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CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, D /y PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP

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CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, D /y PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP

2362 Sessão Recurso n° 6860

Processo Susep n° 15414.100191/2012-66

RECORRENTE: VIRGINIA SURETY COMPANHIA DE SEGUROS DO BRASIL

RECORRIDA: SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP

EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Auto de Infração. Item 1 - Promover divulgação de material publicitário que não respeita as condições contratuais submetidas à Susep; Item 2 - Celebrar contrato de seguro sem assinatura do proponente, seu representante legal ou de corretor de seguros habilitados na proposta de adesão; Item 3 - Não emitir apólice de seguro dentro do prazo de 15 dias da data de aceitação da proposta; Item 4 - Não inserir na apólice os elementos mínimos exigidos pela legislação em vigor; Item 5 - Não inserir o percentual e o valor da remuneração ao estipulante nas propostas de adesão e nos certificados individuais; Item 6 - Não inserir o número do Processo Susep referente ao produto comercializado em apólices; Item 7 - Não inserir cláusula na qual o proponente declara ter conhecimento prévio da íntegra das condições gerais em propostas de adesão; Item 8 - Não inserir o número do Processo Susep referente ao produto comercializado e o número de inscrição no CNPJ da sociedade seguradora em certificados individuais; Item 9 - Não manter em arquivo o Certificado de Seguro n2 00060113910632100501, pelo prazo mínimo exigido para a sua guarda; Item 10 - Reter, do prêmio recebido, parcela superior ao máximo permitido, em casos de rescisão contratual de seguro da modalidade extensão de garantia do seguro garantia estendida; e Item 11 - Não liquidar sinistros no prazo estabelecido no contrato de seguro. Recurso conhecido e provido em parte.

PENALIDADE ORIGINAL: ltens 1, 4, 5, 6, 7 e 8 - Multas no valor de R$ 13.000,00; Itens 2, 3, 9 e 10 - Multas no valor de R$ 9.000,00; e Item 11 - Multa no valor de R$ 17.000,00.

BASE NORMATIVA: Item 1 - Art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c art. 22 da Circular Susep n2 256/04; Item 2 - Caput do art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c art. 12 da Circular Susep n2 251/04 c/c art. 99 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c O caput do art. 22 do anexo do Decreto n9 60.459/67 c/c § único do art. 69 da Resolução CNSP n2 107/04; Item 3 - Caput do art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c § 22 do art. 29 do anexo do Decreto n2 60.459/67; Item 4 - Art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c art. 760 da Lei n2 10.406/06; Item 5 - Art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c art. 52 da Resolução CNSP n2 107/04; Item 6 - Art. 88 do Decreto-Lei n9 73/66 c/c art. 12 da Circular Susep n9 105/99; Item 7 - Art. 88 do Decreto-Lei n9 73/66 c/c § único do art. 62 da Resolução CNSP n2 107/04; Item 8 - Art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c art. 12 da Circular Susep n2 105/99; Item 9 - Caput do art. 8,8 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c artigos 12, 22, inciso II, 42 e 92 da Circular Susep n2 74/99; Item 10 - Art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 art. 72 da Circular Susep n2 3661(08; e Item 11 - Art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c art. 757 da Lei n2 10.406/6.

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fr CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, 4E

PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇAO - CRSNSP

(Continuação do ACÓRDÃO/CRSNSP/N 6060/16— RECURSO NQ 6860)

ACÓRDÃO/CRSNSP N9 6060/16. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, decidem os membros do Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização, nos termos do voto do Relator, (i) por unanimidade, negar provimento ao recurso quanto aos itens 1, 3, 7, 9 e 10 do Auto de Infração; (ii) por maioria, negar provimento ao recurso quanto ao item 2 do Auto de Infração, vencido o Conselheiro André Leal Faoro, que votou pelo provimento parcial do recurso para convolar a pena de multa em advertência; (iii) por maioria, negar provimento ao recurso quanto ao item 11, vencido o Conselheiro André Leal Faoro, que votou pelo provimento do recurso; (iv) por unanimidade, dar provimento parcial ao recurso quanto aos itens 4 e 6 do Auto de Infração, para considerá-los como uma única irregularidade de natureza continuada, aplicando-lhes uma única multa no valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais); (v) por unanimidade, dar provimento parcial ao recurso quanto aos itens 5 e 8 do Auto de Infração, para considerá-los como uma única irregularidade de natureza continuada, aplicando-lhes uma única multa no valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais). Presente o advogado, Dr. Matheus Azevedo Bastos de Oliveira, que sustentou oralmente em favor da recorrente, intervindo, nos termos do Regimento Interno deste Conselho, o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araújo Duarte.

Participaram do julgamento os Conselheiros Waidir Quintiliano da Silva, Paulo Antonio Costa de Almeida Penido, Thompson da Gama Moret Santos, André Leal Faoro, Dorival Alves de Sousa e Washington Luis Bezerra da Silva. Presentes o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araújo Duarte, a Secretária Executiva, Senhora Cecília Vescovi de Aragão Brandão, e a Secretária Executiva Adjunta, Se,RfÇ'Theresa Christina Cunha Martins.

Sala das Sesss (Ri), 8 de dezé)nbro de 2016.

WALDIR QUINTILIANO DA SILVA jPresidente e Relator

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CONSELHO DE RECURSOS SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCI PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP

Recurso 6860

Processo Susep 15414.100191/2012-66

Recorrente: VIRGINIA SURETY COMPANHIA DE SEGUROS DO BRASIL

Recorrida: SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP

Relator: WAIDIR QUINTILIANO DA SILVA

VOTO

Trata-se de analisar o recurso de VIRGINIA SURETY COMPANHIA DE SEGUROS DO BRASIL, contra a decisão da SUSEP, que aplicou multa indiciada, para cada uma das 11 condutas tidas por irregulares, constantes do auto de infração que deu origem ao presente processo administrativo (auto de infração SUSEP/DEFIS/CGFIS/COSU1 NQ 15/2012, lavrado em 17 de maio de 2012 (fls. 1/16).

Inicialmente, cabe assinalar que as condutas irregulares foram descritas em seus pormenores na peça que deu início a este processo administrativo, de modo a não deixar dúvidas quanto à natureza dos fatos tidos por irregulares. Dessa forma, são apontados os procedimentos de identificação das condutas irregulares, com a indicação das amostras consideradas e das falhas detectadas em cada contrato de seguro, apólice, proposta de adesão, certificado de seguro, bem como do material publicitário objeto análise no processo.

Verifiquei também que a documentação anexada aos autos comprova a materialidade das condutas consideradas irregulares, além do que não há qualquer mácula que pudesse comprometer a legitimidade do procedimento administrativo em apreço.

Passo, agora, a examinar ponto a ponto o recurso em apreço, observando a mesma ordem em que foram abordados na peça recursal, qual seja: i) item 1 (promover divulgação de material publicitário em desacordo com as condições contratuais); ii) itens 2, 5, 7 e 8 (não ocorrência das irregularidades apontadas); iii) itens 2, 5, 7, e 8 (aplicação de uma única penalidade - ausência de elementos mínimos nos contratos de seguro); iv) itens 3, 4 e 6 (não ocorrência das irregularidades); v) item 9 (insubsistência do auto de infração); vi) item 10 (devolução de prêmio e valor menor que o devido);vii) item 11 (ultrapassar o prazo de 30 dias para o reparo d em segurado)

ltem 1 (promo er divulgação de material publicitário em desacordo com as condições contratuais)

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fsNsp

A defesa alega que o material apresenta apenas uma breve descrição das condiÇ sFIs-

gerais e especiais do seguro, tendo sido utilizado como material de publicidade, como u resumo das condições gerais e especiais aprovadas pela SUSEP, e não como as referidas condições em si.

No entanto, o que se verifica é que o material promocional não era apenas um resumo das condições gerais, com menor detalhamento, como quis dar a entender a recorrente. Havia divergências relevantes entre o que informava o material promocional e o que estipulavam as condições gerais aprovadas pela SUSEP, para o produto aprovado sob o n2 15414.003197/2006-48. A começar pelo item 1 - Objetivos. O material promocional informa que a substituição do bem segurado será "a exclusivo critério da (seguradora)", já a cláusula 4 das condições gerais aprovadas pela autarquia indicava que a substituição se dará mediante acordo entre as partes.

Ora, essa divergência prejudica o entendimento por parte do segurado quanto à exata compreensão do produto e a extensão dos seus direitos, em relação ao produto adquirido.

Assim, vejo configurada materialidade da conduta irregular, consistente na infração ao art. 22 da Circular SUSEP N2 256, de 2004, que assim cuida da matéria:

"Art. 22. As peças promocionais e de propaganda deverão ser divulgadas com autoriza ção expressa e supervisão da sociedade seguradora, respeitadas rigorosamente as Condições Contratuais e a Nota Técnica submetida à SUSEP".

Item 2 (necessidade de proposta de seguro assinada pelo segurado)

A recorrente sustenta que a ausência da assinatura do proponente na proposta de contratação de seguro não pode, por si só, ser considerada irregular, isto porque a proposta assinada deve ser entendida como a manifestação de vontade do proponente. Essa manifestação de vontade pode se dar, inclusive por meio da utilização de senha bancária. Nesse sentido, a própria Resolução CNSP n2 290, de 2013, permite a utilização de meios remotos para a contratação de seguro, o que seria inviabilizado, se se aplicasse uma interpretação literal do art. 92 do Decreto-Lei n2 73, de 1966; requer a aplicação da atenuante prevista no inciso III do art. 12 da Resolução CNSP n2 243, de 2011;

Não posso concordar com essa argumentação.

De fato, a documentação disponível no processo comprova que foram contratadas operações de seguro sem a aposição de assinatura do segurado (proponente), seus representantes legais ou corretores devidamente credenciados, em documento expresse a vontade de contratar o seguro, isto é, a proposta de adesão ao seguro.

A argumentação da recorrente não pode se aplicar ao caso tratado no processo, porque, aqui, se a situação é diversa. A operação de seguro foi contratada no ponto de venda de operação de syLço. E na proposta correspondente não consta a assinatura do proponente. A assinatura d/que consta da proposta de terceira pessoa interposta, sem que se tenha comprovado esteja e

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a caso, a irmã do proponente) munida de adequado instrumento de representaçãc\

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Ora, parece-me óbvia a inadequação do procedimento, pela insegurança que acarreta, tanto para o segurado, quanto para a seguradora, pela falta de adequada formalização da operação contratada entre as partes.

Além do mais, estou de inteiro acordo com o entendimento da autarquia, no sentido de que a aposição de impressão digital no documento (proposta de adesão) por parte de segurado analfabeto seria exigível a assinatura a rogo, ou seja, assinatura por pessoa nomeada pelo segurado para representa-la.

Ora, essa não é a situação dos autos, como se viu. Assim, rejeito a argumentação, para considerar configurada a materialidade da conduta irregular de que se trata.

Item 5 (divergência de elementos mínimos nos certificados)

Para a recorrente, não ocorreu qualquer irregularidade, pelo fato de que a remuneração recebida pelo estipulante é uma contrapartida ao serviço que esta presta aos segurados e à seguradora e, ainda, pela assunção, pelo estipulante, das obrigações previstas no Código Civil e na legislação em vigor (Resolução CNSP n2 107, de 2004, porque a remuneração do estipulante não estaria definida para cada apólice, mas sim para o todo o programa do seguro, não sendo parte do prêmio arrecadado pela seguradora em nome do estipulante; trata-se, ao contrário, de uma despesa administrativa que é assumida tão somente pela seguradora, tendo a relação desta despesa com os prêmios cobrados de caráter puramente gerencial.

Sem razão a recorrente. Isto porque, ainda que a remuneração do estipulante não esteja definida para cada apólice, essa remuneração será sempre baseada no volume de negócios que o estipulante gera para a seguradora, seja levando em conta o valor de cada apólice, seja o número de segurados vinculados, de modo que sempre será possível definir mediante estimativa bem precisa, ainda que não o valor exato para cada apólice, mas pelo menos o seu valor aproximado. Assim, haverá sempre meio de obter-se a informação, a depender da eficiência e eficácia do sistema de apuração de custos de que disponha a seguradora, e principalmente da vontade do agente em atender ao quanto determina a regulamentação de regência.

Não se trata, portanto, de impossibilidade de produção das informações, mas, ao que me parece, da falta de interesse da seguradora indiciada de produzir a informação exigida pelo normativo, que, diga-se de passagem, está em pleno vigor.

Posto isto, verifico que a materialidade da conduta irregular está devidamente comprovada, e a indiciada não trouxe argumentos ou contraprovas capazes de desconstituir, seja a imputação inicial, seja a decisão condenatória.

Item 7 (ausência de cláusula de prévio conhecimento das condições gerais relativas ao seguro contratado)

A recorrente argumenta que a comercialização do seguro conta com a prévi( disponibilização das condições contratuais na íntegra ao proponente, no ponto de vend produto; nesse sentido, o estipulante entrega ao proponente/segurado o resumo das ,

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condições contratuais; além do mais, em todos os locais de venda é disponibilizada cópia d condições contratuais, possibilitando a melhor compreensão do produto; assim, a não inclusã da cláusula pretendida pela SUSEP, em que o proponente declara ter tido prévio acesso às condições contratuais, não gera descumprimento da obrigação de informar seus clientes acerca das condições e regras de seus produtos;

Discordo da linha de argumentação da recorrente. E aqui, valho-me do entendimento da área técnica da autarquia, no sentido de que essa obrigatoriedade é de natureza objetiva, sendo, portanto, necessário que a cláusula deve constar da proposta de adesão, assinada pelo segurado. Isto é, não basta que essas informações estejam disponíveis nos pontos de venda do seguro, é necessário e indispensável que elas constem de cláusula, prevendo expressamente que o segurado teve prévio conhecimento das condições gerais relativas ao seguro contratado.

Assim, rejeito os argumentos apresentados pela recorrente, em razão do que considero configurada a materialidade da conduta irregular de se trata.

Item 8 (ausência do número do processo SUSEP e do CNPJ da seguradora no certificado)

Para a recorrente, o ocorrido decorreu de dificuldades operacionais por ela enfrentadas, para localizar apenas a documentação entregue ao segurado; após a fiscalização, a recorrente recebeu do estipulante a documentação completa da comercialização do seguro (condições gerais, certificado individual e comprovante de adesão ao seguro).

Verifico, no entanto, que restou configurada a materialidade da conduta irregular de que se trata. De fato, a ausência do numero do processo SUSEP e CNPJ no certificado denuncia, efetivamente, a ausência de controles internos efetivos, ou mesmo a falta de empenho em cumprir as exigências estabelecidas na regulamentação de regência. Assim, vejo configurada a infração de que se cuida, até porque a instituição somente veio a localizar a informação muito tempo depois de terminada a inspeção levada a efeito pela autarquia.

Itens 3 (emissão da apólice de seguros após o prazo de 15 dias)

A recorrente argumenta que a fiscalização da SUSEP considerou a data da impressão da apólice, que em nada se confunde com a data de aceitação do risco individual e nem com o início de vigência do seguro.

Ora, o início de vigência do seguro é, certamente, a data em que o risco do seguro é aceito. Decorridos 15 dias após essa data (data de aceitação do risco), a apólice deve ser emitida pela seguradora. E o que está em questão é a não observância do prazo de 15 dias para emissão da apólice, a contar da data de aceitação do risco do seguro. Este é ponto central da questão. Assim, parece irrelevante a circunstância de saber se a área de fiscalização ter confundido a data de impressão da apólice com o início de sua vigência. O certo é que a seguradora não conseguiu demonstrar ter cumprido o prazo sob referência.

Item 4 (ausência de informação relativa ao prazo de vigência da apólice)

A recorrente reitera o entendimento de que não é necessário o estabelecimen

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porque os prazos de vigência estão fixados em cada certificado individual; alega ainda impossibilidade operacional para fazer com que a data de término de vigência de uma apólice coletiva aberta seja fixa, sendo certo que tal prazo nunca será inferior ao prazo determinado nos certificados individuais correspondentes.

Sem pertinência o argumento. Com efeito, se é certo que a vigência de cada seguro depende da data da inclusão do segurado na apólice, é certo, também, que este documento, a apólice, deve conter um período de validade certo, dentro do qual deve se dar a vigência dos respectivos seguros individuais. Ora, a recorrente alega que todos os certificados individuais têm seus prazos de vigência cobertos pelo prazo da apólice. No entanto, ela não fez prova dessa alegação, em decorrência do que considero demonstrada a materialidade da conduta irregular.

Item 6 (ausência de indicação do número de processo SUSEP na apólice de seguro)

Para a indiciada assegura, para todas as apólices sempre está indicado o número do processo SUSEP; no caso em apreço, houve equívoco na indicação do número do processo SUSEP, na medida em que se informou o número referente a outro ramo, não havendo,

portanto, que se falar em ausência de informação.

Essa argumentação não tem o condão de desconstituir a materialidade da conduta irregular, porque de fato o número do processo SUSEP foi informado de maneira equivocada. Ora, quando se menciona outro ramo de seguro, isso é o mesmo que dizer que a informação não devidamente prestada ao segurado, com repercussão negativa para ele, em caso de sinistro, por ocasião do processo de regulação do sinistro. Além do mais, não pode ser considerada válida a inserção de um número qualquer na apólice, ainda que relativo a outro produto comercializado pela mesma seguradora.

Item 9 (arquivamento de certificado)

Para a defesa, os prazos previstos na Circular SUSEP n2 74, de 1999, não são mais aplicáveis, com o advento do Código Civil, atualmente em vigor (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que prevê em sal art. 206, § 12, inciso II, o prazo prescricional de um ano, após a vigência do certificado, para o segurado exercer qualquer pretensão em face da seguradora); além do mais, o certificado sob referência, embora não localizado fisicamente, encontra-se devidamente registrado nos sistemas da recorrente.

Não posso concordar com o argumento, inclusive porque a prevalecer esse entendimento, haveria um risco operacional de elevadas proporções, inclusive porque dificultaria sobremodo os trabalhos de fiscalização a cargo da autarquia.

Além do mais, são questões diferentes as tratadas nos dispositivos legais e regulamentares, portanto com repercussões também diferentes. Ora, a manutenção dos certificados diz respeito à segurança operacional, em relação aos contratos e operações conduzidos pela instituição, que requerem suporte documentais para os registros de sua» operações, não só para suporte de sua escrituração contábil, mas também para reser(ar direito perante terceiros, não somente clientes, mas também perante outros interessados, a exemplo dos órgãos de supervisão e controle das atividades, por força de legislação aplicável.

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Já o dispositivo legal mencionado diz respeito ao prazo prescricional, api exclusivamente à possibilidade de o segurado postular direitos perante a seguradora.

São portanto situações distintas, com endereçamentos também distintos. Não acato, portanto, as alegações defesa, em decorrência do que vejo confirmada a materialidade da conduta irregular em apreço.

item 10 ( devolução de prêmio e valor menor que o devido)

A defesa argumenta que em todos os 4 casos apontados pelo auto de infração, a data do cancelamento foi posterior à de início da cobertura do risco; logo, o cálculo do prêmio a ser restituído considerou o desconto dos emolumentos, que inclui o lOF, além da dedução do período de vigência da cobertura já decorrido, observando a limitação da tabela de curto prazo; o procedimento está de acordo com o que prescreve a Circular SUSEP N9 366, de 2008.

Vejo, em consonância com o entendimento da autarquia, que a cobrança de taxa de cancelamento é indevida, por se tratar de parcela extra que não constava da composição do preço inicial do seguro, em razão do que a irregularidade está caracterizada. Assim, considero configurada a irregularidade em apreço.

Item 11 (ultrapassar o prazo de 30 dias para o reparo do bem segurado)

A defendente argumenta que o prazo de 30 dias para a autorização de reparos dos sete sinistros apontados no auto de infração foi devidamente cumprido; em relação a seis sinistros, registrou-se a indisponibilidade de peças, o que tornou impossível a conclusão dos sinistros, tendo inclusive a recorrente ofertado aos segurados a substituição dos produtos.

A despeito da argumentação produzida pela recorrente, verifico que entre as situações apontadas no auto de infração há casos de atrasos que fogem do razoável, ainda que se leve em consideração a alegada falta de peças de reposição no mercado, em razão do que restou configurada a irregularidade. Vejo, portanto, configurada a materialidade da irregularidade.

irregularidade de natureza continuada

Cabe analisar, agora, a alegação de devem ser tidas como uma só infração as condutas citadas nos itens 2, 5, 7 e 8, bem como os itens 3, 4 e 6.

Nesse sentido, em consonância com o entendimento da área técnica da Susep, verifico que a continuidade pode ser reconhecida da seguinte forma: i) os itens 04 e 06 tratam de falta de elementos mínimos nas apólices (o item 04 tratando de elementos previstos na legislação e o item 06, de elementos previstos em regulamentação); ii) os itens 05 e 08 tratam de falta de informações nas propostas de adesão e nos certificados individuais.

Isto porque, como bem esclareceu a SUSEP, ainda que os dispositivos infringidos não sejam idênticos para cada par de itens mencionados, o fato é que a natureza das infrações é idêntica, motivo por que proponho que seja reconhecida a continuidade entre eles.

Já os itens 02, 03 e 07 não possuem relação com os demais, por tra3arem de falhas quando da contratação do seguro, falhas essas autônomas entre si.

( Substituição das multas em recomendação ou pela pena de advertência

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As penalidades foram aplicadas na forma prevista na legislaçao e regulamenta o vigentes, não havendo fundamento para a convolação das penalidades de multa e advertência e muito menos em recomendação, por absoluta falta de amparo legal ou regulamentar.

Não identifiquei situação atenuante.

Diante de todo o exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento parcial (i) quanto aos itens 4 e 6 do Auto de Infração, para considerá-los como uma irregularidade de natureza continuada, aplicando à indiciada a multa de R$ 13.000,00 (treze mil reais) sem qualquer acrescimento, por se tratar do regime previsto na Resolução CNSP n2 60, de 2001; (ii) quanto aos itens 5 e 8 do Auto de Infração, para considerá-los como uma irregularidade de natureza continuada, aplicando à indiciada a multa de R$ 13.000,00 (treze mil reais) sem qualquer acrescimento, por se tratar do regime previsto na Resolução CNSP n2 60, de 2001; e nego provimento do recurso, em relação aos itens 1, 2, 3, 7, 9, 10 e 11 do Auto de Infração, confirmando para7i itns as penalidades aplicadas pela autoridade de origem.

É o voto.

Btasslia. 8dezer3ro de 2016

4

Wal/iir Quintiliano daSifa

Cotselheiro F/CRSNP/MF

/ RECEBIDo M .ILJ

ceC

Secretaria Executiva / CRS NSP Mat. 117945k

(10)

4*5

N$1á's

Fk. CONSELHO DE RECURSOS SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊN ....

PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP

Recurso 6860

Processo Susep 15414.100191/2012-66

Recorrente: VIRGINIA SURETY COMPANHIA DE SEGUROS DO BRASIL Recorrida: SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP Relator: WALDIR QUINTILIANO DA SILVA

Relatório

OCORRÊNCIAS

O presente processo administrativo teve início com o auto de infração SUSEP/DEFIS/CGFIS/COSU1 N 2 15/2012, lavrado em 17 de maio de 2012 (fls. 1/16), em decorrência de inspeção realizada pela SUSEP nas dependências da VIRGINIA SURETY COMPANHIA DE SEGUROS DO BRASIL, oportunidade em que foram detectadas as seguintes irregularidades:

Promover divulgação de material publicitário que não respeita as condições contratuais submetidas à SUSEP, com infringência ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n2 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n9 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c art. 22 da Circular SUSEP n2 256, de 16/6/2004, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "b" do inciso III do art. 52 da Resolução n2 60, de 2001; Celebrar contrato de seguro sem assinatura do promitente, seu representante legal ou de corretor de seguros habilitado na proposta de adesão, conduta que infringiu o contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n2 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c art. 12 da Circular SUSEP n2 251, de 15/4/2004, o art. 92 do Decreto-Lei n2 73, de 1966, o caput do art. 22 do Anexo do Decreto n9 60.459, de 13/3/1967, e o parágrafo único do inciso II do art. 62 da Resolução CNSP 107, de 2004, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "n" do inciso II do art. 59 da Resolução CNSP n2 60, de 2001;

Não emitir apólice de seguro dentro do prazo de 15 dias da data de aceitação da proposta, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n2 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c o § 22 do art. 22 do Anexo ao Decreto n 2 60.459, de 1967, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "n" do inciso II do art. 52 da Resolução CNSP n2 60, de 2001;

Não inserir na apólice os elementos mínimos exigidos pela legislação em vigor, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n9 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de jniro de 2007, c/c o art. 760 da Lei n2 10.406, de 10 de janeiro de 2006, sujeitando a indiada à pena prevista na alínea "f" do inciso 111 do art. 52 da Resolução CNSP n2 60, de 2001

v

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Não inserir o percentual e o valor da remuneração ao estipulante nas propos sdeQ adesão e nos certificados individuais, configurando infração ao contido no caput do

88 do Decreto-Lei n9 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c O art. 52 da Resolução CNSP n2 107,

de 2004, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "f" do inciso III do art. 52 da Resolução CNSP n2 60, de 2001;

Não inserir o número do Processo SUSEP referente ao produto comercializado em apólices, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n9 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c o art. 12 da Circular SUSEP n 9 105, de 9/9/1999, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "f" do inciso III do art. 52 da Resolução CNSP n9 60, de 2001;

Não inserir cláusula na qual o proponente declara ter conhecimento prévio da íntegra das condições gerais em propostas de adesão, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n2 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c O parágrafo único do art. 62 da

Resolução CNSP N 2 107, de 2004, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "f" do inciso III do art. 59 da Resolução CNSP n2 60, de 2001;

Não inserir o número do processo SUSEP referente ao produto comercializado e o número de inscrição no CNPJ da sociedade seguradora em certificados individuais, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n9 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c o art. 12 da Circular SUSEP n2 105, de 9/9/1999, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "f" do inciso li do art. 52 da Resolução CNSP n2 60, de 2001;

Não manter em arquivo o Certificado de Seguro n2 00060113910632100501, pelo prazo mínimo exigido para a sua guarda, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei nQ 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c os artigos 12, 22, inciso II, 49 e 92 da Circular SUSEP n9 74, de 25 de janeiro de 1999, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "n" do inciso li do art. 52 da Resolução CNSP n2 60, de 2001;

Reter, do prêmio recebido, parcela superior ao máximo permitido, em casos de rescisão contratual de seguro da modalidade extensão de garantia do seguro garantia estendida, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n 2 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c o art. 72 da Circular SUSEP N2 366, de 28/5/2008, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "n" do inciso li do art. 52 da Resolução CNSP n2 60, de 2001; Não liquidar sinistros no prazo estabelecido no contrato de seguro, configurando infração ao contido no caput do art. 88 do Decreto-Lei n9 73, de 21 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei Complementar n2 126, de 15 de janeiro de 2007, c/c o art. 757 da Lei n2 10.406, de 10/1/2006, sujeitando a indiciada à pena prevista na alínea "g" do inciso IV do art. 52 da Resolução CNSP n2 60, de 2001.

No mesmo ato, a indiciada foi intimada a apresentar defesa, no prazo de 30 dih, e na mesma data (17/5/2012) foi cientificada do ato administrativo de que se trata (fis. 1/16)

(12)

DEFESA e MANIFESTAÇÃO DA ÁREA TÉCNICA DA SUSEP

A indiciada apresentou defesa por intermédio do documento de fls. 178/194, alegando em síntese o que se segue, em relação a cada item do auto de infração:

Item 1

Defesa: as condições gerais e especiais utilizadas como parâmetro para análise do analista são na realidade um material de publicidade, contendo um resumo relativo às condições gerais e especiais aprovadas pela SUSEP, e não as condições em si, documento editado com a finalidade de facilitar a compreensão do segurado para os termos gerais do contrato de seguro;

Manifestação da área técnica: o material publicitário traz informações divergentes, contrário ao que consta das condições gerais aprovadas pela SUSEP;

Item 2

Defesa: a manifestação de vontade do segurado é suficiente para a celebração do contrato de seguro, mesmo por via remota, até porque não há possibilidade de contratação por pessoa a na If a beta;

Manifestação da área técnica: no caso concreto, o segurado foi contatado no ponto de venda; havia, em um caso, assinatura na proposta, porém aposta por outra pessoa (irmã do segurado), sem que houvesse comprovante de representação para tanto.

Item 3

Defesa: ocorreu uma confusão entre informações constantes da apólice e a data de emissão da apólice, porque o sistema, ao imprimir uma apólice, sempre o faz com a data da impressão;

Manifestação da área técnica: a seguradora não conseguiu comprovar por meio de documentos a efetiva emissão das apólices, na época devida;

Item 4

Defesa: as apólices mencionadas possuem prazo indeterminado, por se tratarem de apólice coletiva, tendo cada certificado individual uma vigência própria, procedimento tecnicamente possível, inclusive do ponto de vista atuarial;

Manifestação da área técnica: ainda que a vigência de cada seguro dependa da data da inclusão do segurado na apólice, este documento deve ter também um período de validade certo, dentro do qual deve se dar a vigência dos respectivos seguros individuais;

Item 5

Defesa: nas chamadas apólices abertas, em que não existe uma só apólice, mas um programa de seguros, no qual são estipuladas diversas apólices, é inviável indicar no certificado correspondente remuneração do estipulante para cada apólice, pelo simples fato de que não existe uma remuneração ajustada por apólice;

(13)

¼•;

(,

Manifestação da área técnica: ainda que a negociação se dê da forma como relata pela indiciada, ainda assim é necessário que, de alguma forma, a seguradora consiga afe quanto é destinado ao estipulante para uma dada apólice, fazendo tal valor constar dos respectivos certificados individuais, na forma preconizada pelo art. 52 da Resolução CNSP n2 107, de 2004.

Item 6

Defesa: houve um erro operacional com a indicação de números trocados dos produtos; assim, em duas apólices do ramo 0524 houve erroneamente a indicação do processo SUSEP que é relativo ao produto 0195; contudo, houve a inclusão do número do processo SUSEP nas apólices;

Manifestação da área técnica: não pode ser considerada válida a inserção de um número qualquer na apólice, ainda que relativo a outro produto comercializado pela mesma seguradora.

Item 7

Defesa: os vendedores/agentes explicam aos segurados as regras gerais do seguro, sendo que são disponibilizados em todos os locais de venda de seus seguros cópias das respectivas condições contratuais; assim, a ausência da citada cláusula na proposta de adesão não significa o descumprimento da obrigação de informar seus clientes das condições e regras de seus produtos;

Manifestação da área técnica: essa obrigatoriedade é de natureza objetiva, sendo necessário que a referida cláusula conste da proposta de adesão, que deve ser assinada pelo segurado, para garantir o direito dos segurados à informação;

Item 8

Defesa: houve um equívoco ao apresentar os certificados à equipe de fiscalização, pois a parte onde consta o número do processo SUSEP não teria sido apresentada à equipe, apesar de ter sido entregue aos segurados; junta comprovante dessa alegação;

Manifestação da área técnica: em dois certificados, há a comprovação das alegações da defesa; no terceiro, de uma amostra de três, houve, de fato, a inserção de número errado;

Item 9

Defesa: a busca física do documento restou prejudicada, dado o volume imenso dos documentos armazenados;

Manifestação da área técnica: a irregularidade está caracterizada;

Item 10

Defesa: o normativo em vigor permite o desconto de emolumentos, na base de 8% do prêmio / bruto como taxa de cancelamento;

(14)

Manifestação da área técnica: a cobrança de taxa de cancelamento é indevida, por -tratr—

de parcela extra que não constava da composição do preço inicial do seguro, em razão d a irregularidade está caracterizada.

tem 11

Defesa: em relação a um dos sinistros identificados, o atraso foi devido à solicitação do

segurado, no sentido de que a assistência técnica comparecesse em seu domicilio; em relação aos demais casos, a autorização para conserto ocorreu em menos de 30 dias; os atrasos decorreram da falta de peças no mercado;

Manifestação da área técnica: entre as situações apontadas pela área de fiscalização há casos

de atrasos que fogem do razoável, ainda que se leve em consideração a alegada falta de peças de reposição no mercado, em razão do que restou configurada a irregularidade.

A indiciada pleiteia o reconhecimento da continuidade infracional entre os itens 2, 5, 7 e 8, por tratarem, todos, de falta de elementos nos certificados, bem como os itens 3, 4 e 6, por tratarem, todos, de elementos nas apólices.

DECISÃO DA SUSEP

Após ouvir a área técnica (fls. 198/207) e a Procuradoria-Geral Federal (fls. 208/211), a SUSEP decidiu, por intermédio do Termo de Julgamento de 7 de agosto de 2014 (fl. 224/227), aplicar à indiciada as penalidades indicadas na tabela abaixo indicada.

Item do

auto de Multa Pecuniária infração

Previsão regulamentar da penalidade

01 13.000,00 Art. 59 (alínea "b", inciso III) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

02 9.000,00 Art. 59 (alínea "n", inciso II) da Resolução CNSP n9 60, de 2001

03 9.000,00 Art. 52 (alínea "n", inciso II) da Resolução CNSP n2 60, de 2001.

04 13.000,00 Art. 52 (alínea "f", inciso III) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

05 13.000,00 Art. 52 (alínea "f", inciso III) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

06 13.000,00 Art. 59 (alínea "f", inciso III) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

07 13.000,00 Art. 52 (alínea "f", inciso lii) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

08 13.000,00 Art. 52 (alínea "f", inciso II) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

09 9.000,00 Art. 52 (alínea "n", inciso II) da Resolução CNSP n2 60, de 2001.

10 9.000,00 Art. 59 (alínea "n", inciso II) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

11 17.000,00 Art. 59 (alínea "g", inciso IV) da Resolução CNSP n9 60, de 2001.

RECURSO AO CONSELHO DE RECURSOS SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP

Inconformada, VIRGINIA SURETY COMPANHIA DE SEGUROS DO BRASIL recorreu a este Conselho de Recursos contra a decisão condenatória (fls. 244/269), com base em argumentos já trazidos ao processo, para solicitar: i) seja declarado insubsistente o auto,4e infração, pela inexistência de qualquer infração capaz de ensejar punição; ou ii) sejm substituídas as penas de multa por recomendação ou pela pena de advertência; ou aind

(15)

111

/ -USA. \

sejam reduzidas as multas, considerando como uma só infração as condutas citada nos ftrTs—. 2, 5, 7 e 8, bem como os itens 3, 4 e 6; ou iv) sejam reduzidas as multas, consN

e

Zrando á-" existência de somente uma infração no que se refere aos itens 4 e 6, bem como

1

cumulativamente, sejam reduzidas as penas de multa, pela aplicação de atenuante, em relação aos itens 2, 4, 5, 7, 8, 9.

A recorrente protesta provar o quanto alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, mediante juntada de documentação suplementar, indicação posterior de requerimento de perícia, prova testemunhal, ou conversão do julgamento em diligência probatória. Além disso, todos os fatos, dados e informações que estejam de posse da SUSEP e outros órgãos da administração pública, pertinentes ao caso, deverão ser provados e trazidos aos autos. Requereu ainda a devolução do prazo para apresentação de recurso, tão logo fosse disponibilizada a vista dos autos.

A recorrente aborda cada um dos itens do auto de infração, agrupados em 7 categorias, na seguinte ordem: 1) item 1 (promover divulgação de material publicitário em desacordo com as condições contratuais); ii) itens 2, 5, 7 e 8 (não ocorrência das irregularidades apontadas); iii) itens 3, 4 e 6 (não ocorrência das irregularidades); iv) item 9 (insubsistência do auto de infração); v) item 10 (devolução de prêmio e valor menor que o devido); vi) item 11 (ultrapassar o prazo de 30 dias para o reparo do bem segurado).

Item 1 (promover divulgação de material publicitário em desacordo com as condições contratuais): o material apresenta apenas uma breve descrição das condições gerais e especiais do seguro, tendo sido utilizado como material de publicidade, como um resumo das condições gerais e especiais aprovadas pela SUSEP, e não como as referidas condições em si; o referido documento foi editado com a finalidade de facilitar a compreensão do segurado para os termos gerais do contrato de seguro.

Item 2 (necessidade de proposta de seguro assinada pelo segurado): a ausência da assinatura do proponente na proposta de contratação de seguro não pode, por si só, ser considerada irregular, isto porque a proposta assinada deve ser entendida como a manifestação de vontade do proponente. Essa manifestação de vontade pode se dar, inclusive por meio da utilização de senha bancária. Nesse sentido, a própria Resolução CNSP n9 290, de 2013, permite a utilização de meios remotos para a contratação de seguro, o que seria inviabilizado, se se aplicasse uma interpretação literal do art. 92 do Decreto-Lei n2 73, de 1966; requer a aplicação da atenuante prevista no inciso III do art. 12 da Resolução CNSP n2 243, de 2011;

Item 5 (divergência de elementos mínimos nos certificados): também aqui não ocorreu qualquer irregularidade, pelo fato de que a remuneração recebida pelo estipulante é uma contrapartida ao serviço que esta presta aos segurados e à seguradora e, ainda, pela assunção, pelo estipulante, das obrigações previstas no Código Civil e na legislação em vigor (Resolução CNSP n2 107, de 2004; a remuneração do estipulante não está definida para cada apólice, mas sim para o todo o programa do seguro, não sendo parte do prêmio arrecadado(a seguradora em nome do estipulante; trata-se, ao contrário, de uma despesa administrativa que é assumida tão somente pela seguradora, tendo a relação desta despesa com os prêmios cobrados de caráter puramente gerencial.

(16)

Item 7 (ausência de cláusula de prévio conhecimento das condições gerais reso seguro contratado): a comercialização do seguro conta com a prévia disponibiliza o das condições contratuais na íntegra ao proponente, no ponto de venda do produto; nesse sentido, o estipulante entrega ao proponente/segurado o resumo das condições contratuais; além do mais, em todos os locais de venda é disponibilizada cópia das condições contratuais, possibilitando a melhor compreensão do produto; nesse sentido a não inclusão da cláusula pretendida pela SUSEP, em que o proponente declara ter tido prévio acesso às condições contratuais, não gera descumprimento da obrigação de informar seus clientes acerca das condições e regras de seus produtos;

Item 8 (ausência do número do processo SUSEP e do CNPJ da seguradora no certificado): o ocorrido decorreu de dificuldades operacionais enfrentadas pela recorrente, de modo que na ocasião da inspeção da autarquia foi possível localizar apenas a documentação final da documentação entregue ao segurado; após a fiscalização, a recorrente recebeu do estipulante a documentação completa da comercialização do seguro (condições gerais, certificado individual e comprovante de adesão ao seguro); assim, não há que se falar em ausência do número do processo SUSEP no produto comercializado.

Itens 2, 5, 7 e 8: cabe a aplicação do instituto da infração continuada, para considerar as quatro condutas tidas como irregulares como se uma só fosse.

Itens 3 (emissão da apólice de seguros após o prazo de 15 dias): a fiscalização da SUSEP considerou a data da impressão da apólice, que em nada se confunde com a data de aceitação do risco individual e nem com o início de vigência do seguro; independentemente da data de sua impressão; no entanto, o sistema foi ajustado para manter e registrar a da data de emissão original da apólice;

Item 4 (ausência de informação relativa ao prazo de vigência da apólice): reitera o entendimento de que não é necessário o estabelecimento expresso das datas de início e término de vigência de apólices coletivas, principalmente porque os prazos de vigência estão fixados em cada certificado individual; alega ainda a impossibilidade operacional para fazer com que a data de término de vigência de uma apólice coletiva aberta seja fixa, sendo certo que tal prazo nunca será inferior ao prazo determinado nos certificados individuais correspondentes.

Item 6 (ausência de indicação do número de processo SUSEP na apólice de seguro): a indiciada assegura que em todas as apólices sempre está indicado o número do processo SUSEP; no caso em apreço, houve equívoco na indicação do número do processo SUSEP, na medida em que se informou o número referente a outro ramo, não havendo, portanto, que se falar em ausência de informação.

Para os recorrentes os itens 3, 4 e 6 do auto de infração (emitir apólice em desacordo com a legislação vigente) referem-se a condutas que ocorreram na mesma amostra e decorreram do mesmo motivo, em razão do que devem ser tidas como se uma só irregularidade fosse.

Item 9 (arquivamento de certificado): os prazos de guarda obrigaria previstos na Cicular SUSEP n2 74, de 1999, não são mais aplicáveis, com o advento do Código Civil, atualme te em

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vigor (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que prevê em sal art. 206, § 12, inciso II,prazo prescricional de um ano, após a vigência do certificado, para o segurado exercer qual, uer

pretensão em face da seguradora; além do mais, o certificado sob referência, embora não localizado fisicamente, encontra-se devidamente registrado nos sistemas da recorrente.

Item 10 ( devolução de prêmio e valor menor que o devido): em todos os 4 casos apontados pelo auto de infração, a data do cancelamento foi posterior à de início da cobertura do risco; logo, o cálculo do prêmio a ser restituído considerou o desconto dos emolumentos, que inclui IOF, além da dedução do período de vigência da cobertura já decorrido, observando a limitação da tabela de curto prazo; o procedimento está de acordo com o que prescreve a Circular SUSEP N2 366, de 2008.

Item 11 (ultrapassar o prazo de 30 dias para o reparo do bem segurado): o prazo de 30 dias para a autorização de reparos dos sete sinistros apontados no auto de infração foram devidamente cumpridos; em relação a seis sinistros, registrou-se a indisponibilidade de peças, que tornou impossível a conclusão dos sinistros, tendo inclusive a recorrente ofertado aos segurados a substituição dos produtos.

A PGFN, c>a a opinar sobre o feito (fls. 339/340), manifestou-se pelo conhecimento doecursos e pela negativa de seu provimento.

É o Relatk.

8rasiia, 29 de nové bro de 2016

Waldi,Quintiliano da ilva Cor'lheiro SEI C R S ! E° / M F RECEBIDO EI •Çic, '4??!_,142 4 Rubrica e Carimbo

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