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V
%
AGRADECIMENTOS «
- Agradecemos o prestimoso auxílio daqueles que direta ou
indiretamente.colaboraram com este trabalho e, em especial, ao
SUMÁRIO ¿ I os00000000noocupanonocoøøøoooøoøoonooooiooooo 4 auoooouunoønnooocooouoooooøoouonuoøaoouno 6 li OOIOIOÚOQIOIOIUÚOOOOCIÍÓIOICOIÕI IV _RESULTADOS'ønoooo.no000000pocoo0Ooboon0n0¢uooonQ0OI0 V ÂoolinnouoonoøcoøoQQOÓOUQQOIOQQQQQOoøoonuoo VI ouoooonoutouooooooooocolnoooooooouoonuoooo
..\)
I-» - RESUMO
O presente trabalho refere-se a um estudo de 138 casos
de õbitos por traumatismo abdominal, de um total de 883, em
regiões da Grande Florianópolis. Todos foram devido a aciden-
tes de trãnsito_(moto, colisão, capotamento,etc.),atropelamen+
to e acidente natural (de trabalho e queda natural), no perío-
do de l98l a 1985, verificados no Instituto Médico Legal de
Florianópolis-SC. Foram excluídos os casos de suicídio, homi-
cídio e afogamento. ,
Aborda¬se o número total e por traumatismo V abdominal
de óbitos por ano, sexo, idade, mês, tipo de acidente, tempo
decorrido entre o acidente e o Õbito,incidência e freqüência
dos acometimentosxúscerais intra e extra-abdominais isolados
ou associados. Os dados anteriores foram comparados com estuà
dos de literatura. .
Verificou-se o aumento anual dos acidentes em questão,
com conseqüente elevação no número de traumas abdominais.
'
O sexo masculino e a faixa etária de 20 a 30 anos apa-
5
_ Á-maioria das mortes ocorreu no local do acidente e o
tráfego urbano foi o local responsável por elevado número de
acidentes automobilísticos, após os ocorridos na BR 101.
__
Q
fígado 199 casos), baço (75 casos), intestino (10 ca-» ~ '
sos) e os rins 19 casos), foram os orgaos mais freqüentemente
lesados, sendo também elevada a associaçao da lesao do fígado
com o baço (33,3%).
As injúrias extra-abdominais torácicas (41%), de extre-
midades (3l,3%) e cranianas (11%), foram as mais comuns em
união com 0 trauma abdominal. '
Devido ao relevante e crescente número de óbitos por
acidentes, afetando principalmente adultos jovens salienta-se
a necessidade de conscientização da população na obediência às
leis de trânsito, bem como penas mais rigorosas aos infrato-
II _ INTRODUÇÃO
O trauma é a quarta causa de morte em todos os grupos
etários, sendo a principal causa de óbito na faixa dos 15 aos
30'anos(5' 6' 7). '
' A
A `
Este estudo assume importancia em qualquer localidade,
pela sua alta incidência na faixa etária das mais produtivas,
causando a morte em grande número e deixando outras tantas in-
- . 5
val1das( ),
Trauma abdominal em sentido amplo significa presença de
lesões e conseqüência de lesões provocadas por objetos a-
6 4 n
gressores, contundentes ou penetrantes( ). Ja o traumatismo
abdominal fechado configura-se quando o abdomen sofre um im-
pacto contra uma superfície ou um processo de desaceleraçãoin-
tensa e rápida(l0).
'
Constitui pois, o trauma abdominal causa freqüente de
A . . ~ . - . 7
abdomen agudo, necessitando intervençao cirurgica urgente( ).
V
O diagnóstico das lesões no traumatismo abdominal pode
ser difícil, pois as suas manifestações clínicas nem sempre
7
~ ` as ~ '
sao imediatas e devido a freqüencia de lesoes associadas (crâ-
.
-.`
¬.
1o'
.
n1o¬encefalicas,Vtoracicas e de extrem1dades)( ). Sendo assim
é de relevante importância o diagnóstico e atuação precoces
.no sentido de aumentar a sobrevida.
A
A incidencia dos traumas abdominais aumenta a cada ano
fãs custas principalmente do crescente número de acidentes_ de
trânsitoíõ' 16).
_Em vista disto, objetivamos mostrar neste trabalho; uma
análise estatística da incidência anual dos óbitos por trau-
matismo abdominal; sexo; idade; intervalo de tempo para a o-
corrência do óbito; local e mês do acidente; tipo de acidente;
órgão abdominal afetado e lesoes associadas extra-abdominais
ocorridos de 1981 a 1985. Temos também a finalidade de mostrar
um levantamento nunca antes realizado, apesar de sua grande
^
importancia, já que os acidentes e conseqüentemente os óbitos,
podem ser prevenidos.
Baseado nestas estatísticas é que se pode analisar as
causas e elaborar um plano para evitar o número crescente de
¡-
II-I - CASUÍSTICA E MÉTODO
Levantamos todos os prontuários arquivados no Institu-
to Médico Legal (IML) de Florianópolis, de 1981 a l985. Refe-
re-se este trabalho aos óbitos nos quais o traumatismo abdo-
minal foi a causa, totalizando neste período 138 casos.
Coletamos dados apenas referentes aos óbitos por trau-
matismo abdominal, causados por morte violenta, excluindo-se
aqueles provocados por suicídio, homocídio e afogamento.
Os casos por nós pesquisados abrangeram os' acidentes
ocorridos nos seguintes municípios: Águas Mornas, Alfredo Wag-
ner, Angelina, Anitäpolis, Rancho Queimado, Rio das Antas, Rio
dos Cedros, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Governador
Celso Ramos, Palhoça, Porto Belo, São João Batista, São José,
Santo Amaro da Imperatriz, Tijucas e Paulo Lopes. 'À
Dados foram coletados sobre:
' - da incidência anual dos-óbitos;
- idade e sexo;
as
9.
- tipo de acidente:
. acidente de transito: co1isão,.moto, capotamento
. atropelamento ^ . ^ __ ` _
. acidente natural: de trabalho e queda natural;
- tempo decorrido para o Õbito em horas, dias ou morte
local;
- região de ocorrência do acidente:
. TU: tráfego urbano central
. BR: BR 101, KM 203, Trevo de Barreiros
BR 101, KM 206, Trevo do Shopping «
BR 101, KM 206, Trevo do Roçado
BR 101, KM 209, Trevo de São José V
Outros trevos da BR l0l
BR 101 em trechos onde não se especifica o trevo
. SC: SC 401 e outras rodovias estaduais
. OU: outros locais não definidos ou não especificados,
(tráfego de periferias ou cidades pequenas pró-
ximas)
. NA: queda natural ou acidente de trabalho
--Õrgãos.abdominais acometidos;
~
- lesoes extra-abdominais associadas.
~
Obs.: As lesoes extra-abdominais:
- de extremidades: referem-se a fraturas, luxações e
lacerações extensas;
- de face: dizem. respeito a fraturas, grandes lacera- V
~
Iv - RESULTADOS
Analisamos 138 casos (15,6%) de óbitos por traumatismo
abdominal devido a acidentes que ocorreram de 1981 a 1985, num
total de 883 mortes (100%). V
Observou-se um crescente aumento anual no número total
de óbitos: com 138 casos (15,6%) em 1981, 156 (l7,7%) em 1982,
176 (19,9%› em 1983, 209 ‹23,7%) em 1984 e 204 casos (23,1%jem
1985.
Da mesma forma verificou-se este incremento anual nos
TABELA 1 - Número total e por traumatismo abdominal de óbitos
»ANO TOTAL DE ÓBITOS % ÓBITOS POR TISMO ABDOMINAL TRAUMA- '
% 1901 '1982 1983 1984 1985 138 156 176 209 204 15,6 16 1,8 17,7 22 2,5 19,9 27 _ 3,0 23,7 35 - 4,0 .23,1 38 4,3 Tótal ._883 100,0 A138 ~ 15,6 FoNTEà imr 1981-1905.
A segunda tabela mostra a incidência dos óbitos totais
e por traumatismo abdominal de acordo com o sexo, verificando-
._
se a predominância do sexo masculino tanto nos óbitos totais
com 668 casos (77,9%),oamrna¶rflesgnriramna abdominal com 106
casos (76,8%), seguido por 195 casos (22,l%) nos óbitos totais
e 32 casos (23,2%) nos-óbitos pelo trauma abdominal para o
sexo feminino. (TAB. 2) .
~
TABELA 2 - Incidência dos óbitos totais e por traumatismo ab-
dominal de acordo com o sexo.
_ . .
-
`
ÓBITos POR TRAUMA-
.,sExo .TOTAL DE ÓBITos_. _% 7 T1sMo ABDOMINAL %
Nmsmnino
Rmúnhn
688 195 77,9 106 _*76,s .22,1 32 23,2 Total 883 100,0 138 _100,0 FONTE: IML 1981-1985. ~12
.Quanto.ã idade vimos que 18 casos (13%) encontravam-se~
na faixa de 0.a 10 anos; 21 (l5,2%) entre ll e 20 anos; 35
(25,4%) entre 21 e 30 anos; 30 (2l,7%) entre 31 e 40 anos; 10
(7,3%) entre 41 e 50 anos ez24 casos (l7,4%) acima dos 50 a-
nos. (TAB. 3) _
. A
Dos óbitos pertencentes ã faixa etária menor que 30
anos, 74 casos (53,6%) foram encontrados, salientando-se ~ o
predomínio de adolescentes e adultos jovens.`
TABELA 3 - Incidência dos õbitos por traumatismo abdominal de
acordo com a faixa etária.
IDADE.(ANOS) . ` N9 DE CASOS % o a 1o ~ 18 13,0 11 a 2o 21 15,2 21 a ao 35 25,4 - 31 a 40 3o 21,7 41 a 50 10 7,3 Acima de 50 24 17,4 Total . 138 100,0 FONTE: IML 1981-1985.
Podemos observar três picos de maior freqüência ao se
.` z _ , A
analisar o mês de ocorrencia dos obitos. O primeiro no mes 'de
fevereiro, com 14 casos (10,l%), o segundo em abril, _com 15
(l0,9%), e o terceiro pico abrangendo os meses de julho a no~
GRÁFICO 1 - Traumatismos Abdominais
A
Incidencia dos óbitos por Traumatismos Abdominais
d ._ ._
.de acor o com o mes de ocorrencia do acidente
z:'l.'.1 z 1:: __ ¢_: z Hi- 11;. - _ ill. -- LÁ 1,. l . T -..Lê ` “1 '
M
ê;â;››; â=;ê@z›â:¡' p '*â@z..!ê;â: Miu *if _ ' -21*-' wma; :*\;§'â¡-' . _ [I ,g¶¡[r,! z¡¡\š¿¡¡g š!¡|.¡2fiähwfwm
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Os acidentes de trânsito (colisão, moto, capotamento ,
etc.) foram responsáveis por 69 mortes (50%), sendo a princi-
pal causa, seguido pelos atropelamentos, com 62 czsgs (45%), De
^
menor freqüencias foram os acidentes naturais (de trabalho e
queda natural) com 6 casos (4,3%). (TAB. 4)
as
TABELA 4 - Incidencia dos óbitos por traumatismo abdominal 'de
acordo com o tipo de acidente. '
TIPO DE ACIDENTE N9 DE CASOS %
Q ,Acidente'de transito- 69 ' 50.0 Atropelamento 62 45.0 Acidente natural 6 _ 4,3 Indefinido l 0,7 Total 138 100,0 FONTE: IML l98l-1985.
A maioria dos óbitos ocorreu no local, 62 casos (50%),
seguido pelo intervalo de l a 5 horas para a ocorrência do
óbito, com 43 casos (3l,2%). Onze indivíduos (8%) sobreviveram
mais de um dia, porém não ultrapassando mais que 15 dias. Em
l7 casos encontramos o tempo para a ocorrência do óbito em ho-
15
- ¢~ - '
TABELA 5 - Incidencia dos obitos por traumatismo abdominal de
- acordo com o intervalo decorrido para oiõbito. ‹
~TEMPo/HoRAs 'zl'N@ DE cAsos - -› 5 o õz 45,0 -. 1"a 5 - ' 43 _ 31,2 _ õ a 10 2 , 1,4 11 a 15 2 1,4 Indefinidas 17 12,3 _ .TEMPO/DIÁS .lp 1 . 0,7 2 a 5 3_ 2,2 6 a 9 4 2,9 1o1a 13 3 2,2 Até 15 1 0,7 Total '138 1oo,o FONTE: IML 198141985.
Verificamos alta incidência dos óbitos dentro do tráfe-
fo urbano central, com 57 casos (4l,3%) e na BR 101, com 58
(42%), correspondendo estes a ll5 casos (83,3%) dos 138 óbitos
totais (100%). (TAB. 6) -
.¬›
716
TABELA 6 - Incidencia dos õbitos por traumatismo abdominal de
.acordo com o local de ocorrência.
=-JLocAL_.¿ ,NQ;nE cAsos %
Tu - 57 .. * 41,3 BR _ ss' 42,0 _ sc 1o 7,3 ou A 7 5,0 NA .õ 4,4 -'-Total “138 1oo,o FONTE: IML 1981-1985.
Dos 138 casos de óbito, 99 tiveram o fígado lesado, se-
guido de 75 casos onde o baço foi acometido. '
A lesão do intestino ocorreu em 10 casos e a renal em
9. As demais vísceras lesadas ocorreram em menor número.(TAB.7)
Isoladamente ocorreu lesão visceral em 61 casos I44,2%),
onde o fígado foi atingido em 36 (36,4%) do total das lesões
hepáticas; o baço em 20 casos (26,7%) do total das lesões es-
z. z-_
plenicas; o rim em 2 (22%) do total das lesoes renais; o in-
testino em 2 casos (20%) do total das lesões intestinais e os
' ' ~
vasos retroperitoneais em l caso. A evisceraçao foi a respon-
sâvel por 3 óbitos. (TAB. 7)
4..
A
presença de lesoes intra-abdominais associadas ocor-reu em 77 casos (55,8%). As vísceras abdominais lesadas que
mais se associaram com outras lesoes intra-abdominais foram o
fígado com 63 casos e o baço com 55. A associação mais fre-
qüente_foi do fígado com o baço, com 46 (33,3%) dos 138
TABELA 7 - Órgãos intra¬abdominais - relaçao entre as estrutu-
ras lesadas, número de lesões isolados e associados
.. _* _ ._ 11,.-,'_. __., . . . _ _ nz Fígado _- 99 Baco 75 Intestino _10 Rim 9 Vasos mesentéricos 6' Aorta 5
Veia cava inferior ‹3
Mesentério ' 3 Vias biliares 3 Sistema Porta' 1 Vasos retroperito- neaís 1 Útero Grávido « l 36 20 2 2 l 36,4 63 26,7 55 20,0 ' 22,2 00 8 7 6 5 3 3 3 l l FONTE: IML 1981-1985.
Em apenas 15 (l0,9%) dos óbitos nao foram encontradas
lesoes extra-abdominais. Destas, a maioria deveu-se av leso
toräcicas (41%) das 236 (100%) lesões extra-abdominais, seg -
do pelas lesões de extremidades (3l,3%) e pelo traumatismo crâ-
nio-encefãlico (11%).
~
_. As lesoes faciais (6,7%), de coluna vertebral (4,2%),
bacia (3,8%) e da região-ínguino-perineal(2%) associaram-se em
~
TABELA 8 ~ Lesoes associadas extra-abdominais
*¡EsTRUTURAi.- 1 N? D CASOS Ç % z .~.~'.,z‹zz.,- V *Tófax 196» ' Extremidades 74 Crânio 26 ~ Face 16 Coluna vertebfal 10 Bacia 9 Região ínguino-perineal 5 . 41,0 .31,3 11,0 6,7 4,2 3,8 2,0 TOtal 236 1oo,o FoNTEz IML`1981-1985.
A causa principal de morte nos traumatismos abdominais
A
deveu-se ao choque hipovolemico, com 134 casos (97,1%) dos 138
(100%), restando apenas 4 (2,9%) nos quais 0 choque sëptico
~
ocorreu, secundário ãs lesoes abdominais.
V - DISCUSSÃO
A incidencia crescente de acidentes, principalmente' de
trânsito, concorre para um também crescente aumento dos trau-
matismos abdominais. Freqüentemente são estes acidentes res-
ponsäveis por traumas graves, assumindo papel importante na
causa de morbidade e morta1idade(3'~5' 6' 7' lo' 14' 16' 17).
Estes relatos conferem com dados encontrados neste estudo,quan-
do se observa o grande número de óbitos para traumatismos ab-
._
dominais decorrentes destes acidentes. Os acidentes de tran-'
sito perfizeram 50% e os atropelamentos 45% dos 138 óbitos
(100%). Para FREIRE, E.C.S. et al., num estudo de 1.371 contu-
sões, o atropelamento foi responsável no ano de 1954 a 1984;nr
48,3% e o acidente automobilístico por 26,5% dos acidentes.
Para FREIRE, E.C-S. et al. em estudo de 1980, com 102 contu-
sões, 53 foram causadas por atropelamento e 25 por colisões de
veículos. _
' ›
A evolução dos meios de transporte, a mais fácil aqui-
sição de automóveis pela população, a desordenada condução des-
A
20
-`
responsabilizam os acidentes de transito como importantes a-
gentes¶traumáticos‹5). .
'
Confere com a literatura os dados relativos ao sexo e
faixa etária, visto a predominância do sexo masculino e' de
adultos_jovens(2' 3' 4' 5' 6' 7' 8' 9' 13' 15).
Os meses de fevereiro, abril e o período de julho a no-
vembro foram os que abrangeram a maior número de óbitos.
A maioria das mortes ocorreu no local (45%) e até 5 ho-
ras do acidente (3l,2%), demonstrando a gravidade do trauma-
tismo abdominal(3' 5' 9). Interroga-se aqui, sobre a eficiên-
cia dos meios de transporte dos politraumatizados e dos
servi-Q
ços médicos de emergencia, se prestados com rapidez e qualida-
de. .
É na BR 101 e no tráfego urbano central que mais se e-
videnciaram os acidentes. A grande ocorrência dos acidentes
dentro do tráfego urbano (4l,3%) nos alerta sobre a falta de
educação da população no cumprimento da legislação de trânsito,
na ausência de uma maior rigorosidade por parte destas leis e
Q 4» ' A
a ma sinalizaçao. A elevada incidencia de morte na BR 101 se
justifica, talvez, por tratar-se de rodovia de alta velocida-
de, com veículos de carga pesada e, também, por desrespeito
às leis.
Ao analisarmos os órgãos intra-abdominais lesados,› ob-
servamos o elevado acometimento do fígado, seguido pelo baço,
intestino e rins, encontrando-se as demais vísceras em menor
freqüência. Dentro da literatura estes órgãos aparecem como
sendo os mais freqüentemente lesados, embora a ordem altere der
acordo com cada estudo. Nos estudos de COSTA, D.S. et al.;FREI-
RE, E.c.s. et al. 19.85; FREIRE, E.c.s. et. al. 1986; RIBERT, M.
freqüên-21 L
cia, enquanto o fígado, a Zê. Já para SHIRES, G.T., o baço foi
o mais atingido, seguido.pelo rim. '
O alto acometimento hepático nos traumatismos . abdomi-
nais deve-se ã sua situação e volume, pois estende-se da pare-
de anterior ã posterior, entre o gradil costal e a coluna ver-
tebral. Tem por volta de 28 cm de comprimento e seu peso cor-
responde a cerca de 3% do peso corporal(§).
A constituição parenquimatosa esplênica fraca,' formada
por reticulos de fibras conjuntivas densas, preenchidas por
células sangüíneas, e o seu enorme suprimento vascular faci-
~ ~ `
litam a sua lesao, embora apresente relativa proteçao conferi-
da pelo hipocõndrio esquerdo. Além dos traumatismos diretos,
o baço pode ser lesado pelas fraturas das 9ë, lOê, llê e l2ê
costelas esquerdas(lo).
H
Nos acidentes de trânsito, o impacto do volante sobre o
~
tórax inferior e epigástrio com conseqüente aumento da pressao
intra-abdominal-é o principal mecanismo de rotura duodenal.Sua
anatomia em forma de C, com aderências ao pãncreas e com por-
ções intra e retroperitoneais, estando numa de suas extremi-
dades o esfincter pilõrico e na outra o ligamento de Treitz,
que forma um ângulo entre a 4? porção do duodeno e a lê alça
jejunal, tornando o duodeno, durante o impacto, uma alça fe-
~ 4» ~
chada que favorece a lesao.
A
elevaçao da pressao intra-abdo-minal bruscamente leva a ruptura duodenal, bem como sua fratu-
ra contra a coluna, devido a sua relativa imobilidade, ou sua
perfuração por espículas~õsseas(9' 10).
~
O mecanismo mais comum de lesao contusa do intestino
_
delgado-ê a compressao deste com a curvatura lârdótica ante-
rior da coluna lombossacratll). H
ver-22
tebral ou a sua ruptura após um golpe brusco contra uma alça
.distendida, comumente leva ao seu traumatismo nos' acidentes
automobilisticos(ll).
' A
~
O comprometimento.renal traumático assume importancia,
já que os rins recebem um fluxo sangüíneo que corresponde a
cerca de 20-25% do débito cardíaco, determinando importante
hematoma retroperitoneal(7' 15). \
. Os traumas de aorta (5 casos) e veia cava inferior (3
casos) sao graves. A maioria das mortes ocorre por hemorragia,
~
devido ãs dificuldades no controle das lesoes nestes vasos
de grande calibre, somado ãs feridas significativas de outras
estruturas;`principalmente.no retroperitõneo(7' lö).
u
iOs traumatismos de vias biliares sao pouco freqüentes,
e quando ocorrem, geralmente se associam a lesões de fígado
. . l3
'
- . .
e intestino( ). Em nossa analise, os 3 casos em que as vias
biliares foram lesadas, a lesão hepática se associou 'nestes
A
tres, e em l caso a veia porta esteve também lesada. O meca-
nismo de sua lesão se deve geralmente a uma força lacerante
sobre o ducto colédoco ou hepático comum, devido ã forte pres-
~ as
sao sobre a parede antero-lateral abdominal, indo de encontro
ã coluna vertebral(l0). ' '
~
As lesoes da veia porta freqüentemente se associam com
~ A
lesoes de outras vísceras: veia cava inferior, fígado, pan-
. ~ . 16 - _ -
creas e estomago( ). Em nosso estudo, a unica lesao desta es-
trutura esteve associada a lesão hepática e'de vias biliares.
~ _ .
á
. ~ 5
As lesoes pancreaticas graves isoladas sao raras(l ),as-
sim como o traumatismo contuso com lesão gástrica é pouco fre-
qüente, devido a sua relativa falta de fixação e por sua
nos-23
~
so estudo, onde nenhum caso de lesao pancreãtica ou gâstrica¡
isolada ou associada, foi encontrada. _
Verificou-se a associação-de mais de uma víscera intra-
abdominal lesada na maioria dos nossos casos (55,8%), sendo a
principal entre o fígado e o baço, o que confere com a lite-
ratura(1' 5'›8). Nota-se, portanto, a violência destes aciden-
z- f z ~
tes, ja que multiplos orgaos foram afetados e que todos leva-
ram ao óbito.
Por tratarem-se de politraumatizados graves, as 'lesoes
extra-abdominais mais freqüentemente associadas ficaram assim
A
ordenadas: tórax, extremidades e cranio. Na literatura, autores
(FREIRE, E.C.S. et al., com seus estudos publicados em l980,
1985 e l986; e GALVES, J.F. et al. com o seu em 1985) referem-
» » ~
se ao cranio e a seguir ao torax e extremidades, como lesoes
_ _ . . _ . (6, 7, 8, 10)
extra-abdominais que mais apareceram associadas .
A presença quase que constante de lesões em outros órgãos ou
~
sistemas extra-abdominais agrava as condiçoes gerais e aumenta
ãmOrt8.lidad€(l' 4' 5' 7' 9' 12' 13' 15).
A causa de morte nos traumatismos abdominais deveu-se na
grande maioria ao choque hipovolêmico, já que as vísceras maci-
ças (principalmente fígado e baço) foram os mais freqüentemente
lesados, ocasionando morte local na grande parte dos casos(7'l7)
O choque séptico secundário ao trauma abdominal foi o
responsável por pequeno número de óbitos, sendo observado nos
casos em que a sobrevida se estendeu por maior tempo.
A
respeito da gravidade dos traumatismos abdominais, re-forçamos a importância de um melhor conhecimento sobre as le-
sões traumáticas em geral e uma melhor maneira de diagnostica-
24
Como o atendimento de um politraumatizado deve ser ini-
crado imediatamente após a açao do agente vulnerante e o médi-
co raramente está presente e disponível na hora do trauma, de-
ve-se preparar os leigos para prestarem os primeiros socorros.
V1 - coNcLUsÃo
Ofio
§___í-_
. Observamos um aumento crescente dos acidentes automobi-
listicos, com conseqüente aumento dos traumatismos abdominais.
»` `
A incidencia destes traumatismos é maior no sexo mascu-
lino. Salientamos a importância da faixa etária dos 20 aos 30
anos ser a mais intensamente acometida, bem como a elevada in-
cidência dos acidentes de trânsito (50%), atropelamentos (45%)
e a importância do tráfego urbano central como local relevante
na ocorrência destes acidentes.
Nos óbitos por traumatismo abdominal as vísceras mais
acometidas foram fígado, baço, intestino e rins, sendo que a
presença de mais de uma víscera intra-abdominal lesada foi en-
contrada na maioria dos-óbitos. A associação fígado-baço foi a
mais freqüente das lesões intra-abdominais.
- Notamos que o fígado e o baço foram os-Õrgãos mais
fre-~
qüentemente lesados, tanto isoladamente, quanto em associaçao
com outras estruturas intra-abdominais atingidas.
26
constante, ocupando elevadas posições os traumatismos toráci-
cos, de extremidades e crânio-encefãlicos.
V
A
elevada incidência de mortalidade no local do aci-dente revela a gravidade do traumatismo, onde o choque
hipo-.
volemico foi de longe a principal causa mortis dos traumatis-
mos abdominais. '
Necessita-se de um estudo que melhor estruture as' vias
~
rodoviárias e urbanas, com puniçoes mais rigorosas quanto ã
legislação de trânsito, bem como instruir motoristas e pedes-
tres a respeito do cumprimento destas leis. '
z
VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CC
0068
Ex.l
N-UWIL lu, Uru, u, uuoó
Autor: Silva, Maria Heloí
972814607 Ac. 252904
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