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Implementação e avaliação de uma ferramenta de acompanhamento de controle preditivo para processos da indústria do petróleo

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Academic year: 2021

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(1)

Implementac¸ ˜ao e avaliac¸ ˜ao de uma

ferramenta de acompanhamento de

controle preditivo para processos da

ind ´

ustria do petr ´

oleo

Relat ´orio submetido `a Universidade Federal de Santa Catarina

como requisito para a aprovac¸ ˜ao da disciplina:

DAS 5511: Projeto de Fim de Curso

(2)

Implementac¸ ˜ao e avaliac¸ ˜ao de uma ferramenta de

acompanhamento de controle preditivo para processos

da ind ´

ustria do petr ´

oleo

Carolina Maia Vettorazzo

Esta monografia foi julgada no contexto da disciplina

DAS 5511: Projeto de Fim de Curso

e aprovada na sua forma final pelo

Curso de Engenharia de Controle e Automac¸ ˜ao

(3)

Banca Examinadora:

Mario C ´esar M. Massa de Campos

Orientador Empresa

J ´ulio Normey-Rico

Orientador do Curso

Prof. Ricardo Jos ´e Rabelo

Respons ´avel pela disciplina

Prof. xxxxxxx, Avaliador

aluno1, Debatedor

(4)

Agradecimentos

Antes de tudo, agradec¸o `a minha fam´ılia que me apoiou e me acompanhou durante toda a graduac¸ ˜ao. Obrigado por terem sido mais fortes do que eu e por nunca terem duvidado de mim, mesmo nos momentos mais dif´ıceis.

Agradec¸o ao professor Julio Normey-Rico e ao engenheiro Mario Campos pela orientac¸ ˜ao e pela oportunidade de desenvolver este trabalho.

Tamb ´em agradec¸o aos membros do projeto na UFSC, que me apoiaram a dist ˆancia e muito me ensinaram sobre o tema, e a todos que conheci no Cenpes pelos conhecimentos passados a mim, pela ajuda com o meu projeto e pelos momentos descontra´ıdos, que tornaram meu est ´agio t ˜ao divertido.

Aproveito tamb ´em para agradecer aos meus amigos, n ˜ao s ´o aos que estiveram ao meu lado durante minha jornada acad ˆemica, mas tamb ´em aos que estiveram longe e mesmo assim n ˜ao esqueceram de mim.

Por fim, dedico este trabalho a todos aqueles que conheci atrav ´es dos projetos de pesquisa dos quais participei, da empresa j ´unior Autojun, do centro acad ˆemico CAECA e do programa CIn ˆencias sem Fronteiras, e que contribu´ıram de alguma forma para o meu crescimento pessoal e para minha formac¸ ˜ao profissional.

(5)

Resumo

O controle preditivo baseado em modelo (CPBM) ´e uma das t ´ecnicas de

con-trole moderno que provavelmente teve mais ˆexito nas aplicac¸ ˜oes na ind ´ustria. Por ´em, uma das dificuldades encontradas na aplicac¸ ˜ao de CPBM ´e a sintonia e avaliac¸ ˜ao de

desempenho do sistema de controle.

Em geral, os diversos algoritmos de CPBM utilizam diferentes func¸ ˜oes de custo

para calcular a lei de controle, por ´em a maioria deles considera como objetivo mini-mizar o erro entre a sa´ıda futura e a refer ˆencia desejada penalizando o esforc¸o incre-mental de controle. Assim, a sintonia desses controladores ´e diretamente dependente das ponderac¸ ˜oes das vari ´aveis controladas e das manipuladas e tamb ´em da predic¸ ˜ao calculada a partir do modelo de predic¸ ˜ao.

Algumas abordagens de avaliac¸ ˜ao de controle existentes n ˜ao permitem definir qual vari ´avel controlada tem o pior seguimento a refer ˆencia e nem o motivo do de-sempenho ruim. Existem ainda metodologias que auxiliam os projetistas a escolher as de ponderac¸ ˜oes, mas que n ˜ao garantem que as escolhas feitas s ˜ao as melhores poss´ıves.

Por isso a necessidade de m ´etodos de avaliac¸ ˜ao de desempenho de sistemas de controle MPC ´e largamente reconhecida no meio industrial. Com base nisso, foram utilizados seis ´ındices, descritos em [13] que avaliam o desempenho e a sintonia do controlador: os Desvios M ´edios, o ´Indice de Seguimento de Refer ˆencia Relativo, o ´Indice de Supress˜ao de Movimento, o ´Indice de Controle Relativo, o ´Indice do Erro de Predic¸ ˜ao e o ´Indice de Estabilidade. Estes ´ındices mostram se as vari ´aveis est ˜ao seguindo a refer ˆencia de forma satisfat ´oria e caso elas n ˜ao estajam, os ´ındices indicam o porqu ˆe.

Este trabalho mostra, a partir de simulac¸ ˜oes de diversos cen ´arios de operac¸ ˜ao de uma planta real, que os ´ındices s ˜ao uma ferramenta de grande potencial para avaliac¸ ˜ao do desempenho do controle e identificac¸ ˜ao dos problemas que impedem um bom desempenho.

(6)

Abstract

Model Predictive Control (MPC) is probably one of the most successful control techniques used in industrial applications. However, this technology has limitations like the tuning procedure and the control system performance evaluation.

The various MPC algorithms propose different cost functions for obtaining the control law, but the general aim is to minimize the error between the future output and the reference signal, penalizing the control effort necessary for doing so. Therefore, these controllers tuning depend on the weighting sequences and the future output.

Some available performance evaluation approaches do not indicate which varia-ble does not follow the reference signal well or why. There are also methodologies that help designers to choose the weighting sequences, but they do not guarantee the best choice as a result.

That is why there is still the need of new evaluation methods. Based on that, six indices were created. They tell if the controlled variables are following the reference and if they are not, why.

This work show, through various scenarios simulations, that the indices are a great tool to analyze the control performance and identify possible problems that pre-vent a good performance.

(7)

Sum ´ario

Lista de Figuras vi

1 Introduc¸ ˜ao 1

2 Controle Preditivo de Processos da Ind ´ustria de Petr ´oleo e G ´as 4

2.1 Elementos do CPBM . . . 5

2.1.1 O modelo de predic¸ ˜ao . . . 6

2.1.1.1 O modelo do processo . . . 6

2.1.1.2 Modelo das perturbac¸ ˜oes . . . 9

2.1.1.3 Resposta livre e forc¸ada . . . 10

2.1.2 Func¸ ˜ao Objetivo . . . 11

2.1.3 Obtenc¸ ˜ao da lei de controle . . . 13

2.2 Controle por Matriz Din ˆamica (DMC) . . . 14

2.2.1 DMC Original . . . 14

2.2.2 DMC Recursivo . . . 17

2.3 DMC Multivari ´avel . . . 19

2.3.1 DMC Recursivo Multivari ´avel . . . 22

2.4 Coment ´arios finais . . . 23

3 Ferramenta de Aux´ılio a Sintonia Total (FAST MPC) 24 3.1 C ´alculo dos ´ındices . . . 27

3.1.1 Desvios M ´edios . . . 27

3.1.2 ´Indice de Estabilidade . . . 28

3.1.3 ´Indices de Seguimento de Referˆencia Relativo . . . 29

(8)

3.1.5 ´Indices de Supress˜ao de Movimento . . . 31

3.1.6 ´Indices do Erro de Modelagem . . . 32

3.2 Apresentac¸ ˜ao Gr ´afica dos Resultados . . . 32

3.3 M ´etodo Proposto para Tomada de Decis ˜ao . . . 33

3.3.1 An ´alise dos ´Indices de Seguimento Relativos . . . 33

3.3.2 An ´alise dos ´Indices de Supress ˜ao de Movimento . . . 33

4 Caso de estudo e ferramentas de simulac¸ ˜ao e controle 35 4.1 UPGN . . . 35

4.1.1 Controle do teor de C2 no GLP - y3 . . . 37

4.1.2 Controle do teor de C5 na gasolina natural - y8 . . . 39

4.1.3 Controle da abertura da v ´alvula de press ˜ao - y7 . . . 40

4.2 BRLumina . . . 40

4.3 Coment ´arios finais . . . 41

5 Implementac¸ ˜ao do FAST 43 5.1 Coment ´arios finais . . . 44

6 Avaliac¸ ˜ao dos ´ındices e resultados 45 6.1 Caso zero: cen ´ario inicial . . . 45

6.2 Caso 1: cen ´arios com erros de modelagem . . . 49

6.3 Caso 2: Cen ´arios com alterac¸ ˜oes na supress ˜ao das ac¸ ˜oes de controle . 50 6.4 Coment ´arios finais . . . 52

7 Cap´ıtulo 7: Conclus ˜oes e Perspectivas 54

(9)

Lista de Figuras

4.1 Esquema simplificado da UPGN . . . 35

4.2 Esquema simplificado torre desbutanizadora . . . 42

4.3 Exemplo de cen ´ario do BRLumina . . . 42

6.1 Desvios M ´edios . . . 47

6.2 ´Indices de Seguimento Relativo . . . 47

6.3 ´Indices de Supress ˜ao de Movimento e Controle Relativo . . . 48

6.4 ´Indices de Erro de Modelagem . . . 48

6.5 ´Indice de Estabilidade . . . 49

6.6 ´Indices de Erro de Modelagem . . . 51

(10)

Cap´ıtulo 1: Introduc¸ ˜ao

O controle preditivo baseado em modelo (CPBM) ´e uma das t ´ecnicas de controle

moderno que provavelmente teve mais ˆexito nas aplicac¸ ˜oes na ind ´ustria porque suas estrat ´egias podem ser aplicadas tanto a sistemas monovari ´aveis como multivari ´aveis, as restric¸ ˜oes nas sa´ıdas e nas ac¸ ˜oes de controle podem ser consideradas no projeto da lei de controle em tempo real e, pela pr ´opria definic¸ ˜ao dos algoritmos, podem ser usadas para controlar processos com atrasos.

Por ´em, uma das dificuldades encontradas na aplicac¸ ˜ao de CPBM ´e a sintonia e

avaliac¸ ˜ao de desempenho do sistema de controle. Em geral, os diversos algoritmos de CPBM utilizam diferentes func¸ ˜oes de custo para calcular a lei de controle, por ´em a maioria deles considera como objetivo minimizar o erro entre a sa´ıda futura e a refer ˆencia desejada penalizando o esforc¸o incremental de controle. Nas func¸ ˜oes de custo o erro e o incremento de controle aparecem multiplicados por coeficientes que permitem dar mais ou menos importancia a minimizac¸ ˜ao de um ou de outro. Esses coeficientes podem ser sequ ˆencias ou matrizes de ponderac¸ ˜ao do erro e do esforc¸o de controle.

Assim, a sintonia desses controladores ´e diretamente dependente das ponderac¸ ˜oes das vari ´aveis controladas e das vari ´aveis manipuladas, e tamb ´em da predic¸ ˜ao, ou sa´ıda futura, calculada a partir do modelo de predic¸ ˜ao. Por isso, para conseguir o de-sempenho desejado do controlador s ˜ao necess ´arios bons modelos de predic¸ ˜ao e uma boa escolha nas ponderac¸ ˜oes das vari ´aveis.

Por isso a necessidade de m ´etodos de avaliac¸ ˜ao de desempenho de sistemas de controle MPC ´e largamente reconhecida no meio industrial. Algumas abordagens nessa direc¸ ˜ao baseiam-se na comparac¸ ˜ao do desempenho do sistema de controle sob an ´alise a um MPC baseado em vari ˆancia m´ınima. Entretanto, com essa aborda-gem n ˜ao se pode definir qual vari ´avel controlada tem o pior seguimento a refer ˆencia e nem porque ela tem um desempenho ruim. Existem ainda metodologias que auxi-liam os projetistas a escolher as de ponderac¸ ˜oes, levando em considerac¸ ˜ao restric¸ ˜oes

(11)

operacionais e custos, por exemplo. Mas essas metodologias n ˜ao garantem que as escolhas feitas s ˜ao as melhores poss´ıves.

Com base nos par ˆametros da func¸ ˜ao custo e na import ˆancia de uma boa predic¸ ˜ao, foram criados cinco ´ındices que avaliam o desempenho e a sintonia do controlador:

1. Desvios M ´edios

2. ´Indices de Seguimento de Refer ˆencia Relativo 3. ´Indices de Supress ˜ao de Movimento

4. ´Indices de Controle Relativo 5. ´Indices do Erro de Predic¸ ˜ao 6. ´Indices de Estabilidade

O objetivo deste trabalho ´e validar o funcionamento desses ´ındices atraves da simulac¸ ˜ao de diversos cen ´arios de operac¸ ˜ao no BRLumina, um software da Petrobr ´as que permite a avaliac¸ ˜ao do funcionamento do controlador em um ambiente offline. A Unidade de Processamento de G ´as Natural Atalaia, em Serjipe, foi a planta escolhida para ser simulada no BRLumina. O controle preditivo implementado nesta unidade ´e do tipo Dinamic Matrix Control.

Atrav ´es dos ´ındices ´e poss´ıvel verificar se as vari ´aveis est ˜ao seguindo a re-fer ˆencia de forma satisfat ´oria e caso elas n ˜ao estejam, os ´ındices indicam o porqu ˆe. Durante o projeto, foram criados cen ´arios com erros de modelagem, com alterac¸ ˜oes de sintonia e com ru´ıdo, com o intuito de verificar se os ´ındices s ˜ao de fato capazes de mostrar esses problemas. Os resultados deste trabalho mostram que estes ´ındices s ˜ao uma ferramenta de grande potencial para avaliac¸ ˜ao do desempenho do controle e identificac¸ ˜ao de pontos de melhoria.

Estes ´ındices [13] est ˜ao sendo desenvolvidos no projeto de colaborac¸ ˜ao entre o DAS e a Petrobr ´as na ´area de controle avanc¸ado. Este projeto de fim de curso foi realizado no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Am ´erico Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobr ´as, no Rio de Janeiro.

A Petrobr ´as ´e uma empresa integrada de energia nos setores explorac¸ ˜ao e produc¸ ˜ao, refino, comercializac¸ ˜ao, transporte, petroqu´ımica, distribuic¸ ˜ao de derivados, g ´as natural, energia el ´etrica, g ´as-qu´ımica e biocombust´ıveis. A empresa, que hoje ´e

(12)

l´ıder do setor petrol´ıfero no Brasil, est ´a presente em outros 17 pa´ıses. E a meta at ´e 2030 ´e estar entre as 5 maiores empresas de energia do mundo. Para isso, inovac¸ ˜ao ´e fundamental e por isso muitos projetos em colaborac¸ ˜ao com universidades est ˜ao sendo realizados no Cenpes, que hoje centraliza as atividades de pesquisa e desen-volvimento da empresa.

O cap´ıtulo 2 traz uma revis ˜ao da teoria de controle preditivo e dos conceitos usados na formulac¸ ˜ao dos ´ındices apresentados no cap´ıtulo 3. O cap´ıtulo 4 explica o processo estudado atrav ´es dos ´ındices e o software de simulac¸ ˜ao utilizado. O cap´ıtulo 5 explica como a ferramenta foi implementada e no cap´ıtulo 6 s ˜ao apresentados os re-sultados obtidos atrav ´es das simulac¸ ˜oes. As conclus ˜oes s ˜ao apresentadas no cap´ıtulo 7.

(13)

Cap´ıtulo 2: Controle Preditivo de

Processos da Ind ´

ustria de Petr ´

oleo e

G ´as

O controle preditivo baseado em modelo (CPBM) ´e uma das t ´ecnicas de

con-trole moderno mais potentes e provavelmente a que teve mais ˆexito nas aplicac¸ ˜oes na ind ´ustria. As principais causas deste ˆexito devem-se a que as estrat ´egias deCPBM po-dem ser aplicadas tanto a sistemas monovari ´aveis como multivari ´aveis, as restric¸ ˜oes nas sa´ıdas e nas ac¸ ˜oes de controle podem ser consideradas no projeto da lei de con-trole em tempo real e, pela pr ´opria definic¸ ˜ao dos algoritmos, podem ser usadas para controlar processos com atrasos.

OCPBMn ˜ao ´e uma estrat ´egia de controle espec´ıfica, mas ´e o nome dado a um conjunto muito grande de m ´etodos de controle que foram desenvolvidos considerando algumas ideias comuns. As caracter´ısticas comuns destes sistemas de controle s ˜ao basicamente:

• usam um modelo expl´ıcito do processo para predizer a sa´ıda 1 do mesmo num

determinado horizonte finito;

• calculam as ac¸ ˜oes de controle para todo o horizonte a partir da minimizac¸ ˜ao de uma determinada func¸ ˜ao objetivo;

• o horizonte ´e deslizante, pelo que, para cada per´ıodo de amostragem, o hori-zonte ´e deslocado um passo para frente, aplica-se unicamente a ac¸ ˜ao de con-trole daquele instante e desconsidera-se o resto dos concon-troles dentro do hori-zonte.

As diferenc¸as entre os diversos algoritmos existentes devem-se basicamente `a

(14)

forma de escolher os modelos para o processo e as perturbac¸ ˜oes, ao tipo de func¸ ˜ao objetivo e ao procedimento para manipular as restric¸ ˜oes e o c ´alculo do controle.

Muitas t ´ecnicas de controle preditivo tem sido aplicadas com ˆexito na ind ´ustria [7]. A maioria dos resultados de aplicac¸ ˜ao pr ´atica deCPBMcorrespondem `a familia dos algoritmos que surgiram no ambiente industrial, como o controle por matriz din ˆamica (“Dynamic Matrix Control”,DMC) [5] e o controle algor´ıtmico baseado em modelo

(“Mo-del Algorithm Control”,MAC) [17]. Estes algoritmos utilizam modelos de tipo resposta ao impulso ou ao degrau para descrever o processo e modelos bem simples para a descric¸ ˜ao das perturbac¸ ˜oes.

Por outro lado, existe outra fam´ılia de algoritmos dentro da classe deCPBM que

surgiram no meio acad ˆemico, geralmente relacionados ao controle adaptativo, e que possuem uma s ´erie de caracter´ısticas diferentes aos do primeiro grupo [6]. Neste segundo grupo, onde devem ser inclu´ıdos o controle preditivo generalizado (“Gene-ralized Predictive Controller”, GPC) [4], o controle adaptativo de predic¸ ˜ao extendida EPSAC (“Extended Prediction Self Adaptive Control”) [10], o controle adaptativo de

horizonte extendidoEHAC (“Extended Horizon Adaptive Control”) [21] e o controle pre-ditivo unificadoUPC[19], a planta ´e representada por uma func¸ ˜ao de transfer ˆencia e as perturbac¸ ˜oes s ˜ao representadas por um modelo auto-regressivo integrado e de m ´edia m ´ovel (normalmente denominado na literatura inglesa modeloARIMA[9]), enquanto as

predic¸ ˜oes da sa´ıda do processo calculam-se usando preditores ´otimos.

2.1: Elementos do CPBM

Todos os algoritmos de CPBMpossuem os seguintes elementos em comum:

• O modelo de predic¸ ˜ao • A func¸ ˜ao objetivo

• Um m ´etodo para a obtenc¸ ˜ao da lei de controle

sendo que as diferentes opc¸ ˜oes de modelo, func¸ ˜ao objetivo e m ´etodo de c ´alculo do controle geram as diversas vers ˜oes de controladores propostos na literatura.

(15)

2.1.1: O modelo de predic¸ ˜ao

O modelo de predic¸ ˜ao ´e provavelmente o elemento mais importante dentro do controlador, dado que ele deve ser capaz de representar adequadamente a din ˆamica do processo, deve permitir o c ´alculo das predic¸ ˜oes da sa´ıda do processo, ser intuitivo e, ao mesmo tempo, permitir uma an ´alise te ´orica do sistema.

2.1.1.1: O modelo do processo

As diferentes estrat ´egias de CPBM utilizam diferentes formas para representar as relac¸ ˜oes entre entradas manipuladas, perturbac¸ ˜oes e sa´ıdas do processo. Em geral, os modelos tamb ´em incluem uma representac¸ ˜ao matem ´atica das perturbac¸ ˜oes e do ru´ıdo, assim como dos erros de modelagem. Em geral, o modelo ´e separado em duas partes: no modelo do processo propriamente dito e no modelo das perturbac¸ ˜oes; ambos necess ´arios para o c ´alculo das predic¸ ˜oes.

Os modelos mais usados para representar ao processo s ˜ao:

• Resposta Impulsiva. E utilizado no´ MAC e em casos especiais no GPC e no EPSAC. A relac¸ ˜ao entrada sa´ıda vem dada por:

y(t) =

X

i=1

hiu(t − i)

onde hi s ˜ao as amostras da sa´ıda do processo correspondente `a aplicac¸ ˜ao de

um impulso na entrada do mesmo. Em geral, como esta sequ ˆencia ´e infinita a resposta ´e truncada para os primeiros M valores, pelo que o modelo somente pode ser usado com plantas est ´aveis, onde hi → 0 quando i → ∞:

y(t) =

M

X

i=1

hiu(t − i) = H(z−1)u(t) (2.1)

onde H(z−1) = h1z−1+ h2z−2+ · · · + hNz−N, e z−1 ´e o operador atraso unit ´ario.

A predic¸ ˜ao da sa´ıda em t + k calculada no instante t (doravante ˆy(t + k | t)) usando este modelo ´e calculada como:

ˆ

y(t + k | t) =

M

X

(16)

Este m ´etodo ´e bastante utilizado na pr ´atica devido a que oferece como vanta-gens: (a) ´e intuitivo; (b) n ˜ao precisa de conhecimento a-priori do processo para aplicar um m ´etodo de identificac¸ ˜ao e pode ser usado em plantas multivari ´aveis sem acrescentar complexidade, e (c) descreve de maneira simples efeitos mais complexos da din ˆamica do processo como atrasos e comportamentos de fase n ˜ao minima.

Por outro lado apresenta alguns inconvenientes: (a) n ˜ao pode ser usado com plantas inst ´aveis e (b) necessita utilizar um grande n ´umero de par ˆametros para descrever o modelo. Geralmente M pode ser 40 ou 50, valor que pode aumentar ainda mais se o processo tiver um atraso grande.

• Resposta ao degrau. ´E usado pelo DMC e suas variantes. ´E similar ao anterior

mas usa um degrau unit ´ario como sinal de entrada. Para sistemas est ´aveis a resposta ´e: y(t) = y0+ ∞ X i=1 gi∆u(t − i) = y0+ G(z−1)(1 − z−1)u(t) (2.2)

onde os gi s ˜ao as amostras da sa´ıda obtida ao aplicar o degrau e ∆u(t) = u(t) −

u(t − 1). Considerando o sistema no ponto de operac¸ ˜ao y0 a predic¸ ˜ao pode ser

calculada como: ˆ y(t + k | t) = ∞ X i=1 gi∆u(t + k − i | t)

A relac¸ ˜ao entre este modelo e o de resposta impulsiva ´e dada por:

hi = gi− gi−1 gi = i

X

j=1

hj

Resulta, claro, que este modelo tem as mesmas vantagens e inconvenientes que o anterior.

• Func¸ ˜ao de Transfer ˆencia. Este modelo ´e usado noGPC,UPC,EPSAC,EHACentre

outros. Utiliza o conceito de func¸ ˜ao de transfer ˆencia G = B/A:

(17)

onde z−1 representa o operador de atraso no tempo2, os polin ˆomios ficam com

a seguinte estrutura

A(z−1) = 1 + a1z−1+ a2z−2+ · · · + anaz−na

B(z−1) = b1z−1+ b2z−2+ · · · + bnbz−nb

A predic¸ ˜ao ´e calculada como:

ˆ

y(t + k | t) = B(z

−1)

A(z−1)u(t + k | t)

Esta representac¸ ˜ao tem como vantagens principais que pode ser usada para plantas inst ´aveis e que precisa, em geral, de poucos par ˆametros para descrever o comportamento do sistema (o atraso, por exemplo, pode ser descrito apenas com um par ˆametro). J ´a seu principal inconveniente ´e a necessidade de conhecer a priori a ordem dos polin ˆomios A e B quando o modelo deve ser identificado a partir de dados experimentais.

• Espac¸o de estados. ´E usado no controle preditivo funcional PFC [16] e tem a

seguinte representac¸ ˜ao:

x(t) = M x(t − 1) + N u(t − 1)

y(t) = Qx(t)

onde x ´e o estado e M , N e Q s ˜ao matrizes de dimens ˜oes compat´ıveis. A predic¸ ˜ao ´e calculada como:

ˆ y(t + k | t) = Qˆx(t + k | t) = Q " Mkx(t) + k X i=1 Mi−1N u(t + k − i | t) #

Sua principal vantagem ´e que pode ser usada diretamente para processos mul-tivari ´aveis. Como inconvenientes, cabe mencionar que, em geral, os estados n ˜ao tem significado f´ısico, e que na maioria das vezes ´e necess ´ario o uso de observadores, aumentando assim a complexidade de c ´alculo do controle.

2neste cap´ıtulo z−1tamb ´em representar ´a a variavel complexa associada a transformada Z nos casos

(18)

• Outros modelos. Todos os modelos anteriormente descritos consideram so-mente o comportamento linear ou linearizado do processo, e, por sua simpli-cidade, s ˜ao os mais utilizados. Por ´em, modelos n ˜ao lineares tamb ´em podem ser usados para descrever a din ˆamica do processo quando os modelos lineares n ˜ao geram bons resultados. ´E importante salientar, entretanto, que a soluc¸ ˜ao do problema nestes casos apresenta alguns inconvenientes adicionais como: (a) a obtenc¸ ˜ao do modelo do processo se torna mais dif´ıcil, e (b) a complexidade dos algoritmos de controle resultantes. Redes neurais [20] ou l ´ogica nebulosa [18] podem ser usadas em algumas aplicac¸ ˜oes para determinar o modelo de predic¸ ˜ao.

OCPBMn ˜ao linear ´e um campo aberto para pesquisas tanto na ´area de determinac¸ ˜ao

de modelos como nos procedimentos e algoritmos de otimizac¸ ˜ao para o c ´alculo do controle.

2.1.1.2: Modelo das perturbac¸ ˜oes

A escolha de um modelo para as perturbac¸ ˜oes ´e t ˜ao importante quanto a do processo. O modelo mais utilizado para a descric¸ ˜ao de perturbac¸ ˜oes determin´ısticas e estoc ´asticas ´e o conhecido como modelo auto-regressivo integrado de media m ´ovel (Auto-Regressive and Integrated Moving Average (ARIMA)). Neste caso, as diferenc¸as

entre a sa´ıda do modelo e do processo s ˜ao modeladas por:

η(t) = C(z

−1)e(t)

D(z−1)

onde o polin ˆomio D(z−1)inclui um integrador ∆ = 1 − z−1, e(t) ´e um ru´ıdo branco de m ´edia zero. Os demais par ˆametros dos polin ˆomios C e D s ˜ao usados para descre-ver as carater´ısticas estoc ´asticas de n. Este modelo permite representar mudanc¸as aleat ´orias, “off-sets”e outros fen ˆomenos normalmente encontrados nos meios indus-triais. Este modelo ´e usado diretamente noGPC, EPSAC,EHAC eUPC e, com algumas modificac¸ ˜oes, em outros controladores.

Alguns casos particulares importantes s ˜ao: (a) o modelo usado emDMC,

η(t) = e(t) 1 − z−1

(19)

modelo usado noPFC

η(t) = e(t) (1 − z−1)2

onde ˆη(t + k | t) = η(t) + (η(t) − η(t − 1))k.

Outras variac¸ ˜oes destes modelos e estudos sobre o efeito do modelo das perturbac¸ ˜oes no sistema de controle podem ser encontradas em [1, 14].

2.1.1.3: Resposta livre e forc¸ada

Uma carater´ıstica comum nos CPBM com modelos lineares, ´e a utilizac¸ ˜ao dos conceitos de resposta livre e forc¸ada. A ideia ´e considerar a sequ ˆencia de controle composta por duas partes:

u(t) = uf(t) + uc(t)

uf(t)correspondente aos valores passados da entrada e que s ˜ao mantidos iguais aos

valores da vari ´avel manipulada:

uf(t − j) = u(t − j)para j = 1, 2, · · ·

uf(t + j) = u(t − 1)para j = 0, 1, 2, · · ·

uc(t) ´e zero no passado e igual aos controles a serem aplicados no futuro:

uc(t − j) = 0para j = 1, 2, · · ·

uc(t + j) = u(t + j) − u(t − 1)para j = 0, 1, 2, · · ·

Desta forma a predic¸ ˜ao da sa´ıda do processo pode ser separada em duas par-tes: a resposta livre (yf(t)), que corresponde `a predic¸ ˜ao quando a entrada e igualada

`a uf(t), e a outra, `a resposta forc¸ada (yc(t)), que corresponde as predic¸ ˜oes quando o

controle ´e igual a uc(t). Como ser ´e mostrado adiante, estes conceitos s ˜ao importantes

(20)

2.1.2: Func¸ ˜ao Objetivo

Em geral, os diversos algoritmos de CPBM utilizam diferentes func¸ ˜oes de custo

para calcular a lei de controle, por ´em a maioria deles consideram como objetivo mini-mizar o erro entre a sa´ıda futura (y) e a refer ˆencia desejada (w) penalizando o esforc¸o incremental de controle ∆u.

Assim, a express ˜ao mais geral desta func¸ ˜ao objetivo para o caso monovari ´avel ´e: J = N2 X j=N1 δ(j)[ˆy(t + j | t) − w(t + j)]2 + Nu X j=1 λ(j)[∆u(t + j − 1)]2 (2.3)

Os elementos desta func¸ ˜ao s ˜ao:

• Par ˆametros: N1, N2, Nu, δ(t) e λ(t). N1 e N2 s ˜ao os horizontes de predic¸ ˜ao

m´ınimo e m ´aximo, Nu ´e o horizonte de controle. Os valores destes ´ındices tem

uma interpretac¸ ˜ao clara j ´a que definem os instantes onde deseja-se que a re-fer ˆencia siga `a sa´ıda e onde ´e importante limitar a ac¸ ˜ao de controle. Assim, se, por exemplo, N1 ´e grande implica que n ˜ao ´e importante o erro cometido nos

primeiros N1 − 1 instantes e a resposta obtida tender ´a a ser suave. No caso

particular de sistemas com um atraso de valor d, ´e l ´ogico escolher N1 > d, j ´a

que n ˜ao haver ´a resposta do sistema `a entrada u(t) at ´e o tempo t = d. Variando Nu ´e poss´ıvel penalizar durante mais ou menos tempo a ac¸ ˜ao de controle. Os

coeficientes δ(j) e λ(j) s ˜ao as sequ ˆencias de ponderac¸ ˜ao do erro e do esforc¸o de controle e geralmente s ˜ao escolhidas constantes ou exponenciais ao longo do horizonte. Por exemplo, uma func¸ ˜ao do tipo:

δ(j) = αN2−j

permite variar a penalizac¸ ˜ao do erro em diferentes partes do horizonte. Assim, para, por exemplo, gerar respostas mais suaves, escolhe-se um de valor α entre 0e 1 de forma tal que sejam mais penalizados os ´ultimos valores do erro dentro do horizonte.

• Trajet ´oria de refer ˆencia: uma das vantagens do CPBM ´e a possibilidade de

utili-zar o conhecimento dos valores futuros da refer ˆencia (quando dispon´ıveis) para o c ´alculo do sinal de controle, o que permite, por exemplo que o sistema atinja

(21)

mais rapidamente o novo valor desejado. Esta carater´ıstica torna-se interessante em algumas aplicac¸ ˜oes como em rob ´otica m ´ovel e manipuladora, em servo-acionamentos e em processos do tipo batelada, onde as refer ˆencias futuras s ˜ao conhecidas a priori.

Os valores de w(t + k) utilizados na func¸ ˜ao objetivo n ˜ao s ˜ao necessariamente coincidentes com a refer ˆencia real do sistema. Normalmente, nas aplicac¸ ˜oes pr ´aticas, utilizam-se estrat ´egias para suavizar as mudanc¸as de refer ˆencia, de forma similar aos filtros utilizados nas estruturas cl ´assicas de controle com dois graus de liberdade. Uma forma t´ıpica para esta lei ´e:

w(t) = r(t) w(t + k) = αw(t + k − 1) + (1 − α)r(t + k) k = 1 . . . N (2.4)

onde α ´e um par ˆametro entre 0 e 1. Esta lei representa um filtro passa-baixas de primeira ordem que pode ser ajustado para suavizar mais, α pr ´oximo de um, ou menos, α pr ´oximo de zero, a forma da resposta. Estas ideias s ˜ao usadas no GPC

e no EPSAC para especificar o comportamento desejado para a malha fechada

[3].

• Restric¸ ˜oes: Na pr ´atica, todos os processos est ˜ao sujeitos a restric¸ ˜oes tanto nas vari ´aveis de sa´ıda como de entrada. Exemplos disto s ˜ao os limites m ´aximos e m´ınimos impostos aos atuadores (como por exemplo v ´alvulas), a m ´axima velo-cidade de variac¸ ˜ao de um acionamento (por exemplo servo-acionamentos) ou os valores limites que podem ser atingidos pelas sa´ıdas de um sistema devido a quest ˜oes de seguranc¸a. Al ´em disso existem restric¸ ˜oes do tipo econ ˆomico para o funcionamento do sistema que em geral levaram a escolher pontos de operac¸ ˜ao muito pr ´oximos destes limites. Assim, se o controle ´e corretamente calculado para trabalhar muito pr ´oximo daquele ´otimo, a qualidade e a relac¸ ˜ao custo-benef´ıcio do processo produtivo s ˜ao otimizadas [2]. Por estes motivos, a inclus ˜ao das restric¸ ˜oes na func¸ ˜ao objetivo que se deseja minimizar ´e importante. Neste sentido, todos os algoritmos de CPBM permitem inclu´ı-las no momento da obtenc¸ ˜ao do m´ınimo de J considerando um conjunto de equac¸ ˜oes do tipo:

(22)

umin ≤ u(t) ≤ umax ∀t

dumin ≤ u(t) − u(t − 1) ≤ dumax ∀t

ymin ≤ y(t) ≤ ymax ∀t

Deve ser mencionado aqui que, nestes casos, a soluc¸ ˜ao do m´ınimo de J n ˜ao pode ser obtida analiticamente, e requer uma carga de c ´alculo bem maior que no caso sem restric¸ ˜oes. Apesar da complexidade de c ´alculo, a capacidade do CPBM de levar

as restric¸ ˜oes em considerac¸ ˜ao ´e o principal motivo do seu sucesso nas aplicac¸ ˜oes industriais.

O tratamento do CPBM com restric¸ ˜oes apresenta diversas dificuldades, tanto te ´oricas como de implementac¸ ˜ao. A formulac¸ ˜ao do problema consiste no correto equacionamento das restric¸ ˜oes e num tratamento posterior que ´e conhecido como “estudo de factibilidade e gest ˜ao de restric¸ ˜oes”. Este tratamento permite o correto funcionamento do algoritmo de otimizac¸ ˜ao, liberando ou suavizando, quando poss´ıvel, as restric¸ ˜oes. Por outro lado, do ponto de vista da implementac¸ ˜ao do algoritmo de otimizac¸ ˜ao, as pesquisas est ˜ao orientadas `a melhoria da efici ˆencia e `a minimizac¸ ˜ao dos tempos de c ´alculo [8]. Finalmente, os problemas de estabilidade destes sistemas de controle somente tem sido resolvidos parcialmente e numerosas pesquisas vem sendo realizadas nos ´ultimos anos (ver [2, 15] e as refer ˆencias citadas para um estudo mais aprofundado destes problemas).

2.1.3: Obtenc¸ ˜ao da lei de controle

Em todos os algoritmos deCPBMo objetivo ´e calcular u(t + k | t) para minimizar

J. Para isso ´e necess ´ario calcular as predic¸ ˜oes ˆy(t + k | t) como func¸ ˜ao do controle futuro (a partir do m ´etodo utilizado por cada algoritmo), e substituir na func¸ ˜ao J . No caso de utilizar um modelo linear e sem restric¸ ˜oes, ´e poss´ıvel obter uma soluc¸ ˜ao anal´ıtica do m´ınimo de J. Em outro caso a soluc¸ ˜ao ´e obtida de forma iterativa por algum m ´etodo de otimizac¸ ˜ao.

Independente do m ´etodo utilizado, a soluc¸ ˜ao ´e, em geral, complexa devido ao n ´umero de vari ´aveis envolvidas, principalmente quando os horizontes s ˜ao grandes. Para reduzir os graus de liberdade deste problema alguns algoritmos prop ˜oem estru-turar a lei de controle. Isto pode ser feito como noDMC,GPC,EPSACeEHAC, ajustando

(23)

o horizonte de controle (Nu), o que implica em zerar as variac¸ ˜oes do controle ap ´os um

certo valor no horizonte Nu < N2:

∆u(t + j − 1) = 0 j > Nu

Outra forma de estruturar o controle, que ´e usada noPFC, consiste em calcular

o controle como uma combinac¸ ˜ao de func¸ ˜oes preestabelecidas:

u(t + k) =

n

X

i=1

µi(t)Bi(k) (2.5)

onde os Bi s ˜ao escolhidos de acordo com o tipo de processo e de refer ˆencia.

2.2: Controle por Matriz Din ˆamica (DMC)

Nesta sec¸ ˜ao ser ´a discutido o algoritmo preditivo chamado Controle por Matriz Din ˆamica (DMC), um dos algoritmos mais difundidos na ind ´ustria e usado como base

para o controlador CPM da Petrobras. Inicialmente ser ´a mostrado o algoritmo origi-nal do DMC proposto em [5], e depois ser ´a introduzido o DMC com implementac¸ ˜ao recursiva, proposto em [12], que modifica como a resposta livre ´e calculada de forma a obter um algoritmo mais simples de ser implementado e com a vantagem de n ˜ao afetar o controlador original doDMC.

2.2.1: DMC Original

O algoritmo DMC utiliza os coeficientes da resposta do degrau do sistema para calcular as predic¸ ˜oes:

ˆ y(t + k|t) = ∞ X i=1 gi∆u(t + k − i) + η(t + k|t) (2.6)

onde η(t + k|t) ´e o erro de predic¸ ˜ao no instante t + k. Como, em geral, n ˜ao ´e poss´ıvel determinar o erro de predic¸ ˜ao futuro, sup ˜oe-se que o erro de predic¸ ˜ao se manter ´a constante, ent ˜ao η(t + k|t) = η(t|t) = y(t) − yo(t|t), onde yo ´e a predic¸ ˜ao em malha

aberta, ou seja, sem correc¸ ˜oes. Substituindo o erro de predic¸ ˜ao na Eq. (2.6), e sepa-rando os termos do somat ´orio que dependem das ac¸ ˜oes futuras de controle tem-se

(24)

ˆ y(t + k|t) = k X i=1 gi∆u(t + k − i) + ∞ X i=1

gk+i∆u(t − i) + y(t) − ∞ X i=1 gi∆u(t − i) ˆ y(t + k|t) = k X i=1 gi∆u(t + k − i) + ∞ X i=1

(gk+i− gi)∆u(t − i) + y(t) (2.7)

O somat ´orio infinito presente na equac¸ ˜ao anterior pode ser truncado ap ´os M termos, isto porque gk+i−gi ∼= 0, ∀i > M . Isto resulta na seguinte equac¸ ˜ao de predic¸ ˜ao

para o DMC: ˆ y(t + k|t) = k X i=1 gi∆u(t + k − i) + M X i=1

(gk+i− gi)∆u(t − i) + y(t) (2.8)

(2.9)

Considerando um horizonte de predic¸ ˜ao de N amostras e um horizonte de con-trole de Nu, pode-se escrever as predic¸ ˜oes futuras de forma matricial:

ˆ

y = Gu + I∆u(t − 1) + 1Ny(t) (2.10)

onde 1N ´e um vetor com N linhas cujos elementos s ˜ao todos iguais a 1,

I∆u(t − 1) =        (g2− g1) (g3− g2) . . . (gM +1− gM) (g3− g1) (g4− g2) . . . (gM +2− gM) .. . ... · · · ... (gN +1− g1) (gN +2− g2) . . . (gN +M − gM)               ∆u(t − 1) ∆u(t − 2) .. . ∆u(t − M )        , Gu =        g1 0 . . . 0 g2 g1 . . . 0 .. . ... · · · ... gN gN −1 . . . gN −Nu               ∆u(t) ∆u(t + 1) .. . ∆u(t + Nu− 1)        , e ˆy = [ˆy(t + 1|t), . . . , ˆy(t + N |t)]T.

Nota-se que na matriz I existem coeficientes gicom ´ındice maior que M , quando

(25)

A Eq. (2.10) pode ser reescrita da forma:

ˆ

y = Gu + fr (2.11)

onde fr = I∆u(t − 1) + 1Ny(t) ´e a resposta livre do sistema.

Nesta equac¸ ˜ao pode-se observar que se as condic¸ ˜oes iniciais s ˜ao nulas a res-posta livre ´e zero, e que se for aplicado um degrau unit ´ario em u,

∆u(t) = 1, ∆u(t + 1) = 0, · · · , ∆u(t + N − 1) = 0

a sequ ˆencia de sa´ıda [ˆy(t + 1), ˆy(t + 2), · · · , ˆy(t + N )]T ser ´a igual `a primeira coluna de

G. Isto implica que a primeira coluna de G pode ser calculada a partir da resposta ao degrau do sistema. Na pr ´atica ´e interessante escolher um horizonte de controle Nu < N (normalmente Nu = N/5 gera resultados satisfat ´orios) o que simplifica o

problema de controle pois diminui os graus de liberdade. Neste caso na equac¸ ˜ao de c ´alculo das predic¸ ˜oes a matriz G ter ´a dimens ˜ao N × Nu e o vetor u dimens ˜ao Nu× 1.

Para calcular o m´ınimo de J ´e conveni ˆente escrever a express ˜ao (2.3) como:

J = (Gu + fr− w)TQ

y(Gu + fr− w) + u TQ

uu (2.12)

onde Qy e Qu s ˜ao matrizes diagonais com os valores das ponderac¸ ˜oes na

diagonal.

w =h w(t + d + 1) w(t + d + 2) · · · w(t + d + N ) iT

A equac¸ ˜ao (2.12) pode ser escrita como uma forma quadr ´atica:

J = 1 2u

THu + bTu + f

0 (2.13)

(26)

H = 2(GTG + λI) bT = 2(fr− w)TG f0 = (fr− w)T(f

r− w)

O m´ınimo de J pode ser calculado, quando n ˜ao h ´a restric¸ ˜oes, igualando o gra-diente de J a zero. Assim, o controle pode ser calculado atrav ´es da equac¸ ˜ao a seguir:

u = −H−1b = (GTG + λI)−1GT(w − fr) (2.14)

Como o algoritmo ´e de horizonte deslizante, unicamente o primeiro sinal de controle ´e aplicado (primeiro elemento do vetor u), assim a lei de controle final ´e:

∆u(t) = K(w − fr) (2.15)

onde K ´e a primeira linha da matriz (GTG + λI)−1GT e w o vetor de referencias futuras.

2.2.2: DMC Recursivo

Em [12], demonstrou-se a propriedade recursiva do DMC, que ser¨ı´a apresen-tada a seguir. As predic¸ ˜oes de malha aberta em t + k dado as informac¸ ˜oes em t e t − 1 s ˜ao dadas a seguir:

yo(t + k|t) = ∞ X i=k+1 gi∆u(t + k − i) yo(t + k|t − 1) = ∞ X i=k+2 gi∆u(t + k − i)

A diferenc¸a entre a predic¸ ˜ao de malha aberta em t + k dado t, e em t + k dado t − 1, ´e apenas a ac¸ ˜ao de controle nova ∆u(t − 1) que n ˜ao se conhecia em t − 1. Subtraindo as equac¸ ˜oes anteriores:

(27)

yo(t + k|t) − yo(t + k|t − 1) = gk+1∆u(t − 1) + ∞ X i=k+2 gi∆u(t + k − i) − ∞ X i=k+2 gi∆u(t + k − i) yo(t + k|t) = gk+1∆u(t − 1) + yo(t + k|t − 1)

A utilizac¸ ˜ao do DMC recursivo ´e feita da seguinte forma: mant ´em-se em mem ´oria um vetor com M elementos: Ylivre = [yo(t|t − 1), . . . , yo(t + M − 1|t − 1)]T. Seus

ele-mentos s ˜ao as repostas livres dadas as ac¸ ˜oes de controle conhecidas at ´e o instante t − 1. Ao iniciar o controlador DMC no instante t0, dado que o sistema encontra-se em

regime permanente, considera-se que as predic¸ ˜oes de malha aberta sejam constantes e iguais ao valor de y(t0).

Ao iniciar a execuc¸ ˜ao do algoritmo DMC no instante t, ´e preciso atualizar o vetor de resposta livre pois o incremento da ac¸ ˜ao de controle ∆u(t − 1) agora ´e conhecido:

Ylivre= Ylivre+        g1 g2 .. . gM        ∆u(t − 1)

Assim, obt ´em-se o vetor Ylivre atualizado. Ap ´os obter o novo sinal de controle

u(t), ´e preciso “deslocar” os valores dentro do vetor Ylivre, isto porque no instante

posterior t + 1, ser ˜ao precisas as repostas livres de t + 1 at ´e t + M baseadas nos dados at ´e t. Ent ˜ao, o primeiro elemento ´e descartado pois ´e a predic¸ ˜ao relativa ao instante t que j ´a passou. O problema ´e que, ao se fazer este deslocamento, o ´ultimo elemento, no caso a predic¸ ˜ao em y(t + M |t), ´e desconhecida. Por ´em, no caso est ´avel, yo(t + M |t) ∼= yo(t + M − 1|t), assim, o novo vetor Ylivreser ´a dado por:

Ylivre =           yo(t + 1|t) yo(t + 2|t) .. . yo(t + M − 1|t) yo(t + M − 1|t)          

(28)

yo(t + M − 1|t) = ∞ X i=M gi∆u(t + M − 1 − i) yo(t + M |t) = ∞ X i=M +1 gi∆u(t + M − i) = ∞ X i=M gi+1∆u(t + M − 1 − i) yo(t + M |t) − yo(t + M − 1|t) = ∞ X i=M (gi+1− gi)∆u(t + M − 1 − i)

Como gi+1− gi ∼= 0, ∀i > M , tem-se que yo(t + M |t) ∼= yo(t + M − 1|t), como se

queria demonstrar.

Assim, o c ´alculo da resposta livre considerada no DMC-recursivo ´e dado da seguinte forma: fr =     yo(t + 1|t) .. . yo(t + N |t)     + 1N(y(t) − yo(t|t)) (2.16)

Utilizando esta forma de implementac¸ ˜ao, os c ´alculos necess ´arios para obter a resposta livre se tornam mais simples, n ˜ao sendo necess ´ario o armazenamento dos incrementos passados de controle. Como este procedimento so altera o modo de calcular a resposta livre, o restante do algoritmo de controle n ˜ao ´e modificado.

2.3: DMC Multivari ´avel

O algoritmo para o caso monovari ´avel, apresentado na sec¸ ˜ao 2.2.1, pode ser facilmente estendido para o caso multivari ´avel. Para um sistema com m entradas e n sa´ıdas, as predic¸ ˜oes s ˜ao calculadas da seguinte forma:

(29)

                                       ˆ y1(t + k|t) = P∞

i=1g11,i∆u1(t + k − i) +

P∞

i=1g12,i∆u2(t + k − i)+

. . . +P∞

i=1g1m,i∆um(t + k − i) + η1(t + k|t)

..

. = ...

ˆ

yn(t + k|t) = P ∞

i=1gn1,i∆u1(t + k − i) +

P∞

i=1gn2,i∆u2(t + k − i)+

. . . +P∞

i=1gnm,i∆um(t + k − i) + ηn(t + k|t)

(2.17)

onde ˆyh(t + k|t) ´e a predic¸ ˜ao da h- ´esima sa´ıda no instante t + k dado os dados em t,

uj a j- ´esima entrada, ghj,i ´e o i- ´esimo coeficiente da resposta ao degrau da sa´ıda h em

relac¸ ˜ao `a entrada j, e ηh ´e o erro de predic¸ ˜ao que ´e calculado de maneira id ˆentica ao

caso monovari ´avel, ou seja, ηh(t + k|t) = ηh(t + k|t) = yh(t) − yoh(t|t).

A predic¸ ˜ao de malha aberta sem correc¸ ˜ao da sa´ıda h, yoh(t|t), ´e dada por

yoh(t|t) = ∞ X i=1 gh1,i∆u1(t − i) + ∞ X i=1 gh2,i∆u2(t − i) + . . . + ∞ X i=1

ghm,i∆um(t − i),

(2.18)

substituindo a equac¸ ˜ao anterior na equac¸ ˜ao 2.17, obt ´em-se a predic¸ ˜ao de uma forma similar ao apresentado no caso monovari ´avel, excetuando o fato de agora haver mais vari ´aveis de controle:

ˆ yh(t + k|t) = k X i=1 gh1,i∆u1(t + k − i) + . . . + k X i=1 ghm,i∆um(t + k − i) + ∞ X i=1

(gh1,k+i− gh1,i)∆u1(t − i) + . . . + ∞

X

i=1

(ghm,k+i− ghm,i)∆um(t − i)

+y(t)

Assim como apresentado anteriormente, os somat ´orios infinitos podem ser trun-cados ap ´os M termos pois, para sistemas est ´aveis, ghj,k+i− ghj,i ∼= 0 , ∀i > M .

(30)

generalidade, um horizonte de predic¸ ˜ao N e de controle Nu comum a todas as

entra-das, as predic¸ ˜oes da h- ´esima sa´ıda podem ser escritas como a seguir:

ˆ yh=     ˆ yh(t + 1|t) .. . ˆ yh(t + N |t)     = [Gh1 Gh2 . . . Ghm]     ∆u1(t) . . . ∆um(t) .. . ... ... ∆u1(t + Nu− 1) . . . ∆um(t + Nu− 1)     + [Ih1 Ih2 . . . Ihm]     ∆u1(t − 1) . . . ∆um(t − 1) .. . ... ... ∆u1(t − M ) . . . ∆um(t − M )     +1Nyh(t), (2.19)

ou, de forma mais compacta,

ˆ

yh = [Gh1 Gh2 . . . Ghm] u + [Ih1 Ih2 . . . Ihm] ∆u(t − 1) + 1Nyh(t),

onde as matrizes Ghj e Ihj s ˜ao calculadas de maneira id ˆentica ao caso monovari ´avel.

Combinando as predic¸ ˜oes de todas as sa´ıdas, obt ´em-se a seguinte representac¸ ˜ao matricial: ˆ y = Gu + I∆u(t − 1) + Iyy(t) (2.20) onde ˆy = ˆy1T, . . . , ˆyhT T , y = [y1(t), . . . , yh(t)], e G =     G11 . . . G1m .. . ... ... Gh1 . . . Ghm     , I =     I11 . . . I1m .. . ... ... Ih1 . . . Ihm     , Iy=     1N 0 . . . 0 0 1N . . . 0 0 0 . . . 1N     .

(31)

que ´e um vetor de ordem h · N × 1.

2.3.1: DMC Recursivo Multivari ´avel

A propriedade recursiva do DMC apresentada na sec¸ ˜ao 2.2.2 continua v ´alida no caso multivari ´avel, com a diferenc¸a que agora ser ´a necess ´ario manter h vetores de respostas livres correspondentes a cada sa´ıda.

Da mesma forma que no caso monovari ´avel, mant ´em-se em mem ´oria h vetores com M elementos: Yh,livre = [yoh(t|t − 1), . . . , yoh(t + M − 1|t − 1)]T. Seus elementos

s ˜ao as respostas livres dadas as ac¸ ˜oes de controle conhecidas at ´e o instante t − 1. Ao iniciar o controlador DMC no instante t0, dado que o sistema encontra-se em regime

permanente, considera-se que as predic¸ ˜oes de malha aberta para todas as sa´ıdas sejam constantes e iguais ao valor de yh(t0).

Depois de iniciar a execuc¸ ˜ao do algoritmo DMC no instante t, ´e preciso atualizar o vetor de resposta livre com o incremento das ac¸ ˜oes de controle ∆uj(t − 1) , j =

1, . . . , m, que agora s ˜ao conhecidas:

Yl,livre = Yl,livre +        gh1,1 gh1,2 .. . gh1,M        ∆u1(t − 1) + . . . +        ghm,1 ghm,2 .. . ghm,M        ∆um(t − 1)

Assim, obt ´em-se o vetor Yh,livreatualizado. Ap ´os obter o novo sinal de controle

u(t), ´e preciso “deslocar” os valores dentro do vetor Yh,livre, isto porque no instante

posterior t + 1, ser ˜ao precisos as repostas livres de t + 1 at ´e t + M baseadas nos dados at ´e t. Ent ˜ao, o primeiro elemento ´e descartado pois ´e a predic¸ ˜ao relativa ao instante t que j ´a passou. O problema ´e que, ao se fazer este deslocamento, o ´ultimo elemento, no caso a predic¸ ˜ao em yh(t+M |t), ´e desconhecida. Por ´em, no caso est ´avel,

(32)

YH,livre =           yoh(t + 1|t) yoh(t + 2|t) .. . yoh(t + M − 1|t) yoh(t + M − 1|t)          

Desta forma, as predic¸ ˜oes no DMC recursivo multivari ´avel s ˜ao dadas por

ˆ

y = Gu + fr. (2.21)

Considerando que yoh = [yoh(t + 1), . . . , yoh(t + N )], a resposta livre fr ´e dada

por fr =     yo1 .. . yoh     + Iy h (y1(t) − yo1(t)) . . . (yl(t) − yoh(t)) i . (2.22)

2.4: Coment ´arios finais

Neste cap´ıtulo foi feita uma revis ˜ao da teoria de controle preditivo e dos concei-tos usados na formulac¸ ˜ao dos ´ındices que ser ˜ao apresentados no cap´ıtulo 3. Al ´em disso, tamb ´em ´e apresentada a teoria do controle por matriz din ˆamica que ´e o tipo de controle preditivo usado na unidade de processamento analisada neste projeto, descrita no cap´ıtulo 4.

(33)

Cap´ıtulo 3: Ferramenta de Aux´ılio a

Sintonia Total (FAST MPC)

O desenvolvimento da FAST MPC faz parte de uma dissertac¸ ˜ao de mestrado [13] desenvolvida no projeto de pesquisa e desenvolvimento ”Algoritmos para Identificac¸ ˜ao e Controle Preditivo N ˜ao Linear de Processos da Ind ´ustria do Petr ´oleo de G ´as Natu-ral”. Este ´e um projeto do Departamento de Automac¸ ˜ao e Sistemas em colaborac¸ ˜ao com o Cenpes da Petrobr ´as.

Como o objetivo deste trabalho ´e validar a metodologia proposta atrav ´es de um estudo de caso, este cap´ıtulo traz uma explicac¸ ˜ao detalhada do c ´alculo dos ´ındices e da an ´alise do desempenho e da sintonia do controle. O conte ´udo deste cap´ıtulo ´e baseado em relat ´orios t ´ecnicos do projeto e outros materiais internos.

Uma das dificuldades encontradas na aplicac¸ ˜ao de Controle Preditivo baseado em Modelo ´e avaliac¸ ˜ao da sintonia e do desempenho do sistema de controle. Por isso a necessidade de m ´etodos de avaliac¸ ˜ao de desempenho de sistemas de controle MPC ´e largamente reconhecida no meio industrial. Algumas abordagens nessa direc¸ ˜ao baseiam-se na comparac¸ ˜ao do desempenho do sistema de controle sob an ´alise a um MPC baseado em vari ˆancia m´ınima. Entretanto, com essas abordagens n ˜ao se pode definir qual vari ´avel controlada tem o pior seguimento a refer ˆencia, porque ela tem um desempenho ruim ou onde modificar a sintonia do controlador para atingir um determinado objetivo.

Para conseguir o desempenho desejado do controlador s ˜ao necess ´arios bons modelos de predic¸ ˜ao e uma boa escolha nas ponderac¸ ˜oes das vari ´aveis, j ´a que a sintonia do controlador ´e diretamente dependente das matrizes de ponderac¸ ˜ao das vari ´aveis controladas Qy e das vari ´aveis manipuladas Qu, e tamb ´em da predic¸ ˜ao ¯Y

calculada a partir do modelo de predic¸ ˜ao.

A equac¸ ˜ao 3.1 mostra a func¸ ˜ao custo na forma para sistemas multivari ´aveis, onde ¯Y ´e a predic¸ ˜ao da vari ´avel controlada do sistema, W (k) ´e a refer ˆencia ou valor

(34)

desejado da vari ´avel controlada (target), 4U (k) ´e a variac¸ ˜ao do sinal de controle, Qy e Qu s ˜ao matrizes de ponderac¸ ˜ao escolhidas arbitrariamente pelo projetista. As

matrizes My e Mus ˜ao matrizes que realizam a normalizac¸ ˜ao das vari ´aveis controladas

e manipuladas. Esta normalizac¸ ˜ao pode ser realizada com o valor m ´aximo esperado para cada vari ´avel ou com o range (xmax - xmin), por exemplo. Neste trabalho ser ´a

definido um valor Une Yn como valores normalizados onde Un= usse Yn = w.

J = [¯Y − W]TMTyQyMy[¯Y − W] + 4UTMTuQuMu4 U (3.1)

Com base nos par ˆametros da func¸ ˜ao custo e na import ˆancia de uma boa predic¸ ˜ao, foram criados seis ´ındices que avaliam o desempenho e a sintonia do controlador:

1. ´Indices de Avaliac¸ ˜ao: • Desvios M ´edios;

• ´Indices de Estabilidade. 2. ´Indices de Sintonia:

• ´Indices de Seguimento Relativos; • ´Indices de Controle Relativos;

• ´Indices de Supress ˜ao de Movimento; • ´Indices de Erro de Modelagem.

Os ´Indices de Avaliac¸ ˜ao ser ˜ao utilizados para analisar o desempenho da planta de forma global e verificar a possibilidade de melhoria das respostas das vari ´aveis controladas. J ´a os ´Indices de Sintonia ser ˜ao utilizados para analisar o ajuste das ponderac¸ ˜oes Qy e Qu da func¸ ˜ao custo e os modelos utilizados. Os ´Indices de Erro

de Modelagem e os Desvios M ´edios s ˜ao os ´unicos ´ındices que podem ser analisa-dos como um indicador, ou seja, seus valores tem uma interpretac¸ ˜ao f´ısica real inde-pendente. Os outros ´ındices n ˜ao tem sentido analisados isoladamente e devem ser comparados com todos os ´ındices das demais vari ´aveis.

Os ´ındices, analisados em conjunto, indicam como o controlador est ´a tratando cada vari ´avel em relac¸ ˜ao as outras, permitindo uma an ´alise e avaliac¸ ˜ao da sintonia do controlador MPC e fornecendo uma base s ´olida para a localizac¸ ˜ao dos principais pro-blemas relacionados com as ponderac¸ ˜oes da func¸ ˜ao custo utilizada ou com os mode-los de predic¸ ˜ao. O resultado dessa avaliac¸ ˜ao visa auxiliar a tomada de decis ˜ao quanto

(35)

a modificar as ponderac¸ ˜oes da func¸ ˜ao custo do controlador MPC ou re-identificar os modelos de predic¸ ˜ao utilizados.

Os Desvios M ´edios e os ´Indices de Seguimento Relativos n ˜ao ponderados s ˜ao os ´ındices que avaliam a qualidade do sistema de controle MPC e servem como ponto de partida para as an ´alises do desempenho do MPC. Como estes ´ındices s ˜ao cal-culados com o erro de seguimento de refer ˆencia, a vari ´avel controlada com menor ´ındice ser ´a aquela que est ´a fazendo o melhor seguimento de refer ˆencia. Os Desvios M ´edios apresentam uma a m ´edia absoluta do erro de seguimento de refer ˆencia em porcentagem de cada vari ´avel controlada enquanto os ´Indices de Seguimento Rela-tivos mostram uma vis ˜ao percentual relativa ao somat ´orio de todos erros individuais para o caso ponderado e n ˜ao ponderado. Em um sistema sob controle ´e natural que algumas vari ´aveis controladas tenham maior import ˆancia econ ˆomica que outras. Uma vari ´avel que representa uma concentrac¸ ˜ao, por exemplo, pode ter mais necessidade de seguir uma refer ˆencia do que uma vari ´avel press ˜ao que est ´a dentro dos seus limi-tes aceit ´aveis. Assim, se a concentrac¸ ˜ao apresenta um ´ındice de seguimento pior do que a press ˜ao, alguma ac¸ ˜ao precisa ser tomada para melhorar o quadro.

Para identificar onde atuar para melhorar o seguimento de refer ˆencia de uma vari ´avel controlada foram criados os ´ındices de seguimento relativos para saber como atuar nas ponderac¸ ˜oes Qy ´ındices de erro de modelagem para verificar a qualidade

dos modelos de predic¸ ˜ao, ´ındices de ac¸ ˜ao de controle relativos e supress ˜ao de movi-mento para verificar como atuar nas ponderac¸ ˜oes Qu. Os ´ındices de seguimento e de

controle, que s ˜ao baseados em uma parcela da func¸ ˜ao custo, s ˜ao calculados para os casos com e sem ponderac¸ ˜ao. Isso permite comparar o efeito da ponderac¸ ˜ao com o resultado verificado nas medic¸ ˜oes reais. No caso sem ponderac¸ ˜ao pode se ver como o sistema est ´a funcionando na realidade e no caso ponderado pode-se ver a vis ˜ao que o controle MPC tem do funcionamento do sistema para calcular as futuras ac¸ ˜oes de controle.

Com uma adequada interpretac¸ ˜ao desses ´ındices dever ´a ser poss´ıvel identifi-car:

• Quais vari ´aveis controladas devem ter seus seguimentos de refer ˆencia melhora-dos,

(36)

3.1: C ´alculo dos ´ındices

A cada instante de tempo k do controle s ˜ao calculados os ´ındices Instant ˆaneos a partir das equac¸ ˜oes 3.2, 3.6,3.8,3.10, 3.11,3.12, mostradas a seguir. Como o objetivo ´e obter valores que refletem o comportamento do sistema ao longo de um determinado tempo, calcula-se a m ´edia dos ´ındices Instant ˆaneos atrav ´es de um algoritmo recursivo. Neste algoritmo n ˜ao h ´a necessidade do c ´alculo de N e pode-se ainda escolher o tempo da janela de medic¸ ˜oes utilizadas para o c ´alculo da m ´edia, Nmedia, e a influ ˆencia

dos elementos dentro da janela s ˜ao ponderados por um fator de esquecimento. Ou seja, o ´ındice calculado no instante k − Nmedia − 1 tem efeito zero sobre o c ´alculo

da m ´edia. j ´a a influ ˆencia no c ´alculo da m ´edia cresce desde 0 at ´e 1 para os ´ındices instant ˆaneos calculados em k − Nmedia− 1 at ´e k.

A m ´edia recursiva ´e calculada com o seguinte pseudo-c ´odigo: Defina: x = 5 Nmedia e Iy medioi = 0 se k = 1 : Den(k) = 1 Iy medioi (k) = Iy insti (k) sen ˜ao: Den(k) = Den(k − 1) · e−x+ 1 Iy medioi (k) = e −x· Ii y medio(k − 1) · Den(k − 1) + I i y inst(k) Den(k)

Todos os valores s ˜ao normalizados entre 0 e 1 onde ´e poss´ıvel observar a influ ˆencia da sintonia do MPC no sistema para cada vari ´avel em comparac¸ ˜ao com as outras em uma mesma amplitude e a normalizac¸ ˜ao utilizada ´e a mesma da func¸ ˜ao custo apresentada.

3.1.1: Desvios M ´edios

Estes ´ındices avaliam a qualidade do seguimento de refer ˆencia das vari ´aveis controladas. Seu valor representa o desvio m ´edio do erro de seguimento em porcen-tagem e pode ser analisado individualmente. Nesse caso, n ˜ao se calcula relativamente os ´ındices pois n ˜ao se tem a intenc¸ ˜ao de analisar as ponderac¸ ˜oes Qy, mas a

(37)

erro. A equac¸ ˜ao 3.2 mostra esse c ´alculo.

Dy insti (k) = 100 · kw

i(k) − yi(k)k

wi(k) (3.2)

Ao final do per´ıodo de an ´alise teremos Di

y medio para cada vari ´avel controlada.

A partir desse valor ser ˜ao montados dois tipos de ´ındices diferentes: Desvios M ´edios Individuais e o Desvio M ´edio Total. Os Desvios M ´edios Individuais Di

y indser ˜ao iguais

ao valor final de Di

y medio para cada vari ´avel controlada. E o Desvio M ´edio Total ser ´a o

somat ´orio desses ´ındices individuais dividido pelo n ´umero de vari ´aveis controladas n. Como mostrado na equac¸ ˜ao 3.3.

Diy = Pn i=1D i y ind n (3.3)

Esse Desvio M ´edio Total ajudar ´a o projetista a saber se as mudanc¸as feitas no projeto do controlador diminu´ıram o erro m ´edio de seguimento de refer ˆencia das vari ´aveis controladas, o que representa uma melhoria da resposta do sistema. Os Desvios M ´edios Individuais s ˜ao analisados quando se tem interesse maior no se-guimento de alguma vari ´avel em particular. ´E o caso quando algumas vari ´aveis do processo tem grande import ˆancia econ ˆomica, por exemplo.

3.1.2: ´Indice de Estabilidade

Esse ´ındice avalia o quanto cada vari ´avel controlada pode melhorar em desem-penho no seguimento da refer ˆencia sem levar o sistema para a instabilidade. Utiliza-dos em conjunto com os ´ındices de Seguimento Individuais e os ´ındices de Supress ˜ao de Movimento auxiliam o projetista a melhorar o desempenho global do sistema. Con-siderando que o desempenho final de um sistema de controle ´e frequentemente obtido considerando o compromisso com seguimento de refer ˆencia e estabilidade, ´e pre-ciso saber se uma vari ´avel controlada est ´a pr ´oxima da sua regi ˜ao de instabilidade. A equac¸ ˜ao 3.6 foi desenvolvida com base no teorema da estabilidade de Lyapunov [11]. Pelo teorema da estabilidade de Lyapunov, uma func¸ ˜ao L(t) : Rn → R

repre-sentada pela equac¸ ˜ao 3.4 ´e dita ser positiva definida se atende os requisitos expostos na equac¸ ˜ao 3.5. O que pode ser facilmente provado com a equac¸ ˜ao proposta com o o valor dos erros de seguimento de refer ˆencia das vari ´aveis controladas ei normalizado

(38)

L(t) = 1 2 ·  ei(t) wi 2 (3.4) L(0) = 0 e L > 0 para ∀ ei 6= 0 (3.5)

Como a energia dos estados do sistema precisa decrescer ao longo do tempo, sua derivada deve ser negativa ∂L(t)∂t < 0. Portanto, para a derivada ´e esperado um valor negativo. Sabe-se que quanto maior o valor absoluto dessa func¸ ˜ao, mais rapi-damente o sistema decresce sua energia e ’mais’ est ´avel ser ´a o sistema. E quando o valor se aproxima de zero ocorre a situac¸ ˜ao inversa. Baseado nessas conclus ˜oes foi criado o ´Indice de Estabilidade, apresentado na equac¸ ˜ao 3.6. O objetivo desse ´ındice ´e mostrar o quanto cada vari ´avel controlada est ´a perto da sua regi ˜ao de instabilidade.

Iest insti (k) = e i(k) wi(k)2 · (e i (k) − ei(k − 1)) − e i(k)2 wi(k)3 · (w i (k) − wi(k − 1)) (3.6)

A gerac¸ ˜ao deste ´ındice ´e feita calculando uma m ´edia recursiva acumulada ao longo do per´ıodo de an ´alise, como a utilizada nos ´ındices anteriores. Seu valor m ´edio Ii

est medio ao final do per´ıodo de an ´alise ser ´a o ´ındice a ser analisado. Para

efeito demonstrativo em uma escala similar aos outros ´ındices, foi usado seu valor em potenciac¸ ˜ao como a equac¸ ˜ao 3.7 onde α ´e um valor escolhido para determinar a sen-sibilidade da variac¸ ˜ao entre os ´ındices (normalmente se utiliza o valor 100 ou 1000). Portanto, conclui-se que quanto mais pr ´oximo de 0 este valor mais perto de sua regi ˜ao de instabilidade essa vari ´avel se encontra.

Iesti = 10α· √

−Ii

est medio (3.7)

3.1.3: ´Indices de Seguimento de Refer ˆencia Relativo

Estes ´ındices avaliam as vari ´aveis controladas do sistema quanto a qualidade de seu seguimento de refer ˆencia. Baseado na parcela de erro de seguimento de refer ˆencia [˜Y − W]TMT

yQyMy[˜Y − W] da func¸ ˜ao custo apresentada na equac¸ ˜ao 3.1, foi

montada a equac¸ ˜ao 3.8. Onde yi(k) ´e o valor medido da vari ´avel controlada i e wi(k)

sua refer ˆencia no instante de amostragem k. O valor ´e normalizado pela refer ˆencia wi(k) para permitir a comparac¸ ˜ao com as outras vari ´aveis controladas. Nota-se que esse valor indica o erro quadr ´atico percentual da vari ´avel controlada normalizado. A

(39)

normalizac¸ ˜ao aqui realizada ´e id ˆentica aquela feita pela func¸ ˜ao custo apresentada na equac¸ ˜ao 3.1 mas, caso seja necess ´ario, outras formas de normalizac¸ ˜ao (scaling) devem ser implementadas para evitar a divis ˜ao por zero.

Iy insti (k) =  100 · w i(k) − yi(k) wi(k) 2 · Qi y (3.8)

Estes ´ındices s ˜ao calculados para o caso ponderado e n ˜ao ponderado (Qi y =

1). Com os ´ındices sem ponderac¸ ˜oes pode se ver o seguimento real das vari ´aveis controladas e com os ´ındices ponderados pode-se ver o seguimento fict´ıcio que o controle MPC tem de cada vari ´avel controlada.

Ao final do per´ıodo de an ´alise teremos Ii

y medioe Iy medio pi ponderados para cada

vari ´avel controlada.

Para permitir um comparativo entre as vari ´aveis, s ˜ao calculados os ´Indices de Seguimento Relativos como mostrado na equac¸ ˜ao 3.9, onde n ´e o n ´umero de vari ´aveis controladas. Este c ´alculo relativo dar ´a uma vis ˜ao percentual dos erros de seguimento de refer ˆencia das vari ´aveis. Assim os ´Indices de Seguimento Relativos Ii

y rel e Iy rel pi

ponderados permitem comparar a influ ˆencia das ponderac¸ ˜oes usadas na sintonia do controlador analisando a diferenc¸a no valor entre o ´ındice com e sem ponderac¸ ˜ao para cada vari ´avel controlada, como ser ´a explicado na sec¸ ˜ao 3.3.

Iy reli = I i y medio Pn j=1I j y medio (3.9)

Ambos ´ındices indicam o quanto cada vari ´avel controlada representa, em m ´edia, de peso na func¸ ˜ao custo do MPC com relac¸ ˜ao ao seu erro de seguimento de re-fer ˆencia. Portanto quanto menor este ´ındice, melhor ser ´a o seguimento da rere-fer ˆencia desta vari ´avel controlada.

3.1.4: ´Indices Controle Relativo

Estes ´ındices avaliam as vari ´aveis manipuladas do sistema quanto a atividade de sua ac¸ ˜ao de controle. Baseado na parcela de esforc¸o de controle 4UTMTuQuMu4U

da func¸ ˜ao custo da equac¸ ˜ao 3.1. Representado na equac¸ ˜ao 3.10 e normalizado pela ac¸ ˜ao de controle em regime permanente (ui

ss) para permitir a comparac¸ ˜ao com as

(40)

os casos de poss´ıvel divis ˜ao por zero). Estes ´ındices tamb ´em ser ˜ao calculados para os casos ponderado e n ˜ao ponderado (Qi

u = 1) pelo mesmo motivo apresentado para

os ´Indices de Seguimento Relativos.

Iu insti (k) =  100 · 4u i(k) ui ss(k) 2 · Qi u (3.10)

Para esses ´ındices tamb ´em ser ˜ao aplicadas as f ´ormulas m ´edias e relativas da mesma forma apresentada para os ´Indices de Seguimento. E o valor do ´ındice que ser ´a analisado ´e o Ii

u medio obtido ao final do per´ıodo de an ´alise, neste caso tamb ´em

na forma Ii

u rel e Iu rel pi ponderada. O objetivo destes ´ındices ´e mostrar quais vari ´aveis

manipuladas est ˜ao sendo mais solicitadas baseado no peso que elas representam na func¸ ˜ao custo do MPC. Disso conclui-se que quanto maior o ´ındice, maior a variac¸ ˜ao da vari ´avel manipulada.

3.1.5: ´Indices de Supress ˜ao de Movimento

Estes ´ındices avaliam o quanto uma vari ´avel controlada est ´a sendo afetada com relac¸ ˜ao `a supress ˜ao da variac¸ ˜ao das vari ´aveis manipuladas imposta pelas ponderac¸ ˜oes em Qu que se relacionam a ela. Calculados utilizando a equac¸ ˜ao 3.11, onde m ´e o

n ´umero de vari ´aveis manipuladas e Kij s ˜ao os ganhos das func¸ ˜oes de transfer ˆencias

que s ˜ao acopladas com aquela vari ´avel controlada.

Ism insti (k) = [w i(k)]2 Pm j=1[4uj(k) · Kij] 2 · 1 1000 (3.11)

A gerac¸ ˜ao destes ´ındices ´e feita com o c ´alculo de m ´edia recursiva como nos ´ındices anteriores e o Ii

sm medio obtido ao final do per´ıodo de an ´alise ser ´a o valor a

ser analisado. Neste caso n ˜ao ser ´a calculado a comparac¸ ˜ao relativa das vari ´aveis. Quanto maior for este ´ındice, maior ser ´a a supress ˜ao de movimento que est ´a sendo aplicada as vari ´aveis manipuladas que afetam aquela vari ´avel controlada. Como pode ser observado, tamb ´em nestes ´ındices, a refer ˆencia da vari ´avel controlada ´e usada como forma de normalizar. Caso a refer ˆencia seja nula deve ser usado outro valor como, por exemplo, o maior valor esperado da controlada.

(41)

3.1.6: ´Indices do Erro de Modelagem

Estes ´ındices avaliam a qualidade dos modelos de predic¸ ˜ao usados para predi-zer o comportamento do sistema. Mostrado na equac¸ ˜ao??, calcula os erros entre as predic¸ ˜oes do modelo ˜yie as sa´ıdas reais do processo yi normalizados pela refer ˆencia

wi para permitir a comparac¸ ˜ao com as outras vari ´aveis controladas.

Iem insti (k) = 100 · k ˜y

i(k) − yi(k)k

wi(k) (3.12)

Os valores instant ˆaneos s ˜ao aplicados na equac¸ ˜ao de m ´edia recursiva e o valor do ´ındice que ser ´a analisado s ˜ao os Ii

em medio obtidos ao final do per´ıodo de an ´alise.

O valor destes ´ındices podem ser interpretados como os erros m ´edios de predic¸ ˜ao de cada vari ´avel controlada. Quanto maior for o ´ındice, maior a quantidade de erros nos modelos daquela vari ´avel controlada ou necessidade de modelagem de perturbac¸ ˜oes ainda n ˜ao modeladas. O mesmo coment ´ario vale aqui, caso a refer ˆencia seja nula pode ser usado o maior valor esperado da controlada na normalizac¸ ˜ao.

3.2: Apresentac¸ ˜ao Gr ´afica dos Resultados

Para facilitar a visualizac¸ ˜ao dos ´ındices foi escolhido o gr ´afico de barras, por ser intuitivo e permitir comparar o valor final dos ´ındices de cada vari ´avel lado a lado. Os ´Indices de Seguimento Relativos e de Controle Relativos que possuem ´ındices ponderados e n ˜ao ponderados ser ˜ao plotados em um mesmo gr ´afico mas com valo-res n ˜ao ponderados no eixo positivo e os valovalo-res ponderados no eixo negativo para permitir visualizar a influ ˆencia que as ponderac¸ ˜oes est ˜ao causando em cada vari ´avel analisada.

Quando o sistema apresenta um n ´umero muito grande de vari ´aveis manipula-das e controlamanipula-das e/ou quando n ˜ao h ´a acoplamento total entre elas, adicionalmente aos gr ´aficos dos ´ındices gerados podem ser utilizados a relac¸ ˜ao de ganhos das func¸ ˜oes de transfer ˆencia das vai ´aveis para permitir analisar a intensidade que uma poss´ıvel mudanc¸a nas ponderac¸ ˜oes ir ´a causar na vari ´avel em an ´alise e em quais vari ´aveis essa mudanc¸a tamb ´em ir ´a se refletir.

(42)

3.3: M ´etodo Proposto para Tomada de Decis ˜ao

Para ajudar o projetista na an ´alise dos ´ındices, foi criado um m ´etodo que ana-lisa a situac¸ ˜ao atual e indica que direc¸ ˜ao tomar a decis ˜ao visando uma mudanc¸a de cen ´ario. Antes de iniciar o m ´etodo ´e necess ´ario a definic¸ ˜ao dos objetivos de controle. Uma vez gerados os ´ındices, a an ´alise tem dois caminhos: An ´alise dos´ındices de avaliac¸ ˜ao (desempenho global do sistema) que pode ser feita com os Desvios M ´edios, junto com os ´Indices de Estabilidade; e a an ´alise dos ´ındices de sintonia (desempenho relativos) feita com os ´Indices de Seguimento Relativos, Controle Rela-tivos, Supress ˜ao de Movimento e Erro de Modelagem.

Para os ´ındices de avaliac¸ ˜ao deve-se iniciar pelos Desvios M ´edios para saber se o sistema pode ser melhorado. Para a an ´alise dos ´ındices de sintonia, inicia-se pelos ´Indices de Seguimento Relativos n˜ao ponderados. O objetivo de controle com relac¸˜ao ao seguimento das vari ´aveis deve ser vis´ıvel nesses ´ındices. Caso esses ´ındices n ˜ao sejam satisfat ´orios, ´e necess ´ario uma an ´alise mais abrangente. O seguimento de refer ˆencia de uma vari ´avel controlada depende: da qualidade do modelo de predic¸ ˜ao e das ponderac¸ ˜oes Qy e Qu. Para analisar a qualidade dos modelos de predic¸ ˜ao

deve-se olhar o ´Indice de Erro de Modelagem. Se este ´ındice possuir um valor elevado, ent ˜ao pode-se inferir que o erro do modelo tem grande influ ˆencia no sistema em malha fechada e seria necess ´ario uma re-identificac¸ ˜ao do modelo utilizado pelo controlador. Para a an ´alise das ponderac¸ ˜oes de Qy deve-se analisar os ´Indices de Seguimento

Relativos e para a an ´alise de Qu os ´Indices de Supress ˜ao de Movimento.

3.3.1: An ´alise dos ´Indices de Seguimento Relativos

Caso a diferenc¸a D = Ii

y rel − Iy rel pi seja negativa, a ponderac¸ ˜ao usada para

esta controlada est ´a com grande influ ˆencia no sistema de controle, de forma que a ponderac¸ ˜ao pode ser diminu´ıda em benef´ıcio de outras controladas com maior im-port ˆancia ou aumentada para se atingir um melhor seguimento.

3.3.2: An ´alise dos ´Indices de Supress ˜ao de Movimento

Se este ´ındice possui um valor grande, ent ˜ao uma poss´ıvel causa ´e a grande supress ˜ao das vari ´aveis manipuladas que afetam esta controlada. E caso contr ´ario, ent ˜ao as referidas manipuladas est ˜ao com liberdade para agir nesta controlada. Em

(43)

ambos os casos para decidir quais ponderac¸ ˜oes devem ser modificadas, deve-se ana-lisar os ´Indices de Controle Relativos de cada manipulada. Assim como no caso dos ´Indices de Seguimento Relativos, se a diferenc¸a D = Ii

u rel − Iu rel pi for negativa, a

ponderac¸ ˜ao est ´a suprimindo a ac¸ ˜ao dessa manipulada e pode ser diminu´ıda ou vice-versa. Deve-se analisar somente as vari ´aveis manipuladas que influenciam a din ˆamica daquela vari ´avel controlada e os ganhos das func¸ ˜oes de transfer ˆencias para se conhe-cer a intensidade que a mudanc¸a deve ser feita.

(44)

Cap´ıtulo 4: Caso de estudo e

ferramentas de simulac¸ ˜ao e controle

Os ´ındices mostrados no cap´ıtulo 3 foram avaliados numa unidade de proces-samento de g ´as natural (UPGN) da Petrobr ´as simulada no software BRLumina, de-senvolvido pela pr ´opria empresa.

4.1: UPGN

O objetivo do processamento do g ´as natural ´e recuperar o propano (C3), o butano (C4) e o pentano e hidrocarbonetos mais pesados (C5+), separando-os dos hidrocarbonetos leves (C1 e C2). O processamento de g ´as natural gera tr ˆes produtos finais: o g ´as industrial (composto por C1 e C2), o GLP (composto por C3 e C4) e a gasolina natural (composta por C5+).

Figura 4.1: Esquema simplificado da UPGN

Nesta unidade, a separac¸ ˜ao dos hidrocarbonetos ´e feita atrav ´es do processo de absorc¸ ˜ao refrigerada por propano, produzido na pr ´opria unidade. Na primeira etapa o g ´as natural passa pela primeira torre, a torre de absorc¸ ˜ao, que separa os

Referências

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