11741ns 22.9965* 28.42147ns 0.00395* 2208.14731ns 2475.56754ns Erro 22 0.00014ns 0.00005ns 3.6944ns 3.62801ns 9.0145ns 13.16599ns 0.00118ns 1406.88034ns 1583.73005ns Total 35 Média 0.1433 0.16181 14.7222 18.2139 18.9425 16.4790 0.5026 141.3161111 124.0911 CV(%) 8.36 4.56442 13.0557 10.4576 15.850 22.0189 6.8326 26.54219912 32.0701

(27)

27 PIMENTEL-GOMES (1985), estudando os CV obtidos nos ensaios agrícolas, classifica-os da seguinte forma: Baixos: CV inferiores a 10%;Médios: CV entre 10 e 20%; Altos: CV entre 20 e 30%; Muito Altos: para valores acima de 30%.

Analisando os resultados de CV obtidos no presente trabalho encontra-se que a maior homogeneidade é para o DAP, DAP desbaste e Fator Forma que são classificados como baixo, pois seus valores são inferiores a 10%. A altura comercial, altura total e AB são classificados como médios, pois seus valores ficam entre 10 e 20%. A AB desbaste e o Vol.ha-1são classificados como altos, pois seus valores ficam entre 20 e 30%. O Vol.ha-1 desbaste é que apresenta o maior CV que é de 32,07 sendo classificado como muito alto.

Estes valores nos indicam a necessidade de aumentarmos o número de repetições objetivando reduzir o CV e melhorar a aferição para detecção de possíveis diferenças entre sítios e espécies, demonstrado para AB, Vol.ha-1 e Vol.ha-1desbate.

Os fatores analisados que apresentaram diferença estatística significativa na análise de variância foram submetidos ao teste múltiplo de médias (Tukey) a 5% de significância.

3.3.1 Diâmetro na altura do peito (DAP) e diâmetro na altura do peito com desbaste simulado (DAP Desbaste)

Os dados obtidos do diâmetro na altura do peito (DAP) e diâmetro na altura do peito com desbaste simulado (DAP desbaste) foram coletados e analisados, estando os seus resultados apresentados na tabela 06.

Tabela 06. Valores médios de diâmetro na altura do peito (DAP) e diâmetro da altura do peito com desbaste simulado (DAP desbaste) em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012.

Áreas E. saligna E. grandis E. dunnii Médias E. saligna E. grandis E. dunnii Médias

DAP (m) DAP desbaste (m)

Área 01 0.133 0.133 0.130 0.132 0.156 0.159 0.158 0.1574

Área 02 0.140 0.120 0.133 0.131 0.177 0.154 0.167 0.1658

Área 03 0.147 0.160 0.160 0.156 0.155 0.161 0.168 0.1612

Área 04 0.163 0.147 0.150 0.153 0.169 0.158 0.161 0.1628

(28)

28 O teste múltiplo de médias para DAP e DAP desbaste não detectou diferença estatística significativa entre áreas estudadas e espécies.

Os valores do DAP médio das áreas variaram de 0,131 m a 0,156 m, tendo uma diferença entre os valores de 19%, mas não apresentando diferença significativa entre as áreas, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Na área 04 o E. saligna apresentou valor de DAP de 0,163 m, o E. grandis e E. dunnii na área 03 alcançou valor de 0,160 m. Os valores do DAP médio das espécies variaram pouco de 0,14 m a 0,1458 m e o menor valor foi de 0,120 m avaliado na área 02 para E. grandis mas que não se diferiu estatisticamente do demais.

Em trabalho realizado por Haas (2007) os valores de DAP aos 36 meses de idade foram de 0,135 m para o E. Saligna; 0,134 m para o E. grandis e 0,123 m para E. dunnii em Latossolo Vermelho distroférrico. Os dados apresentaram valores aproximados na área 01 para E. Saligna e E. grandis embora essas com 57 meses de idade em Neossolo Litólico.

Conforme Richter (2007), em trabalho realizado no mesmo tipo de solo, E. grandis com 59 meses de idade apresentou DAP de 0,146 m, sendo superior quando comparado às áreas 01 e 02 e inferiores às áreas 03 e 04, conforme apresentado na tabela 06.

Para Thomas (2009) o DAP com 60 meses de idade foi de 0,143 m no E. grandis em Neossolo Litólico, valor similar ao encontrado pela média do DAP de 0,140 m para plantios com 57 meses nesse trabalho.

Rotili (2007) encontrou valores médios de DAP de 0,118 m em Neossolo Litólico com 60 meses de idade em plantios de E. dunnii, valores inferiores quando comparados com o presente trabalho.

Os valores médios do DAP desbaste médio das áreas variaram de 0,1574 m a 0,1658m, não apresentando diferença significativa entre as áreas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O E. saligna alcançou, na área 02 0,177 m de DAP desbaste enquanto o E. grandis e E. dunnii chegaram a 0,161 m e 0,168 m respectivamente na área 3. Os valores do DAP desbaste médio das espécies variaram pouco de 0,158 m a 0,1641 m e o menor valor foi de 0,154 m avaliado na área 02 para E. grandis mas que não se diferiu estatisticamente dos demais.

A homogeneização pretendida com o desbaste simulado, para verificar possíveis diferenças entre as espécies e áreas, não ocorreu para o DAP desbaste. Os valores encontrados no presente trabalho são valores próximos aos encontrados por Thomas

(29)

29 (2009) e Richter (2007) no mesmo tipo de solo. Para Rotili (2007) encontrou valores inferiores quando comparados com o presente trabalho. Os dados de Hass (2007) apresentaram valores aproximados nas áreas01 e 02 estudadas. No entanto, cabe ressaltar que os plantios possuem 57 meses, contra 36 meses de Hass (2007) e estes plantios foram efetuados em Latossolo distroférrico típico e não em Neossolo Litólico. 3.3.2 Altura comercial e Altura Total

Os dados obtidos da altura comercial e altura total foram coletados e analisados, estando os seus resultados apresentados na tabela 07.

O teste múltiplo de médias para altura comercial não detectou diferença estatística significativa entre áreas estudadas, mas apresentou diferença significativa para altura total a qual foi submetida ao teste múltiplo de médias (Tukey) a 5% de significância e está apresentado na tabela 07.

Tabela 07. Valores médios de Altura comercial e Altura total em diferentes espécies de

Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012.

Áreas E. saligna E. grandis E. dunnii Médias E. saligna E. grandis E. dunnii Médias

Altura Comercial (m) Altura Total (m)

Área 01 15.00 13.67 13.33 14.00 18.97 17.23 17.33 17.84 ab

Área 02 13.33 12.00 13.67 13.00 16.93 14.30 16.83 16.02 b

Área 03 14.00 15.33 15.66 15.00 17.20 18.30 19.30 18.27 ab

Área 04 17.33 16.00 17.33 16.89 21.33 19.40 21.43 20.72 a

Médias 14.92 14.25 15.00 14.72 18.61 17.31 18.73 18.21

Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna, para as mesmas variáveis, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os valores médios da altura comercial variaram de 13 m a 16,89 m, tendo uma diferença entre os valores de 29,9%, mas não apresentando diferença significativa entre as áreas e espécies. Na área 04 se destacaram-se todas as espécies com uma altura comercial de 17,33 m para E. saligna e E. dunnii e 16,0 m para E. grandis. No entanto, estes resultados não foram estatisticamente superiores aos demais.

Na análise de altura comercial apresentado por Thomas (2009) a altura comercial com 60 meses de idade foi de 15,33 m no E. grandis, em Neossolo Litólico, valor similar aos encontrados nas áreas avaliadas.

(30)

30 Em Neossolo Litólico Rotili(2007) encontrou valores médios de 10,74 m para altura comercial em plantios de E. dunnii aos 60 meses de idade. Estes resultados são inferiores aos observados no presente trabalho.

Em plantios com 60 meses de idade Richter (2007) encontrou valores médios de altura comercial de 19,46 m em plantios de E. grandis em Neossolo Litólico, valor superior aos encontrados no presente trabalho, que alcançou altura comercial de 16,0 m na área 04.

Hass (2007) em trabalho de avaliação em Latossolo distroférrico típico com plantios de 36 meses de idade encontrou valores de altura comercial de12 m para o E. Saligna; 11,66 m para o E. grandis e 11 m para E. dunnii, sendo valores inferiores ao presente trabalho. No entanto, cabe ressaltar que os plantios possuem 57 meses, contra 36 meses de Hass (2007) e estes plantios foram efetuados em Latossolo distroférrico típico e não em Neossolo Litólico.

Os valores médios de altura total variaram de 16,02 m a 20,72 m diferença de 29,3% entre os valores, resultando em diferença significativa entre as áreas 04 e 02 respectivamente, os demais valores foram intermediários e não se diferenciaram entre os extremos, significativamente. Na área 04 os valores médios de altura total para E. saligna foi de 21,33 m para E. dunnii foi de 21,43 m e para E. grandis foi de 19,40 m.

Em Neossolo Litólico Rotili(2007) encontrou valores médios de 15,00 m para altura total em plantios de E. dunnii aos 60 meses de idade. Estes resultados são inferiores aos observados no presente trabalho.

Os resultados aqui obtidos são inferiores aos encontrados por Richter (2007), que, em trabalho em Neossolo Litólico, verificou valores de altura total de 23,62 m, aos 59 meses, para E. grandis.

Os valores encontrados no presente trabalho são superiores ao encontrado por Rotili (2007) para altura comercial e total e para Hass (2007) para altura comercial. Os valores de Thomas (2009) são próximos aos encontrados para altura comercial. Para altura total e comercial os valores encontrados por Richter (2007) são superiores aos encontrados no presente trabalho.

(31)

31 3.3.3 Área Basal (AB) e Área Basal com desbaste simulado (AB Desbaste)

Os dados obtidos da Área Basal (AB) e Área Basal com desbaste simulado (AB desbaste) foram coletados e analisados, estando os seus resultados apresentados na tabela 08.

O teste múltiplo de médias para a AB e AB desbaste não detectou diferença estatística significativa entre áreas estudadas e espécies.

Tabela 08. Valores médios de Área Basal (AB) e Área Basal com desbaste simulado (AB Desbaste) em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012.

Áreas E. saligna E. grandis E. dunnii Médias E. saligna E. grandis E. dunnii Médias AB (m². ha-1) AB Desbaste (m². ha-1) Área 01 18.56 20.85 20.96 20.12 15.81 17.72 15.19 16.24 Área 02 20.67 15.61 20.36 18.88 17.87 12.06 16.79 15.57 Área 03 14.69 17.42 21.80 17.97 13.47 16.09 21.64 17.07 Área 04 20.44 16.71 17.91 18.35 19.44 15.37 16.30 17.04 Médias 18.59 17.65 20.26 18.83 16.65 15.31 17.48 16.48

Os valores médios da AB variaram de 17,97 m².ha-1 a 20,12 m².ha-1, variação de 12,0%, mas não apresentando diferença significativa entre as áreas e espécies. As áreas 02 e 04 apresentam valores médios praticamente iguais, demonstrando a boa recuperação da área 04 após o desbaste já que a área possui uma média 953 árvores e na área 02 possui uma média de 1236 árvores, a diferença entre o número de arvores é de 29,7%, mostrando que as árvores remanescestes da área 04 possuem uma adequada AB individual. Isso demonstra que o desbaste efetuado influenciou positivamente o crescimento em DAP das árvores remanescentes na área 04.

A AB não apresentou nenhuma diferença apesar de seus valores variarem de 14,69 m².ha-1, para E. saligna, a 21,80 m².ha-1, para E. dunnii na área 03.

Richter (2007) obteve área basal de 22,58 m².ha-1, em Neossolo Litólico aos 59 meses de idade para E. grandis, enquanto o valor máximo alcançado neste trabalho alcançou 20,85 m².ha-1 na Área 01, para a mesma espécie, sendo portanto inferiores aos valores encontrados pelo referido autor em área de similar idade.

Thomas (2009), para E. grandis com 60 meses de idade em Neossolo Litólico obteve área basal de 16,00 m².ha-1. Valores próximos foram encontrados nas áreas 02 e 04 para a mesma espécie.

(32)

32 Em Neossolo Litólico Rotili (2007) encontrou valores médios de AB de 17,12 m².ha-1 no E. dunnii com 60 meses de idade, sendo os valores próximos aos avaliados nas áreas estudadas.

Os valores médios da AB desbaste variaram de 15,57 m². ha-1 a 17,07 m².ha-1, tendo uma diferença entre os valores de 9,6%, mas não apresentando diferença significativa estatisticamente. A AB com desbaste simulado não apresentou nenhuma diferença, mas variou na área 02 de 12,06 m².ha-1 para E. grandis, a 21,64 m².ha-1 para E. dunnii na área 03.

Na área 01 a AB com desbaste simulado alcançou valor de 16,24 m².ha-1, demonstrando que os valores obtidos no presente trabalho são próximos aos alcançados por Thomas (2009)para E. grandis com 60 meses de idade em Neossolo Litólico que obteve área basal de 16,00 m².ha-1.

Os valores encontrados de AB no presente trabalho são inferiores aos encontrados por Richter (2007), mas são valores próximos aos encontrados por Rotili (2007) e Thomas (2009).

3.3.4 Fator Forma

Os dados obtidos do Fator Forma foram coletados em 36 árvores e analisados, estando os seus resultados médios apresentados na tabela 09.

O teste múltiplo de médias para fator forma não detectou diferença estatística significativa entre áreas estudadas e espécies.

Tabela 09. Valores médios do Fator Forma em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012.

Áreas E. saligna E. grandis E. dunnii Médias

Fator Forma Área 01 0.560 0.517 0.498 0.525 Área 02 0.537 0.470 0.557 0.521 Área 03 0.457 0.456 0.451 0.455 Área 04 0.491 0.548 0.490 0.510 Médias 0.511 0.498 0.499 0.503

Os valores do Fator Forma médio das áreas variaram de 0,455 a 0,525, tendo uma diferença entre os valores de 15,4%.

(33)

33 Em Neossolo Litólico Rotili(2007) encontrou valores médios de Fator forma de 0,598 no E. dunnii com 60 meses de idade valores superiores aos avaliados nas áreas estudadas, pelo presente trabalho.

Hass (2007) em avalição aos 36 meses de idade em Latossolo distroférrico típico encontrou fator forma de 0,527 para E. saligna, 0,628 para E. dunnii e 0,550 para E. grandis os valores encontrados no presente trabalho são inferiores.

Para Richter (2007) em trabalho de avaliação no mesmo tipo de solo que o presente trabalho, obteve um fator forma de 0,57 em plantios de E. grandis com 59 meses de idade, já em Latossolo vermelho o fator forma foi de 0,49 apresentando uma variação de 16%.

Thomas (2009), para E. grandis com 60 meses de idade em Neossolo Litólico obteve fator forma de 0,626,os valores encontrados no presente trabalho são inferiores.

Os valores encontrados de fator forma no presente trabalho são inferiores aos encontrados por Hass (2007), Rotili (2007), Richter (2007) e Thomas (2009).

3.3.5 Volume por hectare (Vol.ha-1) e Volume por Hectare com desbaste simulado (Vol.ha-1 desbaste)

Os dados obtidos do volume por hectare (Vol.ha-1) e Volume por hectare com desbaste simulado (Vol.ha-1 desbaste) foram coletados e analisados, estando os seus resultados apresentados na tabela 10.

O teste múltiplo de médias para o VOL.ha-1 e VOL.ha-1 desbaste, não detectou diferença estatística significativa entre áreas estudadas e espécies.

Tabela 10. Valores médios do Volume por hectare (Vol.ha-1) e Volume por hectare com desbaste simulado (Vol.ha-1 desbaste) em diferentes espécies de Eucalyptus, implantadas em quatro áreas no município de Ajuricaba/RS, junho de 2012.

Áreas E. saligna E. grandis E. dunnii Médias E. saligna E. grandis E. dunnii Médias Vol.ha-1 (m³) Vol.ha-1 Desbaste (m³)

Área 01 157.25 148.44 142.68 149.46 135.78 127.02 105.16 122.65

Área 02 148.14 88.33 156.48 130.98 129.19 68.77 129.16 109.04

Área 03 93.87 121.03 167.52 127.47 86.24 111.95 157.11 118.43

Área 04 173.82 146.53 151.71 157.35 165.40 134.76 138.57 146.24

(34)

34 Os valores do Vol.ha-1 médio das áreas variaram de 127,47 m³ a 157,35 m³, tendo uma diferença entre os valores de 23,4%, mas não apresentando diferença significativa entre as áreas e espécies pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O E. saligna na área 04 apresentou valor de 173,82 m³ ha-1, o E. grandis com um valor de 148,44 m³ ha-1 na área 01, o E dunnii valor de 167,52 m³ ha-1na área 03. Os valores de Vol.ha-1 médio das espécies variaram de 126,08 m³ a 154,60 m³, mas que não se diferiram estatisticamente entre-si.

Para Richter (2007) em trabalho de avaliação no mesmo tipo de solo que o presente trabalho, aos 59 meses de idade obteve volume de 250,64 m³. ha-1 em plantios de E. grandis valor superior ao encontrado no presente trabalho, o valor mais alto no presente trabalho para essa espécie foi de 148,44 m³. ha-1.

Na análise de volume por hectare apresentado por Thomas (2009) com 60 meses de idade foi de 162,34 m³. ha-1 no E. grandis, em Neossolo Litólico. Sendo superior a todas as áreas dessa espécie, no presente trabalho.

Os valores do Vol.ha-1 desbaste médio das áreas variaram de 109,04 m³ a 146,24 m³, tendo uma diferença entre os valores de 34,1%, mas não apresentando diferença significativa entre as áreas e espécies pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O E. grandis e o E. saligna se destacaram na área 04 tendo valores de Vol.ha-1 de 134,76 m³, e 165,40 m³ respectivamente. O E dunnii alcançou 157,11 m³ ha-1. Os valores de Vol.ha-1desbaste médio das espécies variaram de 110,62 m³ a 132,50 m³ e o menor valor foi de 68,77 m³ avaliado na área 02 para E. grandis mas que não se diferiu estatisticamente.

Para Rotili (2007) os valores avaliados com 60 meses de idade teve uma média de 116,6 m³. ha-1 para volume no E. dunnii em Neossolo Litólico nos diferentes sítios de produção, o valor mais próximo da mesma espécie foi na área 01 com um volume de 105.16 m³. ha-1com desbaste simulado, os demais foram superiores nesse estudo.

(35)

35 4. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos na presente avaliação, pode se concluir que:

As espécies E. dunnii, E. grandis e E. saligna, apresentam um comportamento de crescimento semelhantes com 57 meses de idade nos diferentes sítios de produção, apresentando valores médios de diâmetro de altura do peito (DAP) de 0,143 m , altura comercial de 14,72 m, altura total de 18,21 m, área basal (AB) de 18,83 m² ha-1, fator forma de 0,503 e Volume ha-1 de 141,32 m³.

Analisando-se os dados médios de AB e Volume ha-1, as áreas anteriormente desbastadas apresentaram valores similares às áreas não desbastadas, mesmo sendo efetuado desbaste nas áreas 03 e 04 desde maio de 2011, onde foram retiradas 34,9% e 33,7% das plantas de menor DAP, respectivamente.

Os desbastes efetuados influenciaram positivamente o crescimento em DAP das árvores remanescentes nas áreas 03 e 04, pois as AB medidas nas 4 áreas não apresentaram diferença significativa.

Apesar de diferenças estatísticas significativas para algumas variáveis observadas na análise de variância, não houve detecção de diferenças estatísticas significativas, pelo Teste de Tukey a 5%, para a maioria das variáveis, tanto entre os sítios, espécies ou sua interação.

As análises de solo apresentaram valores médios que atestam o bom potencial de crescimento dos sítios.

(36)

36 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Eucalyptus grandis Hill ex Maiden visando a produção de lâminas para

desenrolamento. Piracicaba, 1986. Tese (Mestrado em Engenharia florestal) Universidade de São Paulo.

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PLANTADAS (ABRAF). Anuário estatístico da ABRAF 2010 ano base 2009.

Brasília: ABRAF, 2010. 140p. Disponível em:

<http://www.ipef.br/estatisticas/relatorios/anuario-ABRAF-2010-BR.pdf.>

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL (BRACELPA). Relatório anual 2008/2009. (Estatísticas BRACELPA). Disponível em: <http://www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf>. Acesso em: 20 de Maio de 2012.

BRUCE, D.; SCHUMACHER, F.X. Forest mensuration. 3ed. New York: McGraw-Hill, 1950. 483p

COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO -CQFRS/SC. Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 10.ed. Porto Alegre, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2004. 400p.

CRUZ, C.D. Programa genes: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa: UFV, 2001. 648p.

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DURÃO, C. F.; Avaliação do crescimento de Pinus elliottii no município de Ijuí - RS. Monografia de Graduação. UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Campus Ijui, DEAg – Departamento de Agronomia, Ijuí, 2008.

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