DEPARTAMENTO
DE
ECOLOGIA HUMANA
UNIVERSIDADE
DE
EVORA
!
D m!
uru
!
!
0Dissertação
dc
Mcstrado
dc
Bcologia
I{umana
apresentada
por:.
Maria
Margaridu
du
Palma
Goes
"Esta
dissertação nãoinclui
as críticas e sugestões feitas pelojúri".
4('l
ítf
COORDENADOR DO
MESTRADO:
Prof. Doutor José ManuelMascareúas
ORIENTADOR:
Prof. Doutor Vítor RodriguesCO-ORIENTADORES: Prof. Doutor José Manuel Mascarenhas
Prof. u Doutora Manuela
Oliveira
Evora
A institucionalízação dos idosos no dktrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
À
minha avó,
Muriu da
Conceição
Parrefua Labego
que
já
não
se
encontrando
nesta
dimensão,
íoi
uma
presença
constante.
E
a
ti,
avó
querida
que dedico
esta
tese.A institucionalizaçd.o dos idosos no distrito de Beja: umaperspectiva de Ecologia Humana
AGRADECIMENTOS
Ao
longo
do
peÍcurso
de
elúoração deste
tabalho
foram
muitos
os
que
me acompanharam e me ajudaram a torná-lo uma realidade.O
meu
sincero agradecimentoao
Sr.
Prof. Doutor Vítor
Rodrigues,por ter
aceite a orientação deste estudo, pela confiança depositada no meutúalho,
imprescindível à sua concrettzaçáo.Agradeço ao Prof, Doutor José Manuel Mascarenhas, pela sua disponibilidade, estímulo
e
interesseque
manifestou
ao longo da
Co-orientação destatese
e à Prof.
Maria
Manuela
Oliveira
pela ajuda preciosa que me deu na análise e discussão dos resultados desta dissertação.O meu agradecimento a todos os colegas dos Cenfros de Saúde do
distrito
deBej4
bemcomo, aos idosos e familiares que aceitaram ser intervenientes neste estudo,
pois
sem todos eles tal não seria possível a sua elaboraçáo.Agradeço profundamente aos meus pais, a presença constante nos momentos de partilha
de maior angústiq sempre disponíveis para me
ouvir
e incentivar.Agradeço
ás
minhas
filhas,
Margarida
e
Helena
e
ao meu marido, pelo
apoio
eÁ institucionalizaçõo dos idosos no distrlto de Beja: uma perspectiva de Ecología Humana
"De
todas
as
realidades, a velhice
étalvez aquela que mantemos mais
prolongadamente
na nossa vida uma noção puramente
abstracta."
A institucionalizaçõo d.os idosos no distrito de Beja: amaperspectiva de Ecologia Humana
REST]MO
Este estudo
visa
analisar alguns factores derisco
deinstitucionalaaçáo do
idoso.Foi
sustentado
por um
quadro
conceptual desenvolvido
em tomo
de
duas
areas:
a abordagem da Ecologia humana, afirmando que a saúde resulta da acção conjugada dos diferentes factores do sistema de saúde e a ouha, a Enfermagem, que dá ênfase ao papeldos enfermeiros
no
desenvolvimento de estatégias de adaptação do idoso. Trata-se deum
estudode
case-contol, retrospectivo,aplicado a uma
amostrade
300 idosos
doDistrito
de
Beja.
Após
ttilízaçáo
da
entrevista
por
formulário, como
fonte
deinfornação
privilegiada, chegámos aos seguintes resultados :O facto dos idosos
üverem
sós, é um factor de risco, pois leva a que se percÍIm ligações com o meio social que os envolve;Quanto
mais
frequente
são as visitas dos familiares, menor
é o
risco
deinstitucion alizaçáo dos idoso s ;
A
dependênciafisica
e
a
psicossocialsão
as que mais
contibuem paÍa
a institucion alizaçáo do s ido so s.A institucionalizaçdo dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
ABSTRACT
ELDERLY INSTITUTIONALIZATION IN
BEJA,S
DISTRICT: A HT]MAN
ECOLOGY PERSPECTIYE
This
study aims
to
analyse
some factors
of
risk
that
lead
elderly people
toinstitutionalizatíon.It
was sustainedby
a conceptual framework developed aroundtwo
areas: The Human Ecology approach, claiming that health results from the
joint
effort
of
health system
different
factors; and, on the other hand, the Nursing perspective,which
emphasises
the
role
playedby
nurses developing strategiesfor
gradual adaptationof
elder people. We used a case-contol, retrospective design study.
Our
sample was 300elder persons
living in
Beja's
District.
Through
sffucturedinterview
(standartized), asmain source
of datq
we found thefollowing
results:Living
aloneis
arisk
factorto
elderlyinstitutionalization,
since elders loses the connectionwith
the social arnbience;The highest
the
frequency
of
family
visits,
the
lowest
the
risk
of
elderinstitutionalaation;
Physical and psychosocial dependencies are the
major
factors associatedwith
elder institutionalization.
Key-words: Human Ecology, Nursing, elderly, factors
of
institutionaluation,
old
A institacionatizaçõo dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
Lista
de
Figuras
Figura
no 1-
Influência dos ecossistemas no nível óptimo de funcionamentoFigura
no 2-
Portugal por Distritos e Regiões Autónomas.. .. ..Figura
no 3-
População do Concelho de BejaPg.
68
7l
A institucionalização dos ldosos no distrito d.e Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
Lista
de tabelas
Túela
no 1-Túela
n" 2-Tabela no4 -Tabela no 5-Tabela no 6 -Tabela no 7 -Tabela no 8
-Densidade da População por freguesia
ÇIabl({m2) ...
..
77 Percentagem da Evolução da População por grupos78 etários. Pg. 78 80 81 126 131 13r Tabela no 3
-
Evolução dataxade natalidade/mortaüdadepor
1.000habitantes.
Evolugão da população por freguesias.
Tara
de analfabetismo por freguesias. Tabela de contingência. . ..Razão de chances estimada
ente
viver no lar e os níveisdo factor
KATZ
enunciados condicionais emviver
só ou acompanhado emarginais....
Razão de chances estimada
ente
viver nolar
e os níveisdo factor
LAWT
enunciados condicionais emviver
só ou acompanhado e marginais..A institucionatizaçõo dos idosos no distrito de Beja: ama perspectiva de Ecologla Humana
Lista
de
Quadros
Quadro no
I
-
População, Densidade e Variação do Continente,Distrito
de Beja e respectivos concelhos, nos períodos 1,991-2001Quadro no
2-
Envelhecimento Demográfico no Continente, Alentejo,Distrito
de Beja, no período 199l-2001Quadro no 3
-
A
Evolução da População Residente noDistito
de Beja,por Concelho entre 1864 e 1991.
Quadro no4
-
Síntese e Projecção dos Indicadores Demográficos noAlentejo (1991-2011)
....
Indicadores socio-económicos da Região Alentejo.
...
População residente e economicarnente activa" segundo o sexo e ta:ras de actiüdade e desemprego..
População residente e economicamente activa, segundo Quadro no 5
-Quadro no 6 -Pg. 72 73 75 76 83 87 Quadro no'7-o sex-o e tanas de actiüdade e
desemprego..
93 Quadro no 8-
Estabelecimentos de Cuidados de Saúde Primários-Centro de Saúde
-
nos Concelhos doDistrito
de Bejaem2000.
98Quadro no 9
-
Grau de Cobertura das Infra-estruturas de SanearnentoBasico nos Concelhos do
Dishito
de Beja, em 2000....
99 Quadro nol0
-
Infra-estrutr:ras deApoio
à Terceira Idade noDisrito
deÁ institucionalizaçdo dos idosos no distrito de Beja: umaperspectlva d,e Ecologia Humana 0
NDICE
RESI.]MO
INTRODUÇÃO
PARTE
I
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
CAPÍTT]LO
I
DA ECOLOGIA GERAL Á
NCOT,OGIA
HT'MANA
13 33 1 20 20 22 23 24 26 27
1.1-
EVOLUÇÃO
nrsrÓRrcA
DA CrÊNCrA ECOLÓGrCA
..2-
ALGT]NS
CONCEITOS
ECOLÓCTCOS.
2.1-
SISTEMAS..
2.2.
ECOSSISTEMAS.
2.3-
MEIO AMBIENTE..
.. .2.4-
POPULAÇÃO...
,
3-
A ECOLOGIA HUMANA COMO CAMPO
DE ESTUDO
ESPECIFICO
294.
ECOLOGIA
DO
EIIVELIIECIMENTO:
UMA TEMÁTICA
DE
NATT'REZA
INTERDISCIPLINAR.
5.
A PROBLEMATICA
DO
EIYVELHECIMENTO NA
PERSPECTTVA
DA
ECOLOGIA
IIUMANA
5.1.
OIDOSO NO
CONTEXTO SOCIAL ACTUAL.
6-
ENX'ERMAGEM
E
CUIDADOS
DE
ENFERMAGEM
7.
X'ACTORESDE RISCO PARA
A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DOSIDOSOS.
7.I.
DEPEI\DÊNCIA...
7.1.1-
Escalas de avaliação dos estadosfuncionais
7.2.
IDADE.
7.3-
SEXO
7.4-
AUSÊNCIA
DE
TELEFONE.
7.5-
TrPO
DE
AJUDA
(REDE DE SUPORTE)
7.6.
OFACTO
DE VTYER
SÓ....
7.7-
Lrn[rTAÇÃO UO CONTACTO COM A
FAMÍLrA
(FTLHOS)
8-
CONSIDERAÇÕES F'INAIS
CAPÍTT]LO
U
CARACTERIZAÇÃO
»O
DISTRITO
DE
BEJA
36 40 47 51 53 56 58 60 60
6t
64 65 66A lnstitucionalizaçdo dos idosos no distito de Beja: uÍnaperspectiva de Ecologia Humana
1-
ENOUADRAMENTO GEO-ADMIIYISTRATTVO
DODISTRITO
DE
BEJA..
2.
ASPECTOSPOPT'LACIONAIS.
2.1-
A POPULAÇÃO.
2.1.1-
Densidade Da PopulaçãoPor
Fresuesia(Hab/Km2)
2,1.2-
Percentagem DaEvolução
Da PopulaçãoPor Grupos
Etários...
2.1.3-
Evolução DaTaxa
DeNatalidade/lVlortalidade Por
1.000Ilabitantes
2.1.4-
População Do Concelho De Beia.2.1.5-
Evolução Da PopulaçãoPor
Fresuesias2.1,6-
Taxa
DeAnalfabetismo Por
Fresuesias3.
OSSECTORES
DA ACTTVIDADE ECONÓNIICA..
3.I-
A AGRICT'LTT]RA
3.1.1-
A Aericultura
no Concelho deBeia
3.2-
A INDÚSTRIA
3.2.1-
A Industria
no Concelho deBeia
3.3-
ODESEMPREGO
3.4-
OEMPREGO ...
3.4.1-
O Empreqo
e Empresas no Concelho deBeia
4.
CARACTERIZACÃOBIOTÍSICA
4.r-
o
sol,o
4.2.
CLIMA
4.3.
RELEVO
4.4.
GEOLOGIA
E RECT]RSOSMII\"ERAIS
4.5-
PATRIMÓIYIO NATURAL
EPAISAGÍSTICO....
.4.6-
OUTROS
VALORES PAISAGÍSTICOS
PRESENTES..
5.
PATRIMÓNIO CONSTRÚDO
ETNFRA-ESTRUTURAS
COLECTTVAS..
5.1.
PATRIMÓIVO CONSTRÚDO
5.1.1-
Património
Arqueolóeico
5.1.2-
Património
Monumental.
Arquitectura
eUrbanismo
5.2.
PATRIMÓNIO
CTJLTT]RALDE
BEJA..
5.2.1-
Monumento...
5.2.2-
Artesanato
7l
73 77 77 78 78 79 80 81 82 83 84 85 86 86 88 88 90 90 90 909l
9t
93 94 94 94 94 95 9s 97 975.2.3-
Gastronomia...
A institucionolizaçõ.o dos idosos no dktrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
5.3-
IMRA-ESTRUTIIRAS
EEQUIPAMENTOS
COLECTMS....
975.3.1-
Saúde.5.3.2-
Cobeúura
deInfra-estruturas
de Saneamento Básico noDistrito
de
Beia
.5.4-
TTruSMO
ELAZER
5.4.1-
O
Turismo
no Concelho deBeia
5.5-
FORMAÇÃOruNSINO...
5.5.1-
Ensino
no Concelho deBeia.
5.6- 5.7- 5.8-
5.9-COMERCTO E SERYrÇOS.
CT]LTIJRA E DESPORTO.
ACESSIBILIDADES
ETRANSPORTES
TERCEIRA IDADE.
6.
CONSIDERAÇÕESFINAIS
PARTE
II
METOD
OLOGIA
DE
INVESTIGAÇÃO
CAPÍTT]LO
I
TIPO
DE
PESOTIISA. 97 1-2-
3-
4-5-vm,ro»o
nr
pnsoursa
PERGT]NTASDE
II\WESTIGAÇÃO
HIPÓTESES....
DESCRIÇÃO DAS
VARIÁVEIS.
5.1.
VANTÁVTL DEPENDENTE..
5.2-
V.I,NTÁVEIL NIDEPEI\DENTE
5.3-
V.q,nrÁvgl,
DE
CONTROLO
6.
POPT]LAÇÃO E
AMOSTRA
INSTRT]MENTO DB COLHEITA
DE DADOS
ELABORAÇÃO
DO
FORMULÁRIO
DE
ENTREYISTA
,,
9.
PRE.TESTE DO
FORMT]LARIO
Érrcos.
11.
TECMCAS ESTATISTICAS UTILIZADAS
PARTE
III
99 100 100 101 101 103 104 105 105 108tt2
113tt4
115 116 116tt7
118tt9
120l2t
122 123 124 7-A institucionatizaçã.o dos ldosos no distríto de Beja: uma perspectiva de Ecologla Humana
I
REST]LTADOS
APRESENTAÇÃO, ANÁLISE
EDISCUSSÃO
DOSDADOS.
1.1-
ANÁLISE
E DISCUSSÃO
DOSFACTORES
DErNsrrrucroNAlrzAÇÃo.
. .1.2.
ANÁLISE
E DISCUSSÃO
DASHIPÓTESES DO
ESTT]DO2-
CONCLUSÃO
E
SUGESTÔES3.
BIBLIOGRAFIA
4-
AIYEXOSt26
t26
t32
140LM
ls0
A instiíucionalizaçdo dos idosos no dlstrito de Beja: uma perspectiva de Ecología Humana
O
-
INTRODUÇÃO
No
entendimento deLima
(1998), a velhice está surgindo como uma possibilidade de sepensaÍ
uma nova
maneira
de
ser velho.
Neste
novo milénio,
é
desejável tomarconsciência de que, para sobreviver, temos de mudar o paradigma do desenvolvimento económico paÍa um paradigma de desenvolvimento do ser humano.
A
Ecologia
Humana,
como ciência
pluri
e
transdisciplinar,
onde
os
saberes seinterpenetarn
na
verticalidade
da
multidisciplinaridade
e
na
horizontalidade
dosconhecimentos transdisciplinares
(Lamy,
1996), proporciona
uma
sólida
baseparadigmática
pwa
ancorannosum
novo olhar
parao
desenvolvimento humano, em geral, e para pensar uma nova maneira de ser velho, como precoriza Lima (1998).Esta área do conhecimento é posta ao serviço da vividade e da convivência do Homem,
de
forma
a devolver a capacidade quelhe
é latente desde a sua concepção:viver
complena
autonomia, desenvolver
ao
maximo
o
seu
potencial
de
auto
estima,
auto protecção, aatorealízação e harmonrzaçáo com uma ética que lhe é essencial.É uma disciplina que contraria o discurso fragmentado,
permitindo
congregar as leiturasque
têm sido
produzidas,em torno do
processode
envelhecimento, processo esteuniversal e que não afecta só o Ser Humano, mas a fanrília, a comunidade e a sociedade.
Enquanto fenómeno social global, em Portugal, à semelhança do que se vem verificando
em numerosos países do mundo desenvolvido e em vias de desenvolvimento, o número de idosos tem
vindo
a aumentar acentuadamente. Podemos,no
entanto,verificar
que oenvelhecimento
da
populaçãonão se
manifesta
de forma
homogénea,em todo
oterritório. Os
fortes movimentos migratórios,
externose
intemos
têm
deixado mais envelhecidoo
interior, com
a migração das gerações mais novÍNi parao
eshangeiro e,dentro
do território
nacional,
pü& os
grandes centrosurbanos,
facto
esteque
esta marcadamente presente no nossodistrito
de Beja.A institucionalizaçdo dos ldosos no distrito de Beja: umaperspec'tiva de Ecologia Hamana
O envelhecimento da populagão pode, contudo, revelar-se como uma tendência
positiv4
vmayez
que está intimamenteligado
à
eficâcia das medidas preventivas de saúde, ao processo da ciência no combate à doenç4 a uma melhor intervenção nomeio
ambientee,
sobretudo,à
conscienciahzaçáo progressiva de que somos osprincipais
agentes da nossa própria saúde.Os conhecimentos científicos actuais para
prevenir
ou retardar situações de doe'lrça, ou de dependênciq nas pessoas idosas e o consequente impacto nos custos dos cuidados desaúde,
exigem
a
definição
de
linhas
orientadoras
paÍa
a
manutenção
de
umenvelhecimento saudável,
a
promoçãoda
autonomiae
a melhoria da
capacidade de interuenção dos prestadores de cuidados.A
sociedadeactual tem,
também
ela
vindo
a
sofrer profundas
alteraçõesque
serepercutem na
família
que era, até agora" aprincipal
prestadora de cuidados e de apoio aos idosos.As
famílias
poúuguesas sofreram,pois,
evoluções imÍrortantes sendouma
das maisnotórias a
diminuição
da sua dimensão, aumentando o número de famílias pequenas ediminuindo o número de famílias numerosas.
Associada
a
este facto, temos também adiminúção
da dimensão das habitações, quenonnalmente
só permite
a
coabitagãode
duas geraçõese,
por último, a
enhada damulherno
mercado detrúalho.
Estes factos fazem com que a família seja
mútas
vezes levada a demitir-se do seu papelde prestadora
de
cuidados aos seus idosos, procurando outras alternativascomo
sejq por exemplo, o internarnento num lar.Contudo,
em
cercade
30,8% dasfamílias
üvem
pessoas idosas§eto,
1997),o
quereforça a necessidade de uma abordagem
familiar
destas situações,já
que os familiares,vizinhos
e
amigos
constituemum
grupo
numerosoe
importante
de
prestadores decúdados
informais
aos idosos.Vivendo mais tempo, as pessoas estão mais vulneráveis, perante as dificuldades que vão surgindo e aumenta aprobabilidade de se juntarem várias patologias, bem como a de
vir
a desenvolver dependência de outrem.A lnstitucionalizaçdo dos idosos no distrito de Beja: uma perspec'tiva de Ecologia Humana
As pessoas idosas dependentes de terceiros constituem preocupação especial e levantam questões cujas respostas não podem ser dissociadas do enquadramento socioeconómico, geográfico, habitacional e
familiar
passado, presente e futuro.A
soluçãoinstitucional
apresenta-sepor
vezes, comoúnica e inevitável,
mas esta sódeveria ser
considerada,quando
estivessem esgotadastodas
as
possibilidades
deprestação
de
apoio
e
cuidados,
no
seu contexto social normal,
sob
pena
dehabitualmente desregular
o
ténue equilíbrio psicológicodo
idoso para situações novas, sempre potencialmente ansiogénicas.Sabe-se que a institucionalizaçáo tem consequências de diversa ordem que vão desde a perda de privacidade, da individualidade, do poder de decisão e de
autonomiq
o quevai
conhibúr
para o aumento da dependência com todas as consequências que daí advém.Netto
(1997) refereqte'opara
muitos idosos,o domicílio,
afarnília
ea
viztnhança, ou melhor, o conhecido, acaba sendo tudo o que possuern. Logo, é importante destacar os laços estabelecidos com o espaço, os objectivos e as pessoas, comofactores degarantia
para
a manutenção do seuequilíbrio
e sentimentos de segurança." (çt.94).Outos
dos factores importantes a ter em conta na institucionalízaçáo são o agravamentoe
o
aparecimento de problemas de saúde, umavez
que ao stress de uma adaptação sealia o facto do idoso permaÍrecer em contacto com um número muito maior de pessoas o que
contibui
para um maior risco de contágios.Netto
(1997) diz-nos que"Os
objecttvos básicos que devem fundamentar as acções dasaúde
para os
tdosossão os
deprocarar
mantê-loscotn
o
máximode
capacidadefuncional
e independênciafistca
e mental na comunidade e no seio das suasfamílias."
íG,.394)A
todos
estes factores podemos
acrescentar
os
custos económicos
de
uma institucionalizaçáo, que são muito superiores aos da permanência do idoso nodomicílio,
e
as orientações govemamentais que procurampromover
a prestagãode
cuidados de saúde aos grupos carenciados, nomeadamente aos idosos e suas famílias, de forma a que estes possam permanecero
mais tempo possível
no
seu
"ambientenatural".
Neste contexto, pensamos que será importantedefinir
qual é o papel da enfermagem, peranteA institucionallzaçdo dos ldosos no distrito de Beja.: uma perspectiva de Ecología Humana
um idoso dependente, bem como
no
apoio as famílias com idosos dependentes e qual oconhibuto que esta profissão pode dar na prevenção da institucionaliza4áo dos idosos.
Após
areüsão
da literatura publicada eo
estudo dos habalhos realizados nesta áreqespecialmente os que se debruçaram sobre a identificação dos factores preditivos paÍa a
institncionalízaçáo, pensamos que seria
útil
perceber se a dependência dos idosos é, nonosso
contexto social,
um factor de
institucioralaaçáo, uma
vez
que
nesta área a enfermagem pode ter um papel de grande importância.Assim, delineamos como pergunta de partida para este habalho a seguinte:
Terá
o
graude
dependênciado
idosoinfluência,
na
suaida
para umainstituição?
Apesar
de
o
campoda
enfermagem estardefinido
deuma forma pouco
clara@olit
(1995), julgamos,no
entanto, que ela podeter um
papelprimordial, no
que respeita à dependência do idoso. Este papel não é somente um papel de prestação de cuidados aoidoso dependente, mas é, sobretudo,
um
papel pedagógico ondese
alia a prevenção àpromoção de uma autonomia máxima de quem é dependente ou de quem cuida de um
dependente, dotando-os de conhecimentos que os façam desempenhar competentemente e com segurança o seu papel de prestadores de cuidados a essa pessoa.
Este papel
do
enfermeiro
pode ser
de
grande importância
para eütar
ainstitucionalizaçáo dos idosos dependentes, uma vez que tanto pode levar
o
idoso com dependênciaa criar
alternativasque
o
façamsentir
capazde
se bastara si
próprio, tornando-o o mais autónomo possível, quanto pode dotar osindiüduos
que os apoiamde conhecimentos que os ajudem a
lidar
com mais segurança e mais facilidade com os problemas que estes apresentam.Neste sentido, e perante as preocupações que
já
referimos anteriormente, definimos o seguinte objectivo:- Analisar os factores de risco de institucionalízaçáo do idoso
A institucionatização dos idosos no distrito de Beja: wna perspectiva de Ecologia Humana
a
O
grau
de
dependênciafisica e
psicossocialé
factor de risco
paÍa
ainstitucional izaçáo dos idosos?
O trpo de apoio que os idosos
têm
inÍluenciaaidapara
uma instituição?O
facto de o idosoviver
só, no nosso contexto,influencia
a enhada para uma instituição?Os
contactoscom a família e, em
especial,com
osfilhos,
diminuem orisco de enfradapÍra uma instituição?
O habalho
foi
realizado em lares doDistrito
de Beja sobre uma população cuja idade éigual
ou superior a 75 anos, numtotal
de 150 idosos. Paralelamelrte, tivernos um grupocom
características semelhantes,em termos de
idade,
local de
residência, sexo
eescolaridade e que se enconhavam no
domicílio.
Temos, pois,
um
trabalho de ordem quantitativa, descritivo, transversal e rehospectivo(de caso controle) e comparativo.
Idealmente, seria
um
üabalho de
investigação prospectivo,uma
Yezque,
assim, seidentificarizrm, se não a totalidade, pelo menos um grande número de factores que estão associados à institucionalizaçáo dos idosos no nosso contexto social.
No
entanto,deüdo
à limitagão de tempo, pensámos realizar um estudo, onde iríamos
identificar,
afavés darevisão da
literaturq
os factores preditivos mais comuns para a institucionalizaçáo e, apartir
daqui,
verificar se
eles também conduziria:n
à
institucionahz.açáo,no
nossocontexto social.
Este trabalho
apresenta-sedividido em três
partes.Na primeira
parte, temos
doiscapítulos.
No primeiro
serão apresentadas algumas considerações teóricasem
que seenÍatrza a evolução histórica da ciência ecológica, a Ecologia Humana como campo de estudo especifico, a problemática do envelhecimento demográfico e do envelhecimento
na perspectiva da Ecologia Humana tendo em consideração a organizaçáo humana e a sua estrutura de relagões.
Ainda
neste capítulo, tentaremosmostar o
importante papel da Enfermagem na auto responsabilizaçáo dos indiüduos/famí1ia/comunidade, referindotarnbém os factores de risco que mais
contibuem
para a institucionahzaçáo dos idosos.O
segundocapítulo
será
destinadoa
uma
caracterlzaçáodo
distrito de
Bejq
nasA lnstiÍucionatização dos idosos no distrito de Beja: uma perspecíiva de Ecologia Humana
vertentes:
geo$áLfrc4-demográficq
socio-económica,
qualidade
de üda,
comindicadores
de
saúde,de
educagãoe culturais.
A
segundapÍúe
do
habalho define
ametodologia
do
estudoe
as técnicas estatísticas utilizadas,em
funçãoda
questão departida e dos objectivos anteriormente definidos. Por
ultimo,
aterceha partesubdiüde-se em dois capítulos:
um
que se dedica à apresentação e análise dos dados e, o outro, à discussão dos resultados, às conclusões e sugestões.A institucionalizaçdo dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva d,e Ecologia Hamana
PARTE
I
A instítucionalizaçõo dos idosos no distrito de Beja: umaperspectiva de Ecologla Humana
CAPÍTT]LO
I
1-DABCO
LOGIA GERAL
BCOLOGIA
HT]MANÂ.
1.1
-
EVOLUÇÃO HrSTÓRrCA DA CIÊNCrA ECOLÓGrCA
A
preocupaçãoecológica
não
é
apanágiodo
nossoséculo.
O
interesse ecológico acompanha ahistória
dopróprio
homem,pois,
desde sempre, sentiu a necessidade de conhecero
ambiente que o rodeia e, de umaforma
práúica, o homem faziaecologa.
A
sua sobrevivência dependia
do
conhecimento das forçasda nafixez4
das plantas, dos animais e das interacções entre eles.Segundo
Odum (1997), as
obras
de
Hipócrates, Aristóteles
e
oufros filósofos
da antiguidade, contêm material de natureza claramente ecológica.Tarnbém Nazareth
(1996) afirma que, em
antigos documentos chinesese hindus,
se pode observarjâ
a importância que aqueles povosatribúarn
às reacções entre o homeme o arnbiente.
O
termo
«ecologio»
foi
utilizado, pela primeira vez, pelo biólogo
alemão
EmestHaeckel em 1969 (Odum, 1997,
p3)
e deriva da palavra p.ega o'Oikos", (que significa a casa ou lugar onde sevive),
para relacionar a ciência que esfuda as interacgões entre os seres vivos e o meio natural que os rodeia.Só a
partir
do séc.XD(
é que estas questões se começaram a colocar numa perspectivacientífica.
Foi
apartir
da2."
guerra mundial que surgiu a preocupação como
arnbiente, dado o rápido crescimento económico e consequentes danos causados.Mas
foi
duranteos
anos sessentaque
"
(...)
com
os estudosde
Hutchinson, Lewis,A institucionatizaçõo dos idosos no distrito de Beja: uma perspecÍiva de Ecologia Hamana
em que se lançam a, rnaior
parte
das teorias ecológicas(...)
que(...),
emborapor
vezesposteriormente refutadas
e
em perrnanentereforrnulação,
constituern ospilares
da moderna ecologia" (Pité& Avelar,
L996,p.2).Com
o
seu berço nas ciênciasbiológicas,
outas
áreas começaÍama
ser
abrangdas, nomeadamente a geologia, história, genética, bioquímica,fisiologia,
etc.,constituindo-se assim uma ciência
pluridisciplinar.
A
partir de
avançossofridos pela
biologia, na
sequênciada proposta
da teoria
da evolução apresentadapor
CharlesDarwin,
a modema ecologia engloba uma perspectivaevolutiva: ooO homem passou a estar incluído no processo evolutivo e, cotno
tal,
éparte
integrante da natureza" (Pité&
Avelar,
1996,p.2).Actualmente, a ecologia
já
se preocupa com o estudo de áreas perturbadas pela presençados
seres humanos,como
é
o
exemplodos
ambientesconstuídos
ou
alterados pelohomem, sejam eles agro-sistemas ou cidades agindo
como
"u.rna ciência natural-social, uma vez queas
situaçõesdo
mundoreal
envolvem, quase setnpre,uma
cotnponentenatural
e componentes social, económica epolitica.
"
(Odum, L997,p.3)Por
definigão,e
segundoo
mesmo autor,a
ecologiaé uma
ciência que se ocupa doestudo das relações
dos
seresvivos
com
o
seumeio.
Investigaa inter
-
relagão do organismo, tanto com o arrbiente fisico como como
ambiente biológico.Para Nazareth (1993),
a
ecologia tem uma percepção do mundo comoum
sistema de interdependências dinâmicas,por
isso qualquer servivo, incluindo
o homem, está numcontínuo processo de adaptação exterior a si proprio.
Na
evolução conceptual daEcologia Científica,
surgemtês
ramos: vegetal,animal
ehumano. Embora com desenvolvimentos em fases distintas, emerge a ecologia geral, na
qual se podem
identificar
alguns conceitos fundamentais para a compreensão de certos fenómenos.A lnstitucionatizaçõo dos ldosos no distriÍo de Beja: amaperspecíiva de Ecologia Humana
2
_ ALGT]NS CON
ECOI,óGICOS
Na
sua perspectiva holística,a
ecologia dedica-se ao estudo exaustivodo
complexo eintrincado modelo constituído pela natureza, isto
é,"...
el estudio dela relation
de cada cosa cotn todas lás demás."(Hawley,
t989,p.22)
Face
à multidão
de conceitosutilizados
pela ciência ecológicae
colrendoo
risco
de serÍnos reducionistas,utilizaremos
aqueles que consideramosmais
pertinentespaÍa
ainserção
do
nosso estudo
ooEcologiado
Envelhecimento" funcionando
como
umparadigma
cientifico
e um conjunto de valores."Para agir
sobreo
meio,o
homem não se colocafora
desse meio. Não escapa ao selt,poder
no rnomento exacto em queprocura
exercer o seupoder
sobreo meio."
(Febre,1992,p.
a39)Se é certo que o objectivo
final
da ciência ecológica é compreender esta teia global queé
anatrtreza, em cada estudoparticular, atarefa é
árdua para se conseguir apreender, quanto muito, uma parteinfinitesimal
do conjunto.Torna-se necessário perceber que a ciência ecológica pode ser abordada atavés de duas
perspectivas:
ateírica
ou geral e a aplicada.A
ecologia teórica ou geral incide sobre asinteracções enfre
os indivíduos e
o
seumeio,
enquantoa
ecologia aplicada estuda os ecossistemas, elaborandoa
sua classificação,privilegiando
quer uma querouhq
das suas componentes: o biótopo e a biocenose.Naturalmente
que
esta,
como
todas
as
ouEastentativas
de
dividir
a
ecologia
em sectores, é apenas uma separagãoteóric4
comoum
meioútil
parafacilitar
a análise ecompreeÍrsão de cada campo
de
estudo. Deste modo, as duas divisões classicas são: a auto-ecologia e a sinecologia.Shroter (1995),
criou
o
termo "Auto-Ecologia"
para designara
parte da ecologia que estuda ainfluência
dos factores externos sobre os seresvivos. Tem
comoobjectivo
oA ínstitucionalizaçõo dos idosos no distrito de BeJa: uma perspectiva de Ecologia Huruana
estudo
de
organismose
espécies isoladas,ou
seja,o
estudo das relações fisiológicas existentes entreuma única
espéciee
o
seumeio
ambiente.A
auto-ecologia permiteconhecer as adaptações dos seres
vivos
ao meio que habitam e as suas necessidades. O mesmo autor distingue a sinecologia como respeitante às comunidades de espécies, istoé, ao
estudo das relações existente entreuma
comunidadee
o
arrbiente em que
seinsere, especialmente no que respeita à sucessão ecológica.
As
espéciesinterrelacionam-se com as outras espécies que as rodeiarn e o meio ambiente
fisico
sofre as interacções de todas as espécies presentes (Shroter, 1995).Finalmente, e
por
analogia, noa ecologia humana éa
ciência que estuda as interacçõesentre
o
horneme o
seu meto em que sepreocapa
emperceber
comoé
queo
homem mantém o seuequilíbrio
no rneio em que vive, sern porémprovocar
o desequilíbrio dos restantes ecossistemos que o rodeiam." (Lopes, F, 2002, p.31)O homem ocupa uma posição de destaque, relativamente aos outros seres e a influência
do arnbiente é bem mais importante no homem do que nas outras espécies animais.
Segundo
Larny
(1996), uma das
causas encontradaspara
tal,
reside
no
facto
de
ohomem ser praticamente a
única
espécie animal ubiquitária,ou
sejaa
única que tantovive
no
Equador como nos
Pólos
e
que,
por
isso, se confronta
com
meios muito
diversos.
Morán (1990) refere que
o
homem
tem uma
notável
vantagemno
seu
potencial adaptativo, baseadonuma
plasticidadebiológica
e
cultural
capazde
se
moldar
aoambiente. Contudo
é
também
o
responsávelpelos
fenómenos:poluição,
doenças,desigualdade de recursos, etc.
Estas
questões ganharam
particular importância
nas últimas
décadas
graças
àabordagem
interdisciplinar oferecida
pela
ecologia humana, área
do
saber
queperspectiva o estudo do homem numa constante interacção com o que o rodeia.
2.1
-
SISTEMAS
O
sistema Terra é circundadopor
calotas esféricas que são: aatnosferq
de invólucrogasoso;
a
hidrosfera,o
conjunto de
águasólida e líquida;
a
litosfera,
quequalifica
aA institucionalizaçdo dos idosos no distrito de Beja: uma perspec'tiva de Ecologia Humana
conjunto
dos
seresque vivem na
superficie
da
Terra.
Estassão
as
quatro
esferas constifuem a ecosfera.Os diversos sistemas podem ser classificados, segundo
Guerreiro,(1979,p.62-64)
em:Sistemas Naturais: Ecossistemas da Biosfera, "produtores de energia";
Sistemas
artificiais:
Sistemasfabris
ou
industriais, portanto
do
sector secundário, existentes na tecnosfera e "consumidores" de energia;Mistos:
Sistemas ecológicos intervencionados
pelo
homem
e
que integram as actividades do sector primário.Múltiplos:
Sistemas que integram simultaneamente actiüdades do sectorprimário
e secundário;Humanos: Sistemas que englobatn os seres humanos e a sua actividade, esta parcialmente incluída na noosfera. Estes sistemas constituem o
nível
superior de complexidade, chamada a noosfer4 ou esfera de cerebração.
A
energia e os materiais de proveniência diversa vão ser utilizados paraproduzir
o
pensamento,a
inteligênciq
a
imaginação, as emoçõese
os sentimentos; o trabalho intelectual e manual.2.2
-E,COSSISTEMAS
Cada ser
vivo
ocupaum
espaço, no qual encontra tudoaqúlo
que necessita, espaço este designado por biótopo (bios de vida e topos delugar)
ouhúitual.
Mas cada animal nãoocupa
senãoparte
do
biótopo
em que
vive,
ocupa
aquilo
a
que se
chama"nichoecológico"
que é uma partedo
seubiótopo
e nele habitarn organismosvivos,
vivendoem
comunidades.A
esteconjunto de
animais, vegetaise
microorganismos chama-se biocenose. O conjunto de biocenoses e de biótopos constitui um ecossistema.Odum (1997) reconhece as seguintes propriedades
no
ecossistema:circuito
de energi4cadeias alimentares, diversidade
de
padrõesno
tempo
e no
espaço,ciclos nutritivos
A tnstitucionaliuçõo dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva d.e Ecologia Eumana
Ao
longo
de toda
a
evolução, diferentesfonnas de
vida
ocupamo
mesmo espago,competindo
por um
bioma comum, tanto
no
plano horizontal, entre gtupos
deconsumidores de
um
mesmo recurso, comono
planovertical,
em que uma espécie seconverte em recurso de outra.
Os
seresvivos
assimilam,pois,
do
ambiente, os recursos acessíveis que lhes convêmpara os
fransformaremna
suapropria
substânciavital.
Um
ecossistema testemunhqportanto,
um
estado deequilíbrio extaordinário
entreos
seus diferentes componentesbióticos, estado de equilíbrio esse que se
enconta
em peÍmanente dinâmica.Não
sendo os ecossistemas completamente fechados, existem importações de recursosem cada
um
dos diferentes níveisfióficos.
É
assim queo
homem estabelece uma rodade trocas com ecossistemas vizinhos, quando no seu próprio ecossistema não
enconfa
oque necessita (habitação, transportes, alimentos, etc.). Quando
o
seu ecossistema não consegueproporcionar
a
subsistência necessári4 importa-se recursosdo
ecossistemavizinho
nomeadamentepor
a
actividade humana
num
ouffo
ecossistemaproduzir
enoÍmes quantidades de matérias, tansformadas
ou
não, que não são assimiláveis ou recicláveis pelo próprio ecossistema.Os equilíbrios
que governamos
ecossistemas possuemum
carácter dinârnicoe
umapaisagem humanizada, reflectindo indirectamente todas estas complexas inter-relações.
O
homem é responsávelpelo
facto deo
impacto que causa nos ecossistemasinterferir
com
situaçõeseqúlibradas, reduzindo
nelasa
diversidadee
destruindoos
inerentesmecanismos
de
estabilidade. Separando-sede
um
passadode
harmonianatural
pelaadaptação às exigências do meio,
o
indiúduo
enconfta-se confrontado com o problemade assumir aresponsabilidade do seu futuro, num meio arrbiente hansformado.
Segundo
A.
Marsan(1987) "toda a
decisão queimplica
para
urn ecossistema, umamodificação importante resuha,
para
o homem, em impactos de duas ordens:o
Impactos indirectos:
causados
por
modifi.cações
da
ecologia
biofisica,susceptíveis de
afectar o habitat
etrazer
consequências nefastaspara
a
saúdeA institucionalizaçõo dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Eumana
Impactos
directos:
causadospela
perturbação,a
nível
das tradições e escalas devalor."
(p.
46)O
estudoda
situaçãohuman4
dehoje,
necessita de umaúordagem
interdisciplinar, como a que é oferecida pela Ecologia Humana, uma nova e ainda recente fuea do saber,mas
que perspectivao
estudodo
homem, numa
constante interacçãocom
o
que
o rodeia.2.3
-
MEIO AMBIENTE
O
ambiente pode serdefinido
comoo
conjunto das condiçõesou
forças extemas queacfuam sobre
um
organismoou
sobreuma
comunidadede
organismose a
descrigãodesse
ambiente
é,
essencialmente,uma
relação das condições
sob as quais
esseorganismo ou essa comunidade vivem.
Segundo
H.
Hawley
(1996) 'oo pressuposto fundamental da ecologta humana é que umecosststerna humano consiste numa população que responde às necessidades de manter
uma relação quefuncione com o meio ambiente." (p.33)
O termo
meio
arnbiente tem a conotação de o'aberto" einclui
tudoo
que lhe é extemo.Estudar
o
ambiente pode, portanto, tornar-semuito
complexodevido
à multiplicidadedos factores implicados.
Hawley (1991) faz a
distinção enfre
a
classebiofisica
e
ecuménicados
elementos ambientais.No primeiro,
são incluídos os aspectos fisiográficos,tais
comoo
climq
ascaracterísticas
do
solo, a
vida
animal e
vegetal, mineraise outos
materiais.O
meioambiente ecuménico compreende os ecossistemas ou culturas em possessão dos povos adjacentes e os aredores bem como o universo a que se tem acesso, mediante os meios existentes de transporte e comunicagão.
Em
arnbas as classes distinguem-se condiçõesvariáveis e constantes.
Uma vez
que,
na
práúrca,uma
descrição completade
um
dado
ambienteé
quaseimpossível,
poÍ
ser
dificil
observar-sea
totalidade
das
dimensõesimplicadas,
aoA lnstitucionalizaçdo dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
frequentemente,
por
concentraÍo
seu estudonos
chamados (dactoreslimitativos»
dadistribuição geográfica e dos habitats dos animais
e
das plantas,isto
é, a amplitude devalores
dos
factores
ambientaismais
simples como,
por
exemplo,
as
temperaturasextremas,
aluz,
a salinidade
daâgru
o
a^r,o
solo,
o
vento,
o
fogo, a
quantidade dealimento disponível e a existência de condições de seguranç4 etc. Segundo Duvigneaud (L996) podemos
distribuir
esses factores por fiês grupos principais: os factores bióticos,os factores climáticos e os factores topográficos.
A
ecologia desempenhou urn papel chave ao reabilitar a nogão dearnbienteltaírezqna
qual inseriu o homem e moshou que o ambiente não era só desordem e passividade."O
ambiente tornou-se uma totalidade complexa e o homem, de enttdade isolada, tomou-se
num sistema aberto, com relação de autonomia e dependência organizadoraface a esse
ambiente" @uvigneaud, 1996, p. 8-1 2).
O
anrbientehumano
pode ser
contrastadocom
o
ambientede
outos
organismosbiológicos pelas
funções
instrumentaise
pelos valores
simbólicos
que
lhe
foramatribuídos. Os processos humanos ffansformaraÍn os constituintes do arnbiente para
ir
deenconto
com as aspiragões, objectivos e necessidades. Para além disso, as actividades humanas podemoriginar
consequências várias, nos constituintes abióticos e biológicosnos
ecossistemas,e
consequentementeprovocar
um
impactona
saúde humanae
no bem-estar.2.4 -POPTTLAÇÃO
Segundo Odum, População ooé oün conjunto de organismos da mesÍna espécie ocupando
um
dado espaço. Ternvárias
características queÍore*
parte
unicamentedo
gru.po enão
são
características dos indivíduos que
o
compõem. Aspropriedades
são
entreou.tras,
a
densidade,a
natalidade,a
mortalidade,a
distributção de idades, opotencial
btótico, a dispersão e
aforma
de crescimento." (Odum,L997,p.257)
Duvigneaud também nos
diz
que uma população possui as características dogrupo
e"
...
tem uma história: pelo
jogo
constanteda
adição e
subtracçãode indivíduos
elaA lnstitucionatlzação dos ldosos no distrito de Beja: umaperspec'tiva de Ecolngla Humana
organização deft.nida
e
estntturas
que podemser
descritas;íorma
urn sistema muitoirritável.
"
@uvigne aud, L996, p.25\
A
populaçáoé a
unidade básicano
estudo dos processos ecológicose
evolutivos.
A
heterogeneidade da população
é
deüda
à variabilidadeindividual
que conferea
cadapopulação
característicaspróprias.
A
espéciehumana
tarrbém deriva
de
várioscontextos
arnbientais responsáveispor
pressões selectivas(genotipo,
fenotipo)
e
o processo evolutivo englobando o envelhecimento.A institucionalizaçdo dos idosos no d,istrito de Beja: uma perspectiva de Ecologla Eamana
3
-
A ECOLOGIA HT,MANA COMO CAMPO
DEESTI]DO ESPECÍr.ICO
A
práticaecológic4
de umaforma
geral, constitui a aplicação de um determinado modo de análise a uma ou várias espécies de seresúvos.
Sendo
o
homem parte
integrantedos
seresvivos,
pelas suas características únicas, assume uma conduta distinta do comportamento animal.A
ecologia humana não pode seruma ci&rcia como a
ecologiaanimal ou
vegetal,uma
vez
quea
éíca e
a moralocupÍrm aqui um lugar preponderante.
Para se compreender bem a originalidade da Ecologia Humana, devemos perceber bem
o que é a Ecologia e, em seguida, procurar as particularidades da Ecologia Humana.
A
Ecologia
Geral acentua asinter
relações existentes entre os organismose
o
meio. Nanatureza determinados elementos agrupam-se
num
determinadolugar
-
o
biótopo
-sendo este constituído
pelos
elementosnaturais,
o
ax,
a
ágta,
o
solo,
o
clima,funcionando
como
suporteinorgânizado
do
habitat.Neste
ultimo,
enconfram-se osorganismos
vivos
(animais, plantas, microrganismos, etc.)-
biocenose-
vivendo
em comunidade.Segundo Marten,
G.
(2001), a Ecologia Humana refere-se ao estudo das relações enfre as populações humanase
o
seumeio
arrrbiente.Na
Ecologia
Humanao
arrbiente
épercebido
como um
ecossistema,isto é,
toda uma
área específrca:u,
terrç
árya4comunidade
biológica
(microorganismos,plantas,
animaisincluindo os
humanos) eestruturas fisicas (incluindo tudo o que é construído pelos humanos).
Larty, M.
(1999), mosha a importância das interacções energéticas e funcionais enfue os seresvivos,
constituindo a biocenose eo
seumeio
devida,
o
biótopo. O biótopo
e abiocenose
interagem
entre
si,
gerando
um
sistema
organizado
e
funcional:
oecossistema. Os ecossistemas são independentes uns dos ouüos e interagem
ente
si.Lamy (2001), afirma que passamos de uma Ecologia
fixista
e descritiva a uma Ecologia evolucionista, integrativa epredictiva,
ousej4
passamos de uma Ecologia geral a umaA institucionalizaçdo dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
Ecologia aplicada
e
finalizada.Hoje,
a Ecologia é abordada sob dois pontos de vista: ogeral e
o
aplicado.A
Ecologia Geral estuda a interacção de todas as naturezas que seexercem entre os indivíduos e
o
ambiente.A
Ecologia aplicada refeÍe-se ao estudo dos ecossistemasbem como
à
sua
classificação,privilegiando
um ou
outro dos
seus componentes:o biótopo ou
a biocenose.Assim
surge a Ecologia Humana queo
autordefine, como
o
esfudo
do
homem,
do
seu
meio
arnbiente
e
das
suas múltiplasinteracções.
É
uma auto-ecologia aplicada à espécie humana que estuda as interacções de todas as naturezas existentes, entre a espécie humana e o seu meio.O biótopo e a biocenose constituem um ecossiste,rna desde que se verifique pelo menos,
homogeneidade
e
estabilidade. Estes ecossistemas vão-seligando
aos
ecossistemasvizinhos
podendooriginar
ecossistemas enormes e semelhantes-
biomas-
como
sãoexemplo as florestas ou os oceanos.
A
Ecologia consisteno
estudo dos ecossistemas e as espécies que povoam um ecossistema não são apenas formadas por predadores epor
presas, podendo estabelecer
ente
si relações variáveis. Ser independentes (neutralismo) ou cooperar de diversas formas (simbiose, comensalismo, etc).Os ecossistemas podem ter qualquer tamanho, desde um pequeno ponto na floresta, uma
cidade,
até
o
planeta tena
é
um
ecossistema.O
ser
humano, fazendo
parte
doecossistema, obriga-nos a
reflectir
sobre a interacção homem-
arnbiente, bem como na interacçãodo
sistema sócio-
humanoe
o
restodo
ecossistema. Este sistema social humano consiste em tudoo
que condicionao
comportamento das pessoas (população,psicologia
e
organrzaçãosocial) e
revela-sede
sumaimportância pdra
a
EcologiaHumana,
pelo
facto das
actividades humanasque provocam fortes
impactos
nosecossistemas, serem influenciadas
pela
sociedade onde as pessoasüvem.
A
Ecologia Humana analisa as consequências das actividades humanas que tem impacto sobre os ecossistemas. (Marten, G., 2001)Tarnbém é sabido que a presença humana
modifica
os ecossistemas nafurais, destruindoos
seusequilíbrios normais
e um dos
factoresque podemos
apontaré
seu
estadocultural, sendo
que
"
O homem é,por
natureza, um ser decaltura". A
ecologia Humana pode apresentar-secomo
sendoo
estudo, quer da acgãodo
homem sobrea
nahreza,
A institucionatizaçdo dos idosos no distriÍo de Beja: uma perspectíva de Ecologia Humana
O homem difere em muitos aspectos importantes, nomeadÍlmente na sua capacidade de
produzir
e fuansmitir cultura:'ola
grandfacilidad
del
tdeary
acumular métodospara
enÍrentarse
com las
situacionesde
la
vida
testemoniauna dinâmica en
la
conductahumana
que no
tiene contrapartida
en
ninguna outra
parte del
mundo
animado."(Hawley, 1991,p.80)
Segundo Steiner,
F.
Q002), a cultura dos
seres humanosvaria de lugar
paralugar
eestes
são
seres complexos.
A
Ecologia
pode
ajudar-nos
a
compreender
estacomplexidade e
tal
como todas as ciências a Ecologia é uma construgão do homem. Os seres humanos são talvez a espécie com melhor capacidade de adaptaçío, e tem vários instrumentos de adaptação (religião,politica,
lei,
arquitectura, etc.) pelo que podem ser entendidos sobo ponto
devista
ecológico. Estes mecanismos permitem-nos enfrentarmudanças,
assegurandoa
sobreüvência,
a
reprodutibilidade
e
a
eficiência
dofuncionalismo. Mas os seres humanos fazemmais do que adaptar-se, eles transformam
e
qlam.
Deste modo, a Ecologia Humana pode-se
definir
comoo
estudocientífico
das relações,em tempo
e
espaço, entrea
espécie humanae
outros componentese
processos, dos ecossistemasde
queé
parte integrante.O
seuobjectivo é
perceberde
quemodo
associedades humanas concebem, usÍIm e afectam o arrbiente,
incluindo
as suasi respostasàs mudanças nesse ambiente, a nível:
biológico,
social e cultural.Para Campbell,
B.
(1995), a Ecologia estuda as relações enffe os organismosvivos
e o seu meio alrrbiente, sendo o arnbiente de um organismo definido como todos os objectos e forgas externa a esse organismo mas com os quais interage e pelos quais é afectado.Tal
como os outros seresüvos,
o homem é um factorbiológico
do meio ambiente, peloque a Ecologia humana refere-se ao estudo das relações enhe as populações humanas e
o
seu ambiente,fioca
energia com outras espécies e estuda a complexa relaçáo enhe a espécie humana eoutos
componentes orgânicos e inorgânicos do mundo.Este autor refere ainda que
püa
se estudar os seres humanos sobo ponto
devista
daecologia é fundamental separar a
Ecologia Cultural
daEcologia
Social, na medida em que, aprimeira
estuda a forma como a cultura deum
grupo humano está adaptada aos recuÍsos do meio arnbiente e à existência de ouffos grupos de seres humanos, enquantoA institacionatiuçdo dos idosos no distrito ile Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana
que a segunda tenta perceber de que forma a estrutura social de um
gupo
humano é umproduto de todos os grupos do meio arrbiente. (Campbell,
B.,
1995)É
na
area
cultural que circula todo
o
tipo
de
informação
e, paÍa que
funcioneharmoniosamente
com
todos os que compõem essa áreacultural,
é
necessário que a socialização tenha ocorrido, em função de princípios comun§.O
conceito de ambiente alargou-se, tornando-se uma totalidade complexa eo
homem,de
entidadeisolada,
tornou-senum
sistema
aberto,com
relaçõesde
autonomia edependênciaorgantzador4 face a esse arrrbiente
(Wilden,
1972).Hawley (1991)
tarnbém salientaa
importânciado meio
ambiente-
da sua interacçãocom a população
surge
aorganrzação que pode ser considerada em duas perspectivas:estática
(conjunto
de
funções
e
relações inter-reunidas)
e
dinâmica
(processo de adaptação a um meio-a:rrbiente) e as duas correspondem às perspectivas da otganzaçáosocial.
O
conceito
arrrbienteengloba
todo
um
conjunto de
elementosfisicos,
químicos,biológicos,
naturais,artificiais,
orgânicos, inorgânicos e tambémo
homemcomo
serrelacional,
üvendo
em
sociedade.As
inter-relações existentes são interdependentes einÍluenciam-se mufu amente.
O
"a:nbiente humano" pode ser
contrastadocom
o
arnbientede
ouhos
organismobiológicos pelas funções
instrumentaise
pelos
valores simbólicos
que the
foramahibúdos.
SegundoBoyden
(1992), citadopor
Lawrence (2003), "Os processos e osprodutos
humanos transformamos
constituintesdo
ambientepara
ir
de
encontro àsaspirações,
objectivos
e
necessidades". y'Jém disso, as actividades humanas podemprovocar inúmeras
consequênciasnos
constituintes abióticos
e
biológicos
dos ecossistemase
em contrapartida, sofreremum
grande impacto na saúde humana e no bem-estar. Esta é uma das razões porque os estudos das inter relações entre obiológico,
as
características ecológicase
culturais
dos
estabelecimentoshunanos
devem
ser abordados numa perspectiva integrada e aplicados eficazmente (Lawrence, R., 2003).Os indiúduos
adoptam configuragõessociais
e
determinados comportamentos que fazem diferença de comunidade para comunidade. Todas as ciências de queo
homemA institucionatizaçdo dos idosos no distrito de Beja: umaperspectiva de Ecologla Humana
As relações Pessoa
-
arrbiente são multidimensionais e complexas. Nenhuma disciplina ou perspectiva podem compreendere explicar
estas relações de maneira detalhada.A
colaboragãoe
a
coordenação das váriasconfibuições
são necessárias.Os
estudos de interrelaçõesente o
biológico,
as características ecológicase culturais
de populaçõeshumanas,
são cruciais
püa
se
conseguir
ter
uma
perspectivaintegrada.
Hoje,
oobstáculo
principal que dificulta uma
estrutura integradq
deve-se
ao
facto
dacompartimentalizaçáo
disciplinar,
dos
cientistas
e
dos
profissionais
que
nãocompartilham definições e interpretações, adoptando interpretações exclusivas.
Urge
anecessidade
de
adquirir
saberes
de
ouhas
disciplinas
por
aproximaçõesinterdisciplinares, como
fazaBcologia
Humana. (Lawrence, R., 2003)Para Lopes, (1999)
"A
ecologia humana deve promover
na
génese
dos
seus conhecimentospluridisciplínares
e numa perspectiva transdisciplinar, a formulaçã.o deregras e
estruturas
sociais que assegurernao
hornem as melhores condições de vida, com d.ignidade, conforto e qualidade tendo uma visão globalproiectada
nofuturo."
(p. 35)"A
Ecologia Humana
é
consideradaum
novo nível
de pensamentoao
alcance
dasdiferentes
disciplinas. Deixando
deser vista
como urncapítulo de uma ciência ou
a síntesede
todasas
ciênciasou
o
estudo das áreas marginaisde
todasas
ciências."§azareth,
L993,p. 883).O
objectivo da Ecologia
Humanaé coúecer a
forma como
as sociedades humanasconcebem, usam e afectam
o
arnbiente,incluindo
as suas respostas às mudanças, nesse anrbiente quer a nível biológico, social ou cultural."
A
Ecologia Humana é
urn caminhoda
compreensão da globaltdade desse encontro bio-psico-hotrnano,no
universo ernque
existimos.Ela é
também,e
sobretudo,
uma investigação permanente, umareflexão
do
espectador que somossobre
o
actor
que também somos." @oberto, 1996,p. 32)A
grande versatilidade ecológica do homem, beneficiando da sua capacidadecútural,
alterou
o
original nicho
humano;por
isso torna-se não só interessante mas necessário percebercomo
se processaa
adaptaçãofisica e
comportamental às novas condiçõesA lnstitucionolização dos idosos no distrito de Beja: uma perspectiva de Ecologia Humana