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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciˆencias Exatas, F´ısica Departamento de F´ısica. Estudos em N˜ ao-Comutatividade Via Formalismo Simpl´etico. Mateus Vinicius Marcial Disserta¸ca˜o de Mestrado. Orientador: Prof. Dr. Wilson Oliveira Co-orientador: Prof. Dr. Clifford Neves Pinto. 30 de julho de 2009 Juiz de Fora - MG.

(2) Monografia apresentada ao Departamento de F´ısica, ICE, UFJF, como requisito parcial para obten¸c˜ao do T´ıtulo de mestre em F´ısica..

(3) Marcial, Mateus Vinicius. Estudos em N˜ao-comutatividade Via Formalismo. Simpl´etico Mateus Vinicius – Juiz de Fora, [M.G.:s.n.], 2009. Orientador: Wilson Oliveira Co-Orientador: Clifford Neves Pinto Disserta¸ca˜o (Mestrado) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Departamento de F´ısica. Banca examinadora: 1. Dr. Wilson Oliveira (Orientador-UFJF) 2. Dr. Clifford Neves Pinto (Co-orientador - UERJ) 3. Dr. Cl´ovis Jos´e Wotzasek (UFRJ) 4. Dr. Everton Murilo Carvalho de Abreu (UFRRJ) 4. Dr. Albert Carlo Rodrigues Mendes (UFJF) (UFJF) Data da defesa: 30/07/2009.

(4) Dedico este trabalho a minha fam´ılia e aos meus amigos.. iv.

(5) Agradecimentos. Agrade¸co primeiro a Deus que ´e o criador de todas as coisas. A meus pais, minha irm˜a, a Qu´ımica Bruna Luana Marcial; e o meu irm˜ao, o Matem´atico Marcos Roberto Marcial; pelo apoio, pela compreens˜ao e pelas ora¸c˜oes. Aos professores Dr. Wilson Oliveira (orientador) e Dr. Clifford Neves Pinto (Co-orientador - UERJ, pela paciˆencia, pela competˆencia e confian¸ca. Aos professores da banca, Dr. Cl´ovis Jos´e Wotzasek (UFRJ), Dr. Everton Murilo Carvalho de Abreu (UFRRJ), Dr. Albert Carlo Rodrigues Mendes (UFJF), por aceitarem participar da minha banca. ` Coordena¸ca˜o da p´osgradua¸c˜ao, ao secret´ario da p´osgradua¸c˜ao Domingos e A aos demais professores do departamento de f´ısica por toda ajuda prestada no decorrer do meu curso. Aos meus colegas de curso, em especialmente Jos´e Amˆancio dos Santos, e a todos que participaram diretamente ou indiretamente desta minha caminhada na UFJF. Finalmente, agrade¸co a` CAPES pelo bolsa concedida durante realiza¸c˜ao deste trabalho.. v.

(6) Resumo Nesta tese, inicialmente, realizamos um estudo introdut´orio sobre sistemas vinculados, onde os formalismos de Dirac e Faddeev-Jackiw-Barcelos Neto-Wotzasek (este tamb´em chamado de formalismo simpl´etico) s˜ao apresentados. O formalismo simpl´etico tem uma peculiaridade, que ´e a de usar os v´ınculos para deformar a estrutura geom´etrica do espa¸co de configura¸ca˜o. O objetivo principal de ambos os m´etodos ´e o de se chegar aos parˆenteses de Dirac, que se constituem na ponte para os comutadores da mecˆanica quˆantica. Tamb´em apresentamos uma breve revis˜ao de teorias n˜ao-comutativas e dinˆamica de fluidos. Com base no formalismo simpl´etico, apresentamos um m´etodo que permite obter vers˜oes n˜aocomutativas de sistemas comutativos. Este m´etodo foi ilustrado em um sistema mecˆanico arbitr´ario n˜ao-degenerado e em um oscilador quiral. Os resultados encontrados est˜ao em acordo com os resultados j´a apresentados na literatura. O trabalho original desta tese consiste na utiliza¸ca˜o do formalismo simpl´etico de indu¸ca˜o de n˜ao-comutatividade (FSINC) em mecˆanica de fluidos, mais especificamente, nos modelos para fluidos irrotacionais e rotacionais. As vers˜oes n˜ao-comutativas de tais modelos apresentaram interessantes resultados, como o comportamento quiral do fluido e a possibilidade de relacionar a viscosidade do fluido com o parˆametro de n˜ao-comutatividade. Palavras chaves: N˜ao-Comutatividade, Formalismo Simpletico, Fluidos.. vi.

(7) Abstract In this thesis, initially, we present a introductory study about constrained systems. It was based on Fadeev-Jackiw-Barcelos Neto-Wotsasek and Dirac formalisms. The former is also called symplectic formalism. The symplectic formalism has a peculiarity, it uses the constraints to deform the structure geometric of the space. The main objective both formalisms is to get the Dirac brackets among the variables. Which are the bridge to construct the commutators of the Quantum Mechanic. Further, we have done a brief review about Noncommutative theories and dynamic of fluids. We have used the simplectic formalism to construct a method that allows to get non-commutative versions of the commutative systems. This method was exemplified in two systems, Nondegenered Mechanic System and Quiral Oscilator. The results carryed out are in agreement with the results that exist in the literature. The original work of this thesis consist in the application of the simplectic formalism of induction of the Noncommutativity (SFIN) in Fluid Mechanic, more especifcly, in the irrotational and rotational fluid model. The noncommutative versions of this models revealed interesting results, for example, the chiral behavior of the fluid and a possibility of to turn on the viscosity of fluid with the parameters of the noncommutativity of the models. Keywords: Noncommutativity, Simplectic Formalism, Fluids. vii.

(8) Sum´ ario Agradecimentos. v. Resumo. vi. Introdu¸c˜ ao. x. 1 M´ etodos do Dirac e Formalismo Simpl´ etico. 1. 1.1. Introdu¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1. 1.2. M´etodo de Dirac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1. 1.3. M´etodo simpl´etico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 7. 1.3.1. Introdu¸c˜ao a` nota¸c˜ao simpl´etica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 7. 1.3.2. Formalismo simpl´etico com v´ınculos e sem v´ınculos . . . . . . . . .. 8. 2 Elementos de espa¸cos n˜ ao-comutativos. 12. 2.1. Introdu¸ca˜o a Espa¸cos-N˜ao-comutativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12. 2.2. Geometria N˜ao-Comutativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13. 2.3. Produto Moyal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14. 2.4. Introdu¸ca˜o `a Mecˆanica Cl´assica N˜ao-Comutativa . . . . . . . . . . . . . . . 22. 3 Revis˜ ao B´ asica de Fluidos 3.1. 25. Algumas equa¸co˜es de fluidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.1.1. Equa¸c˜ao de continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25. 3.1.2. Equa¸ca˜o de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26. viii.

(9) 3.2. Equa¸ca˜o de Navier-Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.2.1. Fluidos Viscosos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33. 3.2.2. A Equa¸ca˜o de Navier-Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36. 4 Indu¸c˜ ao de N˜ ao-comutatividade via Formalismo Simpl´ etico. 38. 4.1. Introdu¸ca˜o ao Formalismo Simpl´etico de Indu¸c˜ao de N˜ao-comutatividade . 38. 4.2. Formalismo Simpletico de Indu¸ca˜o de N˜ao-Comutatividade . . . . . . . . . 40. 4.3. Aplica¸co˜es Ilustrativas do Formalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 4.3.1. Oscilador Quiral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42. 4.3.2. Sistema Mecˆanico Arbitr´ario N˜ao-Degenerado . . . . . . . . . . . . 43. 5 Modelos N˜ ao-Comutativos de Fluidos. 46. 5.1. Vers˜ao N˜ao-Comutativa para o Modelo de Fluido Irrotacional . . . . . . . 46. 5.2. Vers˜ao N˜ao-Comutativa para um Modelo de Fluido Rotacional . . . . . . . 51. 6 Conclus˜ ao e Perspectivas Futuras. 57. A Obten¸c˜ ao da Matriz Simpl´ etica (5.34). 58. B Equa¸c˜ ao Diferencial Variacional Parcial. 63. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. 65. ix.

(10) Introdu¸ c˜ ao Neste trabalho buscamos desenvolver a vers˜ao n˜ao-comutativa de alguns sistemas f´ısicos, iremos fazˆe-la atrav´es de um m´etodo sistem´atico de contruir lagrangianas n˜ao-comutativas. Esse m´etodo ´e baseado no formalismo simpl´etico. Previamente, faremos estudos b´asicos, por´em importantes para nosso prop´osito, de sistema vinculados, fluidos e espa¸cos n˜ao-comutativos. No cap´ıtulo 1, vamos apresentar um tratamento b´asico de sistemas vinculados. Esse foi, primeiramente, realizado por Dirac em m´eados do s´eculo xx, [1], e ´e chamado m´etodo de Dirac , cujo objetivo principal ´e obter os parˆenteses generalizados ou parˆenteses de Dirac. Recentemente em alguns trabalhos, Faddeev e Jackiw [2], apresentou uma forma distinta de se obter os parˆenteses de Dirac, atrav´es de um tratamento geom´etrico, baseado em estruturas simpl´eticas. Esse formalismo ´e chamado quantiza¸c˜ao de Faddeev´ importante ressaltar que alguns sistemas vinculados quando tratados pelo Jackiw. E m´etodo simpl´etico usado por Faddeev-Jackiw apresentam menor n´ umero de v´ınculo em rela¸ca˜o ao tratemento do mesma sistema atrav´es dode Dirac [3], representando uma certa simplifica¸ca˜o. No entanto, o m´etodo de Dirac ´e extremamente eficiente por ser realizado de forma iterativa, sendo de grande valia para tratar sistemas com muitos v´ınculos. No cap´ıtulo 2, apresentaremos um estudo simplificado de espa¸cos n˜ao-comutativos. Esses s˜ao caracterizados pela rela¸ca˜o de comuta¸ca˜o entre os operadores coordenadas [X i , X j ] = i~θij . Onde θij ´e constante, real, antissim´etrico e tem unidade de [time/massa].. x. (1).

(11) Apresentaremos o desenvolvimento do produto Moyal e algumas de suas propriedades. Dado que, analisando de forma simples, podemos apontar a susbstitui¸c˜ao do produto usual entre campos pelo produto Moyal como elemento crucial para se obter vers˜oes n˜ao-comutativas de teorias de campos. No cap´ıtulo 3 faremos uma revis˜ao b´asica de fluidos, em que apresentamos as principais equa¸co˜es da hidrodinˆamica. Esse cap´ıtulo ser´a importante visto que aplicaremos o m´etodo desenvolvido no cap´ıtulo 4 em um sistema de fluidos. No cap´ıtulo 4, vamos analisar como n˜ao-comutatividade pode ser introduzida em uma teoria via formalismo simpl´etico. Esse trabalha com lagrangianas de primeira ordem. As quantiza¸co˜es por deforma¸c˜oes [4] podem ser generalizadas assumindo a existˆencia de uma estrutura simpl´etica cl´assica gen´erica, tais quantiza¸co˜es realizadas em uma linguagem simpl´eticas nos dar´a ind´ıcios de como n˜ao-comutatividade pode ser introduzida na teoria, que ´e nosso principal objetivo. Finalmente, no cap´ıtulo 5, apresentaremos algumas aplica¸co˜es do formalismo desenvolvido no cap´ıtulo 4. Nesse cap´ıtulo, tamb´em onstruiremos uma vers˜ao n˜ao-comutativa para ambos os modelos de fluido irrotacional e rotacional, donde somos induzidos a relacionar a viscosidade do fluido com a n˜ao-comutatividade entre a densidades e velocidade. Por fim, discutiremos os nossos resultados e objetivos futuros com rela¸ca˜o ao trabalho desenvolvido.. xi.

(12) Cap´ıtulo 1 M´ etodos do Dirac e Formalismo Simpl´ etico 1.1. Introdu¸c˜ ao Apresentaremos neste cap´ıtulo o desenvolvimento do m´etodo de Dirac, que ´e. um tratamento consistente com sistema vinculados, e a quantiza¸c˜ao de Faddeev e Jackiw, buscando, na medida do poss´ıvel, compar´a-los . Dado que tanto o formalismo de Dirac quanto o formalismos simpl´etico usado por Faddeev e Jackiw buscam de formas diferentes a obten¸ca˜o dos parˆenteses generalizados -parˆenteses de Dirac- que possibilitam uma ponte direta da mecˆanica cl´assica para a mecˆanica quˆantica. Ainda, dentro do formalismo simpl´etico, vamos detalhar um pouco sobre sistemas sem v´ınculos e sistemas com v´ınculos.. 1.2. M´ etodo de Dirac A necessidade de estudar sistema vinculados em f´ısica surge muito natural-. mente, mas para tratar esses sistema, muitos das vezes, ´e necess´ario desenvolver formalismos bem distintos dos usuais. Um exemplo disso ocorreu quando tentou-se realizar a passagem da mecˆanica cl´assica para mecˆanica quˆantica, tratando-se de sistemas vinculados, via o proceso de quantiza¸ca˜o canˆonico, que corresponde fundamentalmente a fazer a 1.

(13) seguinte mudan¸ca [P.P oisson] →. i [comutador]. ih. (1.1). ´ bom ressaltar a motiva¸c˜ao para se escrever o processo de quantiza¸ca˜o canˆonico, E descrito acima, adv´em da equa¸ca˜o que descreve a evolu¸cao temporal de um operador ˆ -equa¸ca˜o de Heisenbergquˆantico B ˆ ˆ dB i ˆ ˆ ∂B = [B, H] + , dt ~ ∂t. (1.2). comparada com a evolu¸ca˜o temporal de uma quantidade cl´assica B(q, p) correspondente ˆ ao operador quˆantico B, dB ∂B ∂B ∂B q˙i + p˙i + = dt ∂qi ∂pi ∂t ∂B ∂H ∂B ∂H ∂B − + = ∂qi ∂pi ∂pi ∂qi ∂t ∂B = {B, H} + . ∂t. (1.3). Onde usamos as equa¸co˜es canˆonicas de Hamilton e a defini¸c˜ao de parˆenteses de Poisson. A partir da compara¸c˜ao proposta anteriormente, fica claro a motiva¸ca˜o que conduz ao processso descrito em (1.1). No entanto, o processo de quantiza¸ca˜o canˆonico gera inconsistˆencias quando tratamos com sistemas vinculados. Podemos exemplicar de forma simples essa inconsistˆencia. Consideremos um sistema que possua um v´ınculo, pi = 0. O parˆenteses de Poisson entre qi e pi ´e dado por {qi , pi } = 1.. (1.4). Entretanto, a rela¸ca˜o de comuta¸ca˜o entre os operadores qˆi e pˆi , consistente com o v´ınculo pˆi = 0, ´e igual a zero, [qˆi , pˆi ] = qˆi pˆi − pˆi qˆi = 0.. (1.5). Portanto, para esse sistema que possui v´ınculo o processo de quantiza¸ca˜o canˆonica acarreta inconsistˆencias. Agora, fica claro o porquˆe do desenvolvimento do m´etodo de Dirac e, tamb´em, simpl´etico, que buscam, como t´ınhamos dito anteriormente, desenvolver parˆenteses de 2.

(14) Poisson modificados, atualmente chamados parˆenteses de Dirac. Esses seriam capazes de contornar inconsistˆencias como a observada no exemplo anterior. Dado um sitema com os v´ınculos φi (q, p) = 0, o processo de quantiza¸c˜ao (1.1) ser´a consistente desde que no lugar dos parˆenteses de Poisson coloquemos novos parˆenteses generalizados, tais que {φi (q, p), A}DB = 0. (1.6). Onde A denota qualquer quantidade da teoria. Seja um sistema com K v´ınculos, φi (q, p) ≈ 0,. (1.7). com i = 1, 2, ...k < 2N . Em que o s´ımbolo ≈ faz referˆencia ao fato de o parˆenteses de Poisson desse v´ınculo com qualquer outra quantidade da teoria poder ser n˜ao nulo. A partir da defini¸c˜ao da hamiltoniana canˆonica, Hc (q, p) = pi qi − L(q, q). ˙. (1.8). Vamos calcular as equa¸c˜oes de movimento no espa¸co das fase. Usando o princ´ıpio de Hamilton, juntamente com equa¸ca˜o (1.8), na presen¸ca de v´ınculos, temos Z δ (pi q˙i − Hc )dt = 0, logo Z δ. (pi δ q˙i + δpi q˙i − δHc )dt = 0.. (1.9). Essa equa¸c˜ao afirma que mesmo na presen¸ca de v´ınculos podemos escrever δHc = q˙i δpi −. ∂L δqi . ∂qi. (1.10). Isto sugere que δHc pode ser escrito, de uma forma geral, como. δHc =. ∂Hc ∂Hc δqi + δpi . ∂qi ∂pi. Agora, levando esse resultado em (1, 9), obtemos 3. (1.11).

(15) Z. . (−p˙i −.  ∂Hc ∂Hc )δqi + (q˙i − )δpi dt = 0 ∂qi ∂pi. (1.12). Dado que os δqi e δpi s˜ao fun¸co˜es arbitr´arias do tempo, a equa¸c˜ao acima ser´a satisfeita se. (−p˙i −. ∂Hc ∂Hc )δqi + (q˙i − )δpi = 0. ∂qi ∂pi. (1.13). A existˆencia das K rela¸co˜es de v´ınculos faz , at´e o momento, a equa¸c˜ao acima ser inconclusiva. No entanto, da equa¸c˜ao (1.7), temos δφ =. ∂φ ∂φ δqi + δpi ≈ 0. ∂qi ∂pi. (1.14). Assim, temos K equa¸c˜oes. Multiplicando cada uma por −λl com l = 1, 2, .., k que, geralmente s˜ao fun¸co˜es de q e p, e somando o resultado obtido com (1.13), econtramos uma equa¸ca˜o que nos propiciar´a conclus˜oes, (−p˙i −. ∂H ∂H ∂φl ∂φl − λl )δqi + (q˙i − − λl )δpi ≈ 0. ∂qi ∂qi ∂pi ∂pi. (1.15). Dessa equa¸ca˜o otemos as equa¸c˜oes de Hamilton para sistemas vinculados: ∂H ∂φl − λl ∂qi ∂qi. (1.16). ∂H ∂φl + λl . ∂pi ∂pi. (1.17). p˙i ≈ − q˙i ≈. ´ interessante notar que as equa¸co˜es de Hamilton obtidas acima, seriam facilE mente econtradas caso tiv´essemos definido uma nova hamiltoniana no lugar de Hc dada por H 0 = Hc + λl φl .. (1.18). Dessa hamiltoniana obtemos diretamente as equa¸co˜es de Hamilton, (1.16) e (1.17) q˙i = {qi , H 0 } p˙i = {pi , H 0 }.. 4. (1.19).

(16) Quando supomos que o sistema possuia K rela¸co˜es de v´ınculos, que eram prim´arios,1 n˜ao exclu´ımos a hip´otese de existir vinculos secund´arios. Analogamente a que foi feito na constru¸ca˜o de H 0 , que incorpora os v´ınculos prim´arios, podemos contruir uma hamiltoniana total que incorpora na teoria, al´em dos K v´ınculos prim´arios, os M v´ınculos secund´arios, da seguinte forma H = Hc + λa φa. a = 1, 2, ..., M + K < 2N .. (1.20). Agora, para determinar os v´ınculos secund´arios lan¸camos m˜ao de uma condi¸ca˜o de consistˆencia dos pr´oprios v´ınculos φi , isto ´e, os v´ınculos n˜ao evoluem com o tempo. Devemos impor essa condi¸ca˜o de consistˆencia a todos os v´ınculos, inclusive os v´ınculos secund´arios, at´e determinarmos todos os v´ınculos secund´arios e multiplicadores de Lagrange da teoria. No entanto, nem sempre que impomos que um v´ınculo n˜ao evolua com o tempo, encontramos um novo vinculo secund´ario, podemos tanto encontrar um v´ınculo j´a obtido ou, geralmente, obter uma rela¸c˜ao entre multiplicadores de Lagrange, que est˜ao presentes na Hamiltoniana total H e representam, na pr´atica, o pre¸co pago pela existˆencia de vinculos no sistema. Analogamente a introdu¸cao dos parˆenteses de Poisson para descrever a evolu¸ca˜o temporal de uma quantidade qualquer da teoria, tratando-se de sistemas sem v´ınculos, realizado no in´ıcio do cap´ıtulo. Vamos escrever a evolu¸c˜ao temporal de uma quantidade qualquer B(q, p) utilizando as equa¸co˜es de Hamilton para sistema vinculados, isto ´e, dB ∂B ∂B ∂B = q˙i + p˙i + dt ∂qi ∂pi ∂t     dB ∂B ∂H ∂φa ∂B ∂H ∂φa ∂B ≈ + λa + − − λa + dt ∂qi ∂pi ∂pi ∂pi ∂qi ∂qi ∂t ≈ {B, H} + λa {B, φa } +. ∂B , ∂t. (1.21). Onde o ´ındice a ´e relativo a todos os v´ınculos da teoria, incluindo, caso existam, v´ınculos decorrentes da fixa¸ca˜o de gauge. 1. V´ınculos s˜ ao consideros prim´ arios quando surgem, diretamente, da express˜ao de momento Pi =. caso contr´ ario, s˜ ao ditos secund´ arios.. 5. ∂L ∂ q˙i ,.

(17) Dado que B(q, p) ´e uma quantidade qualquer da teoria, vamos substitui-lo por um dos v´ınculos da teoria, logo dφb ≈ {φb , H} + λa {φb , φa } ≈ 0. dt. (1.22). Introduzindo uma matriz C, tais que seus elementos s˜ao os parˆenteses de Poisson dos v´ınculos, ou seja, Cab = {φa , φb } = −Cba. (1.23). λa Cab ≈ {φb , H},. (1.24). e segue-se que. onde usamos que a matriz C ´e antissim´etrica (v´ınculos bosˆonicos). Quando todos os v´ınculos da teoria s˜ao considerados, foi mostrado por Dirac que a matriz C ´e n˜ao- singular. Ent˜ao da u ´ltima equa¸c˜ao podemos determinar os multilicadores de Lagrange −1 λa ≈ −Cab {φb , H},. (1.25). usando esse resultado em (1.21), finalmente encontramos dB ∂B −1 ≈ {B, H} − {B, φa }Cab {φb , H} + dt ∂t ≈ {B, H}DB +. ∂B , ∂t. (1.26). onde −1 {B, H}DB = {B, H} − {B, φa }Cab {φb , H}. (1.27). ´e definido como parˆenteses de Dirac entre as quantidades B e H. Neste momento, somos levados, por analogia ao caso dos parˆenteses de Poisson tratando-se de sistemas sem v´ınculos, a comparar a equa¸ca˜o (1.26) com a equa¸ca˜o quˆantica de Heisenberg. Isso nos levar´a a propor um processo de quantiza¸ca˜o para sistemas vinculados da seguinte maneira {P.Dirac} →. 1 [comutador]. ih. 6. (1.28).

(18) ´ oportuno comentar que os processos de quantiza¸c˜oes s˜ao realizados de forma direta, E somente, se n˜ao houver problemas de ordenamento de operadores. Essa proposta que foi realizada possui fortes evidˆencias para estar correta. Sem d´ uvida, a mais contundente ´e o fato de rela¸co˜es de v´ınculos que, que s´o valiam fracamente em termos dos parˆenteses de Poisson, valerem fortemente dentro dos parˆenteses de Dirac, ou seja, o parˆenteses de Dirac de um v´ınculo φb com qualquer outra quantidade da teoria ´e sempre zero −1 {B, φc }DB = {B, φc } − {B, φa }Cab {φb , φc } −1 = {B, φc } − {B, φa }Cab Cbc ,. logo {B, φc }DB = {B, φc } − {B, φa }δac = 0.. (1.29). ´ importante lembrarmos do exemplo citado no in´ıcio do cap´ıtulo, onde mostramos E que para sistemas vinculados o processo de quantiza¸ca˜o canˆonico era incosistente. Agora, caso coloquemos os parˆentese de Dirac no lugar dos parˆenteses de Poisson, em virtude de da equa¸ca˜o acima, o processo de quantiza¸ca˜o n˜ao acarreta nenhuma inconsistˆencia.. 1.3. M´ etodo simpl´ etico. 1.3.1. Introdu¸ c˜ ao ` a nota¸c˜ ao simpl´ etica Seja um dado sistema descrito no espa¸co de fases por 2N vari´aveis qi e pi .. ´ Poss´ıvel escrever convenientemente os parˆenteses de Poisson entre duas quantidades E quaisquer, por exemplo A(q, p) e B(q, p), do seguinte modo. {A(q, p), B(q, p)} =. ∂B ∂A ∂B ∂A ∂B ∂A ∂B ∂A {qi , qj } + {qi , pj } + {pi , qj } + {pi , pj } . ∂qi ∂qj ∂qi ∂pj ∂pi ∂qj ∂pi ∂pj (1.30). Agora, vamos introduzir uma nota¸ca˜o muito interessante e concisa, nota¸ca˜o simpl´etica. Para isso, denotaremos o conjunto de coordenadas e momentos, apenas por ξ α (α = 7.

(19) 1, 2, ..., 2N ), tal que ξ i = qi ξ i+N = pi .. (1.31). Utilizando essa nova nota¸ca˜o, podemos reescrever os parˆenteses anteriores como {A(q, p), B(q, p)} =. ∂A α β ∂B, {ξ , ξ } β ∂ξ α ∂ξ. (1.32). onde usamos os parˆenteses fundamentais de Poisson, que em nota¸c˜ao simpl´etica s˜ao {ξ α , ξ β } = αβ. (1.33). com αβ dado por  αβ = . 0N xN. IN xN. −IN xN 0N xN.  ,. (1.34). que ´e um tensor simpl´etico no caso de sistemas sem v´ınculos, e funciona como a m´etrica do espa¸co simpl´etico.. 1.3.2. Formalismo simpl´ etico com v´ınculos e sem v´ınculos Como foi dito anteriormente, o m´etodo simpl´etico trabalha com lagrangianas. de primeira ordem. Algo nem t˜ao restritivo, j´a que maioria das lagrangianas quadr´aticas de interesse podem ser transformadas em lagrangianas de primeira ordem, estendo-se o espa¸co de configura¸ca˜o com introdu¸c˜ao de campos auxiliares. Estes s˜ao geralmente os momenta. Al´em disso, algumas lagrangianas s´o possuem formula¸c˜ao em primeira ordem, por exemplo, lagrangianas para campos de Dirac e lagrangiana de Klein Gordon. Seja um sistema dinˆamico descrito por uma lagrangiana de primeira ordem da forma L = aj ξ˙j − H(ξ k ).. (1.35). Em que H(ξ) ´e a hamiltoniana do sistema e ξ j s˜ao as vari´aveis simpl´eticas. Da equa¸ca˜o de Euler-Lagrange, d ∂L ∂L − =0 i ∂ξ dt ∂ ξ˙i 8. (1.36).

(20) temos  ∂aj ˙j ∂H(ξ k ) d ξ − ai (ξ k ) = 0 − i i ∂ξ ∂ξ dt ∂aj ˙j ∂H(ξ k ) ∂ai ˙j ξ − − jξ = 0 ∂ξ i ∂ξ i ∂ξ   ∂aj ∂ai ˙j ∂H(ξ k ) ξ = − . ∂ξ i ∂ξ j ∂ξ i. (1.37). Sendo assim, fij ξ˙j =. ∂H(ξ k ) , ∂ξ i. (1.38). em que fij =. ∂aj (ξ k ) ∂ai (ξ k ) − ∂ξ i ∂ξ j. (1.39). Se os coeficientes aj (ξ k ) s˜ao tais que fij ´e n˜ao-singular, ent˜ao fij possui inversa e iremos indica-la por f ij . E da equa¸ca˜o (1.38) encontramos ∂H(ξ k ) ξ˙j = f ij . ∂ξ i. (1.40). Por outro lado, podemos obter a equa¸c˜ao acima utilizando-se a formula¸c˜ao hamiltoniana. Ent˜ao fa¸camos ξ˙j = {ξ j , H(ξ k )} ∂H(ξ k ) . ξ˙j = {ξ j , ξ i } ∂ξ i. (1.41). Comparando as equa¸c˜oes (1.40) e (1.41), encontramos f ij = {ξ j , ξ i }.. (1.42). Caso a matriz f ij = {ξ j , ξ i } seja singular o sistema apresenta v´ınculos ou tem simetria de gauge. E f ij = {ξ j , ξ i } n˜ao pode ser identificado como tensor simpl´etico, j´a que, fazendo o papel da m´etrica do espa¸co simpl´etico, ele deveria possuir inversa. Portanto, n˜ao iremos conseguir, `a princ´ıpio, determinar os parˆenteses da teoria. O m´etodo simpl´etico com v´ınculos busca solucionar esse problema, por meio de deforma¸c˜oe da estrutura geom´etrica do espa¸co simpl´etico, ou seja, usa-se os v´ınculos para se obter uma novo tensor, que seja n˜ao-singular e que possa ser identificado como m´etrica do espa¸co. 9.

(21) Consideremos que exista uma quantidade qualquer C(ξ k ), n˜ao-nula, que possua os parˆenteses de Poisson com as vari´aveis simpl´eticas ξ i todos nulos, {ξ i , C(ξ k )} = f ij. ∂C(ξ k ) =0 ∂ξ j. f ij Dessa equa¸ca˜o, notamos que. ∂C(ξ k ) , ∂ξ j. ∂C(ξ k ) ∂ξ j (1.43). ´e um modo zero de f ij , que logo n˜ao possui inversa. (0). (0). Vamos denotar a matriz singular e o modo zero por fij e wj , respectivamente. (0). E consideremos que existam wl , com (l < 2N ), modos zeros. Ou seja, (0). (0) flm wm =0. (1.44). Substituindo essa equa¸ca˜o na lagrangiana de primeira ordem, descrita anteriormente, em que consideremos que sua parte cin´etica n˜ao depende das ξ k , temos (ξ k ) = 0, ∂ξ l. (0) ∂V. wl. (1.45). onde V (ξ k ) denota energia potencial. Geralmente, essa equa¸ca˜o representa v´ınculos. Esses podem ser introduzidos na lagrangiana por meio de multiplicadores de Lagrange. Vamos tomar a derivada temporal do v´ınculo obtido acima e introduzi-lo na parte cin´etica da (0). lagrangiana. Isso levar´a a` deforma¸ca˜o do tensor fij , como veremos a seguir. (0). A introdu¸ca˜o dos multiplicadores de Lagrange λl. extendem o espa¸co de con-. figura¸ca˜o. Realizando esse procedimento, temos L(1) = ai (ξ k )(0) ξ˙i − V (0) (ξ k ) + λl L. (1). =. (0) ai. d (0) i  Ω (ξ ) , dt l. (0) ∂Ωl  ˙i ξ − V (ξ k ). + λl ∂ξ i. (1.46). Donde podemos identificar novos vetores, (0). (1) ai. =. (0) ai (1). al. ∂Ω + λl l i ∂ξ =0. 10. (1.47).

(22) (0). onde Ωl. s˜ao os v´ınculos decorrentes de (1.45). Dessa forma obtemos novos tensores, (1). (1). (1). fij = ∂i aj − ∂j ai (1). (1). (1). (1). fil = ∂i al − ∂l ai = −∂l ai (1). (1). flm = ∂l a(1) m − ∂m a(l) = 0 Onde ∂i =. ∂ ∂ξ i. e ∂l =. ∂ . ∂ξ l. (1.48). Caso detf (1) 6= 0, conseguimos eliminar os v´ınculos da teoria, e. calcular o tensor simpl´etico adequado, que funcionar´a como m´etrica do espa¸co e, tamb´em, (1). fornecer´a os parˆenteses de Dirac. Por outro lado, se o tensor fij ainda for singular, devemos encontrar seus modos zeros, que, geralmente, fornecer˜ao novos v´ınculos. Os quais introduzidos na lagrangiana de primeira itera¸ca˜o L(1) , atrav´es de multiplicadores de Lagrange, provocaram uma deforma¸ca˜o do espa¸co, possibilitando a obten¸ca˜o de um novo tensor simpl´etico. Se detf (2) 6= 0 encerramos o processo, chegamos ao nosso objetivo. Caso contr´ario, devemos repetir o processo, acima realizado, at´e obtermos um tensor n˜ao-singular que possibite obter o tensor simpl´etico. ´ importante ressaltarmos uma situa¸ca˜o particular desse processo . Ela aconE tece quando encontramos um matriz singular, cujos modos zeros corespondentes n˜ao fornecem novos v´ınculos. Essa situa¸ca˜o esta presente em teorias de gauge. Nesse caso, a fim de definir o tensor simpl´etico, devemos introduzir as condi¸co˜es de gauge.. 11.

(23) Cap´ıtulo 2 Elementos de espa¸ cos n˜ ao-comutativos 2.1. Introdu¸c˜ ao a Espa¸ cos-N˜ ao-comutativos O estudo de espa¸cos n˜ao-comutativos em f´ısica n˜ao ´e algo novo. A algumas. d´ecadas esse assunto foi muito descutido por H. S. Snyder [5]. Entretanto, naquele momento seus estudos n˜ao foram nada providencial com o momento em que vivia a f´ısica. Esse marcado pelo sucesso da teoria da eletrodinˆamica quˆantica. Recentemente tem aflorado o interesse de estudar espa¸cos n˜ao-comutativos, que s˜ao caracterizados pela rela¸c˜ao de comuta¸ca˜o entre os operadores coordenadas [xˆi , xˆj ] = i~θij ,. (2.1). onde o parˆametro de n˜ao-comutatividade ~θij tem dimens˜ao de ´area. Esse interesse surgiu devido a busca de descrever fenˆomenos f´ısicos como teoria de cordas [6] ,Dp -branas, efeito Hall quˆantico [7] e mat´eria condensada [17]. Buscando introduzir estudos em n˜aocomutividade trataremos um pouco de geometria n˜ao-comutativa e de um novo produto, Produto Moyal. Visto que, matematicamente ´e poss´ıvel construir uma teoria de campos. 12.

(24) n˜ao-comutativos trocando o produto usual entre campos pelo produto Moyal,   i lj x y θ (∂l )(∂j ) f (x)g(y)|x=y , (f ∗ g)(x) = exp 2. (2.2). com f e g fun¸co˜es infinitamente diferenci´aveis. Por meio de uma simples an´alise dimensional, percebemos que a matriz θij tem dimens˜ao de [tempo/massa]. Dado que a unidade do parˆametro θij envolve a massa e que temos apenas duas constantes fundamentais em f´ısica c e G, para determinar essa unidade, somos induzidos a fazer uma analogia entre o parˆametro θij e um campo similar a gravidade.. 2.2. Geometria N˜ ao-Comutativa A geometria n˜ao-comutativa teve seus trabalhos pioneiros realizados, h´a muitos. anos, por A. Cones, [23]. Esses estavam, basicamente, dentro de uma o´tica m´atem´atica. No decorrer do tempo, esses estudos foram sendo incorporados em f´ısica. Primeiramente, na busca, simplesmente, de entender algumas intera¸co˜es fundamentais em f´ısica dentro de um mundo n˜ao-comutativo. A geometria n˜ao-comutativa, de forma simplificada, ´e um princ´ıpio variacional dos fundamentos de geometria, extendidos a espa¸cos n˜ao-comutativos. A fim de realizar essa extens˜ao ´e necess´ario desenvolver alguns conceitos b´asicos de geometria, dentro do espa¸co n˜ao-comutativo. Defini¸ca˜o: Uma ∗-´algebra A ´e um espa¸co complexo que possui opera¸ca˜o de multiplica¸c˜ao, que ´e associativa e distributiva, juntamente com uma involu¸ca˜o a → a∗ . ´ Uma involu¸ca˜o, em uma Algebra β, ´e uma aplica¸ca˜o ∗:β→β A → A∗ com as seguintes propriedades: i)(A + B)∗ = A∗ + B ∗ , 13. (2.3).

(25) ii)(αA)∗ = α ¯ A∗ , iii)(AB)∗ = B ∗ A∗ ,. (2.4). iv)A∗∗ = A, v) kA∗ k = kAk . Onde A, B ∈ β, e α ∈ C. Uma ∗-´algebra β, com A e B ∈ β, que satisfaz AB = BA. (2.5). ´ ´e dita ser uma Algebra comutativa. ´ Defini¸ca˜o: Uma C ∗ -Algebra ´e uma a´lgebra tal que sua norma verifica as condi¸co˜es: i) kABk ≤ kAk kBk = kAk2 .. ii) kA∗ Ak. (2.6). ´ Essa C ∗ -Algebra ´e de grande importˆancia, pois os conceitos de curva, superf´ıcie e espa¸co em geometria podem ser compreendidos por meio dela .. 2.3. Produto Moyal A fim de estudar espa¸cos n˜ao-comutativos faz-se necess´ario introduzir um novo. produto entre campos que seja consistente com a geometria do espa¸co n˜ao-comutativo. Esse produto ser´a denominadado Produto Moyal. Vamos procurar, de forma simplificada, apresentar seu desenvolvimento. Para isso, consideremos uma a´lgebra comutativa de fun¸co˜es em <D , munido do produto usual (f.g)(x) = f (x)g(x).. (2.7). Onde supomos que todos os campos s˜ao fun¸co˜es de decrescimento r´apido no infinito. Sendo que, uma fun¸ca˜o f : <D → C ´e dita de descrescimento r´apido no infinito, se ela for 14.

(26) infinitamente deriv´avel, ou seja, f ∈ C ∞ (<), e se lim xm dn f (x) = 0,. kxk→∞. (2.8). onde d indica o operador derivada e m e n s˜ao naturais. Indicaremos o conjunto de fun¸co˜es de decrescimento r´apido no infinito por D. Toda fun¸ca˜o φ ∈ D pode ser escrita pela sua transformada de Fourier, fa¸camos Z. j. dD xe−ikj x φ(x). e φ(k) =. (2.9). e e ´ f´acil notar que φ(−k) E = φ(k), desde que φ(x) ∈ <. Um espa¸co n˜ao-comutativo pode ser constru´ıdo por meio da substitui¸c˜ao das coordenadas xj ∈ <D por operadores hermitianos xbj , que satisfazem a rela¸ca˜o de comuta¸c˜ao definida em (1) . Os operadores hermitianos xbj geram uma a´lgebra n˜ao comutativa. A correspondˆecia entre a ´algebra de campos em <D e a ´algebra de operadores pode ser perfeiramente realizada atrav´es da quantiza¸ca˜o de Weyl. Dada uma fun¸c˜ao φ ∈ D, juntamente com sua transformada de Fourier , o s´ımbolo de Weyl ´e introzido por c [φ] ≡ Φ b= 1 W (2π)D. Z. e exp (ikj xj ). dD k φ(k). (2.10). Nessa equa¸ca˜o adotamos o ordenamento sim´etrico de operadores proposto por Weyl. Obc [φ] ´e hermitiano sempre que φ ´e real. A u serevemos que W ´ltima equa¸c˜ao, (2.10), pode ser reescrita em fun¸ca˜o do operador Tb(k) = exp (ikj x bj ). (2.11). da seguinte forma b= Φ. 1 (2π)D. Z. e dD k Tb(k)φ(k).. (2.12). Como os x bi, s s˜ao operadores hermitianos, ´e o´bvio que, TbT (k) = Tb(−k).. 15. (2.13).

(27) Neste contexto, vamos encontrar algumas rela¸co˜es alg´ebricas que ser˜ao u ´teis . Usando f´ormula de Glauber, 1. eA eB = e(A+B) e 2 [A,B] , para duas func˜oes [b xi , [b xm , x bn ]] = ob, obtemos,. (2.14). 1. bl ) Tb(k)Tb(k , ) = exp (ikj x bj ) exp (ikl, x i = exp (i(k + k , )j x bj ) exp ( θjl kj kl, ) 2 i = Tb(k + k , ) exp ( θjl kj kl, ). 2. (2.15). E ainda Z T r(Tb(k)) =. E b d x xj |T (k)|xj , D. D. (2.16). onde |xj i s˜ao auto fun¸co˜es dos operadores x bj . Dado um operador arbitr´ario A, sua fun¸c˜ao F (A) pode ser escrita por F (A) =. ∞ X. fn An. n=0. A|ψ i= α|ψi . Aplicando o operador A n vezes, sucessivamente, obtemos An |ψ i= αn |ψi logo F (α)|ψi =. ∞ X. fn αn |ψ i= F (A)|ψi ,. n=0. 1. Para simplificar a nota¸c˜ ao consideramos ~ igual a um. 16. (2.17).

(28) usando este resultado, podemos reescrever a equa¸ca˜o (2.16), Z j b T r(T (k)) = dD xeikj x , T r(Tb(k)) = (2π)D. Y. δ(ki ).. (2.18). i. Usando as propriedades (2.15) e (2.18), podemos obter Z 1 T e , )Tb(−k)} b b T r(ΦT (k)) = T r{ dD k , Tb(k , )φ(k (2π)2D Z 1 e , )T r[Tb(k , )Tb(−k)] dD k , φ(k = (2π)2D Z 1 e , )T r{Tb(k − k , ) exp ( i θjl kj k , ) = dD k , φ(k l 2D (2π) 2 Z Y 1 i jl , D ,e , D = d k φ(k ) exp ( θ k k )(2π) (δ(k − k , )i ), j l (2π)2D 2 i visto que a matriz θjl ´e anti-sim´etrica o fator exponencial, acima, reduz-se a um. Portanto b TbT (k)) = T r(Φ. 1 e φ(k). (2π)D. (2.19). b for Essa equa¸ca˜o servir´a de motiva¸ca˜o para contru¸c˜ao do produto Moyal. Se operador Φ substituido pelo produto de dois operadores φb1 φb2 , onde os operadores φb1 e φb2 s˜ao definidos b o novo campo φe estar´a relacionado aos campos Φ e1 Φ e 2 atrav´es de de forma an´aloga a Φ, um produto diferente do usual. D b b bT (φ^ 1 ∗ φ2 )(k) ≡ (2π) T r{Φ1 Φ2 T (k)}     Z Z 1 1 D D ,b , f , D ,, b ,, f ,, b = (2π) T r d k T (k )Φ1 (k ) d k T (k )Φ2 (k ) T (−k) (2π)D (2π)D Z 1 = dD k , dD k ,, φe1 (k , )φe2 (k ,, )T r{Tb(k , )Tb(k ,, )Tb(k)} D (2π) Z 1 D , D ,, e , e ,, b(k , )Tb(k ,, − k)} exp ( i θjl k ,, kl ) = d k d k φ (k ) φ (k )T r{ T 1 2 j (2π)D 2 Z i 1 i , ,, = dD k , dD k ,, φe1 (k , )φe2 (k ,, ) exp ( θjl kj,, kl )T r{Tb(k , +(k ,, −k)) exp ( km (k − k)n θmn } D (2π) 2 2. 17.

(29) 1 = (2π)D. Z.  Y i , ,, i jl ,, , ,, mn D , e ,, e δ(k +k −k)i d k d k φ1 (k )φ2 (k ) exp ( θ kj kl ) exp ( km (k − k)n θ )(2π) 2 2 i Z i i = dD k , φe1 (k , )φe2 (k − k , ) exp ( θjl (k − k , )j kl ) exp ( ki, kj, θij ) 2 2 Z i (2.20) (φ^ dD k , φe1 (k , )φe2 (k − k , ) exp (− kj, kl θjl ). 1 ∗ φ2 )(k) ≡ 2 D , D ,,. Sendo que, na u ´ltima express˜ao usamos o fato de θij ser uma matriz anti-sim´etrica , logo i i exp (− ki, kj, θij ) = exp ( ki kj θij ) = 1. 2 2 Onde (φ^ 1 ∗ φ2 )(k) indica transformada de Fourier de (φ1 ∗ φ2 )(k). A equa¸c˜ao (2.20) pode ser escrita de uma forma mais amig´avel, usando as seguintes nota¸co˜es kbi |k >= ki |k > xbi |x = xi |x > < k|x >=. < k|φ >= φei (k),. (2.21). < x|φ >= φei (x), exp(−ikj xj ) D. (2π) 2 juntamente com a no¸c˜ao de produto tensorial, temos. (2.22). ,. (2.23). Z i ^ (φi ∗ φ2 )(k) = dD k , (< k − k , |⊗ < k , |)(|φ1 > ⊗|φ2 >) exp (− kl kj, θlj ) 2 Z i = dD k , (< k − k , |⊗ < k , |) exp (− b kl ⊗ b kj, θlj )(|φ1 > ⊗|φ2 >) 2 Z =. i dD k , dD xdD y(< k−k , |⊗ < k , |)(|x > ⊗|y >)(< x|⊗ < y|) exp (− b kl ⊗ b kj, θlj )(|φ1 > ⊗|φ2 >). 2. Onde introduzimos uma identidade, rela¸ca˜o de fechamento, na express˜ao acima, dada por Z dD xdD y(|x > ⊗|y >)(< x|⊗ < y|) = 1. Com isso, segue-se (φ^ 1 ∗ φ2 )(k) =. 1 (2π)2D. Z. D , D. D. . ,. j. − i(k − k )j x −   i lj y x × exp − θ (−i∂l )(−i∂j ) φ1 (x)φ2 (y). 2 d k d xd y exp. 18. ikj, y j.  ×. (2.24) (2.25).

(30) Mas, sabemos que Z (φ1 ∗ φ2 )(x) =. dD k exp (ikj xj )(φ^ 1 ∗ φ2 )(k).. (2.26). Portanto, estamos quase prontos para determinar o novo produto entre campos,.   Z 1 , j D , D , D , ,j d k d x d y exp − i(k − k )j x − ikj y × d k exp ikj x (2π)2D   i lj x, y ×(exp θ (∂l )(∂j ) φ1 (x, )φ2 (y) (2.27) 2. Z. . D. (φ1 ∗φ2 )(x) =. j. . .  Z 1 ,j D j = d xd y d k exp −ikj (x − x ) × (2π)D     Z 1 i lj x, y ,j , D , ,j θ (∂l )(∂j ) φ1 (x, )φ2 (y) × d k exp −ikj (y − x ) exp (2π)D 2 Z. Z =. D. D. D , D. ,. . D. d yδ (x − x)δ (y − x) exp. Z =.  i lj x, y θ (∂l )(∂j ) φ1 (x, )φ2 (y) 2.  i lj x y d x d yδ (y − x) exp θ (∂l )(∂j ) φ1 (x)φ2 (y) 2   i lj x y = exp θ (∂l )(∂j ) φ1 (x)φ2 (y)|x=y . 2 D , D. D. (2.28) (2.29). (2.30). . Depois desses muitos trabalhos alg´ebricos, encontramos a seguinte express˜ao,   i lj x y (φ1 ∗ φ2 )(x) = exp θ (∂l )(∂j ) φ1 (x)φ2 (y)|x=y , 2. (2.31). (2.32). que ´e vista como a defini¸ca˜o do produto Moyal. Podemos escrever o produto Moyal de uma outra forma, escrita como  (φ1 ∗ φ2 )(x) = φ1 (x) exp. 19. →  ← 1 ∂ µν ∂ θ φ2 (x) 2 ∂xµ ∂xν. (2.33).

(31)   ∞ X 1 n1 ∂µ1 ∂µ2 ...∂µn φ1 (x) θµ1 ν1 × (φ1 ∗ φ2 )(x) = φ1 (x)φ2 (x) + ( ) 2 n! n=1 ×θ. µ2 ν2. ...θ. µn νn.   ∂ν1 ∂ν2 ...∂νn φ2 (x) .. (2.34). A equa¸c˜ao (2.34) exprime a n˜ao localidade do produto Moyal, dado que a mesma possui um n´ umero infinito de derivadas. A partir deste momento, discutiremos algumas das propriedades mais importantes do produto Moyal. Usando a expans˜ao ex =. ∞ X xn x=0. n!. ,. ∀x ∈ R,. (2.35). podemos escrever o produto Moyal da seguinte maneira i (φ1 ∗ φ2 )(x) = φ1 (x)φ2 (x) + θµν ∂µ φ1 (x)∂ν φ2 (x)+ 2 1 i µν i ρλ θ θ ∂µ ∂ρ φ1 (x)∂ν ∂λ φ2 (x)+ 2! 2 2 1 i µν i ρλ i ξη + θ θ θ ∂µ ∂ρ ∂ξ φ1 (x)∂ν ∂λ ∂η φ2 (x)+ 3! 2 2 2 +. (2.36). +O(θ4 ). ´ importante notar que ao realizarmos o produto Moyal entre dois campos iguais, tem-se E uma particularidade: os termos ´ımpares em θ, isto ´e, os quais contenham produto de n matrizes θ anti-sim´etricas, com n ´ımpar, ser˜ao nulos. A partir da expans˜ao acima, ´e f´acil encontrar a regra de deriva¸ca˜o para o produto Moyal, mediante simples c´alculos, por´em, extensos. Como iremos aplicar as regras de deriva¸ca˜o usual aos termos da expans˜ao, ´e intuitivo que, a regra de deriva¸c˜ao do produto Moyal seja dada por ∂µ (φ1 ∗ φ2 ) = (∂µφ1 ) ∗ φ2 + φ1 ∗ (∂µφ2 ). que ´e semelhante a regra de deriva¸c˜ao usual.. 20. (2.37).

(32) Uma situa¸c˜ao interessante, mas esperada, surge ao realizarmos o produto Moyal entre duas fun¸co˜es φ1 e φ2 definidas por: φ1 = xµ e φ2 = xν . i X µ ∗ X ν = X µ X ν + θµν ∂µ X µ ∂ν X ν , 2 i X µ ∗ X ν = X µ X ν + θµν . 2. (2.38). ´ f´acil percebermos que o lado direito da (2.38), tem uma parte sim´etrica e outra anE tissim´etrica, respectivamente. Deste modo o comutador Moyal de X µ com X ν ´e dado por: i i [X µ , X ν ]∗ = X µ ∗ X ν − X ν ∗ X µ = X µ X ν + θµν − X ν X µ − θνµ = iθµν . 2 2 Buscando clarear id´eias, discutiremos um exemplo bem simples para o produto Moyal entre dois campos. Considere um espa¸co bidimensional (θ12 ) e seja φ1 = x1 e φ2 = x2 , logo i φ1 ∗ φ2 == x2 x1 + θ12 ∂1 x1 ∂2 x2 2. (2.39). [x1 , x2 ]∗ = iθ12 ,. (2.40). assim, consequentemente,. onde usamos o fato de que a matriz θ ´e antissim´etrica. Ainda que o produto Moyal ´e n˜ao-local, devido a existˆencia de um n´ umero infinito de derivadas em sua defini¸ca˜o, esta n˜ao localidade n˜ao aparece em termos quadr´aticos da a¸c˜ao, de fato Z Z Z D D D e e d xφ1 (x) ∗ φ2 (x) = d k1 d k2 φ1 (k1 )φ2 (k2 ) dD xeiki x ∗ eik2 x . Utilizando a defini¸c˜ao de produto Moyal, e considerando que, Z j φi (x) = dD keikj x φei (ki ) podemos resolver,. Z.   i µν x y θ ∂ ∂ ik x ik x µ ν 1 2 d x e2 e e D. 21. (2.41).

(33) Z =.   i µν i(k1 +k2 ) i(k1 +k2 ) d x e + θ k1µ k2ν e 2 Z i µν = dD xe 2 θ k1µ k2ν ei(k1 +k2 ) . D. Sendo assim. Z. Z. i µν d xφ1 (x) ∗ φ2 (x) = dD k1 dD k2 (2π)D δ(K1 + k2 )φe1 (k1 )φe2 (k2 )e 2 θ k1µ k2ν Z = dD k1 dD k2 dD x(ei(k1 +k2 ) φe1 (k1 )φe2 (k2 ) Z  Z  Z D D ik1 x e D ik2 x e = d x d k1 e φ1 (k1 ) d k2 e φ1 (k1 )} .. D. segue que Z. D. d xφ1 (x) ∗ φ2 (x) =. Z. Z. D. d xφ1 (x)φ2 (x) =. dD xφ2 (x) ∗ φ1 (x).. (2.42). Que ´e o resultado desejado. Agora, outras propriedades do produto Moyal que seguem diretamente da defini¸ca˜o s˜ao:. F (x) ∗ δ(x − y) = δ(x − y)F (y)   φ1 (x) ∗ φ2 (x) ∗ φ3 = φ1 ∗ φ2 (x) ∗ φ3 (x) = φ1 (x) ∗ φ2 (x) ∗ φ3 .. (2.43) (2.44). Finalmente, temos mostrado algumas das propriedades importantes do produto Moyal, este ser´a utilizado, de forma direta, na obten¸ca˜o de vers˜oes n˜ao-comutativas de muitas modelos f´ısicos de interesse.. 2.4. Introdu¸c˜ ao ` a Mecˆ anica Cl´ assica N˜ ao-Comutativa Os espa¸cos n˜ao-comutativos s˜ao caracterizados pela rela¸ca˜o de comuta¸ca˜o entre. os operadores coordenadas (1). E como j´a foi dito, podemos construir uma teoria de campos n˜ao-comutativos por meio da substitui¸ca˜o do produto usual entre campos pelo Moyal, que ´e consistente com as regras de comuta¸c˜ao, as quais ser˜ao supostas a seguir, para construir uma mecˆanica quˆantica n˜ao-comutativa, 22.

(34) [xˆi , xˆj ] = i~θij , [xˆi , pˆj ] = i~δij , [pˆi , pˆj ] = 0.. (2.45). Essa nova mecˆanica fornece muitos fenˆomenos f´ısicos de interesse, [9]. Buscando investigar se no limite cl´assico essas regras de comuta¸co˜es tem algum interesse f´ısico, vamos definir uma estrutura simpl´etica consistente com as regras de comuta¸ca˜o (2.45), dada por {xi , pj } = δij , {xi , xj } = θij ,. (2.46). {pi , pj } = 0. A partir das quais podemos estudar e desenvolver estudos de mec˜anica cl´assica dentro de um espa¸co n˜ao-comutativo. Considerando um conjunto de vari´aveis simpl´eticas ξ i , com i = 1, 2, ...2N , e uma matriz antissim´etrica Σij = {ξ i , ξ j }; e dadas duas fun¸c˜oes arbitr´arias A = A(xi , pj ) e B = B(xi , pj ), podemos construir uma estrutura simpl´etica usando (1.32). Seja uma Hamiltoniana H = H(ξ i ), podemos otter a equa¸c˜oes de movimento em termos dessa estrutura simpl´etica, ξ˙i = {ξ i , H(ξ j )}.. (2.47). Em geral, para uma fun¸ca˜o F qualquer, definida nesse espa¸co, temos F˙ i = {F i , H(ξ j )}.. (2.48). Agora, consideremos um espa¸co de fase dado por ξi = (xi , pj ), com i = 1, 2, 3; uma estrutura simpl´etica (2.46), e dadas duas quantidades quaisquer da teoria, podemos escrever de forma conveniente os parˆenteses de Poisson entre elas, por. 23.

(35) {F, G} = {xi , xj }. ∂F ∂G ∂F ∂G + {xi , pj } ∂xi ∂xj ∂xi ∂pj. +{pi , xj } ∂F ∂G = θij + ∂xi ∂xj. . ∂F ∂G ∂pi ∂xj.  ∂F ∂G ∂F ∂G − . ∂xi ∂pj ∂pi ∂xj. (2.49). Consideremos, tamb´em, uma hamiltoniana cl´assica na forma H=. pi pi + V (x), 2m. e utilizando (2.48) e (2.49), nos encontramos as equa¸co˜es de Hamilton,   . pj pj pi ∂V x˙ i = xi , H = xi , + V (xj ) = + θij 2m m ∂xj p˙i = {pi , H} = −. ∂V . ∂xi. (2.50). (2.51). (2.52). Derivando a equa¸ca˜o (2.51) em rela¸ca˜o ao tempo, usando (2.52) e multiplicando-a por m, obtemos. m¨ xi = −. ∂ 2V ∂V x˙ k . + mθij ∂xi ∂xk ∂xj. (2.53). Essa ´e uma reformula¸ca˜o da segunda lei de Newton, que depende de parˆametros n˜ao´ bom ressaltar que podemos comutativos, e tamb´em, da varia¸c˜ao do potencial externo. E obter equa¸co˜es mais gerais que (2.53) [9]. Isso pode ser feito tomando uma estrututa simpl´etica deformada, mais geral, que possua mais parˆametros n˜ao-comutativos e, posteriormente, os c´alculos s˜ao an´alogos.. 24.

(36) Cap´ıtulo 3 Revis˜ ao B´ asica de Fluidos 3.1. Algumas equa¸co ˜es de fluidos As equa¸c˜oes de fluidos mais importantes s˜ao: equa¸ca˜o da continuidade, equa¸ca˜o. de Euler e equa¸c˜ao de energia. As mesmas podem ser escritas utilizando nota¸c˜ao tensorial, que al´em de compacta e elegante possui uma enorme facilita¸ca˜o no tratamento de fluidos reais onde a viscosidade n˜ao pode ser desprezada.. 3.1.1. Equa¸ c˜ ao de continuidade A equa¸c˜ao da continuidade exprime a conserva¸ca˜o de massa e geralmente ´e. escrita na forma ∂ρ ~ + 5.(ρ~v ) = 0. ∂t. (3.1). Que em nota¸c˜ao tensorial cartesiana fica ∂ρ ∂(ρvi ) + = 0. ∂t ∂xi. (3.2). Usando regra do produto de derivadas parciais, a equa¸ca˜o acima pode ser escrita ∂(ρvi vk ) ∂vi ∂ρ = ρvk − vi . ∂xk ∂xk ∂t. 25. (3.3).

(37) Em um movimento isentr´opico a entropia ´e constante em cada ponto do fluido e podemos calcular, analogamente `a equa¸c˜ao de continuidade de massa (3.1), a equa¸ca˜o da continuidade para entropia. Para um movimento isentr´opico, ∂s Ds ~ = 0. = + ~v .∇s Dt ∂t. (3.4). Usando a equa¸ca˜o da continuidade de massa (3.1), mais precisamente, fazendo s vezes (3.1) mais ρ vezes (3.4) e agrupando os termos, obtemos ∂ρs ~ + ∇.(ρs~v ) = 0. ∂t. (3.5). Onde o termo ρs~v representa a densidade de fluxo de entropia. Logo a equa¸ca˜o (3.5) ´e conhecida como a equa¸ca˜o de continuidade para entropia.. 3.1.2. Equa¸ c˜ ao de Euler O deslocamento de um elemento de volume em um fluido ´e composto pelos. movimentos de rota¸ca˜o, transla¸ca˜o e deforma¸c˜ao ou cisalhamento. Consideremos o caso mais simples de fluidos irrotacionais, em que a velocidade angular do elemento de volume considerado ´e nula, e sem viscosidade, onde s˜ao desprezadas as for¸cas de tens˜ao horizontais devido movimento relativo das camadas do fluido. Dessa forma, para um certo volume V do fluido, a for¸ca sofrida por esse volume ´e dada por I ~ ~ f = − P ds.. (3.6). Onde o sinal menos ´e convencionado. Usando teorema do gradiente na rela¸c˜ao acima, podemos escrever I −. ~ = P dS. Z. ~ dV. ∇P. (3.7). Logo a for¸ca por unidade de volume exercida pelo restante do fluido no elemento de volume ~ . Sendo assim, a conserva¸c˜ao da quantidade de movimento pode ser dV ´e apenas −∇P expressa do seguinte modo ~ ρ × ~a = −∇P, 26. (3.8).

(38) onde ~a ´e a acelera¸ca˜o do fluido. No entanto, a varia¸ca˜o de velocidade em fluido pode ser escrita usando a no¸ca˜o de derivada total, ~a =. ∂~v ~ v, + (~v .∇)~ ∂t. (3.9). onde o primeiro termo do lado direito mede a varia¸c˜ao da velocidade em um ponto fixo do espa¸co, ou seja, com ~r constante, em um intervalo dt; enquanto o segundo termo mede a varia¸c˜ao da velocidade num mesmo instante de tempo entre dois pontos distintos no espa¸co. A partir das equa¸co˜es (3.8) e (3.9), otemos a equa¸ca˜o de Euler ∂~v ~ v = − 1 ∇P, ~ + (~v .∇)~ ∂t ρ. (3.10). essa equa¸ca˜o foi obtida em m´eados do s´eculo dezoito. A equa¸c˜ao de Euler pode ser generalizada para o caso em que o fluido est´a ~ ou seja, F´ ~ e a for¸ca que atua em um volume sujeito a um campo de for¸cas externas F, unit´ario, do seguinte modo ∂~v ~ v = − 1 ∇P ~ + 1 F. ~ + (~v .∇)~ ∂t ρ ρ. (3.11). Um caso interessante de campo de for¸cas externas ´e o campo gravitacional, em que cada volume unitario est´a sujeito a uma for¸ca ρ~g . A fim de obter uma equa¸ca˜o, semelhante a equa¸c˜ao da continuidade, que seja equivalente a` equa¸c˜ao de conserva¸ca˜o de quantidade de movimento, vamos combinar a equa¸ca˜o da continuidade com a equa¸c˜ao de Euler, na ausˆencia de for¸cas externas; na forma tensorial ∂vi ∂vi 1 ∂P + vj =− . ∂t ∂xj ρ ∂xi. (3.12). ∂(ρvi ) ∂vi ∂ρ =ρ + vi . ∂t ∂t ∂t. (3.13). Levando a rela¸ca˜o. e a equa¸c˜ao (3.3) na rela¸c˜ao (3.12), encontramos   ∂P ∂(ρvk vi ) ∂(ρvi ) =− + . ∂t ∂xi ∂xk 27. (3.14).

(39) Podemos simplificar a equa¸ca˜o (3.14) definindo um tensor sim´etrico Πij como Πij = P δij + ρvi vj .. (3.15). ´ f´acil ver que Πij tem dimens˜ao de quantidade movimento por unidade de e volume. E Derivando o tensor acima definido e levando em (3.14), obtemos Πij ∂(ρvi ) =− . ∂t ∂xj. (3.16). Como j´a t´ınhamos falado anteriormente, essa equa¸ca˜o ´e semelhante a equa¸ca˜o da continuidade e exprime conserva¸ca˜o de quantidade de movimento. Para podermos analis´a-la melhor, temos que clarear o significado do tensor Πij . Dado que a quantidade de movimento de um elemento de volume dV que se desloca com velocidade ~v ´e igual `a ρ~v dV , o primeiro termo da equa¸ca˜o (3.16) tem significado da taxa de varia¸c˜ao com o tempo da quantidade de movimento do fluido, por unidade de volume. Integrando a equa¸ca˜o (3.16) sobre todo volume V e usando o teorema da divergˆencia na forma tensorial, obtemos Z I ∂ ρvi dV = − Πij nj dS ∂t V. (3.17). Esta equa¸c˜ao mostra claramente que Πij remete-se `a taxa de varia¸c˜ao com o tempo da quantidade de movimento ρ~ vi dV do elemento de volume. Portanto, ´e natural ele ser chamado ”‘fluxo de quantidade de movimento”. Mediante o conhecimento do significado f´ısico do tensor Πij a equa¸ca˜o (3.16) tem uma f´acil interpreta¸ca˜o. Como (3.16) ´e uma equa¸c˜ao local, ela garante que a varia¸c˜ao da quantidade de movimento de um ponto do espa¸co est´a associado como fluxo de quantidade de movimento atrav´es de um volume ao redor do ponto considerado. A equa¸ca˜o de Euler na ausˆencia de for¸cas externas escrita na forma (3.16) pode ser generalizada facilmente para o caso de existir um campo de for¸cas externas, e pode ser expressada por ∂(ρvi ) ∂Πij =− . + Fi ∂t ∂xj. 28. (3.18).

(40) Vamos analisar a equa¸ca˜o de Euler, (3.10), para o caso de um movimento isentr´opico, em que a entropia por unidade de massa ´e constante. Esse tipo de movimento acontece em escoamentos de fluidos ideais, em que n˜ao existe trocas de energia entre diferentes partes do fluido. Portanto, o movimento ´e adiab´atico e a entropia ´e constante em cada ponto do fluido. A partir da primeira lei da termodin˜amica dq = T ds = de + P dV ? ,. (3.19). onde dq ´e a quantidade de calor absorvida por unidade de massa em um processo infinitesimal e (v ? = ρ1 ) ´e volume espec´ıfico. Usando a equa¸c˜ao da entalpia espec´ıfica, que pode ser obtida pela transforma¸c˜ao de Legendre da energia interna, h = e + PV ? = e +. P , ρ. (3.20). chegamos a` dh = de + P dV ? + V ? dP = T ds + V ? dP.. (3.21). Num processo isentr´opico ds = 0. Ent˜ao da equa¸ca˜o acima, a press˜ao s´o ´e fun¸ca˜o da densidade, ou seja, ~ ~ = 1 ∇P. ∇h ρ. (3.22). Levando esse resultado na equa¸ca˜o (3.12), temos ∂~v ~ ~ v = −∇h. + (~v .∇)~ ∂t. (3.23). Que ´e a equa¸c˜ao de Euler para o movimento isentr´opico, ou adiab´atico, de um fluido. Escrevendo a entalpia espec´ıfica h igual a` V 0 (ρ), a press˜ao pode ser escrita por meio da transforma¸ca˜o de Legendre de V (ρ), P (ρ) = ρV 0 (ρ) − V (ρ).. (3.24). P 0 (ρ) = ρV 00 (ρ).. (3.25). Donde. 29.

(41) Para analisarmos posteriormente se os parˆenteses de ρ e ~v com o Hamiltoniano do sistema Z H=. 1 d~r[ ρv 2 + V (ρ)]. 2. (3.26). geram as equa¸co˜es de movimento (3.1) e (3.23) precisamos contruir, primeiramente, os parˆenteses entre ρ e ~v . Para isso, ser´a necess´ario lan¸car m˜ao do parˆentese canˆonico da formula¸c˜ao lagrangiana, 1 {X˙ i (~x), X j (~x0 )} = δ ij δ(~x − ~x0 ) ρ0 ~ X ~˙ e da fun¸c˜ao delta, e da defini¸c˜ao de ρ e ~j em fun¸ca˜o de X, Z ~ ~x) − ~r) ρ(t, ~r) = ρ0 drδ(X(t, ~j(t, ~r) = ~v (t, ~r)ρ(t, ~r) = ρ0. Z. ˙ X)δ( ~ X(t, ~ ~x) − ~r). drX(t,. (3.27). (3.28) (3.29). Onde as integra¸co˜es anteriores s˜ao realizadas sob todo volume de interesse e consideramos que part´ıculas proxima no fluido possuem aproximadamente as mesmas velocidades, logo ~˙ ~r) = ~v (t, ~r). ~˙ X ~ n ) pode ser considerada uma fun¸c˜ao cont´ınua X(t, a fun¸ca˜o discreta X(t, Contudo, podemos obter diretamente os parˆenteses {ρ(~r), ρ(~r0 )} = 0. (3.30). {j i (~r), ρ(~r0 )} = ρ(~r)∂i δ(~r − ~r0 ). (3.31). {j i (~r), j j (~r0 )} = j j (~r)∂i δ(~r − r~0 ) + J i (~r0 )∂j δ(~r − ~r0 ).. (3.32). Visto que ~j = ρ~v , dos parˆenteses acima, temos {j i (~r), ρ(~r0 )} = ρ(~r){v i (~r), ρ(~r0 )} = ρ(~r)∂i δ(~r − ~r0 ). (3.33). e {j i (~r), j j (~r0 )} = ρ(~r)ρ(r~0 ){v i (~r), v j (~r0 )} + ρ(~r)[∂i (δ(~r − ~r0 )]v j (r~0 ) + ρ(r~0 )[∂j (δ(~r − ~r0 )]v i (~r)   i j 0 0 j j 0 0 ~ = ρ(~r)ρ(r ){v (~r), v (~r )}+ρ(~r)δ(~r−~r ) ∂i v (~r)−∂j v (~r ) +j j (r~0 )∂i (δ(~r−~r0 ))+j i (~r)∂j (δ(~r−~r0 )). (3.34) 30.

(42) Das duas u ´ltimas equa¸c˜oes, comparando (3.32) e (3.34), obtemos os parˆenteses entre ρ e ~v , {v i (~r), ρ(~r0 )} = ∂i δ(~r − ~r0 ) {v i (~r), v j (~r0 )} = −. ωij (~r) δ(~r − ~r0 ). ρ(~r). (3.35). Onde ωij = ∂i v j − ∂j v i ,. (3.36). ´e conhecida como vorticidade do fluido. Um caso interessante surge quando temos a vorticidade nula. Em trˆes dimens˜oes, podemos reescrever a vorticidade como ~ × ~v )k . ωij = ijk (∇. (3.37). Dado que na vorticidade aparece um termo referente a componente do ratacional de ~v , ´e direto que na ausˆencia de vorticidade, podemos escrever a velocidade em termos do gradiente de um potencial θ, ~ ~v = ∇θ.. (3.38). Levando (3.38) em (3.23), temos ∂t ∂i θ + ∂j ∂j (∂i θ) = −∂i V 0 (ρ)   1 ∂i ∂t θ + (∂j θ)(∂j θ) = −∂i V 0 (ρ) 2 e 1 ∂t θ + (∂j θ)(∂j θ) = −V 0 (ρ). 2. (3.39). Em que ∂j e ∂t denotam a derivada com rela¸ca˜o as componentes do vetor posi¸c˜ao ~r e o tempo, respectivamente. Podemos reescrever (3.39) usando (3.38), ∂θ v 2 + = −V 0 (ρ), ∂t 2 que ´e a equa¸c˜ao de Bernoulli.. 31. (3.40).

(43) A equa¸ca˜o que acabamos de obter continua v´alida em outra dimens˜oes. No entando, a vorticidade assume formas distintas em diferentes dimens˜oes. Em trˆes dimens˜oes a vorticidade pode ser vista como um pseudovetor, ~ × ~v , ω ~ =∇. (3.41). pois ωij ´e antissim´etrico na troca de ´ındices. Neste caso, possui apenas trˆes componentes independentes, similar a um vetor no espa¸co tridimensional considerado. J´a em duas dimens˜oes, a vorticidade pode ser vista como um escalar, ou seja, ela ´e um pseudo escalar, ω = ij ∂i v j .. (3.42). Finalmente no caso unidimensional, n˜ao existe vorticidade e a velocidade pode ser escrita tamb´em como a derivada de um potencial. A dinˆamica de um sistema pode ser elegantemente apresentada quando se consegue exibir uma formula¸ca˜o canˆonica. Como j´a nos preparamos anteriormente para mostrar, os parˆenteses de ρ e ~v com Hamiltoniano do sistema, Z 1 H = d~r[ ρv 2 + V (ρ)], 2. (3.43). podem gerar diretamente as equa¸co˜es de movimento, ~ v ρ) ρ˙ = {H, ρ} = −∇(~. (3.44). ~ v − ∇V ~ 0 (ρ) ~v˙ = {H, v} = −(~v .∇)~. (3.45). desde que a equa¸ca˜o (3.35) seja satisfeita. Uma vers˜ao da a´lgebra (3.35) ´e contru´ıda definindo a densidade de momento por P~ = ρ~v .. (3.46). Consequentemente de (3.35), temos {P i (~r), ρ(r~0 )} = ρ(~r)∂i δ(~r − r~0 ) {P i (~r), P j (r~0 } = P j (~r)∂i δ(~r − r~0 ) + P i (r~0 )∂j δ(~r − r~0 ). 32. (3.47).

(44) Que ´e a a´lgebra dos operadores densidade de momento. A quest˜ao ´e se conseguimos obter uma lagrangiana cujas vari´aveis canˆonicas satisfa¸cam os parˆenteses (3.35) e (3.47). Ou, numa linguagem matem´atica, ser´a que coseguimos a obter 1-forma canˆonica e 2-forma simpl´etica que conduzem `a algebra (3.35) ou (3.47).. 3.2 3.2.1. Equa¸c˜ ao de Navier-Stokes Fluidos Viscosos A viscosidade ´e uma propriedade dos fluidos que descreve a resistˆencia de um. fluido ao escoamento. Num fluido real e not´avel a resistˆenica imposta a um objeto que nele se movimenta, assim como ´e percept´ıvel a resistˆencia ao movimento de diferentes camadas do pr´oprio fluido. A viscosidade poder vista como uma manisfesta¸ca˜o de processos dissipativos irrevers´ıveis de energia. Uma maneira interessante de imaginar o fluxo de um fluido viscoso e consider´a-lo como uma superposi¸c˜ao de camadas muitas finas, como se fosse uma pilhas de panos. Neste caso, a viscosidade ´e equivalente a` for¸ca de atrito entre as camadas. Dessa id´eia simpl´ıcita e intuitiva de viscosidade que apresentamos, ´e facil comprender que a equa¸c˜ao de continuidade anteriormente descrita continua v´alida para fluidos viscosos, visto que essa expressa simplesmente a conserva¸c˜ao de massa do fluido. J´a a equa¸c˜ao de Euler, dado seu significado anteriormente descrito, sofrer´a com certeza altera¸co˜es not´aveis. A fim de analisar essas mudan¸cas, vamos considerar a a¸c˜ao da vis~ na equa¸ca˜o de Euler, logo cosidade como uma for¸ca F ∂(ρvi ) ∂Πij =− . + Fi ∂t ∂xj. (3.48). Nesse, momento, ´e conveniente definirmos o tensor viscosidade σij , em que. Fi =. ∂σij . ∂xj. 33. (3.49).

(45) E a equa¸c˜ao de Euler torna-se ∂(ρvi ) ∂(Πij − σi j) =− . ∂t ∂xj. (3.50). Para um volume V do fluido delimitado por uma superf´ıcie S, a varia¸ca˜o temporal da quantidade de movimento total do fluido pode ser expressa por Z I I ∂ ρvi dV = − Πij nj dS + σij nj dS, ∂t V. (3.51). onde usamos o teorema da divergˆencia na forma tensorial. Analogamente a` an´alise da equa¸ca˜o (3.17), o primeiro termo do lado esquerdo da equa¸ca˜o acima corresponde a` varia¸c˜ao da quantidade de movimento produzidas pelas for¸cas de press˜ao e pelo movimento do fluido atrav´es da superf´ıcie, enquanto o segundo termo esta relacionado correspondentemente com as for¸cas de viscosidades que atuam no fluido. Para investigarmos mais sobre a viscosidade em fluidos, vamos contruir intuitivamente a forma do tensor viscosidades σij . Nos sabemos intuitivamente que as for¸cas de viscosidade s´o atuaram quando houver no fluido alguma velocidade relativa entre pontos diferentes do fluido. Logo se espera que o tensor viscosidade seja proporcional a varia¸ca˜o da velocidade com a posi¸c˜ao e n˜ao a velocidade em si. Outro dado importante ´e que as for¸cas de viscosidade n˜ao atuam se o fluido estiver em rota¸c˜ao uniforme, isto ´e, se a velocidade pode ser escrita como ~v = ~r × ω ~. (3.52). Lembrando que o produto vetorial ´e anticomutativo e considerando desprez´ıvel a dependˆencia de derivadas n˜ao lineares em σij , as condi¸c˜oes relativo `a σij ser˜ao satisfeitas se o mesmo for proporcional `a ∂vj ∂vi + ∂xj ∂xi e ∂vl δil . ∂xl Contudo, o tensor viscosidade pode ser escrito na forma   ∂vi ∂vj ∂vl σij = η + +λ δij . ∂xj ∂xi ∂xl 34. (3.53).

(46) Em que η e λ s˜ao coeficientes de viscosidade dinˆamico, geralmente dependentes da posi¸ca˜o no fluido. Agora, substituindo (3.53) em (3.50) e usando a defini¸ca˜o do tensor fluxo de quantidade de movimento, obtemos     ∂ ∂vi ∂vj ∂vl ∂(ρvi ) =− P0 δij + ρvi vj − η + −λ δij . ∂t ∂xj ∂xj ∂xi ∂xl. (3.54). Onde Po ´e a press˜ao em um ponto qualquer do fluido. Podemos simplificar essa equa¸ca˜o se definirmos um tensor τij por τij = σij − P0 δij. (3.55). Em termos da derivada total e usando o tensor que acabamos de definir, a equa¸c˜ao (3.50) pode ser escrita simplesmente na forma ρ. Dvi ∂τij = . Dt ∂xj. (3.56). Onde τij foi definido de modo que τij nj ´e a componente da for¸ca que atua num elemento de ´area j. Ao introduzirmos os tensores   1 ∂vi ∂vj dij = + 2 ∂xj ∂xi. (3.57). e dll =. ∂vl , ∂xl. (3.58). o tensor τij pode escrito como τlj = P0 δij + 2ηdij + λδijdll .. (3.59). Em que o tensor dll ´e tensor da taxa de deforma¸c˜ao. Essa u ´ltima equa¸c˜ao mostra claramente que a tens˜ao num fluido ´e proporcional a` taxa de varia¸ca˜o da deforma¸ca˜o que o fluido est´a sujeito. Dado a forma que τij nj foi definido, podemos definir tamb´em a press˜ao m´edia da seguinte forma 1 P = − τii . 3. (3.60). τii = τ11 + τ22 + τ33 .. (3.61). E ainda, o tensor τij ´e isotr´opico e. 35.

(47) Usando as propriedades de τij nj , podemos reescrever a press˜ao m´edia do seguinte modo   2 ~ P = P0 − λ + η ∇.~v . (3.62) 3 ´ f´acil notar que se ~v = 0 ou se a Em que usamos a defini¸c˜ao de dll dada em (3.58). E ~ v = 0; teremos P = P0 . E ´ velocidade poder ser escrita como em (3.52), isto ´e, se ∇.~ importante lembrar que po δij ´e o valor est´atico do tensor τij e recebe o nome de tensor das tens˜oes. ~ v = 0 n˜ao for satisfeita, devemos ter Em fluidos viscosos em que a condi¸ca˜o ∇.~ uma rela¸ca˜o entre os coeficientes de viscosidade dinˆamicos, a fim de que a press˜ao definida em (3.60) continue sendo uma vari´avel termodinˆamica verdadeira. Essa rela¸ca˜o ´e obtida da equa¸ca˜o (3.62) fazendo P = P0 , 2 λ = − η. 3. (3.63). Essa rela¸c˜ao pode ser introduzida no tensor de viscosidade e nas equa¸co˜es de movimento (3.54). Neste u ´ltimo caso, obtemos    ∂(ρvi ) ∂Πij ∂ ∂vj 2 ∂vl ∂vi =− + + − δij η . ∂t ∂xj ∂xj ∂xj ∂xi 3 ∂xl. (3.64). Que ´e a equa¸ca˜o de movimento para um fluido viscoso na ausˆencia de for¸cas n˜ao-viscosas externas. A mesma pode ser generalizada para o caso de existir um campo de for¸ca externo F~ , que ´e for¸ca por unidade de volume, da seguinte forma    ∂Πij ∂ ∂vi ∂vj 2 ∂vl ∂(ρvi ) =− + + − δij + Fi . η ∂t ∂xj ∂xj ∂xj ∂xi 3 ∂xl. 3.2.2. (3.65). A Equa¸ c˜ ao de Navier-Stokes Para fluidos incompress´ıveis, a densidade ´e considerada constante, logo a equa¸c˜ao. de continuidade (3.1) fica ~ v = 0. ∇.~. (3.66). Usando a condi¸ca˜o (3.66), o tensor viscosidade ´e simplificado, e a equa¸ca˜o (3.65) pode ser reescrita como ρ. ∂vi ∂ 2 vi ∂Πij =− +η + Fi . ∂t ∂xj ∂xj ∂xj 36. (3.67).

(48) Que pode ser reescrita usando a equa¸c˜ao (3.3), juntamente com a no¸ca˜o de derivada total, como ρ. Dvi ∂(P δij ) ∂ 2 vi =− +η + Fi . Dt ∂xj ∂xj ∂xj. (3.68). As duas u ´ltimas equa¸co˜es s˜ao formas tensoriais da equa¸ca˜o de Navier-Stokes. E representam a aplica¸ca˜o das equa¸c˜oes de movimento de Newton a fluidos compress´ıveis, viscosos e sujeito a um campo de for¸ca n˜ao-viscosa externo. A equa¸c˜ao de Navier-Stokes para fluidos compress´ıveis pode ser obtida de forma an´aloga, em que n˜ao poderemos usar a condi¸c˜ao expressa em (3.66). Contudo, ela fica ρ. Dvi ∂(P δij ) ∂ 2 vi ∂ 2 vj 2 ∂ 2 vl =− +η +η − η + Fi . Dt ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj ∂xi 3 ∂xj ∂xl. Onde utilizamos a hip´otese (1.63), que relaciona os coeficientes de viscosidade.. 37. (3.69).

Referências

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