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Representações arqueoastronômicas brasileiras

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Academic year: 2021

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Cíntia Jalles

cintia@mast.br MAST/MCTIC

Rundsthen Vasques de Nader

rvnader@astro.ufrj.br UFRJ/HCTE

A Arqueoastronomia, reunindo dois campos específicos do saber - Arqueologia e Astronomia - é uma ciência, relativamente jovem, que vem reunindo, dia a dia, alicerces para a sua aplicação prática a partir de novas bases teóricas, Assim sendo, tem estudado o conhecimento astronômico do homem no passado bem como os desdobramentos decorrentes da aplicação deste conhecimento no cotidiano de diversas sociedades passadas. Esta tarefa, apesar de dificultada pela ausência de maiores relatos sobre os agentes que produziram os vestígios arqueológicos remanescentes, tem contado com a contribuição, cada vez maior de outras disciplinas, no fornecimento de informações complementares que auxiliam a melhor compreensão do nosso objeto de pesquisa. Dentre elas, a Etnoastronomia, tem se destacado - especialmente em nosso país - permitindo ampliar os referenciais da pesquisa arqueoastronômica.

No Brasil, os trabalhos relacionados a esta temática ganharam destaque quando, a partir de 1982,1 uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional/UFRJ, coordenada pela arqueóloga Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão2, trazia à tona uma série de descobertas de cunho notadamente arqueoastronômico, feitas no município de Central, na Bahia. As informações astronômicas recuperadas por esse projeto

1 Cf. BOAVENTURA, Edivaldo (Org.) Maria Beltrão e a Arqueologia na Bahia: o projeto Central.

Salvador: Quarteto, 2014:41.

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arqueológico têm servido de base para o levantamento e mesmo o esclarecimento de questões levantadas por outros projetos de pesquisa brasileiros.3

Pesquisas arqueológicas vêm trazendo à tona, principalmente nos últimos anos, um vasto campo de investigação para esta nova disciplina. Trabalhos importantes vêm sendo realizados em diversas regiões brasileiras. Porém, apesar da existência de pesquisas com amplo conteúdo arqueoastronômico, trata-se de uma temática ainda pouco explorada.

Os vestígios arqueológicos pertinentes ao campo da Arqueoastronomia majoritariamente encontrados e pesquisados no Brasil são os registros rupestres. Estes registros, identificados pelo termo geral de arte rupestre, englobam todas as sinalações - pintadas ou gravadas - elaboradas pelo homem em suportes de pedra, tais como paredes de grutas, abrigos, etc.

Mesmo que, a princípio, os pesquisadores brasileiros tenham fundamentado suas pesquisas arqueoastronômicas no estudo da arte rupestre - devido a sua prevalência sobre os demais vestígios arqueológicos - outros tipos de suportes têm sido observados por seus registros relacionados ao conhecimento astronômico e/ou cosmológico das culturas estudadas. Isso sem contar com aqueles elaborados sobre materiais perecíveis que - a não ser sob raras condições de preservação - só podem ser identificados através da pesquisa etnográfica.

Sítios arqueológicos identificados como relacionados aos fenômenos astronômicos - tais como estruturas megalíticas,4 alinhamentos de pedras e construções

arquitetônicas - são também objeto de pesquisa que precisam ser analisados em profundidade por esta nova área interdisciplinar.5

3Apesar dos arqueólogos serem unânimes sobre a importância dos referenciais astronômicos no

desempenho de diferentes atividades no cotidiano das sociedades passadas, os registros relacionados ao campo da Astronomia têm sido - até mesmo por falta de conhecimento nesta área específica - normalmente relegados a outras categorias classificatórias mais abrangentes. Quando as descobertas de Central vieram à tona - com conteúdo inegavelmente astronômico - diversas discussões sobre registros semelhantes de outras regiões ficaram evidenciadas pela diferença de enfoque.

4 Sítios com megálitos quase sempre apresentam evidências de terem sido usados como instrumentos para

observação de fenômenos celestes. Este é o caso das pesquisas realizadas nos últimos anos em Calçoene, no Amapá. Cf.: CABRAL, Mariana; SALDANHA, João. Calçoene megalithic observtory. 2010. Disponível em http://www.wondermondo.com/Countries/SA/BRA/Amapa/Calcoene.htm .

5 CABRAL, M. P., SALDANHA, J. D. M.. (2008). "Um sítio, múltiplas interpretações: o caso do

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O Projeto Central, pioneiro no que diz respeito à pesquisa arqueoastronômica brasileira é, provavelmente, o mais conhecido pelo público em geral tanto pela grandiosidade das imagens com conteúdo astronômico, quanto pela sua ampla divulgação pela mídia. Entre as diversas publicações resultantes das pesquisas desenvolvidas na região, encontramos uma série de significados possíveis atribuídos aos registros rupestres de conotação astronômica, que são apresentados resumidamente em um texto sobre a Astronomia na pré-história da Bahia.6 As representações são, de maneira geral, agrupadas em: comunicação ideográfica; regras ecológicas; prescrições e restrições sociais e religiosas; práticas mágico-religiosas; e o conhecimento astronômico em si.

A região definida pelo Projeto é de 100.000 km² e engloba a Planície Calcária, as Serras Quartzíticas da Chapada Diamantina e a região oeste do estado da Bahia.7 Após mais de 30 anos de pesquisas em diversos municípios da região, foram registrados mais de 400 sítios arqueológicos e paleontológicos, distribuídos em abrigos, grutas, canyons, boqueirões, etc. Como a maior concentração de sítios encontra-se na planície calcárea da Chapada Diamantina, as escavações e levantamentos dos registros rupestres, também foram ali centralizados inicialmente, sendo posteriormente expandidos para as serras quartzíticas, a leste e a oeste da planície.8

Os registros rupestres são abundantes em toda a região e a riqueza de material propício ao estudo da Arqueoastronomia fez com que destacássemos este projeto com relação aos demais.9 Possui não só diversas representações de eventos cíclicos (sol, lua,

agrupamento de estrelas em prováveis constelações), como também de alguns eventos astronômicos únicos (como a passagem de um cometa, p. ex.). Conta com diversos

CABRAL, M. P., SALDANHA, J. D. M.. (2008). "Paisagens megalíticas na costa norte do Amapá" (PDF). Revista de Arqueologia 2 (21): 09-26.

6 Ver TAVARES & BELTRÃO, 2014.

7 Cf.: BELTRÃO, Maria. O projeto Central. In: BOAVENTURA, Edivaldo (Org.) Maria Beltrão e a Arqueologia na Bahia: o projeto Central. Salvador: Quarteto, 2014. p.41.

8< http://www.mariabeltrao.com.br/portfolio-item/pesquisas-arqueologicas-no-interior-do-estado-da-bahia/> (acesso em outubro de 2016).

9 Desde o início das pesquisas arqueoastronômicas no Brasil, diversas regiões têm apresentado material

promissor para esse tipo de estudo, fazendo parte, inclusive, do inventário reunido pelo MAST para as exposições organizadas sobre o tema e também se integrando ao banco de dados que está sendo organizado. A escolha pela região de Central foi feita com base no tempo de pesquisas realizadas na área e também pelo conteúdo - quase exclusivo em alguns sítios - diretamente relacionado à Astronomia

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painéis que nos remetem a uma provável utilização como sistemas de contagem e outros que já foram inclusive, identificados como calendários solar, lunar e lunissolar.10

Atualmente, em projetos de cooperação científica com outras instituições de pesquisa (MPEG e OV/UFRJ, mais diretamente)11 o MAST tem reunido novas informações pertinentes ao campo da Arqueoastronomia para a implementação de um banco de dados, sistematizando as informações sobre os registros rupestres com motivos astronômicos ainda dispersas pelo país. O banco propiciará ainda a integração de diversos pesquisadores e instituições, através do intercâmbio das informações coletadas sobre o tema. Tal projeto já reuniu material oriundo de sítios arqueológicos de norte a sul do país, mais especificamente dos estados do Amapá, Pará, Tocantins, Paraíba, Bahia, Minas Gerais e Paraná. O estudo desses painéis permite identificar diversos aspectos do cotidiano dos diferentes grupos que habitaram o Brasil no passado.

Para avaliarmos o conhecimento astronômico de grupos humanos que habitaram diferentes regiões do Brasil pelas representações encontradas na arte rupestre, torna-se necessário efetuar um levantamento detalhado dos sítios arqueológicos com representações astronômicas nas diversas regiões brasileiras. Como ponto de partida, faz-se necessário um registro minucioso das imagens, tanto de forma “isolada” como em possíveis interações no conjunto dos painéis com sinalações astronômicas a que pertencem. Em etapa posterior, buscar seu significado neste tipo de manifestação artístico-cultural.

A consolidação de parcerias científicas tem se mostrado crucial para o desenvolvimento da disciplina. A coleta e organização das informações provenientes das diversas instituições colaboradoras têm promovido o crescimento da pesquisa arqueoastronômica brasileira, possibilitando, entre outros aspectos relevantes, um maior intercâmbio entre pesquisadores e instituições brasileiras, que começam a delinear um perfil deste tipo de conhecimento.

10BELTRÃO, Maria. (Coord.). Arte rupestre: as pinturas rupestres da Chapada Diamantina e o mundo

mágico-religioso do homem pré-histórico brasileiro. Rio de Janeiro: organização Odebrecht, 1994.

11 A parceria com o Museu Goeldi teve início em 2002 através do Projeto Vestígios Arqueoastronômicos no Brasil, subprojeto As representações astronômicas na arte rupestre brasileira. A equipe atual é

formada por integrantes das três instituições: Maura Imazio da Silveira - MPEG; Rundsthen Vasques de Nader - OV/UFRJ; e Cíntia Jalles (Coord.) - MAST.

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E, apesar do número de profissionais envolvidos com a pesquisa arqueoastronômica ter se multiplicado - não só pelo mundo de uma forma geral, como também, especificamente no Brasil - ainda temos muito que avançar.

Por serem as relações Céu/Terra, fundamentais para a sobrevivência e bem estar dos seres humanos, as representações astronômicas encontram-se manifestadas sob formas variadas, em diferentes suportes, de períodos distintos e por toda a História da humanidade.

Os registros astronômicos são estabelecidos de acordo com o interesse e conhecimento específico de cada sociedade. Mas, apesar das manifestações culturais serem distintas, a interdependência do homem com o universo a sua volta, não é. Também não é por acaso que determinadas imagens parecem estar amplamente difundidas, mesmo em culturas que se encontram distanciadas no espaço e no tempo. São desenhos carregados de simbolismos, sendo alguns praticamente inerentes ao ser humano. E, ainda que não possamos afirmar que estas figuras, tão recorrentes, representem a mesma coisa para as mais diversificadas culturas, é um exercício investigativo enriquecedor, perceber semelhanças entre grupos humanos variados que se apresentam, inicialmente, tão diferentes.

Uma vez que na Arqueologia, não podemos contar com o apoio de documentos escritos, que permitam identificar mais facilmente as diferentes relações humanas que permeiam a produção desse tipo de registro, ter a oportunidade de observar aspectos de um saber - no caso o astronômico - em representações gráficas, também em períodos com abundância do suporte escrito, incontestavelmente acrescenta informações preciosas e agrega conhecimento ao estudo de símbolos e outras manifestações culturais.

As imagens que fazem parte do registro arqueoastronômico são de forma e conteúdo diversificado e nem sempre são destacadas como fonte de saber astronômico. Elas podem ser de associação direta representando astros - mais facilmente identificados como tal - ou de conhecimento formado a partir das observações, como é o caso dos sistemas de contagem, que indicam, frequentemente, marcação temporal sugerindo a elaboração de calendários.

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Este é o caso p. ex. das gravuras situadas na Pedra do Ingá – PB, cujas cavidades circulares sequenciais serviriam como marcadores de tempo12 e mesmo das pinturas interpretadas como calendários, que foram localizadas na Toca do Cosmos - BA.13

Algumas imagens como as circulares, por exemplo, tão frequentes nos registros culturais mais variados, acumulam uma carga de informações, que não pode ser demonstrada e/ou comprovada diretamente a partir da pesquisa arqueológica, mas podem, com o auxílio de outros referenciais, ampliar o número de questões a serem trabalhadas no processo de análise do material resgatado. O círculo - bastante comum no mundo das representações - está normalmente associado ao céu, ciclos celestes e, portanto, ao tempo e suas representações.

Em primeiro lugar, o círculo é um ponto estendido; participa da perfeição do ponto. Por conseguinte, o ponto e o círculo possuem propriedades simbólicas comuns: perfeição homogeneidade, ausência de distinção ou de divisão. O círculo pode ainda simbolizar não mais as perfeições ocultas do ponto primordial, mas os efeitos criados; noutras palavras, pode simbolizar o mundo, quando se distingue de seu princípio. Os círculos concêntricos representam categorias de ser, as hierarquias criadas. Para todas essas categorias, eles constituem a manifestação universal do Ser único e não manifestado. Portanto, o círculo é considerado em sua totalidade indivisa... O movimento circular é perfeito, imutável, sem começo nem fim, e nem variações. Define-se o tempo como uma sucessão contínua e invariável de instantes, todos idênticos uns aos outros...O círculo simbolizará também o céu, de movimento circular e inalterável...14

12 Cf.: ALEMANY, Francisco Pavia. El calendário Solar da "Pedra do Ingá" una hipótesis de trabajo.

Boletim série ensaios, n.4. Rio de Janeiro: Instituto de Arqueologia Brasileira, 1986.

13 Cf.: BELTRÃO, Maria (Coord.). Arte rupestre: as pinturas rupestres da Chapada Diamantina e o

mundo mágico-religioso do homem pré-histórico brasileiro. Rio de Janeiro: organização Odebrecht, 1994.

14 CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. 24ª ed. Rio de Janeiro: José

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Na Arte Rupestre, esse tipo de imagem - circular - prevalece sobre as demais e pode ser encontrada associada a diversas outras - geométricas, figurativas e mesmo zoomorfas - que, ainda que não tenham sido inicialmente caracterizadas como tal, são de cunho notadamente astronômico. Todo o material arqueológico - no que diz respeito ao saber astronômico - que foi reunido até o momento, tem forte associação com a coleta de informações e controle sobre a dinâmica celeste.

Outra imagem constante nos registros rupestres e igualmente associada às manifestações gráficas do conhecimento astronômico - observado e eternizado nas representações rupestres - é a espiral.

Quase tão recorrentes como os círculos concêntricos, conseguimos percebê-las também em outros suportes arqueológicos como em peças de cerâmica e artefatos líticos, entre outros.15

Tal forma, que apresenta o movimento circular saindo do ponto original, mantendo e prolongando esse movimento ao infinito, encontra-se manifestada em todas as culturas, sempre carregada de significações simbólicas. Frequente, também no mundo natural, pode ser matematicamente explicada pela sucessão lógica de números inteiros/naturais - geralmente, de 0 e 1 e que cada número subsequente representa a soma dos dois anteriores. A assim denominada Sequência de Fibonacci, apesar de conhecida desde a Antiguidade, recebeu este nome por ter sido difundida pelo matemático italiano, Leonardo de Pisa,16 que no início do século XIII,17 descreveu o

avanço de uma população de coelhos, a partir dessa sucessão. 18

15 Um exemplo disso pode ser observado no estudo da Reserva Técnica Mário Ferreira Simões (RTMFS)

do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), instituição parceira do MAST na pesquisa arqueoastronômica.

16 Popularmente conhecido como Fibonacci (do latim Filius Bonacci), é tido como o primeiro grande

matemático europeu da Idade Média.

17 Com a publicação em 1202 do Liber Abaci (Livro do Ábaco ou Livro de Cálculo), que introduziu os

numerais hindu-arábicos na Europa.

18Ao longo dos experimentos, ele se deparou com uma sequência onde um número é igual a soma dos

dois anteriores. A série, uma das mais famosas da matemática, ficou conhecida como série ou sequência de Fibonacci. Ao dividir cada termo pelo anterior, o resultado sempre fica próximo do número phi (Φ = 1,618034…) número sublime, que organiza o universo em uma mesma proporção - chamada de divina -, está por traz de importantes obras da arquitetura clássica, em pinturas e esculturas renascentistas e na natureza, incluindo no corpo humano.

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A sequência, que está presente em diversos fenômenos da natureza, é infinita - 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584... - e considerada, por sua aplicação, como uma das maravilhas da Matemática.

No período histórico, os mais variados tipos de registros foram responsáveis pelos estudos dos símbolos que possuímos na atualidade, dos quais retiramos algumas interpretações que já fazem parte, inclusive, do senso comum e que são, sobretudo, encontradas nos registros arqueológicos.

As representações astronômicas - amplamente encontradas em todos os tempos e culturas - ratificam a inegável importância deste saber na organização dessas diferentes

sociedades, seja pela orientação de atividades básicas essenciais à sobrevivência, seja pela inserção do homem no grupo a que pertence.

O registro arqueológico, diversificado em formas e suportes, apresenta algumas imagens tão recorrentes que, ainda que não possuam documentação escrita como em outros períodos históricos, a possibilidade de associação entre elas permite a elaboração de questões mais apropriadas ao esclarecimento de ações latentes na cultura material.

O registro histórico, por sua vez, tem permitido a construção de uma linguagem simbólica - também manifestada em diferentes períodos - que, apoiada por documentações auxiliares, provoca e auxilia a investigação arqueológica.

Como podemos constatar pelos diferentes tipos de vestígios produzidos e amplamente documentados no período histórico, a ciência dos astros e a dinâmica celeste sempre ofereceram, além dos referenciais de ordem prática na organização de tarefas cotidianas, a possibilidade de sua utilização simbólica - fundamental na adaptação do conhecimento astronômico produzido anteriormente.

Os trabalhos com enfoque arqueoastronômico têm trazido à tona uma enorme quantidade de material arqueológico que, apesar de representar, indiscutivelmente a importância e necessidade desse referencial para a organização de diferentes sociedades, têm levantado, até agora, mais questões que propriamente apresentado conclusões.

A impossibilidade de certificar a intenção dos agentes produtores da cultura material que chegou a nossas mãos, não nos impede de idealizar, a partir de exemplos

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tanto históricos como de outras culturas ágrafas - passadas e atuais – teorias certamente mais consistentes com a grandeza do material arqueológico hoje disponibilizado.

A cada dia, novos projetos – mesmo que não tratem especificamente do tema – vêm evidenciando a necessidade constante de aprofundarmos a pesquisa sobre o conhecimento astronômico do homem no passado. Agora, contando com novas técnicas – principalmente computacionais – e descobertas, a Arqueoastronomia vem se transformando, de inicialmente polêmica, para inevitável.

O banco de dados por nós proposto, se constitui como principal contribuição para as pesquisas nesta área, impulsionando a estruturação de uma ferramenta coletiva que deverá alterar os rumos da pesquisa realizada nos moldes atuais.

Referências

ALEMANY, Francisco Pavia. El calendário Solar da "Pedra do Ingá" una hipótesis de trabajo. Boletim série ensaios, n.4. Rio de Janeiro: Instituto de Arqueologia Brasileira, 1986.

BELTRÃO, Maria. O Projeto Central. In: BOAVENTURA, Edivaldo (Org.) Maria Beltrão e a Arqueologia na Bahia: o projeto Central. Salvador: Quarteto, p. 41-47. 2014.

______. Região arqueológica de Central: a Astronomia do homem pré-histórico brasileiro. Revista Geográfica Universal, Rio de Janeiro: Bloch Editores. n.203, 1991.

______. (Coord.). Arte rupestre: as pinturas rupestres da Chapada Diamantina e o mundo mágico-religioso do homem pré-histórico brasileiro. Rio de Janeiro: organização Odebrecht, 1994.

______. O conhecimento astronômico e o mundo Mágico-religioso do homem pré histórico brasileiro. Revista da SBHC, nº 19, p. 63-76, 1998.

BOAVENTURA, Edivaldo (Org.) Maria Beltrão e a Arqueologia na Bahia: o projeto Central. Salvador: Quarteto, 2014.

CABRAL, Mariana; SALDANHA, João. Calçoene megalithic observtory 2010.

Disponível em

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CABRAL, M. P., SALDANHA, J. D. M.. (2008). "Um sítio, múltiplas interpretações: o caso do chamado “Stonehenge do Amapá” (PDF). Revista de Arqueologia Pública. v.3 n.1(3). p. 7-13. 2008.

______. "Paisagens megalíticas na costa norte do Amapá" (PDF). Revista de Arqueologia v.21. n.1. 2008.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. 24ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.

TAVARES, Fernando B.; BELTRÃO, Maria. Astronomia na pré-história da Bahia. In: BOAVENTURA, Edivaldo (Org.) Maria Beltrão e a Arqueologia na Bahia: o projeto Central. Salvador: Quarteto, p.75-97. 2014.

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