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§-§.-M-#RArir&,
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sk^j
0W.1
S&
A
LIBERDADE,
CANÇONETA
DE
METAS
TASI
O:
COM
A IMITAÇÃO FRANCEZA
DE
J. J.ROUSSEAU
,E
AS
TRADUCÇOENS
PORTUGUEZAS
,DE
JOSÉ BASILIO
DA
GAMA,
E
DE
HUM
ANONIMO.
LISBOA:
NA
TYPOGRAFIA
LACERDINA.
ANNO
M. DCCC.
X.Com
Licençada
Meza
dçDesembargo
do Paço»Â^
'«
(*)
Metastasìo.
VJrazie agi'inganni tuoi
alfin respiro, o Nice, alfin d'un infelice
ebber gli Dei pietà:
Rousseau.
VJrâceàtantde tromperies,
grâce à tes coquetteries,
Nice,je respireenfin.
Sento da' lacci suoi,
sento che l'alma è sciolta;
non sogno questa volta,
non sogno libertà.
Mancò
Fantico ardore,e son tranquillo a segno,
che in
me
nontrovasdegnoper mascherarsi amor.
Mon
coeur libre de sa chaînene déguise plus sapeìne;
ce n'eil plus un songevain.
Toute
ma
flamme est éteinte sous une colère feintel'amour nese cacheplus.
Non
cangio più colore Qu'ontenomme
en ton absence,quandoil tuo
nome
ascoltosquando ti miro involto
più aq/\ mi batte il cor. messens n'en sontpoint émus.
qu'on t'adoreen
ma
présence,e?)
/. Basilio.
AJem
hajão teus enganos,ó Nize,
em
fim respirono doce meu retiro,
favor que o ceo
me
fez.Anónimo.
bem
hajão os teusenganos, já respiro socegado:já o Ceo a
hum
desgraçadocompassivo se mostrou.
Tenho de todo livre
o imperio da vontade
não sonho liberdade,
não sonho desta vez.
As cadéas que a prendião
sacudio minh'alma fora:
e não sonho, Nize, agora,
não sonho, que livre estou.
í'í
Cessou o ardor primeiroj'
e agora socegado
para fingir-me irado
nem
achoem
mim
paixão.Acabou-se o ardor antigo,
tenho o peito socegado-,
nem
para fingir-se iradoacha
Amor em
mim
paixão.Não mudo
mais de cores, Se oteu nomeescuto,orostoseouço o teu
nome
ausente; não se cora nesse instante:nem
mais, se estouprefente, quando vejo oteu semblante,me
bate o coração. nãome
bate o coração.~\
(4)
Metastasio. Rousseau.
Sogno,
ma
te non mirosempre ne' sogni mieis
mi desto, e tu non sei
il primo mio pensier.
En
paix,sanstoi je sommeillejtun'es plusquandjem'éveille
le premier de mes désirs.
Lungi da te m'aggiro
senza bramarti mai :
son teco , e non mi fai
né pena, né piacer.
Rien de tapartne m'agite;
je t'aborde,
&
je te quittesans regrets,
&
sansplaisirs.Di
tua beltà ragiono né intenerir mi sento»i torti miei rammento
e non mi so sdegnar.
Le souvenir de tes charmesj
le souvenir de mes larmes»
ne fait nul effet sur moi.
Confuso più non sono
quando mi vieni apressot
col mio rivale istesso
posso di te parlar.
Vol-Jugeenfin
comme
jet'aime«avec
mon
rival lui-mêmeje pourrais parler de toi.
(y)
/. Basilio.Se acordo, opensamento
já hoje
em
ti não ponho$já, cada vez queeu sonho,
não te costumo ver.
Anónimo.
Sonho sim, mas nãote vejo
em
sonhoshuma
só vez;eu desperto, e já não és
quem logo desejo ver.
Ausente dos teus olhos
na idèa não te pintos
pertò de ti não sinto
nem
pena, nemprazer.Quando estou de ti ausente
já por ver-te não suspiro:
se te encontro, não deliro
de desgosto,ou de prazer.
Lembra-me o teusemblante,
Da
tua belleza fallo, delle não faço conta: nãome
sinto enternecido:lembra-me aminha affronta; considero-me ofïendido,
e não
me
posso irar. e jáme
não sei irar.Confuso á tua vista
não fico a cada instante
com
o teu novo amanteposso de ti fallar.
Bem
queestejasdemim
junto,ninguém
me
vè perturbado*c'o
meu
rival a teu ladoBem
posso detifallar.Mos-mm
(6)
Metastasio. Rousseau.
Volgimi il guardo altero, Sois fière, sois inhumaine,
parlarne in volto umano-, il tuo disprezzo è vano,
è vano il tuo favor; que le serait ta douceur.
ta fierté n'est pas moinsvaine
Che più 1'usato impero Sans être
ému
, je t'écoute;quei labbri in
me
non ànno.quegli occhi più non sanno
la via di questo cor. pourpénétrer dans
mon
coeur.&
tesyeuxn'ont plusderoute'<$£
Quel, ch'or m'alletta,o spiace, D'un mépris, d'une caresse,
se lieto,o mestoor sono,
...
mes plaisirs, ouma
tristessegià non é più tuo dono,
già colpa tua non èi ne reçoiventplus la loi.
Che
senza te mi piace Sans toi j'aime les bocagesla selva, il colle, il prato;
l'horreur des antres sauvages
ogni soggiorno ingrato
m' annoia ancor con te. peut
me
déplaire avec toi.Odi
Tb
(7)
/. BasUh.
Mostra-me agrado, ouira:
masvè quehe neste estado
perdido o teu agrado,
perdido o teu rigor.
Anonimo,
Mostra-me severoo rosto, falla-nie
com
doce agrado*he oteu rigor baldado,
he o teu favor
em
vão-Não
fazem os teus olhosem
mim
o antigo erreito:não achas o meu peito
disposto
em
teu favor.Tuas vozes jánão tem
sobre
mim
a forc,a usada:teus olhos errão aestiada,
que
me
vai ao coração.Se vive alegre, ou triste
o gosto, ou pena sua
já não he culpa tua ,
já não he teu favor.
Se
me
vejo alegre, ou tristese inquieto, ou socegado,
já não he por ti causado,
nãoo devo ao teu favor
,
Também
sem time
agradío prado, a fonte puras
com
tigo a brenha escuratambém
me
causa horror.Olha
Sem
timé
agrada acampina,verde selva, e fonte pura
»
a caverna, a brenha escura
com
tigome
causa horror.Olha
-Metastasìo.
<8)
Rousseau.
Tu me
parais encor belle;Odi s'ioson sincero;
ancor mi sembri bella;
ma
non mi sembri quella,che paragon non à. donf mes sens sontenchantés.
mais, Nice, tun'esplus celle
E
(non t'offenda il vero) je voisf devenu plug sage
,
nel tuo leggiadro aspetto
or vedo alcun difetto, dCS défautS Sur ton VÌSa*e»
che mi parea beltà. qui
me
semblaient des beautés.Quando Io strai spezzai
, Lorsque je brisai
ma
chaîne,(confesso il mio rossore)
spezzar m'intesi il core,
DieU
'
^
ï^°
uvaide Peil*
!mi parve di morir. hélas |e crus en mourir!
Ma
per uscir di guai, per non vedersi oppressoper racquistar se stesso, tutto si può soffrir.
Nel
Maïs quand on a du courage
s
pour se tirer d'esclavage,
quene peut-on point souffrir?
(?)
/. BasUh. Anonimo.
Olha se eu sou sincero; Olha
como
eusou sincero:ainda te acho bella; ainda te julgobella;
mas já não te acho aquella, mas já te não acho aquella,
que he sem comparação. que não tem comparação.
E
fallo-tè verdade,no lindo rosto, e peito
já te acho algum defeito
,
que não te achavaentão.
Não
te offenda esta verdade;nesse teu rosto perfeito
descubro hoje algum defeito,
que julguei bellezaentão.
Quando quebrei teus laços
olha a fraqueza minha!
julguei que
me
convinhade penas acabar.
Quando quebrei as cadèas,
confesso a fraquezaminha,
quejulguei que mais nãotinha
hum
só instante aviver.Mas para ter descanço,
para emendar taes erros para fugir de ferros
tudo se deve obrar.
Maspara fugir de penas,
para opprimido não ver-ses
para a si propriovencer-se
Tudo
se pode soffrer.(
io)
Metastasio. Rousseau.
Nel visco, in cui s'avvenne Ainsi du piége perfide,
queiraugellin talora, . . . ..
^ &
un oiseau simple,
&
timidelascia le penne ancora,
ma
torna in libertà: avec effort échappé,Poi le perdute penne
in pochi di rinnovas
cauto divien per prova,
né più tradir si fa.
Au
prixdesplumesqu'illaisse,prend des leçons desagesse,
pour n'être plus attrapé/
So che non credi estinto
Tu
croisquemon
coeurt'adore,in
me
V incendio antico,perchésìspesso ildico,
perché tacer non so: des soupirs que j'ai poussés
j
voyant que je parle encore
Quel naturale istinto, Maistel au port qu'il désire,
Nice, a parlar mi sprona, «
. , .
le nocher aime a redire
per cui ciascun ragiona
de' rischi che passò. les périls qu'il a passés.
(
II)
/. Basilio. Anonimo.
O
leve passarinho,que nas manhans serenas
deixa novisgo as pennas,
e foge da prizão'.
Pelo visgo,
em
queseenlaçao passarinho innocente, deix^a aspennas,roascontente
vai liberto da prizão»
Depois queas pennas todas
renova
em
breve espaço,brincaao redor do laço
em
outra occasião.E
depois queem
breve espaçose renovão as penninhas,
cauto
em
roda das varinhas,brinca
em
outra occasião.Não
julgas apagadoem
mim
oincendio antigoporque a miúdo o digo,
porque o não sei calar.
Eu sei que extinctonão julgas
o voraz incendio antigo:
porqueatodoo instante odigo,
e porque o não sei calar.
He
natural instinto;e nas tormentas duras
suavisa as desventuras
ogosto de as contar.
Natural instincto, ó Nize:
a que falle
me
convida,porque da passada lida
costuma qualquerfallar.
Da
Seusí
(«
) Metastasi*.Dopo
il crudel cimentonarra i passati sdegni,
di sue ferite i segni
mostra il guerrier così.
Rousseau*
Le guerriercouvert de gloire
se plaît, après l'a victoire,
à raconter ses exploitsj .,
Mostra così contento
schiavo, che uscì di pena
la barbara catena,
che strascinava un dì.
Et Vesclave,exemptdepeine,
montre avec plaisir la chaîne
qu'il a traînée autrefois.'
Parlò,
ma
sol parlandome
soddisfar procuro:parlo,
ma
nulla io curoche tu mipresti fé:
Je m'exprime sanscontrainte;
je ne parle point par feinte,
pour que tu m'ajoutes foi;
Parlo,
ma
non dimandose approvi i detti miei,
nò se tranquilla sei
nel ragionar di me.
Io
Et quoi que tu puisses dire
je ne daignepas m'instruire
comment
tu parles de moi.Tes
-(
13)
J. Basilio. Anonimo,
Da
sorte que o guerreiro«e acaso sahe coni vida,
mostra a cruel ferida
,
e conta o que passou.
Seus perigos o soldado
depois da batalha conta,
e para os signaes aponta
das feridas, que apanhou.
Da
sorte que o cativo,O
cativo, que nos ferrosque esteve
em
grilhões preso,entre trabalhosgemia,
mostra contente o peso mostra cheio de aleSría
dos ferros, que arrastou.
*s "doas, que arrastou.
Supposto que
em
ti falle,Fallo,e sópor desafogou
não sei sees viva, ou morta: do meugosto
me
entretenho.fallo, mas não
me
importa, fallo, porémnãome
empenhose tu
me
crés, ou não.em
saber,sefé
me
dás.Fallo, mas não pergunto,
se approvas o queeu digo,
nem
se ao fallar comigoterásperturbação.
Fallo, porém não procuro
,
se aminhaexpressãote agrada?
ou se ficassocegada,
quando
em mim
fallandoestás.(
14)
Metastasìo. "Reusseau.
Io lascio un' incostante; Tes appas, beauté tropvaine» tuperdi un cor sinceros
non so di noi primiero
chi s'abbia a consolar. un aussi fidèleamant.
nete rendrontpas sans peine
So che un si fido amante
Ma
perteestmoinsdangereuse;non troverà più Nice;
cheun' altra ingannatrice
è facile a trovar. se trouve plus aisément.
je saisqu'une autretrompeuse
&&
(
ly
)/. Basilio.
Perdes por inconstante
o amor mais verdadeiro,
não sei de nós primeiro
quem se ha de consolar.
An0tiim&.
Eudesprezohumainconstante,
tu
hum
peitoverdadeiro;eu não sei de nós primeiro
qual se deve consolar.
Eu
sei quehum
firmeamante Seique, Nize, achar não podes não se acha a toda a hora. outrotão fiel amante:Huma
alma enganadoracomo
tu outra inconstantehe fácil de encontrar. he mui fácil de encontrar.
T"ì-\Vi
;> î
>
S 1 *eCavva
. v"