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GF CAP mod2

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Academic year: 2021

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(1)FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO •. • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial.

(2) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. •• C APÍT UL O II • SI MUL AÇ ÃO P E DAGÓGI C A I NICI AL. • Object ivos - Exercitar competências na área da preparação, animação e análise de sessões de formação; - Preparar, implementar e avaliar sessões de formação; - Identificar os principais aspectos pedagógicos do processo de ensino-aprendizagem; - Comparar o nível de competências adquiridas com o desempenho demonstrado no início da acção; - Propor estratégias pedagógicas alternativas e diversificadas.. • Metáf ora “O E spel ho ” O espelho possibilita confrontos, desconcerta, desenha rasuras no rosto, impulsiona movimentos, provoca fluidez nesse “invólucro chamado corpo”, dentro do qual não passamos de “inquilinos solitários” (NOLL, 1999:79). Quantos espelhos de palavras, de pessoas, de lugares, de coisas que não mais nos verão? Quantos reflexos não ousamos olhar? Imagens tantas que não puderam ser sentidas profundamente pelo olhar, tantos são os espelhos pelos quais passamos pela vida, em quantos e de que maneira ficamos? Presos como em um quadro ou moventes como as paisagens? Cristina Silva (2005). São várias as histórias, nomeadamente as infantis, que nos seus enredos apresentam referências, comparações e metáforas ligadas ao espelho. Este assume, muitas vezes, a ideia de "Verdade". Basta recordar uma célebre fala da madrasta de Branca de Neve frente ao objecto: "Dize a pura verdade, dize, espelho meu: há no mundo mulher mais bela do que eu?" (GRIMM, 2000:358). Neste sentido, o espelho, em seus diferentes tamanhos, simboliza a verdade da alma. Utiliza-se o recurso a metáforas através do instrumento que reflecte o outro lado de uma realidade: "Sinto medo do avesso" (RF, 1991:8).. •2 •.

(3) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. • I ntrod ução “Sabemos muito mais do que aquilo que sabemos saber” (Michael Polanyi). Olhar para nós mesmos é uma tarefa muito difícil de executar, pois o confronto com as nossas características, boas e más, nem sempre é por nós bem perspectivado. Ouvir críticas sobre as nossas performances sejam elas de carácter formal ou informal, é outro dos aspectos nada fáceis de se lidar. Apesar de não serem bem encaradas, são actividades necessárias, não só para crescer a nível profissional, mas principalmente para o nosso progressivo amadurecimento pessoal. Claro que cada um de nós é um indivíduo, com um complexo conjunto de perspectivas que nos tornam únicos. Todos nós desenvolvemos diferentes formas de fazer as coisas, à medida que vamos progredindo na vida. No entanto, se nos entregarmos, mesmo que seja, à mais ligeira maneira de observar as pessoas, iremos notar que somos diferentes em formas reconhecidamente similares. Guy Claxton & Bill Lucas (2006) In “Seja criativo”. Apesar da diversidade que nos caracteriza, é verdade que em certas ocasiões é necessário aprender a funcionar de modo constante. Em contexto de formação, qualquer profissional, não obstante as suas características pessoais deve adoptar um comportamento que o identifique como um bom formador. Como será este aspecto conseguido? É certo que só pela experiência adquirimos competências e a prática necessária ao exercício de uma qualquer função, no entanto, há hipótese de efectuar um treino prévio antes de se dar início à actividade de formação propriamente dita. Este capítulo será relativo à fase da Formação em que o formando terá a possibilidade de perceber, na prática, quais os condicionalismos inerentes à actividade do Formador. O formador é “o profissional que, na realização de uma acção de formação, estabelece uma relação com os formandos, favorecendo a aquisição de conhecimentos e competências, bem como o desenvolvimento de atitudes e formas de comportamento, adequados ao desempenho profissional." Decreto Regulamentar nº 66/94, de 19 Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Regulamentar nº 26/97, de 18 de Junho). Cada vez mais, são exigidas funções diversas ao formador para as quais ele tem de responder oportunamente e com consciência. Um formador não é apenas um transmissor de informação, mas antes de mais deverá ser um excelente comunicador.. •3 •.

(4) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. Chegou o momento que os formandos terão de, eles próprios, por em prática tudo o que aprenderam sobre o que consideram ser um formador. Para tal é-lhes exigido que simulem uma situação, o mais próxima possível da realidade pedagógica. A técnica utilizada para este fim é apelidada de “Simulação” e pretende-se que através dela, o formando “encarne” o papel de formador, tendo posteriormente a oportunidade de observar o seu desempenho e de melhorá-lo numa segunda simulação.. • A S abe r 1 - S i mulação Ped agóg ica I nicia l: o c onc eito A Simulação pedagógica Inicial consiste na preparação e desenvolvimento de uma sessão de formação simulada, registada com o auxílio da técnica de filmagem e a discussão em grupo dos comportamentos pedagógicos observados mais relevantes, bem como o diagnóstico das competências demonstradas e a adquirir. A simulação apresenta objectivos, sendo um deles geral, e o outro específico. Objectivos: •. Gerais:. Preparar e apresentar uma sessão pedagógica simulada de acordo com as informações e características pessoais de partida para este tipo de actuações. •. Específicos:. - Observar e analisar desempenhos em situação pedagógica. - Identificar e descrever as principais aptidões na preparação e desenvolvimento de uma sessão de formação. - Identificar comportamentos pedagógicos a adquirir ou a melhorar. - Desenvolver a capacidade de auto-análise em grupo.. 2 - A T écnica da Auto scop ia Cita nd o … “A Autoscopia não é apenas um espelho que reflecte a nossa imagem. É um espelho de feira de diversões, deformante, tenebroso, divertido e inesperado”. A Autoscopia inclui-se na técnica de simulação.. •4 •.

(5) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. 3 - Autosc opia : o co nce ito Cita nd o … “ (…..) Quem é essa peça Tão indefinível De quem visto a pele E habito a carcaça?” (Eliane Stoducto). O q ue s ig nif ica “ Autosco pia ”? Etimologicamente e genericamente pode, assim, definir-se a autoscopia como um “olhar para si próprio”. É o confronto do formador com a sua própria imagem. É uma observação diferida de si mesmo. Observando-se o formador aprende a olhar-se à distância. A análise feita permite apreciar as distâncias entre o que se queria fazer e o que se fez, e ajuda a encontrar as causas desta distância. O objectivo parece ser claro: uma observação o mais possível objectiva dos comportamentos para o reajustamento dos mesmos. Assim, torna-se evidente uma das grandes potencialidades que o registo em vídeo permite: facultar e facilitar a mudança de comportamentos de quem é filmado em situação de formação. O registo em vídeo da sessão de formação ou outro tipo de sessões previamente planificadas permite que o formador faça uma análise do seu trabalho, ajudado pelos colegas de formação. Para Rosado (1990) a videogravação é uma técnica que permite a construção de uma representação do real, como espaço, tempo, objectos, personagens, assim como dos seus movimentos, das suas acções e interacções. Essa linguagem possibilita a consciência do real e possui componentes afectivos e cognitivos. Ana Maria Sadalla & Priscilla Larocca (2004) In “Autoscopia: Um procedimento de pesquisa e formação”. Para que a técnica da autoscopia conduza a uma forma eficaz de aprendizagem, deve existir, por parte dos formandos, implicação e envolvimento em todo o processo bem como uma adequada gestão das interacções, por parte do formador/animador. O grupo em formação deve sentir-se co-responsável pela sua própria progressão na aprendizagem. Em suma, a técnica da autoscopia deve ser entendida como um processo que permite diagnosticar comportamentos e atitudes pedagógicas no qual a integração da auto e hetero imagem deve resultar em crescimento pessoal e profissional.. •5 •.

(6) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. Esta técnica tem sido utilizada de forma bastante vantajosa nos mais diversos contextos: • • • • •. Preparação de pessoas que assumem cargos públicos; Formação de artistas; Formação na área do Saber / Saber Fazer; Formação profissional que apela à interacção e à dinâmica de grupos – área do Saber / Ser. Formação pedagógica de formadores;. A utilização desta técnica na formação pedagógica de formadores consiste na preparação e simulação gravada de uma sessão de ensino-aprendizagem, com vista à análise do desempenho obtido.. 4 - Fi nal idad e da Autosc opia , ou s eja , pa ra q uê s e util iza a a ut oscop ia ? - Treinar competências na área da preparação, animação e análise de sessões de formação. - Desenvolver capacidades de crítica, de síntese e de trabalho em grupo. - Diagnosticar comportamentos pedagógicos a melhorar.. 5 - Real izaçã o da Autosc opia Importa agora referir como se processa a Autoscopia no contexto de formação profissional. Ora, a autoscopia realizada para formação dos formadores baseia-se, em geral, na simulação das sessões. Assim, cada formador em formação simula uma sessão, desempenhando os colegas do grupo o papel de formandos. Variando por vezes na ordem das operações, o esquema seguinte representa as fases da autoscopia. a) Preparação b) Desenvolvimento c) Visionamento d) Análise e) Síntese. a) P repa raçã o Uma vez clarificados os objectivos e o processo da autoscopia, os participantes preparam as suas sessões. É importante ter em conta nesta fase:. •6 •.

(7) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. •. O tema da sessão; a escolha deve ser simples para que o trabalho se centre, preferencialmente, na forma de condução da sessão, relegando para segundo plano o conteúdo. Ex.: preenchimento de um cheque, preparação de um cocktail, como transplantar uma planta, etc…. •. A definição da população-alvo; estabelecimento do perfil dos participantes na sessão: nível etário, habilitações literárias, situação profissional, pré-requisitos dos destinatários.. •. Duração da sessão que deve ser curta, de 5 a 10 minutos, de forma a que o visionamento, análise e síntese não se torne muito moroso e fatigante para o grupo. No entanto, a sessão deve compreender todas as etapas necessárias para a consecução dos objectivos visados.. •. Elaboração de um plano de sessão - na autoscopia inicial poderá ser apenas um esquema simples que inclua os objectivos, o conteúdo e o desenvolvimento previsto. Na autoscopia final, o plano terá uma forma progressivamente complexa e rigorosa, que facilite ao formador um suporte pessoal e consistente para o desenvolvimento da sessão.. •. Organização dos materiais e meios de apoio à sessão; selecção ou concepção dos materiais que o formador considere úteis ou motivadores para o assunto específico da sua sessão. Deve igualmente ter-se em conta antecipadamente os auxiliares pedagógicos a utilizar: quadro, retroprojector, vídeo-projector, câmara de vídeo, leitor de vídeo, computador, televisão, etc…. b) D ese nvo lvi me nto Antes do início da sessão, cada formador deverá clarificar a população-alvo, estabelecendo um contrato com os colegas que desempenharão o papel de formandos durante essa mesma sessão. O formador deve cumprimentar os formandos / público e dar a conhecer o assunto ou tema que vai ser tratado ao longo da sessão. Deve seguidamente comunicar os objectivos da sessão e fazer uma breve introdução ao tema, de forma a motivar. Em suma, ter em conta os factores facilitadores da aprendizagem. Os restantes participantes e o animador anotam alguns aspectos observados, numa perspectiva de detecção dos pontos fortes e fracos da sessão. Simultaneamente, proceder-se-á à gravação vídeo, por um dos elementos do grupo (rotativo), de forma a enquadrar globalmente a situação.. c) V isi o na me nto Nesta fase cada formador em formação assiste ao registo da sua sessão, integrado no grupo. •7 •.

(8) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. É este o momento em que cada formador se confronta com a sua imagem, enquanto monitor de uma sessão de formação, é a oportunidade de rever os seus comportamentos e de registar os aspectos mais e menos positivos. Os restantes participantes e o animador podem, através do visionamento, confirmar as impressões recolhidas durante o desenvolvimento.. d) Análi se Através da utilização de grelhas de análise previamente escolhidas, o “formador” faz uma análise crítica da sua prestação, seguida das críticas (positivas e/ou negativas) dos restantes elementos e, finalmente, das do animador, de forma a integrar os pareceres manifestados e a acrescentar os aspectos relevantes ainda não focados.. e) S ínt es e No final do processo de autoscopia é indispensável que cada participante reconheça os pontos fortes e fracos relativos à sua sessão, identificando quais os aspectos a melhorar na sua acção pedagógica. Este objectivo pode ser conseguido através do preenchimento de uma grelha de análise, resultado da reflexão individual, diálogo do grupo e apoio do animador. 6 - V a ntage ns e D esva nt age ns da Si mul ação Ped agógica I nic ial Va ntage ns • • • •. O vídeo funciona como espelho; Permite uma transformação intencional dos comportamentos; Promove a aceitação e gestão da auto-imagem do sujeito; Permite a análise e exploração das interacções pedagógicas.. Desv a ntage ns É uma situação de avaliação: • • •. Que pode alterar os comportamentos Pode inibir ou exacerbar performances Algumas pessoas podem não demonstrar as suas reais capacidades. 7 - Se gund a S i mulaçã o P edagóg ica Explicadas as finalidades da 1ª Simulação Pedagógica, importa agora referir a pertinência de se efectuar uma segunda Simulação.. •8 •.

(9) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. O que foi analisado durante a primeira simulação será decisivo nesta segunda fase, pois é a partir da prática pedagógica sem recurso à planificação formalmente elaborada, que se vai compreender o que de facto deve ser melhorado. Significa que a planificação será um dos contributos fundamentais para o êxito da 2ª simulação, uma vez que irá possibilitar a sua preparação pedagógica. A partir deste momento pressupõe-se que todos os formandos devem estar em condições de desenvolver e avaliar micro-sessões de formação videogravada. Pretende-se agora apresentar o “produto” deste longo trabalho de preparação, uma vez que a planificação está pronta, os materiais auxiliares pedagógicos concluídos e as dúvidas esclarecidas. O formador terá de ter em conta alguns critérios para avaliar os formandos aquando da Simulação Pedagógica Final: • • • • • • • • • • • • •. Domínio do assunto; Comunicação dos objectivos; Verificação dos pré-requisitos; Métodos e técnicas pedagógicas; Motivação; Actividades dos participantes; Facilitação da estruturação do conteúdo; Utilização dos recursos didácticos; Interacção com o Grupo; Comportamento Físico; Auto-confiança; Verificação dos resultados da aprendizagem; Gestão do tempo.. 8 - C o mo se rá orga nizad o e ste proces so de a utos copia ? Terão de ser considerados alguns aspectos na Simulação Pedagógica Final, sem os quais a sua prática não seria possível. Assim será importante explicá-los detalhadamente:. 8.1 - A p res e nça d o fo rmad or Como o formador é o centro das atenções, deve transmitir uma postura calma e de à-vontade. Também, ao mesmo tempo que passa uma sensação de firmeza, tem que conseguir ser descontraído.. •9 •.

(10) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. Salientam-se as seguintes dicas promotoras de um bom desempenho por parte do formador: • • • • • • • •. Nunca se colocar atrás de algo; Manter o contacto visual com os formandos; Demonstrar abertura para o diálogo; Não ser monocórdico; Utilizar registos de voz claros e nítidos; Utilizar uma linguagem corporal que suporte a sua comunicação verbal; Ser firme e assertivo; Adoptar uma postura próxima.. 8.2 - A Rel ação pedag ógic a Este é outro dos aspectos cruciais para o sucesso da formação, no sentido que é o tipo de relação que o formador estabelece com o grupo de formandos que irá condicionar positiva ou negativamente todo o ambiente pedagógico. Naturalmente, no decorrer da formação há lugar para muito tipo de emoções, sejam elas de empatia ou de rejeição, contudo o formador terá de saber gerir este cenário da melhor forma, para evitar ao máximo situações conflituosas. Assim, deixam-se aqui alguns investimentos pedagógicos que o formador poderá fazer: •. Dirigir-se aos formandos tratando-os pelo nome;. •. Estimular as intervenções dos formandos, propiciando momentos de debate de ideias e discussões temáticas, sempre com respeito mútuo;. •. Utilizar sempre que possível o reforço positivo nas intervenções dos formandos, focando o lado positivo das suas respostas, ao invés de salientar o que está mal. Irá estimular o entusiasmo e a auto-confiança dos formandos;. •. Aproveitar as respostas dos formandos para realizar sínteses parciais ao grupo;. •. Não abandonar os formandos durante muito tempo;. •. Marcar a presença exercendo um papel de regulador de toda a actividade dos formandos;. •. Ser um animador, facilitando as permutas e os climas de grupo;. •. Provar que todos os formandos são merecedores da sua atenção;. • 10 •.

(11) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. •. Não encarar as perguntas como um teste à sua competência, mas como uma forma de se relacionar com os formandos, em que eles pedem informações que devem ser transmitidas sem hostilidade e com naturalidade;. •. Face a comportamentos inesperados ou imprevistos, adoptar sempre uma postura equilibrada e sensata.. 8.3 - O de se nrola r da se ssã o O desenrolar da sessão está intimamente ligado ao nível de motivação dos formandos. E porquê? Os primeiros momentos passados com os formandos e a forma como o formador introduz a sessão vão influenciar o cenário formativo, exercendo aqui um papel fundamental a forma que utiliza para captar a motivação dos formandos. A partir daqui o grupo irá ou não sentir-se implicado no processo formativo. Depois da sessão devidamente preparada, através da validação do plano (preenchimento de uma a grelha para o efeito), deve apresentar os objectivos no início da sessão. Como agir no desenrolar da sessão? •. Manter um ritmo adequado ao perfil dos formandos;. •. Realizar sínteses parciais sempre que necessárias, e uma síntese final de toda a sessão;. •. Para uma correcta gestão do tempo – distribuição equilibrada pelas actividades a desenvolver e pelos momentos essenciais da sessão – não dar importância a aspectos acessórios, enfatizando de preferência os essenciais;. •. Tentar ser um profissional organizado e metódico, apresentando um desenrolar lógico e estruturado da sessão.. 8.4 - Os Recursos D idáct icos Os recursos didácticos utilizados são de extrema importância para a forma como se irá percepcionar o que está a ser transmitido. Assim, uma sessão será tanto mais rica a nível pedagógico, quanto mais sóbrios e claros forem os auxiliares pedagógicos. Para o sucesso garantido da simulação pedagógica, ou de outro tipo de apresentação, será conveniente verificar antecipadamente as condições de funcionamento dos materiais e/ou prepará-los convenientemente. Porém, salienta-se que os recursos didácticos são instrumentos que irão servir de suporte e de apoio ao trabalho desempenhado pelo formador, e nunca substitutos da sua função. • 11 •.

(12) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. 8.5 - A vi deog ravaç ão d as se ss ões Esta fase é aquela que se reveste de menos complexidade, no entanto é natural colocaremse algumas questões que convém serem esclarecidas: •. No caso dos formandos fazerem questão de serem os primeiros ou os últimos a serem filmados…. Convém ressalvar que, não é pelo facto de ser o primeiro ou o último que alguém sairá beneficiado, pelo que se pretende que todos obtenham ganhos através das apreciações dos vários elementos do grupo. Também este aspecto deverá estar previamente fixado pela organização do curso e formadores, e combinado entre todos para evitar estes problemas. •. Onde colocar a câmara de filmar?. Depende das condições espaciais, porém se forem as mais adequadas, a câmara deve ser colocada no fundo da sala, numa posição central, de maneira a evitar que o formador em demonstração seja forçado a procurar a câmara. -. Quem deve filmar? Depois de explicado o funcionamento da câmara, a política mais eficaz seria a de rotatividade para proporcionar a participação de todos os intervenientes neste processo.. •. O visionamento. No final visionar-se-á todas as sessões para se proceder à auto e hetero-análise das mesmas, reflectindo sobre os comportamentos observados ao longo das simulações. Como proceder? Será então mais correcto visionar uma sessão de cada vez, para que no final de cada uma se proceda imediatamente à sua auto e hetero-avaliação seguidas do preenchimento da respectiva grelha de observação/avaliação. A escolha da grelha mais adequada será deixada ao critério de cada formador, consoante a sua experiência e sensibilidade própria, sempre ajustando às características do público-alvo e aos objectivos do curso. Como já foi referido, o facto de ser o último ou o primeiro a ser visionado não trará vantagens ou desvantagens, pelo facto do objectivo colectivo suplantar os objectivos individuais. Isto significa que a autoscopia pretende ser uma técnica de enriquecimento pedagógico, uma vez que se aprende analisando as prestações dos outros.. • 12 •.

(13) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO II . Simulação Pedagógica Inicial. Existem algumas regras úteis no desenrolar deste processo: •. O formando cuja simulação acabou de ser finalizada deve fazer a auto-avaliação, ou seja, referir a forma como se viu, os aspectos que julga estarem adequados e aqueles a melhorar ou a aperfeiçoar (fase da autoscopia, de auto-análise, de se ver ao espelho);. •. Seguidamente os outros elementos do grupo fazem as suas apreciações (fase de hetero-análise);. •. O formando que realizou a autoscopia tomará então as notas que considere serem as mais relevantes para realizar uma síntese final de tudo o que foi dito pelo formador ou pelos formandos, e que permitirá complementar ou refutar as apreciações feitas ao seu desempenho.. • S ínt ese. • A simulação pedagógica é uma técnica que contribui eficazmente para o aperfeiçoamento das performances pedagógicas do formando como futuro formador; • Através da filmagem das performances de cada um (autoscopia) os formandos irão ter o feedback dos seus desempenhos (hetero-avaliação), assim como terão hipótese de avaliar os seus próprios contributos (auto-avaliação); • A autoscopia funciona como se fosse um “espelho”, dando a oportunidade aos formandos de olharem para si próprios; • Das inúmeras vantagens que esta técnica apresenta, destacam-se as principais: - Permite uma transformação intencional dos comportamentos; - Promove a aceitação e gestão da auto-imagem do sujeito; - Permite a análise e exploração das interacções pedagógicas.. • 13 •.

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