Álgebra Linear
Cleide Martins
DMat - UFPE - 2020.1
Objetivos
Denir
Combinação Linear de Vetores
Subespaço Gerado por um conjunto de vetores Dependência e Independência Linear de Vetores
Combinação Linear
Já sabemos o que é uma Combinação Linear de vetores no plano R2 ou no espaço R3
Em um Espaço Vetorial qualquer a idéia é exatamente a mesma
Denição
Uma Combinação Linear dos vetores v1, v2, v3, . . . , vn de um espaço vetorial V é um vetor v
obtido como soma de múltiplos desses vetores, ou seja
v = k1v1+ k2v2+ k3v3+ · · · + knvn
Subespaço Gerado
Dados os vetores v1, v2, v3, . . . , vn em um espaço vetorial V denimos
Denição
O Subespaço Gerado por v1, v2, v3, . . . , vn, denotado por
W = [v1, v2, v3, . . . , vn]
é o conjunto de todas as combinações lineares desses vetores Em outras palavras
Denição
O Subespaço Gerado por v1, v2, v3, . . . , vn, é
Exemplos de Subespaços Gerados
( Subespaço gerado pelo vetor nulo)
Para qualquer espaço vetorial V
Exemplos de Subespaços Gerados
( Subespaço gerado pelo vetor nulo)
Para qualquer espaço vetorial V
W = [0] = {0}
(Subespaço gerado por um vetor não nulo em V = R2 ou V = R3) Se v 6= 0 então
W = [v] = {λv : λ ∈ R} W é uma reta que passa pela origem
Exemplos de Subespaços Gerados
( Subespaço gerado pelo vetor nulo)
Para qualquer espaço vetorial V
W = [0] = {0}
(Subespaço gerado por um vetor não nulo em V = R2 ou V = R3) Se v 6= 0 então
W = [v] = {λv : λ ∈ R} W é uma reta que passa pela origem
(Subespaço gerado por dois vetores paralelos em V = R3) Se u 6= 0 e v = au então
Exemplos de Subespaços Gerados
(Subespaço gerado por dois vetores não paralelos de V = R3) Se u e v não são paralelos então
W = [u, v] = {tv + λu : t, λ ∈ R} W é um plano que passa pela origem
Exemplos de Subespaços Gerados
(Subespaço gerado por dois vetores não paralelos de V = R3) Se u e v não são paralelos então
W = [u, v] = {tv + λu : t, λ ∈ R} W é um plano que passa pela origem
Nesse exemplo, observe que, se w pertence ao plano gerado por u e v então [u, v, w] = [u, v]
Exemplos de Subespaços Gerados
( V = M(2, 2)) Se u = 1 0 0 0 e v = 0 0 0 1 , então W = [u, v] = a 1 0 0 0 + b 0 0 0 1 : a, b ∈ R = a 0 0 b : a, b ∈ RExemplos de Subespaços Gerados
( V = M(2, 2)) Se u = 1 0 0 0 e v = 0 0 0 1 , então W = [u, v] = a 1 0 0 0 + b 0 0 0 1 : a, b ∈ R = a 0 0 b : a, b ∈ RW é conjunto das matrizes diagonais 2 × 2 Que matrizes 2 × 2 geram o M(2, 2)?
Exercícios 1
1 Se V = M(3, 2) e W = 0 0 1 1 0 0 , 0 1 0 −1 0 0 0 2 3 4 5 0 ∈ W ? Veja a solução2 Que vetores geram o plano 3x − y + 2z = 0? Veja a solução
3 Que vetores geram o conjunto solução do sistema
x − y + z − w = 0 3x + y − 2z − w = 0 x − y − z + 3w = 0 ? Veja a solução
Dependência e Independência Linear
Denição (Vetores LI)
Dizemos que um conjunto de vetores {v1, v2, . . . , vm} é Linearmente Independente (LI) se a
equação
a1v1+ a2v2+ · · · + amvm = 0
Dependência e Independência Linear
Denição (Vetores LI)
Dizemos que um conjunto de vetores {v1, v2, . . . , vm} é Linearmente Independente (LI) se a
equação
a1v1+ a2v2+ · · · + amvm = 0
implica que, necessariamente, a1 = a2 = · · · = am = 0
(Vetores LD)
Se algum dos coecientes na equação
a1v1+ a2v2+ · · · + amvm = 0
não é zero, dizemos que os vetores v1, v2, . . . , vm são Linearmente Dependentes (LD). Note
Dependência e Independência Linear
Denição (Vetores LI)
Dizemos que um conjunto de vetores {v1, v2, . . . , vm} é Linearmente Independente (LI) se a
equação
a1v1+ a2v2+ · · · + amvm = 0
implica que, necessariamente, a1 = a2 = · · · = am = 0
(Vetores LD)
Se algum dos coecientes na equação
a1v1+ a2v2+ · · · + amvm = 0
Um Exemplo em V = P
4Verique se os seguintes vetores em P4 são LI ou LD
Um Exemplo em V = P
4Verique se os seguintes vetores em P4 são LI ou LD
v1 = 2, v2= 1+2x, v3= 1+2x2, v4 = 1+2x3, v5 = 1+2x4, v6 = 1+x+x2+x3+x4
Solução: Precisamos determinar se a equação
2a + (1 + 2x)b + (1 + 2x2)c + (1 + 2x3)d + (1 + 2x4)e + (1 + x + x2+ x3+ x4)f = 0 tem somente a solução trivial ou, equivalentemente, se o sistema abaixo tem solução única
2a + b + c + d + e + f = 0 2b + f = 0 2c + f = 0 2d + f = 0 2e + f = 0
Base de um Espaço Vetorial
Denição
Um conjunto de vetores {v1, v2, . . . , vn}de um espaço vetorial V é uma base de V se
{v1, v2, . . . , vn} é LI
Base de um Espaço Vetorial
Denição
Um conjunto de vetores {v1, v2, . . . , vn}de um espaço vetorial V é uma base de V se
{v1, v2, . . . , vn} é LI
[v1, v2, . . . , vn] = V
Dê exemplos de bases para R2, R3, R4, M(2, 2), M(2, 3) e P 3
Sobre Bases
Teorema (1)
Se
V = [v1, v2, . . . , vn]
Sobre Bases
Teorema (1)
Se
V = [v1, v2, . . . , vn]
então algum subconjunto de {v1, v2, . . . , vn}é uma base de V
Teorema (2)
Se
V = [v1, v2, . . . , vn]
Sobre Bases
Teorema (1)
Se
V = [v1, v2, . . . , vn]
então algum subconjunto de {v1, v2, . . . , vn}é uma base de V
Teorema (2)
Se
V = [v1, v2, . . . , vn]
então qualquer conjunto com mais que n vetores em V é LD
Teorema (3)
Qualquer base de um espaço vetorial V tem o mesmo número de vetores. Esse número é a dimensão de V , dim V .
Sobre Bases
Teorema (4)
Se um espaço vetorial V tem dimensão nita n e os r < n vetores u1, u2, . . . , ur são LI então
existem n − r vetores v1, v2, . . . , vn−r em V tais que
{u1, u2, . . . , ur, v1, v2, . . . , vn−r}
é uma base de V
Esse Teorema garante que qualquer conjunto com r < dim(V ) vetores LI pode ser completado para uma base de V
Exercícios 2
1 Complete o conjunto {(1, 2, 1, 2), (1, 0, 0, 1), (0, 1, 2, 3)} para uma base de R4. solução 2 Complete o conjunto 0 1 2 3 , 0 1 1 0
para uma base de M(2, 2) solução
3 Em R4, considere os subespaços gerados U1 = [(1, 2, 1, 2), (1, 0, 0, 1)],
U2 = [(1, 0, 1, 0), (0, 2, 1, 1)]e U3 = [(0, 1, 0, 1), (1, 1, 1, 1)]e determine uma base para
a) U1∩ U2 solução
b) U1+ U2 solução
c) U2∩ U3 solução
Solução do exercício 1.1
A pergunta é se 0 2 3 4 5 0 é combinação linear de 0 0 1 1 0 0 e 0 1 0 −1 0 0 . Vejamos 0 2 3 4 5 0 = a 0 0 1 1 0 0 + b 0 1 0 −1 0 0 ⇐⇒ 0 = 0 2 = b 3 = a 4 = a − b 5 = 0 0 = 0Certamente esse sistema é impossível. Portanto 0 2 3 4 6∈ 0 0 1 1 , 0 1 0 −1 .
Solução do exercício 1.2
Quaisquer dois vetores LI que satisfaçam a equação 3x − y + 2z = 0, por exemplo (1, 3, 0) e
Solução do exercício 1.3
Como o sistema é homogêneo, escalonamos sua matriz dos coecientes 1 −1 1 −1 3 1 −2 −1 1 −1 −1 3 ∼ 1 −1 1 −1 0 4 −5 2 0 0 −2 4 ∼ 1 −1 1 −1 0 1 −5/4 1/2 0 0 1 −2 ∼ 1 0 −1/4 −1/2 0 1 −5/4 1/2 0 0 1 −2 ∼ 1 0 0 −1 0 1 0 −2 0 0 1 −2 ↔ x − w = 0 y − 2w = 0 z − 2w = 0
A solução do sistema é o conjunto
Solução do exercício 2.1
Primeiro vericamos se os três vetores dados são LI ou LD: a(1, 2, 1, 2)+b(1, 0, 0, 1)+c(0, 1, 2, 3) = (0, 0, 0, 0) ⇐⇒ a + b = 0 ⇒ b = −a 2a + c = 0 ⇒ c = −2a a + 2c = 0 ⇒ a = 0 ⇒ b = c = 0 2a + b + 3c = 0
Portanto W = [(1, 2, 1, 2), (1, 0, 0, 1), (0, 1, 2, 3)] tem dimensão 3 e precisamos de um vetor u 6∈ W para completar o conjunto dado de modo a obter uma base de R4. Para isso vamos determinar a "cara" dos vetores em W : (x, y, , z, t) ∈ W ⇐⇒
(x, y, z, t) = a(1, 2, 1, 2)+b(1, 0, 0, 1)+c(0, 1, 2, 3) ⇐⇒ a + b = x ⇒ b = x − a 2a + c = y ⇒ c = y − 2a a + 2c = z ⇒ a = 13(2y − z) 2a + b + 3c = t
Solução do exercício 2.1
Substituindo o valor de a em b e c e todos na quarta equação, obtemos 2
3(2y − z) + x − 1
3(2y − z) + 3y − 2(2y − z) = t ⇐⇒ 3x − y + 5z − 3t = 0
Para que um vetor u não esteja em W , basta não satisfazer essa última equaçao. Por exemplo,
Solução do exercício 2.2
Certamente o conjunto 0 1 2 3 , 0 1 1 0 é LI.Como antes vamos determinar a "cara" dos vetores no subespaço gerado por eles:
x y
z t
está nesse subepaço se x y z t = a 0 1 2 3 +b 0 1 1 0 ⇐⇒ x = 0 y = a + b z = 2a + b ⇒ z − y = a t = 3a ⇒ t = 3(z − y) ⇒ x = 0 t = 3(z − y)
Escolhemos para completar a base, dois vetores LI que não tenham essa "cara". Por exemplo 1 0 0 0 e 0 1 0 0 0 1 , 0 1 , 1 0 , 0 1
Solução do exercício 2.3(a)
Vamos determinar a "lei de formação"dos vetores de U1 e de U2
(x, y, z, t) ∈ U1 ⇐⇒ (x, y, z, t) = a(1, 2, 1, 2) + b(1, 0, 0, 1) ⇐⇒ x = a + b y = 2a z = a t = 2a + b (x, y, z, t) ∈ U1 ⇐⇒ y = 2z e t − x = z (x, y, z, t) ∈ U2 ⇐⇒ (x, y, z, t) = k(1, 0, 0, 1) + λ(0, 2, 1, 1) ⇐⇒ x = k y = 2λ z = λ t = k + λ (x, y, z, t) ∈ U2 ⇐⇒ y = 2z e t = x + z
Solução do exercício 2.3(b)
Pelo item (a) U1 e U2 são o mesmo subespaço. Portanto
U1+ U2 = U1
Solução do exercício 2.3(c)
Do item (a) temos
(x, y, z, t) ∈ U2 ⇐⇒ y = 2z e t = x + z (x, y, z, t) ∈ U3 ⇐⇒ (x, y, z, t) = a(0, 1, 0, 1) + b(1, 1, 1, 1) ⇐⇒ x = b y = a + b z = b t = a + b (x, y, z, t) ∈ U3 ⇐⇒ x = z e y = t (x, y, z, t) ∈ U2∩ U3 ⇐⇒ x = z; y = 2z e t = 2z Logo U2∩ U3 = [(1, 2, 1, 2)]
Solução do exercício 2.3(d)
Como U1 = U2 e U2∩ U3 = [(1, 2, 1, 2)]
U1+ U2+ U3 = U1+ U3 = [(1, 2, 1, 2), (1, 0, 0, 1), (0, 10, 1), (1, 1, 1, 1)]
Mas como (1, 2, 1, 2) ∈ U3 esse vetor é gerado pelos dois que que geram U3 e pode ser
descartado. Portanto
U1+ U2+ U3 = [(1, 0, 0, 1), (0, 10, 1), (1, 1, 1, 1)]