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Regência 14. Ética, Direito e Política. Professora-Estagiária: Débora Rana Orientadora-Cooperante: Dr.ª Blandina Lopes Ano Letivo: 2018/19

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Regência 14

Ética, Direito e Política

Professora-Estagiária: Débora Rana

Orientadora-Cooperante: Dr.ª Blandina Lopes

Ano Letivo: 2018/19

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Índice

Grelha………...3

Fundamentação científica ………..10

Fundamentação Pedagógico-Didática……….18

Bibliografia………..

Anexos……….

Reflexão………...

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3

Professora-Estagiária: Débora Filipe Rana

Disciplina: Filosofia Ano de Escolaridade: 10º Turma: A

Módulo II: «A Ação Humana e os Valores»

Unidade 3.1: «A dimensão ético-política - Análise e compreensão da

experiência convivencial»

Subunidade 3.1.4: «Ética, direito e política - liberdade e justiça social;

igualdade e diferenças; justiça e equidade»

Sumário: Continuação do estudo sumariado na aula anterior: «Ética, Direito

e Política».

Distinção entre Estado de direito e Estado de não-direito.

O problema da origem e da legitimidade do poder do Estado – a noção de contrato social proposta por John Locke.

Data: 17/05/2019 Duração: 100 minutos Regência Nº: 14 Objetivos:

Gerais:

 Sensibilizar para o direito e o dever de participação cívica.

 Relacionar os domínios do direito, política e da ética.

 Reconhecer a importância de um Estado de direito.

 Conhecer a teoria do contrato social acerca da origem do Estado.

Específicos:

 Explicitar a relação entre ética, direito e política.

 Distinguir normas morais de normas jurídicas.

 Distinguir Estado de direito de Estado de não-direito.

 Formular o problema da legitimidade do poder político.

 Distinguir o estado de natureza da sociedade civil.

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Regência Nº 14

TEMA CONTEÚDOS ESTRATÉGIAS/

ATIVIDADE COMPETÊNCIAS/ OBJETIVOS RECURSOS AVALIAÇÃO Ética, Direito e Política - liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade

A relação entre Ética, Direito e Política.

Diálogo orientado por forma a sensibilizar os alunos para o estudo.

Visualização orientada a uma entrevista ao filósofo espanhol e contemporâneo Fernando Savater.

Leitura orientada de um excerto retirado da obra

Política para um Jovem, de

Fernando Savater.

Motivar e sensibilizar para a temática proposta. Combater possíveis níveis de indiferentismo face à política.

Compreender a política como um domínio que a todos diz respeito. Reconhecer a dimensão social como parte estruturante do ser humano. Esclarecer a noção de sociedade. Savater, F. (1993). Política Para Um Jovem. Lisboa: Editorial Presença. Pontualidade; Material; - Observação direta, atenta e sistematizada; - Participação ativa e democrática; - Qualidade e precisão conceptual e clareza discursiva. - Participação ativa nas tarefas propostas.

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5 Ética, Direito e Política - liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade

A relação entre Ética, Direito e Política.

Leitura orientada de um excerto retirado da obra As

Perguntas da Vida, de

Fernando Savater.

Leitura orientada de dois esquema-síntese, presentes no PowerPoint. Compreender a necessidade de responder às imposições a que a Sociedade obriga.

Sensibilizar os alunos para o estudo.

Introduzir um conjunto de noções fundamentais para o estudo em específico.

Esclarecer a noção de Ética, Direito e Política. Caracterizar o Direito e a Política como formas de organização social. Relacionar os domínios da Ética, Direito e Política. Distinguir normas morais de normas jurídicas.

Diapositivo II e III, presente no

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6 Ética, Direito e Política - liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade

A relação entre Ética, Direito e Política.

Leitura orientada de uma citação retirada do Jornal Observador.

Leitura orientada de uma citação retirada da obra

Tratado da Natureza Humana, de David Hume.

Garantir um contacto mais direto com figuras

políticas, como é o caso do Presidente da República. Esclarecer o porquê da necessidade do Direito numa sociedade.

Explicitar o porquê das normas morais não serem suficientes para o bom funcionamento da sociedade.

Reconhecer que o ser humano para além de dotado de razão é também dotado de sentimentos e que muitas vezes esses sentimentos e/ou interesses

Hume, D. (2001).

Tratado Sobre a Natureza Humana.

Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

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7 Ética, Direito e Política - liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade

Estado de direito e Estado

de não-direito. Leitura orientada de um excerto retirado da obra

Estado de Direito de Joaquim Canotilho. Realização da atividade da página 148, presente no manual adotado. se sobrepõem ao sentido de dever.

Compreender a lei como garantia da imparcialidade.

Distinguir Estado de direito de Estado de não-direito. Reconhecer que o regime democrático é a forma política que mais se adequa aos nossos interesses enquanto cidadãos. Consolidar os conteúdos lecionados. Formular o problema da origem e da legitimidade do poder político. Canotilho, J. (1999). Estado de Direito. Acedido a 10 de maio de 2019, disponível em: http://www.egov.ufsc. br/portal/sites/default/f iles/anexos/32571-39731-1-PB.pdf Manual adotado: Alves, F., Arêdes, J. & Bastos, P. (2013).

Pensar. Lisboa: Texto

Editores.

PowerPoint –

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8 Ética, Direito e Política - liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade O problema da origem e da legitimidade do poder político.

A resposta de John Locke - a noção de contrato Social

Leitura orientada do diapositivo VIII, presente no PowerPoint. Leitura orientada de um esquema-síntese, presente no diapositivo IX – PowerPoint. Leitura orientada de um em excerto retirado da obra

Dois Tratados Sobre o Governo Civil, de John

Locke.

Proporcionar uma visão global da teoria política de John Locke.

Introduzir gradualmente as noções que vão ser

exploradas.

Esclarecer a noção de «estado de natureza». Identificar os direitos naturais do Homem. Esclarecer a noção de Lei natural.

Distinguir estado de natureza de estado civil. Compreender as razões que levaram os homens a organizarem-se em sociedade. Identificar a legitimação do Estado – o consentimento de todos. Locke, J. (2017). Dois Tratados Do Governo Civil. Lisboa: Levoir.

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9 Realização da atividade 1 da página 153, presente no manual adotado Esclarecer a noção de contrato social. Consolidar os conteúdos lecionados. Manual adotado: Alves, F., Arêdes, J. & Bastos, P. (2013).

Pensar. Lisboa: Texto

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Fundamentação Científica – Ética, direito e política – liberdade e justiça

social; igualdade e diferenças; justiça e equidade.

Não dizemos que um homem que não revela interesse pela política é um homem que não interfere na vida dos outros; dizemos que não interfere na vida.

Oração fúnebre de Péricles

Tomando como referência o programa oficial de Filosofia, proposto pelo Ministério da Educação para o 10º e 11º ano de escolaridade do Ensino Secundário, esta aula contempla a abordagem do ponto 3.1, «A dimensão ético-política – Análise e compreensão da experiência convivencial» (especificamente o ponto 3.1.4, «Ética, direito e política – liberdade e justiça social; igualdade e diferença; justiça e equidade»), referente ao segundo módulo «A Ação Humana e os Valores», proposto para o 10º ano de escolaridade.

Dando início à temática «Ética, Direito e Política», os conteúdos propostos para a presente aula encontram-se divididos em dois pontos centrais. Em primeiro lugar, é nosso objetivo esclarecer o vínculo inextricável entre Ética, Direito e Política e, neste âmbito, distinguir normas morais de normas jurídicas, bem como Estado de direito de Estado de não-direito. Em segundo lugar, é nosso intuito formular o problema da origem e da

legitimidade do poder político, fazendo uma breve referência à noção de contrato social

proposta por John Locke. Nesse sentido, a questão base em torno da qual este segundo momento da aula circulará prende-se com a legitimidade política ou o fundamento da soberania. Intenta-se saber qual o fundamento da soberania de um Estado, ou seja, onde reside a sua legitimidade política. Para tal questão tomaremos como nossas as palavras de John Locke quando afirma: “(…) aquilo que inicia e realmente constitui todas as sociedades políticas não é outra coisa que o consentimento (…) isto, e somente isto, principiou ou poderia principiar todos os governos legítimos do mundo” (Locke, 2017, p. 195). Assim, de entre as várias1 justificações de Estado que podemos encontrar salientamos esta: o contratualismo2 – fundamentação do poder legal e político na ideia de

1 A justificação do Estado pode basear-se em princípios contratualistas, como é o caso de Hobbes, Locke

e Rousseau, mas também em princípios democráticos, republicanos, comunitários, entre outros.

2 Esta posição opõe-se à conceção naturalista defendida por Aristóteles. Segundo Aristóteles a

organização social tem uma origem natural, radica na natureza do Homem - «o homem é, naturalmente,

um animal político». Isto significa, pelo menos, três coisas: “ (…) que o homem é «feito para viver em

sociedade»; que quem o faz assim «é a Natureza»; e que (…) «cada homem é incapaz de se bastar a si próprio em situação de isolamento» ” (Amaral, 2018, p. 53). Daí que Aristóteles conclua que há em todos os homens uma tendência natural para se associarem numa cidade, dito de outra maneira, o Homem está destinado a uma vida na polis sendo nela que desenvolve a sua natureza.

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11 contrato, isto é, na união voluntária e no acordo mútuo entre os homens na escolha dos seus governantes e das suas formas de governo.

No programa da disciplina de Filosofia é explícita a sua responsabilidade em contribuir de modo sistemático para a maturidade pessoal e social de cada estudante, o que faz da Filosofia um instrumento da vivência e aprofundamento da vida democrática. Nesta ordem de ideias, é nosso intuito, no decorrer desta regência, salientar o vínculo inextricável entre estes dois polos: eu-tu. De facto, é na tomada de consciência deste binómio que compreendemos uma das frases mais célebres que Comte-Sponville nos deixou e que, por sinal, antecede o texto programático, a saber: aprender a viver juntos. Com ela torna-se explicita a aproximação entre a Filosofia e a manutenção e consolidação da vida democrática. O objetivo é muito simples: por um lado, contribuir para a construção da identidade pessoal e social dos discentes, tornando-os assim capazes de formular e refletir sobre os problemas sociais, éticos e políticos que se colocam na contemporaneidade. Por outro, incitar os discentes a um posicionamento crítico, refletido e, sobretudo, comprometido. Ou seja, que estes discutam “(…) criticamente as teorias que se apresentam para a resolução desses problemas e [que assumam] (…) gradualmente posições autónomas, devidamente fundamentadas e capazes de sustentar uma cidadania ativa” (Aprendizagens Essenciais, 2018).

É no horizonte do que atrás fica dito que vemos justificada a temática sobre a qual esta aula incide, sendo nosso objetivo combater possíveis níveis de indiferentismo e salientar que “(…) em filosofia política não tomar posição é nada fazer, e nada fazer é concordar com o que está — seja o que for. Logo, em filosofia política a ausência de convicção refuta-se a si mesma” (Polónio, 2004). Neste sentido se compreende a temática desta regência, a saber, qual a origem do Estado e sua legitimidade. É fundamental, nesta fase do processo, que os estudantes compreendam a questão fundamental da Filosofia Política: “por que razão deve alguém ter o direito de me dizer o que fazer, e de me punir se o não fizer?” (Polónio, 2004). Dito de outro modo: o que é o Poder? Porque é necessário? Quando é legítimo? Estas, e muitas outras, são questões que se têm discutido ao longo da história do pensamento político. De facto, há várias maneiras válidas de contar essa história. Porém, no que nos diz respeito, dedicar-nos-emos ao pensamento político de John Locke – o primeiro defensor do liberalismo político3.

A abordagem da ação humana em contexto ético-político, que se inicia nesta aula, conduz-nos a uma atenta análise da experiência convivencial, como resultado das mais variadas conexões entre o indivíduo e a sociedade. Tal experiencia implica que exista uma relação estreita entre a Ética, o Direito e a Política. Assim, cabe à Ética refletir, ao

3 Ideologia política centrada no indivíduo, sendo este detentor de direitos naturais; entre outros, o direito

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12 direito prescrever e à política aplicar os princípios que guiam a vida em sociedade, sobretudo no que respeita à liberdade, à igualdade, à diferença, à justiça e à equidade.

O primeiro ponto a explorar, será dedicado à relação existente entre estes três domínios, a saber: Ética, Direito e Política. Com demasiada frequência somos confrontados com a ideia de uma certa incompatibilidade entre Ética e Política, quanto mais não seja porque a primeira se reporta à consciência e à conduta pessoal, ao passo que a política reporta-se à gestão global das sociedades, isto é, aos interesses coletivos. Porém, se, em determinadas circunstâncias, estes dois domínios colidem, a nossa tarefa consiste, precisamente, em fazê-los convergir. Pois, quando questionada a finalidade destes dois domínios verifica-se que a resposta é idêntica: tanto a Ética como a Política procuram responder ao problema de como viver bem. Uma vez que ninguém vive numa

ilha deserta e que a base da vida boa consiste, justamente, em tratar humanamente os

seus semelhantes, quem quer que tenha a preocupação ética de viver bem não se pode olvidar da política. “Seria como fazermos questão de estar confortavelmente instalados numa casa sem nada querermos saber das telhas partidas” (Savater, 2003, p. 113).

A própria ação humana implica um mundo, isto é, um mundo onde diferentes Eus coexistem e se condicionam. Sobre este assunto diz-nos Hannah Arend o seguinte: “Todas as actividades humanas são condicionadas pelo facto de os homens viverem juntos; mas a acção é a única que não pode ser imaginada fora da sociedade dos homens” (Arend, 2011, p. 38). Pelo que se conclui que não existe, propriamente, uma escolha entre a natureza humana e a sociedade; ela – a sociedade – faz parte do nosso modo de ser, isto é, da nossa natureza4. De facto, é na convivência com o outro que nos vamos

desenvolvendo e, embora unidos e separados por diferentes interesses, cabe à Política evitar que colidamos uns com os outros. Nesse sentido, a Política é fundamentalmente um espaço de relação e de comunhão entre os homens que tudo discutem em prol do bem comum e cujo poder reside, justamente, no diálogo. Como diria Ernest Cassirer (1874-1945), a Política5 pode ser definida como sendo a arte de unificar e organizar as ações

humanas e dirigi-las para um fim comum.

Por sua vez, perante a pergunta «por que razão a Ética se articula com o Direito?», a nossa resposta encontra sentido na própria falibilidade do ser humano. Como se verificou em aulas precedentes, a Ética diz respeito a uma reflexão sistemática sobre o comportamento moral dos seres humanos e a questão mais geral a que uma teoria ética pode ter a pretensão de responder diz respeito aos princípios que se devem adotar por

4 Esta relação especial entre a ação e a vida em comum parece justificar a antiga do zoon politikon de

Aristóteles como animal socialis («o homem é, por natureza, político, isto é, social).

5 Termo derivado do vocábulo grego polis, que significa cidade. Na Grécia do período clássico, a polis ou

cidade-estado era uma comunidade politicamente organizada, formada pelos seus cidadãos (politikós), nascidos na cidade, a quem era reconhecido o estatuto de igualdade e o direito de discutir os assuntos públicos.

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13 forma a conduzir a uma vida boa e justa. Nesse sentido, o seu objetivo passa precisamente por definir princípios gerais por forma a orientar a ação humana. Falamos, portanto, das normais morais. Estas entendidas como padrões de comportamento que pautam o nosso relacionamento com os outros, são, por sua, vez, auto impostas e auto sancionadas, não estando prescritas em nenhum código ou diploma legal, remetendo, única e exclusivamente, para a consciência moral.

Posto isto, surge-nos de imediato o seguinte problema: se somos capazes de nos auto impor princípios que consideramos justos, por que razão precisamos de leis? Sobre este assunto, e por forma a apresentar uma resposta, convém ter presente que as normas morais implicam, naturalmente, três requisitos fundamentais. São eles: a universalidade, a imparcialidade e a reciprocidade. Ou seja, aquilo que o filósofo francês Paul Ricour (1913-2005) conseguiu descrever numa breve frase: o outro é também o outro como tu. Ora, é justamente aqui que os problemas começam: todos temos interesses que desejamos ver satisfeitos. “É assim que a mesma coisa nos aparenta e opõe: o interesse (etimologicamente) é o que está-entre duas ou mais pessoas, quer dizer, o que as une mas também as separa…” (Savater, 1998, p. 31). Logo, perante tais conflitos, a nossa tendência é dar resposta ao interesse (pessoal) e não ao dever6.

O Direito, por sua vez, procura responder a este conflito de interesses, garantindo a imparcialidade com o recurso à lei, simultaneamente lógica e legítima. Nesse sentido, o Direito desempenha um papel fundamental enquanto entidade que coordena a convivência entre os homens, possibilitando a concretização de uma sociedade melhor através de um ideal ético. Em termos específicos, o Direito é o conjunto de normas que regulam as relações entre os cidadãos7. Estas são ditadas pelos detentores do poder

político, com vista a concretizar certos objetivos, entre os quais permitir uma coexistência pacífica. As normas jurídicas distinguem-se das normas morais, sobretudo, em dois aspetos: em primeiro lugar são impostas; em segundo lugar, o seu incumprimento implica sanção exterior. Porém, o seu objetivo é só um: garantir que todos os cidadãos são tratados como iguais perante a lei8.

Vemos, portanto, uma tripla interdependência entre Ética, Direito e Política. A Política, cujo objetivo é organizar a vida comum, pressupõe o Direito como instrumento privilegiado para estabelecer e fazer cumprir as leis. Por sua vez, o Direito toma sempre por base o ideal ético das comunidades, isto é, aquilo que se toma como correto ou

6 Sobre este assunto, podemos encontrar o seguinte em David Hume: “Tal é a origem das nossas comuns

medidas do dever, ao preferir uns aos outros. O nosso senso do dever segue sempre o curso comum e natural das nossas paixões. (Hume, 2001, p. 558).

7 Ser-se cidadão significa possuir um conjunto de direitos civis e políticos, no seio de uma determinada

comunidade política.

8 Artigo 13º (Princípio da igualdade), 1: Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais

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14 incorreto, bom ou mau, justo ou injusto. Numa só palavra: aquilo a que a Ética dá, ou procura dar, uma resposta.

Por fim, é nosso objetivo esclarecer a distinção entre Estado de direito e Estado de não-direito. De facto, falar em política é falar em sociedades organizadas nas quais existe uma forma de governo com poder e autoridade sobre os indivíduos, que têm de obedecer às normas instituídas sob pena de castigo. Em suma: falar em política é falar em Estado – sociedade politicamente organizada com governo, leis próprias e independência. Por sua vez, falar em Estado implica, naturalmente, falar em cidadãos – sujeitos detentores de direitos, que toda a autoridade política (e todo o poder em geral) tem a obrigação de garantir o seu respeito. Convém, no entanto, precisar que falar em Estado não é o mesmo que falar em Governo, pois este é somente um dos seus muitos elementos. Uma das questões que mais tem atravessado os séculos diz respeito à legitimidade da autoridade de um Estado. A História é fértil em exemplos ilustrativos de que muitas vezes os Estados usam e abusam do poder que lhes é confiado; porém, e apesar do número elevado desses casos, numa coisa parecemos estar todos de acordo: “(…) um poder será legítimo, uma autoridade terá pretensões de ser «obedecida» se, e unicamente se, ele ou ela respeitarem os direitos do homem (…)” (Haarscher, 1993, p. 15). Diante de um Estado que protege os direitos e liberdades básicas dos seus cidadãos, que se esforça por criar instituições justas e que procura um exercício do poder político de forma democrática, a nossa conclusão só pode ser uma: estamos perante um Estado de direito.

Para perceber de forma eficaz quais os seus pressupostos e fundamentos, o melhor é analisar de perto o seu contrário – Estado de não-direto. Três ideias bastam para esclarecer o que está aqui em jogo. Quando falamos de um Estado de não-direito falamos, antes de tudo o mais, de um Estado “(…) que decreta leis arbitrárias, cruéis ou desumanas; (2) é um Estado em que o direito se identifica com a «razão do Estado» imposta e iluminada por «chefes»; (3) é um Estado pautado por radical injustiça e desigualdade na aplicação do direito.” (Canotilho, 1999, p. 7). Em contrapartida, o Estado de direito transporta princípios e valores adequados à convivência pacífica de todos. São eles: a liberdade do indivíduo, a segurança individual e coletiva, a responsabilidade e a responsabilização dos titulares do poder, a igualdade de todos os cidadãos (isto é, enquanto direitos e deveres) e a proibição de discriminação de indivíduos e de grupos. Daqui se conclui, sem dificuldades aparentes, que “A forma que na nossa contemporaneidade se revela como uma das mais adequadas para colher esses princípios e valores de um Estado subordinado ao direito é a do Estado constitucional de direito democrático” (Canotilho, 1999, p. 7).

Se, porventura, já sabemos o que queremos e o que esperamos do Estado, resta-nos, com efeito, procurar perceber duas coisas. Em primeiro lugar, como surgiu o Estado?

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15 Em segundo lugar, de onde lhe vem a legitimidade? É precisamente a estas duas questões que nos iremos dedicar na segunda parte da aula.

O Estado continua a ser um dos principais objetos de reflexão em filosofia política, sendo alvo de inúmeras teorizações políticas. Exemplos disso são o ideal absolutista, «O Estado sou eu!» e o ideal liberal igualitário «O Estado somos nós!». Ora, é precisamente na Idade Moderna que assistimos às primeiras tentativas em travar as monarquias absolutas, sendo o nome de John Locke incontornável nesse feito9. Na verdade, a doutrina lockeana foi determinante para o pensamento da Revolução americana e, em geral, serviu de base a todos os regimes liberais do século XIX. Por esse motivo, conhecer tal teoria e refletir sobre a mesma é, sem dúvida, um passo necessário e importante para compreender o que são e para onde vão os Estados atuais. Não obstante as críticas de que foi alvo10, é

inegável o contributo de Locke na articulação entre a autoridade e a liberdade, ou seja, entre a autoridade e a autonomia do indivíduo. Com efeito, não poderíamos estar mais de acordo com Russel quando disse que a teoria lockeana “ (…) trata com grande respeito todos os indivíduos, atribuindo-lhes a responsabilidade e a oportunidade de controlarem os seus próprios destinos através das suas escolhas” (Russell, 2015).

Os principais proponentes da teoria do contrato social – Hobbes, Locke e Rousseau – baseiam-se, de diferentes formas, em argumentos assentes no acordo tácito. Apesar de se afastarem em alguns aspetos, convergem na rejeição da ideia aristotélica de que a origem da sociedade politicamente organizada coincide com a natureza humana. Em contrapartida, falam-nos da existência originária de um estado de natureza11 que terá precedido o estado da sociedade civil. Seguindo de perto esta ordem de ideias, o primeiro ponto a explorar consistirá na noção de estado de natureza. Intenta-se saber, a partir de uma ficção de algum modo retrospetiva, como seriam os indivíduos sem (ou antes) a existência de qualquer autoridade política.

O termo «estado de natureza» designa a fase primitiva da vida humana, na qual, por não haver poder político, os homens vivem entregues a si próprios. Aos olhos de Locke “O homem nasce (…) com um título à liberdade perfeita e ao gozo ilimitado de todos os direitos e privilégios da lei natural, em igualdade com qualquer outro homem

9 Para Locke a existência de uma monarquia é inconsistente com a sociedade civil. “O monarca absoluto

vive no estado de natureza. Os tiranos vivem num «estado de guerra contra o povo», e o monarca absoluto é um tirano” (Tunhas & Abranches, 2012, p. 197). Em resumo: o rei torna-se tirano quando coloca a sua vontade privada acima da vontade pública.

10 Subjacente à ideia de contrato social está o projeto de demonstrar que os indivíduos consentem na

existência do Estado. Todavia, fica por explicar “ (…) se o contrato é concebido como algo que ocorreu de facto, se está implicado pela conformidade social ou se é meramente hipotético” (Blackburn, 2007, p. 86). Para além disso, mesmo supondo que que o contrato social teve lugar num determinado momento histórico, ficamos ainda com o seguinte problema: como explicar as obrigações políticas dos cidadãos atuais?

11 Fala-se na hipótese da existência de um estado de natureza porque, naturalmente, não se possui a

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16 (…)” (Locke, 2017, p. 187). Em resumo: os homens nascem livres e iguais. Livres porque ninguém exerce autoridade sobre outrem e iguais porque se trata de uma liberdade pertença a todos. Existe, no entanto, uma lei da natureza que vale para todos os homens enquanto homens – a razão. Mas o que dita tal lei natural? A lei natural determina que todos os homens se orientem pelo princípio da conservação do género humano e cada um se oriente pelo princípio da conservação pessoal. Isto significa que o estado de natureza, embora seja um estado de liberdade, não é um estado de ausência de leis, pois os seres humanos devem reger-se pela lei natural instituída por Deus. Segundo essa lei, ninguém deve prejudicar a vida, a liberdade e a propriedade de outrem. Todavia, em caso de não cumprimento, este direito implica também o direito de julgar e punir o ofensor e de ser o seu executor. Ou seja, não havendo poder político que regule a liberdade e a propriedade individual, cada Homem é juiz em causa própria. Falamos, portanto, de um sistema de justiça privada: cada um, conhecendo o Direito Natural, que é acessível à razão humana, aplica-o segundo o seu próprio critério.

Porém, e ao contrário de Hobbes12, Locke diz-nos claramente que o estado de natureza não é necessariamente negativo e calamitoso, ele é, isso sim, aquilo que os indivíduos dele fizerem. Tudo depende do modo como exercerem a sua liberdade e se comportarem uns perante os outros. Embora na sua maioria os homens sejam bons e respeitadores, alguns terão maus instintos e tenderão a obter aquilo que a lei natural proíbe obter, isto é, um controlo sobre a liberdade, sobre a vida e sobre a propriedade dos outros. Com efeito, mesmo que não se trate de uma «guerra de todos contra todos», como Hobbes fez parecer, o estado de natureza “(…) tenderá sempre a ser «uma guerra de alguns contra alguns» e, portanto, prejudicial a todos” (Amaral, 2018, p. 190). É precisamente para evitar este estado de guerra que os homens formam a sociedade e abandonam o estado de natureza, pois a existência “(…) de um poder a que se possa fazer apelo para obter socorro exclui a permanência indefinida no estado de guerra” (Abbagnano, 1982, p. 84).

O estado de natureza é, para Locke, insatisfatório, devido à inexistência de leis e de tribunais; este não assegura aos homens uma defesa adequada dos seus direitos, nem lhes garante a vida, a liberdade e a propriedade. Assim, à pergunta «o que leva o Homem a ingressar na sociedade civil?» Locke diz o seguinte: “o grande fim que os homens prosseguem quando se juntam a uma sociedade é o usufruto das suas propriedades em paz e segurança (…)” (Locke, 2017, p. 215). Com efeito, as leis estabelecidas são o grande instrumento e os meios para garantir a realização desse fim.

12 Hobbes fala-nos de um estado de guerra de todos contra todos. “É manifesto – escreve ele – que

durante o tempo em que os homens viverem sem um poder comum que os mantenha a todos em respeito, eles estarão naquela condição a que chamamos guerra; e essa é uma guerra de todos contra todos”. (Amaral, 2018, p. 170). Vemos, portanto, que a insegurança torna-se a regra e as suas consequências são descritas por Hobbes com as cores mais negras.

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17 Mas como se dá a passagem do estado de natureza à sociedade civil? Onde reside a legitimidade do poder político? A existência do Estado pressupõe, para Locke, a renúncia que cada Homem faz ao seu direito pessoal, ou seja, cada Homem aceita alienar uma parte da liberdade absoluta de que beneficia no estado de natureza. Por conseguinte, delega ao Estado o poder de legislar, o poder de executar as leis e o poder de julgar os litígios civis e punir os criminosos. Passamos, por isso, de um sistema de justiça privada para um sistema de justiça pública. Quanto à segunda questão, «onde reside a legitimidade do poder político?», Locke diz-nos que é no consentimento tácito de todos, ou seja, na vontade contratual dos cidadãos. Trata-se de um poder escolhido e, portanto, ao mesmo tempo um ato e uma garantia de liberdade dos mesmos, no qual a maioria ganha o direito de agir e deliberar pelos demais. Em resumo: é o consentimento mútuo dos cidadãos a base da legitimidade da autoridade do Estado. O contrato estabelece as obrigações do Estado e dos cidadãos, organizados em sociedade civil.

Em jeito de conclusão, há pelo menos uma coisa que não se pode deixar de reconhecer ao falar de John Locke: a utilidade do seu pensamento político que, ainda hoje, serve de fundamento a alguns dos elementos essenciais do regime democrático. Se o nosso objetivo passa por compreender onde entronca o ideário político que hoje defendemos e que consideramos uma conquista irreversível, então é mais do que necessário voltarmo-nos para as palavras de Locke e perceber o quanto lhe ficámos a dever.

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Fundamentação Pedagógico-didática

- Ética, direito e política –

liberdade

e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade.

A escolha dos recursos, estratégias e atividades pensadas e aplicadas nesta aula têm em consideração a especificidade da turma, os conteúdos programáticos a abordar e os objetivos propostos. Pretende-se, deste modo, criar situações favoráveis à motivação dos discentes, garantindo da sua parte uma maior participação e empenho nos exercícios propostos em contexto de sala de aula. Estamos conscientes de que “O perguntar filosófico é (…) o elemento constitutivo fundamental do filosofar e, portanto, do «ensinar filosofia»” (Cerletti, 2009, p. 21). Justamente por isso esta aula está pensada de maneira a proporcionar condições favoráveis à formulação de questões filosóficas, bem como o local certo para começar a encontrar algumas respostas. Pois, o que nos parece de carácter obrigatório não é tanto o recorte ocasional de um conhecimento a ser transmitido13, mas, pelo contrário, a instauração de uma atividade que se apoia na inquietude. Numa só palavra: no desejo de saber.

Os princípios subjacentes às sugestões metodológicas que irão ser propostas implicam um tipo de aula centrada não apenas no trabalho do grupo-turma, mas também no papel ativo do docente. Em contextos de aprendizagem que se pretendem dinâmicos, os alunos devem aprender a problematizar, a refletir e a relacionar. Nesse sentido, recorreremos a diferentes estratégias e recursos14 de modo a garantir a materialização dos objetivos propostos. A sua utilização em diferentes momentos da aula pressupõe diferentes propósitos. Em alguns casos como forma de introduzir novos conteúdos, noutros como forma de consolidar e sistematizar os mesmos. Contudo, em todos eles há algo que está sempre implícito: manter os alunos empenhados e motivados no estudo. Pois, “O que é a aprendizagem senão apropriação, pelo aluno, de novos conhecimentos, e o domínio de novas metas?” (Boavida, 1998, p. 134). A ser assim, pretende-se que no final deste estudo se vejam realizadas as aprendizagens consideradas indispensáveis e se dominem as competências correspondentes, tendo por base condições de aprendizagem

13 Sobre isto diz-nos Boavida o seguinte: “(…) talvez não esteja na comunicação da filosofia, e na

assimilação pelos alunos, o mais importante da filosofia, ou a razão principal pela qual se deve ensinar e aprender. Há em tudo uma matriz educativa muito para lá da questão comunicacional, e é nela que se joga o filosófico que a filosofia pode possibilitar, que terá que fazer se quiser ser filosófica” (Boavida, 2010, p. 111).

14 Algo que é referido no próprio Programa da disciplina de Filosofia: princípio da diferenciação de

estratégias (segundo uma lógica de aprendizagem que tenha em conta os diferentes estilos de aprendizagem próprios de cada estudante) e princípio da diversidade de recursos (a sua suposição implica que as aulas devem assentar na variedade de recursos que cada situação possibilitar)

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19 que viabilizam “(...) uma autonomia do pensar, indissociável de uma apropriação e posicionamento crítico face à realidade (...)” (Henriques, 2001, p. 5). Numa só palavra: pressupõe-se um pensar por si mesmo.

Nesta aula procura-se, sobretudo, esclarecer o vínculo inextricável entre Ética, Direito e Política, pelo que se justifica que o primeiro momento da aula seja dedicado em absoluto à explicitação destes três domínios. É nosso objetivo, não apenas esclarecer a sua relação, mas também a sua importância para uma coexistência pacífica entre os diferentes elementos que constituem uma sociedade. Conscientes de que cada vez mais se assiste a um desinteresse face à política, é nosso intuito sensibilizar os alunos para a sua importância. Por ser assim, recorrer-se-á à visualização de um vídeo. Trata-se de uma entrevista a Fernando Savater, na qual o autor nos explica, numa linguagem simples e absolutamente acessível (como é sua característica), a importância que a política desempenha nas nossas vidas. Não menos importante, o autor destaca o poder que todos temos à disposição e que se revela a partir do exercício do voto. Um direito que é de todos e que, por conseguinte, nos responsabiliza perante o outro. Como Fernando Savater diz, e muito bem: todos somos políticos. Ora, é justamente esta ideia que desejamos ver destacada.

O recurso a este vídeo justifica-se por permitir aos alunos um contacto (mais) direto com um autor que tem sido alvo de várias análises em diferentes aulas. Para além disso, com a sua utilização procuramos quebrar possíveis momentos de exposição e dar lugar à reflexão; pois, “(…) Em contextos de aprendizagem que se pretendem dinâmicos, [os alunos] devem aprender a refletir, a problematizar e a relacionar diferentes formas de interpretação do real.” (Vicente, 2001, p. 5). Acreditamos que o recurso aos meios audiovisuais torna-se relevante, se não mesmo imprescindível, para motivar os estudantes para os temas e/ou problemas que se pretendem desenvolver. Todavia, para que a sua exibição se torne mais formativa, parece-nos necessário que seja acompanhada de critérios específicos. Nesse sentido, serão lançadas algumas perguntas aos alunos por forma a monitorizar a sua compreensão15. No programa da disciplina de Filosofia é explícito que “Os textos filosóficos devem constituir os mais importantes materiais para o ensino e a aprendizagem do filosofar” (Henriques, 2001, p. 17). O texto filosófico é, assim, visto como um lugar da procura de informações e o ponto de partida da análise crítica. Posto isto, e como forma de sensibilizar os alunos para a temática que se pretende explorar, selecionámos dois excertos do filósofo espanhol Fernando Savater. Estes servirão como ponto de partida para a análise que se pretende desenvolver, a saber: a

15 “Para que a exibição de documentos audiovisuais se torne mais formativa, parece necessário que seja

acompanhada de critérios ou guiões de análise, evitando a recepção passiva, desenvolvendo hábitos de leitura activa, desencadeando atitudes de distanciamento e análise crítica” (Henriques, 2001, p. 18).

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20 relação existente entre Ética, Direito e Política. A nosso ver, as palavras do autor são bastante claras e permitem ao aluno reconhecer o binómio que resume as nossas vidas: eu-tu. Nesse sentido, reconhecemos no primeiro excerto uma excelente oportunidade para desenvolver um trabalho reflexivo em torno da vida e do viver humano, bem como um suporte para a consciencialização de que vivemos com o outro, o que implica, naturalmente, um cuidado redobrado, quer a nível pessoal, quer a nível coletivo.

O segundo excerto, retirado da obra As Perguntas da Vida, lança um conjunto de questões que consideramos fundamentais. De facto, cada pergunta configura-se como um inquietar do espírito, não permitindo que os alunos se vejam enredados num conjunto de conteúdos sem sentido ou significado algum. Sendo a Filosofia por natureza crítica ela deverá ser uma das disciplinas que por excelência mais contribui para o desenvolvimento do espírito crítico dos alunos e isso só é possível no recorte rigoroso da pergunta. Dito de outro modo: urge questionar os alunos, urge inquietá-los, visto que aprender filosofia não é, nem deve ser, decorar proposições ou sistemas filosóficos16. Sobre este assunto diz-nos Bergson o seguinte: não escolhemos o problema, encontramo-lo. Barra-nos o caminho e, a partir daí, ou ultrapassamos o obstáculo ou deixamos de filosofar. O mesmo defende Boavida que nos diz que os problemas filosóficos só são verdadeiramente filosóficos se forem sentidos vitalmente como tal. Isto é, o problema filosófico depende da nossa sensibilidade, da nossa capacidade de sentir e de pensar, de assumir e reformular o problema (Boavida, 2010). Já no que nos diz respeito, e seguindo de perto esta perspetiva, apenas acrescentamos que compete ao professor criar as condições para que o aluno o veja como tal, pois o que dá força à Filosofia e a torna indispensável é a análise exaustiva de todo o problema que se apresente como tal. Eis, deste modo, aquilo a que verdadeiramente nos propomos.

Conscientes de que não basta perguntar é também necessário procurar e encontrar respostas, daremos início à exploração destes três domínios: Ética, Direito e Política. Num primeiro momento, procuraremos esclarecer a origem etimológica de cada uma destas noções. Esta escolha justifica-se por reconhecermos no seu significado etimológico um descodificar do que cada domínio pressupõe e/ou implica. Num segundo momento, optar-se-á por salientar a função de cada um desses domínios, bem como as diferentes questões e/ou respostas que fornece. Nesse sentido, optámos por recorrer à noção de «justiça». O nosso objetivo é muito simples: esclarecer o modo como cada um deste domínios trabalha perante o mesmo conceito, pressupondo-se igualmente a correlação existente entre aquele que reflete (Ética), aquele que prescreve (Direito) e aquele que

aplica (Política). Esta análise será feita tendo por base um esquema-síntese, pois

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21 consideramos que a exploração de esquemas em conjunto “Podem ajudar a decidir quais as ideias essenciais que se vão ensinar e também podem servir como uma ajuda pictórica para os alunos compreenderem as relações entre as várias ideias” (Arends, 1995, p. 284). Para além disso, permite-nos a nós – docentes – concentrar a atenção da turma num único ponto, evitar divagações e garantir que o essencial é, efetivamente, transmitido. Apesar destas vantagens, a sua visualização, por si só, não basta. Dito de outro modo: a sua visualização não garante uma aprendizagem sólida e eficaz. Assim sendo, a clareza na exposição dos conteúdos, por parte do docente, é, sem dúvida, o elemento pedagógico-didático por excelência. Isto implica, pelo menos, duas coisas: em primeiro lugar, a necessidade de se ter ideias claras sobre o que se vai lecionar, bem como um conhecimento preciso dos conceitos que se pretendem explorar; em segundo lugar, que tais ideias sejam expostas de um modo absolutamente claro.

Por forma a salientar a importância que as leis desempenham numa sociedade que se pretende justa, tomaremos como objeto de reflexão uma citação retirada do jornal Observador. A ideia é simples: possibilitar uma indução ao filosófico a partir do

não-filosófico (Grácio & Dias, 2004). A nosso ver, isto tem implicações imediatas na

motivação dos discentes, pois “uma coisa é certa: não haverá nunca abertura dos discentes aos interesses da filosofia (ou a um interesse pela filosofia) se o ensino desta não se abrir primeiro aos interesses deles” (Grácio & Dias, 2004, p. 7). Assim, a partir de uma figura política que é próxima a todos, daremos início à reflexão. O nosso objetivo consiste em procurar responder a duas questões: I) se somos capazes de formular princípios por forma a orientar a nossa vida de forma boa e justa, por que razão são necessárias as leis?; II) por que motivo a ética não basta? Acreditamos que esta escolha possibilita uma abordagem mais pessoal e dinâmica entre os alunos e os conteúdos.

Posteriormente, e como forma de apresentar uma possível resposta, daremos início à leitura de um excerto retirado da obra Tratado da Natureza Humana de David Hume. Esta escolha justifica-se por permitir aos alunos um contacto direto com um dos autores que mais contribuiu para a História da Filosofia, bem como por esclarecer, de uma forma admirável, o porquê da ética não ser suficiente. De facto, com ela percebemos que nós – seres humanos – somos sujeitos com interesses, interesses esses que tanto nos aparentam como nos afastam. Não menos importante, David Hume esclarece-nos sobre aquilo que intuitivamente já desconfiávamos, isto é, que não somos máquinas de razão, mas sujeitos que amam, odeiam, desejam e valoram. Logo, entre a razão e a paixão, a balança (juiz final) fica consideravelmente desajustada.

A primeira parte da aula será encerrada com a distinção entre Estado de direto e Estado de não direito. Nesse sentido, recorreremos, mais uma vez, a um excerto, desta

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22 vez do professor catedrático Joaquim Canotilho. O nosso objetivo é muito um: levar o aluno a posicionar-se criticamente, compreendendo o que cada um implica. Acreditamos que com esta análise o aluno, o por si mesmo chegará à conclusão que o regime democrático é, de longe, a forma política que aspira aos valores e princípios que mais de adequam ao respeito dos direitos e liberdades básicas dos cidadãos. Tal como não poderia deixar de ser, este texto visa essencialmente proporcionar oportunidades favoráveis à autonomia do pensar, “(…) indissociável de uma apropriação e posicionamento críticos face à realidade dada, que passa por pensar a vida nas suas múltiplas interpretações. Tal imperativo determina a prática da interpretação como via para a apropriação do real” (Henriques, 2001, p. 5).

De maneira a conferir se os conteúdos programáticos ficaram realmente compreendidos, será proposta uma atividade. Trata-se de um breve exercício que supõe a atribuição de valor de verdade ou falsidade a um número de afirmações. Embora tenha como inconveniente não ser particularmente apelativo à participação de um grande número de intervenientes, serve perfeitamente como utensílio de sistematização.

O segundo momento da aula será dedicado ao problema da origem e da

legitimidade do poder político. Dada a sua importância, recorreremos a duas estratégias.

A primeira estratégia a utilizar tem como finalidade proporcionar uma visão global da teoria política de John Locke, acompanhada por imagens que acreditamos serem uma mais-valia na apreensão dos conteúdos em específico. Sobre este assunto diz-nos Herbert Read: As imagens existem para ajudar o pensamento. Tal esquema surge, portanto, como uma espécie de organizador prévio, isto é, como um quadro de referência que tem por objetivo consolidar e generalizar o raciocínio dos estudantes.

A segunda estratégia implica um trabalho de análise mais exaustivo. A questão a que pretendemos responder é: «por que razão decidem os homens abdicar da sua liberdade e constituir a sociedade civil?». A escolha deste excerto justifica-se pelo simples facto de introduzir um conjunto de noções que consideramos fundamentais e por permitir um contacto direto com o autor. De facto, ler textos e/ou obras filosóficas representa a busca de um diálogo. Todavia, para que essa tarefa seja bem executada é fundamental que haja todo um trabalho de texto feito pelo professor antes de o apresentar aos estudantes, por forma a saber aquilo que pretende questionar e, desse modo, realçar. Este é o momento certo para ensinar os discentes a (re) escrever um texto, a (re) ler um texto e a (re) interpretar um texto. Todavia, “Sem instruções claras sobre o trabalho a empreender, sem guiões explícitos de actividades, corre-se sempre o risco de introduzir confusão nas tarefas, propiciadora de experiências mal sucedidas e consequente desmotivação” (Henriques, 2011, p. 17).

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23 A escolha deste excerto justifica-se por ser um texto de leitura simples e profundamente rico a nível conceptual. Além disso, força o aluno a hierarquizar elementos, captando as suas relações e a relacioná-las como partes de um todo. É através deste processo que o aluno descobre novos significados e os articula com os conteúdos anteriormente lecionados, dando-se assim a aprendizagem. Quanto ao trabalho docente, e entendendo os professores como facilitadores do processo ensino-aprendizagem, estes devem por intermédio da questão separar o acessório do essencial, evidenciando aquilo que é novo e aquilo que se repete. Como Rafael Grisi diz: o professor deve sempre partir do particular para o geral. “Tal é o método científico, tal deve ser o método didático. Nas ocasiões em que o professor procede deste modo, cria, para os alunos, uma situação de trabalho semelhante à do cientista que pesquisa e descobre”. (Mortatti, 2001, p. 21).

Já no que diz respeito ao modo como iremos trabalhar o texto, teremos em conta dois aspetos. Em primeiro lugar, procurar-se-á detetar, em conjunto, a ideia fundamental do texto, distinguindo o essencial do acessório. Em segundo lugar, procurar-se-á destacar os conceitos ou noções que mais nos chamam a atenção, distinguindo, também aqui, o que é novo e o que se repete. Assim, a partir deste excerto pretende-se que os alunos respondam a algumas questões que consideramos fundamentais e a partir das quais nos será possível averiguar se os alunos fizeram uma boa interpretação do mesmo. As questões são: I) de que forma o Homem usufrui dos seus Direitos Naturais no estado de natureza? II) De um modo geral, como podemos caracterizar o estado de natureza? Tratase de um estado seguro ou, pelo contrário, um estado inseguro no usufruto dos seus bens? III) Nesse sentido, por que razão os homens decidem ingressar na sociedade civil? IV) Qual é a finalidade do Estado? V) O que é que legitima o poder político? Espera-se com estas perguntas averiguar e acompanhar a compreensão dos alunos do que foi apresentado, solicitando, simultaneamente, que estes resumam, por palavras suas, os principais tópicos expostos.

Importa salientar que no decorrer desta exposição, em que é nosso objetivo aprofundar a origem do Estado e a legitimidade do poder político, teremos como apoio alguns diapositivos que serão analisados com os estudantes. Pretende-se assim apresentar um modo mais apelativo de ensinar (de entre outros existentes) e fundamentalmente garantir que as ideias principais são transmitidas. Todavia, estamos conscientes que “(…) uma verdadeira exposição não é um monólogo, ou seja, o professor-expositor não expõe para si próprio, mas tendo em vista uma comunicação real com os alunos” (Marnoto, 1989, p. 14). Por esse motivo, torna-se evidente que a eficácia dessa exposição depende, em exclusivo, da aprendizagem efetiva dos estudantes. Como tal, é fundamental que o

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24 docente esteja atento ao feedback dos alunos. Eis, deste modo, aquilo a que nos propomos na exposição destes mesmos conteúdos.

De maneira a conferir se os conteúdos programáticos ficaram realmente apreendidos pelos estudantes, será solicitada a realização de uma atividade. Trata-se de um exercício relativamente simples, não requerendo, por isso, muito tempo da aula. Todavia, implica por parte do aluno alguma atenção de maneira a associarem cada afirmação à opção correta. Este tipo de exercício justifica-se pelo facto de desafiarem o aluno a associar determinadas expressões a noções específicas, algo que só será possível caso o aluno tenha realmente compreendido os conteúdos até então abordados.

O PowerPoint surge nesta planificação como um ponto de partida para o estudo, cumprindo, no nosso entender, a função de esquematizar a informação transmitida. Importa, no entanto, referir que surge como parte integrante de um conjunto dinâmico de recursos e estratégias que culminam numa lecionação mais coesa, clara, variada e, por isso, mais completa dos conteúdos.

No que diz respeito à avaliação dos discentes, utilizar-se-á uma grelha de observação formal na qual serão avaliados os seguintes aspetos: pontualidade, material, comportamento adequado à sala de aula, realização das tarefas propostas, rigor e qualidade de argumentação e, por fim, qualidade e pertinência nas respostas solicitadas. Tudo isto será devidamente apontado de maneira a conferir rigor e precisão na nossa avaliação.

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Bibliografia:

Abbagnano, N. (1982). História da Filosofia. Vol. VII. Vila da Feira: Editorial Presença. Alves, F., Arêdes, J. & Bastos, P. (2013). Pensar. Lisboa: Texto Editores.

Amaral, D. (2018). História do Pensamento Político Ocidental. Coimbra: Almedina. Arends, R. (2008). Aprender a ensinar. Lisboa. Mc. Graw-Hill, pp. 279-291.

Arendt, H. (2001). A Condição Humana. Lisboa: Relógio D’Água Editores. Blackburn, S. (2007). Dicionário de Filosofia. Lisboa: Gradiva.

Boavida, J. (1998). Educação: Objetivo e Subjetivo. Porto: Porto Editora.

Boavida, J. (2010). Educação Filosófica. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra

Cerletti, A. (2008). O Ensino de Filosofia. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Haarscher, G. (1993). A Filosofia dos Direitos do Homem. Lisboa: Instituto Piaget. Henriques, F., Vicente, J. N., & Barros, M. R. (22 de fevereiro de 2001). Programa de filosofia 10º e 11º Anos. Cursos Científicos-Humanísticos e Cursos Tecnológicos, pp. 146. Locke, J. (2017). Dois Tratados Do Governo Civil. Lisboa: Levoir.

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Webgrafia:

Canotilho, J. (1999). Estado de Direito. Acedido a 10 de maio de 2019, disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/32571-39731-1-PB.pdf

Grácio, R., & Dias, S. (2004). Ensi(g)nar filosofia. Comunicação apresentada no VI Encontro de Didática da Filosofia: Conceptualizar, problematizar, argumentar. Retirado de:

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Anexo II – Trabalho de texto

O que leva o Homem a organizar-se em sociedade civil?

“Se o homem no estado de natureza é tão livre como se disse, se ele é o senhor absoluto da sua própria pessoa e das suas posses, se ele é igual ao maior dos homens e não está sujeito a ninguém, por que razão renunciaria à sua liberdade, a esse império, e se sujeitaria ao domínio e controlo de outro poder? A resposta é óbvia: embora ele possua esse direito no estado de natureza, contudo, o seu gozo é muito incerto e está constantemente exposto à invasão de outros; pois, sendo todos tão reis quanto ele, cada um é seu igual, e a maior parte não respeita a equidade e a justiça. Assim, o usufruto da propriedade que ele possui no estado de natureza é muito inseguro e mal salvaguardado. Esta situação leva-o a querer abandonar o estado de natureza, o qual, por muito livre que seja, está cheio de medos e perigos contínuos; tem por isso razões para abandonar o estado de natureza e entrar voluntariamente numa sociedade juntamente com outros homens que já estão unidos ou que tencionam unir-se, com o propósito da preservação mútua das suas vidas, liberdades e bens, a que dou o nome genérico de propriedade. (…)

Assim, não obstante todos os privilégios do estado de natureza, o género humano, enquanto permanece nesse estado, encontra-se numa má situação, e rapidamente é conduzido à sociedade. (…) As inconveniências a que estão expostos pelo exercício irregular e incerto do poder em que cada homem tem de punir as transgressões dos outros levam-nos a procurar refúgio nas leis estabelecidas de um governo e a tentar salvaguardar a propriedade. É por essa razão que cada qual está tão disposto a renunciar ao seu poder individual de punição para que seja exercido apenas por quem for designado por eles, e segundo as regras que a comunidade, ou quem for autorizado para esse propósito, estabeleça de comum acordo. Encontramos aqui o direito originário quer do poder legislativo, quer do poder executivo, assim como dos governos e das próprias sociedades.”

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Reflexão – Regência 14

Reflete-se, de seguida, o aproveitamento ocorrido na sequência da regência 14, com o 10º A, no passado dia 17 de maio de 2019, na Escola Secundária Aurélia de Sousa. Consciente de que o professor desempenha um papel fundamental na garantia da qualidade do processo ensino-aprendizagem (sendo aos professores a quem compete criar as condições pedagógicas promotoras da qualidade da aprendizagem dos discentes), esta reflexão surge como um meio para analisar e/ou avaliar as competências profissionais que estiveram presentes no decorrer desta regência e, simultaneamente, aquelas que estiverem em falta. Espera-se assim colmatar algumas lacunas e contribuir para uma educação escolar de qualidade.

Antes de tudo o mais, importa salientar um aspeto importante e que tem vindo a ser cada vez mais frequente: o facto de esta regência ter sido encarada por mim, antes e durante a mesma, de forma tranquila, ou seja, sem qualquer tipo de nervosismo ou ansiedade. O facto de conhecer os alunos, saber como gostam de trabalhar tem sido muito útil aquando da preparação de cada regência. As preparações já não são feitas em abstrato, mas cada escolha, cada estratégia, cada atividade, tem em vista as especificidades do grupo-turma. O objetivo tem sido sempre o mesmo, porém o seu bom resultado tem sido cada vez mais manifesto: ajustar o plano aos alunos, na tentativa de proporcionar um ensino-aprendizagem mais pessoal, mais motivado e dinâmico – algo que se aproxima mais daquilo que a, meu ver, deve a Filosofia ser.

O trabalho de texto tem vindo a ser uma presença constante nas minhas regências, encarado como um verdadeiro suporto em todo o processo de ensino-aprendizagem. No que a esta regência diz respeito, considero que esse foi um dos aspetos mais positivos desta regência, isto é, o bom trabalho de texto que consegui fazer com os estudantes. A discussão de algumas ideias fundamentais também foi uma aspeto positivo e, não menos importante, o cumprimento daquilo a que me tinha proposto: quebrar com possíveis níveis de indiferentismo face à política. De facto, reconheci nas questões dos alunos uma certa preocupação diante de alguns problemas. Preocupações essas que, a meu ver, conduzem a um maior envolvimento com o contexto real em que se encontram.

Porém algo deve ser mencionado: continuo a não conseguir fazer uma boa gestão do tempo. Ou porque o plano é demasiado ambicioso, ou porque os alunos colocam

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33 questões e vejo-me na obrigação pedagógica de as esclarecer, fomentando, sempre que possível, o debate entre os diferentes elementos, ou porque simplesmente não consigo passar para as novas temáticas sem ter a certeza de que as anteriores estão devidamente apreendidas. Ora, se, por um lado, isto demonstra uma certa preocupação pedagógico-didática da minha parte; por outro, acaba por me penalizar, não me permitindo alcançar aquilo a que me tinha proposto. Nesse sentido, o verdadeiro desafio com que me vejo em mãos consiste tão-somente em fazer uma melhor gestão do tempo que tenho a minha disposição.

Outro aspeto que devo procurar evitar é a colocação de questões para o grande grupo. De facto, tenho vindo a demonstrar uma certa tendência, sobretudo no início da aula, em não direcionar as perguntas. Faço da sala de aula um momento em que acredito que todos participam de forma espontânea. Porém, se isto a nível teórico espelha um dos meus maiores desejos, isto é, todos quererem de forma livre participar, na prática corro um grande risco: dar voz sempre aos mesmos e olvidar-me daqueles que por natureza são mais reservados. Ao ter consciência deste risco, sei que um dos próximos passos é procurar fazer uma melhor gestão da efetiva participação de todos os elementos da turma.

Em modo de conclusão, julgo que se tratou de uma boa aula, com exemplos pertinentes e elos de ligação constantes. Esta regência apresentou um fio condutor claro e explicito para os discentes e na qual todos eles, uns mais do que outros, se sentiram como parte integrante deste processo.

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Referências

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