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O ARQUIVO HISTÓRICO A. A. F.

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Academic year: 2021

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O ARQUIVO HISTÓRICO A. A. F.

Paula Montes Leal Responsável pelo Arquivo Histórico A. A. F Parte do Grupo Sogrape desde 1 987, o Arquivo Histórico A. A. F. nasce em 1 9 8 1 quando a administração da Casa Ferreirinha convida Maria Luísa Rosas Nicolau de Almeida de Olazabal a proceder à inventariação e organização do espólio existente 1, trabalhos que levou a cabo até Junho de 2000. ·

É

graças à sua dedicação e ao seu vasto conhecimento do sector do vinho do Porto ao qual está ligada por raízes familiares (seu pai, Fernando Nicolau de Almeida, foi, durante 62 anos, responsável pela Direcção de Enologia da Casa Ferreirinha e figura de grande destaque no sector vitivinícola nacional e sua mãe, Maria José Ramos Pinto Rosas Nicolau de Almeida, está ligada a uma família de grandes tradições no vinho do Porto 2; é casada com Francisco Olazabal, - descendente de D. Antónia Adelaide Ferreira e último admi­ nistrador da casa Ferreira, antes da passagem definitiva para a Sogrape -, e irmã de João Nicolau de Almeida, actual administrador da Casa Ramos Pinto) que este projecto é desenvolvido ao longo de quase vinte anos, essencialmente sobre os documentos da família Ferreira (quer particulares, quer da empresa) mas trabalhando, ainda, os fundos das casas Hunt Roope, Constantino, e Forres ter 3, assim como de outras empresas de nome menos sonante, algumas já extintas, que, em tempos estiveram ligadas às anteriores e que adiante men­ cionaremos .

. O espólio documental do Arquivo Histórico baseia-se, essencialmente, nos arquivos das firmas já referidas 4:

- Ferreira

Segundo a tradição (uma vez que não foi encontrado, atá à data, ne­ nhum documento que o comprove), a firma tem início em 175 1 . Os nossos registos começam em 1752 e estão divididos por cerca de 9.200 unidades de instalação.

Relativamente aos Séculos XVIII e XIX, a documentação manuscrita da Casa Ferreira inclui diversas séries de livros e pastas de contabilidade, cor­ respondência, inventários, lembranças, compras e movimentos de vinhos, vendas, casas e foros, além de numerosos documentos particulares (cer­ tidões, escrituras, cartas, etc.). Algumas das séries seguem para o Século XX (por exemplo, a correspondência e a contabilidade), período onde novas séries (ainda não totalmente identificadas) surgem (por exemplo, bancos, estatísticas, salários, marcas e patentes, marketing, turismo ... ).

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De referir que, além do negócio do vinho do Porto, há registos, por exemplo, sobre as Companhias de Navegação a Vapor (de António Bernardo Ferreira II, primeiro marido de D. Antónia) e sobre a vedeta Rodo (já em meados do século XX).

- Hunt Roope

Embora a firma seja mais antiga (as várias farm1ias que estão na origem desta empresa têm negócios em Portugal pelo menos desde meados do séc. XVII), a casa que está directamente na origem da Hunt, Roope

&

c.a - a Holdsworth, Olive

&

Hunt - estabelece-se em Vila Nova de Gaia em 1735, tendo sido comprada pela Casa Ferreira (à altura, Companhia Agrícola e Comercial dos Vinhos do Porto) em 1956. Os documentos de que dispo­ mos começam em 1755, constando de 1 .206 unidades de instalação. Segundo vários investigadores ingleses, americanos e canadianos -este arquivo é o mais completo dos vários que a casa tinha nos seus escritórios (além de Portugal, também em Inglaterra e no Canadá). Além disso, é, na opinião de Paul Duguid, historiador da Universidade da Califórnia - Berkeley, o mais completo existente no sector.

Para os Séculos XVIII e XIX (com alguma ressalva para a última década do século XVIII, em que se notam algumas falhas), encon­ tramos os usuais Diários, Livros de Razão, Copiadores .. . assim como os caixotes de correspondência recebida.

No Século XX sucede o mesmo que na Casa Ferreira: algumas séries seguem, novas séries surgem, seguindo a evolução da empresa.

De notar que até finais do Século XIX a Hunt Roope (tal como inúmeras empresas do sector) também negociava com peixe, registos que constam, igualmente, deste arquivo.

Constantino

Na sua origem denominada Constantino de Almeida, é a firma mais recente, tendo surgido em 1 877.

É

comprada pela Ferreira na década de 50 do Século XX. Os documentos reunidos começam em 1 927, somando 6 1 7 unidades de instalação.

Neste fundo podemos encontrar as séries que reflectem o funcionamento de uma empresa do sector: contabilidade, finanças, pessoal, comercial .. . - Forrester

Casa estabelecida em Portugal em 1737 (à altura, Etty, Offley

&

Co.), foi comprada pela Sogrape em 1 996. Os nossos registos começam em

1779 e estão divididos por cerca de 5 .950 unidades de instalação 5• Apesar de começar no Século XVIII, o arquivo da Forres ter é o mais incompleto. Não obstante, as séries de correspondência e contabilidade seguem até cerca de 1 960 6• Os registos mais completos começam cerca de 1 980.

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O ARQUIVO HISTÓRICO DA A. A. FEREIRA

De realçar, no entanto, o bom estado dos seus documentos.

- Outras empresas (séries e datas ainda por confirmar) : Marquês del Mérito, Hanappier

&

Peyrelongue, Sellers e Ferro, Menéres, Rozes, Vibena, Morgado e Silva, Rodrigues Pinho, Diez Hermanos .. .

Actualmente, este trabalho de inventariação e organização está a ser con­ tinuado no sentido de serem elaboradas bases de dados sobre as várias colecções, por forma a agilizar a pesquisa que, em tão grande espólio, se toma extremamente pesada.

Assim, e sem que se tenha procedido a qualquer alteração física no arranjo do Arquivo, estão a ser levados a cabo os trabalhos de registo, verificação de datas, contagem e medição. Mais tarde, com o levantamento completo, será possível concretizar as séries existentes, elaborar tabelas de classificação, veri­ ficar se há hipóteses de eliminação de algumas parcelas, e proceder a novo arranjo que envolva já tarefas de limpeza e acondicionamento definitivo.

Para além desta documentação, o Arquivo alberga, ainda, colecÇões de fotografia (por exemplo, de Emílio Biel e Domingos Alvão, com 800 devida­ mente tratadas), plantas (das quintas, dos armazéns .. . ) rótulos (uma colecção imensa, com mais de 90 álbuns registados, com início no Século XIX), carim­ bos, filmes, material publicitário variado e uma biblioteca especializada em contínua construção.

Este projecto da Casa Ferreira e o trabalho pioneiro de Maria Luísa Olazabal permitiram a utilização do Arquivo por parte de historiadores, geó­ grafos, economistas e antropólogos, que aí têm desenvolvido pesquisas para a realização de diversos estudos 7

O Grupo Sogrape, ao qual a A. A. F., SA pertence desde 1 987, mantém a mesma política de preservação (de notar que o fundo Forrester foi já uma incorporação feita pela Sogrape) e divulgação deste Arquivo cujos materiais, só no que respeita ao ano 200 1 , foram utilizados para várias publicações 8, exposições 9 e investigações académicas 10•

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ARQUIVO HISTÓRICO

A. A. F.

BIBLIOTECA

Marquês dei Mérito Hanappier & Peyrelongue Menéres Morgado e Silva Sellers e Ferro Vibena -t---1 Rodrigues Pinho Diez Hennanos Colecção rótulos FERREIRA HUNT ROOPE CONSTANTINO FORRES TER Outras

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lO

O ARQUIVO HISTÓRICO DA A. A. FEREIRA

.NOTAS

PEREIRA; Gaspar Martins; OLAZABAL, Maria Luísa -Dona Antónia. [Porto] : A. A. Ferreira I B .P.I., 1996.

Idem.

Optámos por designar as firmas de uma forma genérica uma vez que, ao longo dos anos (ou melhor, dos séculos), muitas foram as alterações das suas razões sociais. É, portanto, com todo o respeito que a Casa Ferreira (actual A. A. F., SA) é mencionada simplesmente como "Ferreira", o mesmo acontecendo com as casas "Hunt Roope" (actual Hunt, Roope

& C.", Lda.), "Forrester" (actual Forrester & C.", SA) e "Constantino" (que, actualmente, só existe como Hunt-Constantino Vinhos, Lda.).

De notar que ainda estamos numa fase preliminar da organização deste Arquivo, pelo que os nossos conhecimentos estão em constante evolução. Assim, não só algumas datas aqui indicadas podem, com o decorrer dos trabalhos, vir a sofrer alterações como alertamos para o facto de o número de unidades de instalação (pastas, capas, caixas . . . ) ser meramente indicativo. Assim, este número ainda não é definitivo - mesmo no que respeita à documen­ tação histórica - uma vez que continua a ser-nos entregue documentação anteriormente dis­ persa; além disso, no futuro, haverá que proceder a novo an·anjo, especialmente pela insta­ lação definitiva dos documentos, após limpeza e acondicionamento apropriado em materiais estáveis.

Nesta contagem se incluem os registos de outras firmas relacionadas com a Forrester que, pelas razões já apresentadas, serão designadas genericamente e das quais apresentamos como exemplo a Diez e a Rodrigues Pinho.

Em 1 962, a Offley, Forrester & C.", Lda. é comprada por uma sociedade que inclui, entre outros, a Sandeman e a St. Raphael.

PEREIRA; Gaspar Martins; OLAZABAL, Maria Luísa -Dona Antónia. [Porto] : A. A. Ferreira I B .P.I., 1996.

Por exemplo: PEREIRA; Gaspar Martins -Duzentos e cinquenta anos da Casa Ferreira. [S. 1.]: A. A. Ferreira I Sogrape, 200 1 ; ARAÚJO, Henrique Gomes - A Casa Ferreira. A construcção antropológica do sucessor. [Lisboa] : Sogrape I BPI, 200 I .

"Ferreira: 250 Anos de História", Caves A . A . F., SA (org. Sogrape), V. N. Gaia; "Newman Vault Exhibit", Newman Wine Vaults (org. Newfoundland Historie Trust), St. John's, Terra Nova, Canadá.

KONSTA, Mikael Sirvio -Mercantile shipping in Portugal. lmport and export of gro­

ceries in Porto during 1 756-1 763. Tese de mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Helsínquia, Fin1ândia, .em 200 1 ; e duas teses de doutoramento, ainda em curso.

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Referências

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