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PROMOÇÃO E E DUCAÇÃO P ARA A S AÚDE EDUCAÇÃO P ARA A

SAÚDE NO SÉCULO XXI

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ÁTICAS

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B-LEARNING

EM EDUCAÇÃO PARA A

SAÚDE

Maria Lucinda Motta1, Ilídio André Costa2 & Maria dos Anjos Viana3

Resumo

O manual escolar (ME) de Ciências da Natureza e Ciências Naturais (CN) do 2.º e 3.º ciclos respectivamente, podem ser excelentes ferramentas de desenvolvimento de competências em Edu-cação para a Saúde (EpS) quando concebidos numa perspectiva socioconstrutivista e usados em contextos de aprendizagem por pesquisa. Neste trabalho apresentamos uma proposta para comple-mentar a utilização tradicional do ME impresso com o e-learning do ME virtual, em actividades de sala de aula ou de estudo individual. Pensamos que esta metodologia de blended learning

(b-learning ou aprendizagem híbrida), ao tirar o máximo partido do melhor que o ensino presencial

e a distância oferecem ao aluno, promove com sucesso a aprendizagem dos conteúdos de EpS, melhorando a qualidade de vida da comunidade escolar contemporânea para alcançar um estado de bem-estar/saúde positiva.

Palavras-chave

Manual escolar; educação para a saúde; blended learning.

IMPORTÂNCIA DO MANUAL ESCOLAR

O ME é uma ferramenta didáctica que funciona como elo de ligação entre o conhecimento e o aluno, sendo o instrumento mais importante de apoio ao estudo e, quase sempre, o único dos alunos (Gérard & Roegiers, 1998). Um bom ME é aquele que não transmite passivamente a informação, mas que oferece uma interacção entre o aluno e a informação, de modo a promover a actividade de pensar, adquirir e construir o conhecimento, independentemente dos conteúdos tratados (Oliveira, 1997). Actualmente, são vários os autores que corroboram os referidos estudos de há uma década.

Neves (2002) salienta a importância que o ME continua a ter no ensino-aprendizagem nas escolas e valoriza o papel do ME na construção do conhecimento pelos alunos. Porém, refere alguns constrangimentos do facto de o ME pelo qual o aluno estuda, nem sempre ser facilitador dessa construção, não difundindo uma imagem correcta da natureza da Ciência. A autora desenvolveu uma investigação que contribui para uma reflexão sobre a problemática da selecção de manuais de Ciências, atendendo à valorização que é dada ao ME no actual contexto educativo.

Constatando a utilização generalizada do ME no ensino básico, Leite (2003) chama a atenção para a exigência do ME não ser apenas uma compilação de conteúdos, mas apresentar um modo de os trabalhar que incentive alunos e professores utilizadores desse ME a percorrerem um verdadeiro caminho de construção do saber. A autora refere que se a escola pretende transformar o discurso científico num discurso didáctico compreensível para os alunos, é igualmente importante que aconteça o mesmo com os ME. Neste sentido, Leite (2003) frisa a importância de o discurso didáctico estimular nos alunos a curiosidade, o espírito de descoberta e de análise de situações da vida, em vez de os ensinar a, passivamente, receberem um conhecimento já feito, pelo que é igualmente importante que os ME cumpram estes requisitos. Apesar disso, é importante reconhecer 1. ES3 Aurélia de Sousa. bioterra56@gmail.com

2. EB2,3S D. Moisés Alves de Pinho. bioterra789@gmail.com 3. EB2,3 Paranhos. bioterra56@gmail.com

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que os ME nunca poderão ter em conta todas as situações relativas a contextos reais nem todas as características dos alunos a que se destinam. Por isso, a sua utilização tem de pressupor sempre um trabalho dos professores na adequação do discurso e dos processos de ensinar.

A crescente influência da sociedade de informação e do conhecimento na construção das aprendizagens é o agente mais mutagénico nas sociedades contemporâneas. Actualmente a aquisição do conhecimento não se realiza apenas na escola, sendo inúmeras as fontes informativas ao dispor dos alunos (Morgado, 2004). O ME reveste-se da maior importância no processo ensino-aprendizagem, constituindo-se como o recurso mais prático e acessível à maioria dos alunos, desempenhando um papel fundamental nas práticas educativas. O ME não só é o principal instrumento integrador de vários saberes científicos, como é o elemento articulador e regulador da teoria e prática curricular. Ao desempenhar uma função importante no controlo do ensino e do currículo, constitui, ao mesmo tempo, uma possibilidade de regulação do próprio trabalho dos professores. Assim, urge reflectir sobre as práticas curriculares, no sentido de as tornar mais atractivas e eficazes tendo como ponto de partida o aluno, como é defendido por Morgado (2004), pelo que os ME devem ter um carácter aberto e abrangente, incentivando o recurso a outras fontes de informação e estimulando o dinamismo e a interactividade dos alunos na construção das suas aprendizagens.

O ME é elaborado obedecendo e aplicando as orientações curriculares emanadas pelo Ministério da Educação que se inscrevem numa perspectiva construtivista (Lima & Gomes, 2006).

Os ME virtuais interrelacionam os conteúdos disciplinares com os inúmeros recursos digitais ao alcance do utilizador. Usando o ME virtual como ponte de acesso ao mundo da informação, será possível coadunar os interesses da escola e dos alunos que nela aprendem a aprender. Os novos meios tecnológicos são um enorme atractivo para a população estudantil, que neles vê um excelente recurso de aprendizagem mais autónomo, dinâmico, interactivo e actual. A mudança de atitude face a esta nova dimensão do ensino-aprendizagem potencia o desenvolvimento de competências e consequentemente prepara melhor os jovens para os desafios contemporâneos.

ENQUADRAMENTO DA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

A EpS é uma temática de carácter transversal, recém-introduzida no sistema educativo, que visa a melhoria da qualidade de vida dos adolescentes, potenciando um efectivo sucesso escolar. Ser saudável, nos dias de hoje, é estar informado, ser culto, ser assertivo, autónomo e solidário.

Embora ninguém saiba bem quais os melhores caminhos para chegar à tão propalada sociedade do conhecimento, é hoje claro que uma escola não pode “produzir” conhecimento se, a montante, não se consciencializar do importante papel que desempenha na promoção da saúde dos seus mais diversos actores. A escola não pode, assim, continuar a limitar-se a trabalhar conteúdos conceptuais. Ela deve, isso sim, formar cidadãos educados e produtivos mas também, e não sus menos importante, cidadãos satisfeitos. (Re)pensar a escola como uma via geradora de bem-estar pessoal e social é acreditar num currículo ecologicamente saudável, capaz de criar condições que garantam às novas gerações uma vida plena, activa e feliz (Diogo & Vilar, 2000). Esta escola em mudança é um dos conceitos recentemente mais debatidos em contexto escolar. Olhar a escola com outros olhos parece uma necessidade premente que se coloca a todos os agentes educativos. Paradoxalmente, os currículos escolares, a constituição de turmas, a sequência dos conteúdos programáticos têm-se mantido praticamente imutáveis. Por outro lado, o currículo oficial pouco debatido e por conseguinte esquecido, ao nível das escolas, tem ficado reduzido à leccionação

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411 dos programas disciplinares, longe de qualquer transversalidade que se esperava advir dos projectos curriculares de turma. O currículo supostamente traduzido e interpretado ao nível de cada turma, tem-se limitado à definição de competências específicas a desenvolver em cada disciplina, ao cumprimento das planificações e à participação nas actividades propostas no Plano Anual de Actividades da escola.

A reflexão sobre estas problemáticas leva a que, desde há vários anos, se debata a implementação da EpS no Currículo Nacional, tendo já sido equacionada a abordagem desta temática no contexto escolar, primeiro a nível disciplinar e mais recentemente transdisciplinar. Segundo (Rodrigues, 2006, p. 137) “a regra máxima é que estamos perante uma questão transversal e interdisciplinar, que não pode ser atacada por profissionais de saúde de forma isolada”. Este apelo à interdisciplinaridade está já, mesmo, consagrado no Currículo Nacional do Ensino Básico. Por um lado, este documento identifica as competências de carácter geral a desenvolver ao longo dos nove anos de escolaridade. Por outro, especifica quais são os temas transversais às diversas áreas disciplinares: educação para os direitos humanos, educação ambiental, educação para a saúde e o bem-estar, em particular, a educação alimentar, a educação sexual e a educação para a prevenção de situações de risco pessoal. Para além disso, de acordo com o Programa das Ciências Físicas e Naturais, no tema “Viver Melhor na Terra” dever-se-ão abordar assuntos que se relacionem com a discussão de situações envolvendo riscos para a saúde (álcool, tabaco) e a necessidade de hábitos de vida saudáveis. Assim, os programas ao longo do 1.º, 2.º e 3.º ciclos apresentam conteúdos na área da saúde e da protecção da saúde. É esta ponte interdisciplinar, veiculada pelo programa, que fundamenta a nossa opção de abordar, nas Ciências da Natureza e Ciências Naturais, a EpS, utilizando, para tal o b-learning.

A implementação da EpS revela a escola, em geral, e o professor, em particular, como eixos fulcrais na promoção da saúde da comunidade educativa. Uma escola promotora de saúde integra esta temática num programa global de escola, quer nas áreas curriculares quer ao nível do currículo oculto (Rodrigues, Pereira, & Barroso, 2005). Urge à escola adoptar um projecto educativo que defina linhas orientadoras no sentido de incluir a temática da EpS, no projecto curricular de escola/agrupamento e consequentemente nos projectos curriculares de turma. Como é referido no Relatório Preliminar do Grupo de Trabalho de Educação Sexual (2005, p. 4) “preconiza-se o estudo, reorganização e revitalização dos curricula das disciplinas do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico na perspectiva da Educação para a Saúde. Esta revitalização deverá ter carácter obrigatório com implicações a nível do desenvolvimento curricular, das disciplinas do projecto de turma e da avaliação dos alunos”.

Esta recente implementação da EpS surge, assim, como um foco inovador, numa tentativa de revitalizar o currículo, sugerindo práticas transversais no domínio desta temática. Na verdade, no decurso de uma medida de política educativa de promoção do sucesso educativo, surge o paradigma actual da EpS, contextualizado pelo despacho n.º 19737/2005, 2.ª série (Ministério da Educação). Nele elege-se a escola como principal agente promotor da saúde individual e comunitária dos adolescentes: “de entre os objectivos prioritários de política educativa, o XVII Governo Constitucional consagrou no seu Programa a adopção de medidas atinentes à promoção da saúde global da população escolar, nomeadamente quando refere que de «entre as múltiplas responsabilidades da escola actual estão a educação para a saúde, para a sexualidade e para os afectos»”. Por sua vez, o Despacho do Secretário de Estado da Educação Valter Victorino Lemos de 27/09/2006 (Ministério da Educação) define temáticas prioritárias para a EpS, a saber: alimentação e actividade física; consumo de substâncias psicoactivas; sexualidade; infecções sexualmente transmissíveis, designadamente VIH-Sida; violência em meio escolar.

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um currículo para a contemporaneidade, capaz de dotar os aprendentes das competências essenciais que os tornem mais felizes e saudáveis. Tomando como conteúdo constitutivo a EpS, poderemos promover a aprendizagem significativa (Costa, 2005), partindo de um tema baseado em centros de interesse dos alunos e proporcionando, ao mesmo tempo, um meio privilegiado de partilha entre o sujeito e o objecto da aprendizagem. Visto a saúde ser um bem a desenvolver por todos, a EpS dá corpo a um conteúdo constitutivo baseado nos interesses e motivações dos discentes, sendo um dos mais adequados e passível de sucesso educativo (Vilar, 2006). Vendo a saúde como um estado de completo bem-estar físico, social e mental, a EpS poderá vir, assim, a tornar-se como o núcleo central do modelo didáctico que melhor serve educadores e educandos, criando ambientes de aprendizagem mais felizes e completos. Crescer num ambiente escolar saudável permite a construção de aprendizagens significativas e o desenvolvimento de competências, atitudes e comportamentos adequados.

Centralizar o currículo na EpS permite abordar e explorar uma área do interesse de todos, melhorando a qualidade de vida individual e da comunidade escolar. Ser saudável, nos dias de hoje, é estar informado, ser culto, ser assertivo, autónomo e solidário. A EpS, pela sua própria pertinência, é um dos temas interdisciplinares que estimula o trabalho cooperativo, possibilitando que os alunos planifiquem e organizem as suas intervenções, potenciando o desenvolvimento do indivíduo a pessoa. É também importante realçar que este tipo de conteúdo constitutivo é transversal, organizando a prática docente ao longo de um período alargado de tempo (Vilar, 2006). O papel da EpS parece ser fundamental em todo este processo de renovação escolar, orientando o aluno como agente activo da sua aprendizagem. A EpS deve contribuir para uma maior autonomia do objecto de aprendizagem, como refere Roldão (1999, p. 27), “apetrechar os indivíduos com competências de vária ordem, que poderão mobilizar e gerir nos seus próprios percursos pessoais”.

Equacionando o currículo como um projecto, o papel da EpS surge como um pilar estruturante na construção e gestão de uma unidade flexível mas fortemente coerente, do sistema escolar. Cabe, desta forma, aos professores gerir esta nova área, adequando-a a cada situação específica e contexto particular. Como é sublinhado por Uva (2006, p. 46), “os professores são – embora não sendo os únicos – os agentes decisivos do processo educativo e dos seus resultados. É nas escolas, e por decisão fundamentada dos professores, que é possível construir o currículo real, o projecto curricular de cada escola.”

Segundo o relatório da OMS, Health for All in the 21st century (Ministério da Saúde, 2004), aproximadamente 95% dos jovens dos ensinos básico e secundário deverão, até 2015, frequentar escolas promotoras de saúde. Crescer num ambiente escolar saudável permite a construção de aprendizagens significativas e o desenvolvimento de competências, atitudes e comportamentos adequados e com menores riscos para a saúde individual e comunitária. A escola é, assim, o espaço ideal para que os adolescentes possam, em parceria com os seus professores, desenvolver atitudes promotoras de saúde. Como é referido no Plano Nacional de Saúde (2004, p. 46): “uma escola promotora de saúde é a que garante a todas as crianças e jovens que a frequentam a oportunidade de adquirirem competências pessoais e sociais que os habilitem a melhorar a gestão da sua saúde e a agir sobre os factores que a influenciam. Para isso, são indispensáveis parcerias, procedimentos democráticos, metodologias participativas e desenvolvimento sustentado”.

METODOLOGIA BASEADA EM BLENDED LEARNING

A diversidade de capital intelectual dos alunos que actualmente frequentam a escolaridade obrigatória, exige a produção de conteúdos interactivos e adaptados aos

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O e-learning é um método tecnológico educacional, cujos conteúdos são interactivos em formato multimédia e distribuídos, segundo Lima (2008): “via Internet, Intranet ou suportes magnéticos ou ópticos (sendo os mais comuns CD-ROM e DVD-ROM). O termo abrange genericamente a “aprendizagem baseada na Web” (“Web-based learning”), a “aprendizagem baseada na Internet” (“Internet-based learning”), a “aprendizagem em linha” (“online learning”), o “ensino distribuído” (“distributed learning”) e a “aprendizagem baseada no computador” (“computer based-learning”)”.

Tratar a EpS numa vertente de e-learning baseia-se numa metodologia interactiva de netforuns, caixa de perguntas electrónica, atendimento on-line, rentabilizando todos os recursos existentes numa e-escola que se quer aberta ao mundo. Aprender electronicamente é ter acesso a um universo de informação à velocidade da luz. A escola do futuro promotora da saúde é concerteza a e-escola dos desafios contemporâneos das plataformas moodle e dos blogues temáticos que centram a aprendizagem nos alunos, na melhoria da qualidade vida (Educational Council of Europe, 2008).

A articulação do ME de CN, instrumento base do aluno com as novas tecnologias de comunicação, particularmente orientada no contexto sala de aula, motiva e facilita o desenvolvimento dos saberes em uso, ao longo da escolaridade básica, tornando o aluno progressivamente mais capaz de alcançar algumas competências gerais, definidas no documento da Reorganização Curricular (Ministério da Educação, 2002, p. 23):

Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a •

realidade e para abordar situações e problemas do quotidiano;

Usar adequadamente linguagens de diferentes áreas do saber cultural, científico •

e tecnológico para se expressar;

(6) Pesquisar, seleccionar e organizar informação para a transformar em •

conhecimento mobilizável;

(8) Realizar actividades de forma autónoma, responsável e criativa. •

Desenvolver as competências de EpS numa perspectiva de b-learning, conjugando a aprendizagem via manual escolar com e-learning, corresponde às expectativas das escolas actuais, permitindo abordar e explorar uma área do interesse de todos no sentido de melhorar a qualidade de vida pessoal e social da comunidade escolar (Arends, 2008). Uma educação para a contemporaneidade que se deseja numa escola do futuro também designada por e-escola, deverá ter como eixos fundamentais a promoção da saúde escolar e o recurso às novas tecnologias de comunicação, utilizando como principal ferramenta de comunicação a Internet e o acesso a uma plataforma de aprendizagem moodle, (Ministério da Educação, 2005). O recente programa e-escolas defende que se a educação é crucial para o desenvolvimento de qualquer sociedade, o acesso à Internet em Banda Larga é a folha branca dos estudantes de hoje. A mochila está rapidamente a ser substituída pelo computador e os quadros electrónicos já convivem em algumas escolas portuguesas, lado a lado com os tradicionais quadros negros a giz, (Portugal Telecom, 2008).

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do utilizador que tornam os microcomputadores uma excelente e eficaz ferramenta para qualquer tipo de trabalho ou projecto a desenvolver na e-escola. O software de processadores de texto, folhas de cálculo e bases de dados do Microsoft Office permitem a qualquer jovem a elaboração de inquéritos em MSWord, lançamento de dados em MSExcel, criação de bases de dados em MSAcess e elaboração de gráficos em MSChart, o que indubitavelmente torna a aprendizagem em Saúde Escolar, mais atractiva e motivadora.

Educar para estilos de vida saudáveis, no sentido de melhorar a qualidade de vida da comunidade escolar passa por motivar os jovens adolescentes a investir no próprio capital de saúde. As novas tecnologias de informação e comunicação actualmente ao dispor das comunidades escolares cativam os alunos e potenciam a interiorização das aprendizagens, como é referido por Lima e Capitão (2003, p. 23): “…constata-se que a evolução tecnológica atingiu patamares de sofisticação muito altos, conduzindo à proliferação de ferramentas com capacidades muito aliciantes de produção de e-conteúdos, sendo mais provável que as exigências ou expectativas dos alunos que frequentam cursos de e-Learning e e-Conteúdos sejam maiores do que as dos alunos que frequentam cursos presenciais. Por outro lado, conteúdos mais ricos e mais estruturados criam uma motivação maior e fomentam a aprendizagem”.

As simulações de computador, os CD-ROM e os sítios da Web virtuais são meios poderosos para trazer o mundo exterior para dentro da escola. A criação de blogues temáticos, a participação em projectos on-line e a pesquisa avançada com motores de busca agregadores, facilita e promove a aprendizagem electrónica em EpS – e-Health. São inúmeros os sítios da Web onde os alunos podem beber informação e candidatar-se a projectos, aprender interactivamente ou concorrer a concursos relacionados com a temática da EpS, como alimentação, hábitos alimentares, energias alternativas numa escola de futuro, aprendendo interactivamente e integrando a geração do século XXI que aprende na mobilidade. As páginas do manual escolar, exemplificadas, demonstram claramente a riqueza do b-learning ao dispor dos alunos.

MANUAL ESCOLAR VIRTUAL

Utilizamos o ME de Ciências da Natureza Bioterra 6 da Porto Editora (Motta, Viana, & Isaías, 2004) para exemplificar algumas das funcionalidades do manual virtual. Implementamos links através de XHTML/CSS/Javascript em determinados locais das imagens ou legendas de tal forma que o aluno, ao passar o rato possa abrir páginas da

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CONCLUSÃO

Aproveitar a Educação para a Saúde como flexibilizadora e dinamizadora de projectos, ao nível das instituições escolares, parece ser um dos rumos mais seguros a seguir para a construção de um currículo para a contemporaneidade, capaz de dotar os aprendentes das competências essenciais que os tornem mais felizes e saudáveis. A rentabilização do manual escolar de Ciências da Natureza e de Ciências Naturais, em contexto de blended

learning, contribui para desenvolver nos alunos as competências necessárias para

promover uma construção do conhecimento mais partilhada e mais contextualizada.

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