MONITORIA_05_2015
DISCIPLINA: REDAÇÃO
AULA: TIPOLOGIA TEXTUAL
Os textos mais recorrentes no vestibular
Qual é o objetivo do texto?
Que nível de linguagem é trabalhado?
Qual o vocabulário trabalhado?
Qual o assunto trabalhado?
Há uma tese/ponto de vista?
Os textos mais recorrentes no vestibular
Texto argumentativo (!!!)
Criticar algum tema
>>
Questionar
colocar em crise
Dúvida original >> argumentação
Objetivo:
convencimento
Uso de argumentos (no caso do texto dissertativo, precisam ser
racionais)
Exemplos:
-‐ Carta argumentativa
-‐ Artigo de Opinião
-‐ Editoriais
Os textos mais recorrentes no vestibular
Dario vinha apressado, guarda-‐chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o
passo até parar, encostando-‐se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-‐se na calçada,
ainda úmida da chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-‐no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os
lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitério de Elefantes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964 (adaptado).
No texto, um acontecimento é narrado em linguagem literária. Esse mesmo fato, se relatado em
versão jornalística, com características de notícia, seria identificado em:
Os textos mais recorrentes no vestibular
A) Ai, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar no guarda-‐chuva... mas não deu. Encostei na parede e fui escorregando. Foi
mal, cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um povo que passava falou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal!
B) O representante comercial Dario Ferreira, 43 anos, não resistiu e caiu na calçada da Rua da Abolição, quase esquina com a Padre
Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do meio-‐dia. O homem ainda tentou apoiar-‐se no guarda-‐chuva que trazia, mas não conseguiu. Aos populares que tentaram socorrê-‐lo não conseguiu dar qualquer informação.
C) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo atrás. O homem, todo aprumado, de guarda-‐chuva no braço e cachimbo
na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo até se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passavam pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar.
D) Vítima
Idade: entre 40 e 45 anos Sexo: masculino
Cor: branca
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua da Abolição, quase esquina com Padre Vieira. Ambulância chamada às 12h34min por homem desconhecido. A caminho.
E) Pronto socorro? Por favor, tem um homem caído na calçada da rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira. Ele parece
desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta dele. Mas parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa de uma ambulância rápido. Por favor, venham logo!
Os textos mais recorrentes no vestibular
A) Ai, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar no guarda-‐chuva... mas não deu. Encostei na parede e fui escorregando. Foi
mal, cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um povo que passava falou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal!
B) O representante comercial Dario Ferreira, 43 anos, não resistiu e caiu na calçada da Rua da Abolição, quase esquina com a Padre
Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do meio-‐dia. O homem ainda tentou apoiar-‐se no guarda-‐chuva que trazia, mas não conseguiu. Aos populares que tentaram socorrê-‐lo não conseguiu dar qualquer informação.
C) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo atrás. O homem, todo aprumado, de guarda-‐chuva no braço e cachimbo
na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo até se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passavam pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar.
D) Vítima
Idade: entre 40 e 45 anos Sexo: masculino
Cor: branca
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua da Abolição, quase esquina com Padre Vieira. Ambulância chamada às 12h34min por homem desconhecido. A caminho.
E) Pronto socorro? Por favor, tem um homem caído na calçada da rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira. Ele parece
desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta dele. Mas parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa de uma ambulância rápido. Por favor, venham logo!
Os textos mais recorrentes no vestibular
Texto jornalístico
Notícia: informação mais direta, objetiva
Reportagem: informação desenvolvida, com depoimentos, vídeos, fotos etc.
Artigo de Opinião: opinião do próprio autor
Editorial: opinião do veículo
Os textos mais recorrentes no vestibular
Sobre visões e tons (coluna, 1º/3) -‐ Flávia Oliveira
Foi Fernando Sabino em “Martini seco” (1987) quem propôs a reflexão. “Qual a cor do tabuleiro de damas?”, indagou o escrivão, um dos personagens, após vencer o amigo comissário de polícia numa partida. Seria branco com quadrados pretos ou preto com quadrados brancos? O comissário tentou as duas opções e errou a resposta. Ao fim, o escrivão sentenciou: “É de outra cor, com quadrados pretos e brancos”. A lembrança do episódio literário, que acabou dando nome à autobiografia (“O tabuleiro de damas”, 1999) do escritor mineiro morto há dez anos, emergiu da polêmica da semana nas redes sociais — a essa altura, já enterrada. De que cor seria o vestido da escocesa: branco e dourado ou preto e azul? O tolo questionamento se presta a explicar os dias de hoje, da vida em plebiscito permanente.
Por 24 horas, o mundo virtual se ocupou do enigma. A imagem do vestido foi alvo de dezenas de milhões de visualizações. Jornalistas se ocuparam da pauta. Oftalmologistas, neurocientistas e psicólogos foram convocados a explicar o Fla-‐Flu da ocasião. Os tensos perderam o sono. Os indiferentes foram dormir. Os debochados fizeram piada. Os ocupados esculhambaram o falso drama. Os radicais desqualificaram a opinião contrária. Sinal dos tempos.
E assim o dilema do vestido virou metáfora dessa época repleta de certezas fugazes, avessa à tolerância. Uma cor é uma cor. E pronto. Sentença emitida, hora da polêmica seguinte. Importa pouco se 10%, um quarto ou dois terços enxergam a peça (ou a vida) em outros tons.
Fernando Sabino, certa vez, explicou assim o diálogo sobre o tabuleiro de damas: “Quis sugerir que, por baixo da realidade que se apresenta aos nossos olhos, existe outra”. Do lado da ciência, o médico Luis Fernando Correia ensinou que a visão humana não é objetiva como parece: “Há mais interpretação que certeza. Cada cérebro interpreta as cores de um jeito próprio. E tudo bem”.
Os textos mais recorrentes no vestibular
Na ausência dessa compreensão, reside a intolerância despudorada, de cores fortes e sem filtro, das redes sociais, que tanto mal faz ao debate democrático. Facebook e Twitter são torcidas organizadas de times rivais. Não basta torcer pelo próprio clube; é preciso humilhar, destruir os fãs adversários. Em segundo plano fica o esporte, paixão nacional a caminho da vala.
Na política, idem. O mundo virtual se divide entre os que enxergam o Brasil como irremediável fracasso ou sucesso em gestação. É tudo branco ou preto. Não há espaço nem para 50 tons de cinza, para usar a referência cinematográfica da vez, nem para a outra cor de Sabino.
E na agenda dos direitos civis, há quem sobreponha classificação de gênero ao afeto nas relações familiares. Daí o presidente da Câmara dos Deputados desarquivar uma proposta de legislação que limita a homem, mulher e descendentes a definição de família. É mais que diferença de visão, é falta dela.
Na loja virtual da varejista britânica, as vendas do vestido preto e azul quase quadruplicaram com o dilema das cores. A empresa, agora, estuda lançar o modelo branco e dourado. Fica aqui a sugestão que a peça venha também em outra cor, coberta de branco, dourado, preto e azul. Salve o tabuleiro de Sabino!
Os textos mais recorrentes no vestibular
Crônica
Linguagem (muito mais) livre
Temáticas do cotidiano
Tom (muitas vezes) narrativo
Texto de curta extensão
Os textos mais recorrentes no vestibular
O jivaro
Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de um morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operações, e o índio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.
O Sr. Matter:
– Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco. E o índio: – Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!
Rubem Braga
O assunto de uma crônica pode ser uma experiência pessoal do cronista, uma informação obtida por ele ou um caso imaginário. O modo de apresentar o assunto também varia: pode ser uma descrição objetiva, uma exposição argumentativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto à finalidade pretendida, pode-‐se promover uma reflexão, definir um sentimento ou tão-‐somente provocar o riso.
Na crônica O jivaro, escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes elementos: