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ANÁLISE DO POTENCIAL FOTOCATALITICO DE NANOPARTÍCULAS DO TIPO CORE/SHELL DE e G.S.Silveira*, M.A.L. Nobre, S.

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ANÁLISE DO POTENCIAL FOTOCATALITICO DE NANOPARTÍCULAS DO TIPO CORE/SHELL DE ZnO@Cr e ZnO@Ni

G.S.Silveira*, M.A.L. Nobre, S. Lanfredi

Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT, Universidade Estadual Paulista – UNESP, Laboratório de Compósitos e Cerâmicas Funcionais – LaCCeF, C. P. 467,

CEP: 19060-900, Presidente Prudente, SP. *gss.quimica@gmail.com

Resumo

Corantes é uma importante classe de compostos orgânicos sintéticos utilizados na indústria têxtil e fonte comum de contaminação de efluentes. Entre as metodologias para o tratamento desses efluentes, a degradação fotocatalítica tem atraído atenção como uma técnica altamente eficiente, de baixo custo e ambientalmente amigável. Neste trabalho foi investigada a atividade fotocatalítica de nanopartículas do tipo core@shell de ZnO@Cr e ZnO@Ni. As nanopartículas foram preparadas pelo método Pechini Modificado e caracterizadas por difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de transmissão (MET) e espectroscopia de reflectância difusa na região do UV-Vis. A análise do potencial fotocatalítico foi realizada utilizando um reator de baixa potência e o corante vermelho de fenol como molécula teste. As nanopartículas mostraram níveis de degradação em torno de 64% para o sistema contendo cromo e de 88% para o sistema contendo níquel. A cinética da reação fotocatalítica foi investigada e segue um modelo de primeira ordem.

Palavras-chave: Fotocatálise, Vermelho de fenol, core@shell

INTRODUÇÃO

Corantes é uma classe de compostos orgânicos sintéticos amplamente utilizados em áreas como indústria têxtil, curtimento de couros, fabricação de papel, alimentos, agricultura, células fotoeletroquímicas, cosméticos, entre outras (1,2). Estima-se que a produção mundial de corantes seja da ordem de 10.000 toneladas por ano. Desse total cerca de 1 a 2% são perdidos durante o processo de produção,

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enquanto que de 1 a 10% são perdidos durante o uso (1,2). Em função disto, corantes sintéticos podem causar uma contaminação ambiental relevante, ocasionando desde a poluição estética e perturbação do ambiente aquático, até efeitos biológicos e carcinogênicos em animais e humanos (1,2).

Uma ampla gama de metodologias tem sido aplicada para o tratamento destes efluentes tais como adsorção, biodegradação, oxidação química, etc. (1,2), mas se mostram ineficientes, pois esbarram em questões como custo, tempo, geração de espécies tóxicas secundárias e migração do contaminante de uma fase a outra (1,2). Em função da alta eficiência e baixo custo, a degradação fotocatalítica tem sido reportada na remoção de corantes em ambientes aquosos (1,2). O processo fotoquímico se caracteriza pela geração de um par elétron/buraco (e-/h+), como resultado da ativação de um semicondutor por radiação de energia igual ou superior à do seu band gap. O caráter redutor do elétron promovido para a banda de condução (BC) e o caráter oxidante do buraco criado na banda de valência (BV), fazem com que os substratos orgânicos e inorgânicos possam sofrer reações redox, sofrendo transformações. Entretanto, se admite que a principal via de reação é mediada por radical hidroxila (OH.), espécie fortemente oxidante que é gerada por reação entre o buraco e moléculas de água (ou íon hidroxila) previamente adsorvidas na superfície do semicondutor (3,4).

Muitos semicondutores são utilizados em fotocatálise, sendo o TiO2 e o ZnO os mais utilizados (4). Atualmente os esforços na área da fotocatálise se concentram principalmente na melhoria da eficiência destes semicondutores, indo desde a incorporação de metais à estrutura ou à superfície dos mesmos, até sua própria incorporação em sistemas multicomponentes, gerando materiais multifuncionais tais como nanopartículas do tipo core@shell (4,5,). Nanopartículas do tipo core@shell consistem em partículas concêntricas, onde um determinado material é recoberto por uma fina camada de outro material diverso (5,6). Esta associação permite a melhoria das propriedades dos componentes individuais, bem como o surgimento de propriedades totalmente inovadoras (5,6), conferindo a estes materiais aplicações em áreas como eletrônica, óptica, magnetismo, biomedicina, catálise e fotocatálise (5,6). Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a síntese e caracterização estrutural de nanopartículas do tipo core/shell de ZnO@Cr e ZnO@Ni, bem como a avaliação da atividade fotocatalítica destas nanopartículas utilizando o corante vermelho de fenol como molécula teste.

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MATERIAIS E MÉTODOS

No presente trabalho o ZnO foi preparado pelo método Pechini (7,8) e os sistemas ZnO@Cr e ZnO@Ni pelo método Pechini Modificado (9). Ácido cítrico (C6H8O7.H2O), etilenoglicol (HOCH2CH2OH), ZnO, Cr(NO3)3.9H2O, Ni(NO3)2.6.H2O foram os reagentes de partida. A concentração de Cr e de Ni foi de 1% em mol em relação ao Zn presente no ZnO. Nitratos de Cr e de Ni e ácido cítrico foram solubilizados sob agitação e aquecimento. Em seguida o ZnO foi adicionado gradualmente até a obtenção de uma mistura homogênea. Adicionou-se então etilenoglicol (razão em massa ácido cítrico / etilenoglicol de 70/30) e o sistema foi mantido sob agitação e aquecimento até a obtenção de uma resina polimérica. Esta resina sofreu uma calcinação primária em forno tipo câmara da marca INTI, em atmosfera de ar. O material obtido foi desaglomerado em almofariz de ágata, passado em peneira 325 Mesh e posteriormente calcinado a 600°C por 2h em atmosfera de ar, obtendo-se as nanopartículas recobertas. O procedimento foi repetido por 3 vezes a fim de se obter uma cobertura mais espessa.

A caracterização estrutural dos sistemas ZnO e ZnO@Cr foi realizada por difração de raios X, utilizando um difratômetro Shimadzu (modelo XRD-6000) com radiação Cu Kα (λ= 1,54060) e um monocromador de grafite no intervalo de 5° ≤ 2θ ≤ 150°. As características estruturais dos sistemas estudados foram analisadas através do método de Rietveld, empregando o programa FullProf (10). A partir das posições atômicas obtidas no refinamento construiu-se a estrutura dos sistemas investigados, utilizando o programa Diamond 3.2 (11). Com os dados de difração de raios X foram também calculados o tamanho médio de cristalito e o grau de microdeformação na rede cristalina dos sistemas investigados, utilizando as equações de Scherrer e Williamson – Hall, respectivamente (12). A análise da microestrutura dos materiais foi realizada por microscopia eletrônica de transmissão (MET) em um microscópio FEI TECNAI G2 F20 X-TWIN operando a 200 kV em amostras suspensas em isopropanol e depositadas em uma tela condutora de cobre recoberta com carbono. O band gap óptico dos materiais investigados foi determinado utilizando o método de Tauc e a equação de Kubelka-Munk (13). Para isso medidas de espectroscopia de absorção na região do UV-Visível foram realizadas em um espectofotômetro de feixe duplo UV/Vis/NIR da marca Varian

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modelo Cary 500 Scan, equipado com periférico de reflectância difusa. O intervalo espectral de medida foi de 200-900 nm. Para a análise foi empregado o sulfato de magnésio (MgSO4) como referência de reflexão total.

A atividade fotocatalítica das nanopartículas foi estudada seguindo a cinética de desaparecimento do corante vermelho de fenol como molécula teste. Um reator equipado com uma lâmpada UV (≈ 280 nm) de baixa potência (15 W) foi utilizado como fonte de radiação. A concentração inicial de corante foi de 3,53.10-5 mol.L-1. A massa de catalisador empregada foi de 100 mg. A fim de melhor estabelecer o comportamento fotocatalítico dos materiais investigados também foi acompanhada a cinética da fotólise direta em ausência de sólidos. A concentração de vermelho de fenol em solução foi determinada por mudanças na absorbância a 430 nm com um espectrofotômetro. O desaparecimento do vermelho de fenol é investigado em termos da conversão de X obtido através da equação (A):

X = [(C0 – Ct) / C0].100 ≈ [(C0 – Ct) / C0].100 (A)

onde C0 é a concentração inicial de vermelho de fenol, Ct é a concentração no tempo de reação t, e A0 e At são a absorbância inicial e a absorbância no tempo de reação t, respectivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os difratogramas dos pós de ZnO@Cr e de ZnO@Ni mostraram a obtenção de uma única fase identificada pela ficha JCPDS 36-14-51 (14), correspondente a fase wurtzita do ZnO. Esta estrutura, apresenta uma coordenação do tipo (4,4) onde cada cátion ocupa o centro de um tetraedro distorcido, sendo rodeado por quatro ânions nos vértices e vice-versa (15). Os parâmetros estruturais dos sistemas investigados foram determinados utilizando-se o método de Rietveld. A difração de raios X foi indexada com base na unidade de célula hexagonal. O refinamento foi realizado considerando o grupo espacial P63mc (186). Os dados cristalográficos obtidos no refinamento de Rietveld são listados na Tabela 1.

Os dados da Tabela 1 mostram que, em comparação com os valores obtidos para o ZnO, os parâmetros de rede obtidos para os sistemas recobertos mostraram-se praticamente invariantes.

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Tabela 1. Dados Cristalográficos dos pós de ZnO@Cr e ZnO@Ni.

Dados cristalográficos

Fase ZnO ZnO@Cr ZnO@Ni

Temperatura de calcinação

700°C 600°C 600°C

Sistema cristalino Hexagonal Hexagonal Hexagonal Grupo espacial P63mc (186) P63mc (186) P63mc (186)

a (Ȧ) 3,2493 3,2494 3,2492

c (Ȧ) 5,2042 5,2044 5,2039

V (Ȧ³) 47,58 47,59 47,58

Resultados semelhantes são observados para os valores de volume de célula unitária. A partir dos dados de ocupação relativa, coordenadas atômicas, parâmetros de rede e grupo espacial, obtidos no refinamento, foi possível simular a estrutura cristalográfica para os pós de ZnO@Cr e ZnO@Ni, utilizando o programa Diamond 3.2®(11). A Figura 1 mostra as estruturas obtidas.

Figura 1. a) Estrutura do ZnO@Cr b) Sítio tetraédrico catiônico para o ZnO@Cr, c) Sítio

tetraédrico catiônico para o ZnO@Ni, d) Estrutura do ZnO@Ni.

Os resultados obtidos, a partir do refinamento, mostraram que o melhor grau de refinamento foi obtido com o sítio tetraédrico catiônico ocupado equivalentemente por íons Zn2+ e por íons dos metais de recobrimento, enquanto os sítios tetraédricos aniônicos são ocupados pelos íons O2-, mantendo um sistema de coordenação do tipo (4,4), característico da estrutura wurtzita do ZnO (15). Também, a partir da construção das estruturas cristalográficas dos sistemas investigados, foram determinadas as distâncias interatômicas metal – oxigênio (M – O) nos tetraedros que compõem a estrutura. Os valores obtidos são listados na Tabela 2.

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Tabela 9: Distâncias de ligação metal – oxigênio nas estruturas do ZnO e dos sistemas

ZnO@Cr e ZnO@Ni

Distâncias de ligação ( ) ZnO ZnO@Cr ZnO@Ni

M*—O1 1,9738 1,9791 1,9767

M*—O2 1,9740 1,9793 1,9769

M*—O3 1,9740 1,9793 1,9769

M*—O4 1,9880 1,9714 1,9785

* para as estruturas recobertas M pode representar Zn, Cr ou Ni.

Os resultados na tabela 2 mostram que para as ligações M—O1 a M—O3, associadas aos eixos a e b da estrutura do ZnO, os recobrimentos provocam um pequeno aumento nas distâncias de ligação nestas direções. Em contra partida, para as ligações M—O4, associadas às ligações no eixo c da estrutura do ZnO, observa-se uma pequena diminuição das ligações, sendo esta diminuição maior para o recobrimento com Cr. Conforme já exposto, o modelo de refinamento proposto para as estruturas recobertas leva em conta a substituição parcial de íons Zn²+ na estrutura do ZnO por metais do recobrimento (Cr e Ni). Assim, pode-se supor que as variações nas distâncias de ligação estejam associadas à formação de uma pequena quantidade de solução sólida na interface ZnO/recobrimento. De acordo com a literatura, a formação de uma solução sólida de Cr em ZnO é possível até limites de 8% em mol de Cr (16), já para a formação de solução sólida de Ni em ZnO, a literatura reporta ser possível para limites até 3% em mol do cátion substituinte (17). Uma vez que neste trabalho, tanto para Cr quanto para Ni a porcentagem total de elemento recobridor, após três coberturas foi de 3% em mol, a suposição em ambos os casos é aceitável.

A partir das equações de Scherrer e Williamson-Hall (12) determinou-se os valores de tamanho médio de cristalito e da microdeformação da rede para os pós de ZnO, ZnO@Cr e ZnO@Ni. Os valores de tamanho médio de cristalito obtidos foram de 32,40 nm, 37,40 nm e 31,80 nm, respectivamente. Já os valores de microdeformação de rede foram de 0,0008, 0,0005, 0,0010, respectivamente. As variações no tamanho médio de cristalito e na microdeformação de rede, durante os recobrimentos, estão associadas à formação de agregados e mecanismos de transporte de massa (18). No caso específico do Cr, este processo levou a uma maior

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taxa de aniquilação de defeitos, aumentando a cristalinidade e diminuindo a microdeformação. Para o Ni, o processo de recobrimento levou a uma diminuição da taxa de aniquilação de defeitos, diminuindo a cristalinidade e aumentando a microdeformação.

O band gap óptico dos materiais investigados foi determinado pelo método de Tauc (13). Os valores de energia de band gap obtidos para os pós de ZnO, ZnO@Cr e ZnO@Ni foram de 3,05 eV, 1,98 eV e 2,48 eV, respectivamente. É possível observar que o ZnO obtido pelo método Pechini obteve um valor de energia da band gap inferior ao reportado em literatura para o ZnO (3,37 eV à temperatura ambiente) (15). Este fato pode estar associado a morfologia das partículas (13). Com relação às estruturas recobertas, observa-se um significativo abaixamento nos valores de energia de band gap, especialmente para o material contendo cromo. Nestes materiais, a absorção de energia sofre um deslocamento para região do vermelho no espectro eletromagnético (red shift) (13). Neste sentido, supõe-se que o abaixamento da energia de band gap, em função dos recobrimentos, esteja associada a um mecanismo de transporte de elétrons e buracos entre a matriz (ZnO) e as coberturas. Sob irradiação UV elétrons poderiam ser injetados na banda de condução do ZnO a partir dos recobrimentos e buracos poderiam ser transportados a partir a banda de valência do ZnO para os recobrimentos (19). Vale ressaltar que não apenas este modelo pode explicar os valores encontrados. Considerando que as nanopartículas ZnO@Cr apresentaram maior tamanho de cristalito, é esperado que esta maior cristalinidade permita uma aproximação dos níveis energéticos também reduzindo a energia de band gap.

A morfologia dos pós foi determinada por microscopia eletrônica de transmissão (MET). A Figura 2 mostra as micrografias obtidas. Para o ZnO observa-se a preobserva-sença de partículas esféricas e a formação de aglomerados, indicando coalescência das nanopartículas. Para as estruturas recobertas, observa-se a perda do perfil liso e esférico obtido para o ZnO. Observa-se também que os recobrimentos ocorrem na superfície de aglomerados e possuem caráter amorfo, caracterizado pela ausência de um padrão textural organizado. Tal observação está em acordo a não observação de uma fase secundária na caracterização por difração de raios X.

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Figura 2. Micrografias eletrônicas de transmissão para os sistemas a) ZnO, b) ZnO@Cr, c)

ZnO@Ni.

Atividade fotocatalítica

A Figura 3 mostra as curvas de descoloração para o corante vermelho de fenol na presença das nanopartículas core@shell. Comparativamente também são mostradas as curvas na ausência de sólidos e na presença de ZnO.

Figura 3. Taxa de descoloração do corante vermelho de fenol em ausência de sólidos e na

presença dos fotocatalisadores ZnO, ZnO@Cr e ZnO@Ni.

Analisando a Figura 3, primeiramente é preciso considerar que a fotólise direta têm influência sobre a descoloração do vermelho de fenol, podendo ser considerada não nula nas condições experimentais utilizadas. Observa-se também que nas mesmas condições o ZnO não apresenta atividade fotocatalítica, ao contrário, reduz a atividade fotocatalítica observada para a fotólise direta. Este efeito pode ser associado a um processo de opacificação da solução, quando da presença deste óxido, bloqueando a entrada dos fótons. Esta opacificação pode ser relacionada a

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mecanismos de agregação do fotocatalisador (20), uma vez que o pH natural da solução de vermelho de fenol é ácido. Para as nanopartículas core@shell observa-se que as nanopartículas de ZnO@Cr não exibiram um comportamento bem próximo ao da fotólise direta em ausência de sólidos. Este comportamento pode ser associado a dois fatores. O primeiro deles está associado ao processo de adsorção do corante sobre a superfície das partículas. Conforme já discutido anteriormente, as nanopartículas de ZnO@Cr apresentaram alto valor de tamanho de médio de cristalito. Assim, supõe-se que estas partículas possuam baixa área superficial para adsorção limitando o processo fotocatalítico (20). O segundo fator tem relação com o valor de energia de band gap encontrado para este sistema. Este fato implica em uma alta taxa de recombinação do par e-/h+ gerado durante o processo fotocatalítico, limitando a fotoatividade deste material (20).

Com relação as nanopartículas de ZnO@Ni observou-se elevada atividade fotocatalítica (88%), sendo os resultados obtidos superiores aos observados para a fotólise direta (65%). Estes resultados estão em acordo ao já reportado por outros autores (19), utilizando sistemas ZnO/Ni para aplicações fotocatalíticas. Conforme já discutido, a presença do Ni no sistema auxilia na redução da taxa de recombinação do par e-/h+ beneficiando a fotoatividade. Além disso, convém destacar que as nanopartículas ZnO@Ni apresentaram menor valor de tamanho médio de cristalito, o que implica em uma alta área superficial, beneficiando processos de adsorção sobre a superfície das partículas.

Para os testes realizados, também acompanhou-se a cinética do processo fotocatalítico. A Figura 4 mostra a cinética de descoloração para os sistemas investigados. Os dados cinéticos para a fotodegradação desse corante na presença desses sólidos, como a constante de velocidade de reação de primeira ordem (kapp), equação cinética, tempo de meia vida e coeficiente de correlação linear, são sumarizados na Tabela 3.

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Figura 4. Cinética de descoloração para o vermelho de fenol na ausência de sólidos e na

presença dos fotocalisadores ZnO, ZnO@Cr e ZnO@Ni.

Tabela 3. Sumário dos parâmetros cinéticos para a descoloração do vermelho de fenol na

ausência de sólidos e na presença dos fotocatalisadores ZnO, ZnO@Cr e ZnO@Ni. Fotocatalisador Eq. cinética 1ª ordem kapp (min-1) t ½ (min) R² - y = -0,08228 + 0,00444 x 0,00444 156,11 0,9756 ZnO y = -0,0324 + 0,00174 x 0,00174 398,36 0,89604 ZnO@Cr y = -0,08009 + 0,00424 x 0,00424 163,48 0,96458 ZnO@Ni y = -0,19151 + 0,0094 x 0,0094 73,73 0,97872

Uma boa correlação linear dos pontos foi obtida para todos os experimentos. Isto pode ser verificado pelo valor do coeficiente linear, que foi maior que 0,90, com exceção da amostra de ZnO, indicando que a fotodegradação do vermelho de fenol sobre os materiais tem boa correlação com o mecanismo de primeira ordem (18). Observa-se também que o fotocatalisador ZnO@Ni apresenta a maior constante aparente de reação e também o menor tempo de meia-vida. Estes resultados são compatíveis com a maior fotoatividade apresentada por este material.

CONCLUSÕES

A rota sintética utilizada mostrou-se adequada à preparação das nanopartículas de ZnO@Cr e ZnO@Ni. A partir do refinamento estrutural, pelo método de Rietveld, foi possível determinar as posições atômicas da estrutura dos sistemas, bem como investigar a mudança nos parâmetros estruturais com a incorporação dos recobrimentos na estrutura do ZnO. A análise da atividade

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fotocatalítica mostrou que entre as nanopartículas recobertas, as nanopartículas de ZnO@Ni possuem significativa atividade fotocatalítica com uma taxa de descoloração de 88%, sendo que este comportamento pode estar associado a fatores como elevada área superficial e energia de band gap. A cinética da reação fotocatalítica foi determinada observando-se para as nanopartículas de ZnO@Ni a maior constante de velocidade de reação e o menor tempo de meia vida. Em todos os experimentos seguiu-se um modelo de primeira ordem.

AGRADECIMENTOS

CAPES, FAPESP, Departamento de Química Inorgânica UNESP- Araraquara, Prof. Dr. Edson Roberto Leite – LIEC, UFSCar.

REFERÊNCIAS

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Analysis of the Catalytic Potential of ZnO@Cr and ZnO@Ni core@shell type nanoparticles

ABSTRACT

Dyes are an important class of synthetic organic compounds used in the textile industry and common source of effluents contamination. In this work was investigated the photocatalytic activity of ZnO@Cr and ZnO@Ni core@shell type nanoparticles. The nanoparticles were prepared by Modified Pechini method and characterized by X-ray diffraction (XRD), transmission electron microscopy (TEM) and diffuse reflectance spectroscopy in the UV-Vis region. The photocatalytic potential analysis was performed using a low power reactor and phenol red dye as test molecule. Nanoparticles showed degradation levels at around 64% for the ZnO@Cr system and a degradation level of 88% for the ZnO@Ni system. The kinetics of photocatalytic reaction was investigated and follows a first order model.

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