UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
NOVA MEDICAL SCHOOL|FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
Relatório Final
Mestrado Integrado em Medicina
Luís Miguel Fernandes de Moura
2012219
Ano Lectivo 2017/2018
1 Índice
I – Introdução...2
II – Descrição de Atividades Curriculares...3
II.I – Cirurgia Geral (11 de Setembro a 3 de Novembro 2017)...3
II.II – Medicina Interna (6 de Novembro 2017 a 12 de Janeiro 2018)...3
II.III – Saúde Mental (22 de Janeiro a 16 de Fevereiro 2018)...4
II.IV – Medicina Geral e Familiar (19 de Fevereiro a 16 de Março 2018)...5
II.V – Pediatria (19 de Março a 20 de Abril 2018)...5
II.VI – Ginecologia e Obstetrícia (23 de Abril a 18 de Maio 2018)...6
II.VII – Medicina Física e Reabilitação (21 de Maio a 1 de Junho 2018)...7
III – Posicionamento Crítico...7
2 I – Introdução
O presente relatório, elaborado no âmbito do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, tem por objetivo primordial descrever sumariamente as atividades por mim desenvolvidas neste 6ºano profissionalizante, em várias áreas nucleares da medicina, realizadas sob forma de estágios parcelares.
Com esse intuito, este relatório encontra-se estruturado em três partes principais. Na primeira, a Introdução, procuro fazer uma referência aos principais objetivos que me propus atingir e apresentar a organização do conteúdo do mesmo. Na segunda parte deste relatório,
Descrição de Atividades Desenvolvidas, procurarei fazer uma síntese dos elementos mais
representativos de cada estágio realizado ao longo do 6ºano. Em relação à última parte,
Posicionamento Crítico, tem como finalidade fazer uma reflexão crítica de cariz estritamente
pessoal da contribuição de cada estágio para a minha formação profissional e pessoal. Em
Anexo encontram-se certificados referentes a actividades realizadas durante este ano
lectivo.
Os objetivos propostos para este ano, e tendo por base o caráter profissionalizante deste, centram-se na consolidação de competências clínicas e humanas desenvolvidas no decorrer destes 6 anos de formação, bem como na aquisição de automomia e responsabilidade para um futuro, cada vez mais próximo, de prática individual da atividade médica. Considero também por isso indispensáveis um aprimoramento e estruturação do raciocínio clínico, da capacidade de comunicação com o doente e do contacto com as patologias mais frequentes inseridas no contexto de cada estágio, apreendendo as suas particularidades clínicas, diagnósticas e terapêuticas.
3 II – Descrição de Atividades Curriculares
II.I – Cirurgia Geral (11 de Setembro a 3 de Novembro 2017)
O estágio de Cirurgia, sob a regência do Professor Doutor Rui Maio e tutela do Dr. Paulo Oliveira, decorreu no Hospital Beatriz Ângelo. As 8 semanas de estágio foram organizadas de forma a proporcionar-nos o acesso a várias vertentes da especialidade. Consistiu de uma semana introdutória com sessões teórico-práticas e práticas (Curso TEAM), uma passagem pelo serviço de urgência (SU-Atendimento Médico Permanente), no meu caso particular também na unidade de cuidados intensivos (especialidade opcional – Medicina Intensiva) e o restante período foi passado no serviço de Cirurgia Geral.
No SU, frequentei os vários locais de atendimento, tendo observado doentes com patologia traumática e patologia cirúrgica minor. Na passagem pela unidade de cuidados intensivos, tive o primeiro contacto com a Medicina Intensiva, onde pude participar nas atividades diárias próprias desta valência, lidando com doentes instáveis que necessitam de uma monitorização mais vigiada e requerem cuidados específicos. Finalmente nas semanas destinadas ao serviço de Cirurgia Geral, acompanhei o meu tutor nas várias atividades da unidade – bloco operatório, enfermaria, SU e consulta. No último dia de estágio, decorreu um Mini Congresso de Cirurgia onde tive a oportunidade de assistir e participar em apresentações científicas orais com diferentes temas e caraterísticas. Apresentei, juntamente com mais dois colegas o seguinte tema: “Um estranho caso de dispneia”, que aborda um caso de metastização pulmonar como proveniência colo-rectal.
II.II – Medicina Interna (6 de Novembro 2017 a 12 de Janeiro 2018)
O estágio de Medicina Interna, sob regência do Professor Doutor Fernando Nolasco e tutela da Dra Rita Barata Moura, decorreu na Unidade Funcional de Medicina 4 do Hospital de Santa Marta. Durante as 8 semanas de estágio atuei como um elemento integrante da equipa médica, onde diariamente me era atribuída a responsabilidade de observar e fazer
4
registos clínicos de doentes a mim destinados, com posterior discussão dos planos terapêuticos com a restante equipa. Tive também como função a redação de várias notas de entrada e alta. Para além das atividades na enfermaria, também semanalmente estive no SU do Hospital de São José, onde contactei com a abordagem ao doente numa situação aguda, com caraterísticas que exigem uma investigação mais dirigida quer a nível da anamnese e do exame objetivo quer da respetiva terapêutica. Em paralelo à actividade hospitar, assisti a seminários teórico-práticos que decorreram na sede da Faculdade, no âmbito da Unidade Curricular (UC), tendo sido abordadas patologias frequentes num contexto ligado à urgência/emergência. Realizei, juntamente com os meus colegas de estágio um trabalho final sobre o tema: “Síndrome de secreção inapropriada de hormona
antidiurética”.
II.III – Saúde Mental (22 de Janeiro a 16 de Fevereiro 2018)
O estágio de Saúde Mental, sob regência do Professor Doutor Miguel Talina e tutela da Dra Beatriz Lourenço e teve uma duração de 4 semanas. Os dois primeiros dias de estágio foram sob forma de duas sessões teórico-práticas lecionadas na Faculdade de Ciências Médicas onde foi apresentada a organização do estágio e distribuição dos alunos, seguido de sessões mais práticas com discussão de casos clínicos e conceitos importantes, nomeadamente “Estigma da doença mental”. O meu estágio prático teve lugar no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa na Clínica 5, especializado maioritariamente em Patologias Afetivas e Perturbações Obsessivas e Compulsivas. Tive a oportunidade de acompanhar a realização de entrevistas clínicas, com posterior discussão do diagnóstico e terapêutica, quer no internamento quer em consulta, bem como a possibilidade de entrevistar individualmente vários doentes e segui-los desde a sua entrada até à estabilização e alta clínica. Participei em grupos de psicoterapia quer de adições, quer perturbações afetivas e frequentei por dois
5
períodos o SU do Hospital de São José, tendo tido contacto com situações agudas e percebido a complexidade da gestão das mesmas.
II.IV – Medicina Geral e Familiar (19 de Fevereiro a 16 de Março 2018)
O estágio de Medicina Geral de Familiar, sob regência da Professora Doutora Maria Isabel Santos e tutela da Dra Avelina Moniz, decorreu no Unidade de Saúde Familiar Tejo e teve uma duração de 4 semanas. Acompanhei a minha tutora nos vários tipos de consultas, tendo tido contacto com a diversidade dos Cuidados de Saúde Primários e participado ativamente nestas, com a realização de exame objetivo, discussão diagnóstica e terapêutica, dirigindo inclusivamente algumas entrevistas individualmente. Adquiri contacto com a prescrição de medicamentos, pedidos de referenciação e atestados de saúde. Destaco a possibilidade de ter podido acompanhar a equipa enfermagem na sala de tratamentos durante uma manhã e de ter realizado visitas domiciliares quer de cariz médico quer de enfermagem. Participei numa reunião científica da USF com uma revisão intitulada “Diarreia
Crónica”. Do trabalho desenvolvido ao longo das 4 semanas de estágio redigi um Diário de
Exercício Orientado (DEO), que teve avaliação oral por parte de um júri.
II.V – Pediatria (19 de Março a 20 de Abril 2018)
O estágio de Pediatria, sob regência do Professor Doutor Luís Varandas e tutela do Dr António Pedro Campos, decorreu no Hospital Dona Estefânia durante 4 semanas. Estas contemplaram consultas, SU e uma vertente de internamento realizada na Unidade Cuidados Especiais Respiratórios e Nutricionais (UCERN). Na sua maioria são doentes com necessidade de nutrição parentérica e internamentos prolongados. Frequentei o SU por três períodos, tendo tido a oportunidade de contactar com as principais patologias que mais frequentemente levam os pais a recorrer à valência de urgência. Pude assistir, para além de consulta de gastroenterologia pediátrica, a um período de consultas de imunoalergologia, conseguindo contactar com patologias frequentes de cada área respetiva. Tive também a
6
oportunidade de passar uma manhã no serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Marta, valência disponível na UC com quantidade limitada de vagas. No seminário final, em conjunto com mais três colegas de estágio, apresentamos um trabalho com o tema “Mutação PCDH 19: Uma causa rara de Epilepsia”, que surgiu por se encontrar internado no Hospital um caso tendo despertado interesse não só pela raridade, mas também pela dificuldade do manejo da terapêutica anti-convulsiva deste tipo particular de Epilepsia.
II.VI – Ginecologia e Obtetrícia (23 de Abril a 18 de Maio 2018)
O estágio de Ginecologia e Obstetrícia (GO), sob regência da Professora Doutora Teresa Mateus Ventura, decorreu por um perído de 4 semanas, no Hospital CUF Descobertas. O estágio, sob coordenação do Professor Doutor Jorge Lima e Dr Rui Viana e tutela da Dra Carla Baleiras, estava organizado de forma diversificada, permitindo-nos passar por várias valências e médicos ao longo de todo o período de estágio. Consistiu maioritariamente em períodos de consulta, complementado por um dia semanal de bloco operatório, ecografia, bloco de partos e serviço de urgência. Tive a possibilidade de assistir na vertente de obstetrícia, a consultas e exames ecográficos, percebendo as diferentes particularidades consoante a altura da gestação. A minha experiência no bloco de partos combinou-se com a passagem no SU, observando partos eutócicos e distócicos, tendo participado ativamente com funções de segundo ajudante na realização de cesarianas. Assisti também a consultas de senologia e de patologia tromboembólica e autoimune.
No final do meu estágio fiz uma exposição oral de revisão a um artigo científico com o tema: “Effectiveness of progesterone, cerclage and pessary for preventing preterm birth in
singleton pregrancies: a systematic review and network meta-analysis” e posterior discussão
oral com os coordenadores e tutora do estágio, do relatório de atividades realizadas durante este período hospitalar.
7 II.VII – Medicina Física e Reabilitação (21 de Maio a 1 de Junho 2018)
O estágio clínico opcional de Medicina Física e Reabilitação, decorreu no Hospital Curry Cabral sob orientação do Professor Doutor Pedro Soares Branco. A escolha teve por base o pouco ou nenhum contacto ao longo do curso com esta especialidade e um interesse particular meu por esta área. Durante as 2 semanas tive a oportunidade de assistir e participar nas suas diferentes valências, quer a nível de consultas (reumatologia e orto-trauma), técnicas (mesoterapia), posturografía dinâmica computarizada quer de sessões de fisioterapia. Este estágio permitiu-me adquirir e consolidar noções, principalmente quanto ao exame objetivo osteo-muscular e confirmar o meu gosto pela área.
III – Posicionamento Crítico
Todos os estágios ao longo deste 6ºano profissionalizante contribuíram de forma mais ou menos específica para a minha formação profissional, tornando-a sem dúvida mais completa e deixando-me melhor preparado para iniciar a tão iminente atividade profissional. Este ano evidencia-secomo fundamental na formação de qualquer estudante de Medicina, por permitir um contato com diversas áreas médicas fundamentais, onde a componente prática assumiu grande relevância, fomentando o desenvolvimento do meu raciocínio clínico e competências comunicativas.
Os estágios realizados constituiram uma grande oportunidade para sedimentar e colmatar conteúdos, quer teóricos quer práticos, num ambiente tutelado, onde constatei uma crescente responsabilidade associada à progressiva autonomia e o peso da decisão médica. De uma forma mais particular considero que aqueles estágios que mais componente prática me possibilitaram executar foi o de Medicina Interna e o de Medicina Geral e Familiar, pela forma como fui integrado nas respetivas equipas médicas, onde me senti um membro importante desde o processo anamnésico e objetivo até às formulações e planeamento das marchas diagnósticas. Considero, no entanto, que uma das maiores dificuldades
8
encontradas foi a componente da instituição terapêutica, que associo principalmente ao fato de serem áreas da medicina de amplo espetro em termos de patologia, vertente que tentarei aperfeiçoar ao longo dos meus seguintes anos de prática clínica. Saliento no estágio de MGF, um contato mais próximo com uma população de variada faixa etária, expondo-me a vários contextos sociais e culturais, permitindo um seguimento não só do doente como também da sua família. Verifiquei a existência de multicomorbilidade e pesada carga medicamentosa com que, principalmente a população mais idosa lida e a dificuldade em gerir o manejo desta polimedicação, sendo que em alguns casos as decisões clínicas são baseadas nas possibilidades económicas do doente.
No que que toca aos estágios com populações e patologias mais específica, destaco a excelente organização proporcionada pela CUF Descobertas no meu estágio de GO, que me ofereceu uma diferente perspetiva dos cuidados de saúde, neste caso no âmbito privado. Tive um maior contacto com a componente obstétrica, com a identificação dos principais marcos ecográficos gestacionais e a participação em consultas de caráter mais particular e especializada no acompanhamento de gravidezes de alto risco com histórias de perdas gestacionais recorrentes e trombofilias, podendo adquirir conhecimentos na gestão de terapêuticas de anticoagulação de longa duração nestas situações. O estágio de Pediatria foi proveitoso na sua generalidade, adquirindo conhecimentos abrangentes, próprios desta população, no entanto foi maioritariamente passado a nível de uma unidade de cuidados especiais (UCERN), pouco representativa das patologia mais comuns num serviço de Pediatria, com realidades e contextos muito particulares. Considero, no entanto, que esta especificidade foi compensada pela consulta, SU e esforço do meu tutor.
O estágio de Saúde mental permitiu-me criar competências para lidar com um grupo de doentes específicos, salientando a importância das várias entrevistas clínicas que observei e realizei durante o internamento. Estas permitiram-me compreender não só
9
características particulares da área, mas também, confrontar e desmanchar a estigmatização do doente psiquiátrico e da doença mental que algumas vezes é encontrada, inclusive no sistema de saúde e seu profissionais.
No que se refere ao estágio de Cirurgia Geral, apesar de não constituir uma área de particular interesse da minha parte, foi importante para o aperfeiçoamento de algumas técnicas e particularidades próprias desta área, destacando a possibilidade que tive de passar pela vertente opcional de Medicina Intensiva, tendo tido contacto com doentes em situações clínicas complicadas e com prognósticos reservados.
Desta forma geral, o 6ºano assume-se como um período de viragem decisivo entre uma realidade didática e académica e o exercício da profissão médica. Pelo fato da Prova de Seriação Nacional se realizar no mesmo ano em que termina este 6ºano profissionalizante, este é vivido indubitavelmente de forma paralela à preparação da prova, tornando-se complicado escolher entre o empenho em cada estágio (fundamental para a nossa formação médica) e a dedicação para o estudo da prova (decisiva para a nossa escolha), sendo de grande importância a rentabilização do tempo passado no centro hospitalar, tendo acabado por sentir algum défice no meu enriquecimento pessoal extra curricular.
Quero frisar a minha presença no congresso iMed 9.0, um evento organizado por alunos da faculdade que permite ter contacto com inovações técnico-científicas e diferentes realidades que contribuem para uma formação mais holística.
Penso que os objetivos por mim propostos inicialmente foram em grande parte cumpridos. Com cada estágio as minhas competências clínicas e pessoais evoluíram, sentindo-me hoje mais capaz e confiante na abordagem de um doente. Por último, gostaria de deixar uma palavra de agradecimento especial a todos os tutores, colegas e doentes, que de uma forma direta ou indireta tiveram um enome impacto na minha formação académica.
10
IV – Anexos
11
12
Anexo III – Certificado de participação Conferências CUF – Internacional Meeting on Cancer Innovation
13
14
