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A Construção do espaço em Nova Palma (RS)

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CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE MESTRADO EM GEOGRAFIA

A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO EM NOVA PALMA (RS)

MARCOS AURELIO SAQUET

OA.yLe.nta.doA.: pAOfa. ÜAa. LenyAa Rique da Sitva C a -OAtentado a: Pro f. Da . Augusto César Ze.fe.A4.no

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ÁAea de C o n c e n t A a ç ã o : DesenvoJLvimento Regtonat e Urbano

FíoA-ianópoois - SC Fevereiro, 199 6

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CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE MESTRADO EM GEOGRAFIA

A Construção do Espaço em Nova Palma (RS).

Marcos Aurélio Saquet

Dissertação submetida ao Curso de Mestrado

em

Geografia,

Área de concentração:

Desenvolvimento Regional e Urbano, do

Departamento de Geociências do Centro de

Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, em

cumprimento parcial dos requisitos para

obtenção do título de Mestre em Geografia.

Florianópolis - SC

Fevereiro/96

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A meus pais e mea i r m ã o , peto apoio e compreensão

A MA.A4.am

peto companheirismo e ¿ncent-ivo

A Profa. Lenyra Rique da Sitva

peía amizade., apoio e orientação deste. trabatho

Ao Prof. Augusto César Ze.fe.K4.no peta amizade, e Co-Orientação

A UnJLve.JLS4.dade., e em especiat aos professores do Cujlso de. MestJLado em Geografia, peto ensino e o p o rtunidade

Ao Pe. Luis Sponchiado

peta concessão de dados e inform a ç õ e s sobre a Ex-Cotónia S i t v e i r a Martins

A t o d o s que, de diversas formas, contribuiram para a r e a t i z a ç â o de s t e t r a b a t h o .

(4)

RESUMO ... . X

RÉSUMÉ ... xi

INTRODUÇÃO . . . ... ... 0 7 1. PEQUENA REFLEXÃO TEÓRICA ... ... 22

2. ALGUNS ASPECTOS DA FORMAÇAO DO ESPAÇO REGIONAL (1878- 1925) ... 33

3. OS PROCESSOS PRODUTIVOS INDUSTRIAL, ARTESANAL E A G R Í ­ COLA EM NOVA PALMA ... 75

3 . 1 Do tn.abalho aAAalaniado ... 7 9 3.2 Do tn.aba.tho familiar ... 87

3.2.1 Aas pnoduçõe..a an.te.Aan.alA ... 87

3.2.2 A Coopen.at4.va Agrícola MiAta Nova Palma Ltda e aA unidadeA de exploração agn.Jic.ola... 105

4. OS LUGARES DE DESTINO DAS MERCADORIAS E O ESPAÇO NOVA- PALMENSE ... 139

LISTA DE GRAFICOS ... ... ... v

LISTA DE MAPAS ... ... vi

LISTA DE TABELAS ... vii

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS E P ERIÓDICOS ... ... 181

(5)

01. Total da pnodução a g n í c o l a da* Ex-Colônia* i t a l i a n a * no RS, em *aca* - 1885 ... 47

02. A pnodução de. tnigo cm * a c a * - 1885 ... 47

03. A pnodução vinícola cm l i t n a * - 1885 ... 48

04. Quantidade, de. f á bnica* da* Ex-Colônia* italiana* no RS,

cm 1923 ... 55

05. Evolução da* pnoduçõe.* ante.*anai* na Se.de. da Ex-4® Colônia ( 1 8 8 4 - 1 9 2 5 ) ... . 67

06. Evolução da pnodução d iánia na Fábnica de. Ma**a* Alime.ntícia* Nova Patma Ltda, e.ntne. 1961 c 1993 ... . 82

07. Evolução da pnodução da * o J a no Município de. Nova Palma

( 1 9 7 0 - 1 9 9 3 ) ... ... 120

08. Evolução da quantidade, de. f i n a nciamento* agnícola* concne.ti- zado* pela CREDIPAL no Município de Nova P a l m a / R S , cm moeda conne.nte ( 1988-1993) ... ... 129

L I S T A D E G R A F I C O S

09. Evolução da quantidade, de. financiamento* agnícola* concne.- tizado* pe.lo Banco do B na*il no Município de. Nova Palma/RS, cm moeda connente (1988-1993) ... 132

(6)

0 1 . Estado do Rio Grande, do S u t ... ... 03

02. Distribuição dos totes e. Núcteos d a Ex-Cotônia Sitveira M a r ­ tins - 1890 ... ... ... 06

03. Atuais Municípios da Ex-Cotônia Sitveira M a r t i n s ... 08

04. Locatização da área de estudo . . . . ... 10

05. Visuatização das áreas de amostr a g e m ... 16

06. Ftuxo das vendas da Fábrica de M assas A t i m e n t í c i a s , em D e ­ zembro de 1993 ... 141

07. Ftuxo das vendas de picotés peta CREMOGEL, em Dezembro de 1993 ... 144

08. Ftuxo das vendas de sorvetes peta C R E M O G E L , em Dezembro de 1993 ... 145

L I S T A DE M A P A S

(7)

01. EvoZução da popuZação Jte.¿¿de.nte. dos Municí p i o s que s e f o r m a ­ ram a partir d a Ex-CoZônia SiZveira M a r t i n s ( 1980-1 991 ) ... 09 01. EvoZução da popuJLação r e s i dente dos Municí p i o s que s e f o r m a ­

ram a partir d a Ex-CoZônia SiZveira M a r t i n s ( 1980-1 991 ) ... 09

02. Produção para venda das Ex-CoZônias Imperiais de Imigração itaZiana no Rio G rande do SuZ - 1884/1885 ... 46

03. Produção agrícoZa, a r t e sanaZ e estabe Z e c i m e n t o s s e c u n d á r i o s diversos das E x -CoZônias i t a Z ianas no RS em 1925 ... 56

04. EvoZução das m i g r a ç õ e s no Ex-NúcZeo Soturno (1895-1930) ... 61

05. EvoZução econômica d e Caxias do SuZ entre 1890 e 1975 ... 64

06. "EvoZução" comerciaZ e a r t e sanaZ da Sede da 5x-4ft Co Zônia

entre 1884 e 1925 ... 65

07. EvoZução do patrimônio na Fábrica de M assas AZimentícias Nova PaZma Ltda ( 1 9 6 1 - 1 9 9 3 ) ... ... 80

08. EvoZução do patrimônio na Fábrica de picoZés e s o r vetes

( 1 9 7 6 - 1 9 9 3 ) ... ... 89

09. A produção de picoZés e sorvetes na C R E M O G E L , em Dezembro de 1993 ... 91

(8)

10. Evolução da produção m é d i a m e n ¿ a l na Fábrica de. c a l ç a d o * ( 1 9 8 8 - 1 9 9 3 ) ... ... 94

11. A produção d e bota¿ de couro na Fábrica de calçado*, em

D e z embro de 1993 ... 95

12. EvoJLução da produção m é d i a m e n t a l na Fábrica d e v a * * o u r a * ( 1 9 4 5 - 1 9 9 3 ) ... 97

13. A produção de va**oura¿, em Dezembro de 1993 ... 97

14. A produção média de vinho no M u n i cípio de Nova Palma, ¿ a f r a de 1993 .... . ... ... 99

15. E*trutura fundiária do Municipio de Nova Palma/RS em 1993. 108

16. Evolução do* a**ociado* da CAMNPAL ( 1 988-1 993) ... . 1 12

17. Evolução do quadro de f u n c i o n á r i o * da CAMNPAL (1988-1993). 113

18. Evolução da produção a g r í c o l a r e c e b i d a e c o m e r cializada

pela CAMNPAL (1988-1993) ... ... 115

19. Evolução do cultivo a g r ícola no Municipio de Nova Palma

(9)

20. EvoZução do ne.ndLjLme.nto a g n i c o Z a pon u n i dade de. ánea no M u ­ nicipio de. Nova PaZma ( 1970-1993) ... 122

21. Pnoduçâo da s o j a no Municipio de Nova P a Zma-safna 1992/93. 125

22. EvoZução dos financiamentos a g n i c o Z a s feitos peZa C R E DIPAL e peZo Banco do BnasiZ em Nova PaZma ( 1988-1993) ... 133

23. EvoZução do patnimonio na CAMNPAL (1988-1993) ... 154

24. Companação entne aZgumas vaniáveis das atividades a h o n d a ­ das ... 1 64

25. EvoZução dos pequenos e s t a b e Zecimentos "i n d u s tniais" e co- m e n ciais no Municipio de Nova P aZma (197 6-1993) ... 168

(10)

RESUMO

O p-n.ese.nte. estado tem como objetivo a b o r d a r aZguns a s p e c t o s do processo d e construção do espaço no Munic i p i o d e Nova

P a Z m a / R S .

AnaZisamos a produção do espaço mostrando i n d i c i o s do crescimento desiguaZ entre atividades indust r i a i s e artesanais, e, um pouco da s u b ordinação e aZienação do trabaZftador d i reto em uma ativi d a d e com reZações s o ciais embrionárias do capitaZismo c Z á ssico e em atividades com trabaZho famiZiar, como a produção a r t e s a n a Z e agricoZa.

D estacamos as r e Z a ç õ e s que os pequenos a g r i c u Z t o r e s Zocais m a n t ê m com a Cooperativa AgricoZa Mista Nova „ P aZma Ltda, d escrevendo aZgumas das atividades que fazem para s o b r e v i v e r , ao Zado do i ncremento do patrimônio da refer i d a C o o p e r a t i v a .

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Le. pné*e.nt étude, a comme obje.ctif abonde.*, quelque.* a*pe.ct* du p nocè* de. con*tnuction de. t f e.*pace. au Munícipe, de. Nova P a t m a / R S .

No u a a n a t y * o n * la production de. l ’espace, en m o n t r a n t le.* indice.* de. 1 ’ accnoi**e.ment diffe.ne.nt e.ntne. activité* indu*tnie.t* et anti*anate.*, et, un pe.u de la * u b o n d i n a t i o n et a l i é n a t i o n du t n a v a i l l e u n i m m é d i a t à une. a c t i v i t é avec ne.tation* e.mbnyonnaine.* du c apitali*me c l a * *ique et en activité* avec du t n avail famitie.n, comme, l a pnodu c t i o n anti*anal et agnicole..

Nou* nemanquon* te.* ne.tation* que. te* pe.tit* a g n i c u t t e u n * l ocaux tie.nne.nt ave.c ta Coopérative. Agnicole. Mixte. Nova P a t m a Ltda, d é c n i v a n t un pe.u de* activité* dont it* font poun *unvivne., a côté de. 1 ’ incnéme.nt du patnimoine. de. la Coopénative..

(12)

INTRODUÇÃO

0 homem procura dinam i z a r suas ativid a d e s c o t i d i a n a s na e para a produção sociaJL do espaço, e por isso territoriaJLiza-se

a t ravés das condições naturais, das t é c nicas e do capitaZ de que dispõe, utiZizando este espaço de forma d e s i g u a Z e contraditória.

Historicamente, a partir da expansão das r e Z a ç õ e s c a pitalistas d e produção no sécuZo XVIII, a construção s o c í a Z do espaço tem ocorrido b asicamente em torno da produção e circuZ a ç ã o de m e r c a d o r i a s , a partir de uma intrin c a d a divisão s o c i a Z e t e r r i t o r i a Z do trabaZho e, c o n c o m i t a n t e m e n t e , de uma certa c o m p Z e m e n t a r i d a d e entre as atividades produtivas de cada Zugar.

Uma quantidade s empre m enor de h omens definirão o que s e r á produzido, onde, como e para quem, príviZegíando a Z g u h s espaços e setores em detrimento de outros, e c o ntribuindo à r e ­ produção incess a n t e das forças e reZações c a pitaZistas d e produção.

E é nesta contraditória e d e s iguaZ expansão das forças e r e Z ações capitaZistas de produção no BrasiZ, sobretudo, que p retendemos a p r e ender aZguns momentos do processo de a p r o p r i a ç ã o e p rodução do espaço gaúcho, enfatizando o processo de coZoni z a ç ã o da Encosta do PZanaZto R i o -grandense por imigr a n t e s itaZianos a partir de 1875.

Em meió ao sécuZo X V I I I , para garantir a posse das t e r r a s do extremo SuZ do país a m e a çadas consta n t e m e n t e peZos espanhóis, e

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r a p i d a m e n t e , d e preferência, fixando o homem à t e r r a a t r a v é s da prática a g r i c o Z a , pois até então predom i n a v a na e c o nomia g a ú c h a a pecuária extensiva e as charqueadas. E foi o que o G o verno t e n t o u fazer promovendo a vinda de açorianos a partir de 1751. EZes f undaram várias cidades, porém os resuZtados em t e r m o s de p ovoamento e economia não foram muito positivos.

Mesmo após a Independência do pais, o Norte do RS e a encosta do PZanaZto R i o - G r a n d e n s e , a inda estavam d e s o c u p a d o s . Para tanto, o Governo brasiZeiro t rouxe os coZonizadores aZemS.es a partir de 1 8 2 4 . EZes fundaram várias cidades como Novo H a m b u r g o , São LeopoZdo, Venancio Aires e Santa Cruz do SuZ. E poster i o r m e n t e foi promovida a coZonizaçâo de parte do território gaúcho peZos imigra n t e s itaZianos.

Em 1875 funda-se por i n i c i a t i v a do Governo I m p e r i a Z as primeiras CoZônias itaZianas no RS: Conde d'Eu. (hoje M u n i c i p i o de G a r i b a Z d i ) , Dona IsabeC (hoje M u n i cipio de Bento GonçaZves) e Nova PaCttdra ou Caxias (hoje Municipio de Caxias do SuZ) a N o r d e s t e da então P r o v i n d a gaúcha. Três anos depois, a partir da mesma poZitica de distribuição e ocupação dos Zotes coZoniais, t a m b é m em pZena encosta mas já na porção centraZ da P r o v i n d a , f u n d a - s e uma 44 CoZÔnia de imigração itaZiana: SiCveira Mirtins, conforme m a p a n° 01 da página seguinte. E é nesta quarta CoZônia que fizemos n o s s a i n v e s t i g a ç ã o .

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Com r eZação à * d e m a i * CoZônia.* i t a Z i a n a * , d e v i d o a *ua Z o c a Z i z a ç ã o , SiZveira M a rtin* ficou praticamente. i*oZada, * em i nterZ i g a ç ã o direta. IniciaZmente, a viagem do* c o í o n i z a d o r e * de Porto AZegre até Rio Pardo ocorria atravé* do Rio Jacui. Vai até a Sede da C o Zônia * e guiam a pé, a cavaZo ou em carroçõe*. J á a p a rtir d e 1885, o trajeto Porto AZegre - S a n t a M a r i a era feito via e * t r a d a de f e r r o .

Ora, por que e*ta q u arta C o Zônia no i n t erior do e*tado? C o n forme depoi m e n t o do Pe. e m i c r o h i * t o r i a d o r S p o n c h i a d o , o m o t i v o p r i n cipaZ foi o fato de que fazia-*e nece**ário ocupar de forma efetiva a q u e Z a região centraZ ainda p r a ticamente de*ocupada. Era nece**ário e * p aZhar o mai* po**íveZ o* imigrante*, o que f avoreceria o controZe de uma área cada vez maior.

A então 4a CoZônia ImperiaZ de imigração i t a Z i a n a no RS foi Zogo chamada de Coíôttia SiCveíra M i r t i n s c o m o J á d e m o * a conhecer. CoCônia porque o* i m i g r a n t e * coZonizaram a q u e Z e e*paço ocupando a* t e rra* atravé* do* Zote* c o Z o n i a i * , que m e d i a m em média 22 ha. 0* imigra n t e * * o Z i c i t a v a m o* Zote* d chefia d a C o m i**ão Z o c a Z de Medição, e enquanto e * p e r a v a m a po**e, permaneciam, no* primeiro* ano* da coZonização na área, em um grande Barracão con*truido peZa referida C o m i * * ã o , e, po*teriormente, n a * ca*a* de parente* ou amigo* conterrâneo*. AqueZa* terra* da e n c o * t a do PZanaZto ainda coberta* peZa mata nativa, foram a p r o p r i a d a * por meio da compra, poi* a partir de 1854, com a vigoração da Lei de

1 Silveira Martins, nome que p e r d u r a até hoje, foi e m h o m e n a g e m ao líder do Partido Liberal e a n t i r e publicano gaúcho, G aspar de

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defini ç õ e s d a q u e l a Lei, as aquisi ç õ e s d e tesinas pon. m e i o s que não fosse a c o m p n a . A estnutuna a g n á n i a da 4® Colônia Já n a s c e l i m i t a d a a pequenos pedaços de tenna, p o n t a n t o . Aliás, se pon um l a d o o pnocesso de imignaçãa no B n asil visou c o n s e g u i n fonça d e t n a balho pana a l a vouna c afeeina, pon o u t n o , t e v e como objetivo a i n stituição da pequena pnopni e d a d e pana a p n á t i c a da policultuJta1.

Apesan da abolição do subsi d i o que ena fonnecido pelo Govenno Impenial até o Decneto de 20.12.1879, não cessou a vinda de i t a l ianos pana a Colonia Silveina Mantins, c o n fonme anexo n° 0 1 . A pantin de 1882 c a n a c t enizou-se a chamada ”Imigração Espontánea" pana à q uela Colônia. Naquele peniodo, como os lotes coloniais d a Sede Já estavam todos o c u p a d o s , e não h a v i a mais t ennas devolutas c o n t i n u a s à Sede, fonam cniados Núcleos Interioranos, onde os ag n imensones m e d i a m os lotes pana instalação dos necém chegados. Assim, p n a t i c a m e n t e f u n d o u - s e Dona Francisca em 15.08.1883, cujo nome é mantido a t é hoje como Municipio; o Núcleo Norte a 25.09.1883, hoje Municipio d e Ivoná; e o Núcleo Arroio Grande também neste mesmo ano, hoje D i s tnito do M u n i cipio de Santa Mania. No ano seguinte, a 01 .06 é cn iado o Nûcleo Soturno, hoje Municipio de Nova Palma. E pon fim, em 18 96 c a n a c t e n i z o u - s e a Sede do que hoje vem a sen o Municipio d e FaxinaC do Soturno, confonme mapa a seguin, que a p n e s e n t a o p n i m i t i v o tenn.itónio da Colônia Silveina Mantins.

2 Conforme Coradini (1982), em 1824, os primeiros colonos r e c e b i a m aproximadamente 77 ha de terras. A p artir de 1851 reduz-se

o tamanho dos lotes para cerca de 48,4 ha, e a partir de 1889, p a r a 25 ha.

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Nossa i n v e s t i g a ção está c e n trada na 4# C o l ô n i a d e Imigração italiana, po/1 razões partic u l a r e s (nascemos nela), como e p r i n c i p a l m e n t e , por esta ten. vivido em sea c r e s c i m e n t o e s p e c i f i c i d a d e s d i f e r e n t e s das outras três Colônias i t a l i a n a s . Desen v o l v i m e n t o que p a rece ter sido caracterizado, a p a r t i r de m eados da d é c a d a d e 20, por um certo d e c linio das a t i v i d a d e s p r o d u t i v a s . Processo de d e c a d ê n c i a que nos impuls i o n a a t e n t a r m o s el u c i d a r alguns dos vários momen t o s d e s u a c o n c r e t i z a ç ã o , pois parece - n o s importante, para apreen d e r m o s a lguns aspectos do a t u a l n i v e l de vida d i á r i a dos homens que habitam~ o Municipio d e Nova Palma. Municipio este, originado, como Já nos referimos, do Ex- Núcleo Soturno, c o n s t i t u i n t e do primitivo território da C o l ô n i a S i l veira Martins. Os cinco Munici p i o s que s e originaram d e s t a Colônia, são visualizados no Mapa n° 03, a seguir.

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p o p ulacional a partir de 1 9 8 0 : TABELA N° 01

_______________ EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE

MUNICÍPIO 1980 1991 TX CRESC. AREA/Km*

D. Francisca 3.121 3.579 1.2 5 82 F. Soturno 8.782 9.073 0.29 250 Ivorá 2.577 2.564 1 0 o •* 130 Nova Palma 8.030 7.650 -0.43 342 S . Martins 2.631 2.378 1 0 122 TOTAL 25.141 25.244 0. 16 926

Fonte.: Ce.nso D emográfico 1991: Resultados p r eliminares (FIBGE).RJ, IBGE, 1992. M o n tagem do autor.

Pe.rce.be.mos pelos dados da Tabela, que. todos M u n i c i p i o s têm pe.que.na exte.nsão territorial, e r e d u z i d a população residente.. A t a x a de. cre.scime.nto da população entre 1980 e 1991 é bastante, baixa; apenas dois Municipios aprese n t a m crescimento p o s i t i v o : Faxinai do Soturno e Dona Francisca. Já os d e mais apre.se.ntam i n d i c e negativo, se.ndo que no Municipio de. Silveira Martins foi onde. mais d i m i n u i u a p o p u l a ç ã o .

Destes cinco Municipios nossa á r e a de estudo é o M u n i c i p i o de Nova Palma, e pode ser v isualizada no m a p a n° 04, na p ágina seguinte.

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A economia do Municipio de Nova P a t m a / R S , s e gundo dados do I B G E , em 1 9 9 0 , d e p endia em torno d e 59,66% da a t i v i d a d e agropecuária, 33,06% do c o m é r c i o , 4,41% da indústria, 2,75% do s e t o r de s e r v i ç o s , e 0,05% da extração mineraZ.

No que tange as t e rras d e s t e Município, s e g u n d o o ReZatório AnuaZ da Secretaria M u n i c i p a Z da Agricultura, DesenvoZvimento Econômico e Meio A m b iente (SMADEMA), 10% p e r t e n c e m à escarpa do PZanaZto Rio-grandense, e são p o r t a n t o , a c e n t u a d a m e n t e onduJLadas a p resentando afZoramento de rochas. Apenas 30% das t e r r a s de Nova PaZma oferecem condições s a t i s f a t ó r i a s para o uso do soto peta atividade a g r í c o Z a .

A produção no Ex-NúcJLeo SoiuA.no, hoje Município de Nova Patma, d eu-se i n i c i a Z m e n t e a p artir do processo d e t r a batho a g r ícola e da a t i v idade comerciai, e, posteriormente, com o processo de trabatho artesanaZ ou índustriaZ. Processos de tr a b a Z h o e nfatizados em n ossa i n vestigação s o b r e a construção do espaço ZocaZ, a partir de aZguns exempZos atuais de trabaZho f a m íZiar e de t r a baZho a s s a Z a r i a d o , os quais, pensamos que expressam o r e s u Z t a d o de um rápido momento do processo de r e -produção das c o n d ições gerais da s o c i e d a d e capitaZista.

A t e m á t i c a centrât de nosso pZano de estudos foi m o t i v a d a peta n e c e s s i d a d e de desvendarmos aZguns aspectos da r e - p r o d u ç ã o do espaço g e o g r á f i c o , e ao mesmo tempo, das atividades da vida diária. Parece-nos que as atividades do d i a - a - d i a contêm o " e s p í r i t o " , a Z ó g i c a da s o c i e d a d e em que vivemos, e seus principais a s p e c t o s c u Z t u r a i s . I s t o constitui um desafio para nós.

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PaZma, e no* damai* o riginado* d a CoZônia S i Z veira Martin*, inte.rag.5e.* poZiti c o - e c o n ó m i c a * e * ó c i o - c u Z t u r a i * intra e extra regionai*, e até me*mo a n i v e Z internacional. A p r ópria o c u pação e produção A ociat do e*paço braAiZeiro foi d e Z i n e a d a a p a rtir da evoZução da* r e Z açõe* capitaJLi*ta* de produção, a n i v e Z internacional, na medida que, L e n t a m e n t e , e*te i n t e g r a v a a *i nova* força* mercanti*. Ma* não é *ó i * t o . Na CoZônia S i Z veira Martin*, e c o n * e q ü e n t e m e n t e no Municipio de Nova PaZma, como não poderia de i x a r de *er, vive-*e reZaçõe* contraditória* entre e x p Z o r a d o r e * e e x p Z o r a d o * . P o r t a n t o , de *e perguntar: Quem *ão o* expZoradore*? Quem *ão o* expZorado*? A expZoração exi*te * o m e n t e em ativid a d e * produtiva* e * p e c ificamente capitaZi*ta* com t r a b a Z h o a**aZariado? Ou a expZoração t ambém e xi*te na* pequena* u n i d a d e * de e xpZoração agricoZa e arte*anai* com trabaZho famiZiar? De que forma? 0* expZoradore* *ão pertencente* ao território do M u n i cipio de Nova PaZma?

Parece-no* que *e foZhearmo* a* página* da i n t r i n c a d a vida do Municipio d e Nova PaZma, e e ntranharmo-no* no p r o ce**o produtivo do dia-a - d i a de *eu* habitante*, encontraremo* o* a g e n t e * ca pitaZi*ta* intervindo na p r o dutividade do t r a b a Z h o , e c onduzindo o* t r a b a Z h a d o r e * a um ritmo de vida *empre mai* rápido, ao con*umo de m e r c a d o r i a * , e, * i m u Z t a n e a m e n t e , à *ubordinação ao* d e t e n t a r e * do poder p o Z i t i c o - e c o n ô m i c o .

t cZaro que o proce**o de apropriação e produção * o c i a Z do e*paço em Nova PaZma não é puramente econômico. Deve ter t a m b é m um fundo p o Z i t i c o , cuZturaZ, r e Z i g i o * o , i d e o Z ó g i c o , etc. No entanto, é impo**iveZ a bordarmo* todo* e*te* a*pecto*. Priori z a m o *

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oz 6°-tone.z juaXz e.con3iu¿coz, dJLgamoz, ponqué. pe.nzamoz que. e.zte.z conne.zponde.rn ao pano de. ¿ u n d o , a baze. pana a conztn u ç â o do e.zpaço ge.ognd6i.co em quatque.n tugan d a zocMe-dade. capi.tati.zta.

Nozzo obJe.ti.vo pni.nci.pat é apne.e.nde.n a tgunz a z p e c t o z do pnoce.zzo de. pnodução do e.zpaço t o c a t ; É m o z t n a n um pouco da zubondJLnação do t n a b a t h a d o n di.ne.to em attv JLdade.z e-zpe.ci.6i.came.nte. capi.tati.ztaz e em ati.vi.dade.z não capi.tati.ztaz, com t n a batho 6ami.ti.an, e i.ndi.ci.oz do de.ze.nvotvi.me.nto de.zi.guat a ntve.t tocat.

Ne.zze. ze.nti.do, di.vi.di.moz nozza Di.zze.ntaçâo em quatno C a p Z t u t o z . No pni.me.i.no, 6i.ze.moz a t g u m a z conzi.de.naçõe.z te.óni.caz zobne. a vi.da coti.di.ana e o e.zpaço ge.ognd6i.co.

Pnocunamoz tni.th.an oz camtnhoz do mate.niatlzmo hiztó n t c o e diaté.ti.co como método de. i.nte.npne.tação. 0 e.zpaço ge.ognd6i.co é aqui e.nte.ndi.do como um pnoduto da di.nâmi.ca z ó c i o - e z p a c t a t , ou ze.ja, daz ne.taçõe.z zoci.ai.z que. oz home.nz m a n t ê m e.ntne. zi. e com a natune.za nata. Ezpaço que. é dZa^-a-dta ne.-pnoduzido atnavéz do t n a b a t h o e de.mai.z ati.vi.dade.z do home.m, e e.xpne.zza az contnadi.çõe.z e de.zi.guatdade.z zociaiz. E é no t n a batho azzatantado e 6o-mi.ti.an, em pnoduçõe.z a g n X c o t a z , ante.zanai.z e t n d u z t n t a t que. ce.ntnane.moz n o z z a abondage.m.

Com ne.tação à conztnuçâo do e.zpaço e à vi.da coti.di.ana, de.ztacamoz atgunz autone.z como Le.6e.bvne., KozJLk, 1/azque.z, e Sttva

(1991), que. abondane.moz no pnóxtmo CapJLtuto.

No ze.gundo Capttuto abondamoz um pouco do pnoce.zzo de. 6onmação do e.zpaço ne.gi.onat, no i.ntui.to de. moztnanmoz o p o nqué da e.ztnutuna 6undi.dni.a baze.ada na pequena pnopnle.dade. e a zobne.vi.vênci.a de. atgumaz atJLv JLdade.z ante.zanai.z. Az pe.que.naz

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un i dades p rodutivas a g r i coZas e. a r t e s a n a i s serão objeto de. nosso estudo nos CapítuZos III e IV. O CapítuZo II é i n t r o d u t ó r i o p o r t a n t o , pois é bem prováveZ que. as produções a r t e s a n a i s que. abordamos só sobre.vive.rn ainda devido ao d e c Z í n i o e c o n ô m i c o da CoZônia SiZveira Martins.

No CapítuZo III t desta c a m o s as r e Z ações e x i s t e n t e s e ntre os pe.que.nos produtores agricoZas Zocais e. a Cooper a t i v a A g r i c o Z a M ista Nova PaZma Ltda, ou, em outras paZavras, a Z g u n s dos t entác u Z o s da expansão do grande. c a pitaZ através das C o o p e r a t i v a s AgricoZas.

Prime.irame.nte. te.ntare.mos m o strar a s u b o r d i n a ç ã o do operário ao capitaZ na Fábrica de. Massas A Z imentícías Z o c a Z i z a d a na cidade, de. Nova PaZma, atividade, que. pare.ce.-nos espe.cificame.nte. capitaZista, e. poste.riorme.nte., te.ntare.mos mostrar a p o s s í v e Z subordinação do pe.que.no produtor famiZiar, a r t e s a n a Z e. agrícoZa, ao capitaZ.

No que. re.fe.re.-se. às produções a rtesanais com t r a b a t h o famiZiar, a e s coZha das amostras foi propositada. E s c o Z h e m o s u n i dades produtivas Z o caZizadas na cidade, de. Nova P aZma e. no i n t e r i o r do M u n i c í p i o , com a finaZidade de. m ostrarmos a ar t i c u Z a ç â o dos mais distantes Zugares e a tividades ao circuito mercantiZ. As amost r a s são as seguintes: uma Fábrica de. picoZés e. s o r v e t e s Z o c a Z i z a d a num dos Distritos do Município de. Nova PaZma; uma Fábrica de. vassouras Z ocaZizada noutro Distrito; uma Fábrica de. c aZçados Z ocaZizada na cidade; e. aZguns pe.que.nos produt o r e s de. vinho também ZocaZ i z a d o s no interior do Município de Nova P a Z m a .

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e s colha das amostras foi a l e a t ó r i a em virtude da grande quantidade., e todos se. l o c a l i z a m , obviamente, no espaço agrário do M u n i c i p i o de Nova Palma. A matriz d a Cooper a t i v a Agn.ic.ola Mista Nova P a t m a Ltda está na sede do Municipio.

Como acreditamos que a re-produção a m p l i a d a do M P C se dá, também, articu l a d a à r e l ações sociais não e s p e c i f i c a m e n t e capitalistas, priorizamos em nossa invest i g a ç ã o p r o c e s s o s p rodutivos com trabalho familiar e com baixissimo n i v e t t e c n o l ó g i c o . As areas de amostragem podem ser v i s u a l i z a d a s a seguir, no mapa n° 05.

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(28)

No quanto e úttlmo CapltuLa de.Ataca.mo* o ftuxo da* m e n c a d o n l a * pnoduzlda* na* atividade.* a h o n d a d a * , uma vez que. a* p noduçõe* da Fábnlca de. M a **a* A L l m e n t l c l a * , da Fábnlca de. picoté.* e. *onvete*, d a Fábnlca de. va**ouna* e da Fábnlca de. catçado*, *âo t o t a t m e n t e voLtada* ao coménclo. No que. diz ne.Ape.lto ao* a g n l c u L t o n e * e. pnodutone* de. vinho a n n o t a d o * , ete* pnodu z e m não *ó cuttuna* de. *ub*l*tê.ncla como t ambém pana o meneado. Também t e n t a n e m o * mo*tnan, ne*te Capltuto, um pouco do nlvet de. vida do* h a b i t a n t e * do Municipio de. Nova Patma, e. * l n a l * do c n e * c l m e n t o d e * l g u a t da* atividade.* e*tudada*, c o n * tltulnte* do e *paço tocat.

Segundo Manx em o* Gruttdrisse, con*ldenando o m o v i m e n t o de. notação do capltat como um todo, *e de*ta cam dol* m o m e n t o * e**enclal*, que. * ão o* pnoce**o* de pnodução e c l n c u t a ç ã o . Ambo* *e c o n d i c i o n a m mutuamente., e c on*tltuem concomltante.me.nte. o c a p l t a t e a expLonação do tnabat h a d o n Imediato. Pon l**o t a m b é m , e n f a t l z a m o * n e * t e tnabatho a pjtodu&clo e a c-£>tcii4Ut.í?2o» a * p e c t o * mclLó e.tioriÕwlno<à.

Ainda é Imponíante. *atle n t a n que. no* Capltuto* III e IV p nlonlzamo* a* atividade.* a g n l c o t a * , ponqué o* pequeno* p n o d u t o n e A c o n A t l t u e m J untamente com o a membnoA de. AuaA famlZla* e o* pnodutone.* anteAanalA, em t onno de. 76% da poputaçâo do M u n i c í p i o de. Nova Patma.

Na metodo t o g l a utltlzada *e. deAtacam dol* momento*. No p n l m e l n o , flzemoA Inúme n a * t e l tunaA *obne o pnoce**o de. p n o d u ç ã o do e*paço no RS, pnlonlzando e*tudo* e neftexõe* *obne a f o n m a ç ã o da Cotonía Sltveina Mantln* entne 1878 e 1925. Flzemo* um L e v a n t a m e n t o t ambém de documento* e netató n l o * n efenente* àqueLa Cotônla, quando e n c o n t n a m o * um bom acenvo Junto ao Centno de Pe*qul*a* G e n e a t ó g l c a *

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de Nova. Palma, coon.de.nado peía Pe. e micnohintoníadon. Luin Sponchiado. Nente pnimeino momento ainda nealiz a m o n a l e i t u n a de t n a b alhon e specifican n e l a tivon à vida cotidiana, ao p n o c e n n o de alienação do t n a balho a n n a l a n i a d o , e à nubondinação do tn.abalho familian em atividaden agnícólan.

No n e g undo momento de n o n n a inven t í g a ç ã o fizemon an entnevintan g n a v a d a n , aplicamon algunn q u e n t i o n á n i o n , e p n o c u n a m o n penmanecen o máximo ponnivel na ânea de e n t u d o . Todan an entnevintan e gnavaçôen fonam a t e n t a m e n t e anotadan e tnanncnitan, nenpectivamente, e fonmam a bane e m p inica dan i n t e n p n e t a ç ô e n , J untamente com on dadon e i n f o n m a ç õ e n coletadon n e f e n e n t e n an nenpec t i v a n atividaden. Nenta fane t a m b é m c o n f e ccionamon t o d o n on mapan de que p n e c i n á v a m o n .

Quanto an técnican de penquina, como de centa fon,ma já d emon a conhecen, banicamente tnabal h a m o n com a p e n q u i n a b i b liognâfica e corn on dadon e infonm a ç õ e n coletadon em documenton, n elató n i o n e entnevintan dinetan. Ponte n i o n m e n t e m a n u n e a m o n o m a t e n i a l coletado na tentativa de a p n e enden n a t i n f a t o n i a m e n t e a p noble m á t i c a em quentão.

An dificu l d a d e n pana a c oleta de dadon n o b n e o denenv olvimento econômico da Colônia Silveina Mantinn fonam imennan. Foi ponnivel apenan t n a b a l h a n corn dadon enpannon e n contnadon nobne a Sede da Colonia. Com nelação aon N ú cleon I n t e n i o n a n o n , on dadon nimple n m e n t e n&o e x i n t e m , talvez, em função da fnagmentação p o l í t i c o -econômica que a Colônia nofneu a p antin de 1891, quando neu tennítónio foi "nepantido" entne on M u n i c í p i o n de Santa Mania, Júlio de Cantilhon e Cachoeina do Sul. 0 que f i z e m o n ,

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foi buscan, a "história viva" pon. meio de entrev i s t a s com p e ssoas de id a d e a v a nçada que viveram no l o c a l d u r a n t e a d écada d e 3 0 , as quais nos forneceram i n f o r m a ç õ e s importantes, como v e remos no de c o r r e r do Capitulo II.

Com relação à b i b liografia r e f e r e n t e ao d e s e n v o l v i m e n t o econômico da Colônia S i l veira Martins, as publicações sã o raras. Se d e s taca o livro de Santin ( 1986), A índgraç&o esquecida.. E n c o n t r a m o s pequenas referências com r e lação a esta Colônia em p u b l i c a ç õ e s so b r e as Colônias de Caxias, Bento Gonçalves e Garibaldi. A l gumas publicações onde t r a b a l h a - s e a geografia e c o n o m i c a do RS, como Vieira e Rangel (1993), por exemplo, nem s e q u e r citam a C o lônia Silveira Martins ao d r e s c r e v e r e m o "sistema e s paço-tempo i t a l iano" no RS. Isto só para citar um e x e m p l o , porque este "esquecimento" a c o ntece também em outras obras que abordam a imigr a ç ã o i t a l i a n a no RS. 0 que encontramos, foram dados esparsos que p r o c u r a m o s trabalhá-los, Junto ao Centro d e Pesquisas G e n e a l ó g i c a s d e Nova P a t m a /R S , ao Arquivo Histório do RS t ocalizado em Porto Alegre, e junto ao Arquivo Público M u n i c i p a l de Júlio d e Castilhos.

No trabalho de campo as dificu l d a d e s t a m b é m foram grandes. 0 contato antecipado foi possivet num número r e d u z i d o de casos devido ao dificit acesso, e até peta falta, em a t g u n s casos, de vias e meios de c o m u n i c a ç ã o . Fizemos várias viagens ao i n t e r i o r do Municipio de Nova Patma, em d iferentes p e r i o d o s , entre J a n e i r o / 1994 e F e v e r e i r o / 1 9 9 5 , e, posteriormente, d u rante o mês de junho de 1995. Os acessos rodovi á r i o s às unidades produt i v a s agricotas e artesanais, em sua maioria, são péssimos. Todas as estradas do Municipio são de terra, com buracos e pedregulhos.

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Multa* po**uem

foKte* aclive*

e de.ct.JLve.*, e tox.nam-.6e

pKa.ttca.rn

ente

lntKan*ltável

* em dita* de chava.

Sem contaK,

que,

p o k váKta

* veze*,

apó* andaKmo* pon váKto

* quttómetKO* peta

e*caKpa

do

p l a n a l t o , não

encontKamo* o*

agKlcultOKe* em *ua* pKopKledade*.

Quando da pe*qul*a dlKeta, o* agKlcultOKe*, em *ua

maloKla, mo*tKaKam-*e de*confiado* paKa foKneceK a* InfoKmaçõe* e

dado* que pKecl*ávamo*, achando que éKamo* fl*cal* ou algo do Kamo.

Com t**o, no* Identlflcávamo* como e*tudante, explicando que apena*

e*távamo* tentando fazeK um e*tudo

*obKe

a economía do Municipio.

Já com Kelaçâo à* pKoduçõe* aKte*anal*, à FábKlca de ma**a*

alimentícia* e à CoopeKattva AgKlcola local, a coleta do* dado* e

InfoKmaçõe* foi bem mal* fácil. 0 total de entKevl*tado* fol de 75.

D

e*te*f 45 *ão pequeno* agKlcultOKe*, 13 pequeno* comeKclante*, 09

empKegado*, 06 aKte*ão*, e 02 patKÕe*.

Pana efeito de demon*tKação, tKabalhamo* com o

peKlodo

1988-1993,

pok

dol* motivo* pKlnclpal*: - E*te é o pentodo de malOK

cne*clmento da CoopeKatlva AgKlcola Ml*ta Nova Palma Ltda, que

pok

*ua vez, envolve a maloKla da população do Municipio de Nova Palma,

que *ão o* agKlcultOKe*; - t a pantlK de 1988 que a FábKlca de

Ma**a* Alimentícia* tem um *alto em *ua pKodução. Só fuglKemo* a

e*

ta padnonlzação, no* ca*o* em que aconteceu algum fato ImpoKtante

paKa a abondagem da temática em que*tão, ou, quando não encontKamo*

algún* do* dado* de que pKecl*ávamo*.

Ao abondaKmo* a Kelação cu*to de pKodução veK*u* ganho

liquido do pequeno pnodutoK agKlcola no Capitulo III, devido a

dlveK*ldade

da

pnodução

no

Municipio

de

Nova

Palma,

(32)

e x c l u * l v á m e n t e como valor de. troca, e porque. r e p r e * e n t a urna da* m a i o r e s produçõe.* do Municipio. Do* 45 pe.que.nos a g r i c u l t o r e s entrevistados, só fizemos esta r e l ação em 12 casos, porque, a* r e s p o s t a s tornar a m - s e repetitivas. Trabalhamos com a ¿ a f r a 1992/93, ú l t i m a * afra do periodo e * c o l h i d o , ou *eja, f i zemo* urna a n á l i * e in

Coco de. um rápido instante, do periodo estudado. E i*to t a m b é m vale, d i z e r para os demai* t r a b alhos de campo r e a l i z a d o s sobre, t o d a s as a tivid a d e s a b o r d a d a s , como a relação custo versus ganho nas produções artesanais, onde. utilizamos como base. o mês de. De.ze.mbro dp ano de 1993, porque, é o último mês do período abordado.

Alertamo* para a não exatidão dos valores a p r e s e n t a d o s correspondante.* ao custo de. produção e ao ganho l i q u i d o dos produtores agrícola*. Não tivemos acesso à* n ota* fí*caí* de. c ompra do* insumos, por exemplo, mesmo porque., a ma ioria do* e n t r e v i s t a d o s n e m a* tinham mal*. Ele.* calculavam os gastos e os ganhos em sacas de. soja. Por isto, e pela não computação no custo de. p r o dução do valor correspondente, à força de. trabalho dispe n d i d a na produção pelo pequeno agricultor e os membros de sua família, e dos gastos com a reposição das máquinas agrícolas, procuramos u t i l i z a r os t e rmos "cerca de", "em torno de", " a p r o x i m a d a m e n t e " , q uando nos r e f e rimos ao ganho líquido por entrevistado no Capítulo III. Esta ú ltima consideração t ambém é válida para o* pequenos p r o d u t o r e s artesanal* a b o r d a d o * .

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C A P Í T U L O li P E QUEÑA R E F L E X Ã O T E Ó R I C A

"O mundo dos fenómenos (das impressões sensíveis) opõe-se ao mundo mais profundo, o das coisas em si, das teis, das essências e das idéias; mas se trata de uma oposição diatética, no interior de urna unidade concreta" ( Lef&bvre, 1983, p. 220).

Como trabat h a m o s atguns a s p ectos da construção do espaço n o v a p a t m e n s e , tentando mostrar um pouco do que significa o t r a b a t h o diario do t r a b a t h a d o r i m e d i a t o , d e s t a c a m o s os t r a b athos de Vasquez, em a Fífosofía da Praxis; Kosik na Dialética do concreto; Lefebvre, em A vida cotidiana no muido moderno; e Lenyra Ríque da Sitva, em A natureza contraditória do espaç-o geográfico. T a mbém e n contramos s u b s í d i o s vatiosíssimos em atguns t r a b athos d e Kart Marx, como no Capítufo VI Inédito de O CAPITAL, nos Minuscritos de 1844, e em O CAPITAL.

Adotfo S. Vasquez, em a FiCosofia da Praxis, nos o f erece riquís s i m o s s u b s ídios referentes à praxis p r o d u t i v a e t r a n s f o r m a d o r a da vida d iária centrado na fitosofia marxista. Este autor c a racteriza a atividade e o pensamento do (tonem comim, prâtico- utiCitário como denomina o homem da p r ática p r o d utiva cotidiana.

Para estes homens comuns, as coisas são e existem, sobretudo, por sua significação prática e imediata, e Vasquez nos m ostra que estes mesmos homens e suas a tividades e stão

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c o n dicionados h i s t órica e s o c i a l m e n t e por ¿atores i n t e r n o s e. externos ao local, ou, e.m outras palavras, por um processo dialético.

Segundo Vasquez (1990), o homem comum nâo consegue, ver até que ponto, com seus atos, contribui para e s c r e v e r a h i s t ó r i a da humanidade; nâo c ompreende até que grau a praxis ne.cessíta da teoria, nem que. seus atos indivi d u a i s e cotidi a n o s relacionam-se. r e c i p r o c a m e n t e com os atos de outros i n d i v i d u o s de outros tugares.

Vasquez (1990) t ambém nos oferece s u b s idios com r e l a ç ã o à t e oria da alienação em Marx. Ele afirma que a atividade, p r o d u t i v a cria um mundo de. obje.tos humanos, e. simuttane.amente., um mundo de. objetos nos quais os produtores i m e d i a t o s nâo se reconhe.cem, e., resume, o processo de alienação do t r a b a l h a d o r em três mome.ntos: a l i e nação em relação ao resultado da produção; à atividade, produtiva; e. e.m relação aos outros home.ns. É a negação do h o m e m a t ravés de s u a própria força produtiva, e ao mesmo tempo, s u a re.- produçâo biológica e social.

Sobre a t eoria m a r x i s t a da alienação, A gnes H e l l e r (1991), uma das principais r e p r e sentantes da Escola de Budapeste., a f i r m a que esta é uma critica à vida d iária d a socie-dade. capitalista. A alienação nâo tem sido s empre igual em cada sociedade., comenta Heller, e a s s u m e qualidades e s p e c í f i c a s na socie.dade de classes, onde os homens, ou a maioria de.le.s, nâo conse.gue.rn desenv o l v e r suas qualidades e produzir para si.

Em KareJL Kosik. (1989), há de. se. d e s t a c a r os s e g u i n t e s itens: O m m d o da pseudoconcret i cidade e a sua destruição, A totaCidade concreta, e a Metafísica da vida cotidiana. Para este autor, o pe.nsamento

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que quen conh.ec.en a d e q u a d a m e n t e a ne a l i d a d e do homem, t e m que d e n t n u i n a a p a n e n t e i n d e p e n d ê n c i a do mundo don contaton i m e d i a t o n de cada dia. T em-ne que dentnuin. a p n e u d o c o n c n e t i c i d a d e p a n a chegan. à c o n c n e t i c i d a d e , a pan.tin da a p n e e n n â o do mundo nennivel:

"(...) pon tnán da apanência externa do fenômeno ne denvenda a tei do fenómeno; pon tnán do movXmento vXnivel, o movimento neal intenno;

(...)" (Konik, 1989,p.16).

Into, ponqué o univenno neaJL é o univenno d a pnaxin humana, que é pnenhe de infin i t a n açõen e n e açõen h i n t o r i c a m e n t e definidan que efetivam a pnoduçâo, onde, cada fenômeno, cada momento, é um momento de um todo contnaditón.io e unitánio. Pana Konik, a c o t i d i a n i d a d e n utne a hintânia, e nem ela, a c o t i d i a n i d a d e é vazia e imutável. 0 homem é aquilo que o mundo é. E o mundo ê aquilo que on homenn n ã o .

H enni Lefebvne, em A vida cotidiana tvo muvtto woderno, pon. nua vez, n e a l i z a uma dignennão pelan co ntn.adiçõen don l a b i n i n t o n e lemen t a n e n de concnetização da vida diánia, como a cultuna, o denejo, o não denejo, a técnica, a filonofia, e on m e i o n d e comunicação, e ntne outnon, enfati z a n d o o denvendamento no tempo e no enpaço, da cotidianidade, a pantin da pnoduçâo n o d a l do enpaço. Pana ente auton, an atividaden da vida d i ánia então i n t i m a m e n t e a nticu l a d a n à d i n âmica n ó c i o - e n p a c i a l m e diada peto tnabalho.

R e f enindo-ne à vida cotidiana, comenta L e f e b v n e :

“A nautinfação e a innatinfação andam lado a lado, ne afnontam negundo on luganen e an pennoan. O conflito não apanece nempne nem é dito. Evita-ne fatan d&Jie e tonná-lo manifento. Man ele. entá ai, constante, latente, implicJLto" (p.87).

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Este autor, ainda. vai além quando diz que. o e s t u d o da a t i v i d a d e criadora conduz n e c e s s a r i a m e n t e à a n álise da r e - p r o d u ç ã o , ou seja, à análise

"(...) das condições em que. as atividades produtoras de objetos ou de obras se re-produzem elas m e s m a s , r e - c o m e ç a m , r e - t o m a m seus elos c o n stitutivos (...)" (Ibid,p . 24).

Para Lefebvre, o estudo das a tividades produtivas d a vida c o t i diana si g n ifica ao mesmo tempo a abordagem da re - p r o d u ç ã o geral da sociedade. Re-produção das forças produtivas e d a s r e l a ç õ e s s o ciais de produção no espaço. Re-produção que p r e t e n d e m o s e x e m p l i f i c a r através de alguns casos em Nova P a l m a / R S .

E é exatamente por isto que nos alongaremos com e n t a n d o alguns conceitos que pensamos serem i mportantes no e n t e n d i m e n t o da t e m á t i c a em questão, qual seja, o processo de p r o d u ç ã o e a p r o p r i a ç ã o s o c i a l do espaço, o processo de t e r r i t o r l a l i z a ç â o das forças e r e l ações produtivas interconectadas, no Municipio d e Nova P a l m a / R S , p r e d o m i nantemente formado por colonizadores i t a l i a n o s e s e u s d e s c e n d e n t e s desde 1884, data de sua fundação oficial. Territ ó r i o este primitivamente produzido e apropriado s o c i a l m e n t e por grupos indígenas, a t ravés de técnicas e mitos, p a r a p o d e r e m sobreviver.

Lentamente, estes lugares concretos de vida são t o r n a d o s cada vez mais abstratos (o que não i m plica que o momento espaço- t e m p o r a l primitivo não era também abstrato), diversos, c ontra d i t ó r i o s e desiguais, a partir do processo de mundla l i z a ç ã o da e c o nomia capitalista. Processo onde produzir s i g n i f i c a c r i a r algo que não existia anteriormente, com novas qualidades, sem,

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evide.nt emente., * u p r i m i r o* e.Zeme.nto* e mo m e n t o * anteriore.*.

A partir da afirmação da* re.Zaçõe.* c a p i t a Z i * t a * de. p r o d u ç ã o , c e n trada na proprie.dade. privada, *e.gundo M a r x (1984), produz-*e. o home.m não *ome.nte. como me.rcadoria humana, ma* o produz de. acordo com e.*ta dete.rm i n a ç ã o , como um * e.r d e * h u m a n i z a d o tanto fi*ica como e.*pirituaZme.nte.. E*ta produção, e.*ta obJe.t.Lvaçâo caracte.riza para o re.fe.rido autor a imoraZidade., a de.formação e. o e.mbrutecimento de. trabaZhadore* e. capitaZi*ta*. TrabaZhadore.* e capZtaZ Z * t a * que. para n ó * , e.mbrute.cido* ou n ã o , aZém de. e.*tare.m no e * p a ç o , t a m b é m *ão e. con*tróe.m o e.*paço geográfico.

"0 espaço geogjtáfico, (...) é produzido peZas JveJLaçõe* contraditÓJiia* entête a natujvzza orgânica e. inorgânica interior e. exterior ao homem. 0 homem é espaço, está no espaço e prodxiz espaço a um *6 tempo. E*paço *ociaZ" (SiJtva, 1991,p. 50).

AZém d i * * o , para e*ta autora, o e*paço ge.ográfico é não- e.*paciaZizado. Um Zugar, que. apare.nteme.nte, é um mome.nto d a e.voZução do proce.**o p r o d u t i v o , que. no* apare.ce., é também n ã o - e * p a c i a Z i z a d o , uma ve.z que. em *ua e**&ncia, em *e.u me.diato, e.ncontra-*e. uma infinidade, de. outro* Zugare.* e.xpre.**o* pe.Za força de. trabaZho di * p e n d i d a em * ua p r o d u ç ã o , na produção do* obJe.to* e. obra* que. o concretizam. Um Zugar portanto, é e. não é, c o n c o m i t a n t e m z n t e , e.*paciaZizado. EZe. é ZocaZ, e ao me*mo tempo, atravé* do produto do trabaZho e da* re.de* de. c i r c u Z a ç ã o , é mundiaZ. EZe. p o **ui um pre*e.nte. que. pa**a muito rápido, que. Já é pa**ado portanto, e. po**ui um devir. Devir que. aZém de * er começo, é também *e.quência, e. portanto, m o v i m e n t o .

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simuZtane.ame.nte. natural, pois até me.smo os e-Ze.me.ntos do ambie.nte. construido, mate.riais ou i d e o l ó g i c o s , contém frações da nature.za home.m. Se.gundo Silva (1991),

"No homem reside. a dupZa determinação do naturaZ e. do sociaZ, do individuo natureza e da pessoa sociaZ. O motor da história é movido peJba natureza pensante. univejtsal que produz desde, os objetos mais simples, aos mais requintados, ao mesmo tempo em que. produz sua vida e sua história" (p.37).

O home.m é nature.za nata e s o c i a Z . O se.r humano, a n i m a Z produtor, no ato da produção e.xte.riorlza-se. c o i s i f i c a n d o - se. nos obje.tos e obras por e.Ze. produzidos. Ou se. Ja, por paZavras de. Marx

(1984):

"(...) o trabalhador põe, sua vida no objeto, pois a partir de. então já não lhe. pejttence. a ele., senão ao objeto. Quanto maior é a atividade., tanto mais o trabalhador carence, de. objetos"

(p.106).

t o que. Marx de.nomina de. trabalho alienado, t o gastar e.ne.rgia do t rabalhador em se.u trabalho que., portanto, e.xistiu e. e.xiste. em todas formações sócio-e.conômicas e. politic o-cult u r a i s que. c o n t r i b u í r a m , e contrlbue,m, na produção da atual situação mundial.

A produção de.pe.nde,, como sabe.mos, dos inte.re.sses do dono dos me.ios de. produção, que. é t ambém quem se. a p r o p r i a do s o b r a t r a b a l h o ge.rado no proce.sso produtivo através da re.alização das me.rcadorias produzidas. Ê na circulação que. dá-se. a a p r o p r i a ç ã o do sobre.trabalho. Como diz Marx ( 1984), ce.rtame.nte o t r a b a l h o produz maravilhas para os ricos, pois produz privações para o trabalhador. O t r a b a l h a d o r assim, não é dono, ne.m se a p r o p r i a da m a i o r fração do que. produz com sua força de. trabalho. 0 t r a b a l h a d o r

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é quem memo* *e. be.ne.fMcia com o* "be.n*" pox. e£e p n o é u z i d o * .

'7... J Em *eu tnabaiho, o tnabaihadon não *e. afinma, ma* *e. nega; não *e. *ente. feJtlz, ma* de*gnaçado; n&o de^envoive. uma iivne, enejigia fióica e espiritual, e *¿m que. mortifica *eu conpo e arruina *eu espirito. (... ) E*tá em *1 quando não tnabolha e quando tnahaJlha não e*tó em *1. Sea tnabaiho não é, a**im, voijuntdrio, e *im forçado, tnabaiho forçado. (...) A atividade, do trabalhador não é *ua própria atividade.. P&rtence. a outno (...)’’ (Manx, 1984,p.108/1Ô9).

"A**lm, pol*, mediante, o tnabaiho alienado crla

o trabalhador a relação de*te. trdbaiho com um

homem que. e*tá fona do tnabaiho

e

ihe. é e*tranho.

A reiação do trabalhador com o tnabaiho engendra

a reiação debite, com o capltail*ta ou como queira

chamar-*e. ao patnão do tnabaiho" (Ibld,p.1í6).

Aiém d l * * o , Marx, ao faiar de natureza, fata do home.m:

"(...) a nxxtwueza é o corpo Inorgánico do homem; a natun&za, enquanto eia me*ma, não é corpo humano. Que. o homem vive, da natureza quest dizejt que. a natureza é *eu conpo, com o quai tem de. manter-*e em proce**o continuo pana não marren. Que a vida fi*ica e e*pirituaJi do homem e*tá ilgada com a natureza não tem outno Aentido que. o de que a natureza e*tá ilgada con*lgo mesma, pol* o homem é urna ponte, da natun&za" (Ibid, p.111).

No**o corpo é natureza, e a nature.za nata é uma e.xte.n*ão do homem. A nature.za a * * l m , corn ou *e.m a inte.rve.nção do home.m, é *oclai, humanizada. Home.m e nature.za *e. confunde.m n.ama c o n t i n u a re.iaçâo ne.cipn.oca, ou *e.Ja, ambo* *ó vêm a ser n a reiação de. um com

o o u t n o , a pantin de. uma pnática não u n i i a t e r a i .

Ona, aigo *e.me.ihante aconte.ce. na r&iação patrão veJtAu* e.mpre.gado, na re.iação e.ntre. o* e.*paço* agrário e u r b a n o , e.tc. A**im como a i déia difere. do matéria, pon e.xe.mpio, o *uje.ito dife.re. do

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objeto, enquanto que. urbano e agrário t a m b é m são d i f e r e n t e s , mas não e x c t u d e n t e s . E, como I d é i a e m a t é r i a se r e t a c l o n a m mutuamente; sujeito e objeto da m e s m a forma; o urbano s e r e t a c l o n a r e c i p r o c a m e n t e com o a g rário em quatquer t u g a r . Ambos, ou seja, tanto um quanto outro, só vêm a ser, peto outro. O urbano sá é, a partir de sua I n t e ração com o agrário, e da mesma forma, e c o n c o m l t a n t e m e n t e , o agrário ¿ó é, a p artir d e s u a r e t a ç ã o m ú t u a com o urbano. Logo, um não existe c o n creta e abstratamente, sem a e xiste n c i a do outro. Entre estes opostos, há uma I n t e r a ç ã o e um movim e n t o Incessantes, que os c o n s titui e dá vida à sociedade.

Outro conceito s e m p r e presente em n o ssos estudos é o do reaC vivido por aquetes I n d i v í d u o s , Já referido nesse t r a b a t h o . Ao t r a t a r da retação c o n c r e t o /a b s t r a t o , Lefebvre ( 1 9 8 3 ) diz que I n c e s s a n t e m e n t e um está no o u t r o . Quanto mais o pensamento p e n etrar o reat, o mediato, mais concreto ete é. t o processo de concret izaç&o defendido por Koslk (1989). Na verdade, "a verdade do a b s trato r e s i d e no concreto" (Lefebvre, 1983,p . 113), e o concreto, quando pensado, é abstrato, ou seja, o abstrato é um momento do m o v i mento de produção do concreto. Logo, segundo Lefebvre (1983), para a p r e e n d e r o concreto é preciso passar peta abstração ; para a t i ngir o v e r d a d e i r o , é preciso penetrar atém do Imediato, atém do mundo senslvet. E por reat, e ntenda-se aqulto que é c o n c r e t o , e a p r e s e n t a contradições, movimento, reciprocidade, e slmuttaneamente, unidade.

"A contradição diaté t i c a não é apenas contradição externa (...), mas unidade das c o n tradições (...)" (Lefebvre, 1983,p . 192). Sem as co n tradições não há m o v i m e n t o , e o reat não pode vir a ser. Não há vida p o r t a n t o .

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