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Fatores críticos de sucesso de incubadora e o papel de tal

empreendimento como agente de desenvolvimento econômico regional

Eduardo Siqueira Bernabé (Instituto Federal do Espírito Santo) dudu.bernabe@hotmail.com

Maraline Uliana Krohling (Instituto Federal do Espírito Santo) mara_line@hotmail.com Naiana Moraes do Nascimento (Instituto Federal do Espírito Santo) mnnaiana@gmail.com Thalita Ribeiro Paraguassú (Instituto Federal do Espírito Santo) thalitaparaguassu@hotmail.com

Roquemar de Lima Baldam (Instituto Federal do Espírito Santo) roquemar.baldam@ifes.com

Resumo: É apresentada uma pesquisa caracterizada como um Estudo de Caso sobre a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Vitória, Tecvitória. Utilizou-se como base um modelo de avaliação de incubadoras proposto por Stainsack (2003) que determina dez fatores críticos de sucesso de incubadoras. Dessa forma, pode-se constatar a relevância desse empreendimento para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do estado do Espírito Santo, além de demonstrar, passo a passo, as características de uma incubadora que tem demonstrado ótimos resultados e deve servir de modelo para demais incubadoras brasileiras. Os resultados da pesquisa mostraram que a incubadora estudada tem adequação em relação aos requisitos propostos por Stainsack (2003).

Palavras chave: Incubadoras de empresas, empreendedorismo, melhores práticas de incubadoras de empresas.

Analysis of critical success factors of business incubators: a case study

Abstract: The research is characterized as a Case Study about a Business Incubator Technology based in Vitoria, Tecvitória. It was used as the basis of the incubator evaluation a model proposed by Stainsack (2003) that determines ten critical factors success of incubators. Thus, one can see the relevance of this enterprise for the economic, social and technological development of the state of the Espírito Santo, and demonstrate, step by step, the characteristics of an incubator that has shown excellent results and should serve as a model for other brasilian incubators. The search results showed suitability between the incubator studied and to the requirements proposed by Stainsack (2003). Key-words: Business incubators, entrepreneurship, best practices of business incubators.

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1 Introdução

De acordo com a AABOEN (2009), as incubadoras de empresas fornecem recursos como: espaço, definição de metas, marketing, gerenciamento, infra-estrutura e financiamento de empresas baseadas em conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias. Tais recuros são ofertados a pequenos empreendedores que desejam por em prática um projeto inovador. Outra abordagem é a de Aerts et al. (2007), que cita incubadoras como um ambiente especialmente projetado para incubar empreendimentos. Isso permite que a empresa recém-nascida se concentre no seu plano de negócios e aumente sua taxa de sucesso.

Para Dornellas (2002), além do apoio à gestão técnica e empresarial da organização, a incubadora oferece a possibilidade de serviços compartilhados, como laboratórios, telefones, internet, fax, telex, fotocópias, correio, água, luz, segurança, aluguel de área física e outros. Assim, uma incubadora de empresas é um mecanismo – mantido por entidades governamentais, universidades, grupos comunitários, etc. – de aceleração do desenvolvimento de empreendimentos, mediante um regime de negócios, serviços e suporte técnico compartilhado, além de orientação prática e profissional.

Dentro dos inúmeros benefícios do apoio das incubadoras, pode-se destacar a aplicação de tecnologias desenvolvidas em centros de ensino e pesquisa no setor produtivo; a criação de postos de trabalho; a inclusão de grupos em condições econômicas desfavoráveis; o desenvolvimento de cadeias produtivas; e a difusão de produtos, processos e serviços, que sejam necessariamente inovadores, melhores, mais eficientes e mais baratos do que os já existentes.

Segundo Schumpeter (apud Souza et al., 2008) o desenvolvimento econômico se dava por meio, sobretudo, da inovação tecnológica. Ele considerava a inovação sob cinco formas: um novo bem, processo, serviço ou qualidade; novo método de produção ou de comercialização; novo mercado; novas fontes de matéria-prima, e novas estruturas organizacionais. Essas formas de inovação são justamente os princípios básicos de uma incubadora.

Sabe-se que incubadoras tornam idéias inovadoras em realidade ao passo que auxiliam no surgimento de empreendimentos fortes, rentáveis e inovadores. Logo, analisar-se-á a responsabilidade das incubadoras no surgimento e fortalecimento de novas empresas locais e o quanto o apoio desse tipo de empreendimento contribui para o fortalecimento e desenvolvimento da economia regional.

2 Método

Utilizou-se como método de pesquisa o estudo de caso descritivo. Segundo Yin (2001), para a realização de um estudo de caso descritivo não é necessária muita teoria, as ligações causais não precisam ser feitas e que a análise realizada é mínima. O pesquisador do estudo de caso tem apenas a obrigação de se sentir livre para "relatá-lo como ele realmente é". Correlacionando essa abordagem com a pesquisa realizada, observa-se que o estudo realizado baseou-se numa pesquisa de avaliação, relatou os fatos e características necessárias para a análise da organização em estudo e utilizou esse relato para realizar uma avaliação quanto ao reflexo do desempenho da incubadora no desenvolvimento econômico regional.

O estudo de caso contribui, de forma inigualável, para a compreensão que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos (YIN, 2001). Dessa forma, o estudo de caso é adequado a essa pesquisa, pois o objetivo dela é analisar o ambiente organizacional de uma incubadora e revelar as práticas que a tornam a única incubadora que graduou empresas no Espírito Santo.

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Segundo Yin (2001), um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. Nesse sentido, foi realizada uma visita à organização pesquisada. Fez-se uso de um questionário semi-estruturado para orietar uma observação sistemática em torno dos fatores apontados como críticos para o sucesso de uma incubadora por Stainsack (2003). Obtiveram-se dados qualitativos a respeito do desempenho da incubadora de empresas Tecvitória.

3 O papel das incubadoras como agente do desenvolvimento econômico regional

De acordo com Anprotec (2005), 83% das incubadoras do Brasil possuiam algum tipo de vínculo formal com Universidade ou Centros de Pesquisa. Esses dados revelam que grande parte do movimento de incubação está atrelado a projetos que se baseiam em pesquisa científica. Ou seja, as novas idéias que surgem nesses centros, têm embasamento científico e são captadas pelas incubadoras. Dessa forma, percebe-se a importância da incubadora como um elo entre a Universidade e o mercado de negócios.

A incubadora exerce um papel muito importante no desenvolvimento econômico à medida que possui procedimentos padronizados para a análise de viabilidade econômica, tecnológica e social dos projetos de negócios candidatos à incubação. Essa análise de viabilidade ocorre no processo de seleção das empresas incubadas. Segundo Aerts et al. (2007), a forma da incubadora analisar a viabilidade da idéia, e logo, o risco de sucesso do negócio é através da avaliação do plano de negócios apresentado pelo candidato.

De acordo com Lalkaka (2003), o processo de incubação consiste em fornecer inputs para as empresas incubadas para sua maturação, alcançando como output empresas graduadas de sucesso, que gerarão riqueza e inovação. Os inputs seriam ajuda na obtenção de financiamentos, recursos para auxiliar na gestão da empresa incubada, serviços de marketing, entre outros. O processo de transformação consiste na maturação das empresas incubadas. E os outputs são empresas aptas a lidar com o mercado.

Logo, o resultado desse processo são empresas que desenvolveram sua capacidade inovadora e estão maduras o suficientes para gerar novas movimentações no mercado de negócios. Os resultados quantitativos desse processo são os empregos gerados pelas novas empresas, o número de novos produtos de interesse da sociedade, a quantidade de dinheiro que passa a circular.

4 Gestão de Incubadoras

Percebe-se no Brasil, atualmente, um movimento crescente de surgimento de novas incubadoras. Essa situação pode representar o novo e melhorado perfil econômico, tecnológico e até mesmo social que o País tem incorporado. Segundo Grimaldi e Grandi (2005), nos últimos 20 anos, importância crescente tem sido destinada às incubadoras como mecanismos para melhorar o desenvolvimento econômico e tecnológico dos países, visto que promovem o surgimento de idéias empresariais promissoras e incentivam o crescimento de empresas recém-criadas.

Porém, além da faceta vantajosa que o movimento apresenta, pode vir com ele, também, resultados negativos. Atualmente cria-se, em média, quase uma incubadora de empresas por semana no país (DORNELLAS, 2002). Ou seja, como o surgimento de novas incubadoras está acontecendo de forma rápida, a gestão de tais organizações pode estar deficiente e isso poderá até mesmo ocasionar suas falências.

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Por isso, a análise de incubadoras já existentes é relevante, pois apresentará a situação atual da empresa no mercado, os fatores que estão ocasionando seu sucesso e podem ser reproduzidos em demais incubadoras, o que pode ser realizado dentro da própria incubadora pesquisa para que novos e melhores resultados sejam atingidos.

O modelo que será utilizado para analisar essas incubadoras será o modelo apresentado na por Cristiane Stainsack (2003). A autora, ao formular tal modelo, baseou-se em mais três modelos já consagrados dos autores internacionais Bolton, Smilor/ Gill e Rice/ Mattews. O que levou a escolha da proposta de Stainsack (2003) foi que a autora analisou modelos já propostos de autores que pesquisaram incubadoras de fora do Brasil e trouxe essa análise para o País, mostrando sua adequação ao mercado brasileiro e adaptando-o às necessidades daqui.

5 Tecvitória

5.1 Descrição

A Tecvitória é uma organização, sem fins lucrativos, que foi fundada em 1995, entretanto, ficou estagnada por um período de praticamente sete anos, tendo seu funcionamento pleno sido iniciado apenas em 2002. É definida como uma incubadora de base tecnológica, pois objetiva promover:

• Desenvolvimento tecnológico, científico e institucional objetivando o fortalecimento da base econômica regional;

• Difusão dos avanços tecnológicos na área de tecnologia da informação, equipamentos e sistemas, aplicados nos diversos setores da economia, especialmente aqueles que produzem impacto social e a democratização da informação;

• Desenvolvimento empresarial no setor de tecnologia da informação do Espírito Santo. A principal missão da Tecvitória é “captar recursos para o desenvolvimento de novos produtos e melhorias das empresas na área de tecnologia da informação”. Essa captação de recursos é feita, principalmente, por submissão de projetos a órgãos fomentadores de pesquisa. Desde 2003 já foram mais de 10 milhões de reais em projetos. A incubadora recebe apoio de instituições como a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), SEBRAE-ES, BANDES, CNPq, FINEP, Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Empresa Parque Tecnológico (EPT), Instituto Euvaldo Lodi (IEL/ES), Arcelor Mittal Tubarão, Vale, Escelsa e Aracruz Celulose. Essas instituições são sócias da incubadora e tem a missão de contribuir para a consecução dos objetivos da entidade.

5.2 Análise dos fatores críticos

5.2.1. Localização e infra-estrutura

A Tecvitória está instalada em uma área de 1100m², situada na Rua Marins Alvarino, 150, Itararé – Vitória – Espírito Santo, 29047-660. Pode-se dizer que é uma localização privilegiada, pois se encontra instalada em um ponto que conta com uma universidade federal, 4 universidades particulares, além da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Junta Comercial, Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade e uma grande quantidade de empresas em um raio inferior a 1 quilômetro.

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Esta estrutura abriga hoje a Incubadora de Empresas, o Centro de Educação Continuada, o Centro de Excelência em Tecnologia 3D, o Agente Softex Vitória que agrega a coordenação administrativa dos centros GeneVIX, o Centro de Tecnologia de Computação Gráfica – CTGraphics, o CDI - Comitê para Democratização da Informática do Espírito Santo, o Centro de Design do ES, a RECIN - Rede Capixaba de Inovação, o Pólo de Software de Vitória, o capítulo capixaba do PMI – Project Management Institute e o CE3D – Centro de Excelência em Projetos 3D.

Atualmente, a Tecvitória incuba 9 empresas, sendo 7 internamente e 2 externamente. Para o desenvolvimento de suas atividades, a incubadora dispõe de ampla infra-estrutura:

• 2 salas para administração da entidade (coordenação e apoio administrativo – recepção, PABX, fax, copiadora e acesso à internet através de canal dedicado;

• 10 salas para incubação de empresas (32m² cada, R$ 9,38/m²); • 1 auditório com capacidade para 45 pessoas e recursos multimídia;

• 1 laboratório de informática com 12 computadores Intel Core 2 Duo 1.6 Ghz, com 2 Gb memória RAM, interligados em rede e com acesso à internet;

• 1 módulo com 32m² reservado para a criação do Laboratório de Projetos; • 2 laboratórios para a criação de tecnologia em 3D;

• Copa e área para coffe-break;

• Estacionamento para 20 veículos e área de expansão. 5.2.2 Planejamento e gestão

O planejamento da incubadora deve estar em sintonia com suas metas, assim como em qualquer organização. Segundo Smilor e Gill (apud STAINSACK, 2003) é relevante que a incubadora adote programas de metas com procedimentos e políticas claras para seu próprio desenvolvimento e ascensão. Dessa forma, é necessário analisar se a incubadora possui planos ou programas de gestão que estejam de acordo com suas metas.

A diretriz da Tecvitória é “viabilizar a criação e o desenvolvimento de empresas geradoras de bens, processos e serviços de tecnologia da informação de caráter inovador, competitivos e de alta qualidade técnica, para atendimento às demandas dos mercados local, nacional e internacional, e que contribuam para aumentar o valor agregado da produção e incrementar a geração de emprego e renda na região.”

Para que essa diretriz seja atingida, a incubadora, além de oferecer o espaço físico, facilidades de acesso ao crédito e financiamento, apoio de marketing e outras formas de apoio, ela deve fornecer também uma forma de treinar a nova empresa para saber gerir o seu novo negócio. Dessa maneira, a Tecvitória adotou um sistema de gestão da qualidade que é fornecido às empresas incubadas em forma de um curso que certifica a empresa após sua finalização. Esse sistema é chamado SGQ- TEC. Tal sistema surgiu de uma ação entre as principais entidades instaladas no Espírito Santo representantes do Setor de Tecnologia da Informação (TI), que para elaborar e implementar, de forma cooperativa, um modo integrado para desenvolvimento e qualificação das empresas que compõem esse Setor. Esse programa visa estabelecer um sistema devidamente organizado, com o propósito de desenvolver e qualificar empresas prestadoras de serviços na área de TI, minimizando seus custos e contribuindo para a melhoria da competitividade e da qualidade dos serviços ofertados (TECVITÓRIA).

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Existe um segundo sistema de gestão da qualidade também ofertado e utilizado pela Tecvitória que é o programa de Melhoria de Processo de Software Brasileiro (MPS-BR), que é utilizado pela incubadora da mesma forma do SGQ- TEC.

5.2.3 Oferta de serviços especializados

Segundo a Tecvitória, os serviços são disponibilizados, principalmente, para as empresas incubadas (têm preferência e descontos), mas também estão disponíveis para empresas não-associadas (valores integrais).

Para todas as empresas incubadas, inicialmente, é feito um planejamento estratégico, que ajuda a definir “Quem são os empresários?”, “qual é o negócio?”. São traçadas metas e objetivos a serem cumpridos em um período de 1 ano. Nesse período são realizados 8 encontros, entre a incubadora e as incubadas, para garantir que as empresas incubadas consigam, de fato, implementar um planejamento estratégico adequado.

Outro serviço oferecido pela Tecvitória é o programa para obtenção do certificado SGQ-TEC (Sistema de Gestão da Qualidade). Consultores da Tecvitória fazem visitas periódicas às empresas para certificarem-se da aplicação dos conhecimentos obtidos nas aulas e seminários. No fim do período de um ano, é feita uma última visita para comprovar a implementação dos requisitos mínimos para obtenção do certificado. Empresas que possuem o certificado SGQ-TEC recebem desconto no ISS (passa de 5% para 2,5%).

Além do certificado SGQ-TEC, é oferecido também graduação MPS.BR, como já citado no item anterior.

5.2.4 Rede de relacionamento (Network)

A Tecvitória possui dois parceiros que oferem apoio financeiro, técnico e estrutural. Possui também parceiros financeiros. Possui sócios fundadores e sócios colaboradores. Os sócios colaboradores têm como missão de contribuir para a consecução dos objetivos da Entidade. Dentre esses sócios, estão grandes organizações. Além dos parceiros e sócios, a incubadora mantém uma rede de empresas associadas que podem utilizar alguns recursos físicos da própria incubadora e podem participar de treinamentos, cursos, palestras ofertadas pela Tecvitória.

Um dos pontos mais releventes que foram observados foi o incentivo que grandes empresas fornecem à incubadora. A Tecvitória possui um centro de tecnologia 3D que foi construído por uma demanda da Petrobrás, logo pode-se observar a forte relação que ocorre entre a incubadora e empresas que necessitam de sesus recursos. Outra situação observada foi a demanda da Samarco por um produto que estava sendo desenvolvido por uma empresa incubada na Tecvitória.

5.2.5 Empreendedorismo

Para Chiavenato (2007), empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidade e inovando continuamente.

Dessa forma, a pré-incubação torna-se um grande incentivo ao desenvolvimento do empreendedorismo, pois estimula a criação precoce de projetos que futuramente poderão ingressar mais maduros na incubadora.

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Além disso, a Tecvitória realiza palestras, feiras, workshops e concursos em escolas públicas como forma de incentivar o crescimento do perfil empreendedor no Espírito Santo. Isso é necessário, pois, de acordo com Stainsack (2003), “diversas incubadoras brasileiras enfrentam o problema de baixa demanda qualificada, sendo a proporção do número de candidatos qualificados por vaga muito abaixo se comparado às incubadoras americanas e européias. No Brasil há pesquisas que indicam o índice de mortalidade das micro-pequenas empresas nascentes de 80% nos primeiros anos de vida, com a prática do ensino de empreendedorismo e a profissionalização das incubadoras esse percentual tente a diminuir”.

Há interesse por parte do governo, de que sejam criadas 35 nova incubadoras no Espírito Santo. Essas incubadoras teriam o auxílio da Tecvitória, nos estágios iniciais, para que possam alcançar mais rapidamente a maturidade.

5.2.6 Marketing da incubadora

O marketing da incubadora está intimamente relacionado com a rede de relacionamentos que ela dispõe. Como a incubadora Tecvitória possui um grande network, o seu marketing é bem desenvolvido, pois além de ir até os estabelecimentos fazer sua “propaganda”, a incubadora também recebe muitas visitas, além de oferecer espaço físico para a alocação de demais empresas.

5.2.7 Capitalização da incubadora

Segundo Stainsack (2003), a capitalização da incubadora pode ser vista de duas maneiras: a capitalização da incubadora para o seu funcionamento e autosustentabilidade e a capitalização das empresas incubadas.

Em relação à capitalização da incubadora, apesar de possuir uma personalidade jurídica de direito privado, ela é uma organização sem fins lucrativos, ou seja, ela é mantida por um capital que, em sua maioria, é orfertado para ela por meio da aprovação dos seus projetos. A contribuição que é dada pela empresas incubadas e pelas empresas associadas é mínima e não permite a autosustentabilidade da incubadora.

A política de preços adotada pela gestora para a cobrança dos espaços alocados às empresas residentes é de R$ 9,38/m², por mês, valor esse reajustado anualmente. Tal valor é mais representativo do que de fato contribuidor como os custos da incubadora.

A Tecvitória tem como meta tornar-se autosustentável.

5.2.8 Equipe da incubadora

A Tecvitória é constituída pelos seguintes órgãos: assembléia geral, conselho de administração, conselho fiscal e superintendência.

A superintendência representa o órgão executivo da incubadora, cabendo-lhe as atividades de natureza técnica, administrativa e financeira, inerentes e necessárias ao bom funcionamento da Entidade.

Essa equipe possui um superintendente e dois gerentes, além de coordenadores das áreas especializadas. A formação acadêmica do superintendente e dos gerentes são condizentes com as funções que exercem, o que pode justificar a eficiência de suas tarefas realizadas.

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5.2.9 Processo de seleção de empresas

O processo de seleção de empresas incubadas é crítico para o sucesso da incubadora. Um processo mal formulado pode levar a incubadora a admitir empresas que não estão condizentes com a sua missão, contrariando seu negócio e trazendo muitos problemas futuros. Muitas incubadoras de empresas quando são inauguradas mostram suas instalações 100% ocupadas por novas empresas, porém às vezes essa ocupação se deu apenas para não ficarem espaços vazios na incubadora (DORNELLAS, 2002).

Por isso, a Tecvitória busca selecionar para incubação empreendimentos de tecnologia da informação com elevada probabilidade de sucesso técnico-comercial, a serem instalados por período pré-determinado em um ambiente favorável ao desenvolvimento.

O processo de seleção da Tecvitória se dá pela apresentação do projeto (plano de negócio) pelo aluno (candidato) das Instituições de Ensino Superior conveniadas ao GeneVIX, orientados por seus coordenadores. As inscrições devem ser feitas via documento, onde deverão constar os seguintes pontos-chave:

• Problema percebido (oportunidade);

• Proposta de tecnologia a ser desenvolvida para solucioná-lo; • Diferencial ou inovação;

• Investimentos previstos.

Deverão incluir também um organograma destacando os conhecimentos de cada participante, suas responsabilidades no projeto e dados para contato.

Esses projetos passarão por uma primeira etapa de pré-seleção. Nesta etapa os projetos são analisados em cada Instituição de Ensino Superior conveniada e nelas serão selecionados até três projetos que participarão da segunda etapa a ser realizada na Tecvitória. Na segunda etapa ocorrerá o julgamento dos projetos enviados à Tecvitória. Os proponentes participarão de avaliação por parte de uma banca julgadora para que sejam definidos o projeto aceitos.

5.2.10 Influências políticas e econômicas

As incubadoras, em geral, são extremamente sensíveis a mudanças políticas econômicas, visto que, em geral dependem de investimentos de órgãos de fomento, visto que são instituições sem fins lucrativos. Alterações políticas podem acarretar em mudanças nas políticas públicas de fomento a novos empreendimentos, o que, conseqüentemente, irá afetar diretamente as incubadoras.

Com isso, a Tecvitória acredita que incubadoras não devam ter parceiros políticos, pois, dessa forma, evita-se que mudanças políticas representem mudanças no comando da incubadora. Outro fator que deve ser levado em conta é a situação de mercado. Para Stainsack (2003), as empresas precisam entender os fatores econômicos e a sua influência no negócio. As novas empresas devem aprender a conviver com a inflação, taxa de juros, regras para obter empréstimos e o clima econômico regional.

6 Considerações finais

A incubadora de empresas de base tecnológica, Tecvitória, apresenta resultados bastante satisfatórios. Desde 2003 já conseguiu arrecadar mais de 10 milhões de reais em financiamentos para projetos inovadores na área de tecnologia da informação. O bom

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desempenho em relação aos fatores críticos propostos por Stainsack (2003) pode ser uma possível explicação para o sucesso obtido por essa incubadora. Atualmente ela é a principal incubadora capixaba e atua como incubadora âncora no Programa Nacional de Incubadoras (PNI). Além disso, auxilia no surgimento de novas incubadoras no Espírito Santo.

A Tecvitória disponibiliza para as empresas incubadas um ambiente extremamente propício para o seu desenvolvimento, essas condições favoráveis dificilmente seriam obtidas sem esse apoio da incubadora. Além da boa infra-estrutura disponível, os novos empresários recebem treinamentos e capacitações de forma a aumentar as chances de êxito do novo empreendimento.

O desempenho da incubadora estudada reflete não só no desenvolvimento econômico do Espírito Santo, mas como também no desenvolvimento social e tecnológico do Estado. O incentivo para o crescimento da cultura empreendedora é fundamental para o desenvolvimento econômico no Espírito Santo, não só pela incubação e pré-incubação, mas também, via concursos, feiras, palestras e workshops.

Referências

ANPROTEC. Panorama 2005: Vinculo Formal com Universidade/ Centros de Pesquisa. Disponível em <http://www.anprotec.org.br/ArquivosDin/Panorama_2005_pdf_11.pdf>, acessado em 09/06/2010.

AABOEN, L. Explaining incubators using firm analogy. Technovation, v.29, n.10, p.657-670, oct. 2009

AERTS, K.; MATTHYSSENS, P.; VANDENBEMPT, K. Critical role and screening practices of European business incubators. Technovation, v.27, n.5, p.254-267, may. 2007 CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 2.ed. rev. – São Paulo: Saraiva, 2007.

DORNELLAS, J. C. A. Planejando Incubadoras de Empresas: como desenvolver um plano de negócios para incubadoras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

GRINALDI, R., GRANDI, A. Business incubators and new venture creation: an assessment of incubating models. Technovation, v. 25, p. 111- 121, 2005.

LALKAKA, R. Technology Business Incubation: Role, Performance, Linkages, Trends. National Workshop on Technology Parks and Business Incubators. Isfahan Iran, 20 - 21 May, 2003.

SOUZA, J.H.; SOUSA, J.E.R. & BONILHA, I.D. Avaliação do Processo de Incubação no Estado de São Paulo. Revista da Micro e Pequena Empresa, v.2, n.2, p.21-39, 2008.

STAINSACK, C. Estruturação, organização e gestão de incubadoras tecnológicas. Dissertação de Mestrado. CEFET-PR, Curitiba, 2003.

Referências

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