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Light Steel Framing: um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

LIARA JARDIM SANTOS

LIGHT STEEL FRAMING: UM ESTUDO DO MÉTODO CONSTRUTIVO

E ANÁLISE DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE

OBRA

Ijuí 2017

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

LIGHT STEEL FRAMING: UM ESTUDO DO MÉTODO CONSTRUTIVO

E ANÁLISE DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE

OBRA

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Paula Weber Prediger

Ijuí 2017

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

LIGHT STEEL FRAMING: UM ESTUDO DO MÉTODO CONSTRUTIVO

E ANÁLISE DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE

OBRA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 04 de dezembro de 2017

Prof. Mestre Paula Weber Prediger Mestre pela Universidade de Passo Fundo Prof. Mestre Lia Geovana Sala Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Fernando Wypyszynski

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

Dedico este trabalho primeiramente à Deus e em segundo lugar aos meus familiares, noivo, amigos e professores que de alguma forma me ajudaram a chegar até aqui.

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

À Deus, que dentre todos esses anos me proporcionou força para estar sempre de pé, enfrentando todos os obstáculos ao longo dessa trajetória;

Ao meus pais, irmão, noivo e demais familiares que sempre me ajudaram em todos os sentidos e apoiaram nos momentos bons e ruins da vida;

À minha orientadora e professora Paula Weber Prediger, por me auxiliar de forma dedicada, atenciosa e sempre disposta, buscando o melhor para este trabalho.

Aos demais professores que não mediram esforços para nos proporcionarem sempre o melhor, dentro e fora da sala de aula, transmitindo todos os seus conhecimentos teórico e profissional, os quais levaremos para a vida;

Aos colegas pelo companheirismo, amizade e apoio em todos os momentos da vida acadêmica, os quais contribuíram para que alcançássemos esta vitória;

À empresa Bee Metal e CIAA, estendendo aos proprietários e todos os funcionários envolvidos nesse estudo, que de alguma forma colaboraram a partir dos conhecimentos passados e do auxílio nas obras visitadas.

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Agradeço todos os dias pelo que já tenho, mas nunca deixarei de lutar pelo que ainda sonho possuir.

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

SANTOS, Liara Jardim. Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise

da geração de resíduos nos canteiros de obra. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso.

Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2017.

O estudo e pesquisa direcionada à técnica construtiva inovadora do sistema Light Steel

Framing, apresenta vantagens da sua utilização em relação as construções convencionais,

tendo em vista que essas geram grande impacto ambiental, levando o setor a ser reconhecido como o que mais consome recursos naturais. Portanto, por meio deste trabalho pretende-se apresentar tal construção industrializada, que proporciona maior qualidade, padronização, produção e ainda diminui o desperdício de materiais, através da descrição dos métodos utilizados para a execução do sistema, de acordo com as normas pertinentes e conforme acompanhado in loco. Foram acompanhadas duas obras no munícipio de Ijuí, as quais executaram o sistema Light Steel Framing, sendo uma residência de 491,47 m² e uma ampliação de 15,28 m² onde observou-se o método de construção e materiais utilizados, bem como a análise dos resíduos gerados in loco nesse tipo de construção. Os resíduos foram recolhidos e posteriormente, classificados e quantificados de acordo com os tipos de materiais, para a comparação com volumes de RCC’s produzidos em canteiros de obra de construções convencionais. Percebeu-se a grande produtividade e qualidade na execução das obras, pois o sistema LSF exige mão de obra qualificada, que siga um controle de produção de modo que todos os “subsistemas” envolvidos cumpram com seu papel no desempenho final. A construção a seco permite que os canteiros de obras se mantenham organizados e limpos, além de contribuírem com o meio ambiente no que se refere aos desperdícios de materiais e recursos naturais, sendo significativo a diferença entre os volumes de RCC produzidos em construções convencionais e o sistema pré-fabricado.

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

analysis of the generation of residues in the construction sites. 2017. Undergraduate thesis.

Civil Engineering Course, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2017.

The study and research directed to the innovative constructive technique of the Light

Steel Framing system presents advantages of its use in relation to the conventional

constructions, considering that it generates great environmental impact, leading the sector to be recognized as the one that consumes the most natural resources. Therefore, this work intends to present such an industrialized construction, which provides higher quality, standardization, production and also reduces the waste of materials, through the description of the methods used for the execution of the system, according to the relevant standards and according to accompanied in loco. Two constructions were carried out in the city of Ijuí, which implemented the Light Steel Framing system, with a residence of 491.47 m² and a magnification of 15.28 m²where the method of construction and materials used was observed, as well as the residue analysis generated locally in this type of construction. The residues were collected and subsequently classified and quantified according to the types of materials for comparison with volumes of RCC's produced in construction sites of conventional constructions. The high productivity and quality in the execution of the works were noticed, because the LSF system requires a qualified workforce that follows a production control so that all the "subsystems" involved fulfill their role in the final performance. Dry construction allows the construction sites to be organized and clean, as well as to contribute to the environment in terms of material and natural resources waste, with a significant difference between the RCC volumes produced in conventional constructions and the prefabricated system.

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Figura 1 - Histórico recente da indústria da construção civil no Brasil ... 23

Figura 2 - Residência em Steel Frame em Campinas ... 25

Figura 3 - Desenho esquemático de uma residência em Light Steel Framing ... 26

Figura 4 - Detalhe da estrutura ... 27

Figura 5 - Tempo estimado gasto em cada etapa da construção ... 28

Figura 6 - Resíduos provenientes da construção em LSF ... 35

Figura 7 - Planta baixa subsolo – Obra 1 ... 38

Figura 8 - Planta baixa térreo – Obra 1 ... 39

Figura 9 - Planta baixa 2º pavimento – Obra 1 ... 40

Figura 10 - Projeto obra 2 ... 41

Figura 11 - Delineamento da pesquisa ... 45

Figura 12 - Comparativo entre o concreto armado, a madeira e o aço ... 47

Figura 13 - Exemplo de concepção do SVVE com revestimento de fachada ... 56

Figura 14 - Exemplo de concepção do SVVE com contraventamento metálico... 56

Figura 15 - Exemplo de concepção do SVVI ... 57

Figura 16 - Exemplo de configuração do sistema de piso ... 58

Figura 17 - Corte esquemático de um SVVE para ilustração da impermeabilização... 60

Figura 18 - Corte esquemático de um SVVE para ilustração da impermeabilização em áreas secas do pavimento térreo... 61

Figura 19 - Corte esquemático de um SVVE que possui instalação hidráulica para ilustração da impermeabilização ... 62

Figura 20 - Corte esquemático de um SVVI que possui instalação hidráulica para ilustração da impermeabilização ... 63

Figura 21 - Corte detalhado de fundação de sapata corrida ou viga baldrame ... 70

Figura 22 - Transmissão da carga vertical à fundação ... 71

Figura 23 - Distribuição dos esforços através da verga para ombreiras ... 72

Figura 24 - Tipos de vergas ... 73

Figura 25 – Assentamento das placas estruturais em painéis com aberturas ... 74

Figura 26 – Esquema de travamento horizontal do painel através de bloqueadores ... 76

Figura 27 – União de dois montantes pela alma ... 76

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Figura 32 – Viga de distribuição da carga do piso para os montantes ... 81

Figura 33 – Bloqueador e fita de aço galvanizado ... 81

Figura 34 – Caibros e vigas alinhadas com montantes do painel estrutural ... 82

Figura 35 – Cumeeira de telhado estruturado com caibros ... 83

Figura 36 – Sequência de montagem do sistema de fechamento interno ... 87

Figura 37 - Vigas baldrame para o apoio da estrutura LSF ... 91

Figura 38 - Escoras das vigas do segundo pavimento ... 92

Figura 39 - Placas cimentícias com as juntas tratadas ... 93

Figura 40 - Placas compensadas plastificadas com as juntas tratadas ... 94

Figura 41 - Estrutura de uma parede de divisória interna... 95

Figura 42 – Estabilização dos esforços horizontais por bloqueadores ... 96

Figura 43 - Reforço das aberturas... 97

Figura 44- Painéis estruturais sendo descarregados na obra ... 98

Figura 45 - Placas OSB ... 99

Figura 46 - Tratamento das juntas nas placas DensGlass ... 100

Figura 47 - Acabamento das paredes externas ... 101

Figura 48 - Laje seca ... 102

Figura 49 - Esperas para a entrada de energia ... 103

Figura 50 - Passagem dos eletrodutos nas paredes ... 103

Figura 51 - Instalações de esgoto ... 104

Figura 52 - Manta de lã de poliéster para isolamento termoacústico ... 105

Figura 53 - Placa de gesso acartonado instalada ... 106

Figura 54 - Reforço dos painéis ... 107

Figura 55 - Estrutura dos painéis ... 111

Figura 56 - Reforço das aberturas... 112

Figura 57 - Placas OSB para fechamento externo ... 113

Figura 58 - Estrutura do sistema de telhado ... 114

Figura 59 - Isolamento térmico do telhado ... 115

Figura 60 – Telhado pronto ... 115

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Figura 64 -Tratamento das juntas e parafusos das placas de gesso acartonado ... 119 Figura 65 – Parede interna finalizada ... 119

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

Tabela 1 - Classificação dos resíduos conforme Conama ... 43

Tabela 2 – Planilha de dados para cálculo da massa unitária do RCC ... 44

Tabela 3 – Planilha de cálculo das taxas de geração de RCC ... 45

Tabela 4 – Requisitos para perfis de LSF segundo as normas brasileiras ... 49

Tabela 5 - Dimensões nominais usuais dos perfis de aço para Light Steel Framing ... 50

Tabela 6 – Indicações de uso das placas no sistema LSF ... 53

Tabela 7 – Tipos de perfis de aços zincados formados a frio para uso em sistema construtivo de paredes, piso e cobertura (ABNT NBR 15253) ... 60

Tabela 8 – Requisitos para caracterização dos materiais e componentes que formam os sistemas construtivos objetos dessa diretriz ... 65

Tabela 9 – Relação entre espessura da placa cimentícia e aplicação ... 86

Tabela 10 – Classificação do RCC da obra 1 segundo Conama nº 307 e nº 431 ... 109

Tabela 11 – Massa unitária das amostras da obra 1 ... 110

Tabela 12 – Volume total de materiais descartados da obra 1 ... 110

Tabela 13 – Taxa de geração de RCC da obra 1 ... 111

Tabela 14 - Classificação do RCC da obra 2 segundo Conama nº 307 e nº 431 ... 121

Tabela 15 – Massa unitária das amostras da obra 2 ... 122

Tabela 16 – Volume total de materiais descartados da obra 2 ... 123

Tabela 17 – Taxa de geração de RCC ... 123

Tabela 18 – Dados de RCC das obras 1 e 2 ... 124

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AISI American Iron anda Steel Institute

BNDS Banco Nacional de Desenvolvimento Social CAIXA Caixa Econômica Federal

CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CIB Conselho Internacional da Construção

LSF Light Steel Framing

NASFA North American Steel Framing Alliance Ue U enrijecido

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16 1.1 contexto ... 16 1.2 problema ... 18 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 18 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 19 1.2.3 Delimitação ... 19 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 21

2.1 INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA... 22

2.2 SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING ... 25

2.2.1 Projeto ... 29 2.2.2 Fundação ... 30 2.2.3 Estrutura ... 30 2.2.4 Isolamento termoacústico ... 32 2.2.5 Instalações ... 33 2.3 GERAÇÃO DE RESÍDUOS ... 34 3 MÉTODO DE PESQUISA ... 37 3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 37 3.1.1 Pesquisa bibliográfica ... 37 3.1.2 Visitas técnicas ... 38

3.1.3 Análise da geração de resíduos ... 43

3.2 DELINEAMENTO ... 45

4 RESULTADOS ... 47

4.1 MATERIAIS ... 47

4.1.1 Perfil de aço formado a frio ... 47

4.1.2 Placas OSB ... 50 4.1.3 Placas cimentícias ... 51 4.1.4 Gesso acartonado ... 52 4.2 NORMAS ... 53 4.3 DIRETRIZ SINAT Nº 003º ... 54 4.3.1 Restrições de uso ... 60

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4.3.2 Campo de aplicação ... 64

4.3.3 Caracterização do produto ... 64

4.4 MANUAL DE CONSTRUÇÃO EM AÇO ... 69

4.4.1 Métodos de construção ... 69 4.4.2 Fundação ... 70 4.4.3 Painéis ... 71 4.4.4 Lajes ... 79 4.4.5 Cobertura ... 83 4.4.6 Fechamento vertical ... 85 4.4.7 Ligações ... 89 4.4.8 Instalações ... 89 4.4.9 Acabamentos ... 90

4.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA ... 90

4.6 ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO DO SISTEMA ... 91

4.6.1 OBRA 1 ... 91 4.6.1.1 Processo construtivo ... 91 4.6.1.2 Análise de resíduos... 107 4.6.2 OBRA 2 ... 111 4.6.2.1 Processo construtivo ... 111 4.6.2.2 Análise de resíduos... 121

4.7 TAXA DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS... 123

4.7.1 Sistema LSF x Sistema construtivo convencional ... 124

5 CONCLUSÃO ... 129

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver a pesquisa e estudo relacionado ao tema Light Steel Framing (LSF), descrevendo seu método construtivo e analisando os resíduos sólidos resultantes de tal sistema no canteiro de obras desse tipo de construção. Sabe-se que a indústria da construção civil é o Sabe-setor que mais consome recursos naturais e portanto, há a necessidade de introdução de novas técnicas que favoreçam a redução do desperdício de materiais e aumentem a produtividade nos canteiros de obras.

1.1 CONTEXTO

A indústria da construção civil brasileira possui algumas características, como descrito a seguir por Toledo (2000, apud NASCIMENTO, SANTOS, 2003, p. 70):

A caraterização da indústria da construção civil como tradicional e conservadora no Brasil se dá principalmente pelo fato de que até o final da década de 70 ela teve grandes investimentos financiados pelo Estado, que não possuía nenhum programa de qualidade para o setor, fazendo com que muitas companhias não procurassem inovações.

Partindo desse pressuposto de que a indústria da construção civil no Brasil ainda é predominantemente artesanal, caracterizada pelo grande desperdício de materiais e a baixa produtividade, o mercado tem apresentado algumas mudanças quanto a essa situação, porém de forma ainda lenta em relação a outros setores da economia e a países desenvolvidos. Com isso, os construtores estão buscando investir em processos de produção mais eficientes e que resultem em maior qualidade, sem que haja um aumento significativo de custos, a fim de se tornarem mais competitivos no mercado.

Conforme Dias (2000, apud JUNIOR, 2006), o caminho para mudar essa situação envolve a construção industrializada, com mão de obra qualificada, padronização, produção em escala, redução de custo em função da contenção dos desperdícios de materiais e com cronogramas de planejamento e execução. Contudo, Sales (2001, apud JUNIOR, 2006) afirma que, para que esse processo industrial de construção seja uma solução eficaz na situação atual do país, essas inovações devem apresentar economias viáveis e compatíveis com as condições nacionais.

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

Os impactos ambientais causados da construção civil também são características da indústria brasileira e que devem ser motivo de preocupação a todos os setores de produção envolvidos, visto que a construção é apontada pelo Relatório do Conselho Internacional da Construção (CIB), em sua publicação nº237 (2000), como um setor de atividades humanas que mais consome os recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva. Pode-se dizer que não somente o consumo de matéria e energia é preocupante, mas também os impactos associados aos resíduos gerados - seja na forma sólida, líquida ou gasosa -, como a qualidade do ambiente (SATTLER, PEREIRA, 2006).

A tendência do mercado em incorporar práticas de sustentabilidade na construção é crescente e têm sido impulsionada pelo governo, consumidores, investidores e associações que pressionam o setor a incorporar tais práticas em suas atividades (CORRÊA, 2009). Corrêa (2009) também comenta que as empresas devem buscar soluções que visem à economia e sejam viáveis ao empreendimento, atendendo aos requisitos básicos como adequação ambiental, viabilidade econômica, justiça social e aceitação cultural.

Pensando na sustentabilidade, um dos caminhos para dar continuidade ao crescimento desse setor é o aumento da produtividade e a qualidade das obras a partir do aperfeiçoamento dos processos construtivos convencionais, investindo em métodos mais modernos, que tragam tecnologia e industrialização aplicada. Nesse contexto, surgem os sistemas construtivos pré-fabricados que garantem vantagens sustentáveis em relação aos sistemas convencionais empregados, que além de gerarem resíduos de forma exagerada, também consomem um alto índice de recursos naturais e energéticos.

Em relação a todo esse cenário de necessidade de processos mais eficazes, ecológicos e tecnológicos, a busca por sistemas de construção que possam suprir tais deficiências e possibilitem a criação de um diferencial competitivo para as construtoras, surge o sistema conhecido internacionalmente, Light Steel Framing (LSF). Propõe-se a pesquisa sobre tal sistema, como forma de estudo de um método construtivo que gere maior rapidez e organização no canteiro de obra e também diminua o consumo de recursos naturais, de energia e o volume de resíduos causados por construções convencionais de alvenaria e concreto.

Segundo a definição de Freitas e Crasto (2012):

O sistema de Steel Framing, como se conhece a nível mundial, é um sistema construtivo de concepção racional, cuja principal característica é uma estrutura

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra constituída por perfis formados a frio de aço galvanizado que são utilizados para a composição de painéis estruturais e não estruturais (FREITAS, CRASTO, 2012).

1.2 PROBLEMA

Rodrigues (2006) destaca que o LSF possui alguns aspectos diferenciais de outros sistemas construtivos tradicionais, sendo um deles a sua composição por elementos (isolamento, estruturais, de instalação, acabamentos) que funcionam em conjunto. O sistema também apresenta uma concepção racional para sua fabricação e montagem e em relação às demais construções convencionais, como: material estrutural leve e com maior resistência à corrosão, durabilidade, prazo de execução da obra reduzido, precisão na montagem das paredes e pisos, redução de desperdícios e perda de material, menor custo, material reciclável e incombustível e a garantia de qualidade do aço pelas siderúrgicas nacionais (RODRIGUES, 2006).

O uso do aço nas construções brasileiras, principalmente edificações ainda é pouco expressivo se compararmos o potencial da indústria brasileira, que é uma das maiores produtoras mundiais (JUNIOR, 2006). Sendo assim, o emprego de tal material como alternativa a soluções construtivas disponíveis no mercado é propício ao desenvolvimento de produtos siderúrgicos no país (JUNIOR, 2006).

Portanto, relacionando as pesquisas feitas acerca do cenário ao qual se encontra a indústria da construção civil e deparando-se com o avanço de novos sistemas tecnológicos, como é o caso do sistema Light Steel Framing, que apresenta concepções para o avanço do crescimento e produtividade com maior qualidade na construção civil, visando principalmente à sustentabilidade, é que se deseja aprofundar o estudo sobre tal assunto de forma a especificar os métodos construtivos aplicados nesse tipo de construção. Tal método construtivo apresenta vantagens em relação às deficiências da construção civil, servindo de incentivo para o seu emprego e a utilização cada vez maior no país.

Como pode ser utilizado o sistema Light Steel Framing para executar construções de forma rápida, limpa, com qualidade e com tecnologias favoráveis a sustentabilidade, priorizando a redução de resíduos no canteiro de obra?

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

▪ Questão principal

Proporcionar conhecimento técnico sobre o sistema Light Steel Framing, descrevendo a montagem desse tipo de construção através de normas pertinentes e do acompanhamento da sua execução, bem como apresentar tal tecnologia como uma alternativa industrializada, com maior qualidade e rapidez da mão de obra, proporcionando também a redução do consumo de recursos naturais e de desperdício de materiais nos canteiros de obra.

▪ Questões secundárias

Tendo em vista os altos índices de desperdícios de materiais e baixa produtividade nas construções convencionais no país, desenvolveu-se a análise de resíduos gerados nos canteiros de obra do sistema construtivo Light Steel Framing, como forma de comparativo entre os dois métodos de construção.

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

▪ Objetivo Geral

Desenvolver um estudo aprofundado sobre o sistema Light Steel Framing, procurando compreender seu método de construção e avaliando as vantagens de sua utilização em relação a outros sistemas construtivos.

▪ Objetivos específicos

a. Revisar a literatura e as normas relacionadas ao tema Light Steel Framing; b. Estudar o processo construtivo e detalhá-lo tecnicamente;

c. Identificar as vantagens desse sistema construtivo em relação aos demais, d. Identificar as desvantagens desse sistema construtivo em relação aos demais;

e. Visitar obras em Steel Framing com o intuito de observar o processo de construção no canteiro de obras e coletar dados da geração de resíduos;

f. Analisar a geração de resíduos e demais entulhos gerados no canteiro de obra desse tipo de construção e relacionar à dados já obtidos dos sistemas convencionais;

g. Difundir e proporcionar conhecimentos sobre o tema Light Steel Framing.

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

Estudo sobre o sistema construtivo Light Steel Framing, incluindo análise do método de construção e descrição detalhada do sistema construtivo, além do desenvolvimento de uma análise dos resíduos gerados pelo Sistema Light Steel Framing em dois canteiros de obra.

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

2 REVISÃO DA LITERATURA

Historicamente, no território americano, os colonizadores procuraram por métodos produtivos mais rápidos que suprissem a demanda da população que crescia rapidamente e dessa forma, as habitações eram construídas em madeira, pois era o material que se encontrava disponível na região no início do século XIX (FREITAS E CRASTO, 2012). O método é conhecido por “Wood Frame” e consiste em uma estrutura de madeira serrada e, que a partir daquela época, tornou-se o tipo mais comum de residências encontradas nos Estados Unidos (FREITAS E CRASTO, 2012).

A madeira, sendo um material abundante na época, deu início a uma nova forma de se construir edificações nos EUA, pois supria a necessidade de execução de moradias rápidas e seguras e as dificuldades do transporte e manuseio dos materiais de construção (DIAS, 2016). Conforme Dias (2016), posteriormente foram surgindo novos materiais e com isso o aço laminado a frio foi ganhando espaço na construção civil, já que oferecia estruturas mais leves, resistentes e ecologicamente corretas.

A fabricação dos perfis formados a frio evoluiu após a Segunda Guerra, quando houve um crescimento da economia americana e a abundância na produção de aço (FREITAS E CRASTO, 2012). Sendo assim, a substituição da madeira pelos perfis de aço passou a ser vantajosa em virtude da resistência mais elevada do aço e a sua capacidade estrutural para resistir a catástrofes naturais (FREITAS E CRASTO, 2012).

O Light Steel Framing (LSF) vem sendo empregado há mais de 40 anos nos países como Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Austrália, porém o seu uso foi intensificado somente no início da década de 90 com o desenvolvimento da produção e os preços competitivos (TREBILCOCK, 1994, apud JUNIOR, 2006). Em razão da flutuação tanto no preço como na qualidade da madeira para a construção civil, o uso do aço nas construções residenciais foi estimulado e no final da década de 90, estimou-se que 25% das residências construídas nos Estados Unidos foram em LSF (FREITAS E CRASTO, 2012).

Em 1990, com o surgimento da North American Free Trade Agreement (NAFTA) os regulamentos e padrões seriam a solução para promover o uso do aço e eliminar as barreiras comerciais na América do Norte (FUTURENG, [201-?]). Posteriormente, em 2001, foi publicada a primeira edição do North American Specification for the Desing of Cold-Formed

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra

em Aço Enformado a Frio) norma para o aço enformado a frio, que em seguida foi adaptada pelo International Building Code (Regulamento Construtivo Internacional) e reconhecida como norma a aplicar nos Estados Unidos (FUTURENG, [201-?]).

Essa norma elevou os padrões de cálculo e permitiu a introdução de novas tecnologias, abrindo assim o mercado para uma vasta variedade de produtos em aço enformado a frio para a indústria do sistema LSF (FUTURENG, [201-?]). Desse modo, surgiram novos manuais de cálculo e dentre eles, foi lançada a primeira edição do Prescriptive Method for Residential

Cold Formed Steel Framing (Método Prescritivo para as Estruturas em Aço Enformado a Frio

para Edifícios Residenciais), a qual é composta por tabelas que definem quantidade, secção e espessura dos perfis a aplicar na estrutura básica, contendo também todos os tipos de rugosidade do terreno, exposição ao vento, etc. (FUTURENG, [201-?]).

No Brasil, o sistema LSF começou a ser aplicado no início da década de 90, nas edificações de padrões de renda média e alta (YAMASHIRO, 2011, apud GUIZELINI, 2010). De acordo com Yamashiro (2011, apud GUIZELINI, 2010) o custo final para a construção do sistema passou a ser consideravelmente inferior quando aumentou a sua difusão e a escala de produção das matérias primas, o que possibilitou o seu uso também nas residências populares. Conforme Gomes ([201-?], apud MACHADO, 2008), essa implantação do LSF no Brasil se deu pela necessidade de produtos industrializados, e dessa forma a introduziu-se um novo produto com tecnologia no país. A grande aplicabilidade dos perfis formados a frio nas paredes finas, iniciou-se devido aos preços baixos, ao elevado desempenho estrutural, qualidade homogênea, peso baixo, produção em massa, pré-fabricação fácil, etc. (GOMES, [201-?], apud MACHADO, 2008).

2.1 INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA

Mello (2007) cita o Relatório de Resultados do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva da Construção Civil (2002) e explica que as peculiaridades e restrições ao desenvolvimento e competitividade do setor de edificações, são relacionadas à:

a. Baixa eficiência produtiva;

b. Qualidade e produtividade insatisfatórias; c. Pouco afeito a modificações;

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e. Alta rotatividade de pessoal.

Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV) (2012), houve uma desaceleração no crescimento do setor da construção civil desde 2011 e, portanto, exige-se um ganho de produtividade cada vez maior como forma de melhor remunerar os empresários e trabalhadores da área. A atenção deve se voltar para o canteiro de obras na busca de planejamento e gestão efetiva dos processos de produção, o emprego de tecnologias modernas e a qualificação dos trabalhadores, pois é lá que os avanços na produtividade irão se concretizar (FGV, 2012).

Deparando-se com o atual cenário brasileiro de baixo crescimento econômico, surge a importância do estudo sobre a produtividade na construção civil, de maneira a buscar melhorias na eficiência produtiva do setor (FGV, 2012). Nascimento (2003) diz que as mudanças ocorridas na indústria da construção civil no Brasil desde 1960, se deram com a construção de Brasília e que a partir da década de 80, o setor entrou em uma recessão que continua até hoje, conforme ilustra o gráfico da Figura 1.

Figura 1 - Histórico recente da indústria da construção civil no Brasil

Fonte: NASCIMENTO (2003, p. 71)

A FGV (2012) afirma que o processo produtivo é caracterizado pela produtividade, que é a relação entre as entradas (emprego de recursos) e saídas (produção resultante) em um canteiro de obra. Sendo assim, a forma de elevar a produtividade baseia-se em empregar menos recursos para uma dada produção (FGV, 2012).

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Um indicativo de que a construção civil é o setor que mais gasta recursos naturais e energia de forma demasiada é que, as edificações consomem 34% do fornecimento mundial de água, 66% de toda a madeira extraída e sua operação consome mais de 40% de toda a energia produzida no mundo (BELTRAME, 2013, apud OLIVEIRA, 2015).

Conforme o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (2009), uma das causas dos impactos ambientais gerados pela construção civil é a elevada fabricação de materiais de construção, implicando na extração de praticamente todas as matérias primas que consequentemente destroem importantes biomas (CBCS, 2009).

Todos os materiais utilizados na construção viram resíduos ao final da sua vida útil ou até mesmo durante as construções, o que implica em um elevado custo de gestão, recaindo parcialmente nas municipalidades. Pouquíssimos materiais são reciclados em grande escala atualmente, causando não somente impactos ambientais, mas também econômicos e sociais. (CBCS, 2009).

No final da década de 90 algumas construtoras brasileiras começaram a importar kits pré-fabricados em Light Steel Frame dos Estados Unidos, visto que o setor estava cada vez mais favorável à introdução de novas tecnologias para a montagem de residências. Enquanto processo industrializado, essas construções fornecem eficiências mesmo não sendo projetados para o clima e a cultura brasileira (JUNIOR, 2006).

As construtoras apontam a introdução de sistemas construtivos industrializados, como uma tendência favorável ao crescimento da produtividade, onde o emprego de máquinas e equipamentos para a produção em série é mais intensivo, reduzindo assim o uso intensivo de mão de obra no canteiro de obras (PGV, 2012). Porém, segundo alguns autores, o emprego de novos sistemas industrializados é muitas vezes, inviabilizado pela carga tributária elevada incidente nos produtos industrializados, apesar das vantagens técnicas e produtivas que os mesmos trariam (FGV, 2012).

O consumidor brasileiro também está cada vez mais se atualizando sobre as inovações tecnológicas na indústria da construção civil, visando adquirir imóveis que gerem maior economia, segurança, conforto, sustentabilidade ambiental, mesmo que esses possuam um maior custo (BASE, 2014). Há um grande número de consumidores com renda entre 5 e 10 salários mínimos que aprovam pagar um valor mais elevado em um imóvel, tendo em vista o conjunto de inovações que o mesmo apresenta, conforme o estudo feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Instituto SENSUS (BASE, 2014).

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2.2 SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING

Conforme publicação da Revista Arquitetura e Construção, em seu artigo “Adeus, tijolo!”, o sistema construtivo em Steel Frame está cada vez mais presente em projetos residenciais de habitações sociais e até mesmo em edificações de alto padrão, visto que suas vantagens em relação às edificações de alvenaria proporcionam obras mais limpas, rápidas e sustentáveis (GRUPO ABRIL, 2017). Tal tecnologia comprova que pode ser aplicada a qualquer tipo de arquitetura, vencendo grandes vãos e balanços generosos, como é o caso da casa em Steel Frame (Figura 02) construída em Campinas, no estado de São Paulo (GRUPO ABRIL, 2017). O sistema possui um grande potencial a partir da flexibilidade e agilidade nos mais diversos tipos de aplicações, podendo-se citar casas, edifícios residenciais e comerciais (de baixa altura), estabelecimentos de ensino e saúde, hotéis, etc. (JUNIOR, 2006).

Figura 2 - Residência em Steel Frame em Campinas

Fonte: Revista Abril (2017)

Segundo Henrique Alfonsi (2017, apud GRUPO ABRIL, 2017), diretor da Empresa Alfonsi Steel Frame a qual executou a obra da residência mostrada na Figura 2, relata que a construção de uma obra como essa leva em média a metade do tempo se comparada com uma obra de alvenaria, com um custo semelhante. “Esses métodos industrializados permitem um

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controle muito maior do projeto, reduzindo drasticamente a margem de erro”, diz o arquiteto Fabio Muzetti, responsável pela mesma casa (GRUPO ABRIL, 2017). O arquiteto Rutherford O. Ocampo (2017, apud GRUPO ABRIL, 2017), diretor-presidente da Zárya Arquitetura e Engenharia, cita que outra vantagem do sistema é a facilidade da passagem e a manutenção das instalações hidrossanitárias, elétricas, de gás, ar condicionado, etc.

O sistema “Light Steel Framing” é assim conceituado por Sousa e Martins (2009, apud YAMASHIRO, 2011):

É um sistema construtivo estruturado em perfis de aço galvanizado formados a frio, projetados para suportar as cargas das edificações e trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados, de forma a garantir os requisitos de funcionamento da edificação. É um sistema construtivo aberto – que permite a utilização de diversos materiais, flexível – pois não apresenta grandes restrições aos projetos, racionalizado – otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento das perdas, customizável – permitindo total controle dos gastos já na fase de projeto; além de durável e reciclável (SOUSA, MARTINS, 2009 apud YAMASHIRO, 2011).

O esqueleto estrutural do sistema é composto basicamente por paredes, pisos e cobertura, os quais possibilitam a integridade estrutural resistindo aos esforços solicitados na edificação. Os painéis estruturais e não estruturais, vigas de pisos e secundárias, tesouras e demais componentes são formados a partir dos perfis de aço galvanizado, sendo as seções mais utilizadas em “C” ou “U” (JUNIOR, 2006). A Figura 3 ilustra um esquema de uma residência em Light Steel Frame.

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Figura 3 - Desenho esquemático de uma residência em Light Steel Framing

Fonte: FREITAS, CRASTO (2012, p. 14)

Rodrigues (2006) especifica os dois conceitos relacionados ao Sistema Light Steel

Framing: o termo Frame é relacionado aos elementos leves (os perfis formados a frio – PFF),

ou seja, ao esqueleto estrutural que é projetado para suportar a edificação e dar forma a ela e o termo Framing diz-se ao processo de união e vinculação desses elementos. Nas bibliografias internacionais, pode-se encontrar as expressões Light Steel Frame Housing – na Europa – e

Residential Cold-Formed Steel Framing – nos Estados Unidos – que se referem às edificações

que são construídas com perfil de aço com revestimento metálico e painéis (RODRIGUES, 2006).

A expressão “Steel Framing” é interpretada do inglês, “Steel = aço” e “Framing” que deriva de estrutura, esqueleto, disposição ou construção (FREITAS E CRASTO, 2012). Freitas e Crasto (2012) afirmam que tal sistema - que é destinado à construção de edificações- é composto por “subsistemas” e não somente por sua estrutura, apresentando também os “subsistemas” de fundações, de isolamento termoacústico, fechamento interno e externo, e

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instalações hidráulicas e elétricas. A Figura 4 ilustra um detalhe da estrutura em Steel Frame e alguns dos seus “subsistemas”.

Figura 4 - Detalhe da estrutura

Fonte: Revista Abril (2017)

De acordo com Freitas e Crasto (2012), é preciso que todos esses “subsistemas” estejam relacionados de maneira correta, utilizando os materiais adequados para que o sistema cumpra com todas as suas funções. O desempenho e a sua velocidade de construção dependem da escolha dos materiais a serem utilizados e da mão de obra que irá executá-la (FREITAS E CRASTO, 2012).

A Bee Metal ([201-?]) apresenta através da Figura 5, uma estimativa de tempo gasto em casa etapa da construção do sistema:

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Figura 5 - Tempo estimado gasto em cada etapa da construção

Fonte: BEE METAL ([201-?])

2.2.1 Projeto

O projeto desse tipo de sistema permite evitar as incompatibilidades dimensionais – responsáveis por atrasos - através do desenvolvimento de maquete 3D, feita por meio da tecnologia BIM (REVISTA ABRIL, 2017). Segundo Freitas e Crasto (2012), a padronização dos componentes estruturais, de fechamento e de revestimento do sistema pode otimizar os custos e a mão de obra da construção através da modulação que é definida em projeto.

Gerolla (2006) também afirma que para a funcionalidade do sistema ser efetivo, todos os projetos devem ser bem articulados e, para isso, é necessário um maior investimento de tempo e qualidade nos resultados. Segundo Caram (apud GEROLLA, 2006) “todos os problemas têm de ser resolvidos pelo projeto, para que a execução seja a mais limpa possível”, ao contrário do que vem acontecendo no Brasil, quando as incompatibilidades não resolvidas em projetos geram atrasos nos canteiros de obras, onde a execução do sistema deveria ser rápida.

No projeto, dimensiona-se o sistema e definem-se os espaçamentos dos perfis estruturais conforme a solicitação do projeto arquitetônico e estrutural, seguindo normatizações internacionais (GEROLLA, 2006). As distâncias entre os perfis da vertical – montantes – interferem na rigidez do conjunto de paredes, devendo ser respeitados os critérios recomendados pelos fabricantes (GEROLLA, 2006).

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2.2.2 Fundação

Segundo Junior (2006) a estrutura e os componentes de fechamento do sistema são muito leves e sendo assim exigem bem menos das fundações se comparadas com construções convencionais. As fundações devem ser contínuas, pois a carga é distribuída uniformemente ao longo dos painéis estruturais e essas devem suportá-los em toda a sua extensão. A laje radier é a fundação comum utilizada nas construções em LSF, porém, a escolha irá depender da topografia, do tipo do solo, do nível do lençol freático e da profundidade de solo estável (JUNIOR, 2006).

Gerolla (2006) comenta que a economia de concreto e a redução de trabalho com as fundações nas construções é um dos diferenciais na construção industrializada e, relacionando ao sistema Steel Frame, há uma economia considerável nos custos das fundações que viabilizam a obra. Essa economia nas fundações devido à redução do peso próprio das construções em LSF pode chegar até 60% nessa etapa da obra (BEEMETAL, [201-?]).

A superestrutura deve ser ancorada às fundações devido às ações do vento que podem movimentar a edificação, e o tipo dessa ancoragem e as suas dimensões devem ser definidas a partir de cálculo estrutural (JUNIOR, 2006). A ancoragem a química com barra roscada, com fita metálica e a fixação com barra roscada tipo “J” são os tipos mais utilizados nesse sistema.

2.2.3 Estrutura

Os perfis em aço galvanizado, empregados tipicamente no sistema LSF, são obtidos geralmente pelo processo contínuo de imersão a quente ou ainda por eletrodeposição, onde a perfilagem é feita a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco (JUNIOR, 2006). Na construção civil, as seções de aço mais usuais são as em formato de “C” ou “U” enrijecido (JUNIOR, 2006).

Conforme Gerolla (2006) é bastante considerável a participação do aço no sistema Steel

Frame, tendo em vista que as paredes e a estrutura do telhado são compostas por esse

material, que forma um conjunto monolítico leve e que garante resistência à tração e a impactos, absorção das cargas solicitadas pela edificação ou ainda pela chuva, vento, etc. Em virtude do custo do aço, as construções em LSF eram vistas como desvantajosas devido ao preço mais alto para sua aquisição, porém essa ideia está perdendo força, pois a relação

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custo-______________________________________________________________________________________

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benefício desperta o interesse dos investidores e construtores que almejam por construções mais rápidas e sem desperdícios (GEROLLA, 2006). Isso tudo também é possível devido às indústrias siderúrgicas brasileiras, tais como Usiminas Siderúrgicas de Minas Gerais e a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, que tem impulsionado o setor da fabricação de perfis leves (GEROLLA, 2006).

O professor de arquitetura Luis Andrade de Mattos Dias comenta um único problema do sistema de perfis leves de aço, o qual pode ocasionar vibração das lajes quando as mesmas são formadas por duas chapas de madeira OSB, as quais envolvem a estrutura metálica do piso (apud GEROLLA, 2006). Dessa maneira, considera-se como uma melhor solução para o barulho nos andares inferiores a laje, o sistema com laje de concreto, o qual não gera vibração (DIAS, apud GEROLLA, 2006).

Para garantir a proteção contra a água e umidade e a condensação interna do aço, as faces externas dos perfis que formam a estrutura das paredes e do telhado são revestidas com manta impermeável (GEROLLA, 2006). Segundo Gerolla (2006), a durabilidade dos perfis de aço zincados irá depender da composição química do meio ambiente atmosférico e do seu tempo de exposição à umidade.

O sistema de fechamento, ou seja, as paredes que constituem a estrutura do sistema podem ser chamadas de painéis estruturais – ou autoportantes -, compostas pelos perfis leves de aço galvanizado (montantes), separados de 400 ou 600 mm entre si, dependendo do cálculo estrutural que definirá também a modulação do projeto (FREITAS E CRASTO, 2012). A função dos painéis no sistema Steel Frame é a distribuição das cargas ao solo, de maneira uniforme (FREITAS E CRASTO, 2012). Já os painéis não estruturais, suportam apenas o seu peso próprio e tem como principal função o fechamento externo e a divisória interna nas edificações (FREITAS E CRASTO, 2012).

Gerolla (2006) comenta que o peso de uma parede em alvenaria convencional varia de 120 a 250 kg/m², enquanto uma parede estruturada em Steel Frame não pesa mais que 50 kg/m², sendo essas muito mais elegantes e esbeltas. Os painéis de paredes, lajes de piso e de forro e a estrutura do telhado são compostos pelos painéis metálicos que são fixados entre si por meio de parafusos autobrocantes (GEROLLA, 2006).

Para o fechamento desses painéis, existem vários materiais a serem utilizados, sendo eles os mais comuns para a parte externa, as placas cimentícias e as placas de OSB (Oriented

Strand Board) e para o fechamento interno, as chapas de gesso acartonado (FREITAS E

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de OSB revestidos por uma camada cimentícia como revestimento de fechamento utilizado nas estruturas em LSF.

O fechamento das paredes externas poderá ser executado com as chapas cimentícias – compostas de cimento, fibras e agregados – com espessuras de 10 ou 12 mm e variadas dimensões (GEROLLA, 2006). Segundo Gerolla (2006) as mesmas devem ser fixadas diretamente nos perfis estruturais através de parafusos, sobre uma manta impermeável que é colocada juntamente ao perfil, não se esquecendo do tratamento das juntas com produtos especificados por cada fabricante.

Outra opção para o fechamento externo seria projeção de argamassa de cal, cimento e areia sobre chapas de OSB ou telas de aço expandido, seja manualmente ou mecanicamente (GEROLLA, 2006). Os sidings vinílicos ou de madeira, revestimentos cerâmicos, pedras ou mesmo a pintura convencional são outras opções de revestimento de paredes (GEROLLA, 2006).

Segundo a Bee Metal ([201-?]), empresa já mencionada anteriormente e que executa o sistema LSF, os revestimentos externos da estrutura (placas de OSB, placa cimentícia

DensGlass) são instalados sobre uma barreira de vapor, o qual irá impedir a entrada de água,

porém permitindo a parede respirar para evitar a condensação de água no seu interior. A espessura final das paredes externas, possuem normalmente 165 mm e as paredes internas 120 mm (GEROLLA, 2006).

Para o revestimento interno, a Bee Metal ([201-?]) utiliza placas de gesso acartonado que também são parafusados sobre os perfis de aço, seja nas paredes ou nos forros, e recebem o tratamento nas juntas que permitem um acabamento final liso e sem emendas. Nas áreas secas, as placas utilizadas são as Standard (ST) e para área úmidas – banheiros e cozinhas – utilizam-se as placas Resistente à Umidade (RU), cada uma delas com suas diferentes composições e feitas adequadamente para cada tipo de aplicação (BEE METAL, [(201-?]).

2.2.4 Isolamento termoacústico

O isolamento termoacústico é definido, segundo Freitas e Crasto (2012), como “uma forma de controlar a qualidade do conforto dentro de um ambiente de modo que as condições externas não influenciem as internas, barrando a transmissão de sons e evitando as perdas ou ganhos de calor para meio externo ou contíguo”. Sendo assim, as barreiras físicas entre os

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ambientes e o exterior são desenvolvidas através das vedações verticais, que possuem um papel fundamental para o isolamento termoacústico (FREITAS E CRASTO, 2012).

Em qualquer tipo de construção, sejam fábricas, supermercados, etc., o conforto dos seus ocupantes deve ser prezado, de forma a garantir um ambiente apropriado para as suas atividades independente das condições exteriores (DIAS, 2016). Sendo assim, existem diversos atributos que são essenciais às construções que garantem o conforto dos seus usuários, dentre elas podemos citar as estruturas executadas em aço, que se diferenciam das demais quanto ao isolamento térmico e acústico e também na regulação da umidade nos ambientes (DIAS, 2016).

O desempenho térmico e acústico é propício das construções a seco e os fatores responsáveis pelo conforto são os materiais utilizados que são dispostos no interior das paredes e também no forro de toda a edificação (BEE METAL [201-?]). Os materiais que possuem como propriedade a alta absorção acústica apresentação características como porosidade e/ou fibras, onde a energia sonora transforma-se em energia térmica (FREITAS E CRASTO, 2012). Um material fibroso que apresenta uma grande capacidade de isolação acústica é a lã de vidro (FREITAS E CRASTO, 2012).

Aplicando nas edificações em LSF, é necessário que o sistema possua uma vedação vertical eficiente, para produção de pontes térmicas a partir da ligação dos perfis de aço com os fechamentos internos e externos (FREITAS E CRASTO, 2012). Dessa forma, nos locais de clima mais frio, executa-se a colocação de materiais isolantes na parte exterior dos painéis, como o poliestireno expandido, além do isolamento dentro do painel com lã mineral (FREITAS E CRASTO, 2012).

A empresa Bee Metal ([201-?]) afirma que utiliza as mantas de lã de poliéster para o isolamento térmico e acústico, as quais são fabricadas com material poroso e com alta capacidade de absorção, o que proporciona a redução considerável da transição de som e calor entre os ambientes.

2.2.5 Instalações

As instalações executadas nas edificações sejam elas elétricas, hidráulicas, sanitárias, telefônicas, de internet, gás, TV ou de aquecimento solar, que são empregadas no sistema LSF são semelhantes àquelas de edificações convencionais de alvenaria (SANTIAGO, 2012).

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Segundo Santiago (2012), os materiais e as formas de se instalar no sistema LSF são semelhantes às construções convencionais, porém, exigindo alguns cuidados para a sua execução devido à necessidade de montagem para fixação das instalações no interior das paredes.

As instalações elétricas e hidráulicas no sistema LSF oferecem grande facilidade de execução, contudo, o projeto e a instalação são feitos com os mesmos materiais e seguindo os mesmos princípios (BEE METAL, [201-?]). Essas instalações são feitas de forma rápida e sem quebra-quebra devido ao vazio interno das paredes e forros e também devido à presença de furos nos montantes da estrutura (BEE METAL [201-?]).

Santiago (2012) destaca as vantagens das instalações prediais nesse sistema, seja na facilidade para a sua execução e também na manutenção dos sistemas, através de sua leitura como um shaft visível em toda a extensão da obra. Conforme Campos (2014), essa manutenção é facilitada pela utilização de paredes que são parafusadas, permitindo assim a abertura das mesmas para o conserto rápido e sem geração de resíduos. Santiago (2012) afirma que o volume de resíduo nas execuções das instalações reduz-se consideravelmente, diferente das construções convencionais e há um ganho na produtividade devido a sua rapidez de instalação.

2.3 GERAÇÃO DE RESÍDUOS

A construção civil, apresenta-se como uma das grandes vilãs quando se refere aos impactos ambientais, sendo ela a principal geradora de resíduos da sociedade, responsável por aproximadamente metade do CO2 que é emitido na atmosfera e por grande parte (quase 50%) da geração de resíduos sólidos no mundo (SENAI; SEBRAI; GTZ, [20--?]). Segundo estimativas, o setor produz mundialmente entre 2 e 3 bilhões de toneladas/ano de resíduos e essa elevada quantidade é um dos principais problemas enfrentados nas áreas urbanas (SENAI; SEBRAI; GTZ, [20--?]).

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) define os resíduos na construção civil (BRASIL, 2002):

“Resíduos da construção civil: são definidos os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto

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Light Steel Framing: Um estudo do método construtivo e análise da geração de resíduos nos canteiros de obra em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”.

O desperdício de materiais nas construções novas é o responsável por grande parte da produção de resíduos diariamente, e isso se deve a deficiência das especificações dos materiais e demais detalhes, aos projetos construtivos malfeitos e também a falta de planejamento da execução da obra, o que resulta em improvisos (JUNIOR, 2013). De acordo com Junior (2013), a composição dos resíduos da construção e demolição (RCD) pode variar de acordo com o estágio de desenvolvimento da indústria local, das técnicas construtivas adotadas, da qualidade da mão de obra, da adoção de programas de qualidade, da fase de execução da obra, etc.

Costa (2012) também comenta sobre a composição dos resíduos da construção civil (RCC) que compõem as atividades da construção civil, sendo que esses se apresentam diferentes em cada etapa da obra, porém, em cada país um produto acaba se sobressaindo em função das tecnologias construtivas diversas que são utilizadas. No Brasil, os materiais predominantes dos RCC são o concreto e a argamassa, rochas naturais e material cerâmico, sendo apresentadas grandes variações nas proporções de cada um deles, segundo os estudos realizados por Ângulo (2005, apud COSTA, 2012).

O método construtivo em LSF industrializado e pré-fabricado pode contribuir de maneira significativa para a redução dos entulhos e desperdícios nos canteiros de obra, se possuir um projeto executivo bem detalhado e um planejamento da obra (MASS, 2016). Por se tratar de uma construção a seco elimina os resíduos cerâmicos e principalmente o concreto e a argamassa, os quais representam a principal parcela nas construções tradicionais, tratando-se da massa de resíduo (MASS, 2016). A Figura 6 mostra uma parcela dos resíduos no canteiro de obra provenientes de uma construção em LSF no município de Ijuí.

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Figura 6 - Resíduos provenientes da construção em LSF

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3 MÉTODO DE PESQUISA

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A primeira fase do desenvolvimento do presente trabalho tratou-se das revisões bibliográficas relacionadas ao tema, de forma a entender e adquirir o máximo de informações e conhecimento sobre o proposto assunto. Como forma de melhorar a compreensão, as visitas técnicas nesse tipo de obra também proporcionaram a interação com o referido sistema, podendo-se visualizar na prática a sua execução.

Segundo Gil (2008) a pesquisa bibliográfica oferece ao investigador, a pesquisa muito mais ampla de fenômenos do que aquela pesquisa direta, permitindo a busca de dados sobre o determinado assunto de maneira mais simplificada, tendo a sua disposição adequadas bibliografias para a obtenção das informações requeridas. Porém, é importante que os pesquisadores sejam assegurados das condições das fontes a serem utilizadas, de forma a manter a pesquisa coerente (GIL, 2008).

Os levantamentos de campo consistem na solicitação de informações a respeito do problema a ser estudado, a um grupo de pessoas, para posteriormente realizar a análise quantitativa para obtenção das conclusões correspondentes aos dados (GIL, 2008). Gil (2008) também cita algumas das principais vantagens dos levantamentos, sendo que os mesmos contribuem para um conhecimento direto da realidade e proporcionam a quantificação dos dados para uma análise estatística.

3.1.1 Pesquisa bibliográfica

Portanto, a análise sobre o tema em diferentes fontes de pesquisa (livros, artigos científicos, teses de mestrado e doutorado, etc.) e no canteiro de obra, permitiu o entendimento sobre os pontos a serem discutidos. Os principais focos foram:

a. Compreender todo o conceito de processo produtivo e a sua importância para a construção civil, dando ênfase ao sistema Light Steel Framing e às características do processo para o ganho de produtividade e qualidade;

b. Buscar o aprofundamento do conhecimento sobre tal sistema, que vem mudando a dinâmica construtiva das construtoras brasileiras ao longo dos últimos anos;

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c. Analisar como a industrialização da construção civil está interferindo na geração de resíduos nos canteiros de obra.

3.1.2 Visitas técnicas

As visitas técnicas foram feitas nos canteiros de obra de duas construções em andamento do sistema Light Steel Frame, no município de Ijuí. Realizou-se o acompanhamento da execução, e posteriormente a descrição do método construtivo de tal sistema adotados nas obras.

A obra 1 trata-se de uma residência unifamiliar, com uma área total construída de 491,47 m², localizada no município de Ijuí e composta por três pavimentos (subsolo, térreo e pavimento superior). A construção iniciou-se em outubro de 2016 e até o mês de novembro de 2017, totalizaram 310 dias trabalhados, estimando-se mais 90 dias para o final da obra. O projeto arquitetônico e a execução são de responsabilidade da empresa Bee Metal, Lorenzo Cunegato Arquitetura e Urbanismo e 2K2 Engenharia e Arquitetura, e tem como Responsável Técnico o Arquiteto e Urbanista Lorenzo Cunegato. As figuras abaixo mostram o projeto do subsolo, do térreo e do 2º pavimento da obra 1, denominada como Casa Steel.

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Figura 7 - Planta baixa subsolo – Obra 1

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Figura 8 - Planta baixa térreo – Obra 1

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Figura 9 - Planta baixa 2º pavimento – Obra 1

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A obra 2 trata-se de uma ampliação de 15,28 m² de um apartamento, com a construção de um dormitório na área de cobertura de um edifício no município de Ijuí. A execução iniciou-se no dia 12 de setembro de 2017, com a retirada dos guarda corpos e pedras e posteriormente a instalação do sistema LSF, totalizando assim um número de 20 dias trabalhados. Segundo a empresa CIAA, houve atrasos da entrega dos materiais e período de grande quantidade de chuva, o que tornou a obra mais lenta.

O projeto arquitetônico e a execução são de responsabilidade da empresa CIAA e tem como responsável técnico oEngenheiro Civil Ivan Fernando Dobler Stroschein. A Figura 10 mostra o projeto da obra 2.

Figura 10 - Projeto obra 2

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