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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

Nome da Tecnologia: Composteira de Aves Ano de Avaliação da Tecnologia: 2012 Unidade: Embrapa Suínos e Aves

Equipe de Avaliação:

João Dionísio Henn

Jonas Irineu dos Santos Filho Marcos Novaes

Doralice Pedroso de Paiva Marcio Gilberto Saatkamp Idair Pedro Piccinin

Levino José Bassi Joel Antônio Boff Jacir Albino

Luizita Salete Suzin Marini Márcia Mara Tessmann Zanotto

Concórdia, SC, março de 2013

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA

1.1. Composteira de Aves

1.2. Objetivo estratégico PDE/PDU

X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio X Inclusão da Agricultura Familiar

X Segurança Alimentar – Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas

Avanço do Conhecimento Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta - Composteira de Aves para Avicultura de Corte

A compostagem é um processo natural de fermentação que ocorre na presença de ar e umidade, fazendo com que as carcaças de aves sejam decompostas pela ação de micro-organismos. Tem grande importância na produção do frango em escala, uma vez que permite o descarte eficaz dos animais mortos durante a criação, bem como, favorecendo a segurança sanitária da propriedade produtiva, além de ser um método econômico e ambientalmente correto para eliminação das carcaças. A produção de resíduos está estritamente relacionada ao crescimento populacional. Na avicultura, um dos resíduos que merecem destaque é o das carcaças de aves mortas, cujo volume aumentou consideravelmente em função da expansão do setor e da concentração de aves em um mesmo local. Na epidemiologia das doenças transmissíveis, as carcaças dos animais mortos nas granjas ocupam lugar de destaque na continuidade do processo infectivo, uma vez que os hospedeiros suscetíveis ficam expostos à contaminação. Neste sentido, os resíduos devem ser considerados como potencial fonte de infecção para as populações tanto animal como humana que vivem no local.

Amplamente difundida na avicultura de corte, esta tecnologia necessita de critérios rígidos para sua execução, mas é uma alternativa viável para o avicultor. A composteira de aves modelo Embrapa é resultado de uma adaptação a partir do modelo de composteira desenvolvido e recomendado pela Auburn University, Alabama, US. e para fins deste relatório, foi analisada quando em sua utilização na avicultura de corte industrial, onde os frangos são novos, com menor calcificação óssea e falecidos durante o processo de criação que pode durar até 45 dias.

A compostagem de aves é um processo que deve ser realizado numa instalação adequada, abrigada da chuva, porém arejada e manejada de forma a promover a reciclagem do composto orgânico. A composteira pode ser construída com madeiras brutas (troncos) ou beneficiadas, em alvenaria de tijolos ou blocos de cimento

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3 pré-fabricados. Uma recomendação fundamental está na impermeabilização do solo ou na construção de estrutura acima dele, evitando a contaminação dos lençóis freáticos.

A composteira de aves mortas modelo Embrapa (tecnologia nova) é descrita por uma estrutura com câmaras de 1,5 m x 1,5 m de área, cujo manejo é manual, com paredes elevadas até cerca de 1,70 m de altura e telhado de abas largas, com vão para ventilação, chegando até 2,10 m de altura (Figuras 1 e 2). Conforme o modelo Embrapa, no processo de compostagem coloca-se as aves mortas em camadas com primeira parte de cama de aviário ou esterco, depois palha ou grimpas de madeira que vão fornecer carbono para o composto e permitir a aeração. Na seqüência coloca-se as carcaças, deixando-se espaço entre as aves e a parede, depois repete-se as camadas até 1,5 m de altura e fecha-se a pilha com nova parte de cama de aviário. As pilhas de compostagem devem fermentar por até dois meses, tempo correspondente ao ciclo de lotes de aves na avicultura de corte, sendo que depois deste período tem-se um composto estável que pode ser aplicado na lavoura. O destino correto dos resíduos do sistema de criação de aves é fundamental para a manutenção da condição sanitária adequada dos plantéis. Esta tecnologia nova contrasta com a tecnologia anterior, que pode ser caracterizada pela colocação das aves mortas para seres consumidas por cachorros, urubus, re-uso inadequado para alimentar outros animais, representando elevado risco sanitário, além de estimular a presença de insetos e animais indesejáveis, além de odores e outros resíduos.

Figura 1 - Planta baixa da Composteira Embrapa Dimensionada para atender lotes de 20 mil aves.

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4 A técnica de compostagem, a partir do modelo de composteira padrão Embrapa, substituiu diversas práticas utilizadas pelos avicultores, tais como: queima das carcaças, venda das carcaças, enterro em fossas, descarte nas matas ou nos rios, etc.. Neste contexto, a adoção da Tecnologia Embrapa permitiu que a criação do frango de corte se padronizasse quanto ao descarte de carcaças de aves, favorecendo a uma melhor organização da granja, evitando a disseminação de doenças, mau cheiro e parasitas, além de reduzir o impacto ambiental com a estabilização do composto.

1.4. Ano de Lançamento: 2000

1.5. Ano de Início de Adoção: 2000

1.6. Abrangência

O Padrão Embrapa de compostagem de aves mortas foi difundido em todo território nacional e estima-se que sua abrangência em 2012 tenha sido a maior parte das granjas produtoras de frango de corte em pelo menos 17 Estados Brasileiros e no Distrito Federal. Sendo intensamente utilizado na Região Sul (Tabela 1) e também nos demais estados, visto que as cooperativas e agroindústrias líderes do setor, estão também com atuação em diversos outros estados do território nacional. Vale destacar que estas informações foram estimadas com base nas seguintes fontes:

Na Empresa Sadia, o responsável pela avicultura, Sr. Alexandre Matter, afirma que 100% dos seus integrados utilizam compostagem para destinação das aves mortas. Na Empresa Perdigão, o responsável pela avicultura, Sr. Francisco, afirma que 100% dos seus integrados utilizam compostagem para destinação das aves mortas. Na Empresa Seara, o responsável pela avicultura, Sr. Rogério Chiuzi (Cargill), afirma que 100% dos seus integrados utilizam compostagem para destinação das aves mortas. Na Associação Paulista de Avicultores (APA), o responsável pela atividade, Sr. José Roberto, estima que 100% dos seus associados utilizam compostagem para destinação das aves mortas. Na Associação dos Avicultores de Minas Gerais (AVEMIG), a responsável pela atividade, Sra. Marília, estima que 100% dos seus associados utilizam compostagem para destinação das aves mortas. Na Associação Cearense de Avicultura (ACEAV), o responsável pela atividade, Sr. João Jorge, estima que 100% dos seus associados utilizam compostagem para destinação das aves mortas. Na Associação dos Avicultores do Pernambuco (AVIPE), o responsável pela atividade, Sr. Nilo Santiago, estima que 100% dos seus associados utilizam compostagem para destinação das aves mortas.

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5 Tabela 1 – Usuários da compostagem Padrão

1.7 Beneficiários

Os principais beneficiários da tecnologia avaliada são pequenos, médios e grandes produtores rurais, patronais (1) ou familiares (2), criando frangos em sistemas confinados e inseridos na avicultura industrial. Neste contexto, o modelo de produção é o de integração vertical, onde a produção é tecnificada e existe um arranjo contratual entre os agentes da cadeia produtiva. Cada “elo” tem suas atribuições gerenciados pela agroindústria, a montante e a jusante, e parte dos riscos da atividade produtiva, transporte, comercialização, entre outros, é transferido para a integradora.

Temos ainda como beneficiários da compostagem padrão Embrapa os demais elos da cadeia produtiva, agroindústria, consumidores, freteiros e etc., principalmente porque a compostagem permite um maior controle da propagação de doenças que afetariam o desempenho de toda a cadeia.

(1) O produtor rural patronal é caracterizado por contratar mão-de-obra de fora da propriedade. Fonte: Embrapa.

(2) O produtor rural familiar é caracterizado por utilizar mão-de-obra da própria família. Fonte: Embrapa.

AL - AC - DF X ES X PR X BA X AM - GO X MG X RS X CE X AP - MS X RJ X SC X MA X PA X MT X SP X PB X RO -PE X RR -PI X TO -RN -SE -Sul

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1.8 Metodologia e fonte de dados

A metodologia para confecção deste relatório de avaliação de impactos, consistiu de entrevistas de campo e levantamento de dados estatísticos, amparadas por um roteiro elaborado e discutido com a equipe de avaliação. A primeira etapa das entrevistas tinha como foco caracterizar a opinião dos beneficiários avicultores que utilizam a compostagem modelo Embrapa para descarte das aves mortas. Também foram registradas a opinião de especialistas na tecnologia avaliada. Os especialistas entrevistados foram a Sra. Doralice P. de Paiva – pesquisadora aposentada da Embrapa e principal responsável pelo desenvolvimento e adaptação da tecnologia avaliada e; o Sr. Jacir Albino – Assistente da Embrapa responsável por transferência da tecnologia.

Observando-se que os entrevistados produtores foram selecionados pelo critério logístico, priorizando-se estabelecimentos próximos a nossa Unidade, mesmo porque a região tem considerável representatividade no cenário da avicultura e grande aceitação quanto ao uso da composteira, modelo Embrapa. Também, parte das entrevistas foi realizada através de telefonemas e que, por causa do alcance geográfico, permitiu uma melhor “visualização” nacional da adoção da tecnologia Embrapa.

1.8.1 Referencial para Análise dos Impactos Econômicos

Para análise dos impactos econômicos da tecnologia Embrapa, utilizamos a metodologia do excedente, comparando-se a tecnologia Embrapa com uma tecnologia substituta, denominada fossa ou fossa séptica. A compostagem, Composteira Embrapa, é uma tecnologia viável para o produtor, eficiente do ponto de vista sanitário e ambiental, tornando-se uma exigência a partir das agroindústrias integradoras que no início da década de 2000, orientaram os produtores de frango integrados a fim de que adotassem a compostagem das carcaças durante o período de criação das aves. Essa técnica de descarte substituiu diversas práticas utilizadas pelos avicultores, tais como: queima das carcaças, venda das carcaças, enterro em fossas, descarte nas matas ou nos rios, etc..

Nota: A fossa séptica era caracterizada por uma abertura no solo, cujas medidas

para fins deste trabalho são de 3m x 3m x 2,5m, com capacidade para 11 Toneladas, tampada com ripas de madeira, lona e terra, com abertura para inserção das carcaças e sem proteção ou isolamento na parte inferior.

1.8.2 Referencial para Análise dos Impactos Sociais e Ambientais

Quanto a avaliação dos impactos social e ambiental, utilizamos o Sistema de Avaliação de Impacto Social e Ambiental da Inovação Tecnológica Agropecuária (Sistema Ambitec e Ambitec-Social) em análise comparativa da composteira Embrapa com determinadas práticas para descarte das carcaças. Antes que a compostagem se tornasse uma exigência das agroindústrias integradoras, no início da década de 2000, existiam diversas práticas utilizadas pelos avicultores, tais como: queima das carcaças, venda das carcaças, enterro em fossas, descarte nas matas ou nos rios, etc., como já foi dito anteriormente. Desta forma e conforme metodologia Ambitec desenvolvida

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7 através de entrevistas de avaliação comparativa diretamente com produtores e especialistas, decidiu-se que seria convencional considerar a fossa ou fossa séptica como “tecnologia” substitutas para análise dos impactos sociais e ambientais.

1.8.3 Referencial para Análise dos Custos com Pesquisa

Os valores para materiais de construção das composteiras, mão-de-obra, manutenção e etc., foram levantados com especialistas e também em empresas especializadas da região de Concórdia/SC, sendo que o benefício econômico gerado foi baseado na área de adoção da composteira Embrapa. Considerou-se ainda que a tecnologia avaliada é predominante nas granjas de produção do frango de corte em território nacional. Já quanto aos custos com pesquisa e desenvolvimento da tecnologia em 2010, estes são referentes a projetos correlacionados, mas os gastos com transferência da tecnologia são principalmente sobre a divulgação da tecnologia em eventos, tendo sido levantadas na Área Orçamentária da Embrapa conforme os critérios abaixo:

- 100% dos projetos correlacionados;

- 5% dos gastos com o técnico, analista ou pesquisador responsável pelo acompanhamento e gestão do projeto para fins de transferência de tecnologia e; - 5% (rateio) das despesas com difusão e transferência de tecnologias (TT/MKT).

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

A produção de frangos é uma atividade fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil e das regiões onde está inserida. Por ser uma cadeia complexa, devido às relações e interrelações com outras atividades (milho, farelo de soja, vitaminas, minerais, sanidade animal, transporte, máquinas e equipamentos, genética avançada, etc.), a avicultura de corte apresenta um grande efeito multiplicador da renda e do Produto Interno Bruto brasileiro.

O Brasil é líder na produção e exportação de vários produtos de origem agropecuária, ocupando posição de destaque na produção e exportação de carne de frangos, de bovinos e de suínos (USDA, 2012).

O aumento de escala e a incorporação de novas tecnologias possibilitou a queda sistemática no custo de produção e o incremento do consumo e das exportações. Partindo de uma produção inexpressiva em 1970, o Brasil é hoje o terceiro maior produtor mundial e o maior exportador. A perspectiva futura é que a posição brasileira na produção de carne de frango se fortaleça ainda mais. Segundo o relatório “Projeções do Agronegócio 2011/2012 a 2020/2021” do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a produção de frango deverá crescer ao ano em média 4,2% de 2011 até 2022, chegando ao final do período com aproximadamente 20 milhões de toneladas de carne. Este crescimento na escala de produção deverá elevar a demanda por mão de obra em diversos outros setores, sendo fator de crescimento da economia nacional e, mais especificamente, dos estados e municípios onde se desenvolve.

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8 A produção de carne de frango, principal produto avícola, foi de 12,645 milhões de toneladas em 2012, o que representa uma queda de 3,17% em relação a 2011. O Brasil manteve a posição de maior exportador mundial e de terceiro maior produtor de carne de frango, atrás dos Estados Unidos e da China. A redução na produção foi reflexo da disparada, ano passado, dos preços do milho e da soja, que representam os principais custos do setor. Este impacto foi seguido pela ausência de créditos para avicultores e agroindústrias, o que resultou na paralisação de diversas empresas do setor e em milhares de demissões. Do total da produção, 69% foram destinados ao mercado interno, mantendo a média histórica. O Paraná, com 29,7%, foi o estado que liderou os abates de frangos em 2012. Os outros principais produtores foram Santa Catarina, com 17,7%; Rio Grande do Sul, com 14,4%; e São Paulo, com 12,7%.

Em 2012 o consumo per capita de carne de frango foi de 45 quilos, contra 47,4 quilos em 2011. A queda é explicada pela redução na produção. Em 2012 as exportações da avicultura brasileira (carnes frango, peru, pato, ganso e outras aves, ovos e material genético) totalizaram US$ 8,362 bilhões, com redução de 5,5% em relação a 2011. Em volume as exportações avícolas somaram 4,138 milhões de toneladas, com aumento de 0,5%. Os embarques de carne de frango, principal produto das exportações avícolas brasileiras, somaram 3,918 milhões de toneladas em 2012, com redução de 0,6% em relação a 2011. A receita totalizou US$ 7,703 bilhões, com queda de 6,7%. O preço médio das vendas brasileiras foi de US$ 1.966 a tonelada, em redução de 6,1%. O mix das exportações brasileiras em 2012 foi composto por 55% de frango em cortes, 35% de frango inteiro, 5% de frango salgado e 5% de frango processado.

O Oriente Médio continuou sendo a principal região de destino da carne de frango brasileira. Foram embarcadas 1,396 milhão de toneladas em 2012, com pequena retração, de 1,2%. A receita cambial foi de US$ 2,624 bilhões, em redução de 2,2%. Para a Ásia as exportações somaram 1,137 milhão de toneladas, com redução de 0,5% sobre 2011, e a receita somou US$ 2,396 bilhões, em queda de 8,7%. No caso da África, o terceiro maior mercado de destino em volumes, as encomendas foram de 598 mil toneladas, com crescimento de 20%, e a receita cambial totalizou US$ 822,6 milhões, com crescimento de 19% - o que representou o melhor desempenho entre as regiões de destino do frango brasileiro. A União Europeia respondeu por compras de 448,4 mil toneladas, redução de 8,2%, e por receita de US$ 1,184 bilhão, 18,3% menor em relação a 2011. Para os países da Europa extra UE os embarques foram de 118 mil toneladas em 2012, com crescimento de 10%, e a receita somou US$ 258,3 milhões, em aumento de 5,8%. Para os países das Américas o Brasil embarcou 216,7 mil toneladas, em uma retração de 25,2%, enquanto a receita foi de US$ 411 milhões (-25,7%). Para a Oceania os embarques foram de 2.188 toneladas (-22,2%) e a receita, US$ 4,7 milhões (-20,7%).

Em termos de exportações por estado, o Paraná, com 28,7% de participação, e Santa Catarina, com 26,1%, lideraram as exportações de carne de frango em 2012 em volumes. O Rio Grande do Sul respondeu por 18,5% dos embarques e São Paulo por 7%. Em receita cambial, Santa Catarina, com 28,6%, liderou o ranking, vindo a seguir Paraná, com 26,6%; Rio Grande do Sul, com 18%; e São Paulo, com 6,5%.

A compostagem de aves mortas está diretamente ligada a avicultura industrial brasileira que desde o inicio de sua trajetória vem se modernizando ano após ano e tem conseguido com sucesso acompanhar as exigências do mercado interno e externo. O desenvolvimento da avicultura nacional ocorreu a partir do final da década de 50, nos

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9 estados do Sudeste, principalmente em São Paulo. Posteriormente, na década de 70, com a difusão do sistema integrado de produção, a atividade se deslocou para a região Sul.

Neste enfoque, a compostagem de carcaças padrão Embrapa, é uma ferramenta indispensável para proteger a saúde dos plantéis, reduzindo os riscos de contaminação. A tecnologia avaliada consiste em um método econômico e ambientalmente correto de destino para as aves mortas em sistema de produção. Resultado de anos de pesquisa e adaptação/melhoramento, visando a conformidade com a legislação ambiental e por conseguinte, o bem-estar social. A compostagem de aves mortas, conforme o padrão de Composteira Embrapa, quando realizada corretamente previne a transmissão de diversas doenças que podem levar a grandes perdas econômicas para a Cadeia Produtiva de Carne de Frango. Dentre as doenças cuja transmissão pode ser evitada com a utilização de composteiras, temos: Newcastle, salmonela, influenza aviária, E.coli, laringotraqueíte infecciosa, anemia infecciosa, entre outras (Fonte Embrapa, Dr. L. Caron do Laboratório de Sanidade Avícola – Embrapa Suínos e Aves).

A Doença de Newcastle (DNC), por exemplo, é uma enfermidade viral, aguda, altamente contagiosa e que acomete aves comerciais em todo o mundo (Plano de Contingência para influenza Aviária e Doença de Newcastle – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), sendo considerada como um dos problemas sanitários mais importantes do plantel avícola brasileiro. Destacando-se que as doenças aviárias podem implicar no cancelamento ou proibição das exportações de todos os produtos derivados da cadeia do frango de corte, causando impacto nacional e afetando uma atividade produtiva que somente em 2010 gerou cerca de 7,4 bilhões de reais com comércio exterior (Fonte: USDA, 2010). A produção de frango de corte em sua conjuntura, também pode impactar diretamente nas cadeias de insumos como a do milho e da soja. O mercado interno, em 2012, com um consumo doméstico de aproximados 8,72 milhões de toneladas de carne de frango, também pode sofrer quando estas ações preventivas sanitárias não tem êxito, mas neste caso, os consumidores deixam de adquirir produtos da cadeia avícola e passam a consumir outras carnes. Lembrando-se que o papel da composteira é complementar e atua impedindo o contato de diversos vetores com os restos contaminados, como é o caso de pássaros, pequenos roedores e insetos. A partir da década de 2000 a compostagem passou a ser exigência das agroindústrias que bonificam os produtores usuários desta tecnologia, preparando e adequando a produção brasileira para superar possíveis barreiras sanitárias e ambientais impostas pelo mercado externo.

A compostagem de aves mortas, de acordo com o padrão Embrapa e conforme informações obtidas nas agroindústrias e associações de produtores estaduais, está implementada em cerca de 95% das propriedades com criação intensiva de frango de corte nos Estados da Região Sul do Brasil e aproximadamente 85% das propriedades nas demais regiões. Vale ressaltar o importante papel desta tecnologia na conservação dos recursos naturais, protegendo as fontes d’água de possível contaminação e adequando a produção do frango de corte à legislação ambiental vigente.

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3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS

Metodologia do excedente econômico

Os indicadores de Expansão da Produção para Novas Áreas e Agregação de Valor, não se aplicam a tecnologia avaliada. Quanto ao Incremento de Produtividade, no decorrer dos últimos anos, não foi identificado evolução no processo de compostagem padrão Embrapa ou indiretamente no sistema de produção, que caracterizasse avanço ou retrocesso. Portanto, o único benefício econômico identificado para a tecnologia avaliada foi a redução de custos para os produtores, isto porque a composteira Embrapa, em se considerando os custos fixos e variáveis, implica na redução de gastos quando comparado a tecnologia substituta (Tabelas 3 e 4).

Para avaliação comparativa dos impactos econômicos gerados pela composteira Embrapa, metodologia do excedente econômico, a tecnologia substituída foi a Fossa Séptica, método de descarte das aves mortas durante a criação que foi amplamente utilizado, difundido e recomendado na avicultura nacional até meados da década de 1990. Entretanto, a utilização da fossa séptica implicava em possíveis problemas ambientais e até mesmo de espaço para alocação da própria fossa, isto porque à medida que se atingia sua saturação, fazia-se necessário a abertura de outra fossa (geralmente a cada 2 anos). Com o aperfeiçoamento dos métodos de compostagem, surgimento do modelo de composteira da Embrapa e exigências ambientais apontando problemas a respeito da contaminação dos solos e das águas, desta forma a fossa séptica foi substituída pela Composteira Embrapa.

Quando comparados os dois métodos, do ponto de vista econômico, temos um custo fixo inicial menor para a construção da fossa séptica (Tabela 2). No entanto, se considerarmos que os dois métodos serão comparados tomando-se como base um sistema de produção/ aviário com mesma escala, ou seja, capacidade para lotes de 20 mil aves, temos então a seguinte situação para construção das instalações: Composteira com capacidade para 1.170 kg, recicláveis e, vida útil de 10 anos ou mais (padrão utilizado) e; Fossa séptica com capacidade para 11 mil Kg saturando-se em 2 anos - padrão que foi utilizado (Tabela 2). Desta forma, ao longo dos anos a composteira tem uma expressiva vantagem comparativa em termos de custos fixos, uma vez que a fossa séptica não é reutilizada com limpeza após sua saturação e, neste caso, abre-se outra fossa a cada 2 anos.

Para fins deste trabalho de avaliação de impactos da Composteira Embrapa, foram considerados apenas os custos fixos totais que o avicultor teria que desembolsar nos dois casos comparados, composteira e fossa, durante o período de vida útil da própria composteira, período de 10 anos. Para o caso dos custos variáveis, estima-se que seja equivalente nos dois casos, referentes a manutenção e a mão-de-obra do tratador, mas também muito baixos e difíceis de serem mensurados, e portanto, desconsideramos estes custos nos cálculos gerais a fim de se evitar possíveis distorções. Observando-se ainda que os cálculos foram dimensionados por 1.000 kg de carcaça (ave morta durante a criação) com peso médio de 1,3 kg.

Na análise dos ganhos unitários, chega-se a um valor médio favorável para a Composteira Embrapa de aproximados R$ 0,47 em 2012 para cada 1.000 Kg de carcaças processadas, economia obtida da diferença de custos entre a tecnologia Embrapa e a tecnologia substituta, leia-se fossa séptica (Tabela 3). Importante destacar

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11 que nos anos de 2008 e 2009 a tecnologia substituta comparada nos relatórios de avaliação de impactos foi um modelo de composteira americano que, não teve sua utilização prática no Brasil e, devido a orientações prestadas por especialistas, resolveu-se então mudar a tecnologia em comparação a partir de 2010, adotando-se desta forma a fossa séptica, opção que foi amplamente utilizada na avicultura.

Tabela 2 – Custos das instalações para Compostagem de Carcaças de Aves – Modelo Embrapa x Fossa Séptica.

A descrição dos ganhos unitários na redução dos custos no decorrer dos anos até o ano de adoção da tecnologia Embrapa, em 2000, foi realizada com base no Índice Geral de Preços (IGP-M), fornecido pelo IPEADATA – Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. O mesmo índice foi utilizado na deflação dos itens de construção civil para ambas tecnologias comparadas. Primeiramente se calculou os custos iniciais de construção nos dois modelos, composteira e fossa. Em seguida realizou-se o rateio deste custo, ano após ano, para um prazo de 10 anos, período de depreciação da composteira. Considerou-se ainda que para a opção de fossa fazia-se necessário a construção de nova fossa a cada 2 anos. O valor obtido foi então corrigido segundo o IGP-M, até o ano de adoção da tecnologia (Tabela 3).

Quant. Custo uni. M2 / corrido Total

Paredes 15,75 47,24 744,02 Telhado 12,75 14,33 182,74 Madeira 11,25 6,62 74,42 Outros 1 100,00 100,00 1.101,18 1,57311

Quant. Custo uni. M2/ corrido Total

Escavação 22,50 400,00 400,00 Remoção/ terra 100,00 100,00 100,00 Madeira/Tampão 20,00 23,50 470,00 Lona 150 micras 20,00 1,95 39,00 Outros 1 30,00 30,00 1.039,00 1,48429

Custo por Carcaça / mortalidade de 3,5 % TOTAL

Capacidade para lotes de 20 mil aves / 11 mil Kg / 2 anos

TOTAL

Memorial Descritivo para Composteira Embrapa - 1,5 m x 1,5 m

Memorial Descritivo para Fossa Séptica - 3m x 3m x 2,5m Custo por Carcaça / mortalidade de 3,5 %

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12 Tabela 3 - Ganhos Unitários na Redução de Custos.

Ano Unidade de Medida (UM) Custo/ UM da Tecnologia Substituta (A) Custo/ UM da Tecnologia Embrapa (B) Economia Obtida R$/UM C=(A-B) 2000 Toneladas de carcaças (1.000 Kg) 1,06895 0,88700 0,18195 2001 1,13080 0,93832 0,19247 2002 1,22474 1,01627 0,20846 2003 1,39281 1,15574 0,23707 2004 1,53562 1,27424 0,26138 2005 1,66193 1,37905 0,28288 2006 1,75297 1,45460 0,29838 2007 1,80037 1,49393 0,30644 2008 1,88442 1,56367 0,32075 2009 1,99219 1,65310 0,33909 2010 2,08193 1,72756 0,35437 2011 2,22308 1,75563 0,46745 2012 2,35647 1,86097 0,49550

Para análise do benefício econômico a nível nacional, extrapolou-se os ganhos por unidade de medida para o total de toneladas de carne produzidas pela cadeia do frango de corte, conforme o ano, considerando-se ainda a evolução do índice de mortalidade média no decorrer dos anos.

Vale destacar que a Embrapa foi responsável por cerca de 25% do total de recursos e conhecimentos disponibilizados para o desenvolvimento, adaptação às condições brasileiras e prospecção do processo de compostagem avaliado. Os outros 75% são creditados á literatura no vasto conhecimento já pré-existente sobre os processos de compostagem e para a Auburn University, visto que a composteira de aves modelo Embrapa é resultado de uma adaptação e melhoria a partir do modelo de composteira desenvolvido e recomendado pela Auburn University, Alabama, U.S.A.

Portanto, o benefício econômico em 2011, atribuído diretamente a Embrapa, foi de cerca de 1,23 milhão de reais em favor dos produtores de frango de corte que utilizaram esta tecnologia, com mais de 295 milhões de carcaças processadas nas composteiras em 2011. Acrescenta-se ainda que o nível de adoção da Tecnologia Embrapa também tem aumentado no decorrer dos anos, passando de 10% dos avicultores em 2001, para 40% em 2003, 80% em 2007 e por fim 90%, a partir de 2008 (Tabela 4).

No decorrer dos anos o benefício econômico tem aumentado progressivamente, fato que está relacionado ao crescimento da produção nacional de carne de frango mas também, com o aumento da área de adoção da tecnologia. Veja bem que são dois pontos distintos que se completam, isto porque a área de adoção está relacionada a transferência e adoção da composteira como parte do processo de produção, enquanto que, no caso do crescimento da produção de carne, a variável está relacionada a dinâmica do mercado. Destaca-se ainda que houve uma redução de 0,22% no abate nacional de frangos de 2008 para 2009 (Tabela 4). O acumulado do benefício

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13 econômico nacional, em praticamente 12 anos de adoção da tecnologia, fica em torno dos 4,6 milhões de reais, economia atribuída diretamente aos esforços da Embrapa.

Tabela 4 - Benefícios Econômicos a Nível Nacional.

Ano Participação da Embrapa - % (D) Ganho Líquido Embrapa - R$/UM E=(CxD) Produção Nac. de Carne de Frango (Ton.) (F) Área de Adoção: (G) Benefício Econômico R$ H=(Ex(FxG)) 2000 25% 0,04549 5.980.000 - - 2001 25% 0,04812 6.567.000 10% 31.599,49 2002 25% 0,05212 7.449.000 20% 77.642,26 2003 25% 0,05927 7.645.000 40% 181.241,12 2004 25% 0,06534 8.408.000 50% 274.710,14 2005 25% 0,07072 9.350.000 60% 396.737,15 2006 25% 0,07459 9.355.000 70% 488.477,23 2007 25% 0,07661 10.305.000 80% 631.579,69 2008 25% 0,08019 11.033.000 90% 796.234,63 2009 25% 0,08477 11.023.000 90% 841.010,75 2010 25% 0,08859 11.420.000 90% 910.544,74 2011 25% 0,11686 11.750.000 90% 1.235.831,22 2012 25% 0,12388 12.645.000 90% 1.409.762,63 7.521.829,00

4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS - Metodologia AMBITEC-Social

4.1. Aspecto Emprego

O indicador “Capacitação” apresenta coeficiente de impacto no valor de 1,21, conforme entrevistas realizadas com produtores (média = 0,09) e especialistas (média = 6,25). Os especialistas entrevistados explicam que na ocasião da adoção da composteira Embrapa, houve uma intensa troca de informações e capacitação entre os técnicos da Empresa e especialistas de algumas agroindústrias que, por vez, repassaram a tecnologia para os avicultores integrados. A Embrapa também divulgou a técnica de compostagem e o padrão de composteira, através de documentos diversos e programas especializados no rádio e na televisão.

No caso do indicador “Oportunidade de Emprego Local Qualificado”, temos o coeficiente com resultado médio geral de 0,02. O impacto relacionado a adoção da tecnologia é baixo e foi percebido apenas por um dos quatro especialistas entrevistados (média = 0,12), sendo que os produtores entrevistados não identificaram impacto neste indicador. O especialista argumenta que com a inserção da tecnologia Embrapa na avicultura houve uma organização/otimização da tarefa de descarte das aves mortas na criação (manejo), o que teria reduzido o trabalho braçal.

O indicador de impacto “Oferta de Emprego e Condição do Trabalhador”, com atributos referentes a condição do trabalhador (temporário, permanente, parceiro ou familiar), não foi percebido pelos entrevistados produtores e especialistas a partir da adoção da composteira Embrapa. Bem como o indicador “Qualidade do Emprego”, sem

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14 mudanças percebidas nos atributos sobre a legislação trabalhista e benefícios trabalhistas auferidos aos tratadores/produtores.

4.2. Aspecto Renda

O indicador “Geração de Renda no Estabelecimento” apresenta coeficiente com resultado médio de 0,57. A partir da adoção da composteira Embrapa, apenas um dos entrevistados produtores (média = 0,69) percebeu impacto na renda da propriedade que estivesse relacionado aos atributos de estabilidade, distribuição e montante - não tendo sido percebido qualquer impacto por parte dos especialistas. Conforme a entrevista, o impacto se deve a venda do composto orgânico como adubo, o que não ocorria com outras práticas substitutas, mas também com os demais produtores que utilizam o subproduto da compostagem na própria lavoura.

Para o indicador “Diversidade de Fontes de Renda”, temos um impacto menos expressivo. Seu coeficiente apresenta valor médio de 0,48, apontado por apenas um dos produtores (média = 0,22) e um dos especialistas (média = 0,50). No entanto, este indicador pode revelar a influência da tecnologia numa questão muito importante, que diz respeito a fixação do produtor no estabelecimento rural ou na atividade agrícola, uma vez que a tecnologia avaliada contribui para continuidade da atividade avícola, evitando problemas sanitários e ambientais, além de contribuir com a geração renda na propriedade através de seu subproduto (adubo comercializado).

O último indicador do aspecto renda diz respeito ao “Valor da Propriedade”. Apresentando valor de 3,45, como impacto ocasionado pela inserção da tecnologia Embrapa, o conforme Metodologia Ambitec. É percebido de forma expressiva, sendo mencionado por entrevistados produtores (média = 3,56) e especialistas (média = 3,00). Neste caso, a composteira Embrapa configura não só como uma benfeitoria, mas também impacta positivamente na conservação dos recursos naturais da propriedade, evitando ainda problemas sanitários e afetando o preço dos produtos negociados com as agroindústrias integradoras que, por vez, exigem que os produtores mantenham a prática da compostagem atrelada a criação das aves.

4.3. Aspecto Saúde

Nos indicadores “Saúde Ambiental e Pessoal” e “Segurança e Saúde Ocupacional”, para produtores e especialistas, não foram percebidos impactos advindos da adoção da composteira Embrapa. O impacto da tecnologia Embrapa sobre aspectos de insalubridade/doenças, emissão de poluentes atmosféricos e hídricos, periculosidade ou exposição a agentes biológicos que poderiam afetar direta ou indiretamente a saúde do tratador, não puderam ser identificados ou confirmados pelos tratadores/produtores quando no manejo da composteira.

O impacto no indicador “Segurança Alimentar”, a partir da adoção da composteira Embrapa, é citada de forma regular entre produtores (média = 0,30) mas, não foi identificado por especialistas. Neste caso os entrevistados atribuem à composteira o importante papel no controle sanitário local e consequentemente, garantia da produção. A média geral para este indicador é de 0,25.

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4.4. Aspecto Gestão e Administração

O indicador “Dedicação e Perfil do Responsável” apresenta impacto positivo a partir da adoção da composteira Embrapa, com valor geral médio de 0,15. Percebido somente por um dos produtores (média = 0,09) e um dos especialistas (média = 0,42), sendo que estes acreditam que seja maior o tempo de manejo da compostagem Embrapa quando comparado as práticas substitutas. No entanto, por parte do produtor entrevistado, também foi percebido um maior engajamento dos familiares na tarefa de manejo das aves mortas na criação, melhorando ainda a cooperação e organização das tarefas naquela propriedade.

Para o indicador “Condição de Comercialização” tem-se o impacto positivo geral com coeficiente de 0,22. Neste caso, em se tratando de variáveis de comercialização, o impacto da adoção da composteira Embrapa é percebido somente pelos produtores (média = 0,27). Os entrevistados identificaram certa influência da tecnologia avaliada especialmente no que diz respeito a venda direta antecipada e ao processamento local, com escala de ocorrência pontual, estes impactos estariam restritos a unidade produtiva e influenciados pelas relações transacionáveis com as agroindústrias. Destacando-se que o controle sanitário e ambiental proporcionado pela adoção da composteira de aves (Embrapa), é exigência das integradoras para com os produtores parceiros.

O indicador “Disposição de Resíduos” é percebido por entrevistados produtores (média = 1,33) e especialistas (média = 4,00), com resultado médio geral de 1,82. Sendo que os impactos são observados na variável de tratamento de resíduos da produção, tanto no reaproveitamento quanto na destinação ou tratamento final. A disposição e reciclagem de resíduos produzidos na atividade produtiva mudou significativamente a partir da adoção da composteira Embrapa, sendo este fato percebido claramente pelos entrevistados, mesmo porque se trata da principal finalidade da tecnologia avaliada.

Quanto ao indicador “Relacionamento Institucional”, com coeficiente médio de impacto de 0,38, é percebido somente pelos entrevistados especialistas (média = 2,08). Neste caso, os especialistas apontam a melhora do relacionamento institucional entre o produtor e a Embrapa a partir da assistência técnica promovida, relacionada a composteira. Tendo ainda, efeito positivo sobre as relações da Embrapa com cooperativas parceiras e com toda a cadeia produtiva avícola.

4.5. Impacto Social - Análise Agregada

Para a avaliação de impactos sociais referente ao ano de 2011, o índice geral de impacto social apresentou coeficiente com o valor de 0,59, (Tabela 5), mantendo-se os resultados do ano de 2009. Um dos pontos fortes da tecnologia refere-se ao aspecto Emprego/ capacitação, com cursos e ampla divulgação da tecnologia. Outro ponto que merece destaque é a grande a associação que os entrevistados produtores fazem da valorização de suas propriedades com a adoção da composteira padrão Embrapa. Isto porque esta tecnologia envolve diversos fatores atrelados a organização do processo

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16 produtivo, segurança sanitária do recinto e conformidade com as normas ambientais, públicas e privadas.

No aspecto Gestão do estabelecimento, temos o indicador “disposição dos resíduos”, com um impacto mais expressivo, percebido pelos entrevistados como um dos principais propósitos da tecnologia avaliada, especialmente no que diz respeito ao tratamento e destino final dos resíduos da produção. Existem ainda dois indicadores que estão dentro do aspecto “Saúde”, relacionados a insalubridade, poluição atmosférica e hídrica, periculosidade ou exposição a agentes biológicos que poderiam afetar direta ou indiretamente a saúde do tratador e que são pouco percebidos pelos entrevistados e que, supostamente, seriam impactados pelo processo de compostagem (Tab. 5).

Tabela 5 – Impactos Sociais

Indicadores Produtores Especialistas Coeficiente

N.º de Entrevistados 09 02 Total 11

Em 2012 Em 2009 Em 2012

1. Emprego

Capacitação 0,09 6,25 1,21 1,21

Oportunidade de emprego local

qualificado - 0,12 0,02 0,02

Oferta de emprego e condição do

trabalhador - - - -

Qualidade do emprego - - - -

2. Renda

Geração de Renda do

estabelecimento 0,69 - 0,57 0,57

Diversidade de fonte de renda 0,22 0,50 0,27 0,27

Valor da propriedade 3,56 3,00 3,45 3,45

3. Saúde

Saúde ambiental e pessoal - - - -

Segurança e saúde ocupacional - - - -

Segurança alimentar 0,30 - 0,25 0,25

4. Gestão e administração

Dedicação e perfil do responsável 0,09 0,42 0,15 0,15 Condição de comercialização 0,27 - 0,22 0,22 Disposição de resíduos 1,33 4,00 1,82 1,82 Relacionamento institucional - 2,08 0,38 0,38

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5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA GERAÇÃO DE EMPREGOS

O impacto da composteira para aves sobre a geração de empregos foi estimado tomando-se como base a elasticidade dos preços ou custos de produção de 1 quilograma de carne de frango e, a relação desta variável com a possível exclusão de produtores caso a tecnologia avaliada não estivesse disponível ao mercado. Para fins destes cálculos, a elasticidade de preço (Tab. 6 – A) foi considerada de 0,723% (Pintos – Payeras, 2009). Temos ainda: A variação/ diferença entre os custos de produção com adoção da tecnologia Embrapa e da situação substituta (Tab. 6 - B) e; Os empregos envolvidos com a atividade avícola, proporcionais a adoção da tecnologia (Tab. 6 – D).

A utilização da tecnologia substituta, ao invés do modelo Embrapa, aumentaria os custos de produção, em percentual, conforme Tabela 6 – B. temos então a variação percentual provocada na produção, a partir da adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 6 - C), sendo (C) = (A) x (B) e, por fim, temos o número de empregos atribuídos a adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 7 - E), sendo (E) = (C) x (D). A partir do exposto, conclui-se então que aproximadamente 16 empregos (E), foram mantidos ou gerados com a adoção da tecnologia (2012), uma quantidade pouco expressiva que de fato não reflete os enormes ganhos econômicos, sociais e ambientais atribuídos a adoção desta tecnologia.

Tabela 6 – Empregos Atribuídos a Adoção da Tecnologia Embrapa

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS - Metodologia AMBITEC

6.1. Alcance da Tecnologia

Como já foi dito antes, a Composteira Embrapa é de amplo conhecimento entre os avicultores nacionais e já está incorporada ao processo produtivo do frango de corte, sendo que sua abrangência atinge 17 Estados Brasileiros e o Distrito Federal. Conforme informações obtidas nas agroindústrias e associações de produtores estaduais, esta tecnologia está implementada em cerca de 95% das propriedades com criação intensiva de frango de corte nos Estados da Região Sul do Brasil e aproximadamente 85% das propriedades nas demais regiões. A adoção da tecnologia, a partir de 2003, começa a atingir grande expansão, com 40% de adoção na avicultura industrial brasileira e, em 2008 atinge um percentual de 90%, permanecendo assim até 2012.

ANO Elast. Preço Var. Custos Var. Produção Emp. Avicultura Emp. Embrapa 2012 (A) (B) (C) = (A) x (B) % Adoção (D) (E) = (C) x (D) Red. Custos 0,723 0,0002712 0,0001960776 85.625 16

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18

6.2. Aspecto Eficiência Tecnológica

O indicador “Uso de Insumos Materiais”, com atributos de impacto relacionados ao uso de insumo veterinários (frequência, variedade, resíduos) e a alimentação (ração, volume/ silagem, suplementos), não se aplica ou não pode ser identificado pelos entrevistados produtores e especialistas a partir da adoção da composteira padrão Embrapa.

O resultado do indicador “Uso de Energia”, com coeficiente médio positivo de 0,20 (Tabela 7), é confirmado por entrevistados produtores (média = 0,21) e especialistas (média = 0,19), que a partir da utilização de composteiras (modelo Embrapa), puderam descartar restos vegetais (cama de maravalha usada), principalmente porque o processo de compostagem necessita deste tipo de fomentador (fonte de carbono) e ao mesmo tempo deixaram de utilizar fontes novas de carbono, desta forma, economizando biomassa. No entanto, também acontece a utilização de maravalha nova no processo de compostagem, o que seria uma imposição dos parceiros/agroindústria a fim de que se evite possíveis problemas sanitários.

A partir da adoção da composteira padrão Embrapa e conforme percepção dos entrevistados, o indicador “Uso dos Recursos Naturais”, com coeficiente médio positivo de 0,05 (Tabela 7), apresenta impacto sobre o atributo “área para disposição dos resíduos”. Destacando-se que os resultados são diferentes entre os próprios produtores e também entre produtores (média = 0,02) e especialistas (média = 0,20). Isto porque, como já foi dito antes, os produtores utilizavam diversas técnicas para descarte das aves mortas (carcaças queimadas, vendidas, fossa, etc.). Os entrevistados especialistas afirmam que a partir da tecnologia avaliada organizou-se a área da propriedade, já alguns produtores alegam terem perdido espaço, uma vez que fossas e outros modelos ocupariam menos espaço.

6.3. Aspecto Conservação Ambiental

O impacto sobre o indicador “Atmosfera” é positivo, com valor de 0,15 (Tabela 7). É entendimento entre todos os entrevistados que a adoção da composteira Embrapa impactou no atributo “odores”, não sendo possível identificar mudanças nos outros atributos relacionados a tecnologia (gases de efeito estufa, material particulado ou ruídos). Os entrevistados produtores (média = 0,12) e especialistas (média = 0,30) identificaram a redução de odores quando o manejo da composteira é realizado adequadamente, mas para isto, é essencial o empenho do produtor.

O indicador “Qualidade do solo” é caracterizado pela capacidade produtiva do solo, cujos atributos de impacto são “contaminantes tóxicos”, “erosão”, “perda de matéria orgânica”, “perda de nutrientes ou compactação”, que estariam associados a adoção da tecnologia Embrapa, porém, os entrevistados produtores e especialistas não perceberam mudanças relacionadas ao solo. Mas quanto a qualidade da água, um dos entrevistados especialista (média = 0,10) sinalizou para uma possível melhora na qualidade da água, uma vez que algumas fossas poderiam infiltrar material poluente nos lençóis d’água e outros canais. O indicador “Qualidade da Água” ficou com coeficiente médio de 0,02 (Tabela 7).

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19 O indicador “Biodiversidade”, com atributos de impacto referentes a “perda de vegetação nativa”, “perda de corredores de fauna” ou “perda de espécies/ variedades”, não foi percebido pelos entrevistados produtores e especialistas ou não se aplicam a tecnologia avaliada.

6.4. Aspecto Recuperação Ambiental

Quanto ao Indicador “Recuperação Ambiental”, com resultado de impacto de 0,04 (Tabela 7), somente mencionado por entrevistados especialistas (média = 0,20) temos uma percepção positiva no que diz respeito ao atributo “solos degradados”, alegando-se que o sistema de compostagem permite que os resíduos sejam devolvidos para natureza na forma de adubo. O que na verdade não contradiz o indicador “Qualidade do solo” do aspecto “Conservação Ambiental” onde os atributos de impactos são restritivos a perdas, sejam elas: “contaminantes tóxicos”, “erosão”, “perda de matéria orgânica” e “perda de nutrientes ou compactação”.

6.5. Aspecto Bem-estar e Saúde Animal

O indicador de “Bem-estar Animal Sob Pastejo” não se aplica a tecnologia avaliada, uma vez que a composteira não afeta no “conforto térmico”, “acesso a fontes de água” e “acesso a fontes de suplementos”. Quanto ao indicador “Bem-estar Animal Sob Confinamento”, temos neste caso o coeficiente que mais impactou na Avaliação Ambiental, com valor positivo de 1,48 (Tab. 7). Este resultado se deve principalmente ao fato de alguns entrevistados produtores (média = 1,69) alegarem que com a implementação da composteira Embrapa, ocorreu uma melhora considerável na assepsia das granjas e também favoreceu a segurança sanitária da propriedade. Para os especialistas, a média de impacto neste indicador foi de 0,50.

6.6. Aspecto Qualidade do Produto

O indicador “Qualidade do Produto”, com coeficiente de impacto positivo de 0,04, é percebido somente por um dos entrevistados especialistas (média = 0,40). A variável apontada foi a de contaminantes biológicos e nesta situação, é entendimento por parte do entrevistado que a composteira Embrapa, na qualidade de produto, reduz os riscos com contaminantes biológicos (doenças e toxinas) derivados das aves mortas na criação, isto, com mais eficiência que em outros métodos comparados.

6.7. Capital Social

O aspecto “Capital Social” não se aplica uma vez que para fins deste trabalho o módulo utilizado tenha sido o Ambitec - Produção Animal.

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6.8. Impacto Ambiental - Análise Agregada

Para a avaliação de impactos ambientais referente ao ano de 2012, o índice geral de impacto ambiental apresentou coeficiente com o valor de 0,15, (Tabela 7). Mantendo-se o resultado de 2009. Temos então como um dos pontos fortes da tecnologia, o aspecto de “Bem-estar e saúde do animal”, com impacto positivo relacionado a questão da assepsia do recinto e também dos animais. São apontados ainda como pontos fortes da tecnologia, os indicadores de uso de energia, referente a reutilização da cama de aviário como insumo para o processo de compostagem, desta forma gerando economia de recursos naturais/energéticos. Também nos aspectos de conservação ambiental, recuperação ambiental e qualidade do produto, observa-se impacto positivo a partir da adoção da tecnologia avaliada, uma vez que, com a composteira padrão Embrapa, evita-se a contaminação de lençóis freáticos e outras fontes de água, solo e vegetação, permite-se ainda a devolução de material estabilizado e fértil para os solos, bem como, evita-se diversos problemas sanitários com contaminação das aves em criação.

Os pontos fracos da avaliação de impactos ambientais conforme foi realizada, são principalmente de aspectos relacionados a conservação e recuperação ambiental, isto porque são importantes indicadores e que participam dos fundamentos do processo de compostagem, no entanto, não foi possível a identificação de mudanças em atributos mais sutis ou que requerem maior acompanhamento ou que necessitam do uso de equipamentos, sejam eles: Geração de gases de efeito estufa, material particulado, ruídos, contaminantes tóxicos, etc.

Tabela 7 – Impactos Ambientais

Indicadores Produtores Especialistas Coeficiente

N.º de Entrevistados 09 02 Total 11

Em 2012 Em 2009 Em 2012

1. Eficiência Tecnológica

Uso de insumos químicos e ou

materiais -

-

- -

Uso de energia 0,21 0,19 0,20 0,20

Uso de recursos naturais 0,02 0,20 0,05 0,05

2. Conservação Ambiental Atmosfera 0,12 0,30 0,15 0,15 Qualidade do solo - - - - Qualidade de água - 0,10 0,02 0,02 Biodiversidade - - - - 3. Recuperação Ambiental Recuperação Ambiental - 0,20 0,04 0,04

4. Bem-estar e saúde do animal / Assepsia

Bem-estar animal sob pastejo - - - -

Bem-estar animal sob

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5. Qualidade do Produto

Qualidade do produto - 0,20 0,04 0,04

6. Capital social

- - - -

Índice de Impacto Social 0,16 0,09 0,15 0,15

7. AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS

A tecnologia avaliada, denominada Composteira de Aves, tem impacto positivo nas dimensões econômica, social e ambiental. Inicialmente seu propósito foi o de resolver uma questão ou impasse sanitário, referente ao destino correto para os animais mortos durante a criação, substituindo uma tecnologia menos eficiente do ponto de vista sanitário e ambiental. Posteriormente a composteira se consolidou como tecnologia ecologicamente correta, com menor custo de implementação e amplamente difundida e aceita em toda a avicultura industrial, funcionando como importante ferramenta no combate e controle de doenças que poderiam acometer as aves, trazendo grandes prejuízos para a avicultura.

Do ponto de vista financeiro, a composteira Embrapa gera uma economia de custos com construção civil para a sociedade, beneficiando diretamente os avicultores. O benefício econômico atribuído à Embrapa, em 2012, foi de cerca de 1,4 milhões de reais em favor dos produtores de frango de corte que utilizaram esta tecnologia, somando-se um total de aproximados 7,521 milhões de reais desde que foi lançada em 2001. O que se pode destacar neste caso é a influência indireta da economia proporcionada ao produtor, contribuindo para sua permanência no campo e na atividade avícola.

A tecnologia Embrapa foi adotada pela cadeia produtiva, com acompanhamento de cursos e ampla divulgação. Outro ponto que merece destaque é a grande associação que os entrevistados produtores fazem da valorização de suas propriedades com a adoção da composteira padrão Embrapa. Isto porque esta tecnologia envolve diversos fatores atrelados a organização do processo produtivo, segurança sanitária do recinto e conformidade com as normas ambientais, públicas e privadas. Todavia, existe ainda questões relacionadas a insalubridade, poluição atmosférica e hídrica, periculosidade ou exposição a agentes biológicos que poderiam afetar direta ou indiretamente a saúde do tratador, sendo pouco percebidos pelos entrevistados e que, supostamente, seriam impactados pelo processo de compostagem.

Um dos pontos fortes da tecnologia está relacionado a questão da assepsia do recinto e também dos animais. São apontados ainda os indicadores de uso de energia, também relacionados a conservação ambiental, recuperação ambiental e qualidade do produto, onde observa-se impacto positivo a partir da adoção da tecnologia avaliada, uma vez que, com a composteira padrão Embrapa, evita-se a contaminação de lençóis freáticos e outras fontes de água, solo e vegetação, permitindo-se ainda a devolução de material estabilizado e fértil para os solos, bem como, evita-se diversos problemas sanitários com contaminação das aves em criação.

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22 Entretanto, foram apontados pontos fracos da tecnologia, relacionados a conservação e recuperação ambiental, isto porque são importantes indicadores e que participam dos fundamentos do processo de compostagem, porém, não foi possível a identificação de mudanças nos mesmos, sejam eles: Geração de gases de efeito estufa, material particulado, ruídos, contaminantes tóxicos, etc. Vale destacar ainda que a tecnologia de compostagem deve ser realizada de forma criteriosa a fim de evitar falhas no processo e que poderiam comprometer os resultados. Por fim, os últimos anos foram feitas poucas pesquisas com relação a compostagem e, mesmo sendo de ampla utilização e aceitação, a tecnologia ainda não é aplicada em toda a avicultura.

Observa-se que a tecnologia tem potencial para atingir praticamente 100% da avicultura nacional, nos próximos anos.

8. CUSTOS E RECEITAS DA TECNOLOGIA

Os gastos com pesquisa e desenvolvimento da Composteira de Aves da Embrapa, estão concentrados no ano 2000, são de R$ 20.000,00 em planos de ação e R$ R$ 380.835,86 em gastos com pessoal, entre os anos de 2000 até 2012. No mesmo período, os custos com transferência da tecnologia, totalizando R$ 4.196,92, incluem confecção de mídia impressa. Os gastos totais acumulados são de R$ 490.577,36, desde seu lançamento, adoção, até o ano de 2012. Os custos com a compostagem de Aves, em 2012, cobrem gastos com pessoal na área de transferência e eventos e, refere-se do tempo dos técnicos envolvidos com a divulgação, transferência e atendimento ao público, na Embrapa Suínos e Aves. Também custos administrativos totalizaram R$ 800,00 e os gastos com pessoal foram de R$ 5.800,00, em 2012 (Tabela 8).

Não existem receitas com vendas diretas, ou outras, ou royalties correlacionadas a tecnologia. Entretanto, devemos considerar a economia proporcionada com redução de custos a partir da adoção da tecnologia avaliada. Somente em 2012, temos o valor de R$ 1.409.762,63 que a sociedade economizou no processo de descarte das aves mortas durante a criação do frango de corte, adotando-se a tecnologia Embrapa em detrimento da fossa séptica. Vale destacar que o benefício econômico acumulado, atribuído aos esforços da Embrapa, chega a aproximados 7,521 milhões de reais referentes aos anos de 2000-2012.

Os custos com depreciação de capital foram de R$ 5.793,79 em 2012 e de R$ 79.279,14 no período de 2000 a 2012. O custo de depreciação de capital foi obtido considerando-se o custo total em depreciação da unidade e o tempo dedicado pelo pesquisador e de uso de instalações no projeto.

Somando-se as despesas, então temos um superávit acumulado de RS 6.685.012,25 referentes a redução de custos para a sociedade (2000-2012).

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8.1 ANÁLISE BENEFÍCIO/CUSTO

Esta tecnologia proporcionou uma relação benefício/custo de R$ 14,43, no período avaliado, de 2000 até 2012, ou seja, para cada real investido, houve um retorno foi de R$ 14,43.

A avaliação da TIR nos apresenta a taxa de desconto que faz com que o valor atualizado dos benefícios seja igual ao valor atualizado dos custos. A tecnologia será economicamente viável se a TIR for maior do que o retorno exigido. Caso contrário, a menos que ela tenha impactos sociais e ambientais positivos que compensem o investimento, ela deve ser rejeitada.

No período de 13 anos, a TIR foi de 80%, para a tecnologia em avaliação, apresentando impacto econômico altamente positivo. O retorno tão alto é justificado porque os custos são muito baixos em comparação com a receita (Tabela 9).

O retorno é tão alto porque os gastos são muito baixos em comparação com a redução de custos.

Tabela 8 – Demonstração dos custos da tecnologia Composteira para Aves (Histórico 2000-2012).

ANO Custos com Custos Depreciação Custos de Custos de TOTAL Pessoal Pesquisa Capital Administração T.T.

2000 61.180,27 20.000,00 4.890,55 653,56 550,00 87.274,38 2001 65.461,07 - 5.410,00 736,97 141,17 71.749,21 2002 49.719,30 - 5.800,00 541,21 152,46 56.212,97 2003 45.591,20 - 6.318,23 309,41 164,66 52.383,50 2004 37.066,22 - 6.793,79 333,47 177,83 44.371,31 2005 30.979,92 - 7.305,15 353,94 200,00 38.839,01 2006 23.814,42 - 6.855,00 382,25 300,00 31.351,67 2007 19.469,20 - 6.446,24 412,10 400,00 26.727,54 2008 19.864,08 - 5.081,98 651,42 615,00 26.212,48 2009 15.028,34 - 5.765,57 393,06 750,00 21.936,97 2010 8.580,00 - 6.500,61 148,05 175,00 15.403,66 2011 4.081,84 - 6.318,23 550,00 570,80 11.520,86 2012 5.800,00 5.793,79 800,00 880,00 13.273,79 Total 380.835,86 20.000,00 79.279,14 6.265,44 4.196,92 490.577,36

(24)

24 Tabela 9– Composteira para Aves - Demonstração dos Resultados.

Composteira para Aves ANO Acumulado

2012 2000-2012

Receitas (R$) - -

Custos Operacionais/ Pesquisa 5.800,00 400.835,86

Despesas Administrativas e de TT 1.680,00 10.462,36

Outras Despesas 5.793,79 79.279,14

Resultado (13.273,79) (490.577,36)

Benefício Econômico (R$) 1.309.981,21 7.175.589,61

Resultado com Benefício Econômico 1.296.707,41 6.685.012,25

Taxa Interna de Retorno (TIR) 80%

Tempo (anos) 13

9. AÇÕES E PROJETOS SOCIAIS

As ações sociais relacionadas a esta tecnologia para fins do Balanço Social da Empresa estão sintetizadas na tabela 10.

Tabela 10. Ações sociais ação

Tipo de ação

Ações de filantropia

x Agricultura familiar Apoio Comunitário Comunidades Indígenas

x Educação e formação profissional externa Educação e formação profissional interna Meio ambiente e educação ambiental Participação no Fome Zero

Reforma Agrária

Saúde, segurança e medicina do trabalho

x Segurança Alimentar

10. FONTE DE DADOS

O procedimento de coleta de dados e informações compõem-se de quatro partes. A entrevista com pesquisadores e técnicos da Embrapa Suínos e Aves para caracterizar a tecnologia, seus beneficiários e a área de abrangência. Os preços, área de abrangência e redução na mortalidade foram disponibilizados pelos entrevistados. A parte mais importante foi a de campo, a partir de 09 entrevistas, obteve-se informações acerca da caracterização dos beneficiários e dos benefícios econômicos. Também se obteve os dados para a metodologia Ambitec. As entrevistas foram amparadas por um roteiro que foi elaborado e discutido com toda a equipe. Por fim, para as estimativas de

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25 custo da tecnologia foram realizadas consultas à área orçamentária e ao setor de vendas da Unidade.

As entrevistas de coletas de dados e informações qualificados estão identificadas na Tabela 11.

Tabela 11 - Número de consultas realizadas por município* Municípios Estado Avicultores

integrados Especialistas Total

Erechim RS 1 1 Toledo PR 2 2 Xanxerê SC 1 1 Concórdia SC 2 2 4 Itapiranga SC 2 2 Chapecó SC 1 1 Total 9 2 11

* As entrevistas foram todas feitas na região sul, mas envolveram profissionais das principais agroindústrias e cooperativas que atuam nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

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11. EQUIPE RESPONSÁVEL (Contatos)

Nome Função Matrícula Correio Eletrônico

João Dionísio Henn Impactos econômicos,

ambientais e sociais 352639 joao.henn@embrapa.br Jonas Irineu dos

Santos Filho Líder – Entrevistas, impactos econômicos, sociais e ambientais; custos e receitas 291785 jonas.santos@embrapa.br Marcos Novaes Líder – Entrevistas, impactos econômicos, sociais e ambientais; custos e receitas 316819 marcos.novaes@embrapa.br Luizita Salete Suzin

Marini Custos e receitas 311059 luizita.marini@embrapa.br Márcia Mara

Tessmann Zanotto

SIDE e relação com

SGE 206872 marcia.zanotto@embrapa.br Joel Antônio Boff Custos e receitas 291860 Joel.boff@embrapa.br

Jacir Albino

Impactos econômicos, sociais e ambientais;

custos e receitas

(27)

27

12. BIBLIOGRAFIA

ABEF - Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne de Frango. Estatísticas. Disponível em http://www.abef.com.br/. Acesso em fevereiro de 2009. AVILA, A. F. D., MAGALHÃES, M. C., VEDOVATO, G. L., IRIAS, L. J. M., RODRIGUES, G. S. Impactos econômicos, sociais e ambientais dos investimentos na Embrapa. Revista de Política Agrícola, v. XIV, p. 86-101, 2005.

AVILA, A. F. D., RODRIGUES, G. S., VEDOVATO, G. L. (coord.) Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa: metodologia de referência. Brasília, DF: Secretaria de Gestão Estratégica, 2006. 128 p.

JAENICH, F. R. F.; COLDEBELLA, A.; MACHADO, ABREU, P. G. de; ABREU, V. M. N.; SANTIAGO, V. Importância da higienização na produção avícola. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2004. 5 p. (Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 636).

PAIVA, D. P. de. Compostagem: Destino correto para animais mortos e restos de parição. Publicação Embrapa. Disponível em: http://www.cnpsa.embrapa.br/pnma/. Acesso em fevereiro de 2009.

PAIVA, D. P. de. Guia para operar uma compostagem de aves mortas. Publicação Embrapa. Fonte: Circular ANR-580, Alabama Cooperative Extension Service, Auburn University, Alabama – USA. Disponível em: www.cnpsa.embrapa.br/. Acesso em fevereiro de 2009.

USDA. PSD - Production, supply and distribution. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov/psdonline/psdquery.aspx>. Acessado em 15/02/2013.

PINTOS-PAYERAS, JOSÉ ADRIAN. Estimação do sistema quase ideal de demanda para uma cesta ampliada de produtos empregando dados da pof de 2002-2003. Economia Aplicada, v. 13, n. 2, pp. 231-255, 2009.

Referências

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