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Visualização urbana digital: sistema de informações geográficas e históricas para o bairro do Comércio - Salvador

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO. HELIANA FARIA METTIG ROCHA. VISUALIZAÇÃO URBANA DIGITAL: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E HISTÓRICAS PARA O BAIRRO DO COMÉRCIO - SALVADOR. Salvador 2007.

(2) ii. HELIANA FARIA METTIG ROCHA. VISUALIZAÇÃO URBANA DIGITAL: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E HISTÓRICAS PARA O BAIRRO DO COMÉRCIO - SALVADOR. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Arquitetura.. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Corso Pereira. Salvador 2007 Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(3) iii. Rocha, Heliana Faria Mettig Visualização Urbana Digital: Sistema de Informações Geográficas e Históricas para o Bairro do Comércio - Salvador / Heliana Faria Mettig Rocha. – Salvador, 2007. 168p. il. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Corso Pereira. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Arquitetura – Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2007. 1. Visualização Urbana. 2. SIG Histórico. 3. Representação Digital do Espaço. 4. Modelo Urbano 3D. 5. Bairro do Comércio/ Salvador.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(4) iv. AGRADECIMENTOS Manifesto minha gratidão aos que contribuíram para o andamento da pesquisa que originou esta dissertação. À FAPESB, pelo importante auxílio da bolsa de mestrado. Ao meu orientador, Professor Gilberto Corso Pereira, por me acolher no LCAD, pelo incentivo à minha pesquisa, e também pela leitura, discussão, apontamentos e indicações. À Professora Ângela Maria Gordilho Souza, tenho a maior gratidão, por ter me estimulado a ingressar na vida acadêmica, desde quando participei de sua pesquisa, como bolsista de iniciação e aperfeiçoamento científico . Ao Professor Arivaldo Leão de Amorim, pela ajuda e conselhos durante a etapa de desenvolvimento do projeto de pesquisa. À gentileza do Professor Mário Mendonça de Oliveira, ao facilitar o acesso ao AHEx Arquivo Histórico Militar do Exército no Rio de Janeiro e disponibilizar sua biblioteca particular. À Professora Elisabetta Romano, por aceitar prontamente o convite de fazer parte da banca de defesa da dissertação, contribuindo com o meu trabalho. Ao Professor Francisco Sena, que, várias vezes, atendeu-me, disponibilizando seu vasto conhecimento sobre a história da arquitetura e da Cidade. Ao historiador Cyd Teixeira, pelo incentivo na escolha do estudo de caso. Ao Professor Stephen Sheppard, da Universidade de British Columbia - Canadá, pelo material bibliográfico e entrevista cedidos. Aos professores, Silvana Sá de Carvalho, Jaine de Carvalho e Natalie Groetelaars, pela presteza em me auxiliar no que foi preciso. Ao bolsista de iniciação científica, Emanoel Ferreira, pela sua disponibilidade e auxílio. À Professora Mariely Santana, pelo apoio e pelo empréstimo das fotografias do CEAB. Aos funcionários do Arquivo Público do Estado da Bahia, do Museu Tempostal, da Fundação Gregório de Matos e da biblioteca da Faculdade de Ciências Humanas da UFBA, pelo prontoatendimento. A todos que gentilmente cederam exemplares de suas coleções. Aos colegas que leram e discutiram meus textos e à Carol, em particular, pela amizade e cumplicidade durante o curso de Mestrado. A José Inácio e família pela acolhida, no Rio de Janeiro, pelo carinho e disponibilidade. A meus pais, irmã e a toda a minha família, pelo constante apoio ao meu desenvolvimento profissional e acadêmico. A Paulo Sérgio, pela paciência, apoio e incentivo no caminho. A Deus, por tudo.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(5) v. SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................................vii ABSTRACT ............................................................................................................................viii LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................................ix LISTA DE MAPAS....................................................................................................................x LISTA DE VISUALIZAÇÕES 3D ............................................................................................x LISTA DE QUADROS .............................................................................................................xi LISTA DE TABELAS ..............................................................................................................xi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..............................................................................xii 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................1 1.1. PROPÓSITO DO ESTUDO........................................................................................1 1.2. OBJETIVOS................................................................................................................2 1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................6 2. A REPRESENTAÇÃO DIGITAL DO ESPAÇO URBANO ..............................................8 2.1. TEORIAS DE PERCEPÇÃO VISUAL E MÉTODOS DE APREENSÃO DA FORMA URBANA .....................................................................................................9 2.2. ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL...........................................................................15 2.3. REPRESENTAÇÕES DIGITAIS .............................................................................16 3. TECNOLOGIAS DIGITAIS APLICADAS À VISUALIZAÇÃO DE ÁREAS HISTÓRICAS.....................................................................................................................19 3.1. REALIDADE VIRTUAL (RV) ................................................................................23 3.2. REALIDADE AUMENTADA (RA) ........................................................................26 3.3. SISTEMAS DE SUPORTE AO PLANEJAMENTO ...............................................28 3.4. SISTEMAS PARA PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ....................................................29 3.5. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS e HISTÓRICAS ...................31 3.6. SÍNTESE CRÍTICA E INDICAÇÕES PARA O ESTUDO .....................................41 4. BAIRRO DO COMÉRCIO, CIDADE BAIXA, SALVADOR..........................................49 4.1. OBJETO DE ESTUDO .............................................................................................49 4.2. CONTEXTO HISTÓRICO E URBANO ..................................................................51 5. SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E HISTÓRICAS PARA O BAIRRO DO COMÉRCIO – SALVADOR ......................................................................................56 5.1. OBJETIVOS DO SISTEMA.....................................................................................57 5.2. MODELOS................................................................................................................57 5.3. PROTÓTIPO .............................................................................................................59 5.4. MODELAGEM CONCEITUAL...............................................................................60 5.4.1. Modelo de Dados.............................................................................................63 5.4.2. Dicionário de Dados ........................................................................................67 5.5. AQUISIÇÃO E CONVERSÃO DE DADOS ...........................................................73 5.5.1. Fontes de Informação ......................................................................................74 Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(6) vi. 5.5.2. Processo de Conversão de Dados ....................................................................87 5.6. INTERPRETAÇÃO DA ICONOGRAFIA ...............................................................92 5.7. MODELAGEM GEOMÉTRICA TRIDIMENSIONAL...........................................97 6. VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES ........................................................................100 6.1. MAPAS TEMÁTICOS .............................................................................................100 6.2. VISUALIZAÇÕES TRIDIMENSIONAIS ...............................................................103 6.3. OUTROS TIPOS DE VISUALIZAÇÃO ..................................................................122 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................125 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................129 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................................134 GLOSSÁRIO..........................................................................................................................138 APÊNDICE A: Principais funcionalidades dos programas pesquisados ...............................143 APÊNDICE B: Quadro de Eventos sobre a Cidade Baixa e o frontispício de Salvador, desde o século XVI ao século XX ...............................................................152 APÊNDICE C: Levantamento de fotografias e postais ….………........................................161. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(7) vii. RESUMO. A visualização urbana digital de áreas históricas, através de aplicações de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) foi o tema principal desta dissertação. Este foi trabalhado através da criação de um protótipo de SIG histórico para um determinado bairro, enquadrando o trabalho na categoria de estudo de caso. O bairro do Comércio foi escolhido por ser uma área significativa do patrimônio urbano de Salvador, a primeira cidade colonial no Brasil, estabelecida formalmente em 1549 pelos portugueses, em dois níveis – Cidade Alta e Cidade Baixa. Atualmente, este bairro localizado na Cidade Baixa, possui uma variada tipologia arquitetônica, que coexiste por séculos. Muitas “transformações e permanências” são reveladas pela forma urbana, mas nem sempre são indicadas nos mapas de evolução urbana, geralmente manipulados por planejadores da cidade. Além disso, a área está abandonada, por muito tempo, pela maioria de seus negócios tradicionais, que se moveram para áreas comerciais mais recentes. Isto implica em uma necessidade crítica de novas iniciativas para a preservação do patrimônio. O valor do bairro do Comércio está em seu legado arquitetônico particular, sendo o lugar onde nasceu a cidade de Salvador, e mais importante, a primeira capital do Brasil. As aplicações de SIG possibilitam unir um grande número de informações existentes sobre uma determinada área geográfica em um sistema único que permite a exposição de diversas questões através de produtos visuais, tais como mapas temáticos e visualizações tridimensionais. A metodologia aplicada ao SIG histórico foi desenvolvida com base em conceitos de paisagem urbana, tais como percepção visual, imagem da cidade e apreensão da forma urbana. Estes conceitos foram utilizados para interpretar a iconografia antiga (mapas, cartões-postais, desenhos e perfis) para construir a base de dados histórica deste bairro, sendo composta por dados espaciais e não-espaciais. Os dados espaciais são provenientes dos mapas antigos de cada período analisado, aplicados no Modelo Digital de Terreno (MDT), elaborado a partir do levantamento aerofotogramétrico mais atual (2002). Os dados não-espaciais são informações detalhadas sobre os elementos urbanos mais relevantes. O modelo conceitual do sistema detalha as feições, seus atributos e seus relacionamentos, integrando os dados históricos e temporais coletados. Finalmente, a partir do modelo urbano tridimensional, são geradas as visualizações que representam a forma desta área da cidade em diferentes períodos ao longo dos anos, desde o século XVI à sua forma atual. Os diversos produtos gerados pelo sistema podem igualmente ser utilizados em aplicações voltadas para a preservação do patrimônio e para o planejamento urbano participativo. Além disso, o protótipo permite ser atualizado e sua metodologia possibilita futuros usos, em outros bairros ou cidades.. Palavras-chave: Visualização Urbana; SIG Histórico; Representação Digital do Espaço; Modelo Urbano 3D; Bairro do Comércio/ Salvador.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(8) viii. ABSTRACT. The digital urban visualization of historical areas, through Geographic Information Systems (GIS) applications was the main subject of this Master’s thesis. This subject was treated through the creation of a historical GIS prototype for a specific district, fitting the work in the category of case study. The Commercial District is a significant heritage area in Salvador, which was the first colonial city in Brazil, formally established in 1549 by the Portuguese. Currently, the Commercial District maintains a variety of typologies of architectonical units, which have coexisted for centuries. Many “transformations and permanencies” are revealed by the urban form, but are not always displayed on urban evolution maps, which are usually manipulated by city planners. Furthermore, the area has long been abandoned by most of its traditional businesses, which have moved to more modern commercial areas, and it is in critical need of heritage preservation initiatives. The Commercial District’s value lays on its particular architectural legacy, being the place of birth of the City of Salvador, and more importantly, the place of birth of Brazil. GIS technology offers the ability of putting together a great number of information of this historic area in a unique system, and it allows the display of several queries through visual outputs, such as thematic maps and 3D visualizations. The Historical GIS methodology developed was based on urban landscape concepts, such as visual perception, image of the city and urban form apprehension. These concepts were used to interpret old iconography (old maps, post-cards, drawings and elevations) and to build the historical database for the study area, which is composed of non-spatial and spatial data. The non-spatial data are detailed information about the most relevant urban elements. Likewise, the spatial data proceeds from old maps of each period analyzed, applied on the Digital Terrain Model (DTM), produced from the current aerophotometric survey (2002). The conceptual model of the system details the features, attributes and their relationships, integrating all the historical and temporal data collected. Finally, they generate digital models that represent the city in different periods throughout the years. Therefore, the historical GIS prototype developed for the Master’s thesis allows for the 3D visualization of the urban space from its XVI century form to its current form. The system’s diverse urban visualization products can also be used in applications for heritage preservation and participatory urban planning. Moreover, it allows for updating, and its methodology enables future uses, such as in other neighborhoods or cities.. Key words: Urban Visualization; Historical GIS; Digital Representation of Space; 3D Urban Model; Commercial District/ Salvador.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(9) ix. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Mapa da forma visual de Boston.............................................................................10 Figura 2 – Plano de Estruturação da Orla Marítima de Salvador, baseado no estuda da imagem da cidade. Visões dos técnicos, da comunidade e dos empresários – Jardim dos Namorados..............................................................................................................12 Figura 3 – Postal do início do século XX, com enfoque no novo Porto de Salvador. .............17 Figura 4 – Gráfico da concentração de usuários de telefonia celular em Roma. Maio, 2006. .19 Figura 5 – Cenários do jogo SIMCITYTM 4 que simula a construção de cidades....................21 Figura 6 – Projeto Timescope I: quiosque e simulação, no sítio histórico, da visualização por RA, através do monitor do computador, que fica dentro do quiosque. ..................27 Figura 7 – Archeoguide: simulação da visualização por realidade aumentada através do uso de óculos digital e um computador portátil. ................................................................28 Figura 8 – Ambiente visual imersivo do Landscape Immersive Lab (LIL), Forest Resources Management, UBC. ................................................................................................31 Figura 9 – Ciberarqueologia: técnica que agrega recursos digitais à arqueologia. ..................32 Figura 10 – Modelos digitais históricos: Expansão do sistema viário em Havana e Rio de Janeiro, em 1808.....................................................................................................35 Figura 11 – Projeto Missões: reconstituição virtual. ................................................................36 Figura 12 – Saint Louis Virtual City Project: cidade virtual voltada para educação, na Internet. ..................................................................................................................39 Figura 13 – SIG-3D do centro histórico de Cantu, Itália, com análise histórica, grau de conservação e transformação das edificações. .......................................................40 Figura 14 – Transformações na paisagem urbana de Kyoto. ...................................................41 Figura 15 – Os cinco níveis de detalhe (LOD), definidos pelo CityGML. ..............................45 Figura 16 – Localização geográfica do sítio escolhido: Bairro do Comércio – Cidade Baixa – Salvador. .................................................................................................................52 Figura 17 – Cais das Amarras, 1886.........................................................................................53 Figura 18 – Fotografias de 1890-1920-1930-1940...................................................................54 Figura 19 – Modelo conceitual de agregação das edificações..................................................62 Figura 20 – Modelo de Dados ..................................................................................................65 Figura 21 – Visualização de tela do ArcScene com os sucessivos trechos de aterro, aplicados à foto aérea de 2002 e ao MDT. ................................................................................75 Figura 22 – Atlas Parcial da Cidade de Salvador de 1956 – trecho do bairro do Comércio. ...77 Figura 23 – Planta de 1894 – trecho do bairro do Comércio....................................................78 Figura 24 – Original da Planta de 1779, dividida em seis partes, durante processo de montagem da imagem.............................................................................................79 Figura 25 – Planta de 1779 – trecho da Cidade Baixa..............................................................79 Figura 26 – Desenho de 1638 – trecho da Cidade Baixa..........................................................80 Figura 27 – Postais – Praça Marechal Deodoro em 1912 e em 1920.......................................83 Figura 28 – Processo de georreferenciamento do Mapa de 1779.............................................90 Figura 29 – Análise seqüencial e percurso. ..............................................................................93 Figura 30 – Parte do mapa base de 1956 mostrando as edificações de séculos diferentes. .....96 Figura 31 – Parte do mapa base de 2002 mostrando as edificações de séculos diferentes. .....96 Figura 32 – Fase de interpretação iconográfica: identificação dos edifícios-marcos e quadras sem construção no, bairro do Comércio, séc. XX, década de 30. ..........................96 Figura 33 – Edificações até 1936 e atlas de 1956, aplicado sobre MDT. ................................97 Figura 34 – Edificações-marco com modelagem no nível de detalhe intermediário LOD2. ...99 Figura 35 – Seqüência Temática 1638-1779-1894-1956-2002 – Visualização do frontispício de Salvador, simulando o mesmo ponto de vista da Figura 36. ...........................122 Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(10) x. Figura 36 – Parte da fotografia panorâmica de Salvador, ano estimado: 1900. .....................122 Figura 37 – Consulta informativa...........................................................................................123. LISTA DE MAPAS. 01 – Ano 2002 .................................................................................................................... 02 – Ano 1956 .................................................................................................................... 03 – Ano 1894 .................................................................................................................... 04 - Ano 1779 ..................................................................................................................... 05 - Ano 1638 ..................................................................................................................... 06 - Transformações e Permanências .................................................................................. 102 103 104 105 106 107. LISTA DE VISUALIZAÇÕES 3D. 07 – Ano 2002 .................................................................................................................... 08 – Ano 1956 .................................................................................................................... 09 – Ano 1894 .................................................................................................................... 10 – Ano 1779 .................................................................................................................... 11 – Ano 1638 .................................................................................................................... 12 – Transformações e Permanências ................................................................................ 13 – Classes das Edificações .............................................................................................. 14 – Edificações Militares – 1779 ....................................................................................... Heliana Faria Mettig Rocha - 2007. 114 115 116 117 118 119 120 121.

(11) xi. LISTA DE QUADROS. Quadro 1 – Quadro de Eventos sobre a Cidade Baixa e o frontispício de Salvador, desde o século XVI ao século XX (Apêndice B). ..............................................................86 Quadro 2 – Dados utilizados na modelagem do sistema. .........................................................92. LISTA DE TABELAS. Tabela 1 – Níveis de detalhe de 0 a 4, ou LOD 0-4, do CityGML com seus requerimentos de precisão...................................................................................................................46 Tabela 2 – Esquema dos dados do sistema...............................................................................66 Tabela 3 – Tabela de dados alfanuméricos – Edificações-marco.............................................72. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(12) xii. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. AHEx AR CAD CALP CASA CEAB CECRE CityGML CODEBA CONDER CONDURB EPSRC FAUFBA FOLDOC GDI NRW GIS GML GPS GSD GVIS IBGE IBM INFORMS IPHAN LAURD LCAD LIDAR LIL LOD LOUOS MDT MIT NCG OCEPLAN OGC PDI PMS PPGAU PPGIS PSS RMS SEPLAM SICAR SIG. Arquivo Histórico do Exército Augmented Reality - Realidade Aumentada Computer Aided Design – Projeto Auxiliado por Computador Collaborative for Advanced Landscape Planning Centre for Advanced Spatial Analysis Centro de Estudos de Arquitetura na Bahia Curso de Especialização em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos City Geography Markup Language Companhia das Docas do Estado da Bahia Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Engineering and Physical Sciences Research Council Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia Free On-line Dictionary of Computing (Imperial College London.) Geodata Infrastructure North-Rhine Westphalia Geographic Information Systems Geography Markup Language Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global Harvard Graduate School of Design Geographic Visualization Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística International Business Machine Sistema de Informações Geográficas Urbanas da RMS Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Laboratório de Análises Urbanas e Representação Digital da UFRJ Laboratório de Computação Gráfica Aplicada à Arquitetura e ao Desenho LIght Detection And Ranging Landscape Immersive Lab Level Of Detail – nível de detalhe Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo Modelo Digital de Terreno Massachusetts Institute of Technology Núcleo de Computação Gráfica da UNISINOS Órgão Central de Planejamento Open Geospatial Consortium Processamento Digital de Imagem Prefeitura Municipal de Salvador Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Public Participatory Geographic Information System – Sistema de Informação Geográfica em Participação Pública Planning Support Systems - Sistemas de Suporte ao Planejamento Região Metropolitana de Salvador Secretaria Municipal do Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente Sistema Cartográfico da RMS Sistemas de Informações Geográficas Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(13) xiii. SIG-3D SIG-4D TIN UBC UCL UDMS UFBA UFRJ UNISINOS UTM VR VRML 3D. Sistema de Informação Geográfica 3D Sistema de Informação Geográfica 4D Triangular Irregular Network University of British Columbia University College of London Urban Data Management Society Universidade Federal da Bahia Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade do Vale do Rio dos Sinos Universal Transverse Mercator Virtual Reality - Realidade Virtual Virtual Reality Modeling Language três dimensões ou tridimensional. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(14) 1. 1. INTRODUÇÃO. 1.1.. PROPÓSITO DO ESTUDO. Foi em 1996, em Barcelona, em uma mostra intitulada “Cerdà – Urbis i Territore”1, a qual se destacou pela variedade das formas de apresentação dos estudos realizados sobre a cidade de Barcelona, que foram identificadas diversas possibilidades tecnológicas já existentes aplicáveis à análise urbana até aquele momento. Havia modelos tridimensionais físicos e digitais2, assim como representações temporais, através de sobreposição de imagens, dentre outras diversas mídias eletrônicas. Todas representavam análises e sínteses sobre os projetos urbanísticos de Ildefons Cerdà entre os anos de 1815 e 1876. Esse conteúdo foi intensamente explorado em painéis, projeções, maquetes e publicações durante a exposição.. A imagem e a estrutura da cidade são constantemente sujeitas a um processo dinâmico de mudança e continuidade. A cidade de Salvador, nos seus 458 anos de história, contém muitas superposições no seu ambiente construído, por meio de reformas, reconstruções, demolições e renovações urbanas, enquanto algumas áreas permaneceram intactas, muitas vezes por motivo de abandono. Assim, surge o interesse de explorar estes aspectos de Salvador, utilizando o recurso de visualização urbana digital - ato ou efeito de tornar conceitos abstratos visíveis, através da representação visual e numérica do espaço urbano. Recursos visuais como fotografias, mapas históricos, planos de cidades, desenhos e postais registraram as mudanças, na imagem da cidade, ao longo dos anos. Com base nessas fontes de pesquisa, o propósito deste estudo concentra-se em como esse processo de mudança e continuidade é visualmente revelado pela Cidade.. Deste modo, foi eleito o tema da Representação Digital relacionado à linha de pesquisa “Linguagem, Informação e Representação do Espaço” deste Mestrado para estudar as linguagens e tecnologias para a representação no espaço urbano e geográfico, incluindo aspectos tecnológicos e instrumentais e suas aplicações no planejamento urbano. Neste trabalho, a tecnologia foi aplicada como instrumento de análise e crítica do espaço urbano 1. Mostra patrocinada pelo Departament de Política Territorial i Obres Públiques de la Generalitat de Catalunya, Espanha. 2 O termo “digital” é derivado de dígito, caracterizando a representação numérica discreta de um dado ou de uma grandeza física. (TEIXEIRA; CHRISTOFOLETTI, 1997, p.84). Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(15) 2. construído, através do desenvolvimento de um estudo histórico da dinâmica da estruturação e da transformação de um trecho da cidade. De certa forma, a metodologia desenvolvida, durante a investigação, relaciona-se com outros trabalhos, contribuindo com os estudos de macro-análise interativa em desenvolvimento no Laboratório de Computação Gráfica Aplicada à Arquitetura e ao Desenho (LCAD), da Faculdade de Arquitetura da UFBA, acrescentando nova faceta a projetos de pesquisa em andamento. Este estudo também colabora na relação entre os campos de conhecimento da história e da tecnologia de informação aplicada ao urbanismo.. Nesse sentido, acredita-se que, aprofundar os estudos sobre representação e visualização digital, amplia as possibilidades de análise espacial praticada por arquitetos, planejadores urbanos e comunidades, que podem ser estendidas à prática do planejamento participativo3. Além disso, a pesquisa pode alimentar futuros estudos voltados à interpretação do patrimônio urbano, com objetivos mais amplos de documentação histórica e geração de dados para uma prática de educação patrimonial no meio acadêmico e na comunidade em geral.. 1.2.. OBJETIVOS. O objetivo geral deste trabalho foi aprofundar estudos sobre a linguagem e a expressão gráfica de informações urbanas espaciais e temporais, em busca de uma representação digital para elementos estruturais do espaço urbano, dando suporte ao planejamento e preservação de áreas urbanas de valor histórico, pelo ponto de vista da percepção visual.. A aplicação da metodologia do estudo de caso foi escolhida como forma de criar e experimentar esse processo de investigação, em apenas uma área da cidade, possibilitando avaliar cada especificidade do método desenvolvido. Assim, o bairro do Comércio, na Cidade Baixa de Salvador, foi selecionado como caso mais representativo dentre os critérios estabelecidos, visando aprofundar o objeto do estudo.. O período estudado englobou, desde o século XVI ao século XX, sendo considerados alguns dados até o ano 2006. Essa extensão de tempo justifica-se pela possibilidade de representar as 3. Nesse contexto, o conceito de planejamento participativo envolve a estratégia política e educacional que busca uma visão múltipla, integrada e sustentável de desenvolvimento.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(16) 3. diversas interferências registradas na paisagem urbana, que somente são percebidas visualmente, de forma concentrada, em determinados períodos ao longo desses séculos. No percurso, alguns objetivos mais específicos foram sendo perseguidos, como os relacionados a seguir:. . Resgate dos dados representativos deste trecho da cidade de Salvador na iconografia existente levantada;. . Levantamento dos dados sobre estudos existentes em representação digital de cidades históricas no mundo e as tecnologias aplicadas;. . Estudo da teoria da percepção da imagem da cidade, aplicada em um contexto histórico;. . Elaboração de modelos digitais urbanos para representar a configuração do espaço ao longo do tempo;. . Produção de informações de fácil visualização e manipulação sobre o bairro do Comércio, utilizando recursos digitais tridimensionais (3D) em aplicações de Geoprocessamento;. . Aprofundamento do estudo físico-ambiental da área portuária de Salvador, sua evolução urbana, características estruturais e simbólicas.. Nesta pesquisam, durante o levantamento do estado da arte sobre representações digitais de cidades históricas, constatou-se uma escassez de trabalhos deste tipo no Brasil, sendo estes destacados no Capítulo 3. Entretanto, nos diversos trabalhos, realizados no exterior, foram identificadas algumas aplicações tecnológicas para áreas urbanas de caráter histórico. A grande maioria envolvia técnicas de visualização, utilizando desde programas para Realidade Virtual4, em busca de maior grau de realismo e simulações de percurso, até modelagens urbanas utilizando tecnologia de laser scanning5, com aplicação de texturas produzidas por imagens capturadas in loco. Já as aplicações que envolviam questões de precisão cartográfica,. 4. Realidade Virtual é a técnica avançada de interface que permite ao usuário realizar imersão, navegação e interação em um ambiente sintético 3D gerado por computador, utilizando canais multi-sensorais. (AZEVEDO; CONCI, 2003) 5. Laser scanning – tecnologia de levantamento cadastral de alta definição que utiliza dispositivo de entrada 3D (scanner 3D) que mapeia objetos através da coleta de nuvens de pontos com coordenadas (x,y,z). Também chamada LIDAR - Light Detection And Ranging. Disponível em: <http://www.leica-geosystems.com>. Acesso em: 4 jan. 2007.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(17) 4. relações topológicas ou mesmo cruzamento de dados espaciais e não-espaciais, utilizavam tecnologias de Geoprocessamento.. Ao analisar, mais profundamente, essas opções tecnológicas, constatou-se que as aplicações que utilizam SIG demonstram ter um maior número de funcionalidades. Englobam, em um só sistema, as funções de documentação, análise, representação, visualização e monitoramento, que podem auxiliar o estudo da evolução da forma urbana e suas respectivas interferências na paisagem. Por esse motivo, esta tecnologia foi definida como a mais adequada para desenvolver a aplicação proposta. Assim, foi possível fazer cruzamentos de informação com dados temporais, capturados a partir da iconografia antiga, de pouca precisão cartográfica, relacionando-os com dados da atualidade, com maior precisão.. Além da precisão cartográfica ser uma questão importante, para este trabalho, a idéia principal foi focar na interoperabilidade do sistema e não na busca do fotorrealismo6, diferente do foco da maioria dos casos pesquisados. Atualmente, nota-se a tendência universal do desenvolvimento de modelos de cidades em 3D, onde a interoperabilidade do modelo passa a ter mais importância do que sua verossimilhança (BODUM, 2006) Neste contexto, o autor explica o conceito de verossimilhança como o alto grau de semelhança com a realidade do modelo geométrico 3D, baseado nos princípios de modelagem das tecnologias CAD, construídos com foco no fotorrealismo. Em contrapartida, interoperabilidade significa, neste caso, quando cada objeto do modelo pode ser reutilizado em outro sistema, tornando-o útil para outros propósitos, que não visualização.. Além disso, com base nos conceitos apresentados na teoria da percepção da imagem da cidade, indicados por Lynch (1960), e no método de apreensão da forma do espaço urbano, detalhada por Kohlsdorf (1996), foi interpretado parte do material iconográfico, encontrado sobre o bairro do Comércio em todo o período estudado. Essa fundamentação teórica possibilitou tratar a paisagem como um conjunto de elementos visuais identificáveis, que permitiu embasar visualizações digitais urbanas em três dimensões de forma legível.. Durante o levantamento bibliográfico, foi identificado o estudo do Plano Urbanístico da Orla de Salvador, publicado em 1978 pelo Órgão Central de Planejamento da Prefeitura Municipal. 6. Fotorrealismo é a característica da representação gráfica que objetiva aproximar-se ao máximo do aspecto real. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(18) 5. de Salvador (OCEPLAN), atual Secretaria Municipal do Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente (SEPLAM). Esse Plano teve como objetivo principal a normatização e o controle do espaço urbano, através do estudo aprofundado dos aspectos físico-ambientais da orla da cidade. A análise desse Plano trouxe algumas indicações de como utilizar as teorias de percepção visual para objetivos de análise urbana distintos. No caso desta dissertação, a finalidade foi interpretar informações provenientes de material iconográfico de forma a possibilitar cruzamentos de dados em períodos diferentes de tempo. Assim, o estudo voltou-se para o campo da documentação histórica como suporte ao planejamento. Nesse sentido, foram elaborados procedimentos metodológicos, baseados nessas teorias para representar o espaço e o tempo no contexto urbano, expostos no Capítulo 5 desta dissertação.. Investigar o universo pouco explorado da iconografia antiga como fonte de informação implicou atenção redobrada à interpretação das imagens coletadas. Assim, foram tomados alguns depoimentos de arquitetos, urbanistas e historiadores para auxiliar na compreensão desses dados. Dentre eles, os professores Cyd Teixeira, Francisco Senna e Mário Mendonça de Oliveira. A partir de então, foi necessário abandonar alguns caminhos previstos inicialmente e eleger o que pareceu mais pertinente para organizar os dados e compor esta pesquisa. Como, por exemplo, foi sugerido, sempre que possível, buscar dados primários, relacionando a iconografia com documentos textuais. Assim como, relacionar mapas e perfis do mesmo período para confirmar os dados coletados.. Nesse percurso, surgiram algumas questões, que foram tratadas ao longo desta dissertação, como: - Qual o nível de detalhe (Level Of Detail - LOD) seria o mais adequado para a visualização urbana de uma área, com base nos objetivos do estudo? Como usar o método da apreensão da forma urbana para interpretar espaços urbanos não mais existentes? Como trabalhar com dados espaciais e temporais em um Sistema de Informações Geográficas? Qual a melhor área da cidade para ser representada por um protótipo de sistema? Que períodos de tempo mais representativos seriam escolhidos?. Uma das contribuições, esperadas na pesquisa, foi a possibilidade de integração de dados históricos do patrimônio edificado, suas respectivas representações espaciais planas e modelos geométricos tridimensionais, relacionados com a dimensão do tempo, compondo uma representação conceitual da realidade. Esta proposição de resgate da memória da cidade, de forma interativa, pode gerar inúmeros desdobramentos. Por exemplo, um dos problemas mais Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(19) 6. difíceis é detectar a essência das decisões tomadas pela administração pública. Isso incita questões, como: - Em que extensão as “transformações e permanências”7 da cidade são resultados de escolhas deliberadas da gestão urbana? Em que extensão as iniciativas autônomas são resistentes às intervenções públicas? Essas questões, dentre outras,. são. geralmente analisadas com base em representações gráficas tradicionais, que acompanham o Plano de Desenvolvimento Urbano da Cidade, como: planta baixa, planta de ocupação e uso do solo, perfis e elevações, que contêm as características das fachadas da área estudada. Para análises mais apuradas, um material visual tridimensional e interativo poderia ser adicionado, expondo informações de caráter histórico com as mudanças que aconteceram na cidade ao longo do tempo e, até mesmo, simulando intervenções possíveis.. 1.3.. ESTRUTURA DO TRABALHO. A estrutura desta dissertação é composta por sete capítulos, sendo o Capítulo 1, esta Introdução.. O Capítulo 2 - A REPRESENTAÇÃO DIGITAL DO ESPAÇO URBANO descreve um breve histórico sobre o tema e evidencia o referencial teórico-metodológico da pesquisa, além de tratar da questão das representações digitais do espaço.. O Capítulo 3 - TECNOLOGIAS APLICADAS À VISUALIZAÇÃO DE ÁREAS HISTÓRICAS contêm o levantamento do estado da arte sobre as tecnologias mais utilizadas, comentadas detalhadamente nos subitens do capítulo. E, como referencial empírico, são apresentadas as contribuições das aplicações pesquisadas para o objeto em estudo.. No Capítulo 4 - ESTUDO DE CASO: BAIRRO DO COMÉRCIO, CIDADE BAIXA, SALVADOR justifica-se a aplicação da metodologia do estudo de caso e a escolha do bairro do Comércio, que é caracterizado e contextualizado historicamente.. O Capítulo 5 - SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E HISTÓRICAS documenta os procedimentos práticos da pesquisa. É discutida a implementação do sistema,. 7. Refere-se ao título do livro de VASCONCELOS (2002): Salvador: Transformações e Permanências (15491999). Neste contexto, a expressão foi utilizada referindo-se às transformações ocorridas na Cidade através de reformas e reconstruções urbanas e às áreas intocadas (ou ditas permanentes). Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(20) 7. considerando as fontes de informação, a preparação dos modelos digitais, as metas e fases do estudo, a descrição do sistema proposto e sua modelagem conceitual.. O Capítulo 6 - VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES - apresenta os mapas e modelos temáticos, seus respectivos comentários e outras possibilidades de visualização e consultas à base de dados.. O Capítulo 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS - relata os resultados do estudo e uma análise do conjunto apresentado na dissertação. Enfim, os tópicos levantados, desde o início da pesquisa, são reconsiderados e também são apresentados possíveis desdobramentos para trabalhos futuros.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(21) 8. 2. A REPRESENTAÇÃO DIGITAL DO ESPAÇO URBANO. A representação do espaço é uma necessidade do homem que nos remete à antiguidade. Desde esse tempo, o homem reproduz referências de lugares conquistados ou descobertos como forma de extensão da memória e da comunicação entre seus iguais. Além da representação de lugares, através da imagem, desenho ou pintura, ele também sempre representou fatos, objetos, idéias e pessoas.. Na busca por uma leitura mais ampla do espaço urbano, Andrade (1993) comenta que “o discurso sobre a cidade inventa uma outra cidade, que só existe no texto, embora se espelhe na cidade real”. Com isso, ele tenta demonstrar a importância da leitura do espaço da cidade por quem nela vive, sendo estas “marcadas essencialmente pelo devaneio que acolhe a experiência empírica e projeta fantasias e preocupações teóricas”, mas que não, necessariamente, refletem a plena realidade. Da mesma forma, a representação da cidade pode ser sintetizada, de acordo com o conhecimento e a linguagem utilizada pelo seu mediador ou intérprete, através de desenhos, maquetes e de técnicas de computação gráfica. Deste modo, não há como reproduzir uma cidade, nem mesmo em meio digital, exatamente como ela é, “embora se espelhe na cidade real”. No processo de busca da aproximação da realidade, em princípio, é estabelecido um modelo conceitual com um determinado propósito, onde são especificados os elementos estruturais mais importantes que vão gerar a representação da cidade. Nos estudos de Lynch (1960), o termo “image of the city”8 refere-se a esta representação, que ele demonstra poder ser individual ou coletiva, e que, sendo consistente, pode ser utilizada para descrever ou restabelecer a própria cidade, na sua ausência.. A representação do tempo também é uma necessidade revelada pelo homem desde que procurou representar imagens seqüenciadas e representações conceituais sobre o tempo. A rica e vasta iconografia da coleção de livros manuscritos, ocidentais, organizada por Nascimento (2000) para a exposição no Museu Calouste Gulbenkian, mostra que o homem tem utilizado diversas formas de representação da passagem do tempo, ao longo dos séculos,. 8. “imagem da cidade”. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(22) 9. no contexto de cada uma de suas comunidades, integrando os padrões e fronteiras que servem de medida até os dias atuais.. Com a atual variedade de técnicas de representação digital, é possível representar o espaço urbano de forma a aproximar-se cada vez mais de sua configuração real, dependendo do objetivo de cada situação estudada. As tecnologias de mídia digital, que lidam com essas representações, também incorporam a dimensão do tempo, tais como a Realidade Virtual (RV) e os Sistemas de Suporte ao Planejamento, que podem ou não integrar tecnologias de SIG e modelos geométricos tridimensionais. Algumas aplicações dessas tecnologias serão tratadas no Capítulo 3 desta dissertação.. 2.1.. TEORIAS DE PERCEPÇÃO VISUAL E MÉTODOS DE APREENSÃO DA FORMA URBANA. Objetivando intervir na cidade, alguns autores aprofundaram conceitos sobre o espaço urbano, que agregam categorias de análise distintas, mas complementares. Conceitos como percepção visual, apreensão da forma do ambiente construído, imagem da cidade e espaço cognitivo são essenciais para esse entendimento.. A teoria da percepção espacial e os conceitos elaborados por Kevin Lynch, em seu primeiro livro, “The Image of the City”, publicado em 1960, delinearam, naquele momento, uma forma diferente de interpretar o espaço da cidade. Uma de suas inovações foi aplicar o conceito de legibilidade do lugar, significando a facilidade com que as pessoas entendem a distribuição de elementos no ambiente urbano. Introduzindo essa idéia, Lynch foi capaz de isolar determinados elementos visuais de uma cidade e estudar o quê, especificamente, poderia fazêla legível ou não para as pessoas. Ele demonstrou que, para perceber visualmente o espaço urbano, em princípio, as pessoas criam um mapa mental. Nesse contexto, mapas mentais são representações do que uma cidade contém e sua estrutura espacial, de acordo com a interpretação de cada indivíduo. Essas representações contêm vários elementos visuais únicos, que são definidos por Lynch como uma rede de vias, limites, bairros ou setores, pontos nodais e marcos (LYNCH, 1960, p. 2).. Outro termo, introduzido na leitura da cidade por Lynch, foi imaginabilidade, que constitui a qualidade de algo que oferece ao observador uma imagem intensa e vívida. Ele explica que Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(23) 10. uma cidade, com alta imaginabilidade, seria formada de partes bem distintas e seria instantaneamente reconhecida pelos habitantes em geral. Ele ilustrou também que uma “boa forma” da cidade seria altamente dependente do elemento mais predominante nessa cidade suas vias. Entretanto, todos os elementos visuais contribuem, favoravelmente, para a imaginabilidade, quando estes são significativos, distintos e perceptíveis. Esses elementos, quando bem dispostos em uma cidade, ampliam a habilidade humana de ver e de recordar padrões, e são esses padrões que a tornam mais fácil de apreender (LYNCH, 1960, p. 9).. Em seu livro, exemplificou os “mapas da forma visual das cidades”, confirmando sua hipótese sobre a percepção visual parcial da cidade a partir do indivíduo, assim como a existência de uma imagem visual coletiva. De fato, conceitua “imagem da cidade” como um quadro mental generalizado do mundo físico exterior que cada indivíduo é portador, sendo produto tanto da sensação imediata quanto da lembrança de experiências anteriores. A princípio, esse conceito remetia a uma imagem mais estática da cidade, mas em seus estudos posteriores mostrou que há várias imagens mentais em uma mesma cidade (LYNCH, 1999). Essa idéia dinâmica é mais apropriada à realidade urbana deste estudo, que leva em consideração a análise do ambiente urbano, através da identificação dos elementos estruturais da imagem urbana, indicados por Lynch, mas não necessariamente suas implicações teóricas.. Figura 1 – Mapa da forma visual de Boston. Fonte: (LYNCH, 1960, p.19). Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(24) 11. Essa idéia é reafirmada por Alkhoven (2003) quando busca ressaltar que “a imagem e a estrutura de uma cidade estão constantemente sujeitas a um processo dinâmico de mudança e continuidade. Reparos, relocações, reabilitações, lançamentos, demolições e renovações urbanas acontecem em todas as cidades, enquanto algumas áreas, entretanto, são deixadas intocadas por períodos de tempo” .. Mesmo tendo despertado uma nova forma de leitura da cidade, Lynch sofreu muitas críticas, tanto em questões teórico-metodológicas quanto em questões operacionais, principalmente, por aqueles que tentaram utilizar seus conceitos para uma análise visual urbana em cidades muito diferentes dos padrões americanos. Segundo Sampaio (1986), parece discutível a separação feita por Lynch entre a “imagem da cidade” e o processo da prática social. Para ele, Lynch evidenciou que a imagem não era derivada das práticas e ideologias existentes no plano social, mas sim da lógica da forma da estrutura urbana, enquanto arranjos espaciais. Nesse aspecto, Sampaio (1986) demonstrou o desencontro desta teoria com a de Castells (1974) em que “a simbólica urbana só existe a partir da utilização das formas espaciais como emissores, retransmissores e receptores das práticas ideológicas gerais”. Por este ponto de vista, afirmou que “a imagem mudaria com o tempo, em função das mudanças ideológicas pelas práticas sociais, assim como o espaço urbano não poderia nunca ser tomado como um texto escrito pronto e acabado para os diferentes extratos de população que compõem a cidade” (SAMPAIO, 1986).. Outras críticas a Lynch referem-se às prováveis amostras tendenciosas, escolhidas por ele ao estudar apenas três cidades americanas, em termos quantitativos e qualitativos, reconhecida como uma ausência de representatividade estatística, por ele próprio. A aplicabilidade de seu método à análise do ambiente urbano da cidade de Salvador foi comentada por Sampaio (1986) referindo-se ao Plano de Estruturação da Orla Marítima de Salvador, elaborada pela Secretaria Municipal do Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente de Salvador (SEPLAM) em 1988. Este Plano foi um estudo de análise ambiental urbana para a Orla Marítima de Salvador, baseada em uma adaptação da metodologia de análise da imagem da cidade, criada por Lynch para uma realidade local. Durante o trabalho foram comparadas, para efeito de planejamento, as visões dos técnicos, da comunidade e dos empresários, e foram geradas novas propostas de ocupação. Segundo Sampaio (1986), houve dificuldades operacionais e necessidades de adaptação ao caso concreto. Por exemplo, o conceito de “marco” parecia aplicar-se a elementos distintos na configuração dos espaços, e o conceito de “bairro” Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(25) 12. (district) gerou problema na identificação de seus possíveis “limites”, criando a necessidade de utilizar outro conceito, o de “zona”, determinada por características fisiográficas das áreas estudadas, mais apropriado à realidade da cidade de Salvador.. Figura 2 – Plano de Estruturação da Orla Marítima de Salvador, baseado no estuda da imagem da cidade. Visões dos técnicos, da comunidade e dos empresários – Jardim dos Namorados. Fonte: (PMS, 1988).. A imagem urbana de Salvador também foi estudada, anteriormente, em 1978, como parte do Plano de Desenvolvimento Urbano (PLANDURB), desenvolvido pela OCEPLAN. O objetivo era obter um modelo físico-territorial, buscando delimitar sub-unidades espaciais da cidade, a morfologia do sítio, a tipologia construtiva, a trama viária, os aspectos naturais, os bairros e as zonas de proteção ambiental. Estes elementos foram cruzados com os dados anteriormente mapeados para identificar zonas de proteção para a cidade. Naquele momento, a análise dessas zonas serviu como referência para gerar recomendações para a legislação urbanística, evitando-se, assim, uma uniformização das exigências urbanísticas nas diversas áreas da cidade (PMS, 1978).. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(26) 13. Focalizando a área do bairro do Comércio, as principais recomendações citadas por este Plano foram a necessidade de um estudo de urbanização dos galpões e armazéns do porto de Salvador entre a pista e o mar. Isso permitiria uma relocação de usos para atividades vinculadas ao setor hoteleiro e turístico, além de especificar que “tais volumes deviam ter o pavimento térreo vazado e não ultrapassar dois pavimentos de altura, com redução da atual taxa de ocupação”. Havia uma observação para o entorno próximo aos marcos visuais da área, que deveriam obedecer a restrições específicas, em maior grau de detalhe, como a Praça Cayru, Elevador Lacerda, Mercado Modelo, Igreja da Conceição da Praia, Casarios e Forte de São Marcelo. Em relação às Zonas Construídas, o trecho do Comércio recebeu recomendações especiais quanto à preservação das visuais para a Baía de Todos os Santos e vice-versa, “constituindo em um invulgar valor simbólico da Cidade em sua silhueta” (PMS, 1978). Foi citado o controle rigoroso da tipologia das novas edificações, não permitindo volumetrias que viessem a competir com a escala dos marcos significativos existentes, tanto na altura quanto nas dimensões em planta. Recomendou-se manter a identidade das edificações no caso de restituição ou não havendo esta possibilidade, apelar-se para a substituição tipológica com base no cadastro em maquete. Além disso, sugeriu-se o impedimento de penetração de novas vias primárias; criação de um sistema especial de aprovação de projetos nessas áreas; necessidade de se fazer um cadastro físico atualizado e rigoroso das áreas, incluindo estrutura fundiária e regime de propriedade e dar prioridade à circulação de pedestres e de transportes coletivos especiais e definição de uma sinalização indicativa dos lugares com base em um projeto de comunicação visual (PMS, 1978).. Percebe-se que esse estudo, com enfoque na imagem ambiental urbana, foi uma experiência de êxito no campo da normatização e do controle urbano. No caso desta dissertação, os mesmos conceitos foram aplicados na área de visualização digital urbana e documentação histórica, sendo utilizados como meio de interpretação da iconografia antiga e como base referencial para os modelos digitais urbanos, desenvolvidos por período de tempo.. Também, no Brasil, Kohlsdorf (1996), através de uma leitura específica de Sitte (1992), Lynch (1960), Trieb (1985) e outros autores que estudaram as formas de percepção do espaço, procurou “ler” a cidade de um modo mais pragmático e detalhado, ampliando o conceito de legibilidade como sendo “a capacidade dos lugares de serem decodificados, em termos de identificação e localização, por seus usuários”. Considerou a forma dos lugares como meio de aprendizado dos mesmos, respondendo a expectativas estéticas de grupos sociais, criadas pelo Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(27) 14. próprio processo de conhecimento. Realizou estudos aprofundados sobre as sensações, a percepção, a imaginação, a intuição e sobre a formação da imagem mental e da noção de espaço. Suas pesquisas contribuíram, de modo efetivo, na apreensão da forma do espaço urbano, na documentação do patrimônio histórico de diversas cidades, sendo difundido como metodologia para diversas outras iniciativas no Brasil. Como base teórica, os estudos de percepção da cidade originaram outros mais específicos no campo da paisagem urbana e da apreensão do espaço construído em todo o mundo. Estas investigações passaram a ser implementadas, globalmente, em diversas operações de planejamento urbano. Em geral, quando uma cidade se forma, ou quando as existentes se expandem, os habitantes têm se beneficiado, cada vez mais, com o uso de elementos mais “imagináveis”9 e um desenho urbano mais claro.. Para compreendermos o processo de comunicação da informação espacial, precisamos entender o conceito de cognição espacial, ou seja, é a forma pela qual uma pessoa entende ou pensa sobre informação espacial. Segundo Parsons (1994), a compreensão ou cognição do ambiente é resultado de experiências ou vivências no espaço geográfico. Uma maneira de possibilitar essa experiência é a técnica da visualização digital, que, através de aplicações específicas, permitem a exploração do ambiente pelo usuário, em um processo dinâmico e interativo.. Por sua vez, no campo da geografia, também existe a busca de como representar o mundo real e interpretá-lo através das tecnologias digitais. Nesse caso, a cognição espacial pode ser considerada um sistema de processamento da informação para o estudo da representação em mapas. No livro “How Maps Work: Representatiom, Visualization, and Design”10, MacEachren (2004), ao tratar desse tema, explica que a visão “processa” informação e não necessariamente “reage” à informação. Do ponto de vista da percepção aplicada em um estudo de imagem urbana, alguns aspectos tornam-se mais relevantes do que outros, como por exemplo, em um modelo espacial é importante que o lugar seja reconhecido por quem observa a representação sem dificuldades, ou seja, o modelo deve ser legível e esta legibilidade não pode perder-se na medida em que o usuário se desloca no espaço ou no tempo.. 9. Neste contexto, o conceito de “imaginável” refere-se àquilo de que se pode representar na imaginação, relembrar, ou seja, elementos mais “fáceis de recordar”. 10. “Como Mapas Funcionam: Representação, Visualização e Design”. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(28) 15. 2.2.. ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL. Durante as aulas do workshop “Percepção Visual em Espaços do Patrimônio Histórico”, realizado em setembro de 2004, pelo Curso de Especialização em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos (CECRE), na Faculdade de Arquitetura da UFBA, a Professora Maria Elaine Kohlsdorf definiu que o objetivo maior da “Apreensão da Forma da Cidade”, título de seu livro, era a busca da articulação entre suas estruturas morfológicas e sua percepção visual para resgatar a memória. As técnicas elaboradas e testadas por ela foram utilizadas parcialmente em três fases deste trabalho: a interpretação da iconografia antiga, a análise visual da área estudada in loco e o estudo do percurso, através de filmagens.. Segundo Kohlsdorf (1996, p.10 e 133), “a explicação dos fenômenos não depende do instrumental utilizado, mas da submissão de suas informações a teorias e, posteriormente, à verificação por intermédio da prática”, ou seja, “as melhorias no processo do conhecimento dão-se por maior aproximação da realidade objetiva, e isso depende, basicamente, de adequação da teoria às hipóteses explicativas adotadas”. Foi, nesse contexto, que esta dissertação buscou recriar realidades objetivas do passado para subsidiar seu entendimento no presente e o planejamento dessas áreas para o futuro.. Dessa forma, este estudo está inserido no campo do desenho urbano e da aplicação de tecnologias computacionais, pela busca da visualização do processo dinâmico da cidade, ao longo do tempo. O fato de agentes influenciarem na organização do espaço da cidade e sofrerem com a interferência do momento histórico, em que os fatos ocorrem, pressupõe-se a importância da dimensão do tempo nesse tipo de análise. Por esse motivo, essa questão foi tratada, desde a concepção do modelo conceitual do protótipo do sistema desenvolvido neste trabalho, de forma a contemplar inúmeras variáveis passíveis de representação digital.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(29) 16. 2.3.. REPRESENTAÇÕES DIGITAIS. Representações gráficas sempre revelam interferências de seu mediador ou de quem as solicita, principalmente ao tratar-se do uso de tecnologias digitais. Por isso, muitas vezes, estas sofrem críticas quanto à sua autenticidade. De forma comparativa, o uso de modelos urbanos digitais para planejamento de cidades sofreu o mesmo tipo de crítica do que a utilização de mapas antigos como fontes de informação primária para pesquisas científicas. Monmonier (1996), em seu livro “How to Lie with Maps”11, discorre sobre esse tema, mostrando a característica tendenciosa da elaboração dos mapas, segundo os interesses envolvidos de seus contratantes e o momento histórico que os originou. Porém, em nenhum momento descarta sua validade como fonte de pesquisa.. A iconografia coletada para esta pesquisa tem considerável importância histórico-documental, porém, como muitas delas são gravuras, desenhadas e pintadas à mão, possivelmente, trata-se de representações tendenciosas de acordo com o período histórico em que foram produzidas, o país que contratou e o próprio desenhista – mediador dos interesses envolvidos. Nem mesmo as fotografias e os postais podem ser considerados fontes totalmente garantidas, pois também sofrem influências reais de quem as encomendou. Por exemplo, um fato interessante é que não se vêem cartões-postais antigos (e quase nunca atuais) de áreas degradadas e, nem mesmo, fotografias históricas que documentam essas áreas. Em geral, no século XIX, estas imagens foram produzidas com o objetivo de documentar e divulgar a cidade para os estrangeiros, que, mais tarde, viriam habitar Salvador. Essa característica tendenciosa também foi comentada na dissertação defendida neste Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPG-AU) por Mello (2004), “o reflexo dos acontecimentos históricos do final do século XIX – Abolição da Escravatura e Proclamação da República, e da conseqüente transição política”, refletem-se nas “questões pertinentes à imagem construída para a cidade do Salvador, levantando as contradições entre a cidade real e a imagem, que lhe era atribuída como cidade ideal, revelando uma Bahia modernizada e europeizada aos olhos do mundo, na primeira metade do século XX”.. 11. “Como Mentir com Mapas”. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(30) 17. Figura 3 – Postal do início do século XX, com enfoque no novo Porto de Salvador. Fonte: CEAB.. Por esse motivo, o uso da iconografia, como fonte de pesquisa para gerar representações digitais sobre cidades históricas, é um recurso que necessita de comprovação com o maior número possível de documentos, incluindo os textuais, mas que, por sua vez, também são tendenciosos (ALKHOVEN, 2003). Geralmente, os mapas ou plantas têm baixa precisão cartográfica e cadastral ao serem comparados com a cartografia atual, baseada em levantamentos aerofotogramétricos, mas podem passar por um processo de retificação ou alinhamento. Esta técnica permite a correção geométrica, relativamente precisa, entre o mapa antigo e o atual para posterior manipulação, detalhado no Capítulo 5 desta dissertação.. A validade das representações digitais comprova-se pela diversidade de aplicações voltadas para quase todas as áreas do conhecimento. Essa cultura digital complementa, e eventualmente, substitui os meios convencionais, porém modifica as formas nas quais se podem manipular as informações.. Representation, in fact, has become the dominant sign of digital culture beginning more than half a century ago with numerical representation, extending into words and pictures with the development of the personal computer from the 1980s on, and now moving rapidly into sound, touch and other human senses (BATTY, 2006, p. 46).12 12. Representação, de fato, tornou-se o símbolo dominante da cultura digital, iniciada há mais da metade do século passado com a representação numérica, estendendo-se para textos e imagens com o desenvolvimento do computador pessoal desde 1980 em diante, e agora, movendo-se rapidamente para o som, tato e outros sentidos humanos.. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

(31) 18. Ainda assim, uma vez que um fenômeno é representado digitalmente, este pode ser copiado e manipulado diversas vezes e pode ser distribuído praticamente sem limitações. No campo da comunicação, as representações digitais podem ser utilizadas e adaptadas para mais de uma mídia, como webpages13, jogos eletrônicos, criação de mundos virtuais e formas variadas de animação e interatividade. A combinação com outros dados ou a busca por diferentes propósitos pode agregar valor à representação original, possibilitando uma diversidade de transformações digitais.. 13. Webpages são páginas residentes em um servidor conectado à Internet, com conteúdo específico. É um recurso de informação condicionado à Web (World Wide Web) e pode ser acessado através do web browser. Essa informação está geralmente nos formatos HTML ou XHTML, e podem vincular navegação para outras webpages, via links de hipertexto. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Web_page>. Acesso em: 28 dez. 2006. Heliana Faria Mettig Rocha - 2007.

Referências

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