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O processo de avaliação institucional da FEBF: primeiros retratos, muitas pistas

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Academic year: 2021

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DINAIR LEAL DA HORA FEBF/UERJ – ISEP tucupi@uol.com.br

Introdução

Avaliação institucional é uma atividade que veio para ficar na cultura universitária e deve ser vista como necessário instrumento de gestão para analisar a qualidade, a excelência, a utilidade e a relevância dos esforços despendidos por uma instituição em sua “trajetória de vida”.

Por ser uma instituição social, criada e mantida pela sociedade, a universidade precisa avaliar-se e tem o dever de avaliar-se para conhecer e aprimorar a qualidade e os compromissos de sua inserção da história.

Exatamente o caráter público e social que impele a universidade à avaliação estabelece que este processo realize-se numa abordagem que supere o mero alinhamento de produtos e o simples somatório de serviços. Avaliar as atividades universitárias significa não apenas elaborar um banco de dados e mensurar os graus de aprendizagem obtidos pelos estudantes ou pelo desempenho didático dos professores. Não é análise química que possa separar os elementos e objetivar suas propriedades.

Este trabalho é resultado do desenvolvimento do Projeto de Avaliação Institucional Um Olhar Avaliativo Sobre a FEBF que está em desenvolvimento na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense – FEBF/UERJ e tem como objetivo apresentar as primeiras constatações a respeito da qualidade do processo de formação de profissionais da educação ali desenvolvido.

Neste texto, apresentamos os fundamentos que embasam o processo avaliatório da FEBF, descrevemos os procedimentos adotados para a sua execução e expomos os resultados oriundos das manifestações dos estudantes a respeito do projeto educativo desenvolvido nesta instituição.

Calvino (1990) afirma que no processo de formação os seres vivos elaboram, ocorrem movimentos que se apresentam, de um lado, como o cristal, representando a imagem de invariância, de regularidade das estruturas específicas que forma as pessoas. De outro lado, manifestam-se movimentos como a chama que é a imagem da consciência de

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uma forma global exterior, apesar da permanente agitação interior presente nos sujeitos. Chama e cristal, portanto, representam a dicotomia entre as possibilidades inerentes à variação e ao absoluto, ao volátil e ao concreto.

Assim, chama e cristal mostram que é importante conhecer mais profundamente o processo de relação e interação entre sujeitos, visto que tão importante quanto a forma, a linguagem e os meios, são também essenciais as inquietações internas, aquilo que as pessoas manifestam. Parece que temos, então, na chama e no cristal, leituras indispensáveis para a compreensão da avaliação educacional, especialmente quando decidimos por desenvolver práticas avaliativas que buscam, na formação de sujeitos, a capacidade de autonomia moral e intelectual.

Pensar e fazer avaliação no campo educacional nessa perspectiva pressupõe assumir uma abordagem que privilegia a formulação de juízo de valor, seja ele de mérito ou de relevância, cuja orientação é no sentido de subsidiar e fortalecer decisões que aperfeiçoam o curso de ação de programas e projetos. A contribuição trazida pela avaliação é muito relevante para a educação, desde que utilizada com senso crítico, adotando e elaborando instrumentos que captem não somente o que as preocupações e os propósitos determinam, mas o que emerge no caminho e que pertence a todos os sujeitos interessados.

Desse modo, a chama e o cristal podem representar o processo de avaliação em instituições educacionais e as inúmeras possibilidades que dele surgem. Ao reconhecer a força e a fragilidade, a simplicidade e a complexidade na existência e na criação da chama e do cristal, apreende-se que a avaliação não é um processo intempestivo e imediato, baseado em fórmula preestabelecidas e infalíveis de mensuração ou de lógicas metálicas. É possível entender que a avaliação é resultado da inter-relação entre pessoas, entre conhecimentos e informações, entre chama e cristal.

Avaliação é, assim, o ato de conhecer, no processo educacional, como as relações organizativas estão se dando, de que modo professores e alunos concretizam suas relações pedagógicas, a forma pela qual a proposta educativa vem sendo desenvolvida e como atende às expectativas dos sujeitos que a estão construindo. É, sobretudo, saber ver a chama e o cristal que arde e reflete em cada um.

Neste sentido, o Programa de Avaliação Institucional desenvolvido na FEBF/URJ vem revelando, concretamente, como se manifestam nas relações pedagógicas de seu projeto educacional, a chama e o cristal aqui aplicadas metaforicamente.

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metodológica clássica que opera três enfoques: avaliação democrática, avaliação crítica e transformadora e avaliação para a tomada de decisões.

O paradigma da avaliação democrática, conforme proposição de McDonald (1975) e Elliot (1991), foi adotado como um dos elementos fundantes do Projeto de Avaliação Institucional da FEBF pois enfatiza a relevância da informação e utilidade dos resultados gerados para os sujeitos efetivamente interessados nos programas avaliados, os quais serão por ela afetados. Para garantir a relevância das informações nesse enfoque, dá-se poder aos diferentes grupos participantes para decidir que informações devem dá-ser coletadas. O pressuposto é que essa forma de participação efetiva, tende a aumentar o compromisso dos participantes na utilização dos resultados da avaliação.

Outra concepção que fundamenta o Projeto de Avaliação Institucional da FEBF é a perspectiva crítica e transformadora defendida por Kemmis (1989), em que a avaliação é entendida como um processo que visa a contribuir de forma contínua, orgânica e reflexiva para o debate e a intervenção em projetos e programas.

Finalmente, o Projeto adota ainda o pressuposto da avaliação orientada para a tomada de decisão, de organização quali-quantitativa, defendida por Stufflebeam e Webster (1991), cuja ênfase está na participação de todos os sujeitos do processo, tais como corpo docente, discente e técnico-administrativo, que decidem o que avaliar e como utilizar os resultados da avaliação. Nessa perspectiva, a avaliação é entendida como um serviço de informação para toda a comunidade sobre as características de seu trabalho e de seus projetos acadêmicos, que encoraja a comunidade universitária a “utilizar a avaliação de modo contínuo e sistemático em seus esforços de planejar e implementar projetos e programas.” (Stufflebeam e Webster, 1991: 35)

Os elementos fundantes do Programa, para efeito de parâmetros de coleta de informações, análise e interpretação dos dados são os conceitos de qualidade e democratização.

Tendo em vista o caráter valorativo e multidimensional do conceito de qualidade – valorativo porque expressa as preferências de um conjunto de pessoas e multidimensional porque a mesma instituição pode ser avaliada ao mesmo tempo a respeito de qualidades distintas, na FEBF, para fins avaliativos são privilegiadas como dimensões de qualidade a sua capacidade de operar uma formação genérica e básica, sendo garantidas as especificidades de cada carreira; as estratégias de eqüidade e seletividade adotadas; a existência, a adequação, a validade e a aplicabilidade dos recursos didáticos,

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pedagógicos e as instalações no desenvolvimento de suas atividades; o nível de desempenho acadêmico dos estudantes; o desempenho didático-pedagógico demonstrado pelos professores no processo ensino-aprendizagem; o significado, as concepções, a organização e a execução dos projetos pedagógicos dos cursos de graduação e de pós-graduação; a quantidade e a qualidade acadêmica da produção científica institucional; a capacidade de efetividade (obtenção de resultados e produtividade) demonstrada pela Instituição; o nível de impacto comunitário e regional de suas ações; grau de desempenho profissional de seus egressos.

Relativamente à democratização, serão considerados os aspectos referentes ao nível de participação dos sujeitos da comunidade acadêmica nas decisões institucionais; a organização e o funcionamento dos órgãos colegiados na FEBF; as formas de comunicação adotadas; as relações interpessoais, organizacionais e pedagógicas desenvolvidas entre os sujeitos da Instituição.

Nessa concepção respeita-se a ótica da comunidade acadêmica de que a universidade não pode ser pensada como uma mera extensão do Estado. Que processos de auto-avaliação constituem condição para que a crítica da realidade social possa ser desenvolvida. Ensino, pesquisa e extensão dependem de liberdade e autonomia política.(...) Ao Estado caberia simplesmente acompanhar a operacionalização que a universidade faz do projeto político que ela mesma elaborou. (Mancebo, 1998, p.52).

Para o processo avaliativo em seus diversos momentos foram adotados como fonte os seus documentos constitutivos: Regimento, Projetos Pedagógicos, Atos Normativos, Instrumentos de Divulgação, Planos de Ensino, Projetos de Pesquisa e de Extensão, Instrumentos de Avaliação de onde serão extraídos os indicadores de qualidade e de democratização nas dimensões que foram privilegiadas para a análise.

Serão também utilizadas as fontes vivas, representadas pelos sujeitos que compõem a comunidade acadêmica. Os sujeitos que prestarão informações serão alunos, professores, funcionários, gestores e egressos que estarão apresentando suas manifestações a respeito do nível de qualidade e de democratização na FEBF.

Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados roteiros de entrevistas, questionários, formulários e fichas de observação, considerados como formas mais adequadas para abranger a amplitude de informações desejadas.

As análises das informações adotaram a abordagem qualitativa e são apresentadas sob a forma de relatórios a serem apresentados e discutidos por todos os componentes da

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comunidade acadêmica.

Os resultados da avaliação são utilizados sempre na perspectiva do cumprimento de suas funções compreendidas no sentido de: trazer ao primeiro plano a questão da qualidade; revitalizar os valores, os objetivos e induzir processos auto-avaliativos; identificar e/ou re-conceituar suas dimensões de qualidade; diferenciar funções e papéis; dar um novo sentido de dignidade às atividades de ensino; melhorar a informação para o público; melhorar a qualidade interna da Instituição e desburocratizar o processo de comunicação e de decisão na FEBF. (Schwartzman, 1989)

Estrategicamente, a Avaliação Interna foi realizada obedecendo dois momentos distintos: um momento de obtenção, interpretação e análise de dados quantitativos, e um momento de obtenção, interpretação e análise de dados qualitativos, através das seguintes ações:

a) Seminários de Sensibilização, com a realização de duas “Oficinas”, em que alunos, professores, funcionários e gestores expuseram suas percepções a respeito das condições de funcionamento da FEBF e sua consentaneidade com o projeto acadêmico aqui desenvolvido.

b) Organização dos Grupos de Trabalho nos Departamentos Acadêmicos e nos setores técnico-administrativos para a elaboração dos indicadores avaliativos.

c) Elaboração pela Equipe de Avaliação, dos Formulários para levantamento de informações, com base nos indicadores apresentados pelos Grupos de Trabalho.

d) Apresentação dos formulários para respostas de professores, alunos, egressos e servidores.

f) Tratamento, tabulação e análise qualitativa das informações quantitativas. f) Elaboração do Relatório da Avaliação Quantitativa.

g) Seminário de Apresentação dos primeiros resultados.

O processo de avaliação institucional da FEBF, iniciou-se com o julgamento de alunos a respeito da qualidade apresentada pelos serviços da biblioteca, do laboratório de informática, do setor de atendimento e encaminhamento, das condições do ambiente institucional, da articulação faculdade-comunidade, da qualidade do desempenho da direção, da representação estudantil, do corpo docente, da consistência e coerência do curso, fez a sua auto-avaliação e a avaliação da avaliação.

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Participaram deste momento 174 estudantes do curso de Pedagogia – Multi-habilitação em Administração Escolar, Supervisão Escolar e Orientação Educacional, ouvidos por meio de formulário e entrevistas semi-estruturadas alcançando uma abrangência bastante elevada e resultando em adesão bastante significativa, revelando que esses sujeitos estão comprometidos com as atividades desenvolvidas na FEBF e que, quando lhes é dada a possibilidade, participam efetivamente atos e fatos institucionais. Os dados a seguir podem sustentar essa afirmação:

GRÁFICO 1 BIBLIOTECA 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 A B C D E F F H I J 1 2 3 4 5 NR

A= Os serviços prestados são satisfatórios. B= Uso freqüente. C= Acervo. D= Uso facilitado e bem orientado. E= Conta com a bibliografia recomendada. F= Divulgação do acervo. G= Espaço físico. H= Atendimento dos profissionais. I= Horário de funcionamento. J= Informatização.

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

A percepção do alunos revela que os serviços prestados pela Biblioteca da FEBF podem ser classificados de satisfatórios, uma vez que o maior índice de respostas recaiu na nota 3. Os principais comentários expressam a insatisfação dos alunos, especialmente em relação ao atendimento, à obsolescência e redução do acervo. Entretanto, os alunos também reconhecem a importância do uso da biblioteca para a sua formação e até reconhecem o bom atendimento dos funcionários :

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“O acervo da biblioteca é antiquado e ultrapassado, com poucos livros atualizados.” “Os livros da biblioteca são de grande utilidade, mas precisamos de novas aquisições.” “Falta orientação por parte dos ‘bibliotecários’.”

“O acervo da biblioteca precisa ser ampliado, assim com suas instalações que são razoáveis. “Necessita de informatização e salas para estudo.”

“Os funcionários da biblioteca estão de parabéns, eles são ótimos.”

Consideramos que as providências mais urgentes em relação à biblioteca são: a) ampliação e atualização do acervo;

b) informatização do acervo;

c) capacitação dos funcionários quanto ao atendimento aos usuários.

GRÁFICO 2 LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA 0 10 20 30 40 50 60 70 80 A B C D E F 1 2 3 4 5 NR

A= Condições. B= Atende à demanda. C= Utilização. D= Horário de funcionamento. E= Espaço físico. 1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

O Laboratório de Informática da FEBF mostrou-se o setor de desempenho mais negativo, segundo a opinião dos estudantes, obtendo 374 das respostas de nota 1. Do mesmo modo e talvez pela insatisfação com o setor, foi elevado o número de alunos que deixou de responder às questões dessa categoria ou responderam informando que não o

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utilizam (115).

Os comentários mais representativos desse desempenho demonstram que as dificuldades são das mais diferentes ordens: falta de sistemática de funcionamento, carência de material, desconhecimento do serviço, entre outras. Assim, a utilização deste importante recurso de apropriação de conhecimento fica prejudicada, como expõem a seguir:

“Não utilizo.”

“Desde o início das aulas, o laboratório está sem tinta na impressora.” “Nunca está aberto. Nunca está disponível.”

“É impossível fazer trabalho, uma vez que o usuário fica somente 1 hora no computador e não tem impressora no laboratório. Não atende o número de alunos que poderiam usufruir.”(grifos do aluno)

“Os monitores precisam de mais orientação para orientar melhor, não apenas cumprirem um tempo.”

“O horário da manhã deveria ser aberto.”

“Internet como ferramenta de pesquisa só na sala dos departamentos e direção.”

“Deveria ser maior e possuir mais computadores e que permitissem todos que quisessem usar.”

“Não conheço o laboratório.”

“O laboratório é uma ótima oportunidade para ampliarmos os nossos conhecimentos.” “Os horários de funcionamento do laboratório não são divulgados.”

Consideramos ser urgente uma ação sobre a organização e o redimensionamento do laboratório de informática, no que diz respeito ao seu horário, ao seu monitoramento e à atualização e manutenção de seus equipamentos, para assim atender efetiva e qualitativamente às demandas de alunos e professores.

GRÁFICO 3 ATENDIMENTO E ENCAMINHAMENTO 0 10 20 30 40 50 60 70 A B C D E F G H 1 2 3 4 5 NR

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A= Secretaria. B= Departamentos. C= Reprografia. D= Recursos audiovisuais. E= Comunicação (jornais, murais circulares). F= Lanchonete. G= Segurança. H= Divulgação da informações.

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

A categoria Atendimento e Encaminhamento envolve indicadores relacionados aos departamentos, à secretaria, reprografia, audiovisual, auditório, comunicação, lanche e segurança. A sucessiva referência ao serviço da cantina justifica-se pelo fato de que a grande maioria dos estudantes exerce alguma atividade profissional durante a manhã ou o dia todo e faz refeições na faculdade e não encontra uma infraestrutura razoável para tal. Do mesmo modo, os alunos ressentem-se de uma comunicação mais precisa tanto no internamente como na sua relação com o campus central da UERJ. De todo modo, os resultados da avaliação dos alunos apontam para uma satisfação regular no geral, entretanto alguns aspectos precisam ser melhorados:

“Falta entrosamento da secretaria com os alunos.”

“O serviço de lanches antes era péssimo, depois com a criação da Cantina do CA melhorou bastante.”

“O setor de reprografia deveria ser ampliado nos horários de pico.” “O serviço de xerox é muito caro. O lanche não é de boa qualidade.”

“As informações expostas nem sempre são completas e a cantina não oferece opções ligths ou diets de consumo.”

“Poderia haver mais opções de locais que vendam lanche. Com a concorrência melhoraria a qualidade e equilibraria os preços.”

“As informações iniciais aos calouros, as eleições de departamento e os processos seletivos para bolsas ou orientações para pesquisa não são informados em hipótese alguma, prejudicando os alunos.” (grifo do aluno)

“A secretaria nunca sabe informar nada do que precisamos saber. Só encaminham.”

“Dificilmente se consegue uma informação satisfatória na secretaria. Há muita falta de interesse dos funcionários em dar uma orientação decente aos alunos.”

“As informações chegam na FEBF com atraso. (ex: jornal UERJ)”.

Consideramos que ações urgentes devem ser tomadas nos seguintes aspectos: a) capacitação dos funcionários para o atendimento;

b) maior divulgação da informações de interesse dos alunos;

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GRÁFICO 4 AMBIENTE INSTITUCIONAL 0 10 20 30 40 50 60 70 A B C D E F G 1 2 3 4 5 NR

A= Instalações físicas B= Manutenção e conservação C= Iluminação D= Ventilação E= Acústica F= Ambientes de estudos G= Localização

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR=Não respondeu

O ambiente institucional da FEBF, segundo os alunos é muito bom, no que diz respeito à limpeza, manutenção e conservação, iluminação, ventilação, acústica das salas de aula e ambientes de estudos. Fica a desejar para alguns, em relação ao acesso e ainda alguma restrição à arquitetura do prédio que é de um antigo CIEP os alunos sentem-se como se estivessem em escola de ensino fundamental.

“O espaço é ótimo e bem conservado.”

“O espaço físico da mesma é bem conservado, mas poderia ficar melhor, ou seja, consertar o que está ruim.”

“Não tem bom acesso para que vem de outros municípios.” “Só lamento que a forma do prédio seja de um CIEP.”

Pensamos que para atender às reivindicações do alunado e a própria necessidade de expansão, seria necessária a ampliação do prédio.

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GRÁFICO 5 DIREÇÃO 0 10 20 30 40 50 60 70 A B C D E F G H 1 2 3 4 5 NR

A= Componentes e atribuições conhecidos. B= Atende às reivindicações. C= Bom relacionamento D= Decisões democráticas. E= Rapidez e eficiência. F= Disponibilidade. G= Bom nível de informação e conhecimento. H= Conduta ética compatível com o cargo

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

Nesta avaliação, na categoria direção envolve a ação gestora do diretor, do vice-diretor, dos chefes de departamento, do secretário acadêmico e dos coordenadores de setor. Os estudantes deram notas 3 e 4 em sua maioria, o que significa que consideram a direção boa e ótima. Alguns comentários merecem destaque:

“A direção deveria ser mais participativa.”

“Nas poucas vezes em que solicitei a atenção da diretoria para algum problema na instituição não percebi interesse em resolver os problemas apresentados.”

“É misto o gerenciamento. Por exemplo: o diretor é ótimo nos quesitos apresentados. Outros nem tanto.”

“Não tenho muito contato com a equipe da Direção, mas o que eu observo que eles atendem aos pedidos dos alunos.”

“É uma boa direção.”

“Gosto muito da forma como a direção se relaciona com o aluno. Há uma atenção satisfatória.”

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administrativas da FEBF. Parece que o exercício da prática democrática ainda precisa ser adotado, inclusive porque um dos princípios defendidos nos discursos presentes na faculdade é a defesa irrestrita pela gestão democrática.

GRÁFICO 6 ARTICULAÇÃO FACULDADE-COMUNIDADE 0 10 20 30 40 50 60 70 A B C D E F 1 2 3 4 5 NR

A= Prestígio junto à comunidade . B= Projetos comunitários significativos. C= Conhecida pelo contexto social imediato. D= Atividades à comunidade externa. E= Incentiva a comunidad. F= Participa dos movimentos socioculturais da comunidade

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

A FEBF é a única instituição de ensino superior pública localizada na Baixada Fluminense e defende em seus documentos constitutivos a missão de desenvolver um processo de formação de profissionais da educação na e para esta região. Entretanto, o conjunto das notas atribuídas para a articulação da FEBF com a comunidade indicam que esta articulação está muito fraca e isso pode ser constatado nas fala a seguir:

“Muitas pessoas que moram na Vila São Luiz não sabem da existência da Faculdade.” “Os projetos de extensão devem ser reformulados e mais bem trabalhados.”

“A maioria das pessoas da comunidade, que eu conheço não sabem que existe uma faculdade no bairro.”

“Como moradora dos arredores da faculdade, posso garantir que a FEBF ainda é desconhecida por muitos.”

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“A comunidade não sabe que existe uma unidade da UERJ em Caxias.” “Os alunos desconhecem as atividades com a comunidade.”

“Deveria acontecer uma maior divulgação dos projetos comunitários e um maior investimento nessa área.”

Consideramos que é necessária a criação de um programa de inserção da faculdade na comunidade, especialmente pela consolidação do Projeto PINBA que tem como objetivos a articulação de ações científicas, culturais e artísticas da Baixada Fluminense e que já inclusive instituiu o dia 30 de abril como o Dia da Baixada, reconhecido legalmente pelo Estado.

GRÁFICO 7 REPRESENTAÇÃO ESTUDANTIL 0 10 20 30 40 50 60 70 A B C D E F 1 2 3 4 5 NR

A= Ampla divulgação do processo de escolha. B= Participação no processo de escolha. C= Participação efetiva nos órgãos colegiados. D= Representatividade. E= Comunicação dos eventos

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

Relativamente à representação estudantil, os alunos consideram-se bem representados, embora reclamem da falta de divulgação dos eventos pelos quais têm interesse o que revela ainda a inadequação da aplicação prática do conceito de representatividade.A respeito da atuação de sua representação nos órgãos colegiados da Faculdade, os estudantes manifestam-se assim:

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“Falta publicidade em relação às atividades.”

“Não somos informados das funções, responsabilidades e tomadas de decisões da representação estudantil, mas somos incomodados constantemente a votar e escolher em processos que não conhecemos.”

“O CA não divulga o que está acontecendo, nem nos auxilia.”

“Só fico sabendo das eleições para qualquer ‘cargo’ quando chego e vejo as urnas. Porém, o trabalho do CA é maravilhoso, todos os componentes são esforçados e dão o melhor de si, sempre!”

Acreditamos que uma efetiva ação de orientação acadêmica pode melhorar a atuação da representação estudantil, de modo a que a prática da representatividade possa ser plenamente exercida e, assim, os interesses dos estudantes sejam garantidos.

GRÁFICO 8 CURSO 0 10 20 30 40 50 60 70 A B C D E F G H I J K L M N O 1 2 3 4 5 NR

A= Perfil profissional claramente definido. B= Objetivos e organização curricular conhecidos. C= Disciplinas adequadas. D= Participação nas discussões curriculares. E= Articulação teoria-prática F= Integração entre as disciplinas. G= Articulação entre conteúdos e perfil profissional. H= Conteúdos qualificadores. I= Carga horária suficiente. J= Eletivas interessantes. K= Palestras e cursos extra-curriculares satisfatórios. L= Estágio voltado para a relação teoria-prática. M= Estimula a iniciação científica. N= TCC adequadamente organizado e orientado. O= Forma profissionais capazes

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

Os alunos consideram o seu curso de muito boa qualidade, haja vista a maioria das notas terem sido 3 e 4. Algumas melhorias importantes ainda são solicitadas:

“Os estágios deveriam ser supervisionados com mais atividades extra-classe, tais como: visitas às escolas públicas e privadas, ONGs etc.”

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“Quando se escolhe uma disciplina o número de vagas é limitado e acaba-se fazendo uma disciplina que não nos agrada.”

“O curso deveria oferecer uma disciplina ligada à informática. As disciplinas poderiam ter uma maior integração.”

“Acho muito incompleto quanto ao currículo.”

“O mais evidente ‘defeito’ do curso é integração entre teoria e prática. Os objetivos traçados para determinadas disciplinas são interpretados de forma completamente diferente pelos professores.”(grifos do aluno)

“Deveria haver possibilidade de ministrar palestras aos sábados utilizando o espaço da faculdade para beneficiar os cursistas que sofrem com problema de horário para cumprir a carga horária exigida no estágio (prática).”

“Não sei se por culpa do currículo ou dos professores, as disciplinas têm dado muita ênfase à política. Nós não temos tido nem teoria nem muito menos prática.”

É possível perceber que aspectos importantes são apontados pelos estudantes, para promover a qualificação da proposta curricular em desenvolvimento e a sua concretização. A articulação entre os conteúdos e entre a teoria e a prática precisa ser solidificada. A atividade de Prática precisa ser redimensionada para que o estudante possa vivenciar o exercício de sua profissão.

GRÁFICO 9 CORPO DOCENTE 0 10 20 30 40 50 60 70 80 A B C D E F G H I J K L M N O P Q R 1 2 3 4 5 NR

A= Tem qualificação cultural e intelectual. B= Respeita o conhecimento dos alunos . C= Estimula o questionamento. D= Constrói postura ética. E= Incentiva a participação em eventos .F= Estimula a apreciação crítica à realidade. G= Tem disponibilidade. H= Discute enfoques teóricos diversos. I= Articula sua disciplina com outras. J= Participa ativamente do projeto da FEBF. K= Estimula a leitura. L= Valoriza a participação. M= Promove um clima favorável à aprendizagem. N= Realiza pesquisa e/ou extensão. O= Está em permanente processo de atualização e aprofundamento científico. P= Participa de eventos científicos. Q= Realiza planejamento integrado. R=Tem experiência profissional.

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Os alunos consideram os professores muito bons, dada a sua formação, o seu interesse e a sua experiência profissional. As manifestações pelos comentários feitos demonstram esse reconhecimento, mas também mostram algumas análises para a melhoria do trabalho docente.

“A qualificação dos professores é ótima, porém não estimulam a aprendizagem do aluno.” “Muitos professores não dão aula. Jogam a responsabilidade para o aluno. Sequer fazem uma intervenção durante a apresentação dos seminários. Partem do princípio que o aluno é um sabe tudo. Não respeitam nossas limitações e nossa vida enquanto trabalhadores.” “Muitos professores são limitados, com pouca formação e não mostram interesse em melhorar. Isso desestimula o aluno.”

“Existem professores excelentes, nota dez. Mas outros deixam um pouco a desejar.”

“Existem maus professores, porém não chegam a comprometer a boa imagem da instituição.”

“Vejo que existem muitos professores comprometidos com a educação. Observo também que há professores que enrolam não dando os conteúdos relativos às disciplinas que dão aula.”

“Apresenta desníveis. Alguns, em especial nos primeiros anos de formação deixam muito a desejar. Em contrapartida deparamo-nos com alguns brilhantes.”

“Infelizmente alguns professores parecem estar por fora da realidade.”

“Alguns professores, especialmente os contratados, parecem dar conteúdos que não abrangem a ementa da disciplina, levando-a para o campo de sua formação.”

A prática docente na FEBF, expressa pelos estudantes, apresenta as características próprias de um processo regular de formação em nível superior em que as características consideradas pertinentes estão ao lado daquelas julgadas inadequadas. Independente da titulação e do regime de trabalho, os professores apresentam um desempenho que em algumas situações estão consentâneas com as características de um docente comprometido com a formação de qualidade, crítica, consistente e criativa e, em outras alguns professores ainda precisam modificar suas práticas, inclusive em relação ao domínio do conteúdo

GRÁFICO 10 AUTO-AVALIAÇÃO 0 20 40 60 80 100 A B C D E F G H I J K L 1 2 3 4 5 NR

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A= Realizo todas as atividades. B= Sou assíduo e pontual. C= Tenho relação adequada com os professores. D= Utilizo diferentes materiais para aprender. E= Participo efetivamente das aulas. F= Procuro estar informado sobre as questões da Faculdade. G= Participo dos eventos da Faculdade. H= Procuro os professores fora da sala de aula. I= Trato todos com respeito. J= Participo das reuniões. K= Tenho apreendido os conteúdos. L= Tenho participado da Avaliação Institucional.

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR= Não respondeu

Em sua auto-avaliação, os estudantes demonstraram uma grande coerência, quando apontaram as suas competências e as sua dedicação ao curso e à instituição, mas também demonstraram as suas deficiências.

“Sou uma aluna participativa, contudo trabalho e estudo em outros lugares e por isso sinto-me cansada às vezes para participar mais das atividades.”

“Não tenho contato com as reuniões acadêmicas.”

“Tenho certeza de que poderia melhorar muito a minha capacitação se tivesse tempo disponível maior para ler mais, o que faço sempre quando surge um tempinho.”

“Gostaria de participar mais. Ocorre que o distanciamento e a falta de informação que não permite interagir.”

“Gostaria de me dedicar ainda mais às atividades da faculdade. Por outro lado, sei que faço o que posso.”

“Confesso que o cansaço me impede de participar mais.”

“Eu participo de todas as atividades propostas pelos professores, pois interesso-me pelo meu futuro profissional.”

GRÁFICO 11 META-AVALIAÇÃO 0 10 20 30 40 50 60 70 A B C D E F G 1 2 3 4 5 NR

A= A avaliação institucional foi amplamente divulgada. B= É um processo participativo. C= Inspira confiança. D= Instala uma cultura avaliativa na FEBF. E= O formulário tem objetividade. F= O

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formulário é claro. G= Os indicadores são abrangentes

1= Fraco 2= Sofrível 3= Regular 4= Bom 5= Ótimo NR=Não respondeu

A respeito do processo avaliativo da instituição, foram as seguintes as manifestações dos alunos:

“Acho importante fazer parte desse processo.”

“Acho fantástica essa iniciativa, sobretudo por conhecer os professores que são responsáveis pela avaliação.”

“É claro que a avaliação é importante e parece ser bem séria. O que questiono é se realmente as mudanças que se fizerem necessárias serão colocadas em prática.”

“Acredito que a FEBF ao realizar sua avaliação institucional interna deu um grande salto no que se refere a buscar alternativas para sua melhoria, fortalecimento e credibilidade. Espero que esse primeiro passo tenha continuidade, e que as ações decorrentes deste momento possam contribuir de forma qualitativa na formação acadêmica de todos nós, alunos da FEBF.”

“Acho muito válida esta iniciativa, pois através dos diagnósticos feitos nessa avaliação, se encontrará subsídios para mediar as mudanças necessárias a uma Faculdade de qualidade. O que mais espero como resultado dessa avaliação institucional, é a construção de um currículo que atenda não só às necessidades críticas e políticas exigidas para a formação de Pedagogos, mas também as necessidades técnicas, teóricas e práticas para que saiamos da graduação realmente multi-habilitados.”

Considerações em Processo

A Chama e o Cristal manifestados na avaliação institucional da FEBF continuam seu processo de encontros e distanciamentos.

Os primeiros resultados já começaram a seguir o caráter de melhoria das práticas institucionais que funda a avaliação. Em janeiro de 2004 foi realizado, pelo Departamento de Gestão de Sistemas Educacionais, um Fórum de reflexão e discussão das práticas educativas, em que estudantes e professores apresentaram seus desafios e suas potencialidades e assim foi organizado um protocolo de ações que estão orientando o plano de trabalho do Departamento, em vista de apropriar-se das expectativas e desejos expressados pelos alunos na avaliação.

O próximo passo é a análise das percepções de professores, funcionários e alunos egressos para compatibilizar as manifestações e assim ampliar as possibilidades de melhoria do nosso fazer educativo.

Mantemos a chama acesa em contato com o cristal Referências Bibliográficas

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Letras, 1990.

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Referências

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