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A FISIOTERAPIA AQUÁTICA NO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES COM DISCOPATIA DEGENERATIVA NA COLUNA LOMBAR

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A FISIOTERAPIA AQUÁTICA NO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES COM

DISCOPATIA DEGENERATIVA NA COLUNA LOMBAR

Bruno Quintino Borges

1

, Ana Paula de Sousa Pereira

1

, Nadia Prospero de Santana

1

,

Yasmim Alline de Araújo Castro

1

, Kátya Coeli da Costa Loiola

1

, Maria da Conceição

Barros Oliveira

2

, Janaína de Moraes Silva

2

1 Faculdade Ceut/ Departamento de Fisioterapia – Fisioterapia, Av. dos Expedicionários, 790 - São João - Teresina – PI, aninha_sousa_fisio@hotmail.com, brunofisio181@hotmail.com, nadiasantana@hotmail.com,

allinecastro@hotmail.com, katyacoeli@gmail.com

2 Faculdade Aliança/Departamento de Fisioterapia - Fisioterapia, Endereço: Rua São Pedro, 965, Centro – Teresina - PI, mariah.da.conceicao@hotmail.com, fisiojanainams@gmail.com

Resumo O objetivo do estudo foi avaliar o comportamento da dor antes e após um programa de reabilitação

aquática em pacientes com discopatia degenerativa lombar. A pesquisa foi composta por 16 pacientes de ambos os gêneros que realizaram tratamento em piscina aquecida para discopatia degenerativa da coluna lombar, desenvolvida através do preenchimento de uma ficha de identificação pessoal, do questionário Escala Visual Analógica – EVA e por fim do preenchimento do Inventário de Dor Winsconsin. Dentre as discopatias degenerativas da coluna lombar a mais frequente foi a hérnia de disco com 50 %. Quanto ao tempo e frequência notou-se que 87,4 % realizavam o tratamento a menos de um ano e que 62,5 % realizavam-no duas vezes por semana. Em relação à dor e qualidade de vida, pode-se observar um resultado extremamente significativo com uma diminuição de 9,03 para 3,67 na intensidade da dor e que a mesma não interferiu na qualidade de vida dos pacientes com discopatia degenerativa. Tais resultados caracterizam o perfil do paciente com discopatia degenerativa e apontam para a necessidade de maiores orientações posturais aos trabalhadores, principalmente aos que permanecem em posturas estáticas ou carregam peso excessivo. Quanto à interferência da dor na qualidade de vida após o tratamento com a fisioterapia aquática, demonstrou-se que a fisioterapia aquática melhora a qualidade de vida e a execução das AVD’s.

Palavras-chave: Discopatia Degenerativa. Dor. Fisioterapia Aquática. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde, Fisioterapia.

Introdução

Pagno (2005) define discopatia degenerativa como uma lesão em que o disco intervertebral se desidrata e a cartilagem do núcleo pulposo se fragmenta. Com o processo degenerativo existe um enfraquecimento das fibras e uma redução da altura do disco intervertebral, que já não consegue absorver a pressão sobre si, induzindo o abaulamento do anel fibroso e levando o disco há uma forma de arco. Em um estágio mais avançado o núcleo salienta-se, formando uma protrusão no disco; caso ocorra o rompimento do anel fibroso e extravasamento do núcleo pulposo este processo é denominado hérnia de disco.

De acordo com Negrelli (2001), nos últimos anos, profissionais da área de saúde têm utilizado cada vez mais o meio aquático para facilitar os exercícios fisioterapêuticos. A hidroterapia ou reabilitação aquática é uma modalidade terapêutica que tem o uso da água

água, somadas aos exercícios, podem cumprir a maioria dos objetivos propostos num programa de reabilitação física.

As propriedades físicas e o aquecimento da água desempenham um papel vantajoso na melhoria e na manutenção da amplitude de movimento das articulações juntamente como efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos promovidos pela imersão do corpo na mesma (KONLIAN, 1999).

O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento da dor antes e após um programa de reabilitação aquática em pacientes com discopatia degenerativa lombar.

Material e Métodos

Este estudo trata-se de uma pesquisa de campo do tipo descritiva com abordagem quantitativa e qualitativa.

A pesquisa foi realizada em 03 clínicas particulares de fisioterapia no município de

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Teresina – PI, no período compreendido entre Abril e Julho de 2013.

A amostra foi composta por 16 indivíduos de ambos os gêneros que realizavam atendimento em fisioterapia aquática para o tratamento de discopatias degenerativas na coluna lombar.

Em relação ao protocolo de atendimento hidroterapêutico, nos locais onde a pesquisa foi realizada, o tempo utilizado para cada item do protocolo foi o mesmo para todos os pacientes (10 minutos de aquecimento, 10 minutos de alongamento, 20 minutos de fortalecimento e 10 minutos de relaxamento), ressaltando-se ainda que não houve a utilização de outras técnicas da fisioterapia aquática tais como Watsu e Bad Ragaz.

Os critérios de inclusão utilizados na pesquisa foram à avaliação de pacientes de ambos os gêneros, com idade variando entre 20 a 75 anos, com diagnóstico confirmado de lesão discal na região lombar, apresentando sintomatologias específicas (lombociatalgia, lombalgia, parestesia, fraqueza muscular, diminuição da amplitude de movimento da coluna lombar, alterações de marcha), que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídos da pesquisa pacientes cujos sintomas não estejam relacionados com a dor e pacientes em pós-operatório imediato de cirurgia de hérnia discal (15 dias pós-operatório).

O instrumento de coletas de dados utilizado foi um questionário, que constou de informações sobre os dados pessoais do paciente, referentes à patologia e sobre o tratamento realizado na piscina terapêutica. O questionário foi aplicado uma vez apenas com cada paciente, que tinha realizado pelo menos cinco atendimentos de fisioterapia em água aquecida.

Após o preenchimento da identificação pessoal foi realizado o preenchimento do questionário Escala Visual Analógica (EVA), que auxiliou na aferição da intensidade da dor no paciente antes e após o tratamento hidroterapêutico e também verificou a evolução do paciente durante o tratamento de maneira subjetiva, analisando a efetividade do tratamento através da melhora ou piora do quadro de dor.

Em seguida, os pacientes preencheram o Inventário de dor de Winsconsin, que permitiu avaliar a interferência da dor na vida do indivíduo. Corresponde a um diagrama no qual o paciente dirá, em escalas de 0 a 10, o quanto a dor interferiu nas atividades de vida diária, como humor, habilidade de caminhar, trabalho, relacionamento com outras pessoas, sono e ao apreciar a vida. O procedimento teve duração

máxima de 15 minutos e foi realizado de forma individual e única com cada paciente.

Os resultados da pesquisa foram tabulados e apresentados em forma de tabelas e gráficos nos programas SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) e Microsoft Office Excel 2007, com posterior discussão dos dados obtidos.

O estudo foi desenvolvido após a autorização dada pelas clínicas de fisioterapia aquática e do comitê de ética sob número de protocolo 08298/2013 do Centro de Ensino Unificado de Teresina - CEUT.

Resultados

A tabela 1 demonstra as caracteristicas sociais dos paciemtes participantes da pesquisa.

Tabela 1. Caracterização social dos pacientes

submetidos a um programa de hidroterapia participantes da pesquisa (n=16). Teresina-PI, 2013. Variáveis N % Gênero Masculino 11 68,8 Feminino 05 31,2 Profissão Engenheiro Civil 02 12,5 Professor 02 12,5 Comerciante 02 12,5 Motorista 01 6,25 Aposentado 01 6,25 Outros 08 50,0

A Tabela 2 mostras os dados descritivos da idade e variáveis antropométricas dos pacientes.

Tabela 2. Dados descritivos da idade e variáveis

antropométricas dos pacientes submetidos a um programa de hidroterapia participantes da pesquisa (n=16). Teresina-PI, 2013. Variá veis dia ±D.P Míni mo Media na Máxi mo Idade (anos) 43,38 14,87 22,00 45,50 74,00 Peso (kg) 78,06 13,83 64,00 77,00 110,0 Altura (m) 1,70 0,09 1,52 1,69 1,84 IMC (kg/m²) 27,24 4,58 20,09 27,34 33,95

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A Figura 1 representa a classificação nutricional de acordo com o índice de massa corporal dos pacientes.

Figura 1. Classificação nutricional segundo índice

de massa corporal dos pacientes submetidos a um programa de hidroterapia participantes da pesquisa (N=16). Teresina-PI, 2013.

A Tabela 3 demonstra a caracterização clínica dos participantes da pesquisa.

Tabela 3. Caracterização clinica dos pacientes

submetidos a um programa de hidroterapia participantes da pesquisa (n-16). Teresina-PI, 2013. Variáveis N % Diagnostico médico Hérnia de disco 08 50,0 Abaulamento Discal 02 12,5 Protrusão 06 37,5 Diagnostico cinesiológico Lombociatalgia 08 50,0 Lombalgia 08 50,0 Tempo tratamento fisioterapêutico Até um ano 14 87,4 Entre um e dois anos 01 6,3

Mais que dois

anos 01 6,3 Frequência de atendimento fisioterapêutico 1 vezes por semana 01 6,3 2 vezes por semana 10 62,5 3 vezes por semana 01 6,3 5 vezes por semana 04 25,0

A Figura 2 demonstra os dados comparativos em média da EVA dos participantes.

Figura 2. Dados comparativos em média da dor

(EVA) relatada pelos pacientes antes e após o tratamento (n=16). Teresina-PI, 2013.

Legenda: p<0,001: diferença extremamente significativa entre as médias.

Figura 3. Dados referentes à interferência da dor

24 horas segundo o questionário de Dor de Wisconsin (n=16) após tratamento hidroterapêutico. Teresina-PI, 2013.

Discussão

Como demonstrado na tabela 1, dos 16 pacientes da pesquisa 11 eram do gênero masculino e 05 do gênero feminino. Estes dados concordam com Negrelli (2001), que afirma que 2 a 3 % da população são acometidos desse processo, cuja prevalência é de 4,8% em homens

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Entretanto, em seu estudo, Silva, Fassa e Valle (2004) observaram que a dor lombar crônica foi significativamente maior no gênero feminino e, conforme aumentava a idade dos indivíduos, houve uma tendência de aumento linear da frequência de dor. Em contrapartida, Hochschuler e Reznik (2000) afirmam que as mulheres não sofrem mais com dores do que os homens, apenas costumam procurar o médico quando tem problemas, enquanto que os homens adiam a consulta ao profissional.

Quanto à profissão exercida pelos indivíduos da pesquisa como relacionado na Tabela 01, notou-se uma grande variedade de profissões; dentre estas, as mais significativas foram os engenheiros civis, professores e comerciantes com 12,5 % cada, seguidos de motoristas e aposentados, com 6,25 % cada. Outras profissões (agrônomo, assistente social, cabeleireira, dona de casa, eletricista, funcionário publico, secretária, zelador) corresponderam a 50% da amostra.

No presente estudo, observou-se que a média de idade dos pacientes com discopatia degenerativa dolorosa é de 43,38 anos com desvio padrão de ±14,87, ou seja, com variável entre 28,51 e 58,25.

Segundo Negrelli (2001), a média para o aparecimento de hérnia de disco é de 37 anos, ocorrendo mais comumente em pacientes entre 30 e 50 anos, embora possa ocorrer também em adolescentes e idosos, sendo rara em crianças.

Silva, Fassa e Vale (2004) em seu estudo, observaram que a prevalência de dor lombar, de acordo com a idade, apresentou um aumento linear significativo, sendo que a faixa entre 50 e 59 anos apresenta o maior risco, cerca de oito vezes mais dor lombar crônica do que na faixa entre 20 a 29 anos. O risco aumentado nesta faixa de idade deve-se ao fato de que os processos degenerativos, de um modo geral, podem estar bem avançados, trazendo como consequências o desgaste das estruturas ósteo-musculares e orgânicos.

De acordo com a exposição dos dados observou-se que dentre as discopatias degenerativas da coluna lombar a mais frequente foi à hérnia discal presente em 08 pacientes (50 %) dentre os indivíduos da pesquisa. Em seguida, observa-se a protrusão discal com 37,5 % (06 pacientes) e o abaulamento discal com 12,5 % (02 pacientes).

Ortiz e Abreu (2000) relatam que 80 % da população mundial adulta terão ou tem lombalgia e que 30% a 40% desta população apresentam hérnia de disco lombar de forma assintomática.

Sob a ótica de Goldenberg (2003), uma das atitudes mais comuns para aliviar a dor nas

costas é tomar um remédio antiinflamatório; apesar do alivio, esta prática acaba mascarando a protrusão discal, e com a continuidade de determinadas atividades ocorre um aumento da mesma, podendo evoluir para uma hérnia discal.

Em relação ao diagnostico cinesiológico as principais alterações funcionais encontradas foram lombalgia com 50 % (08 casos) e a lombociatalgia com 50 % (08 casos).

Conforme Ortiz e Abreu (2000), estudos realizados nos últimos 50 anos no Reino Unido mostraram que acima dos 35 anos de idade, 40% dos homens e 33% das mulheres apresentaram em algum momento da vida sintomas de dor lombar irradiada para os membros inferiores, sendo que a dor ciática sugerindo hérnia discal foi encontrada em 3,1% dos homens e 1,3% das mulheres.

Coelho et al. (2009) ressaltam que o quadro clássico de hérnia de disco é uma dor, de início aguda na região da coluna lombar e que vai se irradiar, em direção a perna até chegar ao pé. Este quadro é conhecido como lombociatalgia, pois a dor é ao longo do nervo ciático; estes são os sintomas mais frequentes das hérnias de disco. Foi realizado um estudo por McIlveen e Robertson (1998), randomizando-se paciente com lombalgia e lombociatalgia para tratamento hidroterápico em grupo experimental e controle. O diagnóstico mais frequente foi degeneração do disco intervertebral e condições degenerativas da coluna. Após 4 semanas, com sessões de 60 minutos 2 vezes por semana, os pacientes do grupo experimental apresentaram melhora significativa da capacidade funcional. Os pacientes do grupo controle apresentaram uma deterioração da funcionalidade. Assim, os resultados encontrados corroboram com os resultados do presente estudo, no qual observou-se que a frequência de atendimentos mais comum foi de duas vezes por semana (62,5 %), seguida de cinco vezes por semana (25 %).

Langridge e Phillips (1988), concluíram que, dos 27 pacientes do tratamento hidroterapêutico, 85% relatou alívio da dor após 6 meses de tratamento. No presente estudo, observou-se que 87,4 % dos pacientes realizavam a fisioterapia aquática há menos de um ano, 6,3 % entre 1 e 2 anos e 6,3 % acima de 2 anos.

O gráfico 02 expõe a diferença na intensidade da dor antes e após a aplicação da EVA (em anexo) que varia de 0 a 10, demonstrando que antes do tratamento hidroterapêutico observou-se uma média de dor igual a 9,03 e após a realização do tratamento em água aquecida a média ficou em 3,63.

Smit e Harrison (1991) submeteram 19 pacientes com lombalgia crônica a tratamento

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hidroterapêutico, onde 14 desses pacientes relataram diminuição da dor e 16, aumento da mobilidade tóraco-lombar. Estes dados corroboram os estudos realizados por Langridge e Phillips (1988), que concluíram que, dos 27 pacientes do tratamento hidroterapêutico 85% relatou alívio da dor. Em contrapartida, McIlveen e Robertson (1998) não encontraram resultados satisfatórios em relação à melhora da dor e mobilidade da coluna nos pacientes submetidos à hidroterapia. Entretanto, o mesmo acredita que o tempo de tratamento a que a amostra foi submetida foi curto (2 vezes por semana por 1 mês).

Cunha e Caromano (2003) relatam que a água possui certas propriedades físicas que têm uma influência direta no alívio da dor e promoção do relaxamento muscular. O empuxo, por exemplo, age na direção oposta à força da gravidade, podendo então, promover um alívio de peso, de acordo com a produção de corpo imerso abaixo do nível da água, concordam com os dados mencionados por Konlian (1999) em que a diminuição da força da gravidade permite ao paciente exercitar-se em um ambiente com redução das cargas compressivas. A ausência de peso conduz a uma restauração da movimentação normal, o que favorece a ausência da dor mesmo após a terapia.

Os dados de Konlians (1999), concordam com os demais estudos que afirmam que a fisioterapia aquática proporciona analgesia por meio de suas propriedades físicas, concordando com os resultados da presente pesquisa em que se pode observar uma diferença significativa entre os níveis de dor, apresentando uma media de 9,03 antes da realização da reabilitação aquática e de 3,63 após a realização da mesma.

No presente estudo, mensurou-se a interferência da dor na qualidade de vida dos indivíduos da pesquisa, através do Inventário de Dor de Wisconsin. Observou-se que os principais itens nos quais a forte interferência foi um pouco mais significativa foram no trabalho e humor (25 % cada), seguidos de habilidade ao caminhar e atividades gerais (18,8 % cada).

Em sua revisão bibliográfica, Pires (2008) aponta que existe uma perda da qualidade de vida do paciente com o quadro de hérnia discal. A dor, irradiada ou não, dentre outros fatores, acarreta em mudanças constantes de humor e incapacita o indivíduo no trabalho, levando grande parte da população economicamente ativa a ter dores crônicas, principalmente por más posturas, levantamento excessivo de peso e posturas estáticas prolongadas. Tal resultado corrobora os achados do presente estudo, no qual houve maior

interferência no trabalho e humor dos indivíduos ambos com 25 % de interferência.

Segundo Cox (2002), as alterações motoras no caso de hérnia discal, principalmente a dificuldade na deambulação, representam efeitos colaterais sérios que podem incapacitar os indivíduos afetados na realização de suas AVD’s. Num estudo realizado por Ponte (2002) em relação à avaliação desse item, foi possível observar que a limitação dos aspectos físicos é grave em indivíduos portadores de hérnia de disco. Assim, os estudos acima citados vão de acordo aos resultados encontrados, visto que se observou interferência na qualidade de vida dos indivíduos em relação às atividades gerais e deambulação (18,8 %cada).

Ponte (2002) analisou a qualidade de vida de indivíduos com hérnia de disco lombar submetidos a tratamento conservador e compararam a indivíduos saudáveis. Concluiu nesse estudo o quanto a capacidade funcional e a satisfação com a vida de indivíduos portadores de hérnia discal estão comprometidas e o quanto interferem na qualidade de vida quando comparados aos indivíduos saudáveis. Em contrapartida, observa-se no presente estudo, que a maioria dos pacientes relatou que a dor não interferiu ou interferiu pouco no que diz respeito à apreciação da vida e relacionamentos, com 62,5 % e 62,4 %, respectivamente.

Em seu estudo, Langridge e Phillips (1988) concluíram que, dos 27 pacientes do tratamento hidroterápico, 96% relatou aumento da qualidade de vida e 67% diminuição dos custos com médicos, concordando com o presente estudo em que, apesar de limitar alguns aspectos da vida do indivíduo, a dor causada pelas discopatias degenerativas mostrou não interferir nos principais fatores que levam a uma diminuição da qualidade de vida, tais como apreciar a vida (62,5 %), qualidade dos relacionamentos (62,5 %) e sono (52,3 %) após a fisioterapia aquática.

Conclusão

Conforme a avaliação social, clínica e funcional dos pacientes com discopatias degenerativas, observou-se a predominância do gênero masculino, cuja faixa etária média enquadra-se na população economicamente ativa, sendo a hérnia de disco a patologia mais freqüente dentre elas. Tais resultados caracterizam o perfil do paciente com discopatia degenerativa e apontam para a necessidade de maiores orientações postural aos trabalhadores, principalmente aos que permanecem em posturas estáticas ou carregam peso excessivo.

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Em relação à avaliação da intensidade da dor antes e após o tratamento com a fisioterapia aquática, notou-se uma diminuição significativa da dor (60%), demonstrando a eficácia da fisioterapia aquática no tratamento da dor em pacientes com esta patologia. Quanto à interferência da dor na qualidade de vida após o tratamento com a fisioterapia aquática, observou-se que, apesar de haver interferência em alguns itens, esta não foi significativa, demonstrando que a fisioterapia aquática melhora a qualidade de vida e a execução das AVD’s.

Referências

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Referências

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