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Comércio entre Brasil e china e suas perspectivas

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Academic year: 2021

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Departamento de Economia e Relação Internacional

ALAN LUCAS CARLOS

O comércio entre Brasil e China e suas perspectivas

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ALAN LUCAS CARLOS

COMÉRCIO ENTRE BRASIL E CHINA E SUAS PERSPECTIVAS

Monografia submetida ao curso de Ciências Econômicas, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharelado.

Orientador: Prof º Ronivaldo Steingrader

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ALAN LUCAS CARLOS

A banca resolveu atribuir a nota 6,0 ao aluno Alan Lucas Carlos na disciplina CNM 5420 – Monografia, pela apresentação deste trabalho.

Florianópolis, 04 de março de 2013

Banca Examinadora:

______________________________

Prof. Dr. Ronivaldo Steingrader Presidente

______________________________ Profª. Drª Brena Paula Magno Fernandez

Membro

_______________________________ Profº. Dr. Felipe Amin Filomeno

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RESUMO

Este estudo acadêmico teve como objetivo delinear análises a respeito do comércio entre Brasil e China, focando suas bases principais, concepções e relevância atual, dispondo de preceitos voltados as principais elementos que embasam a temática, de maneira que se compreenda a fundamentalidade do assunto em questão diante da realidade atual. As fundamentações desta pesquisa acadêmica foram pautadas por meio de revisão bibliográfica, a partir de procedimento metodológico empregado que consiste, primeiramente, em caráter quantitativo e qualitativo, procurando analisar informações referentes à temática, bem como informações alusivas à contextualização para a fundamentação do trabalho acadêmico. Acrescenta-se à pesquisa um caráter exploratório, e, essencialmente, bibliográfico e documental. Com a pesquisa foi possível concluir que o comércio Brasil e China incide em um processo de real importância para ambos os países, e, ligado a este sistema, verificam vantagens e desvantagens neste estabelecimento de relação, todavia, estas trouxeram um grande desenvolvimento do comércio brasileiro em relação ao mundo, e a afirmação de uma relação bilateral entre os países pode oferecer um tratamento mais adequado e qualificado diante do segmento comercial, contudo, igualmente político ao propiciar o regozijo recíproco dos respectivos interesses nacionais.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Balança Comercial com a China - 1997-2007 em US$ bilhões. ... 35 Figura 2 - Saldo comercial do Brasil com a China entre os anos de 1997 a 2007. ... 36 Figura 3 – Valor por quilo (KG) exportado entre Brasil e China. ... 37 Figura 4 - Saldo Comercial do Brasil com a China, os Demais Parceiros e o Mundo

para Soja em Grãos entre os anos de 1998 e 2006. ... 49 Figura 5 - Saldo Comercial do Brasil com a China, os Demais Parceiros e o Mundo

para Óleo de Soja entre os anos de 1998 e 2006. ... 50 Figura 6 - Saldo Comercial do Brasil com a China em Minérios, Ferro e Aço entre os

anos de 1998 a 2006. ... 52 Figura 7 – Exportação do Brasil para a China por meio de fator agregado no ano de

2007. ... 53 Figura 8 – Importação do Brasil para a China por meio de fator agregado no ano de

2007. ... 54 Figura 9 – Principais empresas que exportam para a China. ... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Evolução das exportações, importações e corrente de comércio da China ... .26 Tabela 2 - PIB da China ... 30 Tabela 3 - PIB do Brasil ... 31 Tabela 4 - Participação da China em cada segmento na composição do PIB (valores em percentuais) ... 32 Tabela 5 - Participação do Brasil em cada segmento na composição do PIB (valores em percentuais) ... 32 Tabela 6 - Troca comercial estabelecida entre Brasil e China. ... 40 Tabela 7 - Valores relativos às exportações do Brasil para a China, apresentando os produtos de maior notoriedade. ... 41 Tabela 8 - Importações realizadas no Brasil da China de produtos denotados como principais. ... 42 Tabela 9 - Importação do Brasil da China por meio de categorias de uso. ... 55

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO... 7

2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA ASCENSÃO DA CHINA...09

2.1 Fundamentações históricas da trajetória da China em prol do desenvolvimento econômico... ...10

2.2 Percepção geral da ascensão chinesa...21

3 RELAÇÃO BILATERAL ESTABELECIDA ENTRE BRASIL E CHINA...29

3.1 Considerações iniciais acerca de Brasil e China... ...29

3.2 Analises sobre os produtos chineses e sua relação comercial com o Brasil...32

3.3 Conjetura acerca da relação entre Brasil e China... ...38

4 O COMERCIO ENTRE BRASIL E CHINA...45

4.1 O comércio Brasil e China...46

4.2 Identificando os produtos de relação entre Brasil e China.. ...55

4.3 Principais organizações empresariais no comercio Brasil e China. ...61

4.4 Conjeturas acerca do futuro para a relação comercial entre Brasil e China: considerações sobre os potenciais bens e serviços a serem exportados... ...63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...68

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1 INTRODUÇÃO

Discorre-se que a China, em diais atuais, vem sendo demonstrada como uma potência emergente em termos econômicos, dentro de uma conjetura mundial, e, neste sentido, passa a ser vista por meio de uma nova fase histórica, realçada através de uma pacífica ascensão do país, que está designada de modo a oferecer maiores vantagens em sua região, bem como às relações que são estabelecidas com o exterior.

Inicialmente, há de se considerar que a China possui fundamentos históricos de extrema relevância para o mundo, visto que, em termos culturais, é considerada a nação mais antiga do mundo.

Observa-se, neste sentido que o processo de ascensão chinesa como uma potência econômica de tamanha importância para o mundo atualmente vem sendo enfatizado com um dos maiores acontecimentos do século XXI.

No que se refere ao Brasil, salienta-se que esta ocorrência vem sendo concebida por meio de um real impacto ocorrido no âmbito das relações comerciais que foram estabelecidas entre Brasil e China, sendo esta, expandida em proporções cada vez maiores desde o início deste século. Diante deste reordenamento da linha econômica mundial no Brasil, a China partindo para o reconhecimento de diferentes políticas e atividades, acabou por se transformar no maior parceiro comercial do Brasil. O comércio entre estes dois países pode ser basicamente visualizado de acordo com o posto que a China, no ano de 2009, passou a ocupar, com a de maior parceira comercial do Brasil.

Assim sendo, pode-se observar que Brasil e China se interagem, pois vivenciam um acontecimento histórico semelhante, caracterizados, a partir de suas economias em processo de constante desenvolvimento que são marcadas por extensos territórios e contingentes de população, e, paralelamente, além do fato de serem observadas a ocorrência de grandes desigualdades sociais, e, logo vislumbram-se índices de pobreza significativos, tanto no Brasil quanto na China.

Todavia, há de se salientar-se que as relações comerciais entre Brasil e China acarretaram num importante desenvolvimento do comércio brasileiro diante do

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mundo, com índices crescentes de exportação em direção ao país chinês, e, em par de igualdade, apresentam percentuais de importação cada vez maiores.

Diante desta perspectiva, este estudo acadêmico tem como objetivo delinear análises a respeito do comércio entre Brasil e China, enfocando suas bases principais, concepções e relevância atual, dispondo de preceitos voltados para os principais elementos que embasam a temática, de maneira que se compreenda a fundamentalidade do assunto em questão diante da realidade atual.

Igualmente, as fundamentações desta pesquisa acadêmica serão pautadas por meio de revisão bibliográfica, a partir de um procedimento metodológico que consiste, primeiramente, de caráter quantitativo e qualitativo, procurando analisar informações referentes à temática, bem como informações alusivas à contextualização para a fundamentação do trabalho acadêmico. Acrescenta-se à pesquisa um caráter exploratório e, essencialmente bibliográfico e documental, com o objetivo de introduzir subsídios e fundamentações a partir de materiais já elaborados, permitindo assim maior ênfase ao tema abordado.

Para tal, no capítulo I objetiva-se possui o desígnio de delinear subsídios históricos no que diz respeito á ascensão chinesa, com seus princípios e baldrames que singularizam este processo com sua importância em âmbito mundial, inserindo, assim, entendimentos a propósito das bases que instituíram o início da relação comercial sino-brasileira.

No capítulo II, pretende-se discorrer acerca da relação bilateral entre Brasil e China, avaliando conceitos, significados e conjeturas a respeito dos produtos provenientes da China e a relação destes com o Brasil, que estão relacionadas ao fatores de exportação e importação.

Por fim, no capítulo III propõe-se a analisar o comércio entre Brasil e China propriamente dito, ponderando-se sobre esta intrínseca relação, identificando produtos, as principais empresas e perspectivas futuras a propósito da manutenção desta relação, explicitando, por fim, sobre os potenciais bens e serviços brasileiros que poderão integrar o quadro de exportação ao mercado chinês, justificando, deste modo, a temática trabalhada.

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2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA ASCENSÃO CHINESA

Nos últimos anos, a China vem se mostrando como uma grande potência econômica, saindo até de pouco tempo atrás da condição de um país vassalo para um grande produtor industrial. Neste contexto, Sebben (2011) avalia o processo de ascensão da China como uma potência econômica de relevância mundial que tem se demonstrado com um dos acontecimentos de maior importância do século XXI. Já no que tange ao Brasil, este fato vem apresentando um impacto dentro das relações comerciais que foram estabelecidas entre os países em questão, onde esta cresceu em proporções expressivas desde o princípio deste século (BARBOSA; MENDES, 2008).

Esta situação pode ser vista concretamente a partir do que a China, no ano de 2009, ocupar a posição de parceira principal do Brasil em termos comerciais (BARBOSA; MENDES, 2008).

Conforme Sebben (2011), Brasil e China consistem em países que, em dias atuais, presenciam um estado de cunho histórico análogo, distinguindo-se como economias em potencial processo de desenvolvimento que são assinaladas por extensos territórios e contingentes populacionais, diante de grandes dificuldades, dentre elas, a desigualdade social, a pobreza que abarca percentuais relevantes da população de ambos os países.

Observa-se que as relações comerciais estabelecidas entre o Brasil e a China trouxeram um desenvolvimento supino ao crescimento do comércio brasileiro em relação ao mundo, com exportações para China ascendendo-se a um índice de 2% da totalidade de exportações do Brasil, passando em 2000 de US$ 1,1 bilhão para US$ 30,8 bilhões em 2010. Nas importações realizadas da China pelo Brasil, avalia-se que as mesmas aumentaram em 2000 de US$ 1,2 bilhão para U$ 25,6 bilhões em 2010, onde a primeira cifra representava 2% do total e a segunda 14% do total. (MDIC)

É, diante desses dados, que no Brasil pondera estes percentuais tornando-os resultados positivos de crescimento que transcorrem em um período de seis anos.

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Todavia, há de se salientar que o estabelecimento desta justaposição entre Brasil e China, pode vir a acarretar preocupações ao Brasil, uma vez que, concomitantemente, há grande demanda chinesa, que acaba por beneficiar o processo de exportações de produtos, diante dos quais o Brasil apresenta vantagens de ordem competitiva. Acredita-se que a inserção dos produtos de origem chinesa no Brasil pode vir a gerar grandes problemas em períodos de médio a longo prazo, podendo provocar a falência de indústrias dos segmentos que não são capazes de competir em pé de igualdade com os produtos chineses. (BARBOSA; MENDES, 2008). Acresce-se, aí a ocorrência de uma falta de estabilização no que diz respeito á origem qualitativa do volume de exportações apresentado por estes países.

Segundo Sebben (2011) as exportações efetivadas pelo Brasil em direção à China compreendem, na maior parte, de produtos de matérias-primas e semimanufaturados, que, em termos simplificados, versam em produtos que apresentam um pequeno valor agregado. Em contrapartida, menciona-se que as exportações realizadas na China para o Brasil são na maioria por produtos manufaturados.

Em síntese, diante do exposto este capítulo possui como escopo discorrer a propósito da trajetória da China em prol de sua ascensão econômica, analisando preceitos históricos, concepções e baldrames que caracterizem este processo e sua relevância em âmbito mundial, com o intento de introduzir compreensões acerca das bases que estruturaram o princípio das relações comerciais entre Brasil e China.

2.1 Fundamentações históricas da trajetória da China em prol do desenvolvimento

A China é uns dos países mais antigo do mundo, cujos registros apontan para uma civilização de mais ou menos 7000 anos a. C. Sua historia está dividida em quatro principais eras: a Antiga, as Imperiais, a Nacionalista e a Comunista. As dinastias estão muito presentes em sua formação inicial, somando-se dez dinastias, nas quais o trono era transmitido de pai para filho. Ainda assim, o processo de conglobação somente ocorreu no ano de 960, em razão dos constantes conflitos

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que ocorriam entre aqueles que se candidatavam à posição de imperador (SULEIMAN, 2008).

Tusco (2010, p.25) menciona que “os períodos regidos por governos centralizados alternaram-se com períodos de anarquia, à medida que dinastias fortes tomavam o poder, disputando o controle da terra e do povo, e, entretanto eram destruídas pela discórdia interna ou pela invasão externa.”

Acresce-se que a primeira dinastia chinesa pode ser visualizada no período de 2.200 a.C., a partir da família conhecida como Xia, que habitavam em um reino que localizado no centro, na parte norte, na região do vale do rio Amarelo. (SULEIMAN, 2008). A autora relata ainda que neste período a economia da China era apoiada na agricultura de subsistência.Contudo, já se podia observar o que se tornaria um próspero segmento, ou seja, o início de indústrias e comércios, sobretudo, o marítimo.

Discorre-se que, igualmente, os chineses sobressaíram-se em razão de suas criações e invenções, de um modo geral, como o ferro, a pólvora, bússola e a seda (SULEIMAN, 2008).

Cabe mencionar, que, segundo Tusco (2010), ao se abordar questões inerentes à China, indubitavelmente, torna-se necessário e fundamental conhecer a historia sobre a Muralha da China, construção esta realizada no ano de 221 a.C., com o objetivo de evitar os progressos dos povos de origem nômade.

A China, dentro de seus sistemas, nunca apresentou anseio em ampliar seu território, e, contrariamente, seu objetivo consistiu em reguardar seus limites de possíveis invasões bárbaras, o que, acaba por explicar a edificação da Grande Muralha (SULEIMAN, 2008).

Deste modo, os povos chineses conseguiram alcançar a posição de nação mais rica em dimensão mundial, bem como a nação de maior população e de produção do século XIII, o que transformaria este país que se encontrava à frente dos povos da Europa, todavia, embora tenha sido uma nação maiormente superior, a China atravessou por grandes ataques por parte de nações vizinhas, como os povos os mongóis, japoneses e até mesmo os portugueses (RIBEIRO, 2008).

A China atingiu e definiu as fronteiras que manteria quase continuamente. Autossuficiente e autocontida, a nação imperial fez algumas incursões esporádicas fora das muralhas que construíra para defender seu território,

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mas canalizou a maior parte de sua energia internamente, cultivando uma estabilidade e uniformidade de cultura, economia e estrutura social sem paralelo entre os impérios antigos. A grande maioria dos países orientais, principalmente a China, através de seus Estados, não incorporavam os interesses capitalistas. Havia sim capitalistas na China, porém eles não conseguiram transformar seus interesses em interesses nacionais. Na China havia Imperador, e ele se preocupava muito em manter o território chinês, que não se modifica a muitos e muitos anos. Até em consequência disso a China nunca foi um país expansionista, apenas se expandiu em territórios próximos ao seu, mas para garantir a paz e a segurança nacional, nunca em busca de lucros ( IMPERIOS... 1990, p. 139 ).

O mercado chinês consistia em um organismo pertencente ao governo do Estado da China, de maneira distinta aos povos da Europa, os chineses constantemente procuravam a inclusão de desenvolvimento do mercado interno, que era embasado na agricultura, remanejamento e recuperação de territórios, na permuta com os países pertencentes às regiões circunvizinhas (SULEIMAN, 2008).

A dinastia Qing, última a governar o país chinês, procurou incessantemente controlar o comércio exterior. Contudo, começou a tolerar com as constantes pressões daquelas regiões denotadas como potências ocidentais que se encontravam em processo de expansão (RIBEIRO, 2008).

No ano de aproximadamente, 1830, teve início no país a comercialização de ópio, além da superação das exportações sobre as importações, o que proporcionou uma intensa saída de prata, esta que incidia na moeda usada no país naquele período, o que ocasionou desfalques nas finanças estatais (RIBEIRO, 2008).

Na visão dos considerados ambiciosos mercadores presentes na Inglaterra, Portugal, Estados Unidos e França, “o tráfico do ópio era um mercado inesgotável. Depois de aliciado, jamais se perdia o freguês. O vício do ópio, segundo um relatório chinês, espalhara-se desde a pequena nobreza até artesãos, mulheres e, mesmo os monges budistas e taoistas (CHINA apud TUSCO, 2010, p.26)”

Os ingleses almejavam sistematicamente garantir o mercado da China, e, deste modo, procuravam determinar um acordo de ordem diplomática com os chineses, mas estes se recusavam a realizá-los, visto que se encontravam em uma posição de inferioridade no que tange as suas finanças, bem como no grande vício em que jazia sua população (SULEIMAN, 2008).

No entanto, entre os anos de 1839 e 1842, observa-se o início de uma guerra entre chineses e britânicos em decorrência do intenso comércio de ópio, com a

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vitória dos ingleses sobre os chineses. Assim, a China entregou Hong Kong e igualmente foi obrigada a abrir cinco portos livres, nos quais estrangeiros estariam liberados a praticar o comércio sem que houvesse limitações da China (SULEIMAN, 2008).

A crise entre os países elevou-se e, com a ocorrência de um imprevisto com marinheiros da Inglaterra a Guerra do Ópio estourou efetivamente, tendo sido considerado um embate díspar, em que os chineses se encontravam em desvantagem para o combate, não possuíam interesse em confronto, visto que apenas almejavam o fim do tráfico de ópio (TUSCO, 2010). Porém, os ingleses invadiram diferentes cidades chinesas, ocupando seus territórios, e, no momento em que pretendiam subir o rio Yangtze, em direção a Nanquim, a China entrou com um pedido para que houvesse o fim do intenso combate (RIBEIRO, 2008).

Assim sendo, com a perda na Guerra do Ópio, observa-se uma atenuação do poder imperial da dinastia Qing, além de inúmeras e constantes subversões de caráter interno. Salienta-se ai o despreparo do exército para combater as rebeliões que se formaram na região, apresentando como implicação o óbito de milhares de chineses, tanto em razão destes tumultos, quanto em consequência da fome.

Neste sentido, Tusco (2010) assevera que no fim do século XIX, os chineses já se encontravam em uma posição de domínio pelas potências da Europa, as quais no transcorrer deste período permaneciam com uma postura mais desenvolvida que a China, fundamentadas em políticas que primavam pelo expansionismo, e que, além disso, detinham de maior tecnologia é consequentemente, a riqueza e habilidade para organização. “A China praticamente deixou de ser o centro de um sistema interestatal asiático-oriental centrado em si mesmo, pelo contrário, ela se tornou um membro subordinado e cada vez mais periférico do sistema capitalista global (ARRIGHI apud TUSCO, 2010, p.27)”.

Neste ínterim, acredita-se que a circunstância em questão acabou por beneficiar a ascensão da China ao nacionalismo, e, deste modo, nos primeiros anos relativos ao século XX, ordenou-se na China o seu primeiro partido político, chamado de Partido Nacional do Povo (Kuomintang), com o objativo de eliminar estrangeiros e determinar a instauração de uma República (RIBEIRO, 2008). O Partido Nacional do Povo conseguiu derrocar a dinastia Qing, e, ainda, inseriu seu

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residente como líder. No entanto, em um curto período, menos de um ano, o presidente do partido foi deposto, assumindo em seu lugar um militar.

Neste período não havia maneiras concretas de se dominar o país. Na maioria das vezes os segmentos de território eram norteados por senhores de guerra da região, que se preocupavam somente na arrecadação de impostos. Dentro desta fundamentação que o marxismo angariou esforços entre os membros intelectuais da China, e, no ano de 1921 ordenou-se a denominado Partido Comunista Chinês (PCC), este associou-se ao Partido Nacional do Povo de modo a combater contra os senhores de guerra.

Sinteticamente, Tusco (2010) pondera que a dinastia Qing chegaria ao seu fim no ano de 1912, cedendo sua posição à primeira república da China.

Discorre-se, neste sentido que o governo chinês que ocupou a república consistia em um médico que durante um longo período combateu as forças locais com o intuito de transformar a China em um país democrático. Porém, durante o transcorrer de 37 anos que se seguiram, nenhum grupo chinês foi capaz de controlar o país, onde os senhores de guerra locais dominavam setores do território por meio de impostos (BARBOSA; MENDES, 2008).

Em 1927 morreu o líder do Kuomintang, Sun Yat Sin, e seu sucessor traiu o PCC e causou uma intensa batalha entre os nacionalistas e os comunistas. Contudo, nesse mesmo período, o Japão passou a atacar a China, fazendo com que os partidos se unissem novamente em prol da defesa da nação. Em 1921 foi criado o Partido Comunista Chinês, mas em seguida, consolida-se o Partido Nacionalista (Kuomintang), chefiado pelo general Kai-chek. Em 1927, os nacionalistas tomam Pequim e, em 1934 após furarem o cerco sofrido no sul, os comunistas, chefiados por Mao Tse-Tung, empreendem a Grande Marcha em direção ao norte. Paralelamente, após invadirem a Mandchúria, os japoneses, em 1937, tomam Xangai e Nanquim. Somente após a vitória sobre os japoneses, enfraquecidos pela Segunda Guerra Mundial, em 1945, voltaram a lutar entre si em busca da liderança da China. Após quatro anos de conflitos, em outubro de 1949, o Partido Comunista Chinês de Mao Tse-tung tomou o poder do país, com o apoio soviético, anunciando a fundação da República Popular da China (RPC). (TUSCO 2010, p. 28 )

O autor avalia que apenas com a derrota dos japoneses, que foram amortizados no ano de 1945, através da Segunda Guerra Mundial1, é que os

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A Segunda Guerra Mundial ou II Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo – incluindo todas as grandes potências – organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra total", os

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chineses novamente combateram entre si em prol da liderança no país. Com o decorrer de quatro anos de combates, no ano de 1949, foi assumido o poder na China pelo Partido Comunista Chinês de Mao Tse-tung, apoiado pela União Soviética, promulgando a constituição da República Popular da China (RPC).

Os americanos, por meio da conquista alcançada na Segunda Guerra Mundial em 1945, saíram fortalecidos do conflito, e, assim, inseria em âmbito mundial o modo de se viver dos americanos, inserindo-se numa cultura de cunho capitalista em distintos países (SULEIMAN, 2008).

Menciona-se, igualmente, que na China, a partir da vitória de Mao e as pessoas que o acompanhavam, os Estados Unidos não alcançaram seu objetivo, e, logo, os chineses assumiram uma postura leninista de Estado, incitando a aplicação de um novo modelo socialista (TUSCO, 2010). Em razão da categórica derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, “os exércitos soviéticos ocupam a Mandchúria, enquanto a luta interna entre nacionalistas e comunistas prosseguia com força total. Por fim, em 1949, as forças comunistas triunfam em toda a China (GALVÊAS apud TUSCO, 2010, p.29)”.

No ápice da ocorrência da Guerra Fria, com o intuito de mensurar a influência comunista, os Estados Unidos agiram de forma a isolar a China do comércio mundial, a partir de inserções constantes de embargos econômicos, promovendo, assim, apoio ao partido rival de Mao-Tse Tung em conflitos que realizados em favor da libertação de Taiwan.

Acredita-se, dentro da ótica de Tusco (2010) que os comunistas apresentavam interesse em estabilizar um novo regime político, abreviando os sistemas voltados á coletivização e, sobretudo, determinando um novo percurso para o desenvolvimento econômico, provocando a inclusão da nacionalização de indústrias carregadas.

Na percepção de Mao Tsé-Tung, a China tinha a necessidade de se inserir em um processo de modernização, com adaptações em acordo a sua realidade,

principais envolvidos dedicaram toda a sua capacidade econômica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade, com mais de setenta milhões de mortos. Informações obtidas por meio do endereço < http://historiauniversal.forumeiros.com/t54-segunda-guerra-mundial >.

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procurando o melhor da ciência e tecnologia do ocidente, procurando um controle intrusivo do Partido acerca do cotidiano da população da China, excluindo capitalistas e proprietários de terras chineses, e removendo o país dos mercados do mundo (RIBEIRO, 2008).

A China, neste contexto, encontrava-se em uma situação de grande subdesenvolvimento e pobreza, e, neste sentido, “dadas as condições em que se encontrava a economia chinesa, o aumento da produção e da produtividade agrícola eram metas estratégicas para os novos líderes chineses, além da necessidade de uma política de aceleração da industrialização do país (MEDEIROS apud TUSCO, 2010, p.29)”. Nas palavras do autor:

Entre 1950 e 1956, Mao e seu partido, nacionalizaram a economia e sanearam as finanças nacionais. Através da força, brutalmente aplicada, fizeram a reforma agrária, destruindo, no processo, a pequena nobreza rural, os proprietários ricos que, por séculos, tiranizaram os camponeses sem terra. O PCC criou comunas agrícolas que impulsionaram muito a produção no campo, melhorando a estabilidade social no interior da China.Simultaneamente em que colocava em prática a reforma agrária, a população nas cidades crescia rapidamente, indicando que a China necessitava se modernizar, em busca de novas alternativas de desenvolvimento. Então em 1958, o PCC lançou o projeto do Grande Salto para Frente. A ideia de Mao e de seus seguidores era de conseguir a auto-subsistência, sendo que cada província, organizada em “comunas” deveria produzir não apenas alimentos, mas também bens necessários para o desenvolvimento, como bens de capital. E a medida tomada foi de investir maçicamente em indústrias de aço e infraestrutura, como barragens, estradas, canais de irrigação que proporcionavam melhores condições tanto para a área urbana quanto para a área agrícola (TUSCO 2010, p. 29).

Neste sentido, o autor discorre que o escopo consistia em ordenar uniões de caráter independente e coligado, cominando a cada comunidade um cunho autárquico, onde, de um lado, observava-se uma produção agrícola que foi instituída nas indústrias locais de maneira a abastecer a população, a partir de produtos de emprego corrente, e, por outro lado, pelo uso de instrumentos de defesa militar. Salienta-se que cada indivíduo chinês precisaria ser camponês, soldado e operário.

O desenvolvimento da China, entre as décadas de 1960 e 1970 não ocorreu apenas em função da escassez de dinamismo, mas também em razão da presença de intensos desequilíbrios setoriais, como ocorria com a agricultura, que eram ocasionados especialmente em face das ações do “grande salto a frente”, ideia alvitrada por Mao no fim da década de 1950 (SULEIMAN, 2008).

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No decorrer do ano de 1967 observava-se que a política de Mao já se encontrava com marcas que conduziam a uma debilidade de seu poder, porém, a Revolução Cultural da China prosseguiu até 1976, ano marcado pelo morte de Mao, período em que ainda ocorriam constantes conflitos e divergências dentro do PCC uma vez que inúmeras pessoas almejavam a posição ocupada por Mao.

Tusco (2010, p.30) pondera que “em 1977, Deng Xiaoping ascendeu ao poder, após vencer inúmeras disputas entre facções conservadoras e liberais. Deng adotou medidas que antes pareciam impossíveis, colocando em prática uma política gradual de reformas e abrindo a economia chinesa em fases.”

Após a morte de Mao associado ao apoio entre os componentes da província do leste, Deng Xiaoping retorna ao poder no ano de 1977. Com isso, incitam-se concorrências com Hua Guofeng no que concerne ao percurso mais adequado para o desenvolvimento efetivo chinês. Enquanto, Hua Guofeng ainda permanecesse arraigado às antigas percepções chinesas, Deng Xiaoping procurava disseminar suas concepções, atuando em prol da modernização e abertura econômica da China (SEBBEN, 2011). No momento em que Deng Xiaoping entra no poder chinês seu intento inicial consistia em modernizar a China, fazendo com que a mesma, por meio de ações de caráter econômico, transformasse em uma potência econômica até a metade do século XXI (SEBBEN, 2011).

Na realização do Terceiro Plenário do Congresso efetivado pelo Partido Comunista Chinês (PCC), aprovaram-se as primeiras inclusões de programas voltados a reformas importantes para se obter o desenvolvimento (BARBOSA; MENDES, 2008).

O programa em questão apresentava como finalidade inserir na prática quatro tipos de modernizações: a agricultura, a defesa nacional, a indústria e a ciência e tecnologia, bem como a ordenação das Zonas Econômicas Especiais, acendendo um segmento do território chinês em prol do investimento de capital estrangeiro. Acredita-se que este processo de abertura econômica compreendia como extremamente contraria em razão de inúmeros componentes influentes, que ainda dispunham de ideias marxistas (TUSCO, 2010).

“Mesmo com tantos opositores e com bastante dificuldade, Deng Xiaoping conseguiu com o tempo aplicar suas medidas fundamentais para a mudança de

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postura que possibilitou a grande ascensão econômica da China nas décadas seguintes (TUSCO, 2010, p.31)”.

A reforma na agricultura chinesa consistiu em um fundamento importante para o aumento de produtividade no país, que passava por intensos problemas relacionados à fome e à pobreza, visto que a China é um país de grande população e, logo, com problemas de controle de natalidade, e na maioria das vezes, o solo era pouco cultivado (SEBBEN, 2011).

Assim sendo, a reforma na agricultura abarcou um aumento de índices de produtividade, tanto em relação ao solo, quanto no que concerne aos trabalhadores rurais, tendo sido realizados investimentos em equipamentos dotados de maior tecnologia, e com o emprego de novos procedimentos de cultivo, reorganizando o modo como o trabalhador deveria trabalhar (TUSCO, 2010).

Discorre-se que ao se desenvolver de modo mais apropriado a agricultura da China, o Estado possuía como finalidade eliminar os direitos de propriedades como singularidades basais presentes em uma sociedade de classes. Consequentemente, as comunas agrícolas chinesas instituídas por Mao foram definitivamente excluídas, sendo realizada uma distribuição de terras às famílias residentes em zonas rurais (SULEIMAN, 2008).

Outro elemento importante para o sistema de reforma da agricultura da China consistiu no reajustamento de preços pois, antes de efetivar a reforma, os agricultores tinham a obrigação de comercializar sua produção diretamente para o Estado, que fazia pequenos pagamentos em troca dos produtos. No entanto, após esta reforma os agricultores tornavam-se obrigados a vender apenas parte de sua produção para o Estado, recebendo, deste modo, maior liberdade de comercialização de seus produtos em conformidade com as leis de oferta e demanda (SULEIMAN, 2008).

Igualmente, com esta situação, o Estado passou a valorizar em um maior grau as cotas que comprava dos agricultores, passando a pagar um valor mais significante pelos produtos, além de provocar a comercialização de excedentes dos camponeses por meio da abertura de feiras e mercados rurais criados especificamente para a comercialização entre agricultores (BARBOSA; MENDES, 2008).

(20)

A reforma mencionada por Tusco (2010) como de maior importância para a China foi inserida entre os anos de 1978 e 1983, a partir da implementação do Sistema de Responsabilidade Familiar, o qual afastou das comunas a responsabilidade por decisões e do domínio dos excedentes agrícolas, remetendo-os novamente às famílias chinesas. “Além disso, os preços dos produtos agrícolas foram elevados substancialmente. Como consequência, a produtividade e o lucro da atividade rural aumentaram de forma extraordinária, fortalecendo a tendência das empresas de comunas e de brigadas a produzir mercadorias não agrícolas (ARRIGHI apud TUSCO, 2010, p.32)”.

Estas transformações acarretaram em resultados expressivamente positivos, porque, de certa forma, promoveu impactos no crescimento do consumo das famílias rurais, além de colaborar para a produção agrícola o que, igualmente, refletiu no crescimento da produção industrial (SULEIMAN, 2008).

Tusco (2010) afirma que o Estado chinês introduziu outra reforma nos segmentos industriais por meio da transposição de responsabilidades das organizações empresariais em suas atividades e em seus fatores de lucratividade. Em um momento anterior a esta modificação de competências, as organizações dispunham de produtos de qualidade inferior, bem como a pequena rentabilidade e produtividade. Com a transformação mencionada, observa-se que quase todas as organizações empresariais chinesas começaram a acrescer no valor de sua produção, conseguindo obter maiores lucros.

Tusco (2010) relata, que neste sentido, o empenho do Estado chinês para estimular a instalação de indústrias de campo, que proporcionou a produção de maiores empregos para a população agrícola chinesa.

Esta conjetura impediu que fosse realizada uma alta migração em direção às cidades, colaborando para que inúmeras pessoas tivessem a oportunidade, além de obter suas terras, de produzirem nelas, também tivessem a chance de trabalhar durante outros períodos em fábricas estabelecidas no local (SULEIMAN, 2008).

Destarte, Tusco (2010) pondera que:

O crescimento do excedente agrícola viabilizou e foi viabilizado por uma ampla expansão de empresas rurais, de vila e pequenas cidades (EVC). A produção destas empresas – em sua grande maioria pertencentes aos governos municipais – inclui equipamentos elétricos, produtos têxteis, implementos agrícolas, equipamentos domésticos voltados essencialmente

(21)

ao mercado interno. O Estado chinês também facilitou os financiamentos para os investimentos, estimulando a criação de empresas privadas para gerar concorrências com as estatais, mesmo que os recursos não foram usados da melhor maneira possível. O investimento maciço em educação possibilitou que a gigantesca população chinesa se preparasse para o mercado de trabalho, diminuindo o índice de analfabetismo, melhorando a educação básica além de melhoria a formação superior. No longo prazo, essa qualificação do povo chinês, incentivada pelo Estado contribuiu para a substituição de máquinas e equipamentos para uma mão de obra preparada e barata, dando assim excelentes condições para as indústrias produzirem mercadorias de qualidade com custos baratos, sendo competitivas com qualquer indústria no mundo. As políticas governamentais no campo da educação dotaram a China de um reservatório de recursos humanos que, ao lado de enorme oferta de operários alfabetizados e industriosos, inclui um suprimento de engenheiros, cientistas e técnicos em expansão. Essa oferta em expansão de trabalhadores do conhecimento facilita não só a substituição de máquinas e de administradores caros por mão de obra barata e instruída, como também, o aprimoramento da divisão social do trabalho para a produção e inovações com o uso intensivo de conhecimentos (ARRIGHI apud TUSCO, 2010, p.33).

Outro elemento essencial na reforma ocorrida na China diz respeito à abertura da economia da China a outros países isso fez com que organizações empresariais estrangeiras possuíssem maior acesso no mercado chinês, tendo como objetivo a modernização do sistema de produção chinês (SULEIMAN, 2008).

A abertura na qual Tusco (2010) menciona aconteceu na esfera do comércio de importação e exportação chinês por meio da concepção das Zonas Econômicas Especiais de forma a granjear investidores estrangeiros, os quais em contrapartida, inseriam na China tecnologias e procedimentos modernos à de administração, com o intento de ordenar um caminho de exportações produtor de divisas, impulsionados por vendas realizadas sem a cobrança de impostos, com menores taxas, infraestrutura adequada, aplicação de legislação trabalhista, salarial cabível. Os chineses procuravam um maior acesso à tecnologia estrangeira, uma vez que se encontravam em uma posição de atraso científico, logo, tecnológico, e, deste modo, além de promover investimentos diretos externos, com a finalidade de acrescer nas exportações da China e incluir o país no comércio mundial (SEBBEN, 2011).

Destarte, diante dos conteúdos expostos, coloca-se como relevante à fundamentação, discorrer a respeito de uma percepção geral da ascensão econômica da China, analisando suas bases e conjeturas basilares.

(22)

2.2 Percepção geral da ascensão chinesa

Embora tenham ocorrido todas as mudanças apontadas na economia e na política chinesa, esta não acompanhou este compasso, porque embora tenha apresentado grande êxito em suas reformas, Deng Xiaoping ainda possuía inúmeros membros pertencentes à oposição na política, e que, de tal modo, indagavam constantemente as transformações que aconteciam (SEBBEN, 2011).

O Estado chinês passava por uma situação de excessos funcionários, com extrema burocracia em distintos segmentos, e, ainda assim, as concepções de ordem capitalista ocidental acossavam Deng Xiaoping, visto que, após a abertura do comércio, tornava-se forçoso que os sistemas de tecnologia e finanças do Ocidente dimanassem os conceitos de democracia do Ocidente (RIBEIRO, 2008).

Tusco (2010) analisa que Deng Xiaoping investigou a estrutura política que não conseguia se adequar à realidade da economia da China, por isoo o processo de reestruturação política precisava ser compreendido como integrante de uma reforma, o que denotava que o governo deveria apresentar uma eficácia aerodinâmica, dando poder às camadas inferiores e expandindo a abrangência da democracia socialista. As desavenças internas provocadas pela oposição de Deng Xiaoping, obrigaram caminhos para denegrirem a imagem de Deng diante da população chinesa impetrarando potenciais resultados. O primeiro efeito visualizado incide no movimento estudantil ocorrido no ano de 1986, época em que os quais estudantes da China pediam pela inserção efetiva da democracia no país, visto que se encontravam demasiadamente cansados de conviver com um Estado extremamente conservador, que determinava todas as reformas nas quais o povo deveria passar. Este tipo de movimento de cunho estudantil não obteve muita pujança quando cotejado com o imprevisto acontecido na Praça de Tiananmen no ano de 1989, ordenado, igualmente por sua grande parte por estudantes da China (RIBEIRO, 2008).

Este incidente ocorreu em razão de distintos motivos, como o aumento da inflação que alcançou índices semelhantes ao ano de 1950, no momento em que a China consignava apontadores muito pequenos no que tange ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), bem como a morte de Hu Yaobang.

(23)

O movimento colaborou no acometimento de um dano na veemência do método de liberalização da economia, que se estagnou no país, em face de os intelectuais pertencentes à esquerda.

Neste sentido, após o conflito de Tiananmen, pode-se observar uma diminuição no crescimento econômico focado na ação de inflação e na procura pela educação socialista (BARBOSA; MENDES, 2008).

Tusco (2010) menciona que:

A política de investimento e industrial da China passou a ter mais credibilidade com os empresários e investidores estrangeiros. Inúmeros investimentos em infraestrutura foram realizados com o objetivo de capacitar a economia para atrair os investidores internacionais, além do aprimoramento nas leis econômicas chinesas que propiciaram um melhor relacionamento com esses investidores. Desde a abertura externa através das Zonas Econômicas Especiais (ZEE`s) a China passou a atrair o Investimento Direto Estrangeiro (IDE). Porém foi na década de 1990 que esses investimentos aumentaram intensamente proporcionando o crescimento e o desenvolvimento do país de diversas formas (TUSCO, 2010, p.38).

Segundo o autor, os impactos fundamentais da IDE consistiram no crescimento da produtividade dos elementos ligados à produção, os resultados positivos acerca das organizações empresariais chinesas, a instituição de empregos, a colaboração para a formação de capital, e, sobretudo, o crescimento de um segmento exportador competitivo.

A inclusão de uma política cambial estratégica cooperou de forma indubitável no processo de promoção do crescimento do Investimento Direto Estrangeiro, onde o governo determinou completa conversibilidade para movimentos correntes, associando o mercado de câmbio, suprindo o mercado dual (SEBBEN, 2011).

Segundo Tusco (2010)

Dessa forma adotaram um regime de bandas cambiais, com o renmimbi2 podendo flutuar em um intervalo desejado pelas autoridades econômicas. Essa política cambial proporcionou um efeito imediato sobre as contas externas do país, tornando o saldo positivo nas transações correntes (TUSCO, 2010, p.38).

2

O yuan renmimbi é a moeda oficial da China e tem por símbolo ¥ e por código CNY. É divisível 100 fen ou em 10 jiao. O yuan renmimbi é emitido pelo Banco do Povo da China. "Renmimbi" significa "moeda do povo", enquanto "yuan" significa "redondo". Informações obtidas por meio do endereço eletrônico que se encontra disponível em < http://www.infopedia.pt/$yuan-renmimbi >.

(24)

No que se refere ao Investimento Direto Estrangeiro, foi o que colaborou substancialmente para o processo de crescimento da economia da China, tornando-se estornando-sencial para a inclusão do detornando-senvolvimento no tornando-segmento de exportação competitiva (BARBOSA; MENDES, 2008).

Isso, carretou em alguns resultados de ordem negativa, visto que proporcionou a ocorrência de desigualdades regionais (RIBEIRO, 2008).

Paralelamente, Sebben (2011) analisa que a partir do ano de 2001, a China obteve o benefício de participar da Organização Mundial do Comércio (OMC3), procurando, assim, ser visualizada como uma potencial economia de mercado. Deste modo, compreende-se que este tipo de consideração acresceu na credibilidade chinesa e apresentou basilar relevância em prol do comércio exterior da China, por permanecer em processo de desenvolvimento (SEBBEN, 2011).

Em paralelo, Sebben (2011) discorre que a China, ao modificar o comércio internacional como um elemento central de sua política de crescimento, precisava inserir-se dos preceitos da OMC, que, de tal modo, suas exportações não seriam descriminadas.

Segundo os componentes do OMC, a inserção da China significa a abertura a um processo em um extenso mercado, e a segurança de que os princípios existentes poderiam dominar a invasão dos produtos de origem chinesa (BARBOSA; MENDES, 2008).

Prontamente, no século XXI a China se solidificou como uma potência da economia mundial, dispondo de altos índices de crescimento, mesmo em circunstâncias marcadas por crises em âmbito internacional (SEBBEN, 2011).

Tusco (2010, p.39) discorre que “por se tornar uma realidade, a China atraiu olhares e reações por parte dos americanos, receosos, por estarem enfrentando diversas situações adversas em contraste com a grande ascensão chinesa.”

A situação que marca as relações sino-americanas no século XXI não compreende mais no sistema de acessibilidade comercial dos Estados Unidos em

3

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é o foro multilateral responsável pela regulamentação do comércio internacional. Seus diversos órgãos se reúnem regularmente para monitorar a implementação dos acordos em vigor, bem como a execução da política comercial dos países membros, negociar o acesso de novos participantes e acompanhar as atividades relacionadas com o processo de solução de controvérsia. Informações obtidas em < http://www.agricultura.gov.br/internacional/organizacao-mundial-do-comercio-omc >.

(25)

direção à China, onde o acontecimento chinês ocupou a posição, antes preenchida pelos Estados Unidos, como uma vultuosa economia que desenvolve-se em dimensão mundial, de tal forma, provocando ascensão comercial aos Estados Unidos (BARBOSA; MENDES, 2008).

Os chineses assumiram uma posição basilar voltada a um processo de ascensão pacífica, em que unifica suas ligações comerciais diante do mundo, e, além de melhorar as relações políticas determinadas entre os países asiáticos, estes denominados de Sudeste Asiático, com o propósito de solucionar assuntos de caráter histórico que foram estabelecidos entre os mesmos. A China vem se ordenando em prol de se transformar em um país de influência no mundo, inserindo-se como um importante polo para a população chinesa alcançar resultados positivos diante de seu processo de integração estabelecido entre a mesma e o Sudeste Asiático (BARBOSA; MENDES, 2008).

Assim sendo, a China passa a incidir sobre o elemento internacional de grande importância, visto que se encontra como um Estado-pivô que passa por intensas transformações (SEBBEN, 2011).

De tal modo, a China vem empregando suas habilidades comerciais, inserindo-se ao mercado como uma espécie de elemento de sucção que opera de maneira a ordenar concretas uniões internacionais. “Dentro desse processo de reordenamento no tocante ao eixo econômico mundial, diversos cientistas políticos e economistas, apontam a China como candidata a ser uma potência hegemônica no século XXI.(TUSCO, 2010, p.39)”.

Logo, salienta-se que atualmente a China se transforma de forma efetiva em uma importante potência econômica, que, indiscutivelmente precisa solucionar os problemas internos sobre os quais o país passa de maneira que se consolide em seu intento de hegemonia (BARBOSA; MENDES, 2008).

O que se percebe é que a China vivencia uma situação de grande desigualdade de renda nos setores rurais e urbanos, como ocorre entre províncias e entre distintas classes, o que demonstra que todo o processo de ascensão econômica no qual a China passou pelos períodos acabou se tornando um sistema marcado pelo desequilíbrio de igualdade entre as pessoas e classes (SEBBEN, 2011).

(26)

Tusco (2010) pondera acerca destas desigualdades:

Nas áreas urbanas, os conflitos ocorrem devido à classe operária reagir contra as demissões em massa, geralmente essas manifestações são contidas, ou eram contidas facilmente através de repressão com concessão. Porém, ultimamente grandes passeatas estão sendo feitas, formada por um novo operariado, composto por jovens migrantes, que constituem a espinha dorsal dos setores exportadores chineses. Nas áreas rurais, as principais reclamações dos camponeses antigamente eram a respeito de tributos, impostos nos dias atuais passa a ser também sobre terras férteis que poderiam ser usadas em plantações estão sendo usadas para desenvolvimento industrial, imobiliário e infraestrutural, com uma grande degradação do meio ambiente (TUSCO, 2010, p.40).

Sebben (2011) discorre que a ascensão chinesa em direção à posição de potência econômica mundial, chegou na proporção de ameaçar o sistema hegemônico dos Estados Unidos ao torna-se prontamente compreensível por meio de uma avaliação de determinadas estatísticas relativas a sua economia.

Diante das exposições realizadas no transcorrer das análises, pode-se compreender que a China vem apresentando um significativo índice de crescimento anual de seu Produto Interno Bruto (PIB4), alcançando uma média de 10% (dez por cento) de crescimento ao ano desde 1980. Este percentual se conservou como equilibrado mesmo diante da crise econômica ocorrida nos anos de 2008 e 2009.

Sebben (2011) avalia que o PIB per capita da China igualmente vem dispondo de um crescimento expressivo, com um aumento de US$ 205,1 do ano de 1980 para US$ 4.282,9 no ano de 2010.

Sebben (2011) acrescenta que,

A participação chinesa no mercado global de mercadorias pulou de 1% na década de 1980 para mais de 9% em 2010, ultrapassando o Japão e transformando a China na segunda maior economia do mundo – ficando atrás apenas dos Estados Unidos (SEBBEN, 2011, p.48).

No ano de 2008, Sebben (2011) menciona que a China tornou-se o país que apresenta os maiores índices de exportação, transformando-se no segundo maior importador em dimensão mundial.

4

O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. Informações obtidas em < http://www.guiadeinvestimento.com.br/definicao-de-pib-e-como-calcular/ >.

(27)

A tabela explanada a seguir demonstra as transformações da China de posição, onde no ano 2000 esses percentuais que incidiam em 3,9% e 3,4% das exportações e importações de bens, pertenciam ao país chinês. Todavia, no ano de 2008 esta participação aumentou em 8,9% e 6,9%, o que representa praticamente o dobro de exportações e importações realizadas pela China.

Mais uma vez, a crise ocorrida internacionalmente não provocou resultados de ordem negativa na China, abreviando uma tendência de desenvolvimento no que tange à participação nos índices de exportações e importações de ordem mundial, que aumentou de 9,7% no ano de 2009 para 10,4% em 2010, ainda, de 7,9% em 2009 para 9,0% no ano de 2010, simultaneamente.

TABELA 1: EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES, IMPORTAÇÕES E CORRENTE DE COMERCIO NA CHINA ENTRE 1980 E 2011

Exportação Importação Corrente de Comercio

Valor Var % Valor Var % Valor Var %

1980-89 31 1,4 35 1,6 66 1,5 1990-99 129 2,9 114 2,6 243 2,6 2000 249 3,9 225 3,4 474 3,7 2001 266 4,3 244 3,8 510 4,1 2002 326 5,1 295 4,5 621 4,8 2003 438 5,9 413 5,3 851 5,6 2004 593 6,5 561 5,9 1154 6,2 2005 762 7,3 660 6,1 1422 6,7 2006 969 8 792 6,4 1761 7,2 2007 1.220 8,8 956 6,7 2176 7,7 2008 1.420 8,9 1.132 6,9 2552 7,9 2009 1.201 9,7 1005 7,9 2206 8,8 2010 1.577 1396 2973 2011 1.898 1743 3641

FONTE: IPEA apud Sebben, 2011, p.48-49

As informações acima citadas analisam o intenso desempenho econômico da China dentro de um período de trinta anos. Neste sentido pode-se perceber um aumento significativo de sua relevância dentro do cenário político internacional.

Conforme discorrido em linhas anteriores, todo o processo de desenvolvimento da economia da China se centra-se na década de 1970, no

(28)

momento em que Deng Xiaoping e seu grupo econômico inseriram inúmeros processos de modernização no território chinês (RIBEIRO, 2008).

Sebben (2011) arrazoa que:

Para os países emergentes, entretanto, a ascensão da China vem sendo analisada com grande cautela. A entrada da China na OMC veio, inclusive, reforçar a percepção de que o crescimento chinês é uma ameaça às indústrias nacionais e à inserção internacional de tais países. Através da OMC, os mercados mundiais estariam abertos aos produtos chineses, que poderiam competir mais livremente com os produtos nacionais dos países em desenvolvimento. A habilidade da China de competir nos mercados desses países tornou-se evidente, principalmente em função do fato de que os produtos de exportação chineses são, em grande parte, baratos e de fácil acesso. Não foram raras notícias de setores econômicos de países em desenvolvimento que foram afetados pelo aumento das exportações chinesas (SEBBEN, 2011, p.50).

Um elemento considerado importante no que tange ao crescimento da economia da China no decorrer das últimas décadas consiste no intenso relacionamento estabelecido com os Estados Unidos. Os novos cursos financeiros e comerciais determinados na China compreendem como alvitre da delineação acerca dos processos de integração produtiva que profere, concomitantemente, às grandes organizações empresariais dos Estados Unidos que detêm grandes marcas do mundo. Esta rede de produção vem modificando a China como um centro global associado à montagem e produção de manufatura, o que denota a china uma designação de “oficina do mundo” (BARBOSA; MENDES, 2008).

Uma perspectiva a se analisar é que, a crise econômica ocorrida nos anos de 2008 e 2009 não atingiu diretamente a China, porém, chegou ao país provocando algumas importantes transformações, mudanças basais foram promulgadas por meio do lançamento do 12º Plano Quinquenal chinês, ocorridos no mês março do ano de 2011, sendo neste anunciado uma adequação do modelo de crescimento da China, amenizando as desigualdades existentes entre as populações do país, estas que exacerbaram-se em razão do padrão de desenvolvimento chinês ocorrido nos últimos trinta anos.

As transformações explicitadas por meio da inclusão do novo Plano Quinquenal chinês promoveram inúmeros resultados para a economia do mundo, sobretudo de países que se encontram em processos de desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

(29)

Sebben (2011) discorre a respeito destas mudanças como sendo:

- um reforço das relações entre os países dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), devido à necessidade chinesa cada vez maior de alimentos, petróleo, minério e outras matérias-primas, dos quais Brasil, Índia e Rússia são grandes produtores;

- variações nos preços das commodities, geradas pelos efeitos de escala do estabelecimento das pequenas e médias empresas intensivas em trabalho e em tecnologia na China. Além disso, o estabelecimento de tais empresas pode gerar maiores pressões competitivas por parte da China em relação aos parques industriais mais complexos de países em desenvolvimento, como o Brasil;

- realocações do Investimento Externo Direto chinês, destinando-se a setores voltados ao suprimento de alimentos e matérias-primas destinadas ao mercado chinês e a setores nos quais a indústria chinesa tem se desenvolvido recentemente, como a indústrias automobilística, de informática e eletroeletrônica (ACIOLY, PINTO; CINTRA apud SEBBEN, 2011, p.51).

Conforme o autor, as reformas que foram incitadas a partir deste novo Plano Quinquenal da China são visualizadas como fatores integrantes das ações a serem implementadas a um longo prazo na China, caracterizada como uma demonstração na afirmação da civilização chinesa em uma postura arraigada à centralidade no cenário internacional. Assim, optou-se pelo desenvolvimento econômico chinês com o escopo de ordenar condições claras e externas com a finalidade de reafirmar esta centralidade.

Em síntese, Sebben (2011) menciona que as políticas econômicas e exteriores da China associam-se de maneira a colaborar no crescimento material chinês e, igualmente, a organizar o conjunto de apoios importantes para a segurança do auxílio de energia e matérias-primas estratégicas para o desenvolvimento chinês. E, dentro deste contexto é que se pode compreender o aumento das junções da China com outros países, com ênfase ao Brasil, o que, será analisado no próximo capítulo, abarcando, igualmente, esta relação bilateral e comercial existente entre Brasil e China.

(30)

3 RELAÇÃO BILATERAL ESTABELECIDA ENTRE BRASIL E CHINA

Analisa-se que a China vem, atualmente, demonstrando-se como uma real potência emergente econômica no âmbito mundial. Deste modo ela passa a ser compreendida, a partir de uma nova etapa de sua história, enfatizada por meio de uma ascensão pacífica do país, designada a proporcionar maiores vantagens dentro de seu entorno, a partir das as relações estabelecidas com o exterior (BARBOSA, 2009).

Em face deste tipo de reordenamento do eixo econômico mundial no Brasil, a China, na adoção de distintas políticas e ações, tornou-se, no decorrer dos anos, o país com de maior parceria com o Brasil.

Observa-se que a recente ordenação do Conselho Empresarial Brasil-China associou amplas organizações empresariais chinesas e brasileiras, sendo considerado um elemento de relevância para o estabelecimento de uma relação bilateral entre os países ao proporcionar um tratamento mais estruturado e qualificado dentro do segmento comercial, porém, igualmente político ao propiciar a exultação recíproca dos concernentes interesses nacionais (TUSCO, 2010).

Assim sendo, este capítulo possui o objetivo de discorrer sobre a relação bilateral estabelecida entre Brasil e China, analisando seus preceitos fundamentais, conjeturas, e avaliação acerca dos produtos chineses frente ao Brasil, além de ponderar a respeito das exportações e importações efetivadas entre Brasil e China, de modo a inserir elementos basilares que estruturem a temática trabalhada.

3.1 Considerações iniciais acera de Brasil e China

Observa-se, em um primeiro momento, que o transcorrer dos últimos anos foi marcado por um intenso desenvolvimento dos países que compõe o bloco apontado

(31)

os BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia, China), sobretudo no que tange ao Brasil e à China dentro de um âmbito político-econômico internacional (BARBOSA, 2009).

Os países, Brasil e China, são enfatizados em razão de ambos terem alcançado um estreitamento de seus vínculos dentro do mercado mundial, mesmo que, em distintas vezes, o modo com o qual os mesmos tenham optado por esta inserção tenha sido diferente um do outro (TUSCO, 2010).

No momento atual pode-se observar que nos países em questão passa a ser justificado em face dos percursos por eles realizados no transcorrer da década de 1990.

Lo Lui (2010) explana que, no Brasil, poder-se-ia visualizar uma situação de economia de estabilização, que, igualmente, encontrava-se associada a uma peculiar situação denotada de stop and go, com índices de crescimento não superiores a 5% (cinco por cento) ao ano.

Paralelamente, a China sobressaiu-se em face de uma potencial eficácia em seu Produto Interno Bruto (PIB). Igualmente, arraigou-se às altas taxas de investimento de caráter direto externo, o que incitou um intenso crescimento no volume de exportação chinês, em decorrência da assistência aguda do Estado diante do controle da economia, além de um célere desenvolvimento de seu mercado interno (BARBOSA, 2009).

Lo Lui (2010) avalia que os efeitos desta associação de fatores tornaram-se, por sequentes períodos, acompanhados da propagação do PIB da China.

O autor, por meio das tabelas que se seguem, elucida o processo de desenvolvimento do PIB da China, quando c comparado ao PIB do Brasil no decurso da década de 1990.

TABELA 2:PIB DA CHINA NA DECADA DE NOVENTA

1990

1991

1992

1993

1994

3.80

9.20

14.20

14.00

13.10

1995

1996

1997

1998

1999

10.90

10.00

9.30

7.80

7.60

2000

2001

2002

2003

2004

8.40

8.30

9.10

10.0

10.10

(32)

2005

2006

2007

2008

2009

10.40

10.60

10.90

9.00

8.70

Fonte: Banco Mundial apud Lo Lui, 2010, p.56.

TABELA 3: PIB DO BRASIL NA DECADA DE NOVENTA

1990

1991

1992

1993

1994

-4.30

1.51

-0.47

4.67

5.33

1995

1996

1997

1998

1999

4.42

2.15

3.37

0.04

0.25

2000

2001

2002

2003

2004

4.29

1.32

2.61

1.27

5.72

2005

2006

2007

2008

2009

2.90

3.72

5.42

5.10

-0.2

Fonte: Banco Mundial apud Lo Lui, 2010, p.57.

Lo Lui (2010) avalia que, no que tange aos índices de exportação, a China se destaca por estar efetivando um processo de melhoramento constante em relação aos seus bens manufaturados que são destinados à exportação. Deste modo, os produtos advindos da China incluem-se em proporções consideráveis ao mercado em dimensão mundial por meio de seu grande valor agregado, decorrente dos acréscimos positivos de investimentos em produtos (TUSCO, 2010).

Lo Lui (2010) menciona que o volume de exportações em que o Brasil passou no período compreendido entre 1990 a 2004.

Foi fortemente atrelado a expansão do setor de commodities e a desvalorização da moeda nacional nesse período, o que faz com que o país se tornasse cada vez mais dependente das oscilações dos preços estipulados pelo mercado internacional (LO LUI, 2010, p.57).

Neste enfoque, observa-se que o que notadamente difere estes dois países dis respeito à função exercida pelas exportações e investimentos realizados no decorrer doa anos, uma vez que a China uniu-se ao curso de caráter expansivo de capital e de comércio exterior de forma a majorar seu desempenho em termos de produção, e, concomitantemente, o Brasil ficou estagnado às mudanças ocorridas no câmbio, o que, de certo modo, impediu que houvesse um maior volume de

(33)

investimentos e de desenvolvimento presumível do PIB, vinculando o Brasil às austeras políticas de ajuste monetário (TUSCO, 2010).

Segundo Lo Lui (2010), a China é designada como um país que apresentou uma acelerada industrialização, vivenciando uma modificação efetiva em sua base produtiva, e, em contrapartida, o Brasil obteve um processo de desindustrialização, impossibilitando que o mesmo diferenciasse sua estrutura industrial, bem como evitando uma elevação nos índices de competitividade nos setores de maior eficácia no comercio internacional (SULEIMAN, 2008).

A partir das tabelas a seguir, pode-se visualizar a importância de cada um dos três segmentos diante da ordenação do PIB nacional da China e do Brasil.

TABELA 4: PARTICIPAÇÃO DA CHINA EM CADA SEGMENTO NA COMPOSIÇÃO DO PIB (%)

Ano

2004

2005

2006

2007

2008

Agricultura

13.39

12.24

11.34

11.13

11.31

Serviços

40.38

40.08

39.98

40.37

40.07

Indústria

46.38

47.68

48.68

48.50

48.62

Fonte: Banco Mundial apud Lo Lui, 2010, p.57.

TABELA 5: PARTICIPAÇÃO DO BRASIL EM CADA SEGMENTO NA COMPOSIÇÃO DO PIB (%)

Ano

2004

2005

2006

2007

2008

Agricultura

6.91

5.71

5.47

5.82

6.40

Serviços

62.97

65.02

65.75

66.92

66.90

Industria

30.11

29.27

28.78

27.27

26.70

Fonte: Banco Mundial apud Lo Lui, 2010, p.58.

Nos dados relativos à China, explicitados pela tabela 3, pode-se perceber o caminho adotado pelo país após a inserção de políticas econômicas que foram perfilhadas pelo governo chinês, analisando-se , também, analisado a ocorrência de uma redução sequencial do segmento de agricultura diante da organização do PIB nacional, em que uma parcela é associada à ocorrência de um constante êxodo rural

(34)

com o transcorrer dos anos, enquanto outra é condicionada pelo total insuficiente de investimentos que foram designados ao segmento, quando cotejados com os outros. No que se refere à parte concebida pelo campo de serviços e industrial, analisa-se que os mesmos conjeturam a intensidade obtida pelos investimentos de ordem externa e a política de abertura comercial, sendo esta última centralizada, sobretudo, nas demarcações urbanas de todo o território chinês, e, dentro do segmento industrial, é notado o alcance de aumentados níveis de investimentos externos e política de abertura do comércio (LO LUI, 2010).

Conforme Lo Lui (2010, p.58), “nota-se a primeira vista que o setor da agricultura no Brasil, assim como na China, obtém uma parcela minoritária na composição do PIB nacional, todavia, o predomínio do setor secundário da economia é enormemente maior que o da indústria.”

De tal modo, a indústria tem desenvolvido seus índices em proporções gradativas com o decorrer dos anos, o que é explicado em face da ausência de competitividade deste segmento diante dos fatores de concorrência em âmbito mundial, em razão da demasiada burocracia, diante da qual este setor se encontra introduzido, além das elevadas taxas de impostos, dentre outros (TUSCO, 2010).

Diante das exposições, insere-se como relevante ao conteúdo discorrer a respeito da desmistificação dos produtos da China e sua relação comercial estabelecida com o Brasil, analisando suas bases e concepções, de maneira a fundamentar o contexto trabalhado.

3.2 Análise sobre os produtos chineses e sua relação comercial com o Brasil

Há de enfatizar-se, em linhas iniciais, que as informações fornecidas no transcorrer dos tópicos apresentam dados obtidos pelo FIESP no ano de 2008, e analisados pelos autores no transcorrer do texto, para a fundamentação do estudo, atuam de forma a embasar a relação comercial estabelecida entre Brasil e China, que será o objetivo de maneira mais sistemática no capítulo III.

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