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DIREITO PENAL III aula 7 2011 1

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DIREITO PENAL III Prof. Carlos Humberto Fauaze

AULA 7

(CONSTRANGIMENTO ILEGAL A VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL)

1) ART. 146 CPB – CONSTRANGIMENTO ILEGAL

1.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção I – crime contra a liberdade pessoal).

1.2) Bem jurídico tutelado

– Liberdade pessoal de autodeterminação, de fazer ou deixar de fazer algo dentro da ordem jurídica. (CF art. 5º, II).

1.3) Sujeitos

1.3.1)ativo – qualquer pessoa.

1.3.2) passivo – pessoa que tenha capacidade de sentir a violência e tenha capacidade de autodeterminação. No caso de incapazes, sendo a violência dirigida a seus representantes, estes serão vítimas do delito, e os incapazes, apenas objeto. A capacidade, nesse caso, não se confunde com a capacidade civil, mas representa a capacidade biopsicológica.

1.4) Tipo objetivo – Constranger para:

- qualquer prestação de ordem pessoal, moral, física, psíquica ou social, de qualquer natureza, desde que não constitua infração penal

- obter da vítima abstenção não determinada por lei;

- se a coação for legítima, não há crime, desde que efetuada por quem seja legitimado a tanto. Coação legítima feita por pessoa ilegítima, configura o crime.

- São puníveis os excessos da coação legítima.

- Se a coação visar prática de crime, trata-se não de constrangimento ilegal, mas sim de crime de tortura (art. 1º, inc. I, letra “b” da Lei n.º 9.455/97.

- Formas de realização do constrangimento: - violência;

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- grave ameaça;

- qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistência da vítima

1.5) Tipo subjetivo

- Consciência e vontade de praticar a coação; - especial fim de agir

1.6) Consumação e tentativa

- Consumação: prática da conduta ou abstenção por parte do coagido. - tentativa: possível (crime material)

1.7) Classificação: - crime comum, - material; - doloso; - comissivo/omissivo; - simples. 1.8) Formas Majoradas (§ 1º).

- Reunião de mais de 3 pessoas para a prática do crime; - emprego de armas.

- Em qualquer caso, o resultado mais gravoso deve estar na esfera de previsão do agente (art. 19 CPB)

1.9) Cumulação de penas (§ 2º)

- Nem sempre o constrangimento é absorvido

1.10) Pena – Detenção - 3 meses a 1 ano ou multa (figura simples). 1.11) Ação penal – pública incondicionada.

2 ART. 147 CPB – AMEAÇA

2.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção I – crime contra a liberdade pessoal).

2.2) Bem jurídico tutelado –

– Liberdade pessoal de autodeterminação, liberdade psíquica. 2.3) Sujeitos

(3)

2.3.1) ativo – qualquer pessoa.

2.3.2) Passivo – qualquer pessoa que tenha capacidade de sentir a idoneidade da ameaça e tenha capacidade de autodeterminação.

2.4) Tipo objetivo

- Ameaçar de mal injusto e grave; procurar intimidar; - ameaça deve ser idônea, séria e concreta;

- pode ser explícita ou implícita, direta ou indireta ou, ainda, condicional;

- pode se dar por palavra oral, escrita, por gesto ou outro meio simbólico;

- o mal prometido há que ser injusto e futuro

2.5) Tipo subjetivo

- Consciência e vontade (dolo) de ameaçar; - Dolo direto ou eventual;

- Não há previsão da modalidade culposa;

- O dolo não abrange o mal prometido, apenas a ameaça em si. 2.6) Consumação e tentativa

- Consuma-se com o conhecimento da ameaça e formalização da intimidação;

- Não é necessário que a vítima efetivamente se atemorize; - Difícil configuração de tentativa, por se tratar de crime cuja ação penal é pública condicionada à representação.

2.7) Classificação: - crime comum, - formal; - de consumação antecipada; - subsidiário; - instantâneo; - doloso - comissivo.

2.8) Ação penal – pública condicionada.

2.9) Pena – Detenção – de 1 a 3 meses, ou multa.

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3.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção I – crime contra a liberdade pessoal)

3.2) Bem jurídico tutelado – Liberdade individual – liberdade de locomoção, de ir, vir e ficar.

- Proteção recai sobre o gozo da liberdade, pois o status libertatis, em si, não é eliminado ou destruído

3.3) Sujeitos

3.3.1)ativo – qualquer pessoa física.

3.3.2) passivo – qualquer pessoa, mesmo sem capacidade de discernimento ou impossibilitada de, por causa anterior, locomover-se

3.3.3) criança: art. 230, 234 e 235 do ECA.

3.4) Tipo objetivo

- supressão da liberdade, sendo seqüestro e cárcere privado meios de atingir o objetivo.

- cárcere privado: confinamento, clausura;

- seqüestro: subtração do indivíduo de determinado local e inserção em outro, como ilha, deserto, etc.

- necessidade de que o a privação da liberdade se dê por tempo juridicamente relevante;

- O cárcere privado pode ocorrer em estabelecimentos públicos.

3.5) Tipo subjetivo

- Consciência e vontade de privar o indivíduo de sua liberdade - Não é necessário, para caracterização do delito, especial fim de agir. Se existir, poderá estar caracterizado outro delito, como extorsão mediante seqüestro, maus-tratos etc.

- Dolo, direto ou eventual 3.6) Consumação e tentativa

- Consumação: privação da liberdade por tempo juridicamente relevante.

- Tentativa: possível, como por exemplo, quando a privação da liberdade não atinge tempo necessário à consumação do delito. 3.7) Classificação:

(5)

- crime comum, - material; - de conteúdo variado; - doloso; - permanente; - comissivo/omissivo; 3.8) Formas qualificadas

- Se a vítima é ascendente, descendente ou cônjuge do agente (§ 1º) - reclusão de 2 a 5 anos.

- quando o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital. (§ 1º, inc. II) - reclusão de 2 a 5 anos. - se resulta à vítima, em razão de maus-tratos, ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral. (§ 2º) - reclusão de 2 a 8 anos.

3.9) Ação penal – pública de incondicionada

3.10) Pena – Reclusão – 1 a 3 anos (figura simples).

4 ART. 149 CPB – REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO

4.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção I – crime contra a liberdade pessoal)

4.2) Bem jurídico tutelado – Liberdade individual - princípio da dignidade da pessoa humana

4.3) Sujeitos

4.3.1)ativo – qualquer pessoa física. 4.3.2) passivo – qualquer pessoa. 4.4) Tipo objetivo

- sujeita pessoa à condição semelhante à de escravo, por qualquer meio; - não é necessária limitação total da liberdade;

- crime de conduta alternativa: retenção de salário, salário irrisório, descontos de alimentação etc.

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4.5) Tipo subjetivo

- Consciência e vontade de subjugar pessoa, tal qual fosse um escravo; - violação de direitos fundamentais;

- Dolo, direto ou eventual; 4.6) Consumação e tentativa

- Consumação: quando se submete à condição análoga à de escravo, por tempo juridicamente relevante

- Tentativa: por se tratar de crime permanente, é possível a tentativa, se a subjugação for efêmera, mas ficar evidenciada a intenção do agente de que fosse permanente; 4.7) Classificação: - crime comum, - material; - permanente; - doloso; - de ação livre; - comissivo;

4.8) Ação penal – pública incondicionada. 4.9) Pena – Reclusão – 2 a 8 anos

5 ART. 150 CPB – VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO

5.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção II – crimes contra a inviolabilidade de domicílio)

5.2) Bem jurídico tutelado – liberdade individual – Tranqüilidade doméstica - não se trata de proteção da posse ou da propriedade

- abrangência do termo “casa”

- A questão domicílio no Direito Penal 5.3) Sujeitos

5.3.1)ativo – qualquer pessoa física, inclusive o proprietário do imóvel. 5.3.2) passivo – morador do imóvel.

5.4) Tipo objetivo

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- necessidade de que a ação seja clandestina, astuciosa ou contra a vontade do morador;

5.5) Tipo subjetivo

- Consciência e vontade de entrar ou permanecer em domicílio alheio;

5.6) Consumação e tentativa

- Consumação: no caso de invasão, no momento em que o agente ingressa por inteiro na casa alheia, na permanência, se dá quando o agente se recusa a retirar-se da casa;

- Tentativa: possível; 5.7) Classificação: - crime comum, - formal; - de conteúdo variado; - doloso; - de ação livre; - instantâneo (1ª figura); - permanente (2ª figura) - comissivo ou omissivo; 5.8) Formas qualificadas: tipos derivados

§ 1º - durante à noite, local ermo, emprego de violência, arma ou por duas ou mais pessoas

5.9) Formas majoradas.

§ 2º - por funcionário público, fora dos casos legaiso ou com

inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso de poder.

5.10) Excludentes do crime; - CP

- CF/88

5.11) Ação penal – pública incondicionada.

5.12) Pena – Detenção – 1 a 3 meses ou multa (figura simples).

6) ART. 151 CPB – VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA

(8)

- Crime contra a liberdade individual (Seção III – crime contra a inviolabilidade de correspondência).

Artigo tacitamente revogado pelo art. 40 da Lei n.º 6.538/78:

Art. 40 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem:

Pena: detenção, até seis meses, ou pagamento não excedente a vinte dias-multa.

§ 1º - Incorre nas mesmas penas quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte.

6.2) Bem jurídico tutelado

– Liberdade individual (liberdade de manifestação do pensamento). 6.3) Sujeitos

1.3.1)ativo – qualquer pessoa, exceto o remetente e o destinatário da correspondência.

1.3.2) passivo – remetente e destinatário (dupla subjetividade passiva), muito embora segmentos da doutrina alemã entendam que enquanto a correspondência não chegue ao destinatário, somente o remetente será sujeito passivo (vide art. 11 da Lei n.º 6.538/78).

6.4) Tipo objetivo – Devassar indevidamente conteúdo de correspondência. - Não há necessidade de que a correspondência seja aberta pelo agente, mas apenas que este tome ciência do conteúdo (não é necessária a leitura);

- Necessidade de haver destinatário determinado ou determinável; - Vide inc. XII do art. 5º CF/88.

- e-mail.

1.4.1) Apossamento de correspondência para sonegação ou destruição (§ 1º, inc. I)

- especial fim de agir;

- desnecessidade que o agente tome conhecimento do conteúdo;

- irrelevante que a correspondência se encontre aberta ou fechada;

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- consuma-se com o apossamento da correspondência; - possibilidade de tentativa.

6.4.2) Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica (§ 1º, inc. II)

- indevidamente divulgar, transmitir ou utilizar indevida ou abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica ou conversação telefônica entre outras pessoas.

6.4.3) Impedimento de comunicação ou conversação telegráfica, radioelétrica ou telefônica (§ 1º, inc. III);

6.4.4) Instalação ou utilização ilegal de parelho radioelétrico (art. 70 da Lei 4.117/62) – “Rádio Pirata”

6.5) Tipo subjetivo

- Consciência e vontade de praticar a ação (em todas as figuras); 6.6) Consumação e tentativa

6.7) Aumento de pena (§ 2º).

- Se há dano para outrem (de cunho econômico, moral, público, privado) – Aumento de metade da pena

6.8) Forma qualificada (§ 3º) – detenção de um a três anos se o agente comete o crime:

- com abuso de função em serviço postal (vide art. 58 da Lei n.º 4.117/62:

Art. 58. Nos crimes de violação da telecomunicação, a que se referem esta Lei e o artigo 151 do Código Penal, caberão, ainda as seguintes penas: II - Para as pessoas físicas:

a) 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção ou perda de cargo ou emprego, apurada a responsabilidade em processo regular, iniciado com o afastamento imediato do acusado até decisão final;

b) para autoridade responsável por violação da telecomunicação, as penas previstas na legislação em vigor serão aplicadas em dobro;

6.9) Pena – Detenção – de 1 a 6 meses ou multa (art. 151, caput e § 1º, I a IV.

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6.10) Ação penal – pública condicionada, salvo nos casos do § 1º, IV e do § 3º, quando será pública incondicionada.

7 ART. 152 CPB – CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL

7.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção III – crime contra a inviolabilidade de correspondência).

7.2) Bem jurídico tutelado –

– Livre manifestação do pensamento através da correspondência comercial.

7.3) Sujeitos

2.3.3) ativo – sócio ou empregado (crime próprio).

2.3.4) Passivo – estabelecimento comercial remetente ou destinatário.

7.4) Tipo objetivo

- Abusar da condição de sócio ou empregado (necessidade de nexo causal entre a condição e o resultado);

7.5) Tipo subjetivo

- Dolo direto ou eventual; 7.6) Consumação e tentativa

- Consuma-se com o efetivo desvio, sonegação, subtração etc.;

7.7) Ação penal – pública condicionada. 7.8) Pena – Detenção – de 3 meses a 2 anos.

8 ART. 153 CPB – DIVULGAÇÃO DE SEGREDO

8.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção IV – crime contra a inviolabilidade dos segredos)

(11)

8.3) Sujeitos

3.3.1)ativo – destinatário ou detentor do documento particular ou correspondência confidencial e das informações sigilosas ou reservadas, contidas ou não nos sistemas de informação ou banco de dados da Administração Pública.

3.3.2) passivo – qualquer pessoa interessada na manutenção do segredo, ou a Administração Pública, no caso no § 1º - A.

8.4) Tipo objetivo

- divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou

detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem. 8.5) Tipo subjetivo

- Dolo, direto ou eventual, que não abrange o dano potencial. 8.6) Consumação e tentativa

- Consumação: divulgação a um número indeterminado de pessoas, independentemente da superveniência do dano. - Tentativa: possível.

8.7) Forma qualificadas

- divulgação de informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública (§ 1º-A)

8.8) Ação penal – pública condicionada, exceto se resultar prejuízo para Administração Pública, quando então será pública incondicionada.

8.9) Pena – Detenção – 1 a 6 meses (figura simples), detenção de 1 a 4 anos (figura qualificada),

9 ART. 154 CPB – VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL

9.1) Considerações preliminares

- Crime contra a liberdade individual (Seção IV – crime contra a inviolabilidade dos segredos)

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9.2) Bem jurídico tutelado – Liberdade individual

9.3) Sujeitos

4.3.1)ativo – pessoa que revela segredo que teve conhecimento em razão de função, ministério, ofício ou profissão (confidentes necessários), e também seus auxiliares.

4.3.2) passivo – qualquer pessoa interessada na conservação do segredo. 9.4) Tipo objetivo

- vide o tipo penal

9.5) Tipo subjetivo

- Dolo, direto ou eventual; 9.6) Consumação e tentativa

- Consumação: mera revelação do segredo - Tentativa: possível

9.7) Ação penal – pública condicionada.

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