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Colégio Pedro II Departamento de Desenho e Artes Visuais

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Academic year: 2021

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Profª Dra. Ana Céli Pimentel – Artes Visuais

Campus São Cristóvão II – Coordenador Pedagógico de Disciplina: Shannon Botelho 6º ano. TURMA: ________

NOME: ____________________________________________________ nº ______

ARTE INDÍGENA

Enquanto a América ainda não tinha sido ocupada pelos europeus, aqui no Brasil já existia a arte indígena: adornos feitos de plumas multicoloridas, pintura corporal e cerâmica decorada com motivos geométricos.

Em 1500 quando os colonizadores portugueses chegaram aqui, encontraram as novas terras habitadas por indígenas. Eles estavam organizados em tribos, onde seu modo de vida apresentava muitas características comuns, inclusive a arte.

Quando os colonizadores portugueses chegaram ao Brasil, havia aproximadamente, 3 milhões de índios. Hoje em dia, eles não chegam a 200 mil. Ao longo desse tempo, nossa cultura sofreu muita influência dos indígenas. Alguns dos hábitos por nós adquiridos são o de dormir em redes (muito comum no Nordeste), de tomar banhos diários (novidade para os portugueses), além da prática do cultivo do milho, da mandioca, do mate, feijão etc.

Na sociedade indígena não há escolas. Não há, assim, distinção entre fazer arte, ciência ou religião. Entre nós, isso é diferente, já que cada uma dessas atividades acontece em determinado momento e lugar.

Entre os indígenas, tudo é vivenciado em conjunto e naturalmente. Os mais velhos ensinam os mais jovens nas experiências comuns do dia-a-dia e nos rituais onde o saber e as tradições são passadas oralmente. Dessa forma, os rituais envolvem, muitas vezes, explicações sobre a origem da tribo e até sobre a origem do mundo, através de encenações, onde entram a dança, a música, vestimentas, ornamentos, pinturas corporais e comidas típicas.

Quando falamos em arte indígena, consideramos, como tal, objetos utilitários, a pintura corporal, a cestaria, as máscaras, a cerâmica, a arte plumária e arquitetura.

É importante lembrar que os índios não fazem esses objetos com uma finalidade puramente artística (como, geralmente nós fazemos com a arte em nossa sociedade). Esses utensílios fazem parte de seu dia-a-dia e estão presentes a todo o momento.

A primeira questão que se coloca em relação à arte indígena é defini-la ou caracterizá-la entre as muitas atividades realizadas pelos índios. Para eles, o objeto precisa ser mais perfeito na sua execução do que sua utilidade exigiria. Nessa perfeição para além da finalidade é que se encontra a noção indígena de beleza.

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A tendência indígena de fazer objetos bonitos para usar na vida tribal pode ser apreciada principalmente na cerâmica, no trançado e na tecelagem.

Outro aspecto importante a ressaltar: a arte indígena é mais representativa das tradições da comunidade em que está inserida é por isso que os estilos da pintura corporal, do trançado e da cerâmica variam significativamente de uma tribo para outra.

A situação dos índios brasileiros, hoje em dia, é muito ruim. Com o desmatamento, os animais sumiram e eles já não caçam, mas ainda coletam cipós e madeira nas matas que restaram com os quais produzem o seu artesanato – samburás, peneiras, gamelas, cestos que são comercializados nas cidades e vilas vizinhas. Porém, muitos índios não conseguem sobreviver apenas com os recursos naturais e as atividades desenvolvidas nas terras indígenas, passando a vender sua mão-de-obra desqualificada e desvalorizada no mercado regional.

Diante da atual degradação ambiental das terras indígenas e da política do governo, o futuro dos indígenas é incerto.

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1 – Pintura Corporal:

Essa atividade varia de tribo para tribo com inúmeras diferenças entre elas. Os homens sempre se enfeitam mais que as mulheres e alguns deles fazem tatuagens, como os Carajás.

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As cores mais usadas pelos índios para pintar seus corpos são:

 o vermelho muito vivo do urucum,

 o negro azulado da tintura do suco de jenipapo,

 o branco da argila tabatinga e

 o preto da fuligem de certas madeiras queimadas.

A escolha dessas cores é importante, porque o gosto pela pintura corporal está associado ao esforço de transmitir ao corpo a alegria contida nas cores vivas e intensas.

As cores são extraídas das sementes, frutos, barro, terra ferruginosa, etc e são fixados com seivas de certas plantas como o babaçu.

As tintas são aplicadas com os dedos, pequenas varetas, penas finas, com a mão toda e com carimbos de madeira usando como tema desenhos geométricos e abstratos.

Envolvido pela natureza, o indígena se inspira em formas como o cipó entrelaçado na mata, a carapaça do jabuti, o favo de mel da abelha etc, fazendo abstrações geométricas que cobrem o corpo.

Serve para expressar a vaidade pessoal do índio, distinguir ou destacar sua posição dentro da tribo, usada em festas ou rituais religiosas, para guerras ou receber visitantes.

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De acordo com Lévi-Strauss, “as pinturas do rosto conferem, de início, ao indivíduo, sua dignidade de ser humano; Em seguida, diferentes quanto ao estilo e à composição segundo as castas, elas exprimem, numa sociedade complexa, a hierarquia dos status. Elas possuem assim uma função sociológica”.

São os Kadiwéu que apresentam uma pintura corporal mais elaborada. Os desenhos são geométricos, complexos e revelam um equilíbrio e uma beleza que impressionam o observador.

Os primeiros registros dessa pintura datam de 1560, pois ela impressionou o colonizador e os viajantes europeus. Mais tarde foi analisada também por vários estudiosos, entre os quais Lévi-Strauss, antropólogo francês que esteve entre os índios brasileiros em 1935.

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2 – Arte Plumária:

Existem dois grandes estilos na criação das peças de plumas dos indígenas brasileiros. As tribos dos cerrados fazem trabalhos majestosos e grandes. As tribos silvícolas fazem peças mais delicadas, sobre faixas de tecidos de algodão. A maior preocupação é com o colorido e a combinação dos matizes. As penas são sobrepostas em camadas, como nas asas dos

pássaros.

Graças à variedade de nossa fauna, a arte plumária é bastante desenvolvida nas várias tribos brasileiras. Ela revela a criatividade indígena e um perfeito senso artístico.

Os indígenas confeccionam artefatos como colares, pulseiras, cocares, mantos, leques, usando as penas ou, simplesmente, colocando-as sobre a pele uma camada de resina. A maior preocupação é com o colorido e com a combinação das cores, sendo as penas, geralmente, sobrepostas em

Cocar

Colar

r

Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas à pura busca da beleza. É usada como adorno no dia-a-dia e nos rituais.

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camadas, como nas asas dos pássaros. Os arranjos são feitos presos a cordões ou colocados com resina.

As penas também podem ser usadas na ornamentação do próprio corpo do indígena.

3 – Arte em Pedra:

Para certos rituais importantes eles utilizam instrumentos de pedra herdados de seus antepassados.

4 – Arte em Madeira:

Os trabalhos em madeira são muito variados. É costume cada um fazer seus objetos de uso pessoal:

Os indígenas faziam instrumentos de pedra como: machados, clavas, panelas, cuias e esculturas de aves, peixes ou mamíferos.

clava

machado

Pontas de

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- utensílios e objetos de uso geral da tribo – colheres, pilão, raladores, grelha, cuias, pentes.

- instrumentos musicais – maracá (chocalho de sementes), assobios, bastões de ritmo, etc.

- máscaras decorativas (de madeira) e anatômicas (entrecasca de árvores) com função religiosa, mágica e decorativa.

pente

pilão

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- esculturas de homens e animais, bastões para danças rituais, colares Zoomórficos, licocós (bonecos Karajás).

- armas – arcos, flechas, clava, tacape, lanças, zarabatanas, etc.

- remos – de madeira resistente e decorado.

- ocas e malocas – armação de madeira coberta com palha para uma família ou toda tribo. - canoas – usadas para locomoção fluvial e para pesca. A canoa é um trabalho que serve para toda a comunidade, portanto é feita em equipe.

5 – Arte em Cerâmica

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As peças de cerâmica que se conservaram testemunham muitos costumes dos diferentes povos indígenas e uma linguagem artística que ainda nos impressiona. São assim, por

Há milênios o homem utiliza-se do barro endurecido pelo fogo para fazer objetos utilitários e decorativos.

Arco e flecha

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exemplo, as urnas funerárias lavradas e pintadas de Marajó, a cerâmica decorada com desenhos impressos por incisão dos Kadiwéu, as panelas zoomórficas dos Waurá e as bonecas de cerâmica dos Karajás. Seus objetos são decorados com desenhos geométricos ou figurativos.

Além de objetos de uso pessoal geral como as tigelas, as indígenas também fazem urnas funerárias, vasos, bonecos, jarros, cachimbos e chocalhos.

O trabalho oleiro é de enorme importância para determinadas tribos, muito apreciado comercialmente e sempre executado por mulheres e meninas aprendizes.

Bonecas de cerâmica dos Karajás

Urna funerária Marajoara

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Aqui no Brasil, por sua originalidade, destacam-se as cerâmicas indígenas Marajoara, Tapajós (Pará) e Maracá (Amapá). Os mais divulgados destes utensílios estão na Ilha de Marajó, no Pará (cerâmica Marajoara) e constituem peças de confecção apropriada e de grande beleza pela presença de estilizações geométricas. As cerâmicas mais famosas:

6 – Arte em Trançados

:

A partir de materiais presentes em seu dia-a-dia como folhas, palmas, cipós, talos e fibras, os indígenas produzem uma grande variedade de utensílios: peneiras, cestos, abanos, redes, esteiras etc.

Usam, para isso, a tecelagem que é a técnica de trançar estas fibras. Em alguns casos, selecionam folhas claras e escuras (tingidas) entrelaçando-as para obter um efeito geometrizado.

Marajoara

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7 – Máscaras:

Para os indígenas, as máscaras têm um caráter duplo: ao mesmo tempo em que são adornos produzidos por um homem comum, são as figuras vivas do ser sobrenatural que representam.

Elas são feitas com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas geralmente em danças cerimoniais como, por exemplo, quando representam heróis que mantém a ordem do mundo.

As meninas desde cedo, aprendem a fiar, tecer e trançar.

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8 – Arquitetura:

No caso dos indígenas brasileiros, a aldeia (taba) é formada por pequenos núcleos dispersos pela área, composta por duas ou mais casa. As moradias abrigam famílias nucleares (pais e filhos), que são parentes de quase todos os outros membros da aldeia.

As casas (ocas e malocas) têm, em média, 3m de largura por 4m de comprimento e 2m de altura. As paredes são construídas com estacas de madeira dispostas lado a lado e, em alguns casos, recebem uma cobertura de barro. A amarração é feita com cipós e a cobertura de esteiras de taquara, sapés ou palha, geralmente em feitio arredondado.

Eles fazem vários tipos de arquitetura:

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Contribuições Indígenas

Fazem parte da cultura humana: os costumes, os hábitos alimentares, as vestimentas, os idiomas, as religiões, as artes, como por exemplo: música, dança, literatura, pintura, escultura, arquitetura, etc.

São as diversas trocas entre as diferenças culturais dos povos que enriquecem e aproximam os homens. Nossa cultura sofreu muita influência da cultura indígena. Eles nos ensinaram a cultivar: o milho, o mate, a mandioca, o fumo.

Graças a ele conhecemos: o algodão, o cacau, o guaraná, o palmito e a batata (hoje chamada de batata inglesa).

Além dos hábitos alimentares nossa língua também foi muito influenciada com inúmeras palavras indígenas, tais como: carioca, Janaína, Itacoatiara, Tijuca – que são palavras de origem Tupi-Guarani.

Referências

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