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PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) DCJRJ/mmd/

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A C Ó R D Ã O

(5ª Turma)

DCJRJ/mmd/

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO.

ADMISSIBILIDADE. RECURSO DE REVISTA. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO IMEDIATA. SÚMULA 214 TST. AUSÊNCIA DO RECLAMANTE À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. SÚMULA 122 TST. PROVIDO.

Constatando-se que o acórdão regional contraria aparentemente o entendimento consubstanciado na Súmula 122 do TST,

dá-se provimento ao agravo de

instrumento para determinar o

processamento do recurso de revista.

Agravo de instrumento provido. II – RECURSO DE REVISTA.

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. ATESTADO MÉDICO. DECLARAÇÃO

EXPRESSA DE IMPOSSIBILIDADE DE

LOCOMOÇÃO. INEXISTÊNCIA. CONFISSÃO FICTA. SÚMULA 122 TST. CONHECIDO E PROVIDO.

Esta Corte consolidou entendimento no sentido de que, para se ilidir a revelia ou confissão, mediante a apresentação de atestado médico, deverá este

declarar, expressamente, a

impossibilidade de locomoção da parte no dia da audiência, nos termos da Súmula 122 do TST. O acórdão regional assentou que, embora o atestado médico juntado pelo autor não contenha

declaração expressa da sua

impossibilidade de locomoção, “o fato de conter a determinação de repouso é

suficiente para comprovar a

impossibilidade de locomoção”,

ressaltando, ainda, que “O fato de não haver a especificação da doença não invalida o atestado, nem o torna genérico”. Em face do que, foi afastada a pena de confissão do reclamante e, por conseguinte, determinado o retorno dos autos à Vara de origem, com a reabertura

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Firmado por assinatura digital em 26/11/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

da instrução. Tem-se, pois, por contrariada a Súmula 122 desta Corte. Recurso conhecido e provido para restabelecer a sentença que não acatou o atestado médico apresentado por não atender os requisitos traçados pela mencionada Súmula e, por conseguinte, aplicar ao reclamante a pena de confissão ficta.

Recurso de revista conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n° TST-RR-67900-69.2002.5.01.0036, em que é Recorrente

PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS e Recorrido JOSÉ MARCOS DOS SANTOS.

Trata-se de agravo de instrumento interposto em face do despacho mediante o qual foi negado seguimento ao recurso de revista. O agravado apresentou contraminuta e contrarrazões. Sem remessa ao Ministério Público do Trabalho.

É o relatório.

V O T O

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO

1 - CONHECIMENTO

Conheço do agravo de instrumento, porquanto presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade recursal.

2 – MÉRITO

O recurso de revista teve seguimento negado sob os seguintes fundamentos:

“A Turma, acolhendo a alegação de cerceio do direito de defesa, entendeu como regular o atestado médico apresentado pelo autor, justificando, assim, a sua ausência na audiência de prosseguimento. Dessa

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forma, declarou nula a sentença e determinou o retorno dos autos à MM. Vara do Trabalho para a reabertura da instrução.

Ainda que se considere a nova redação atribuída à Súmula 214 do TST (Resolução 127/2005, do TST), cuidando-se de decisão interlocutória, não passível de recorribilidade imediata, por meio de recurso de revista, inviável o seguimento do apelo, a teor do § 1º , do art. 893, da CLT.

CONCLUSÃO

NEGO seguimento ao recurso de revista.”

Em sua minuta, a parte agravante pugna pela reforma do despacho denegatório para fins de processamento do recurso de revista, sustentando, para tanto, que a decisão recorrida contraria o disposto na Súmula 122 do TST, tendo em vista que o atestado médico apresentado não especifica que o agravado estaria impossibilitado de se locomover, bem como os institutos da coisa julgada material e formal, protegidos constitucionalmente. Aponta divergência jurisprudencial.

À análise.

Ao apreciar o tema em debate, em sede de recurso ordinário, o acórdão regional assim se pronunciou:

“II - O MÉRITO RECURSAL

I- A CONFISSÃO E A NULIDADE DO JULGADO

O autor investe contra a sentença que julgou improcedente o pedido, fundada em confissão, advinda de ficção jurídica, decorrente da ausência do autor em audiência na qual deveria depor, em razão da desconsideração do atestado médico - de fl. 312. Afirma o recorrente ter feito prova do justo impedimento de se fazer presente e que do atestado constava a necessidade de repouso por 1 (um) dia.

E tem razão.

A par de qualquer discussão sobre a necessidade de o empregador ter ou não que cumprir o disposto na Súmula de n° 122 do C. TST, que em seu texto fala apenas do empregador, o certo é que o atestado comprova a impossibilidade de comparecimento.

O autor, que é residente em São Pedro d' Aldeia, procurou médico em sua localidade no dia 24 de setembro de 2013, e este, em documento com

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timbre da Secretaria Municipal de Saúde de São Pedro d' Aldeia, atestou que o recorrente tinha a necessidade de um dia de repouso.

O i. julgador, ciente do conteúdo do atestado, afirmou que o desconsiderava porque:

"O atestado médico genérico de fl. 312 não comprova a impossibilidade de locomoção nos termos da Súmula n° 122 do C. TST." (fl. 313)

No entanto, com a devida vênia, o fato de conter a determinação de repouso é suficiente para comprovar a impossibilidade de locomoção.

O fato de não haver a especificação da doença não invalida o atestado, nem o torna genérico, data venia, mas atende ao art. 5° da Resolução do Conselho Federal de Medicina 1658/2002, verbis:

Art. 5º Os médicos somente podem fornecer com o diagnóstico codificado ou não quando por justa causa, exercício de dever legal, solicitação do próprio paciente ou de seu representante legal.

Parágrafo único No caso da solicitação de colocação de diagnóstico, codificado ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu representante legal, esta concordância deverá estar expressa no atestado.

Nada havendo de irregular no atestado e comprovada a impossibilidade de comparecimento na audiência, realizada neste Município e não o do atendimento médico, no mesmo dia em que atendido (24 de setembro de 2013), de se dizer que não se poderia ter o recorrente por confesso.

A lide foi julgada com base nisso e sem que se pudesse prosseguir com a produção de provas, logo, nula a sentença.

Determino a baixa dos autos, pois, com a reabertura da instrução, prosseguindo-se com o feito e proferindo-se nova sentença, como se entender de direito.”

Da leitura do trecho do acórdão acima transcrito, constata-se que o Tribunal Regional, ao concluir pela comprovação do justo impedimento do agravado para o comparecimento à audiência, mesmo inexistindo, no atestado médico apresentado, a declaração expressa de impossibilidade de locomoção, contraria aparentemente o entendimento consubstanciado na Súmula 122 do TST, “verbis”:

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122. REVELIA. ATESTADO MÉDICO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 74 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. (primeira parte - ex-OJ nº 74 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996; segunda parte - ex-Súmula nº 122 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

Dessa forma, embora a decisão regional se afigure como interlocutória, o que, a princípio, inviabilizaria o recurso de revista, trata-se de hipótese que se enquadra com perfeição na exceção prevista na Súmula nº 214, “a”, do TST.

Verificando-se, assim, uma possível contrariedade à Súmula 122 do TST, dou provimento ao agravo de instrumento para, convertendo-o em recurso de revista, determinar a reautuação dos autos e a publicação da certidão de julgamento para ciência e intimação das partes e dos interessados de que o julgamento do recurso de revista dar-se-á na primeira sessão ordinária subsequente à data da referida publicação, nos termos do artigo 229 do Regimento Interno desta Corte.

Agravo de instrumento a que se dá provimento.

II - RECURSO DE REVISTA 1 – CONHECIMENTO

Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de

admissibilidade recursal, passa-se ao exame dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista.

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. CONFISSÃO FICTA. ATESTADO MÉDICO. SÚMULA 122 TST

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Sustenta a recorrente que, embora o acórdão proferido tenha natureza interlocutória, admite-se a interposição imediata de recurso quando o Tribunal Regional contraria entendimento sumulado, no caso, a Súmula 122 do TST. Argumenta que o reclamante apresenta atestado médico sem o cumprimento do requisito disposto na mencionada Súmula, qual seja, a declaração expressa de impossibilidade de locomoção, razão pela qual o v. acórdão não poderia ter reconhecido como justo o motivo para a sua ausência em Juízo.

Com razão.

Esta Corte consolidou entendimento no sentido de que, para se ilidir a revelia ou confissão, mediante a apresentação de atestado médico, deverá este declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção da parte no dia da audiência, nos termos da Súmula 122 do TST.

No presente caso, restou assentado no acórdão regional que, embora o atestado médico juntado pelo autor não contenha declaração expressa da sua impossibilidade de locomoção, “o fato de conter a determinação de repouso é suficiente para comprovar a impossibilidade de locomoção”, ressaltando, ainda, que “O fato de não haver a especificação da doença não invalida o atestado, nem o torna genérico”. Em face do que, foi afastada a pena de confissão do reclamante e, por conseguinte, determinado o retorno dos autos à Vara de origem, com a reabertura da instrução.

Ou seja, o atestado apresentado pelo autor não continha a declaração expressa da impossibilidade de locomoção e não indicava, tampouco, a doença que o acometera no dia da realização da audiência de instrução.

Tem-se, pois, por contrariada a Súmula 122 desta Corte.

A propósito, cabe transcrever os seguintes

precedentes deste Tribunal:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. CONFISSÃO FICTA. A Corte Regional manteve a sentença em que se considerou o Autor confesso por não ter comparecido à audiência de instrução. O Tribunal Regional entendeu não estar declarado expressamente

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nos atestados médicos apresentados a impossibilidade de locomoção e que o problema de saúde do Autor não faz presumir que estivesse impossibilitado de comparecer à audiência. Desta forma, a decisão da Corte Regional está em conformidade com a Súmula 122 do Tribunal Superior do Trabalho. Agravo de Instrumento de que se conhece e a que se nega provimento.”

(TST-AIRR-1069-50.2012.5.09.0041, 4ª Turma, Relator: Ministro Fernando Eizo Ono, Data de julgamento: 17/06/2015, Data de Publicação: DEJT 26/06/2015)

“RECURSO DE REVISTA. 1. REVELIA E CONFISSÃO FICTA.

ATESTADO MÉDICO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO

CONFIGURAÇÃO. No processo do trabalho, é indispensável, o comparecimento das partes às audiências, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato. A simples apresentação de atestado médico, que não comprova a impossibilidade de locomoção, não afasta as consequências do art. 844 da CLT. Recurso de revista não conhecido. [...]”

(TST-RR-1349-75.2011.5.02.0065, 3ª Turma, Relator: Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Publicação: DEJT 06/12/2013)

Conheço, pois, do recurso de revista por contrariedade

à Súmula 122 do TST.

2 - MÉRITO.

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. CONFISSÃO FICTA. ATESTADO MÉDICO. SÚMULA 122 TST

Como consequência do conhecimento do recurso de revista da reclamada por contrariedade à Súmula 122 do TST, dou-lhe

provimento para restabelecer a sentença que não acatou o atestado médico

apresentado por não atender os requisitos traçados pela mencionada Súmula e, por conseguinte, aplicar ao reclamante a pena de confissão ficta.

Recurso de revista provido.

ISTO POSTO

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Firmado por assinatura digital em 26/11/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP ACORDAM os Ministros e o Desembargador Convocado da

Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade: I – conhecer e dar provimento ao agravo de instrumento para, convertendo-o em recurso de revista, determinar a reautuação dos autos e a publicação da certidão de julgamento para ciência e intimação das partes e dos interessados de que o julgamento do recurso de revista dar-se-á na primeira sessão ordinária subsequente à data da referida publicação, nos termos do artigo 229 do Regimento Interno desta Corte; II - conhecer do recurso de revista por contrariedade à Súmula 122 do TST e, no mérito, dar-lhe provimento para restabelecer a sentença que aplicou ao reclamante a pena de confissão ficta.

Brasília, 25 de Novembro de 2015.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) JOSÉ RÊGO JÚNIOR

Desembargador Convocado Relator

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