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Utilização do estudo de tempos cronometrados para determinação da capacidade produtiva de um salão de beleza

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 123 Utilização do estudo de tempos cronometrados para determinação da capacidade

produtiva de um salão de beleza

Using the time study to determine the productive capacity of a beauty salon

Vitor William Batista Martins (vitor.matins@uepa.br, UEPA, Pará, Brasil)

Pass Gama Malcher, 40, APT 405, 66613-115, Bloco C, Souza, Belém, PA

Ingryd Diógenes de Araújo Lima (in.gryddiogenes@gmail.com, UEPA, Pará, Brasil)

Julyana Carvalho Kluck Silva (julianakluck@hotmail.com, UEPA, Pará, Brasil)

Karyne Dias Bernardes Piol (karynebernardes1@gmail.com, UEPA, Pará, Brasil)

Maria de Fátima Silva Diniz (fatima-diniz-@hotmail.com, UEPA, Pará, Brasil)

Resumo: O artigo apresenta um estudo de caso realizado em um salão de beleza com base

nos conceitos do estudo de tempos cronometrados. O objetivo foi determinar a capacidade produtiva da atividade de manicure, através de levantamentos e análise dos tempos envolvidos em cada elemento da atividade selecionada, sendo possível melhorar o controle de agendamentos e o serviço oferecido. Para alcançar o objetivo, foi feita uma revisão bibliográfica sobre os conceitos e aplicações do estudo de tempos cronometrados, anotações relacionadas às restrições de horário e em seguida foram formuladas propostas para a melhoria dos serviços ofertados. Os principais resultados alcançados foram o tempo padrão de 79,83 minutos e uma capacidade produtiva diária de 16 clientes, considerando os tempos de descanso e bem estar dos funcionários. Analisando os resultados é possível otimizar o funcionamento do salão e suprir adequadamente as necessidades dos clientes, através do apoio proporcionado na tomada de decisões gerenciais da empresa.

Palavras-chave: Salão de beleza; Estudo de tempos cronometrados; Capacidade produtiva.

Abstract: This article is a case study carried out in a beauty salon based on the concepts of

the time study. The objective is to determine the productive capacity of the manicure activity, through surveys and analysis of the time involved in each element of the selected activity, aiming the improvement of the schedules and service offered. In order to achieve this goal, we performed a literature review on the concepts and applications of the time study, the restrictions of appointments and then proposals were suggested for the improvement of the services offered. The main results showed that the standard time for performing the activity was 79.83 minutes, and the daily production capacity was 16 clients, considering periods for resting and employees’ wellness. Analyzing the results it is possible to optimize the operation of the salon and adequate it to the needs of customers.

Keywords: Beauty salon; Time study; Productive capacity. 1. Introdução

A indústria da beleza está em evidencia no mercado, com suas várias vertentes e conceitos, desde o início da civilização o princípio de ser belo tem grande importância para a inclusão do homem e em suas relações pessoais, sociais e até políticas. As exigências do

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 124 mercado, o medo da velhice, a necessidade de ser perfeito são alguns fatores que instigam homens e mulheres a adotarem estratégias e métodos (BOTA, 2007). A beleza faz parte da natureza humana e a busca pelo belo influência diretamente no auto estima.

De acordo com o presidente da A.T. Kearney, Pietro Gandolfi, estudo realizado pela consultoria aponta que em 2013 o Brasil deve superar o Japão e ocupar o segundo lugar como o maior mercado de beleza e cuidados pessoais, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Levantamento da Anabel constatou que a quantidade de novos salões de beleza cresceu 78% em cinco anos. Esse número passou de 309 mil, em 2005, para 550 mil, em 2010. Enquanto um estudo da Federação do Comércio, Fecomércio SP, identificou que o gasto das famílias brasileiras com serviços de cabeleireiros cresceu 44% em seis anos (OLIVETTE, 2013).

Com a crescente busca pela beleza a procura por saloes de beleza aumentou nos ultimos anos, e estes enfrentam sérios problemas de planejamento com frequentes atrasos e fazendo com que clientes fiquem insatisfeitas com a demora para serem atendidas. Segundo Bellaguarda (2006) é preciso muito cuidado com o agendamento de horários, pois esta é uma das maiores reclamações dos clientes de salão de beleza. Os atrasos podem até acontecer eventualmente, mas jamais devem se tornar uma constância no salão.

A busca pela satisfação do cliente deixou de ser um fator diferencial para uma organização, atualmente está é uma obrigação para qualquer empresa que queira se manter firme no mercado, um cliente é considerado satisfeito quando sua necessidade foi atendida igual ou melhor do que este esperava. Para Barreto et al. (2012), é necessário encantar os clientes, não somente oferecer-lhe o básico. Conforme Pires (2013), os consumidores pretendem satisfazer suas necessidades com a maior velocidade possível, isto aliado a perfeição no serviço prestado.

Uma das maiores dificuldades que as empresas brasileiras enfrentam é a dificuldade de melhorar seu atendimento através do cumprimento dos prazos prometidos ao cliente. O trabalho propõe a utilização do estudo de tempos introduzido por Frederick H. Taylor, para minimizar os atrasos na prestação de serviço em um salão de beleza. Conforme Barnes (1977), o objetivo do estudo de tempos é determinar o número-padrão de minutos que uma pessoa qualificada, treinada e experiente gasta para executar uma tarefa específica trabalhando normalmente.

Tendo em vista o contexto acima, foi realizado um estudo de tempos cronometrados em um salão de beleza, visando obter o detalhamento de tempos em cada elemento de um dos principais serviços oferecidos ao cliente: o serviço de manicure. Faz-se necessário esta análise

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 125 para que o proprietário tenha uma visão sistêmica de seu empreendimento e de posse dessas informações possa planejar a quantidade de funcionários de acordo com a demanda e horários de maiores movimentos no salão.

O artigo esta organizado da seguinte forma: Seção 2 – alguns conceitos referentes à engenharia de métodos: estudo de tempos cronometrados e ergonomia. Seção 3 – apresenta-se a metodologia utilizada, para coleta e transformação de dados. Seção 4 – abordam-se questões referentes ao ambiente onde o estudo foi realizado, bem como os resultados e as discussões. Seção 5 – conclusão do trabalho.

2. Revisão Conceitual

Nesta seção é apresentado o referencial literário utilizado para orientar esta pesquisa, abordando-se os estudos de tempos cronometrados, ergonomia e gráfico de fluxo de processos.

2.1 Estudos de tempos cronometrados 2.1.1 Histórico

O estudo de tempos teve seu início em 1881, na usina Midvale Steel Company, e Frederik Taylor foi seu introdutor. A entrada de Taylor na Midvale Steel Company fez com que ele chegasse a conclusão de que o sistema operacional da fábrica deixava muito a desejar. Logo após tornar-se mestre geral, decidiu tentar mudar o estilo de administração de tal modo que “os interesses dos trabalhadores e os da empresa fossem os mesmos, que não conflitassem” (BARNES, 1977).

Em 1903, na reunião do ASME realizado em Saratoga, Taylor apresentou o seu famoso artigo "Workshop de Gestão", cuja metodologia foi aceita por muitos resultados satisfatórios de comunicação industrial. Em 1917, Bernard C. Thompson relatou em 113 plantas ou fábricas que implantaram a "administração científica". Destes, 59 tinham considerado completo sucesso, sucesso parcial apenas 20 e 34 um completo fracasso. Finalmente, em julho de 1947, uma lei que permitiu que o estudo do uso do tempo no Departamento de Guerra dos Estados Unidos, fosse aprovado. No momento não há nenhuma restrição sobre a aplicação do estudo de tempo em qualquer empresa ou país industrializado (IVÁN E MIGUEL, 2011).

Para Rocha (2008), o estudo desenvolvido por Taylor analisou procedimentos de trabalho usados em um processo. Nele o homem era elemento essencial, tanto como

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 126 observador ou como executor da atividade. Em suas declarações Taylor provou que a aplicação de sua metodologia conduzia a resutados prositivos, tais como: aumento da produtividade; aumento de salário; redução dos esforços; maior satisfação para patrões e empregados (FARIA, 1997).

Para a realização do estudo de tempos Taylor observou vários critérios, problemas, dentre vários âmbitos. Segundo Junior (2012) são: a realização dos processos pela adiministração é um grande problema de controle; o aperfeiçoamento e cronometragem das atividades, faria com que administração selecionasse melhor seus operários; a delimitação das funções, onde o planejamento e controle dos precessos seria função da administração e não do operários.

O estudo de tempo foi um grande precursor para que os operários pudessem ter melhores de trabalho e garantia de eficiência nas atividades realizadas, gerando assim o aprimoramento das atividades e melhorias de forma geral ao processo produtivo.

2.1.2 Definição

Estudo de tempos é uma técnica de medida de trabalho para registrar os tempos e o ritmo do trabalho para os elementos de uma tarefa especializada, realizada sob condições especificadas, e para analisar os dados de forma a obter o tempo necessário para a realização do trabalho com um nível definido de desempenho (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2009).

A medida do trabalho pode ser definida como o processo de determinação do tempo que um operador qualificado e com níveis definido de desempenho levam a realizar um trabalho (JUNIOR, et al, 2012).

O estudo de tempos geralmente é feito com um cronometro, seja no local ou analisando um vídeo do trabalho. O trabalho ou tarefa estudado é dividido em partes ou elementos mensuráveis e o tempo de cada elemento é contado individualmente (JACOBS E CHASE, 2012). No estudo de tempos, os analistas cronometram a operação que é executada pelos trabalhadores. Esses tempos observados são então convertidos em padrões de mão- de- obra que são expressos em minutos por unidade de produção para operação (GAITHER E FRAZIER, 2007).

De acordo com Ayoub (2008), existem alguns requisitos para realizar o estudo de tempo cronometrado, listado a seguir: é necessário que o operário esteja hábito em relação à atividade que realiza; os elementos da instituição, tanto o operário como o seus superiores

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 127 devem ser informados sobre o que está sendo avaliado; a pessoa que irá realizar o estudo tem que treinar e estar com as devidas ferramentas necessárias (cronômetro, formulário, câmera); o operador tem que ficar quieto para uma melhor verificação da atividade e o analista não pode impor pressão em relação ao operário.

Os elementos utilizados para o estudo são a filmadora, o crônometro e a folha de registros. A filmadora serve para estudar as operações a serem cronometradas e também para documentar o histórico do processo anterior. Com isso, podem ser registradas as possíveis anomalias encontradas. O cronômetro indicado para esta atividade consiste em um cronoômetro centesimal analógico ou digital. É importante que o analista esteja familiarizado com o equipamento para que erros ou perdas de medições não aconteçam. Já a folha de registro é utilizada para anotação das sequências das operações, dos tempos cronometrados e dos cálculos dos tempos padrões. Da mesma forma o analista dever ser capaz de registrar corretamente as medições e de calcular os tempos padrões (JUNIOR, 2012).

Weise et al (2013), destacam que ápos a definição dos equipamentos necessários para a realização do estudo, segui-se as seguintes etapas: divisão da operação em elementos (definição dos elementos a serem estudados); determinação do número de ciclos a serem cronometrados (número de cronometragens a serem feitas , entre 10 a 20 cronometragens); verificação da agilidade do operador (a escolha do operário a ser estudado, através da análise da velocidade com qual realiza a atividade); determinação de tolerâncias (tempo que um operador gasta para repouso ou necessidades pessoais) e resolução do tempo-padrão (ápos ter obtido o número de ciclo e posteriormente suas médias, faz-se o cálculo do tempo cronometrado e tempo normal).

Segundo Bonome (2009) os estudos de tempos proporcina diversas vatangens, como: a racionalização e seleção mais precisa em relação à escolha e treinamentos dos operários; maior eficiência no trabalho realizado pelos funcionários; melhorias referente aos salários e prêmios por aumento de produção, dentre outros.

No entanto é de extrema importância observar que este estudo tem suas vantagens, sendo este realizado de forma adequada. De acordo com Gaither e Fraizer (2007) este estudo requer uma equipe de analistas competentes e que uma dificudade encontrada seria que a determinação do padrão de mão-de-obra só pode ser definido quando a atividade estiver sendo realizada.

A importância da medição do tempo é siginificativa para operações que se repetem com frequência, especiamente em empresas que dependem do esforço das pessoas, e onde

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 128 elas, e não os equipamentos, são os principais responsaveis pela velocidade ou pelo volume de trabalho (ROCHA, 2008). Junior (2012), afirma que estudo de tempos tem um papel fundamental na organização de trabalho, pois através de métodos padrozanizados das operações, são oportunizados condições para avaliar a capacidade produtiva de mão-de-obra e, principalmente, identificar os pontos de melhorias dos processos.

Os padrões de trabalho são necessários para um sistema de operações eficiente. Eles são indispensáveis para o planejamento da produção, para planejamento da mão-de-obra, para os custos e para avaliação do desempenho. Eles também podem ser utilizados como base para sistemas de incetivos. Eles são usados nas fábricas e nos escritórios [...] (HEIZER E RENDER, 2001).

Verifica-se que o estudo de tempo é um método que permite uma organização a satisfação diante aos menbros da empresa e também proprocionar um melhor produto aos seus clientes, visando sempre é claro um processo produtivo eficiente e que atenda o mercado de acordo com que é demandado, gerando a capacitação dos funciónarios e auxiliando que a organização esteja frente ao mercado e seus devidos concorrentes produzindo produtos com qualidade e confiabilidade.

2.1.3 Finalidades

O estudo do tempo é uma técnica usada para se obter um tempo adequado na realização de uma atividade particular. Isso é baseado em estabelecimento de padrões autorizados para executar uma tarefa com suplementos ou folgas por dificuldades pessoais ou atrasos inevitáveis e tempo, e, portanto, resolver os problemas associados com os processos de fabricação (IVAN E MIGUEL, 2011).

O objetivo do estudo de tempos é determinar o tempo normal e o tempo padrão. O tempo normal, também chamado de tempo básico, pode ser definido como o tempo que um trabalhador qualificado leva para realizar um trabalho especifico com um desempenho padrão. Esse tempo é a base para a estimativa de tempo de uma tarefa (JUNIOR et al, 2012)

Segundo Rocha (2008), após definir o tempo, este influenciará diretamente na programação da produção determinando a capacidade produtiva numa jornada de trabalho e possibilitando estipular número a ser atingido na fabricação de qualquer item, num período qualquer.

As medidas de tempos padrões de produção são dados importantes para: estabelecer padrões para os programas de produção para permitir o planejamento fábrica, utilizando com

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 129 eficiência os recursos disponíveis e, também, para avaliar o desempenho de produção em relação ao padrão existente; fornecer dados para a determinação dos custos padrões, para levantamento de custos de fabricação, determinação de orçamentos e estimativa do custo de um produto novo; fornecer dados para o estudo de balanceamento de estruturas de produção, comparar roteiros de fabricação e analisar o planejamento de capacidade (MARTINS e LAUGENI, 2005).

Para Barnes (1977), hoje o estudo de tempos, é utilizado com diversas finalidades dentre ela estão: determinação dos custos- padrões que auxiliam no preparo de orçamentos; estimar o custo de um novo produto, antes mesmo do início de sua fabricação. Podendo assim auxiliar na formulação de proposta para a concorrência e na determinação do preço deste novo produto; determinar o número de maquinas que cada operário pode operar e a quantidades de pessoas necessárias para o funcionamento adequado de um grupo; auxiliar no balanceamento de linhas de montagem; determinar tempos-padrões a serem usados para o pagamento de incentivos a mão de obra, pagamento de mão de obra indireta e usados como base do controle de custo de mão de obra.

O estudo de tempos não tem apenas a finalidade de estabelecer a melhor forma de trabalho. O estudo de tempos procura encontrar um padrão de referência que servirá para: determinação da capacidade produtiva da empresa; elaboração dos programas de produção; determinação do valor da mão-de-obra direta no cálculo do custo do produto vendido (CPV); estimativa do custo de um novo produto durante seu projeto e criação; balanceamento das linhas de produção e montagem (PEINADO E GRAEML, 2007).

Verifica-se que dentre todos os objetivos ressaltados, o estudo de tempo estabele não somente a determinação de padrões e capacidade produtica, mais também melhorias no processo produtico, minimização de custos e é claro disponibilizar melhores produtos ou serviços para os clientes.

Conforme Junior (2012), os resultados finais obtidos com a aplicação do estudo de tempos geram informações de grande importância para as organizações tais como, a determinação da capacidade produtiva de mão de obra disponível, o cálculo da produtividade da mão de obra, a definição do custo unitário da produção, a capacidade instalada da fábrica e o dimensionamento correto da mão de obra fabril.

O estudo de tempo oferece resultados satisfatórios e é indispensável para as organizações, sendo este um método de grande relevância e utilizado em muitas organizações para a otimização de processos e condições de trabalho.

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 130 2.1.4 Cálculo do estudo de tempo cronometrados

Segundo Peinado e Graeml (2007), o estudo de tempos é uma forma de mensurar o trabalho por meio de métodos estatísticos, permitindo calcular o tempo padrão que é utilizado para determinar a capacidade produtiva da empresa, elaborar programas de produção e determinar o valor da mão-de-obra direta. O tempo padrão engloba a determinação da velocidade de trabalho do operador e aplica fatores de tolerância para atendimento às necessidades pessoais, alívio de fadiga e tempo de espera.

De acordo com Barnes (1977) há diversos "sistemas" ou métodos de se chegar a avaliação do ritmo, todos eles dependendo da opinião pessoal do analista do estudo de tempos. A avaliação de ritmo é o processo durante o qual o analista de estudos de tempos compara o ritmo do operador em observação com o seu próprio conceito de ritmo normal. Posteriormente, este fator de ritmo será aplicado ao tempo selecionado a fim de obter-se o tempo normal para esta tarefa.

Tempo normal é o tempo requerido para um operador completar a sua operação operando com velocidade normal. Por sua vez velocidade normal é aquela que pode ser obtida e mantida por um trabalhador de eficiência média durante o dia típico de trabalho sem fadiga indevida (MOREIRA, 2013).

Segundo Rocha (2008), existe algumas correções a serem feitas em relação ao cálculo, como o fator de ritmo que é a velocidade com o qual um operador realiza a operação.

Para a velocidade de operação normal do operador é atribuída uma taxa de velocidade, ou ritmo, de 100%. Velocidades acima do normal apresentam valores superiores a 100% e velocidades abaixo do normal apresentam valores inferiores a 100% (PEINADO e GRAEML, 2007). A fórmula da Velocidade do Operador está expressa na Equação 1:

V = Tempo internacional / Tempo obtido (1)

Onde: V é a velocidade do operador, tempo Internacional é de 30s e tempo obtido é média do funcionário-padrão.

Para tornar o tempo utilizável para todos os trabalhadores, a medida da velocidade, que é expressa como uma taxa de desempenho que reflete o nível de esforço do operador observado deve também ser incluída para “normalizar” o trabalho. (PEINADO e GRAEML 2007). A fórmula que expressa o Tempo Normal é dada na Equação 2:

TN = TC X V (2)

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 131 O tempo normal para uma operação não contém tolerância alguma. É simplesmente o tempo necessário para que um operador qualificado execute a operação trabalhando em um ritmo normal. Entretanto não é de se esperar que uma pessoa trabalhe o dia inteiro sem algumas interrupções; o operador pode dispender o seu tempo em necessidades pessoais, descansando ou por motivos fora de seu controle. (BARNES, 1977).

Uma vez o tempo normal, o tempo padrão é aquele requerido por uma operação, quando as interrupções e condições especiais da operação forem levadas em conta. Costuma-se, para tanto, acrescentar ao tempo normal um certo percentual de tempo perdido devido a fadiga e as demoras inevitáveis, ou seja que não dependem da vontade do operador (MOREIRA, 2013).

Fator de tolerância, referente ao tempo que um operador perde em atividades que não são às específicas de produção, como parada por fadiga ou para atender alguma necessidade pessoal (ida ao banheiro ou ao bebedouro, por exemplo) (ROCHA, 2008). A fórmula do Fator de Tolerância está expressa na Equação 3:

FT = 1 / 1-P (3)

Onde: FT é Fator de tolerância e P é a razão do Tempo permissivo pelo Tempo de trabalho. O Fator de Tolerância é sempre maior que 100%, justamente para prever os efeitos das condições da operação sobre a ação do operador (MOREIRA, 2013).

Para Heizer e Render (2001), as tolerâncias pessoais de tempo muitas vezes são estabelecidas na faixa de 4% a 7% do tempo-total, dependendo da proximidade dos locais de repouso, dos bebedouros e outras facilidades. Tolerância para espera muitas vezes são estabelecidas em decorrência dos estudos reais da espera que ocorre. As tolerâncias para fadiga baseiam-se em nosso conhecimento cada vez maior do dispêndio de energia humana sob diversas condições humanas e ambientais.

A fadiga pode surgir em decorrência de temperatura elevada, ruído acima do permitido a resistência humana, muita movimentação, carência ou excesso de luminosidade, fixação da visão por longo tempo, método de trabalho inadequado (ROCHA, 2008).

Após a sistematização dos dados, torna-se possível o cálculo do tempo padrão, que segundo Martins e Laugeni (2005) os tempos padrões de produção que serão medidos poderão servir como uma referência futura, para avaliar o desempenho de uma determinada célula de produção.

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 132 O tempo padrão é obtido somando-se ao tempo normal a tolerância de tempo para necessidades pessoais (como banheiro e intervalos para café), atrasos inevitáveis no trabalho (como defeitos no equipamento ou falta de material) e fadiga do trabalhador (física ou mental) (JACOBS E CHASE, 2012). A fórmula do Tempo Padrão está expressa na Equação 4:

TP = FT X TN (4)

Onde: TP é o tempo padrão, FT é o fator de tolerância e TN é o tempo normal.

Então podemos entender o estudo dos tempos como um método de determinação do tempo padrão e dos ritmos de trabalho de uma operação. Tal método é usado para projetar uma melhor sequência e padronização das atividades, visando um nível máximo de desempenho pelo executante. Nesse sentido tempo padrão pode ser definido como a quantidade de tempo necessária para a execução de uma dada tarefa, utilizando padrão de trabalho (JUNIOR, 2012).

Segundo Junior et al (2012), o tempo padrão é largamente utilizado nas organizações, sejam elas do ramo de serviços ou de bens, onde tem-se como seus usos: o estabelecimento de padrões para a programação de produção; o fornecimento de dados para a determinação de custos, orçamento e estimativas de novos produtos; determinação da capacidade de produção e quantidade de mão-de-obra, dentre outros.

Na prática, pode-se dizer que o tempo padrão está bem definido quando os operadores práticos apresentarem variação de produção em torno do padrão definido. Os que superam o padrão (que é a média) são aquele de excelente nível e destacados. Os que igualam são operadores normais (médios); o que ficam abaixo tem menos habilidade [...] (ROCHA, 2008). A partir do estudo de tempos é possível também ter uma visão sobre a capacidade produtiva de uma empresa, definida através do tempo-padrão. Capacidade produtiva seria a máxima produção possível de ser obtida em condições normais de trabalho e em determinado período de tempo (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2002). A fórmula da Capacidade Produtiva está expressa na Equação 5:

CP = HT / TP (5)

Onde: CP é a capacidade produtiva, HT são horas diárias de trabalho e TP é o tempo padrão. Pode-se considerar que a produtividade de uma operação está diretamente realcionada aos movimentos realizados pelo operador, pois quanto menor for o tempo aplicado nas atividades diretas que agregarm valor, maior será a capacidade produtiva. Portanto a base para

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 133 eleminação desse despedício está na economia de tempo e das relações existentes entre o movimento humano e a postura no trabalho (JUNIOR, 2012).

Observa-se assim a importância desta ferramenta, amplamente utilizada em vários setores de uma produção para obtenção do tempo padrão de execução de uma operação, a fim de se determinar a capacidade produtiva.

2.2 Ergonomia

Para Turella et al (2011) as condições de trabalho e o ambiente aos quais os funcionários estão submetidos influenciam diretamente na qualidade do produto e no desempenho dos processos, fazendo com que esta seja uma grande preocupação dos gestores atualmente. Entre diversos fatores que auxiliam na questão de motivação de funcionários, está à ergonomia, que proporciona uma melhora significativa na relação do homem com seu ambiente de trabalho, otimizando os processos e interferindo diretamente na qualidade e produtividade em geral.

Pode-se afirmar que a ergonomia trata da atividade do trabalho ou da atividade humana que resulte no fazer interagindo com outros humanos, máquinas, ferramentas, mobiliário e ambiente. Busca aperfeiçoar ou otimizar as interfaces físicas, cognitivas e organizacionais dos sistemas (BATALHA, 2008).

Avaliar ergonomicamente as ferramentas e instrumentos de trabalho tornou-se critério relevante ao se esperar melhorias na produtividade e no compromisso de pessoal para com o andamento adequado da produção (MELO, MAIA E ANDRADE, 2012).

Segundo Weber et al (2012) a ergonomia tem uma visão ampla, abrangendo atividades de planejamento e projeto, que ocorrem antes do trabalho ser realizado, e aqueles de controle e avaliação, que ocorrem durante e após este trabalho.

O ambiente de trabalho deve ser adaptado aos colaboradores de referido setor, para reduzir fadiga, acidentes de trabalho, estresse, aumentar a eficiência nas funções desempenhadas e proporcionar satisfação do funcionário. Dessa forma a ergonomia deve ser levada em consideração desde o início da implementação do posto de trabalho, adaptando o projeto de trabalho às necessidades dos colaboradores (RODRIGUES, GUERREIRO E COSTA, 2009).

Portanto, a ergonomia mostra-se como importante aliada dos gestores utilizada para descobrir, analisar e eliminar qualquer tipo de influência interna e externa ao trabalhador, com

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 134 o intuito de adequar as condições necessárias para se obter o máximo de produção em equilíbrio com o bem-estar do trabalhado.

2.3. Gráfico de fluxo de processos

A introdução de novas práticas de produção traduz-se por um aumento na complexidade das atividades e operações, portante desses processos deve basear-se em uma descrição completa e coerente dos processos de negócio. A representação de processos siginifica desenvolver diagramas que mostram as atividades da empresa, ou de uma área de negócios, e a sequeência na qual são executadas (NEUMAN, 2013). Conforme mostra a Figura 1.

Cartas de processos são cartas que descrevem os processos por símbolos indicativos das atividades realizadas, como num fluxograma (CORRÊA E CORRÊA, 2011).

Figura 1 - Estruturação de fluxo de processo

Fonte: Neuman (2013)

Fluxograma facilita a vizualização das diversas etapas que compoem um determinado processo, permitindo identificar aqueles pontos que merecem atenção especial por parte da equipe de melhorias. Além da sequência das atividades, o fluxograma mostra o que é realizado em cada etapa [...] (CESAR, 2011).

O fluxograma é uma importante ferramenta não somente para a delimitação das atividades desempenhadas em uma organização, mas também para auxiliar em uma melhor vizualização do processo produtivo, podendo evitar erros e garantir que as atividades sejam

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 135 desempenhadas de forma correta e assim prorporcionar eficiência em todos os procedimentos realizados.

3. Método de Pesquisa

Será apresentado a seguir o método de pesquisa adotado, onde se observa o passo-a-passo e as informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa.

3.1 Classificação da pesquisa

A pesquisa é caracterizada exploratória quanto aos propósitos pois, segundo Reis (2008), possui objetivo de incorporar características inéditas de um assunto pouco explorado. Pode-se desenvolver esse tipo de pesquisa através de levantamento bibliográfico, entrevistas e análises de exemplos sobre o tema estudado.

De acordo com Bonat (2009), pode ser classificada como pesquisa de campo, partindo da observação dos fatos que condiz com a realidade. É necessário que ocorra antes uma pesquisa bibliográfica para depois sistematizar os dados coletados.

É considerada quantitativa uma vez que Bonat (2009) afirma que a pesquisa pode ser mensurada, calculada, medida. Possui um teor descritivo, pois apresenta o que realmente é observado, sem interferência ou analise de questões pessoais.

3.2 Delineamento da pesquisa

Foi realizado um estudo de caso em um salão beleza, com o intuito de se obter os tempos cronometrados para o processo de manicure, para então planejar a capacidade produtiva do salão nesta atividade. A seguir estão os passos adotados:

a) levantamento bibliográfico: foram estudados referenciais teóricos que abordavam os assuntos: engenharia de métodos, estudo de tempos cronometrados, teste do baralho e ergonomia. Além de informações sobre o ramo de salões de beleza;

b) caracterização da empresa estudada: foi realizada uma entrevista com a proprietária, (apêndice A), do salão de beleza na qual foi possível identificar a quantidade de mão de obra disponível, projetos futuros, estratégia de venda, a gama de serviços que o salão tem disponível e informações gerais;

c) caracterização dos processos da empresa: para análise detalhada de todos os processos dentro da empresa estudada, foi desenvolvido um layout, além de um gráfico de fluxo de processos.

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 136 funcionário analisado, foi escolhido o método teste do baralho, todas as manicures participaram. Para determinação do funcionário-padrão que foi analisado durante as cronometragens das etapas do processo, foram realizadas cinco cronometragens durante a distribuição das 52 cartas em um gabarito, a regra é não encostar-se às paredes do gabarito. Ao término do processo, o funcionário-padrão escolhido foi o que apresentou menor variação nas três ultimas cronometragens. Após a determinação do funcionário-padrão calculou-se a velocidade de operação.

e) desenvolvimento do instrumento de coleta de dados: foi dado através das cronometragens dos tempos para a realização de cada etapa do processo de manicure: lixar, amolecer cutículas, retirar cutícula, passar esmalte e retirar excessos. Para validação dos resultados o teste foi realizado cinco vezes, e registrados em uma folha de observações. Também foi utilizada uma filmadora para registrar fielmente cada etapa da operação;

f) tabulação dos resultados: os dados obtidos foram organizados em tabelas e a partir disso foi feito a sistematização através do cálculo do tempo padrão, tempo normal, tempo cronometrado, fator de tolerância, velocidade do operador e capacidade produtiva;

g) análise dos resultados: a partir dos dados dispostos nas tabelas, foram analisados e discutido separadamente cada elemento da operação.

3.3 Etapas da pesquisa

3.3.1 Definição do objetivo: Definiu-se o objetivo deste artigo avaliando-se a necessidade de analisar a capacidade produtiva de um serviço que cresce significativamente no mercado e que está se tornando uma atividade financeiramente importante.

3.3.2. Pesquisa bibliográfica: Realizou-se um levantamento bibliográfico em fontes como livros e artigos para entender todo o contexto, como seria a referência bibliográfica, metodologia, e quais resultados seriam analisados.

3.3.3. Escolha da empresa: Escolheu-se um ramo onde é pouco explorado e alvo de reclamações. A empresa escolhida atendeu todos os requisitos necessários à elaboração do estudo.

3.3.4. Apresentação do trabalho para a empresa: Mostrou-se a proposta e a apresentação do que seria realizado, quais objetivos e demonstrou-se todas as etapas que seriam realizadas durante a pesquisa. Foi também desenvolvido um questionário para obter informações mais detalhadas sobre a empresa estudada.

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 137 3.3.5. Funcionário a ser observado: Escolheu-se o funcionário após um teste realizado para saber o tempo de ritmo desse operador e este foi observado durante o desenvolvimento da atividade habitual, sem interferências, além de observar pausas ou outras necessidades do funcionário que foi considerada como fator de tolerância. Foram coletados todos os tempos necessários.

3.3.6. Elaborou-se layout da empresa: Mediu-se todo o espaço do salão de beleza, tanto fora quanto dentro. Foi elaborado um layout ao qual foi possível observar o tamanho da empresa, e onde cada atividade era desenvolvida.

3.3.7. Desenvolvimento dos cálculos: Calculou-se todos os tempos necessários e obteve-se resultados como valor do tempo médio, tempo normal e tempo padrão. A partir desses cálculos foi possível calcular a capacidade produtiva da empresa.

4. Estudo de caso

4.1 O mercado do ramo salões de beleza

O mercado no ramo de salões de beleza no Brasil mostra-se muito promissor. Dados da Associação Brasileira de Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) mostram que o setor de beleza vem crescendo, em média, 10,4% ao ano. Cuidados com os cabelos representam 22,1% do faturamento. Já um estudo realizado pelo Instituto

Euromonitor aponta que o setor brasileiro de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos

(HPPC) faturou mais de US$ 43 bilhões em 2011. O total é 18,9% maior do que o faturamento de 2010, quando a indústria movimentou US$ 36,187 bilhões (OLIVETTE, 2013). Observa-se que tanto na área de vendas de produtos como na prestação de serviços de beleza em geral apresentam um alto índice de crescimento.

4.2. Caracterização da empresa estudada

O empreendimento estudado atua no mercado da beleza há 11 meses, localizado na cidade de Marabá-PA, possui uma área que compreende 205,205 m² e oferece diversos serviços: manicure, cortes, penteados tinturas, mechas em tendência, limpeza de pele, depilação, drenagem linfática, massagem relaxante, além de oferecer pacotes especiais para noivas e debutantes.

Seu quadro de funcionários é composto por 9 profissionais com multifunções, dispostos da seguinte forma: 3 manicures, 6 cabeleireiros, 1 recepcionista, 1 gestor

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 138 administrativo, 1 faxineira, 1 esteticista, 1 depiladora e uma gestora funcional especializada em cortes de visagem de acordo com o cliente.

A empresa está sempre buscando inovações, possui projetos futuros como a ampliação de seu espaço e diversificação de seus serviços, garantindo um lugar em que seus fregueses encontrem tudo o que necessitam relacionado à beleza e ao seu bem-estar, proporcionando assim um atendimento qualificado e diversificado.

Para melhor visualização das atividades dentro da empresa foi elaborado um layout (Figura 2), com as dimensões e especificações de cada área do salão de beleza.

Figura 2 - Layout do salão de beleza

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 139 4.3. Caracterização do processo de manicure

Para obtenção dos dados utilizados no cálculo da capacidade produtiva, realizou-se uma cronometragem em todas as etapas do processo de manicure, dividido da seguinte forma:

a) lixar;

b) amolecer a cúticula: passar o amolecedor de cutícula e após colocar a mãos dentro de um recipiente próprio, com água;

c) retirar cutícula: empurrar a cutícula com espátula e retirar a cutícula;

d) passar esmalte: primeiro passar a base, após passar a primeira camada de esmalte e depois a segunda camada de esmalte;

e) retirar o excesso;

A partir da divisão em elemenetos foi construído o gráfico do fluxo de processo, que mostra detalhadamente todos os passos para realização do processo de manicure, visando desde o atendimento ao cliente até a execução do processo, conforme mostrado na Figura 3.

Figura 3 - Fluxo do processo do salão de beleza

Fonte: Os autores (2014)

4.4. Determinação do funcionário padrão

A escolha do funcionário padrão foi dada através do método Teste do baralho, realizado com três funcionárias responsáveis pelo processo de manicure. O resultado das cronometragens está expresso a seguir na Tabela 1.

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 140

Tabela 1 - Resultados testes do baralho

Profissionais Cronometragem Média 1º 2º 3º 4º 5º Manicure 1 41 41 39 29 30 32 Manicure 2 39 40 39 34 36 36 Manicure 3 46 45 45 41 40 42 Fonte: Os autores (2013)

As manicures 1 e 2 obtiveram um desvio em suas cronometragens superior ao da terceira, por esta razão escolheu-se a manicure 3 para a análise. Após saber qual funcionária seria objeto de estudo, calculou-se o fator de ritmo, através da divisão entre o tempo internacional (30s) e a média das três ultimas cronometragens, obteve-se o valor para V de 0,71, Equação 6, a unidade utilizada neste cálculo foi em segundos.

V = 30 / 42 = 0,71s (6) 4.5. Resultados dos tempos cronometrados

Para calcular o tempo cronometrado, foram realizadas 5 cronometragens de cada elemento do processo de manicure, tendo com principal objetivo a definição do tempo gasto por cada elemento quando é executado, uma etapa importante pois permite também a determinação de movimentos inúteis, Tabela 2. Em seguida, somaram-se as cronometragens dos elementos e obtiveram-se suas médias. Somaram-se as médias e obteve-se o tempo cronometrado de 80, 88 minutos.

Tabela 2 - Cronometragens dos elementos da atividade fazer as unhas das mãos

Elementos Cronometragem Média

Cliente 1 Cliente 2 Cliente 3 Cliente 4 Cliente 5

Lixar 2,25 2,71 3.8 1,65 1,55 2,25 Amolecer cutícula 0,43 0,65 0,6 0,73 0,78 0,64 Retirar a cutícula 14,33 11,23 13,88 13,68 21,5 60,29 Esmaltar 10,11 9,36 10,5 10,91 11,28 10,43 Retirar o excesso 8,28 8,5 6,73 6,81 6,06 7,28 Fonte: Os autores (2014)

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 141 Após a obtenção do tempo cronometrado e do fator de ritmo da manicure, calculou-se o tempo normal que é dado pela Equação 7:

TN = 80,88 X 0,71 = 57,43 min (7)

Para o cálculo do tempo padrão é necessário o fator de tolerância. Foi coletado dados sobre expediente do salão, que se inicia às 09:00 hs da manhã, tendo o intervalo para o almoço de 12:00 hs às 14:00 hs e término ás 19:00 hs da noite, apresenta uma jornada de 10 horas. Porém, 50 minutos são usados para as necessidades do trabalhador, 30 minutos para lanches (15 minutos de manhã e 15 minutos de tarde) e 20 minutos para banheiro (10 minutos de manhã e 10 minutos de tarde), dados utilizados para calcular o P (divisão entre o tempo permissivo e tenpo trabalhado) sendo o seu valor 0,283 minutos, em seguida obeteve-se o fator de tolerância, Equação 8:

FT = 1 / 1 – 0,283 = 1,39 min (8)

Tem-se o tempo padrão, multiplicando-se o tempo normal pelo o fator de tolerância, Equação 9:

TP = 57,43 X 1,39 = 79,83 min (9)

O tempo padrão nos informa que uma profissional capacitada leva 79, 83 minutos para realizar o processo de manicure, percebe-se que o elemento retirar a cutícula é um fator que possui grande influência no resultado, sendo este o processo que obteve os maiores tempos. A partir disso, pode-se calcular a capacidade produtiva.

A capacidade produtiva do salão para o processo analisado é dada pela razão entre a quantidade de horas trabalhadas, 430 minutos, pois subtraiu-se 170 minutos que corresponde ao tempo permissível de 600 minutos que corresponde a jornada total de trabalho. Tendo como resultado a capacidade produtiva de uma manicure igual a 5, 38 minutos, Equação 10:

CP = 430 / 79,83 = 5,38 (10)

Como o salão estudado possui 3 manicures multiplicou-se a capacidade produtiva pelo total de manicures, obtendo capacidade produtiva total de 16 pessoas, ou seja, o salão de beleza estudado tem a capacidade de fazer as unhas das mãos de 16 clientes em um dia de trabalho, com pausas para almoço, lanches e banheiro, tempos necessários para o bem estar dos funcionários e assim aumentar sua produtividade.

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Recebido 22/06/2014; Aceito 06/03/2015 142 5. Conclusões

Conforme analisado durante a pesquisa apresentada, foi realizado um estudo de tempos cronometrados de cada etapa do processo de manicure, utilizando-se de cinco amostras para cronometrar cada elemento da operação. Por seguinte, determinou-se a capacidade produtiva da empresa. Também foi construído um layout e um gráfico de fluxo de processo, a fim de se obter detalhadamente todo o passo a passo da empresa.

De acordo com a determinação da capacidade produtiva é possível aperfeiçoar o funcionamento do salão, contribui para melhorar o desempenho entre vários aspectos, como possíveis atrasos, ajustando o agendamento de clientes conforme a disponibilidade de manicures, melhor controle de estoque e manutenção dos materiais específicos do processo, a determinação da quantidade de funcionários de acordo com a demanda diária, estabelecer os custos que o processo gera, ter uma visão geral sobre as necessidades do cliente e do salão.

Em relação aos aspectos ergonômicos do processo de manicure, constatou-se que o mobiliário possui algumas inadequações, como o suporte para colocar os esmaltes e materiais que ficam a uma altura abaixo do recomendado, tendo a manicure que se curvar para alcançar, com o passar dos anos esta funcionária pode desenvolver sérios problemas de saúde.

Contanto, o fator-tempo e a diferença das características das unhas de cada pessoa, foram vistos como obstáculo para os resultados apresentados, podendo interferir na integridade dos dados aferidos.

No decorrer do estudo de caso foram identificadas algumas lacunas e oportunidades de novos estudos: o estudo da ergonomia em todos os serviços prestados pelo salão, visando melhorar os aspectos fisiológico-perceptivos, adequar o posto e trabalho e parâmetros de mobiliário; implantação de uma pesquisa de satisfação do cliente.

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APÊNDICE A – Questionário das informações gerais da empresa

1. Quanto tempo a empresa possui de mercado?

___________________________________________________________________________ 2. Qual o tamanho do espaço físico? Esse espaço atende todas as necessidades do salão?

___________________________________________________________________________ 3. Quais serviços são ofertados?

___________________________________________________________________________ 4. Quantos profissionais têm para cada serviço oferecido pelo salão?

___________________________________________________________________________ 5. Qual o dia de maior movimento de clientes que requisitam o serviço de manicure?

___________________________________________________________________________ 6. Quais os planos para o futuro?

___________________________________________________________________________ 7. De que forma é realizado o marketing?

Referências

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