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ESCOLA EU COMO ALUNO O QUE TENHO A VER COM ISSO?

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Academic year: 2021

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ESCOLA – “EU COMO ALUNO O QUE TENHO A VER COM ISSO”?

Andréia T.S. Machado – professora Séries Iniciais. Selma T.H.Arendt – professora de História Liamara V. Ribeiro – professora de Ciências. Elaine C. Rech – professora de Educação Artística

Resumo

A sociedade está em permanente transformação, quer sob o ponto de vista social, tecnológico, educacional, fato que requer uma escola orientada no sentido de oportunizar a todos os seus usuários agentes dessa transformação. A exposição ao diálogo, o ponto de vista dos alunos são fatores que tornam uma escola reinventada no dia-a-dia. Com tudo isso vem a motivação para a elaboração do presente trabalho, vem da vontade de investigar, conhecer as relações e inter-relações entre as pessoas que compõem a vida cotidiana na nossa escola. A turma 6.2 da Escola Municipal de Ensino Fundamental Demétrio Moreira da Luz, neste ano de 2006, escolheu o tema ESCOLA – “Eu como aluno o que tenho a ver com isso?” As informações objeto de pesquisa e analise foram divididas em três partes: escola, aluno, família. O meio social do aluno também compreende a escola e suas relações com os professores, que exercem grande influência sobre a sua formação e sobre suas maneiras de ver seu mundo estudantil, com todas as suas implicações. Repensar o meio social da escola é uma necessidade, pois, constata-se, o fato que a escola não consegue ser suficientemente útil ou necessária a sua clientela. Pensando nisso como os alunos avaliam a nossa escola? Como avaliam seus professores, suas metodologias? Sabemos o que os alunos pensam da nossa escola? Ao inverter o sentido, o que dizem suas opiniões? E quanto às famílias desses alunos? Essas refletem sobre a ação docente e suas conseqüências? As famílias têm preocupação com o desenvolvimento educacional de seus filhos? Como reagem a respeito de notas? Assim sendo, colocar a disposição do aluno a pesquisa de opinião para que ele possa vivenciar uma realidade sobre a qual tem informação, mas nem sempre a conhece. O cotidiano escolar é muito dinâmico. Ele é formado pela inter-relação de várias dimensões. Para a maioria de nossos alunos a classificação é de valorização à sua escola, apóiam as metodologias e sentem que a escola é comprometida com sua filosofia.

Palavras-chave: alunos – escola - professores família - opinião.

Escola – “eu como aluno o que tenho a ver com isso”?

As relações entre a escola, família, aluno, têm se modificado muito nas últimas décadas. Ao professor cabe, pois dirigir o processo de construção da coletividade em sala de aula. Se a realização da humanidade das pessoas acontece quando elas sentem que contribuem para a construção da felicidade coletiva; se a felicidade nunca pode ser encarada como um bem individual, mas sim como um bem coletivo; se o professor enquanto coordenador do processo tem a consciência da interação social. Dá-se muita ênfase ao que o professor pensa e sabe do aluno, da escola, Este processo, não separa apenas umas pessoas umas das outras; não se reconhece o aluno como agente de interferência de transformação? Sabemos o que esse aluno pensa sobre a sua escola, sobre seus professores, sobre as suas metodologias? Ao inverter o sentido, o que dizem suas opiniões? As famílias têm preocupação com o desenvolvimento educacional dos seus filhos? Como os pais reagem diante das notas de provas e boletins? Com esse artigo pretendemos estabelecer relações e refletir criticamente

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sobre o desenvolvimento do ensino na sociedade contemporânea. Esse artigo faz parte do projeto NEPSO, desenvolvido junto aos alunos da turma 62 da Escola Municipal de Ensino Fundamental Demétrio Moreira da Luz, São Marcos – RS. Com isso os estudantes desta turma poderão exercitar as habilidades de comunicação entre os colegas da escola, trocando opiniões com os mesmos, avaliando seus professores, metodologias e trazendo o olhar da família sobre a escola, analisando a atuação do professor. Constituindo assim um exercício de respeito ao outro, solidariedade no relacionamento com os colegas de escola. Pretende-se também estimular os estudantes para que sintam-se estimulados a aprender/conhecer/fazer de forma criativa e séria o elo entre família, aluno, escola.

Escola, um caminho de mudanças.

Para se saber a importância do ensino na vida dos estudantes, é preciso conhecer as suas histórias de vida; o contexto em que estão inseridos.

Sabemos que a educação brasileira está mudando para melhor, qualificando seus professores, e os próprios professores interessados em melhorar para que possam continuar nessa profissão. A luta dos educadores não é somente por salários dignos, melhores condições de trabalho, por uma escola pública gratuita de boa qualidade, cursos visando qualificação, entre outras. Sempre houveram discussões acerca do assunto. Mas ainda há um longo caminho a trilhar no que diz respeito aos estudantes. Conforme afirma Paulo Freire 1 “Uma das radicais diferenças entre a educação como tarefa dominadora, desumanizante, e a educação como tarefa humanizante, libertadora está em que a primeira é um puro ato de transferência de conhecimento, enquanto a Segunda é ato de conhecer.” Sabemos que as nossas crianças, jovens são de alguma forma semelhantes, mas, por outro lado, são imensamente diferentes dos outros. Não há duas crianças iguais, isso os obriga por si só, definir mesmo que no meio de muitas influências, a sua personalidade e individualidade são diferentes. A escola é um tempo de comunicação, fantasia, exploração, descoberta, construção, tempo de movimento, de iniciativa, experiência, socialização. É um espaço coletivo de construção de direitos e deveres, ética, valores, cidadania e responsabilidade, de exercício de democracia, diálogo, justiça e igualdade. Espaço de compreensão crítica dos meios de comunicação, respeito à diversidade cultural, étnica, de gênero, opção sexual, política e religiosa. A escola precisa ir além de um lugar agradável. Deve ser um espaço estimulante, educativo, seguro, afetivo. Se nós professores dentro de uma filosofia de

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perspectiva transformadora, o falar e o fazer deverá estar próximo teoria e prática. Moacir Gadotti 2 “Nós professores, vimos, ao longo do tempo, baseando nossas ações em crenças rígidas, criadas ao longo da história e mantidas por nossa insegurança de mudar”. A educação escolar é um processo de desenvolvimento global da consciência entre educador e educando. A escola compete integrar, dentro de uma visão de totalidade, os vários níveis de conhecimento. Liliane Régis pedagoga da Universidade de Curitiba nos diz 3. A escola não é uma fábrica onde os produtos finais são homens encaixotados saindo com um manual de instrução. A escola é um espaço de construção”.

Discutindo e analisando o questionário elaborado na pesquisa de opinião destaca-se a pergunta número 2 “O que você acha da sua escola?” dos 57 entrevistados, 21 deles consideram a escola boa, 17 deles disseram que a escola é ótima, 8 disseram que é regular, 3 que é ruim. Percebe-se um grau de satisfação em relação a escola, desconstruindo a concepção que tínhamos, achando que os alunos estavam descontentes com a escola.

Professor e aluno – um espaço para a troca

Quando um professor acredita que é transmissão de conteúdos, exposição de conteúdo, lições e exercícios de fixação, o aluno não se sente motivado, no entanto, quando, esse professor propõe estabelecer um diálogo entre os conhecimentos que os alunos adquirem, uma vez que eles participam de vários grupos sociais, produzem e reproduzem várias regras, valores, hábitos e costumes. Além da família, do bairro, do clube, do encontro com amigos, da igreja, da escola, de associações e organizações, difundem valores, regras. Quando esse aluno é estimulado e é respeitado “enquanto ser humano em construção”, respeitado no seu meio, o professor não será apenas “o professor”, ele estará estabelecendo um diálogo, estará humanizando a educação. Rubem Alves4 em seu livro “conversas com quem gosta de ensinar diz: não sei como preparar o educador. Talvez isto não seja nem necessário e nem possível.. É necessário acordá-lo”. Ao professor, cabe o processo de construção, onde as relações estão em crise. Onde não há espaço para as trocas, diálogo há uma ruptura.

Ainda analisando resultados da pesquisa de opinião, na pergunta número 2 perguntas relacionadas ao aluno, a pergunta era “Para você o estímulo para ir a escola vem?”, 22 deles responderam que vem da família, 21 deles disseram que vem deles mesmos, 4 dos professores e 2 dos amigos.

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GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1995. 3

RÉGIS, Liliane. Revista Educatio p 18. Março de 2005. Editora Chiarp 4

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Parceria da família/professores/alunos

No universo da escola, podemos afirmar que as práticas pedagógicas norteiam e valorizam, contribuem para a emancipação social. Entretanto o compromisso das famílias, a responsabilidade de pai e mãe está sendo cada vez mais, jogada nos ombros da escola. A ausência da família esta trazendo alunos com sérios problemas de aprendizagem. A família está ausente nos diversos espaços e tempos sociais. Formar pessoas é tarefa, sem dúvida da escola, a mais importante tarefa é formar pessoas para o exercício da autonomia- intelectual, moral e social. Isso significa, dizer que, é preciso parceria, apoio da família. Ampliar essa responsabilidade não é renegar deveres, sim a possibilidade de não se der uma sociedade individualista, onde somente cobram-se direitos, exige-se levar em consideração que a escola está passando por uma política de desestruturação, com efeitos danosos, conforme afirma Howard Gardner5 diz “não adianta mudar o comportamento sem transformar o pensamento”, quando as mudanças simples acontecem, a escola não fica perdida no meio da indiferença da família. E para nossa surpresa a pergunta relacionada à família “Seus pais o incentivam e/ ou ajudam na realização de seus temas e trabalhos em casa”? Veja o gráfico abaixo:

2. Seus pais o incentivam e / ou ajudam na realização de seus temas e trabalhos em casa?

10 22 17 0 5 10 15 20 25

Sim Às vezes Não

Dos 49 entrevistados - 22 dos entrevistados responderam que seus pais incentivam e ou ajudam na realização de seus temas e trabalhos em casa; 17 responderam que às vezes; e 10 responderam que não recebem ajuda nem incentivo de seus pais em casa na realização de seus temas e trabalhos.

Considerações finais

O papel da escola mudou muito nos últimos anos, o mundo mudou e a escola também seguiu a direção da mudança. As atividades na escola não são feitas de cima para baixo. A

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escola está consciente que deve preparar os alunos para enfrentar o dia-a-dia e os desafios da vida. As escolas necessitam formar cidadãos críticos, éticos, autônomos e solidários, no Saber, no Ser, no Fazer e no Conviver. A escola é depois da família, o primeiro ambiente, consequentemente abandona-se o individual e vem para o coletivo. A relação família e escola é fundamental, sem esquecer, que isso é uma forma de humanizar a educação.

A complexidade do processo educacional trouxe ao mesmo tempo das transformações tecnológicas, um momento único, de intercâmbio, da troca, do compartilhar e através dessa pesquisa de opinião constatamos que a nossa escola é valorizada por nossos alunos, que as ferramentas metodológicas utilizadas por nossos professores são bem recebidas por nossos alunos, às famílias não estão ausentes como se pensava. A escola não pode ter o recreio somente como atrativo, ela deve ser um lugar de alegrias, criatividade e responder a exigências de seu tempo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 2002.

ANDRADE, Mariza Guerra de. “Ensino e pesquisa na sala de aula”. In. “Presença

Pedagógica”. Belo Horizonte: Dimensão, Jan/Fev. 1995.

BOFF, L. Críticos, criaturas, cuidantes. Correio Rio Grandense. Nº. 4883. Caxias do Sul, Nº 28 Abr. 2004.

CARRAHER, Terzinha. (org.). Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez. 1988.

ESCOLA - A Revista do professor. As diversas faces da escola. Nº. 165, Ano 2003.

EDUCATIO – A revista da Educação. Prática educativa: processo versus produto. Nº. 52, Ano 2006: Cipriano Luckesi. (p. 20-21),

ERIKSON, EriK H. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da Educação. São Paulo: Artmed, 2000.

MORIN, Edgar. Jornal do MEC - O Ensino deve favorecer a arte de agir. Brasília. Ago. 2000. (p. 08).

MORIN, Edgar. O método e a ética. Porto Alegre: Sulinas, 2005.

VASCONCELOS, Celso. Disciplina – Construção da disciplina consciente e interativa em

Referências

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