• Nenhum resultado encontrado

As Familias Condais Portugalenses

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "As Familias Condais Portugalenses"

Copied!
26
0
0

Texto

(1)

AS FAMÍLIAS CONDAIS PORTUGALENSES

Siglas y abreviaturas

Adoptámos alguns patronímicos sob uma forma mais aproximada do latim, afim de se

estabelecer melhor a ligação com o respectivo nome: assim Vimaranes por Vimares, Froilaz por Forjaz, Árias por Aires. Nos outros nomes e patronímicos usámos a forma mais corrente.

Siglas: CR —Corporações religiosas

DC — Portugaliae monumento histórica. Diplomata et chartae.

DP — Documentos medievais portugueses. Documentos particulares.

LF — Líber fidei sanctae Bracarensis ecdesiae (cd. A. dc J. da COSTA, Braga 1965, i vol. publicado).

RPH — Revista portuguesa de história (Coimbra) SS — Portugaliae monumento histórica. Scriptores. TT — Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Abreviaturas: a. —antes de c. — cerca de v. — villa —- falecimento

[ ] — data: crítica de um documento, ou parentesco que não consta expressamente da fonte mencionada

« » — alcunha.

Convenções adoptadas nos esquemas: — parentesco provável ... parentesco hipotético.

Obras citadas abreviadamente: M. R. GARCIA ALVAREZ, Catálogo de documentos reales de la alta edad media referentes a Galicia, in Compostellanum 9 (1964) c seguintes.

E. SAEZ, Los ascendientes de San Rosendo. Nolas para el estúdio de Ia monarquia astur-leonesa durante los siglos IX y X, in Hispania n. 30 (citamos a separata).

ID.» Notas al episcopologio minduniense del siglo X, iü Hispania 6 (1946) 3~79-ID., Ramiro //, rey de Portugal de 926 a 930, in RPH 3 (1947) 271-290.

I. OS DESCENDENTES DE VIMARA PERES A. VIMARA PERES, (868+ 873) conde.

Conde e presor do Porto em 868 1. Determina os limites de Braga no repovoamento de Afonso III 2. Faleceu em 873 3.

Filhos: Lucidio Vimaranes. Este parentesco não consta expressamente de nenhuma fonte, mas é reconhecido por todos os historiadores. Com efeito o patronímico, a raridade do nome Vímara, o título e a sua acção como presor são elementos suficientes para o admitir.

B. LUCIDIO VIMARANES, (870-922?) conde.

1 Chronicon Laurbanense (ed. SS 20).

2 LF 16. Sobre a data deste documento, ver a ed. crítica de A. de J .da costa, notas ao mesmo LF 16; e S. da Silva PINTO, Breves notas sobre presúrias do século IX na Terra Portucalense (Porto 1968) ll -15.

(2)

Foi o presor da v. Negrelos 4. Confirmou o diploma de restauração de Lugo em 910 5. É citado como previsor dos termos de Dume em 911 (DC 17). Deu ao bispo Gomado a igreja de

Fremoseli em 915 (DC 20). Aparece na companhia de Ordonho II no diploma de autenticidade duvidosa acerca do ermitério de Crestuma, datado de 922 6. Governou, com Munio Guterres os territórios de Picosagro e Ambas Mahias, que em 927 foram concedidos por Sancho Ordonhes a Santiago de Compostela 7.

Mulher: Gudilona (915): DC 20.

Filhos: 1. Tedon Lucides, segundo E. Sáez 8. Não aparece em documentos portugueses. Mas segundo o mesmo autor, foi pai de Rodrigo Tedones 9, que parece ter casado com

Ledegúndia Dias (928 + a. 960) 10, cuja ascendência indicamos em IV A. 2. Rodrigo Tedones (928-933) confirma ou é testemunha nos documentos DC 34, 37 e 107 11.

Teve pelos menos três filhos: Châmoa, devota (960), Ramiro (960) e Diogo Rodrigues (960), segundo o DC 81, pelo qual a primeira dá a Guimarães numerosos bens em todo o Portugal. A estes filhos deve-se talvez ascrescentar o conde Guterre Rodrigues (957-1014), apesar de E. Sáez12 o considerar como filho provável de Rodrigo Guterres, irmão do «Conde Santo» Osório Guterres. Com efeito, de LF 22 depreende-se que Guterre Rodrigues herdara, com Onega Lucides os servos que tinham pertencido ao Conde Vímara Peres. Este facto explica-se melhor segundo a nossa hipótese. O conde Guterre Rodrigues confirma uma doação do rei Ramiro a Guimarães em 957 e assiste a um julgamento de condessa D. Toda em 1014 (DC 71, 225). Refere-se-lhe também o LF 22, que já citámos.

Tedon Lucides podia também ter sido pai de Olide Tedones (948), como sugere o patronímico e o facto de possuir muitos bens no território de Gironzo, que ofereceu como arras a sua mulher Ausenda Gormiri em 946 (DC 5 6). Se se provar que os bens oferecidos por Châmoa Rodrigues, (na nossa hipótese sua sobrinha) a Guimarães lhe vem de seu [pai] Rodrigo Tedones, a nossa hipótese teria mais solidês. Também não é impossível que fosse filho de Tedon Lucides um Paio Tedones (929-951 + a.953), que E. Sáez 13 diz aparecer na documentação ao seu dispor entre 929 e 951 e que sabemos já ter morrido em 953, por nesta data sua filha Châmoa Pais (953-968) dispor de bens herdados dele em Vila do Conde e v. Quintanella (DC 67). Além disso Châmoa Pais aparece também a confirmar o contrato sobre o castelo de Guimarães em 968 (DC 97). E Sáez (l. c.) aponta-lhe como irmã a Velasquida

Pais (968) que confirma ao seu lado o mesmo documento (DC 97).

2. Bermudo Lucides (911-926), segundo o parentesco proposto por E. Sáez 14. É um dos

previsores dos termos de Dume em 911, e confirma uma doação de Ramiro II a Guimarães em 926 (DC 31).

3. Alvito Lucides segundo o mesmo autor, ibidem. SEGUE. C. ALVITO LUCIDES (915-973?)

4 DC 5. Sobre a data deste documento, ver T. de Sousa SOARES, O repovoamento do norte de Portugal no século IX, in Biblos 18 (1942- 201. 5 E. SAEZ, Los ascendientes 53.

6 DC 25. M. de OLIVEIRA, in Lusitania Sacra l (l955) 45-50, considera-o simplesmente falso; T. de Sousa SOARES, Reflexões sobre a origem e a formação de Portugal I (Coimbra 1962) 152-153 mostra que tem um fundo autêntico; C; SANCHEZ ALBORNOZ, Despoblación y repoblación del valle del Duero (Buenos Aires 1966) 241 (100), julga-o interpolado.

7 M. R. GARCIA ALVAREZ, Catalogo 226. 8 E. SAEZ, Ramiro II 285.

9 E. SAEZ, Ramiro II 285.

10 Este casamento é sugerido por Fr. Manuel da ROCHA, Portugal renascido (Lisboa 1730), 92, sem dar provas; admitido também por E. SAEZ, Los ascendientes 66 (141) e por L. Gonzaga de AZEVEDO, História de Portugal II 101 (l).

11 O DC 107 é falso ou interpolado, segundo E. SAEZ, Los ascendientes 65 (140). 12 Notas al episcopologio minduniense, Esquema 4.

13 Notas al episcopologio minduniense. Esquema 2. (14) 14 Ramiro II 285, 286.

(3)

Não se conhecem deste personagem senão referencias em listas de confirmantes ou testemunhas, algumas delas em documentos dados por parentes seus: a doação de seu [pai] Lucidio Vimaranes ao bispo Gomado em 915 (DC 20), a de sua [sogra], a condessa Onega a Lorvão em 928 (DC 34), a do [sobrinho de sua mulher], o conde Gonçalo Mendes a Guimarães em 968 (DC 99), e a de sua [mulher] Munia a Lorvão em 973 (?) 15. Além disso confirma também uma doação de Inderquina «Pala» (ver III B 2 e III D 2) ao mesmo mosteiro em 957 (DC 73), e outra de Donnani, ainda a Lorvão, em 924 (DC 28). Os restantes documentos portugueses em que confirma, são dois diplomas de Ramiro II, de 926 e 950 16.

Mulher: Munia, segundo DC 139, 145, que todavia não dão o patronímico do marido. Este é sugerido por Fr. Manuel da Rocha e M. R. Garcia Alvarez 17. Com efeito, os descendentes deste casal têm nomes que antes já apareciam na família de Lucídio Vimaranes: Lucídio e Onega (DC 145). Esta Munia deve-se identificar com Munia Dias, (928-975?) irmã de Mumadona Dias f DC 34), conforme sugerem E. Sáez e M. R. Garcia Alvarez 18. Ver a sua família em IV A 1. Esta senhora deu avultados bens a Lorvão entre 950 e 956 19 e talvez em 973 20. Deixou aos seus descendentes outros bens na mesma região (DC 139, 145).

Filhos: 1. Tegla Alvites (984), segundo DC 139 21. Neste documento Tegla dá ao mosteiro de Lorvão um terço da v. de Gondelim.

2. Lucídio Alvites (926-968), porque Onega Lucides, sua filha, é neta de Alvito e de Munia (DC 145). Efectivamente aparece um Lucídio Alvites a confirmar vários documentos junto de seu [pai], Alvito Lucides, em 926, [950] c 968 22.

Este Lucídio Alvites foi casado com Ximena segundo um documento publicado por P. Merêa 23.

Teve pelo menos uma fillia, Onega Lucides, (978-1006 ou 1025) conforme se vê no mesmo documento publicado por P. Merca e em DC 145. Foi casada com o conde Rodrigo Vasques (já depois de este ter enviuvado) e aparece em 985 a fazer uma doação a Lorvão, com Rodrigo Erotes (DC 145), em 978 e 999 a Celanova, e no ano 1006 a receber o usufruto de certos bens do mesmo mosteiro 24. Refere-se-lhe ainda o LF 22 (p. 46) e talvez mesmo o DC 259 de 1025, se se identificar com a condessa Onega (sem patronímico), que «consente» nesta doação de Afonso V ao mosteiro de Guimarães.

Pode ter sido também filho de Lucídio Alvites o Conde Mendo Luz, que se apoderou de Montemor pouco antes de 1019 (DC 242). O patronímico, a época em que viveu, o título de conde e os seus interesses ao sul do Douro, são outros tantos indícios que militam em favor deste parentesco. Vejamos os documentos em que figura: uma confirmação de um diploma do Munio Gonçalves em 985 (DC 147) e outro de Afonso V em 1014 (DC 223). Além do documento que já indicámos acerca do seu domínio em Montemor, podem-se apontar outros dois que mostram a sua jurisdição a estender-se ao vale do Vouga e à terra de Santa Maria (DC 296, 378). Este conde é talvez o mesmo que o Annales Portucalenses veteres indicam 15 DC 107, falso ou interpolado, segundo E. SAEZ, Los ascendientes 65 (140).

16 DC 31, 36. Este último documento é datado de 18 de Dezembro (?) de 950 por A. de J. COSTA, O bispo D. Pedro I 420 c Aditamentos 7-8.

17 Fr. Manuel da ROCHA, Portugal renascido (Lisboa 1730) 81-82; M. R. GARCIA ALVAREZ, La batalla de Aguioncha, in Brocara Augusta 20 (1966), esquema unto da p. 342.

18 E. SAEZ, Notas al episcopologio minduniense 28; M. R. GARCIA ALVAREZ,

Sisnando Menéndez, in Compostellanum 13 (1968) 211.

19 DC 100. Sobre a data deste documento, ver E. SAEZ, Notas al episcopologio

minduniense 28 (l 14).

20 DC 107, falso ou interpolado, segundo E. SAEZ, Los ascendientes 65 (140).

21 DC 22, falso, segundo R. de AZEVEDO, O mosteiro de Lorvão, in Arquivo Histórico de Portugal 2 (1933) 190 e P. DAVID, Etudes historiques 248.

22 DC 31. 36, 99.

23 Estudos de direito hispânico medieval II (Coimbra 1953) 150.

24 M. R. GARCIA ALVAREZ, El obispo compostellano Pelayo Rodrigues, in Compostellanum 11 (1966) 525-526.

(4)

(sem patronímico) ter sido assassinado em 1034 nas margens do rio Guetania, apesar de a maioria dos autores suporem que se trata do conde Mendo Nunes e de corrigirem a data para mais tarde 25. Não se conhece ao certo a descendência de Mendo Luz. Mas talvez seja seu filho o Vimara Mendes que morreu antes de 1055 e era patrono do mosteiro de S. Mamede de Este (LF 189). Assim o faz supôr o seu nome, e o facto de o mesmo Vímara ter um filho chamado Alvito, nome que se repete nesta família, e que confirma uma doação da condessa Toda Veilaz em 1055 (TT Rio Tinto II). Neste mesmo documento há referencias a dois filhos de Vímara Mendes, Alvito e Quindiverga. Esta última teve uma nora, Patrina, com dois filhos, Odorio e Ermesenda, que ainda possuíam o mesmo mosteiro em 1055.

3. Nuno Alvites (959), filiação provável, baseada no facto de Alvito Nunes, que é

provavelmente seu filho, como veremos, desempenhar cargo tão eminente como o governo do condado portucalense, em conjunto com Ilduara Mendes. Com efeito o conde Alvito Nunes deve, por isso mesmo, pertencer a uma família importante, e a de Alvito Nunes é a que reúne maiores probabilidades. A existência de um Nuno Alvites, que confirma o

documento da dotação de mosteiro de Guimarães em 959 (DC 76), logo a seguir aos filhos de Mumadona e pouco antes de Telo Alvites, seu [irmão], dá suficiente verosimilhança a esta hipótese. SEGUE.

4. Telo Alvites (959-985), conde. Filiação igualmente provável, e apoiada no facto de Telo confirmar a dotação de Guimarães em 959 ao lado do seu [irmão] Nuno (DC 76) e a doação de sua [sobrinha] Onega Lucides a Lorvão em 985 (DC 145). Sendo assim, podemos acrescentar a estes documentos aqueles em que confirma doações de Gonçalo Mendes em 968 (DC 99) e de Gonçalo Moniz em 981 (DC 130). E ainda a larga doação que fez em 985 ao mosteiro de Antealtares, com sua mulher Mumadona, de bens situados em Riba-Lima 26, usando o título de conde. Há referências a ele num diploma de 1136 (LF 825). Ignoramos se se pode identificar com o Telo Aldianiz que assistiu ao julgamento de Eirigo Gonçalves pelo conde Mendo Gonçalves, provavelmente entre 1002 e 1008 27. Pode ter sido seu filho o

Osório Teles que aparece em vários documentos de Guimarães entre 1043 e 1073 28,

apesar de estas datas serem um tanto tardias para que tal hipótese se deva considerar provável.

5. Elvira Alvites (946-969), casada com Rodrigo Mendes (946-968), segundo as deduções feitas por M. R. Garcia Alvarez 29.

D. NUNO ALVITES (959).

Deste personagem aparece apenas, em documentos portugueses, um vestígio histórico, a sua confirmação do documento de dotação do mosteiro de Guimarães em 959 (DC 76). Ignora-se com quem casou. Segundo a hipótese formulada mais acima (I C 3), foi seu filho o conde Alvito Nunes, que SEGUE.

E. ALVITO NUNES (985-1015 ou 1016), conde.

Aparece a confirmar a doação de seu [tio] Telo Alvites ao mosteiro de Antealtares em 985 30. Foi o sucessor do conde Mendo Gonçalves no governo do Condado Portucalense, segundo a lista fornecida pelo LF 22, de 1025. A acreditar nos Annales Portucalenses veteres, estava no castelo de Vermoim, quando os Normandos atacaram a região. Embora os Annales datem este acontecimento de Era 1054, é possível que ele se tivesse dado no ano anterior, segundo a

25 Ver o que dizemos mais abaixo, no texto referente a Mendo Nunes, I G.

diverga. Esta última teve uma nora, Patrina, com dois filhos, Odorio e Ermesenda, que ainda possuíam o mesmomosteiro em 1055.

26 Documento publicado pelo Marquês de SAMPAYO, in O archeologo portuguez 27 (1930) 151; cf. M. R. GARCIA ALVAREZ, Catálogo 376.

27 Arquivo da Univ. de Coimbra, Santa Cruz, maço 194, f. 197 r.

28 DC 330, 332, 340, 386, 407, 426, 431 i LF 184, 260.

29 Sisnando .Menéndez, mayordomo real y obispo de Santiago, in Compostellanum 13 (1968) 211.

(5)

comparação que R. de Azevedo faz desta notícia com um documento inédito do mosteiro de Moreira 31.

Mulher: Talvez a condessa Goncinha, ou Gontinha que em 994 obteve do abade Alvito a cessão da igreja de S. Maninho de Vila Nova (DC 168) e que antes de 1011 confirmou a agnicio de um contrato feito em Macieira da Maia (DC 216) com o nome de Domna Guntina. Com efeito esta Goncinha ou Gontinha deve ser a mãe de D. Loba Alvites, que em 1015-1016 vivia em Argentini suficientemente protegida dos Normandos para escapar aos seus assaltos e ajudar um homem de condição inferior a resgatar as filhas por eles raptadas 32. Era, portanto, casada com um Alvito.

Filhos: 1. Nuno Alvites (1017+ 1028), porque sucedeu a Alvito Nunes no condado Portucalense (LF 22). SEGUE.

2. Pedro Alvites, abade (1025-1070). Com efeito, Nuno tem um irmão chamado Pedro porque «consente» na doação que lhe faz o rei Afonso V em 1025 (DC 259). Da comparação deste documento com o DC 407, depreende-se que se trata do abade Pedro, do mosteiro de Guimarães. Temos, portanto, muito documentação sobre ele, do mesmo mosteiro, entre 1042 e 1070. Acompanhou o rei Fernando Magno na conquista de Coimbra 33. É também

mencionado em LF 91 e 184.

3. Loba Alvites (1015-1016), se se admitir a hipótese apresentada acima, acerca da possível mulher do conde Alvito Nunes. Ver os documentos aí citados.

F. NUNO ALVITES (1017+ 1028), conde.

A data 1017, em que aparece pela primeira vez, ó fornecida por E. Sáez 34. «Consente» na doação de Afonso V a seu irmão Pedro Alvites em 1025 (DC 259) c confirma o LF 22, no mesmo ano. Neste último documento diz-se que sucedeu ao conde Alvito Nunes. Os Annales

Portucalenses veteres, que também lhe dão o título de conde, dizem que morreu em 1028, no mesmo ano que o rei Afonso V 35,

Mulher: Condessa Ilduara Mendes (1025-1058), segundo se declara em LF 122, 176, 206 e 248. Era filha do conde Mendo Gonçalves (ver IV D 7). Governou o Condado Portucalense pelo menos depois da morte do marido (DC 311, 316). Aparece a outorgar bastantes documentos 36 e confirma outros 37. Da série de actos conservados no Liber Fidei verifica-se que comprou muitas propriedades em Nogueira (conc. Braga), Gualtar, Tenôes, São Mamede de Este, etc.

Filhos: 1. Mendo Nunes (1028-1050), segundo DC 311, 316, 330, etc. SEGUE.

2. Gontrode Nunes (1028-1088), condessa, segundo LF 122, 173, 201. Foi casada com o

conde Vasco (LF 122). Teve propriedades em Quintela (Vila Real), que deu à Sé de Braga em 1088 (LF 122); em Nogueira, Santa Tecla, Dadim, Cerqueda, Gualtar e Barros, que deu a Eita Gondesendes em 1072 ou pouco depois 38; e em Barbudo, que ofereceu ao mosteiro do mesmo nome em 1068 (LF 248). Em data que se ignora tinha cedido um escravo a Froila Crescones (LF 616). Pode-se identificar, segundo a hipótese apresentada por A. de J. da Costa, com a devota Gontrode, que confirma uma doação de Mendo Nunes ao mosteiro de

31 Na sua comunicação ao Congresso de Vímara Peres, Porto, 18-23 de

Junho de 1968.

32 Arquivo da Univ. de Coimbra, Santa Cruz, maço 194, f. 200r. 33 Summa chronicarum (ed. P. DAVID, Etudes historiques 311). 34 Notas al episcopado minduniense. Esquema 2.

35 Annales Portucalenses veteres (ed. P. DAVID, Etudes historiques 295). 36 DC 311, 316, 330, 400, 407, 420 (p. 248); LF 122, 173, 176 a 201, 233. 37 DC 152, 372; LF 235.

(6)

Barbudo em 1071 39. Não conseguimos encontrar vestígios da sua descendência. É possível até que a não tivesse, dada a generosidade com que distribuiu os seus bens.

3. Munio Nunes, segundo LF 497. Neste documento declara-se que Munio Nunes, filho do

conde Nuno Alvites, tinha uma quinta em Domez (na Galiza?) e que a vendeu aos proprietários da mesma antes de 1131. Nada mais se sabe sobre ele.

G. MENDO NUNES (1028-1050), conde.

Governou o Condado Portucalense, provavelmente desde a sua menoridade, sob tutela de sua mãe (DC 311, 316). Já figura sòsinho no desempenho das suas funções em 1043 e 1048 (DC 330, 366). É citado nos sincronismos de um documento da Vacariça, a seguir ao rei

Fernando Magno em 1041 (DC 317). Refere-se-lhe ainda, provavelmente, um diploma de 1050, do mosteiro de Celanova 40, mas morreu antes de 1053 (DC 384). A maioria dos autores supõe que lhe diz respeito a notícia dos Annales Portucalenses veteres acerca do assassinato do «comes Menendus in ripa Guetania» propondo para isso a correcção da data 41. Todavia, para supôr que a data desta notícia está errada seria também preciso deslocá-la do lugar onde figura actualmente. Se se suposer que a notícia se refere ao conde Mendo Luz, desaparecem as difi-culdades 42. Não se sabe com quem casou.

Filhos: Nuno Mendes, como se depreende do patronímico, e de ser sobrinho da condessa Gontrode Nunes (LF 201, 202). SEGUE.

H. NUNO MENDES (1059 + 1071), conde.

Aparece pela primeira vez na corte de Fernando Magno em Palencia, no ano 1059, se se identifiar com a pessoa do mesmo nome que assiste, sem título, ao julgamento solicitado pelos monges de Soalhães (DC 421). Já figura com o título de conde a confirmar uma doação do rei Garcia em 1070 (DC 491) c como proprietário dos bens que concedeu no ano seguinte ao mosteiro de Barbudo (LF 253), poucos dias antes de ser vencido e morto na batalha de Pedroso, quando se revoltou contra o mesmo rei 43.

Por documentos posteriores sabe-se que possuía bens em Nogueira, Santa Tecla, Dadim, Cerqueda, Gualtar e Barros (Braga), que provavelmente lhe foram confiscados por ocasião da sua derrota, e dados depois por Afonso VI a seu genro, o alvasil Sisnando Davides 44.

Mulher: Goncinha (1071), citada no LF 253.

Filhos: Loba Nunes «Aurovelido» (1074), segundo o LF 202 SEGUE.

I. LOBA NUNES «AUROVELIDO» (1074).

O nome desta senhora conhece-se apenas através de dois documentos já citados (LF 173, 202), um dos quais lhe chama Aurovelido Nunes, e outro Loba Nunes. Aurovelido deve ser, portanto, um sobrenome.

Marido: Sisnando Davides (1064 + 1092), alvasil, conforme se declara nos dois documentos já citados.

39 LF 253 e respectivas notas, na ed. crítica de A. de J. da COSTA. 40 Citado por P. MEREA, História e Direito I (Coimbra 1967) 193, 41). 41 Annales Portucalenses veteres (ed. P. DAVID, Etudes historiques 295).

42 Este é também a opinião de H. Barrilaro RUAS, amavelmente comunicada em conversa pessoal.

43 Annales Portucalense veteres (ed. P. DAVID, Etudes historiques 298). Sobre as datas exactas destes acontecimentos, ver A. de J. da COSTA, ed. critica do Liber Fidei, notas ao doc. 253).

(7)

Fillios: Elvira Sisnandes (1087 e seguintes), segundo DC 677, 770. Casou com Martim Moniz (1092-1111), filho de Monio Fromariques 45.

II. DESCENDENTES DE HERMENEGILDO GUTERRES A. HERMENEGILDO GUTERRES (869-911), conde.

Conhecido magnate que se apoderou de Coimbra em 878 46. A sua personalidade está perfeitamente bem conhecida depois do material que sobre ele reuniu E. Sáez 47. Segundo o mesmo autor 48 foi casado com Ermesenda Gatones e teve os seguintes filhos:

1. Aldonça Mendes (936-942), casada com Guterre Osores e que não aparece em

documentos portugueses.

2. Árias Mendes (911-924), conde, sem dúvida o que regeu o condado de «Eminio» segundo

as actas apócrifas do concílio de Oviedo, que todavia parecem conservar, neste ponto, uma tradição autêntica 49. Governou também o conmísso de Refojos do Leça, com seu irmão Guterre 50. Encontrava-se ainda vivo em 924 51. Além das referências reunidas por E. Sáez 52, pode-se talvez acrescentar o DC 420 (p. 261), que aponta, entre as propriedades do

mosteiro de Guimarães, uma em Canas (Penafiel) que pertencera antes ao conde Arias Mendes e a sua mulher Emderia, decerto uma deturpação de Ermesenda. Ainda segundo E. Sáez, casou com Ermesenda, que talvez se possa identificar com Ermesenda Gondesendes filha de Gondescendo Eriz segundo a hipótese que apresentamos em III B 2. Teve pelo menos uma filha, Elvira Arias (962), mulher de Munio Guterres (911-959), seu primo direito. Ver a descendência de ambos mais abaixo em II C. Mas se Ermesenda Gondesendes foi sua mulher, talvez, se possa atribuir-lhe uma segunda filha, Inderquina «Pala» (957-981). Ver III B 2.

3. Guterre Mendes (912 + a. 934), que SEGUE.

4. Elvira Mendes (914-920), casada com o rei Ordonho II (914-924).

5. Inderquina Mendes «Pala» (+ a.947), casada com Gondescendo Eriz (DC 12). Ver a sua

descendência em III B.

B. GUTERRE MENDES (912+ a.934), conde.

De entre as indicações que sobre este personagem dá E. Sáez 53destaca-se a de ter governado seis conmissa, na Galiza, por concessão de Afonso IV. Aparece no nosso território a confirmar uma doação de Ordonho II ao mosteiro de Lorvão 54.

Mulher: Ilduara Eriz (916-958), filha de Ero Fernandes 55. Fez várias doações ao mosteiro de Celanova 56. No nosso território figura, só com o nome de Ilduara, no DC 45, de 937, que é 45 Sobre a família e descendência de Martim Moniz, ver J. MATTOSO, A nobreza rural

portuense (a publicar no Anuário de estúdios medievales) V B 3. 46 Chronicon Laurbanense (ed. SS 20).

47 Los ascendientes 12-25.

48 Notas al episcopologio minduniense, Esquemas 4 e 5. 49 Paulo MEREA, História e Direito I (Coimbra 1967) 186. 50 E. SAEZ, Los ascendientes 34.

51E. SAEZ, Los ascendientes 38. 52 Los ascendientes 34-39.

53 Notas al episcopologio minduniense 9, 21; Ramiro II 288.

54 DC 2. Sobre a data deste documento, ver: R. de AZEVEDO, O mosteiro de Lorvão, in Arquivo histórico de Portugal 2 (1933) 189, 199.

55 E. SAEZ, Notas al episcopologio minduniense, Esquema 3. 56 E. SAEZ, ibid. 13, 23.

(8)

uma doação sua a Gondemiro iben Dauti, para ele deixar, depois de sua morte ao mosteiro de Lorvão.

Filhos 57: 1. Munio Guterres (911-959), que SEGUE. 2. São Rosendo (916+ 977), o fundador de Celanova.

3. Froila Guterres (933-943), que aparece em Portugal para confirmar uma venda de Zahadon a Gondemiro em 933 (DC 39), uma doação de sua [mãe] Ilduara ao mesmo em 937 (DC 45), e outra do rei Ramiro II a Lorvão em 943 (DC 50). Em 942 este mesmo rei tinha-lhe concedido vários conmissa, governados antes por seu tio Arias Mendes, para os administrar sub manus de sua mãe, a condessa Ilduara 58. Recebeu em herança de seus pais vários bens no território de Coimbra 59.

Mulher: Sarracina (936-942), que aparece num documento de 936 60. Num documento de 994 afirma-se que teve bens em Gondomar (DC 170).

Filhos: a) Tutadomna ou Mumadona Froilaz (981), segundo E. Sáez 61, casada com o conde Gonçalo Moniz (928-981), que era talvez seu primo direito, segundo a hipótese que explicamos mais abaixo em II C 6.

b) Do facto de Tutadomna (1108-1022), casada com o conde Mendo Gonçalves, ser prima (congermana) de Froila Gonçalves (DC 234), filho de Gonçalo Moniz e Tutadomna ou Mumadona Froilaz, depreende-se que Froila Guterres teve

provavelmente outro filho ou outra filha, pai ou mãe de Tutadomna. Assim o supõe E. Sáez 62. Todavia não é impossível que Tutadomna fosse prima de Froila Gonçalves pelo lado do pai deste, e não pelo de sua mãe. Nesse caso não haveria base para supôr que Froila Guterres teve mais filhos. Ver os documentos referentes a Tutadomna em IV D. 4. Ausenda Guterres (934-964), que recebeu em doação do rei Ordonho II as v. de Moreira e

Cascanheira, e depois as cedeu por troca ao conde Gonçalo Mendes, recebendo as v. de Kagiti e Mindelo em 964 (DC 88). É também citada como cognata do mesmo conde num documento de 983 (DC 138).

Casou em primeiras núpcias com Ximeno Dias (923-961), filho de Diogo Fernandes, de quem teve vários filhos (ver IV A I), indicados por E. Sáez 63. E em segundas núpcias com Ramiro Mendes, conforme se pode ver no DC 88, de 964, estando já viúva do segundo marido nesse mesmo ano 64. Ramiro Mendes era filho do conde Hermenegildo Gonçalves e de Mumadona Dias (ver IV B 3).

5. Ermesenda Guterres (929-934), que casou com o conde Paio Gonçalves (936-959) filho de Gonçalo Berotes (915-929) e de Teresa Eriz (929) (ver III A), e irmão do conde

Hermenegildo Gonçalves (926-943) (ver IV A), conforme estabeleceu E. Sáez 65. Paio Gonçalves figura numa doação de Ramiro II a Guimarães em 950 (DC 36), no testamento de seu irmão Hermenegildo em favor do mesmo mosteiro (DC 76) e noutros documentos não portugueses citados por E. Sáez 66. Ainda segundo o mesmo autor 67 leve pelo menos

57 E. SAEZ, ibid. Esquema 5.

58 M. R. GARCIA ALVAREZ, Catálogo 266. 59 E. SAEZ, Los ascendientes 17 (22). 60 M. R. GARCIA ALVAREZ, Catálogo 255.

61 E. SAEZ, Notas al episcopologio minduniense Esquema 5. 62 E. SAEZ, ibid. Esquema 5.

63 E. SAEZ, ibid. Esquema 6.

64Cf. M. R. GARCIA ALVAREZ, El obispo compostellano Pelayo Rodrigues, in Compostellanum II (1966) 524.

65 E. SAEZ, Notas al episcopologio minduniense. Esquemas 2 e 3. 66 E. SAEZ, ibid. 42-43.

(9)

oito filhos e filhas, mas só se conhece a descendência de uma, Ilduara Pais (961-964) que casou com seu primo direito, o conde Gonçalo Mendes (ver IV C).

C. MUNIO GUTERRES (911-959).

Este magnate tomou parte na delimitação dos termos de Braga (LF 18) e de Dume (LF 17), por Afonso III em 911. Aparece nestes documentos com o nome de Nuno Guterres. Mais tarde, em 935, confirma uma doação de Gaudemiro e de Susana a Lorvão (DC 40). Governou, juntamente com Lucídio Vimaranes o conmisso de Ambas Mahias, que em 927 foi concedido por Sancho Ordonhes à catedral de Santiago. Através da documentação que sobre ele foi recolhida por E. Sáez 68 parece depreender-se, como faz notar o mesmo autor, que apoiou o rei Afonso IV nas suas lutas contra Ramiro II.

Mulher: Elvira Arias (962), sua prima direita, filha do conde Arias Mendes (ver mais acima II A 2).

Filhos 69: 1. Guterre Moniz (931-999), que em 931 foi nomeado por Afonso IV conde de Burgos, e entre 935 e 974 aparece várias vezes na corte de Ramiro II, Ordonho III e Ramiro III. No nosso território confirma quatro doações a Lorvão em 974, 985 e 988 70 e outra a Antealtares 71. A última referência ao seu nome encontra-se no diploma sobre o julgamento da questão entre Lovesendo Aboazar e os senhores de Guimarães em 999 (DC 183). Ver outras referências em documentos leoneses e galegos em E. Sáez 72. Não se sabe com quem casou, mas teve pelo menos um filho, Nuno Guterres, que aparece na corte de Bermudo III em 1032 73.

2. Arias Moniz (948-973), bispo de Dume entre 948 e 956, pelo menos. Aparece no nosso território para confirmar a doação de Munia [Dias] a Lorvão 74 e a de Inderquina «Pala» ao mesmo mosteiro em 961 (DC 84) 75.

3. Gotona Moniz (927-964), que casou com o rei Sancho Ordonhes (927-929).

4. Ermesenda Moniz (962), que confirma a doação de sua mãe Elvira Arias a Celanova em 962 76.

5. Elvira Moniz (978-986), que é proprietária de metade de v. de Moreira da Maia e a vende em 978 (DC 124), c confirma a venda feita por mancipia seus em Guilhabreu, em 986 (DC 151) 77.

6. Gonçalo Moniz (928-981). Filiação hipotética, sugerida por L. G. de Azevedo 78. Explicar-se-ia assim que tivesse sucedido a seu [avô] Arias Mendes no condado de «Eminio». Com efeito aparece sempre a governar o território de Coimbra. Assim se explicaria também que seu [irmão] Guterre apareça várias vezes no mesmo território 79. Todavia a hipótese não é isenta de dificuldades, porque não aparece nunca nos documentos em que figuram seu [pai] ou seus [irmãos] Guterre e Elvira, mas apenas em dois, assinados pelo outro [irmão], o bispo Arias (DC 84, 100). Apesar disso admitimos a sugestão de L. G. de Azevedo, porque, além das razões apontadas, não encontrámos, em documentos portugueses, nenhum outro Munio ou Nuno com mais probabilidades de ter sido pai de Gonçalo Moniz. SEGUE. 68 E. SAEZ, ibid. 20-23

69 E. SAEZ, ibid. Esquema 5. 70 DC 114,147, 148, 154.

71 Marquês de SAMPAYO, in O archeologo portuguez 27 (1930) 151. 72 E. SAEZ, Notas al episcopologio minduniense 23-25.

73 E. SAEZ, ibid. 25.

74 DC 100 A data deste documento está errada. Ver a sua critica em E. SAEZ, Notas al episcopologio minduniense 28 (116).

75 Sobre este bispo, ver a abundante documentação reunida e criticada por E. SAEZ, ibid. 19-33.

76 E. SAEZ, ibid. 25 e doc. I do Apêndice, p. 75.

77 Estes documentos são também citados por E. SAEZ, ibid. 25. 78 História de Portugal II 162 (I).

(10)

D. GONÇALO MONIZ, (928-981), conde.

Sobre este magnate, que dominou em Coimbra, há numerosos documentos, tanto

particulares como régios. Foi grande benfeitor do mosteiro de Lorvão, ao qual ofereceu em 961 as v. de Cerzedo, Padalares e Serpins (DC 83), e em 981 a v. e mosteiro de Treixedo, com muitos outros bens (DC 130). Também fez doações ao mosteiro de Arouca (DC 646). Confirmou muitos documentos de Lorvão e na região de Coimbra entre 928 c 981 80, dos quais alguns são diplomas régios: de Ordonho II (DC 2), de Ramiro II (DC 15, 50) e de Sancho I (DC 92). Além dos bens que deu a Lorvão, sabe-se também que possuía propriedades perto de Leça (DC 185). Em tempo do abade Arias de Guimarães, Gonçalo Moniz entrou em luta com o conde Gonçalo Mendes, e chegou a ameaçar o mosteiro, que foi defendido pelo filho de Mumadona 81. Foi o mesmo Gonçalo Moniz que em 965 envenenou o rei Sancho I o Gordo 82.

Mulher: Tutadomna ou Mumadona Froilaz (981), que devia ser sua prima direita (no caso de Gonçalo Moniz ser realmente filho de Munio Guterres, como sugerimos em II C 6, para os pais de sua mulher, ver II B 3). O nome de Mumadona (sob a forma Mamodona, por duas vezes) vem indicado em DC 130. O DC 170 chama-lhe Toda domna. E. Sáez 83 prefere o segundo, sem dúvida por Tutadomna, mulher de Mendo Gonçalves ser provavelmente sua sobrinha. Mas o erro de transcrição também pode estar em DC 130. Com efeito o DC 148 fala num Munio Gonçalves, filho de Amunne, que podia ser uma outra forma de Muma. Para esta identificação concorre o facto deste Munio ter o patronímico Gonçalves, usar o mesmo nome que o [avô] e ser irmão de Godinha Gonçalves, mulher do conde Oveco Garcia, que aparece frequentemente na região de Coimbra, como se verá mais abaixo (II D 3). De qualquer modo a ascendência de Muma dona ou Tutadomna Froilaz está

perfeitamente estabelecida pelo seu patronímico e por o seu filho Froila Gonçalves se declarar neto de Sarracina no DC 170.

Filhos: 1. Froila Gonçalves (993-1017), segundo DC 170, 196. SEGUE.

2. Godinha Gonçalves (+ a. 985), na hipótese de sua mãe Amunne (DC 248) se identificar com Mumadona ou Tutadona Froilaz, como propomos mais acima. Sendo assim, sabe-se, pelo mesmo documento, que casou com o conde Oveco Garcia, que aparece na região de Coimbra entre 974 e 988, como benfeitor do mosteiro de Lorvão (DC 114, 148) e a

80 DC 34, 73, 84, 85, 100, 107, 133. Sobre a data de DC 100, ver E. SAEZ, Los ascendientes 107 (154); o DC 107 é falso ou interpolado, segundo o mesmo autor, ibid. 65 (140).

81 DC 340. Este documento é o único que fala de um abade deste nome em Guimarães. É difícil conciliá-lo cem as outras tentes, em que o mosteiro aparece governado pelo abade Goma e que vão de 953 a 999 (DC 67, 138, 166, 168, 183; deve ser o mesmo que Gontemiro, DC III). Sendo assim, ou Arias governou o mosteiro nos primeiros anos da sua existência, entre 950 e 953, o que não é muito pro vável, ou se identifica com um dos dois bispos deste nome, Arias Nunes ou Arias Pais, que regerem a sé de Dume respectivamente em 948-956 c 977-984 (E. SAEZ, Notas al episcopologio minduniense 19-33, 40-49), o que se poderia talvez explicar dado o carácter monástico do bispo de Dume. A hipótese tem mais probabilidades para o caso de Arias Pais que em 951 aparece em Guimarães como diácono, e reside talvez no mesmo lugar depois de resignar o bispado entre 994 e 1014, pois a maioria dos documentos que o citam, nesta época, pertencem exactamente a Guimarães (DC 168, 183 223). Todavia não se pode atribuir a luta entre Gonçalo Moniz c Gonçalo Mendes à época em que Arias Pais resignou, porque o primeiro só figura nos documentos até 985, e o segundo até 981. Quanto ao bispo Arias Nunes, também aparece no nosso território depois de resignar (entre 956 e 958), mas apenas num documento de Lorvão (DC 84).

82 Segundo o relato da Crónica de Sampiro, n.° 27 (ed. J. PEREZ DC URBEL p. 338-339, para a data do acontecimento ver ibid. p. 428).

(11)

confirmar dois diplomas de seu cunhado Munio Gonçalves f DC 147, 154). Esta identificação foi também apresentada por Dom Justo Pérez de Urbel 84.

3. Munio Gonçalves (985-988), por ser irmão de Godinha (DC 248). Foi benfeitor do

mosteiro de Lorvão, ao qual deu em 985 metade da v. de Santa Comba (DC 147), e em 988 uma parte da v. de Castrelo, perto de Mortágua (DC 154).

4. Além destes filhos, L. G. de Azevedo 85 atribui-lhe também outro, Ero Gonçalves, sem mais provas além da confirmação que o mesmo faz numa doação de Recemundo ao mosteiro da Vacariça em 1016 (DC 227). Com este parentesco o ilustre historiador pretendia ligar o magnate Egas Eriz "Iala" ao conde Gonçalo Moniz. Explicar-se-iam assim muito bem as riquezas que aquele tinha ao sul do Douro. Há todavia dificuldades cronológicas para poder admitir esta construção. Com efeito Egas Eriz fugiu para o norte do Douro durante as incursões muçulmanas dos fins do século X (DC 384) e voltou pouco depois à sua terra. Ora em 1017 Gonçalo Viegas, seu filho, já dominava em Montemor sob a autoridade do conde Mendo Luz e de Afonso V f DC 549), portanto um ano depois de Ero Gonçalves confirmar o único documento em que aparece. Sendo assim, Ero Gonçalves ainda era vivo quando Egas Eriz voltou do norte. Nesse caso porque é que o DC 384 não cita o seu nome, em vez do do filho (na hipótese de L. G. de Azevedo)? Além disso, pelas razões que

expomos em III A 6, parece-nos mais provável que Egas Eriz seja filho de Ero Moniz, ou, em todo o caso um membro da família de Ero Gondesendes. Temos portanto de concluir que o Ero Gonçalves de DC 227 pode ser filho de Gonçalo Moniz, mas dificilmente se pode admitir fosse o pai de Egas Eriz «laia». Quremos assim corrigir que escrevemos em Le monachisme ibérique et Cluny (p. 79) onde aceitámos a hipótese de L. G. de Azevedo. Isto não implica porém, qualquer, mudança no que nesse lugar pretendíamos demonstrar porque Egas Eriz, pertenceria, do mesmo modo a uma família condal.

E. FROILA GONÇALVES (994-1017).

Era proprietário de bens em Sevilhão, que deu em 994 a Leoderigo e a Ermengro (DC 170). Também ofereceu várias terras ao mosteiro da Vacariça em 1006 (DC 196), e prometeu dar-lhe outros que foram confirmados em 1018 por sua prima a condessa Tutadomna (DC 234). Depois da invasão do nosso território por Almançor (995 c 997), aliou-se aos ocupantes e apoderou-se do mosteiro de Sever do Vouga (DC 194). Dominava no castelo de Montemor, mas foi expulso dali pelo conde Mendo Luz, que em 1017 ocupou o território sob a autoridade de Afonso V 86. Não e impossível que se identifique com o Veila Gonçalves que em 995, ou mais provavelmente em 997 dirigiu um fossado de mouros e cristãos para atacar o castelo da Maia, que se rendeu por traição de Eirigo Gonçalves, o que permitiu a Veila assolar o território entre Douro e Ave 87. Todavia o Prof. Rui de Azevedo 88 inclina-se a pensar que se trate de pessoas diferentes. Nesse caso Veila podia ser talvez um irmão de Froila, de tal modo semelhantes são as situações de ambos.

Não se conhece o nome de sua mulher.

-Filhos: Gonçalo Froilaz (1037), conde, segundo a filiação proposta por E. Sáez 89. Em 1037 vendeu uma propriedade que pertencera aos servos de sua mulher (DC 295; cf. DC 393),

Ermesenda Fernandes (1037-1048), como se declara em DC 295. Esta senhora

aparece ainda em 1048 a confirmar uma venda de sua [irmã] Sarracina (DC 363). Era filha de Fernando Sandines (ver III E 5).

III. DESCENDENTES DE ERO FERNANDES

84 Jimenos y Velas en Portugal, in RPH 5 (1951) 487. 85 História de Portugal II 162-163.

86 DC 242. Para a data deste acontecimento, cf. DC 549. 87 Arquivo da Univ. de Coimbra, Santa Cruz, maço 194, f. 197-v. 88 Comunicação ao Congresso de Vimara Peres, Porto 18-23 de Junho de 1968. 89 Notas al episcopologio minduniense Esquema 5.

(12)

A. ERO FERNANDES (895-926).

Segundo as investigações de E. Sáez 90 não se conhece grande coisa da sua vida. Sabe-se todavia que desempenhou papel importante na corte de Afonso III e dos seus sucessores, que governou o conmisso de Lugo durante o reinado de Ordonho II, e que era irmão de Diogo Fernandes (IV A). Não aparece em documentos portugueses, mas quase todos os seus filhos figuram neles.

Mulher: Ausenda, em primeiras núpcias, no último terço do século IX; e Elvira ainda antes do fim do mesmo século.

Filhos 91: 1. Ilduara Eriz (916-958), que casou com o conde Guterre Mendes (912+ a. 934), da cuja família falamos em II B.

2. Gondesendo Eris (914-947), que SEGUE.

3. Gugina Eriz, que casou talvez com seu [tio] Godesteu Fernandes (912-922), irmão, segundo parece, de Ero e Diogo Fernandes, como propõe, com boas razões, E. Sáez 92. Este Godesteu Fernandes era proprietário da Villa Median entre Douro e Paiva (DC 66). Segundo o mesmo autor, teve por filhos a Ordonho, Fernando, Mansura, Afonso e talvez Ansur. De Afonso temos noticia por intermédio de seu filho Bermudo Afonso (923?-952), que trocou com Mumadona Dias a Villa Mediana herdada de seu avô, pôr várias viliae na Galiza (DC 66). O mesmo Bermudo tinha outros bens em Riba Tâmega, que trocou igualmente com a mesma condessa (DC 76).

Quanto a Ansur Godesteis (943-951), a filiação é meramente hipotética, mas o patronímico e as propriedades de Bermudo, seu [irmão] ao sul do Douro, dão firmeza suficiente a esta sugestão. A sua personalidade é bem conhecida, pôr ter fundado o mosteiro de Arouca. Casou com Eileuva (938--952) e deixou o mosteiro a uma sobrinha, Gotinha, que não se sabe de quem era filha (DC 53, 63, 392, 423, 781). Esta, por sua vez, deixou o mosteiro a outra sobrinha, Toda Godesteis (1060) (DC 423), e esta a um sobrinho, Froila Godesteis (1060), marido de Sesilli e pai de Afonso e Godinho, os possuidores de Arouca no fim do século XI (DC 423, 781).

4. Diogo Eriz (-+ a. 917).

5. Teresa Eriz (929), que casou com Gonçalo Betotes (915--929), do qual teve pelo menos cinco filhos 93:

a) Paio Gonçalves (936-959), conde, que casou com Ermesenda Guterres (929-934) (ver II B 5).

b) Hermenegildo Gonçalves (926-943), conde, marido de Mumadona Dias (926 — a. 981) (ver IV B).

c) Aragunte Gonçalves (922-956), mulher do rei Ordonho II (914-924). d) Ibéria Gonçalves (929), esposa de Paio Tedones (929-951) (ver I B I). e) Gontrode Gonçalves (929).

Teresa Eriz não intervém directamente nos documentos portugueses, mas é citada como mãe do conde Hermenegildo no DC 76.

6. Godo Eriz (960), que casou talvez com um Munio e que, segundo uma hipótese formulada

por E. Sáez 94, deve ter tido um filho chamado:

a) Ero Moniz, que aparece a confirmar um diploma de Ramiro II em 949. Sendo assim, sempre segundo o mesmo autor, seriam filhos deste:

— Afonso Eriz, governador do condado de Cornado pôr concessão da Igreja de Santiago, durante o reinado de Bermudo II (984-999).

— Soeiro Eriz (981-982), que confirma doações de seus [primos] Fernando e Soeiro Sandines ao mosteiro de Lorvão em 981 e 982 (DC 133, 136).

90 E. SAEZ, Los ascendientes 50-57 91 E. SAEZ, ibid.

92 E. SAEZ, ibid. 66-68.

93 E. SAEZ, Notas al episcopologie minduniense Esquema 2.

(13)

— Gonçalo Eriz (982), que confirma, ao lado de seu irmão Soeiro a mesma doação de 982 (DC 136).

— Ledegúndia Eriz (990), que herdou de sua avó D. Godo uma parte da v. de Aldoar e a deu em 990 a Trutesendo Osores e a sua mulher Unisco (DC 159).

— Pela nossa parte propomos acrescentar-lhes ainda Egas Eriz “Iala”, primeiro ascendente conhecido dos senhores de Marnel. Assim o sugerem o patronímico, a época em que viveu (cf. DC 384), o facto de os seus [irmãos], já citados, aparecerem na mesma região e as propriedades de avoenga que seu filho Gonçalo Viegas tinha ao sul do Douro, partilhadas com descendentes de Gondesendo Eriz (na nossa hipótese, seu [tio--avô])95. Todavia, este argumento — o mais forte —, não se explica só nesta hipótese. Egas Eriz podia estar relacionado directamente com Gondesendo Eriz, uma vez que não conhecemos os nomes de todos os seus descendentes. Com efeito não se sabe quais foram os filhos de Ermesenda Gondesendes, e é possível que Soeiro Gondesendes tivesse, além de Gondesendo e de Sandino, como se verá adiante, algum filho de nome Ero que não figura nos documentos 96. Quanto aos descendentes de Egas Eriz, já noutro lugar nos ocupámos deles 97.

B. GONDESENDO ERIZ (910-947)

Além do célebre diploma de [947] 98, em que Gondesendo relata a fundação dos mosteiros de Azevedo, Sanguedo, Santa Marinha (entre Douro e Vouga) e Dides (na Galiza), a doença de sua filha Froilo, o casamento ilícito de sua filha Ausenda, a morte de sua mulher Inderquina Mendes «Pala», e em que enumera os bens deixados àqueles mosteiros e ao de Lavra, temos ainda a sua confirmação no documento suspeito, acerca da restauração de Lugo por Ordonho II, datado de 910 99, num de Ramiro II em 926 (DC 31) e noutro de Sancho Ordonhes de 927 100.

Mulher: Inderquina Mendes «Pala» (+ a. [947]), como declara o DC 12. Nessa altura já ela tinha morrido. Era filha de Hermenegildo Guterres (ver II A 5).

Filhos, segundo o DC 12:

1. Froilo Gondesendes ([947]), «nata in pecato» . Por esta causa Gondesendo Eriz mandou

construir os mosteiros de Azevedo, Sanguedo e Dides, os dois primeiros na região de Santa Maria e o último na Galiza. Froilo era doente, e foi confiada à abadessa Elvira, que

95 Estes bens sao citados em DC 378 e 549. Segundo o primeiro, os bens de “avoenga" são os seguintes: v. Anta (provavelmente do avô materno), Travanca (de auio nostro Dom Cresconio), Santa Maria de Lamas, Cedrim, Faramontanellos, Paratella, Aurentana, Sala cum suas salinas e talvez Recardães. O DC 549 cita igualmente como bens de avoenga todos os mencionados em DC 378, a partir de Lamas, e acrescenta-lhes Paradella in riba de Vauga. Ora Recardães pertenceu também a Sandino Soares (DC 183); o mosteiro de Lamas e a v. de Cedrim foram também de Inderquina Pala (DC 73, 84), que, segundo explicamos em III B, 2. devia ser neta de Gondesendo Eriz.

96 Existe um Ero Soares, proprietário nas margens do rio Ul, mas só em 1020 (DC 144), portanto demasiado tarde para poder ser avô de Gonçalo Viegas, que em 1017 ocupou Montemor. No entanto deve tratar-se de alguém da mesma família, por exemplo de um filho dec Soeiro Sandines ou de Soeiro Gondesendes. Este último podia ter sido (filho) de Gondesendo Soares; figura no mesmo diploma de 1020 e numa doação da condessa Tutadomna à Vacariça em 1018 (DC 234). Ver mais adiante III C 2.

97 A nobreza rural portuense nos séculos XI e XII a publicar em breve.

98 DC 12, datado de 897. Data corrigida para [947] por C. SANCHEZ ALBORNOZ, Los libertos en el reino astur-leonés, in RPH 4 (1949) 22, reimpresso em ID., Estudios sobre las instituciones medievales españolas (México 1965) 329 (37).

99 Documento citado por E. SAEZ, Los ascendientes 53. 100 Documento citado por E. SAEZ, Ramiro II 282 (17).

(14)

governava um desses mosteiros, ou, mais provavelmente, o da Lavra, de fundação já antiga, visto que a ele vêm a caber as propriedades que pertenciam a Froilo na própria v. de Lavra, em Gondomar, em Kauso e em Valongo (DC 12). Este senhora ficou, com certeza, sem descendentes.

2. Ermesenda Gondesendes ([947]), de quem se sabe apenas que lhe tocou, à morte de sua

mãe, a v. de Avintes (DC 12). Seria esta a Ermesenda que desposou o conde Arias Mendes (914-922), e cujo patronímico se desconhece? (cf. II A 2). O nome de Inderquina «Pala» dado à insigne benfeitora de Lorvão que vive entre 957 e 981 (DC 73, 84, 117, 132) faz supor, só por si, que fosse descendente directa de Gondesendo Eriz e de sua mulher Inderquina: possivelmente neta. Entre os filhos deste casal, a que tem mais probabilidades de ser sua mãe e Ermesenda. Se se verificasse a hipótese de ela ter casado com o conde Arias Alendes, explica-se-ia muito bem a sua riqueza em bens na região de Coimbra (ver também III D 2).

3. Ausenda Gondesendes (939-[947])? que casou, contra vontade de seus pais, com Ansur Benfrogia. Este morreu pouco depois, sem que Ausenda tivesse filhos. Para reparar a sua

falta, Gondesendo Eriz mandou edificar o mosteiro de Santa Marinha, e deu-lhe os bens que pertenciam a Ausenda por morte de sua mãe Inderquina (DC 12). Ausenda teve também propriedades em Celláu, perto de Lugo, em comum com a sua «congermana» Gogina Eriz, em 939 101.

4. Soeiro Gondesendes ([947]), que SEGUE. C. SOEIRO GONDESENDES ([947]+ a. 964).

Embora o DC 12 apenas lhe cite o nome, conhecemos o ramo dos seus descendentes que ficou com o mosteiro de Sever do Vouga, através do documento pelo qual este mosteiro foi dado à Vacariça em 1019 (DC 242). Outro documento de 964 (DC 87) cita também o seu nome, mas não o patronímico, e dá-o já por falecido. Nele se declara que fundou o mosteiro de Sever. Mulher: Goldregogo (+ a. 964), segundo os mesmos documentos, que não lhe indicam o

patronímico (DC 87, 242). Faleceu antes de 964.

Fillios: 1. Sandino Soares (964 a. 981), segundo DC 87, 242. SEGUE.

1. Gondesendo Soares (964), segundo as mesmas fontes. Nao temos nenhum documento

que nos aponte com alguma certeza os seus descendentes. Por isso limitamo-nos a indicar as pessoas de patronímico Gondesendes que aparecem entre Douro e Mondego no princípio do século XI:

— Arualdo, testemunha de uma venda de Ero Soares e Froila Erotiz junto ao rio Ul, em 1020 (DC 244).

— Soeiro, que confirma a mesma venda, e também uma doação da condessa Tutadomna à Vacariça em 1018 (DC 234).

— Veila, testemunha da mesma venda de 1020 (DC 244).

— Teodemiro, confirmante da já citada doação da condessa Tutadomna em 1018 (DC 234). — Froila, fundador do mosteiro de Anta, e falecido antes de 1037 (DC 296). Este foi casado

com Ausenda Galindes “Dulcedona" (DC 296, 298, 404) e teve pelo menos três filhos, Diogo, Monneo e Ilduara, todos vivos em 1037 (DC 296). Se Froila Gondesendes é filho de Gondesendo Soares, teríamos, assim, nesta família, os fundadores de quase todos os mosteiros conhecidos entre Douro e Mondego.

D. SANDINO SOARES (964+ a 981).

Deste indivíduo conhece-se apenas um documento, a concessão do mosteiro de Sever do Vouga aos presbíteros Godesteu e Sandino em 964 (DC 87). Mas fazem-lhe referencia outros dois documentos de Sever, donde se deduz que tinha deixado um terço da v. de Recardães a

101 Documento publicado por E. SAEZ, Los ascendientes 120-124, com identificação feita pelo mesmo autor Ibid. 122 (40).

(15)

seu filho Fernando Sandines, e que morreu antes de 981 (DC 133). Ha uma outra referencia ao mesmo facto em 1019 (DC 242).

Mulher: Ximena (+ a.98l), segundo DC 133. É também citada no DC 216. Neste documento diz-se que D. Ximena tinha comprado uma herdade em Guilhabreu e a deixou a diz-seus filhos Soeiro, Fernando e Goldregodo. Estes trocaram-na por outra com Trutesendo Guimires, que a possuiu durante trinta e cinco anos, e depois entrou em questão, a propósito da mesma propriedade, com Rodrigo Froilaz (DC 216 de 1011).

Filhos: 1. Fernando Sandines (981-1011+ a. 1019), segundo DC 133, 216 e 242. SEGUE. 2. 2. Soeiro Sandines (981?+ a. 982), segundo DC 216, 242. Deste personagem conhece-se

um testemunho directo, a confirmação da doação de seu irmão Fernando a Lorvão no DC 133 de 981. Mas declara-se logo no ano seguinte, no DC 136, que morreu sem filhos legítimos e ordenou a seu irmão Fernando desse ao mosteiro de Lorvão a parte que tinha nas v. de Recardães, Antolini, Ventosa e Belli; o que foi executado precisamente pôr este documento. Sabe-se ainda, pelo DC 216, que tinha herdado de sua mãe Ximena uma propriedade em Guilhabreu, que depois trocou pôr outra; e, pelo DC 242, que foi patrono do mosteiro de Sever. Há no Livro dos testamentos de Lorvão uma noticia dos bens que ele e os seus herdeiros deixaram ao mesmo mosteiro 102. Este Soeiro Sandines dificilmente se pode identificar com outra pessoa do mesmo nome, que era marido de Inderquina «Pala». Esta ofereceu em 961 ao mosteiro de Lorvão importantes bens na região do Vouga, do Paiva, de Viseu e de Coimbra tendo o marido falecido já (DC 84). Para se identificar com aquele de que nos ocupamos, seria preciso: 1) ou datar este documento de depois de 981, o que não é possível, dadas as confirmações; 2) ou datar o DC 133 de antes de 961, o que também iria contra as respectivas confirmações; 3) ou admitir que houve erro de transcrição no nome de Soeiro Sandines, que confirma o DC 133. Todavia esta última hipótese também é pouco provável, porque não tem base paleográfica plausível e porque implicaria o facto de seu irmão Fernando deixar passar mais de vinte anos depois da sua morte para cumprir o legado testamentario (cf. DC 136). Parece portanto necessário reconhecer-se a existência de duas pessoas de nome Sandino Suares que viveram na mesma região com poucos anos de intervalo e que sem dúvida eram aparentados um com o outro 103.

3. Goldregodo Sandines (976), segundo o DC 216. Neste documento declara-se que era casada com Vimara Ermiariz. Este tinha uma ratio do mosteiro de Aldoar (Porto) em con-junto com Ledegúndia Eriz (DC 159) (ver mais cima III A 6).

102 Publicada em R. de AZEVEDO, O mosteiro de Lorvão e a reconquista cristã, in Arquivo histórico de Portugal, 2 (1933) 220-221.

103 O parentesco é indicado pelo facto de Inderquina ter o mesmo nome que a mulher de Gondesendo Eriz, nome bastante raro. Como os nomes de mulheres se transmitem mais frequentemente pôr linha feminina, pode-se apontar como mais provável ligação entre ela e Gondesendo Eriz a Ermesenda Gondesendes. Se esta senhora foi casada com o conde Arias Mendes, como sugerimos em III B 2, explicar-se-iam muito bem as grandes riquezas de Inderquina “Pala” na região de Coimbra. As confirmações dos documentos de Inderquina trazem uma leve apoio à nossa hipótese: DC 84 de 961: Gondesendo, pode ser Gondesendo Soares, [primo direito] de Enderqmna; S. Rosendo seria também seu [primo direito], pelo lado do [pai], Ximeno Dias seria marido de sua [prima direita] Ausenda Guterres, pelo lado do [pai], Gonçalo Moniz, seria, segundo a hipótese que apresentámos em II C 6, [filho] de Elvira Arias, sua [irmã], os outros personagens que aparecem a confirmar este documento não sabemos em que famílias entroncam. No DC 73, há ligações muito longínquas com Alvito Lucides e Diogo Teles; mas Gonçalo Nuniz pode talvez identificar-se com Gonçalo Moniz, seu [sobrinho], e Ximeno Dias seria [marido de sua prima direita], como já dissemos. Enfim, podem-se consultar ainda, sobre Inderquina “Pala”) os DC 117 e 133, o primeiro não tem confirmantes, e o segundo cita-a, mas não é outorgado pôr ela.

(16)

E. FERNANDO SANDINES (981-0. [1005] + a. 1019) conde.

Deste individuo conhecemos a doação de um terço da v. de Recardães e das salinas de Canelaria ao mosteiro de Lorvão em 981 (DC 133). No ano seguinte executou o legado testamentario de seu irmão Soeiro em favor do mesmo mosteiro. Confirmou a doação de Telo Alvites ao mosteiro de Antealtares em 985 104. Foi herdeiro da v. de Guilhabrcu com os seus dois irmãos e trocou a parte que lhe cabia com Trutesendo Guimires por volta de 976 (DC 216). Herdou ainda o mosteiro de Scver do Vouga, de que Froila Gonçalves se apoderou durante a ocupação muçulmana que durou até 1017. Nessa altura voltou às mãos dos filhos de Fernando Sandines (DC 242).- Deixou também às filhas a igreja de Loureiro (DC 270). Em 990 julgou, com o título de conde, uma questão em Vermoím, e depois em Vila Aieã 105. Entre 1002 e 1008, provavelmente, assistiu ao julgamento do traidor Eirigo Gonçalves feito em Roçarei pelo conde Atendo Gonçalves 106. É chamado dux num documento de 1040 (DC 309).

Mulher: Elvira (981), segundo DC 133, 270, 285, 295, 309.

Filhos: 1. Nuño Fernandes (1019), a que só encontrámos referencias em DC 242, documento em que, com os seus irmãos, oferece o mosteiro de Sever ao da Vacariça, em 1019.

2. Sandino Fernandes (1019), do qual também não aparecem outras referencias.

3. Sarracina Fernandes (1031-1048), devota. Filha de Fernando Sandines, segundo DC 270,

309. Possuía a igreja de S. Cosme da v. de Lauraríu, que deu ao mosteiro de Moreira em 1031 (DC 370). Em 1037 confirmou uma venda de sua [irmã XimenaJ (DC 294). Em 1040 vendeu em Rial uma herdade que fora de um antigo servo (DC 309); logo a seguir dá licença a outro servo para vender outra herdade no mesmo lugar (DC 310). Em 1048 vendeu um quarto da igreja de Gemunde, que pertencera igualmente a um servo (DC 363). Do DC 270 declara-se confessa, e nos DC 309, 310 e 363, deouota.

4. Ximena Fernandes (1034-1078), condessa, segundo DC 285, 294, 556. SEGUE. 5. Ermesenda Fernandes (1037-1048), segundo o DC 295. Tal como sua irmã Sarracina,

também Ermesenda vendeu em Rial uma propriedade de fora de servos seus (DC 295 de 1037). Em 1048 confirmou a já citada venda da mesma irmã (DC 363). Do primeiro destes documentos verifica-se que casou com o conde Gonçalo Froilaz (1037), que era filho de Froila Gonçalves (ver II D 2). Talvez se identifique com a «comitissa domna Ermesenda» que antes de 1101 vendeu uma propriedade em Penso (Braga) 107.

F. XIMENA FERNANDES (1034-1078), condessa.

Tinha bens em Pigueiros, Touguinha e Porto de Muiliaui, que deu a seu filho Soeiro Pais em 1034. Em 1037 vendeu herdades em Gondivai e em Rial (DC 294). Em 1040 confirmou uma venda de sua irmã Sarracina e outra de um servo dela (DC 309, 3'io). Em 1048, outra venda da mesma irmã f DC 363). Em 1078, era ela própria que vendia bens em Pindelo (Vila do Conde) (DC 556).

Marido : Chamava-se, com certeza, Paio, visto os filhos de Ximena terem o patronímico Pais (DC 285), e era provavelmente conde, visto Ximena usar o titulo de condessa. Nestas con-dições, talvez se possa identificar com o conde Paio Froilaz que confirmou dois documentos de D. Afonso V em 1025 (DC 259; LF 22); ou então com o Paio Nunes (que todavia não figura com o título de conde) que confirma dois documentos seus em 1034 e 1037 (DC 285, 294) e outros dois de Sarracina Fernandes em 1040 (DC 309, 310) Há ainda confirmações de Paio Nunes em documentos da condessa Ilduara. Mendes 108.

104 Marquês de SAMPAYO, in O archeologo português 27 (1930) 151. 105 Arquivo da Univ. de Coimbra, Santa Cruz, maço 194, f. 184v.-185r. 106 Ibidem, f. 1971-.

107 LF 157 = DP III 9. 108 LF iS2, 187; cf. LF 176.

(17)

Filhos: 1. Soeiro Pais (1034-1049), segundo DC 285. Recebeu de sua mãe bens em Pigueiros, Touguinha e Porco de Muiliani em 1034 (DC 285). Em 1040 confirmou um julgamento acerca do mosteiro de Vermoim (DC 311). Em 1043 comprava herdades em Pigeiros e Torno (DC 329). No ano seguinte trocou propriedades em Pigeiros e em Viariz (DC 334). Todavia não abandonou, com certeza, todos os bens que tinha em Pigeiros, porque em 1044 ficou com uma terra que nesse lugar possuía o fiador de um devedor insolvente (DC 335), e em 1049 dá herdades em Pousada para em troca receber outras situadas em Pigeiros (e ainda em Touguinha e Cetegãos) (DC 371).

Mulher: Eilo ou Eilan, (1034-1049) citada, sempre sem patronímico, na maioria dos documentos mencionados.

2. Maior Pais (1037-1116?), segundo DC 294. Depois do documento que a cita em 1037 (DC

294), aparecem numerosas referencias a uma Maior ou Maria Pais entre 1071 e 1116 109, casada com Paio Peres. Todavia, o facto de entre as duas primeiras referencias medearcm trinta anos não permite propor esta identificação sem dúvidas serias.

IV. DESCENDENTES DE DIOGO FERNANDES A. DIOGO FERNANDES (909-926).

A personalidade de Diogo Fernandes já foi suficientemente definida pôr E. Sáez 110, que indica toda a documentação conhecida que se lhe refere. Dentre estes dados salientam-se os que se referem a Portugal: a confirmação de um diploma de Ramiro II datado de 926 (DC 31)5 a indicação do seu nome como pai de Mumadona Dias (DC 76) e avô de Châmoa Rodrigues (DC 89). Neste último documento apontam-se os bens que deixou à neta em Retorta, Castro, Nogueira, Portela e Tebosa. J. Pérez de Urbel 111 supõe que tenha acompanhado o infante Bermudo Ordonhes a Coimbra. Esta hipótese é também admitida como provável pôr S. Sáez 112. Mulher: Onega (928 + a. 959), segundo DC 76, 8l. Em 928, depois da morte do marido deu Vila Cova ao mosteiro de Lorvão (DC 34). J. Pérez de Urbel113 lançou a hipótese de ser filha da infanta navarra Ledegúndia, e de Ximeno. De facto o seu nome e o de seus filhos são navarros. Todavia não se poderam encontrar outras bases para esta explicação114. A

afirmação do Prof. Paulo Merêa115 , de que Onega era filha de Lucídio Vimaranes, baseia-se, sem dúvida, no emprego inadvertido do DC 22, falso datado de 919, onde figura, de facto, uma Onega Lucides 116. A senhora a que este documento se refere viveu em 978-1006 e era filha de Lucídio Alvites (ver I C 2).

Filhos indicados no DC 34:

2. Munia Dias (928-973?;. Sobre esta senhora, ver as indicações dadas a proposito de seu

marido Alvito [ Lucides], em I C. Ai se indica também a sua possível descendencia.

3. Ledegúndia Dias, que casou provavelmente com Rodrigo Tedones, segundo o hipótese

apresentada em I B i, onde se indica também a sua descendência.

109 LF 377, cuja data pode talvez estar errada, pôr aparecer no meio de uma serie de documentos ordenados cronologicamente, entre um de 1090 e outro de 1091; a série é constituída pôr LF 375 a 380. Ver ainda: LF 227, 460, 605, 698, etc.

110 Los ascendientes 58-66.

111 Jimenos y Velas en Portugal, in RPH 5 (1951) 477-479. 112 Los ascendientes 58.

113 Jimenos y Velas en Portugal, in RPH 5 (1951) 480-481. 114 Cf. E. SAEZ, Los ascendientes 62-63.

115 Direito e História I (Coimbra 1967) 188, nota 21, e 194.

116 Sobre a falsidade deste documento, ver R. de AZEVEDO, O mosteiro de Lorvão, in Arquivo histórico de Portugal 2 (1930) 190; P. DAVID, Etudes historiqueo 248; C. SANCHEZ ALBORNOZ, Despoblación y repoblación del valle del Duers (Buenos Aires 1966) 241 (100).

(18)

4. Ximeno Dias (923-961), conde. Aparece muitas vezes em documentos portugueses. Eis a

lista de referências por ordem cronológica: 928, dá Vila Cova a Lorvão, com sua mãe Onega (DC 34); 933, confirma a venda de Zahadon e seus irmãos em Alvalade (DC 39) e a

fundação da igreja de Paradela, na Maia117; 936, julga a questão acerca dos limites entre Vila Cova e Alquinitia (DC 42); 938, dá a Lorvão um porto situado junto do Mondego que tinha recebido como multa judiciária dois anos antes (DC 47); 943, confirma uma doação de Ramiro II a Lorvão118; 957, confirma a doação de Inderquina «Pala» ao mesmo mosteiro (DC 73); 959, referência à troca que fez com Ramiro II da v. de Samota (junto do Douro) pela de Lalim, e à doação que fez a sua irmã Mumadona da v. de Luzim (DC 76); 961, confirma dois documentos de Lorvão (DC 83, 84). O seu nome aparece ainda numa versão do DC 100 de 969, mas esta data está errada119; e ainda no DC 147 de 985, ou por a sua data estar tambem errada120, ou por se tratar de outra pessoa do mesmo nome. Em data desconhecida, ofereceu a v. de Palácios (junto ao Douro) ao mosteiro de Guimarães121. Acerca da actuação política de Ximeno Dias podem-se consultar as hipóteses formuladas por J. Pérez de Urbel122.

Mulher : Ausenda Guterres (934-983), filha de Guterre Mendes e de Ilduara Eriz, segundo E. Sáez123. Vejam-se algumas referências documentais à sua pessoa em II B 4.

Filhos124 : a) Gonçalo Ximenes (955-985), que confirma documentos de Lorvão em 974 e 985125. Foi casado com Elvira Martins (985).

b) Ximeno Ximenes (976-1017), que não aparece em documentos portugueses. c) Froila Ximenes (986-1010), que também não aparece nos nossos documentos. d) Vasco Ximenes (994), que confirma uma questão entre o rei Bermudo II e

Guimaraes, segundo citação de um documento de 1014 (DC 223). Teve pelo menos um filho, Paio Vasques, que morreu antes de 1022 e deu ao mosteiro de Guimarães uma igreja dedicada a S. Martinho. Neste mesmo ano de 1022, o mosteiro cedeu-a «in uita tua») ao filho de Paio Vasques, Vasco Pais (DC 251).

e) Bermudo Ximenes (955), filiação apresentada com dúvidas por E. Saez.

f) Goncinha Ximenes (951-994), casada com Soeiro Gondemariz (968-9<SS), que

também não aparece no nosso terri torio.

5. Mumadona Dias (926 4-a. 981), que SEGUE.

B. MUMADONA DIAS (926 + a. 981), condessa.

Esta célebre condessa deixou importantes vestigios na nossa documentação, sobretudo os relacionados com o mosteiro de Guimaraes, que fundou em 950, ou pouco antes126. É citada a 117 Arquivo da Univ. de Coimbra, Santa Cruz, maço 194, t. 194r == 206r.

118 DC 50. Talvez sejam desta ocasião as confirmações não datadas de Ximeno a seguir às do rei Ramiro II em DC 15, 36.

119 Vf. E. SAEZ, .Notas al episcopologio minduniense 28 (116); ID., Los ascendientes 107 (154). Nesta última nota H. Saez propõe a data de 951-956.

120 Com efeito, secundo o Chronicon Laurbanense, o abade Primo, antecessor de Benjamim, que figura neste documento (datado de 22 de Julho de 985), morreu só em 12 de Agosto de 985. De facto é ainda mencionado no DC 148 de 23 de Julho de 985. Benjamim aparece depois só em 988 e em 998 (DC 154, 179). Todavia, a lista dos confirmantes nao suscitas dúvidas sérias.

121 DC 420, p. 261.

122 Jimenos y Velas en Portugal, in RPH 5 (1951) 485-486. 123 Notas al episcopologio minduniense, Esquemas 5 e 6. 124 Notas al episcopologio minduniense, Esquema 6. 125 DC 114, 147, 148.

Referências

Documentos relacionados

Andava o senhor Vento pé ante pé na vinha quando avistou um cão:!. – Senhor Vento,

O que prevalece é a busca de lucros cada vez maiores, não importando que para isso ela tenha de subornar, colocar centenas de lobistas no Congresso de seus países,

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

pronunciado como em filho/G pronunciado como em gude/GB não existe similar em português/H pronunciado como em ilha/J pronunciado como em Djalma/K pronunciado como em

No Brasil, nossa margem de contribuição bruta por hectolitro aumentou como resultado de uma sólida execução de preços, mas nossa margem EBITDA reduziu organicamente devido ao

A elaboração das atividades pautou-se em quatro pontos importantes enumerados por Sasseron (2011) para fundamentar o planejamento de Sequências de Ensino

Como irá trabalhar com JavaServer Faces voltado para um container compatível com a tecnologia Java EE 5, você deverá baixar a versão JSF 1.2, a utilizada nesse tutorial.. Ao baixar

apresentar documentação falsa para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, não celebrar o contrato ou instrumento equivalente, falhar