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A importância da construtibilidade na gestão de projetos de construção civil

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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006

A importância da construtibilidade na gestão de projetos de

construção civil

Carlos Eduardo Sanches da Silva (UNIFEI) Sanches@unifei.edu.br Susane Mauro Guimarães (UNIFEI) susaneguimaraes@hotmail.com

Resumo: Este presente trabalho propõe métodos e diretrizes que contribuam para a

qualidade do projeto de edifícios, no contexto da racionalização e construtibilidade, levando a revisão das funções do projeto no empreendimento em um enfoque global. Utilizando-se como método de pesquisa a revisão bibliográfica, os conceitos de racionalização e construtibilidade são apresentados e analisados, explicitando como eles alteram o processo de projeto e aumentam a eficiência da produção.

Palavras-chave: Projeto; Racionalização; Construtibilidade. 1. Introdução

A evolução da construção civil ao longo dos séculos conduziu a uma nova definição do ciclo de vida do projeto de construção. No subsetor de edificações atuam empresas de todos os portes, realizando, principalmente construção de edifícios, partes especializadas e serviços complementares de obra, como é o caso das reformas.Num mercado globalizado, prevalece a regra básica de que só sobreviverão os que forem capazes de produzir os melhores produtos e prestar os melhores serviços pelos melhores preços.

Apesar de todo o desenvolvimento e disponibilidade das atuais tecnologias de apoio à concepção do projeto, são entregues à obra repletos de erros e lacunas, levando a grandes perdas de eficiência nas etapas de execução, bem como, ao prejuízo de determinadas características do produto que foram desenvolvidos antes da sua execução (MELHADO, 2000).

Segundo Gamerson (1996), o estágio inicial do processo de projeto, onde os clientes informam suas expectativas e suas percepções de necessidades é um dos estágios mais críticos do ciclo de vida de um projeto.

Prado (2001) apresenta o ciclo de vida do projeto por quatro estágios básicos: concepção (viabilidade), planejamento, execução (desenho e construção) e finalização (entrega).

Apesar das evidencias constatadas quanto à importância da etapa de projeto no processo construtivo observa-se a negligencia com que vem sendo abordados pelos empresários do setor. Melhado (1994) coloca, que o projeto é considerado uma mera formalidade legal para a aprovação perante os órgãos governamentais.

Para o Construction Industry Institute, o termo construtibilidade é definido como "o uso ótimo do conhecimento das técnicas construtivas e da experiência nas áreas de planejamento, projeto, contratação e operação em campo para se atingir os objetivos globais do empreendimento" (CII 1987). Esta definição, adotada por diversos autores, ressalta a importância da participação de todos os profissionais envolvidos e, em particular, aqueles envolvidos com a execução e com a elaboração dos projetos.

A incorporação de princípios de racionalização construtiva e construtibilidade de projetos salientam a necessidade de que seja reformulada a forma como vem sendo conduzido, ou seja, gerenciado.

O principio básico da construtibilidade na gestão de projeto é procurar adequar o projeto à realidade da sua futura construção, envolvendo todas as etapas do processo construtivo (concepção, construção e uso).

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A apresentação destes conceitos, diretriz e seus princípios, das suas formas de implementação, é um dos objetivos deste trabalho, durante o qual se procurará também avaliar os conhecimentos atuais sobre a construtibilidade e sua aplicação no projeto de construção civil. A avaliação e análise da construtibilidade nos projetos de edificações podem ajudar a preparar e instruir o projeto na etapa de execução.As decisões tomadas ao longo do período destinadas à concepção devem ser sempre tomadas com a clareza de tudo o que se define pode ser construído com recursos as tecnologias e processos de construção mais adequados aos donos de obra e dos futuros utilizadores.

A construtibilidade será conduzida ao longo deste trabalho, como ferramenta potente para atingir a coordenação, clareza e coesão nas decisões e na informação e facilidade de consulta do projeto.

1.2. Desafios Atuais

A construção civil é hoje uma das mais importantes industrias da economia nacional e apesar da sua relevância é lentamente comparada com outros setores. São grandes os desafios atuais no setor da construção civil devido à baixa produtividade, o aumento de processos litigiosos nos tribunais e os atrasos significativos e freqüentes na conclusão das obras.

Para que as empresas permaneçam no mercado é necessário que estejam sempre preparadas para mudar, inovar e implementar adoção de níveis de melhoria nos conceitos e metodologias como ferramentas adequadas no desenvolvimento de seu produto (edifício), que devera ser replanejada do inicio ao fim, com o emprego de todas as tecnologias inovadoras e recursos organizacionais disponíveis.

Segundo Melhado (1994) uma das dificuldades para a mudança que precisam ser implantadas nas empresas construtoras, no que diz respeito à qualidade, é a resistência às mudanças dos profissionais envolvidos em vários níveis decisórios.

Segundo o mesmo autor, atualmente, existem dificuldades para especificar e controlar as atividades de projeto, faltando à empresa "uma estrutura organizacional eficiente para contratação e coordenação da elaboração de projetos; não se faz adequado registro das idéias e conclusões geradas com posterior análise dos resultados em obra, ou seja, as empresas não possuem uma memória construtiva; além de não se levar em consideração os fatores humanos e de relacionamento".

As resistências sempre existirão diante de uma mudança, a forma de atenuar as restrições implica em desenvolvimento de comprometimento e cooperação. Ambos os aspectos são essenciais para a implantação dos diversos conceitos discutidos neste trabalho, com a "racionalização e construtibilidade" que serão abordados em detalhes nos itens seguintes.

2. Racionalização Construtiva no Projeto

A racionalização construtiva é uma das diretrizes mais recomendadas, por diversos autores, para a melhoria da qualidade na construção de edifícios.

Melhado (1994) destaca a importância da racionalização como um princípio que pode ser utilizado em qualquer processo construtivo, proporcionando considerável redução de custo, a partir da implantação de ações de padronização de componentes, simplificação de operações e aumento de produtividade que podem trazer grandes reduções de custo. Porém, salienta que a maior parte destas medidas deve ser admitida ainda na etapa de projeto, devido às suas implicações quanto a dimensões, especificações e detalhes que são incorporados ao mesmo. Segundo Souza (1998) todas as fases de execução da obra, os números de operações do processo de execução, os tipos de serviços, as dependências entre as atividades, o movimento, transporte e circulação de materiais no canteiro de obras, a quantidade e habilidade necessária de mão-de-obra devem ser pensadas nas fases de projeto quanto ao seu grau de repetição de

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tarefas, formas e dimensões, disposição de maquinas e equipamentos e grau de complexidade, objetivando a continuidade da execução.

A racionalização construtiva é definida por Sabbatini (1989) como “um processo composto pelo conjunto de todas as ações que tenham por objetivo otimizar o uso de recursos materiais, humanos, organizacionais, energéticos, tecnológicos, temporais e financeiros disponíveis na construção em todas as suas fases".

No entanto, o processo construtivo tradicional de edificações, na maioria das empresas, é caracterizado por uma atividade de projeto também tradicional, isto é, o projeto é voltado apenas ao produto e não à produção; não há coordenação de projetos, ou quando existe não passa de compatibilização e decisões de grande repercussão técnica e econômica, são tomadas de maneira subjetiva, no momento da produção, perdendo-se praticamente todo o potencial de racionalização que poderia ser implantado à produção do edifício (Barros, 1996). Este autor acredita que um dos caminhos para a qualidade e competitividade empresarial seja o da implantação de tecnologias construtivas racionalizadas no processo de produção do edifício. A racionalização é um poderoso instrumento para a obtenção e melhoria na qualidade do projeto, podendo ser sistematicamente implementada a partir de um processo de documentação e revisão da tecnologia construtiva no contexto de uma dada empresa (BARROS 1991).

Segundo Souza (1998), é de certa forma intuitivo admitir que quando uma edificação tem sua construção concluída, aí terminam os custos incorridos. No entanto, sob as ações de uso, surgem novos custos, os quais estão intrinsecamente ligados às características do projeto, seja em função dos materiais e componentes utilizados, seja em função das soluções de projeto adotadas.

A racionalização construtiva é uma estratégia que vem sendo perseguida pelas empresas de construção, pelos altos benefícios em termos de custos que podem ser alcançados com a sua implementação. Diversos autores (Melhado,2000; Sabattini,1989; Peralta,2002) defendem a implantação da racionalização construtiva na fase de projeto, por ser nesta fase quando as decisões mais importantes, norteadoras de todo o processo construtivo, são tomadas. Planejar antecipadamente todos os momentos da execução, identificando técnicas, localizações e detalhes são os objetivos desta estratégia.

Assim, no processo construtivo existem várias ferramentas que podem ser utilizadas para racionalizar esse processo. Dentre os princípios empregados para a elaboração dos projetos, aquele que fundamenta a grande parte das medidas de racionalização do processo construtivo é a construtibilidade (FRANCO & AGOPYAN, 1994. p.5).

Como se pode observar a racionalização construtiva implica no desenvolvimento de um projeto analisado sob a ótica da economia, eficiência e otimização, aspectos estes também defendidos na teoria da construtibilidade (PERALTA 2002).

3. Construtibilidade no Projeto

O conceito de construtibilidade nasceu no Reino Unido e Estados Unidos nos primeiros anos da década de 80. No Reino Unido é conhecido como Buildability e nos Estados Unidos como Constructability.

A construtibilidade pode ser entendida, segundo Oliveira (1995), como a habilidade ou facilidade deste em ser construído. Inicialmente sinônimo de facilitar a construção através do projeto, atualmente o conceito vem sendo ampliado, significando a integração do conhecimento e experiência construtiva durante as fases de concepção, planejamento, projeto e execução da obra, visando a simplificação das operações construtivas através do pleno conhecimento da tecnologia construtiva a ser adotado no empreendimento.

Segundo Peralta(2002) muitos dos proficionais de projeto e especialistas do produto (edificio) pouco aproveitam da experiência na execução de seus projetos, dando pouca importância aos

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aspectos da construtibilidade. A falta de retroalinhamento de informações entre os engenheiros de produção e projetistas levam repetição continua das falhas detectadas durante a execução do edificio.

A comunicação entre o projetista e o construtor geralmente não acontece antes da execução, apesar do fato de que para maioria dos projetistas falta experiência adequada em execução da construção. Nesse sentido, a construtibilidade procura fazer a integração entre o conhecimento e experiência em execução das construções com a elaboração dos projetos.

A construtibilidade traduz-se no desejo de projetar os edifícios e as suas infra-estruturas em coordenação com as exigências dos processos e das tecnologias da construção (TATUM, 1997, Characteristics of design relevant constructability knowledge).

Como conceito e ferramenta para a gestão de projeto a construtibilidade, esta associada a diversos procedimentos de gestão e de acompanhamento do projeto, como as revisões dos aspectos construtivos do projeto de edificação, a analise da concepção de projeto, otimização dos processos ou métodos construtivos e a utilização de processos construtivos mais eficientes.

Desenvolver o projeto com base na racionalização construtiva e construtibilidade precisa de uma estrutura organizacional de projeto que proporcione:

 integrar as fases de projeto e execução, reduzindo a diferenciação horizontal do processo de projeto, através da comunicação eficiente entre os profissionais das diversas especialidades, inclusive clientes, consubstanciadas através da formação de uma equipe multidisciplinar;

 instituir reuniões regulares compostas por esta equipe;

 criar a função específica do "coordenador de projeto" que gerenciará todo o processo, aumentando a diferenciação vertical do processo, mas amenizando as conseqüências da diferenciação espacial entre os especialistas de projeto, facilitando a comunicação, coordenação e controle do processo;

 formalizar o processo de projeto, através do desenvolvimento de parâmetros e indicadores de projeto, do registro das alterações de projeto em obra, da criação de padrões, da atenção quanto a seleção dos projetistas;

 descentralizar a tomada de decisão, de modo que as decisões de projeto sejam tomadas pelos membros da equipe multidisciplinar, de forma conjunta, consensual e respaldada em informações técnicas e especializadas.

Segundo Griffith (1987), através da aplicação efetiva da construtibilidade podem ser obtidos os seguintes resultados:

 simplificação do projeto levando à execução mais fácil em canteiro;  comunicação mais precisa e eficaz das intenções contidas no projeto;  gerenciamento da execução em canteiro mais eficaz;

 uso melhor dos recursos disponíveis para projetar e construir.

Portanto, deve-se ressaltar, que uma das diretrizes mais eficientes para obtenção da qualidade no projeto, qualidade essa tão requisitada pelas empresas de edificações, é a implementação das medidas de racionalização construtiva e construtibilidade na fase de projeto.

3.1. Os Princípios da Construtibilidade

A aplicação do conceito da construtibilidade necessita de uma correta percepção e entendimento dos seus princípios, aplicados nas diferentes fases do ciclo de vida dos projetos de construção.

Os princípios da construtibilidade, apresentados pela CIIA – Constrution Industry da Austrália em colaboração com o CII - EUA estão indicados no quadro1 com seus respectivos

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significados de forma mais abrangente, podem ser aplicados globalmente em empreendimentos de construção.

Quadro 1- Princípios da Construtibilidade

PRINCIPIOS DA CONSTRUTIBILIDADE

PRINCIPIO SIGNIFICADO

Integração A construtibilidade deve ser parte integral do planejamento do empreendimento.

Conhecimento de construção

O planejamento do projeto deve envolver ativamente o conhecimento e experiência de construção.

Habilidade da equipe A experiência, habilidade e composição da equipe do empreendimento devem ser apropriadas para o mesmo.

Objetivos corporativos Construtibilidade é aumentada quando a equipe do empreendimento em o entendimento dos objetivos do cliente e do empreendimento. Recursos disponíveis A tecnologia da solução de projeto deve ser compatível com a

habilidade e recursos disponíveis.

Fatores externos Fatores externos podem afetar o custo e/ou o programa do empreendimento.

Programa A totalidade do programa do empreendimento deve ser realista e adequado à construção, devendo ter a concordância da equipe do empreendimento.

Metodologia construtiva O projeto deve considerar a metodologia construtiva.

Acessibilidade Construtibilidade será aumentada se a acessibilidade da construção é Considerada no projeto e nos estágios de construção do empreendimento.

Especificações A construtibilidade do empreendimento será aumentada quando a eficiência construtiva é considerada na elaboração de especificações. Inovação na construção O emprego de técnicas inovadoras durante a construção vai aumentar

a construtibilidade. Retroalimentação

Construtibilidade pode ser aumentada em futuros empreendimentos similares se uma análise pós-construção é realizada pela equipe do empreendimento.

Fonte: CII (1993).

Os princípios indicados no quadro 1 estão associados a sistêmica da construtibilidade, sendo necessário desenvolver diretrizes a partir deles que possam ser aplicados nas diferentes fases do ciclo de vida dos projetos.

De acordo com os princípios da construtibilidade os projetos deverão ser formulados em concordância entre os projetistas envolvidos e a equipe de execução, compatibilizando-os desta forma a obter o desenvolvimento de seqüências construtivas; padronização dos materiais; acessibilidade aos locais de trabalho; liberação das montagens em qualquer seqüência executiva; eliminação de embutimentos e sobreposições de elementos construtivos, uso de materiais convencionais; o uso de materiais locais, requerendo mão-de-obra facilmente encontrada.

Segundo Rodrigues (2005) no caso do coordenador, as diretrizes devem estar dirigidas a itens como análise de soluções alternativas de projeto, identificação de restrições de projeto, análise do nível de complexidade dos sistemas prediais e análise da interface entre materiais e componentes entre outros. Já no caso dos projetistas, as diretrizes devem ser: simplificação de detalhes, consideração da seqüência de construção, padronização, adoção de tolerâncias práticas e simplificação da futura operação e manutenção.

Griffith e Sidwell (1995) indicam que alguns destes princípios sejam incorporados com mais ênfase na formulação de soluções técnicas durante o projeto. Estes são: metodologia

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construtiva, especificações, acessibilidade e habilidade da equipe. Os mesmos autores também chamam a atenção para os fatores que influenciam a construtibilidade no projeto:

 Grau de complexidade no detalhamento do projeto (detalhes simples e inteligentes);  Exatidão requerida na aplicação e montagem de materiais e componentes

(significando inicio mais rápido e menor risco de correções futuras);

 Inter-relação entre diferentes elementos construtivos, componentes e materiais (execução mais fácil com menos interfaces entre serviços);

 Complexidade da seqüência de execução e habilidade requerida da mão-de-obra (redução dos itens para controle);

 Flexibilidade do projeto e tolerâncias no detalhamento de projeto adequadas aos materiais, componentes e mão-de-obra (possibilidade de substituições e adaptações). O autor ainda adverte que algumas melhorias, como a redução de tempo de espera em seqüências complexas de execução, dependem de avaliar cuidadosamente como se executa no canteiro, em lugar da visão que o projetista tem daquilo que será executado.

As características abrangentes deste conceito, reveladas em seus princípios, tornam as ferramentas definidas para a aplicação do conceito, como instrumentos essenciais para a melhoria da qualidade do projeto.

3.2. Implementação da Construtibilidade

A aplicação do conceito da construtibilidade e seus princípios a um projeto de construção devem ser implantados nas diversas fases de projeto, ao longo do seu ciclo de vida, assumindo diferentes níveis de formalidade. Segundo O`Connor (1987), quando mais cedo houver a implementação do principio de construtibilidade, melhores serão seus resultados para o empreendimento ou produto (edifício).

Tatum (1987) dentre os benefícios proporcionados pela implantação da construtibilidade encontra-se:

 diminuição das tarefas na construção;

 diminuição das dificuldades durante a construção;  reconhecimento das limitações e práticas locais;  melhoria dos métodos construtivos e da tecnologia;

 importância à melhoria de coordenação entre os projetistas e construtores;  adoção do mesmo ponto de vista por todos os membros da equipe.

Um melhor entendimento do conceito de construtibilidade proposto pelo CII pode ser obtido a partir da análise da classificação das ações para implementação da construtibilidade proposto por O'Connor e Tucker (1986). Nesta classificação, distinguem-se:

 orientação do projeto à execução;

 comunicação efetiva das informações técnicas;

 otimização da construção, com a geração de técnicas construtivas;  recursos efetivos de gerenciamento e normalização;

 melhoria dos serviços dos sub-empreiteiros;  retorno do construtor ao projetista.

Os benefícios com a implementação da construtibilidade sejam eles qualitativos ou quantitativos, pode variar em função de diversos fatores como:

 capacitação da equipe de gestão de projeto;

 melhoria das relações entre os participantes no projeto;

 os procedimentos organizacionais de registro e avaliação dos projetos;  redução de retrabalhos, duvidas e revisões no projeto;

 redução do tempo de concepção e revisão do projeto;  redução do custo do projeto;

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Para a implementação de construtibilidade em empresas ou empreendimentos, o Construction Industry Institute (CII) lista alguns princípios úteis, como:

 encorajar o trabalho em equipe, a criatividade e os enfoques inovadores;

 enfatizar a integração total no empreendimento, não a otimização de uma das partes;  fazer uma avaliação dos resultados.

A qualidade de cada um desses fatores no projeto imposto pela gestão de projeto influência muito a capacidade de medição dos benefícios da construtibilidade num projeto.

As empresas devem criar base de dados e incentivar a consulta dos registros de experiências construtivas já vivenciada da aplicação da construtibilidade, onde devem ser claramente especificados, os passos, os procedimentos da construção para o desenvolvimento de projetos futuros, desde que seja assegurado o fácil acesso a estes registros, a sua permanente atualização, bem como a qualidade dos respectivos conteúdos.

4. Conclusões

A busca pela melhoria da qualidade do produto (edifício) no setor da construção é reflexo do precário domínio técnico e tecnológico que as empresas do sub-setor detém sobre as suas atividades produtivas, bem como de serviço de projetos pouco orientados a construtibilidade das obras e deficientes enquanto a caracterização de produtos.

Dentre as iniciativas nessa direção, este trabalho conclui que as empresas construtoras tendem a desenvolver mecanismos para elaborar os projetos do produto e processo de projeto como um todo de forma integrada. A implementação dos princípios de racionalização construtiva e construtibilidade auxiliam na compatibilização entre projetos, proporcionando uma melhoria na qualidade e produtividade do produto (edifício) e conseqüentemente maior rentabilidade de investimento. Algumas poderão desenvolver essas atividades internamente ou subcontratar serviços especializados, já que, a construtibilidade tem repercussão em todo o ciclo de vida do produto (edifício).

A literatura apresenta princípios amplos para a aplicação da construtibilidade, caracterizando-a como um processo de caracterizando-aprendizcaracterizando-agem. Tcaracterizando-al evidencicaracterizando-a pode ser umcaracterizando-a dcaracterizando-as ccaracterizando-auscaracterizando-as dos conceitos de construtibilidade serem pouco explorados por profissionais ligados à construção civil, sub-setor edificações. Entre os trabalhos já publicados constata-se que as empresas têm dificuldade para interpretar e implementar a construtibilidade no ciclo de vida do projeto, sendo necessário que este conceito seja mais aprofundado em estudos através de melhores práticas, na perspectiva de aumentar a produtividade e eficiência do setor da edificação.

5. Referências Bibliográficas

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