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Agranulocitose por drogas: 12 casos.

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(1)

_-

PE

189

IASQY

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

AGRANULQCITÚSE PDR DRUGAS - 12 CASOS

FLQRIANÓPOLIS _ sc

Setembro - 1985

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE

AGRANULOCITOSE PUB DROGAS - 12 CASDS

Autores: Mary Anne G. Freitas Taves

Oriana Viveros de Moraes*

* Alunas da 10ë fase do Curso de Medicina da

UFSC.

Orientador: Dr. Marco Antonio da Silva Rotolo

Prof. os oaooiro do clínica Médi-

ca da UFSC.

Hematologista do Centro de Pesqui

sas onoológioss (cEPoN _ HGCR)

(3)

AGRADECIMENTOS:

Drë. Yara Santos Medeiros

Marcelo Viveros de Moraes

Funcionários da biblioteca da Medicina

(4)

I II III IV V VI VII VIII ÍNDICE - Resumo . . . . ... . . . . . ... . . . . ... . . . . . .... - Introdução . . . . . . . ... . . . . ... . . . . ... . . . . . ...

- Casuistica, material e mëtodos... . . . . ..

- Resultados... . . . . . ... . . . . . . . ... . . . . . ....

- Discussão . . . . . . . . . ... . . . . ..

- Conclusoes.... . . . . ... . . . . ... . . . . ...

Modelo para protocolo de agranulocitose . . . . . ..

- Summary . . . . . ... . . . . ... . . . . .. - Referências bibliográficas . . . . . .... . . . . . . ... O4 O5 O7 O9 20 29 30 33 34

(5)

I - R E S U

M

O

Este É um trabalho retrospectivo onde analisamos 12

casos de agranulocitose por drogas ocorridos no Hospital Go -

vernador Celso Ramos no periodo de fevereiro de 1972 a julho

de 1985 e no Hospital de Caridade de Florianopolis de março

de 1971 a julho de 1985.

Através dessa analise observamos que o quadro se ma-

nifestou principalmente por sinais de infecção, freqüentemen-

te severa, cuja principal complicação foi o choque séptico e óbito.

Constatamos uma maior ocorrência em mulheres e na fši

xa etária superior aos 30 anos.

Os principais agentes causadores foram drogas de uso

terapêutico e, entre elas, os analgésicos e antiinflamato -

rios, freqüentemente utilizados sem orientação médica pela pg ~

pulaçao.

No tratamento dos pacientes e importante a retira -

da da droga suspeita e a instituição de antibioticoterapia de

largo espectro para controle do quadro infeccioso associado. ~

Apresentamos no final deste trabalho sugestao de pro

tocolo para um melhor acompanhamento do paciente e registros

(6)

II-Inwnonuçíto

Agranulocitose ê uma alteração no sistema hematopoe-

tico caracterizada pela diminuição seletiva do numero de neu-

z 1

trofilos circulantes a cifras inferiores a 500/mma ( )

ain -

12, da que alguns autores considerem valores abaixo de 200finm (

13)

12 .

Historicamente, conforme wintrobe ( ),

a agranuloci

tose foi descrita como entidade clinica por Werner Schultz ,

em 1922 (6 casos), caracterizando-a como uma síndrome clínica ~

com inicio súbito de faringite, febre, grande prostraçao, ne

crose de mucosas, sepsis e morte em poucos dias e se acompa -

nhava de ausência quase completa de neutrófilos no sangue pe-

(13) . 1

riferico . No entanto, nem sempre se observa infecçao nos

pacientes com agranulocitose e na prática esse termo se empre

ga para descrever uma intensa neutropenia (< 500/mma) associa

~ ~ 1

da ou nao a infecçao ( 3).

Alguns anos apos o trabalho de Schultz, Kracke U932)

descreveu a ocorrência da sindrome apos o uso de derivados do

alcatrão ( 5).

Em 1934, Madison e Squier relataram que o qua-

dro poderia ser causado pela amidopirina.

Mais adiante, em 1938, Fitz-Hugh listaram 14 drogas

r ~

como responsaveis pelo quadro de agranulocitose e desde entao

o numero aumenta constantemente, sendo que quase 90% de todos

ø I ~ A

os episodios foram atribuídos ao uso de drogas terapeuti -

(11)

cas .

'

Entre as citopenias causadas por drogas encontra -

mos em ordem decrescente de freqüência trombocitopenia, agra-

»

`

12

nulocitose e anemia aplastica ( ).

Como não se pode prever uma discrasia sangüínea efe-

tivamente ate que ela ocorra, nem banir certas drogas do arse

nal terapêutico quando seu uso for indispensável ao tratamen-

(7)

O6

~

o assunto, de modo que sua ocorrência nao nos pegue desprevi-

nidos (6).

Pelo emprego crescente e as vezes abusivo de drogas

potencialmente capazes de provocar agranulocitose, com finali

dade terapêutica ou mesmo por automedicação, o presente estu-

do tem como objetivo enfatizar a importância do conhecimento

dessa entidade clínica bem como de seu correto diagnostico na

pratica medica diaria. Para tanto, apresentamos sugestão de

protocolo padronizado de abordagem do paciente e conduta apos

(8)

III _

câsuisncâ,

1m~:rERU.1. E mãronos

Este ê um trabalho retrospectivo de 14 anos e para

sua execução foram utilizados prontuários do Hospital Governa

dor Celso Ramos (HGCR) nos periodos de fevereiro de 1972 a ja

neiro de 1981 e outubro de 1981 a julho de 1985, e prontua -

rios do Hospital de Caridade (HC) no periodo compreendido en-

tre março de 1971 e julho de 1985. Foram registrados 43 casos

de agranulocitose no referido periodo dos quais selecionou-se

1

r ~

12 que preencheram os criterios adotados para inclusao neste

trabalho.

Excluimos de nossa casuistica: neutropenias previzi-

veis observadas em terapia com drogas antineoplasicas ; alte- rações hematologicas induzidas por drogas onde outras linha - gens celulares foram atingidas, como por exemplo, anemia a - plástica; neutropenia ciclica, neutropenia cronica e prontuá- rios com ausëncia de um numero minimo de dados necessarios a

avaliação (1 caso).

Os criterios diagnósticos utilizados foram: a conta-

gem de neutrófilos em numero inferior a 500/mma no sangue pe

rifërico; a historia de exposição ou reexposição recente ou

freqüente a drogas, mesmo que não tenham sido especificadas.

Nos casos onde foi realizado o aspirado de medula Óssea, os

resultados obtidos, desde que devidamente descritos,serviram

para complementar o diagnostico.

.

Considerou-se como neutropenia a contagem de neutré

filos no sangue periférico variando entre 500/mma a JUSOOAHÊ

sendo os valores acima de 1.500/mma considerados como indica

thxm de recuperação do sangue periférico.

Os seguintes parâmetros foram analisados em cada pa-

ciente: idade, sexo, tipo de droga envolvida e sua respectiva dosagem, tempo de uso, intervalo entre o uso da droga e o apa

(9)

O '33

da manifestação clinica e o diagnostico da agranulocitose, ma

nifestações clinicas mais freqüentemente observadas, contagem

de neutrófilos no sangue periférico por ocasião do

diagnosti-~

co e na alta hospitalar, realizaçao de mielograma, hemocultu-

ras e outros exames relacionados, terapêutica instituída, tem

po de recuperação do sangue periférico para valores acima de

500 neutrófilos/mma e 1.500 neutrófilos/mma, periodo de perma

~

nëncia hospitalar e condiçao de alta.

Os pacientes que apresentaram um quadro de angina.can

lesões u1cero~necroticas em mucosa de orofaringe desencadeada

~ z z

- I

pela diminuiçao do numero de neutrofilos circulantes, foram

(10)

IV - R E S U L T A D O S

Os dados obtidos foram apresentados em tabelas e fi-

guras com freqüência absoluta e percentual e para os mesmos

5

dotou-se o titulo simplificado uma vez que todos os dados re-

ferem-se a população estudada.

Nos 12 pacientes diagnosticados como portadores de

Ê

granulocitose por drogas aqui analisados, 10 casos (83,3%) e-

ram do sexo feminino e 2 casos (16,6%) do sexo masculino.

A faixa etária variou de 6 a 65 anos de idade . com

predomínio acima dos 30 anos de idade (66,6%), sendo que ape-

nas 1 caso (8,3%) na infancia.

Obteve~se historia de exposição previa a drogas nos

12 pacientes. Entretanto, em apenas 9 destes pacientes foi

possivel estabelecer a provavel droga desencadeante do qua -

dro, e em 3 pacientes isto não foi possivel.

As prováveis drogas relacionadas como agentes desen-

cadeantes foram: analgésicos e antiinflamatórios em 5 casos

(41,6%), antitireoideanos em 2 casos (l6,õ%), tuberculostati-

cos em 1 caso (8,3%), associaçao de analgésico e antibióticos

(11)

10

FIGURA 1: PROVÂVEIS DROGAS RELACIONADAS COM O QUADRO DE AGRA-

NULOCITOSE. * de casos Dipiro- Pão especi na+ uro ficad 5 _ ,____ O 4 ` ›. O 3 - ___.. OI v-Ào ø-4 icos etümmol 2 -o Derivados pirazolon Pnxfil timflxmil 1 - t ' Asaxúa- Tumflpulos

Analgesicos Indeter Antiti-

antiinflama minado reoidig ção táticos**

torios nos

* Arquivo do HGCR e Hc - Florianópolis.

** No caso relacionado ao uso de tuberculostaticos (es

quema tríplice), as drogas não estavam especifica -

das

Em 9 pacientes (75%) não se obteve nos prontuariosrg

ferencias as doses utilizadas e em 3 pacientes (25%) não foi

(12)

_WfiHoQwCñHhoHb I O: Q mou: OU O>H5UH` * O_OOH NH À E BH OH N N NH OUHOQSCOOWQU oom mm OO wm OUfiO®£COOm®U OUHOQECOUWQU WEOOO_® WEOVN

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x

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M

NWOHHOOÀDZ<mU< :OU wMBZ@HO<& *_OWD HO OQSMH M WOÀMQ m<Q<NHJHHD m<UOmD m<Q O<U<Jmm

M

ggmmšã

(13)

1?

O intervalo decorrido entre o inicio do uso da dro-

ga e inicio da sintomatologia variou de 3 a 270 días, sendo

que em 3 pacientes não foi possivel estabelecer este periodo

por falta de dados nos prontuários (FIGURA 2).

FIGURA 2: INTERVALO ENTRE INÍCIO DO USO DA DROGA E A MANIFEÊ

TAÇÃO DE AGRANULOCITOSE REFERIDO PELO PACIENTE.*

(dias) 300_ 200- Tempo co iltiouracil os 100 3 S _

a

Tuberculostati Petinazol Prop Analgesicos e antiinflamatorí ¡-‹ 10_ _____ _____

* Arquivo do HGCH e'Hc - Florianópolis.

Analise do periodo de tempo decorrido entre o ini -

cio da manifestaçao clinica de agranulocitose e seu diagnosti

co (TABELA 2). Em 8 casos (66,6%) observou-se que o mesmo va-

riou de l a 30 dias. Em 4 casos (33,3%) não foi possivel esta

belecer este parametro por ausencia de dados conclusivos na

(14)

] 5

TABELA 2: INTERVALO ENTRE O INÍCIO DAS HANIFESTAÇÕES CLÍNI-

CAS E O DIAGNÓSTICO DE AGRANULOCITOSE.*

D R O G A S TEMPO EM DIAS Analgêsicos e Antiinflamatorios Derivados pirazolônicos 1 3 6 ~ Nao especificado 9 Antitireoidianos Propiltiouracil 7 Metimazol 12 Tuberculostaticos 30

Associação (derivado pirazolonico + antibio- 1

ticos)

* Arquivo do HGCR e Hc _ Fiørianópolis.

As manifestações clinicas mais frequentemente obser-

(15)

TABELA 3: SINAIS E SINTOMAS OBSERVADOS NOS CASOS DE AGRANULQ

CITOSE POR DROGAS.*

~ r

APRESENTAÇAO CLINICA N9 DE CASOS %

Febre com calafrios 12

Angina agranulocitica 8 Adenomegalia regional 5 Esplenomegalia 3 Hepatomegalia 2 Choque septico 2 Abscesso periamigdaliano 2 Abscesso cutâneo 2 Dor abdominal 2 Pneumonia 2 Diarréia 1 ~

Coagulaçao intravascular dissemina-

da (CID)** 1 1oo,o õõ,ô 41;õ 25,0 16,6 16,6 II H II II 8,3 Iu * Arquivo do HGCR e HC - Florianopolis. ** óbito.

A contagem de neutrófilos no sangue periférico abai-

xo de 500/mma foi o criterio diagnostico utilizado para carac

terizar a presença de agranulocitose assim como a elevaçao a-

cima deste nivel demonstrou a gradativa recuperaçao até atin-

(16)

Neutrofilos

(1)

'U

Contagem

FIGURA 3: CONTAGEM DE NEUTROFILOS (CN) NO SANGUE PERIFÉHICO

15OO 1000

POR OCASIAO ~ DO DIAGNOSTICO r E ALTA HOQPITALAR NOS C

12 CASOS DE AGRANULOCITOSE POR DROGAS.*

__ E.. ;___i

-

CN Diagnosizico 100005' |:_| Alta -- “ii

_ .«._í. 'J 3

-E

500__________ _ _

_

_ _ _ _ _ _ _

____________

___ lOO lO T.-E Á- rw 1' Í \ "\- ' . X ~{ U ¡:.* I T' _ __- Y..~. _ ~›-.f' _ , - _... * Arquivo do HGCR e HC - Florianópolis. ** óbito ‹ ` _ .;.` _ )_~ í. " ,- ::_'_'_'‹¿_: 1 Q' < 1353... : r ' ,f*Í'_: Q _ I '_-~.' ,N I x Ê .¬.- “ ..^' ~~. “f !.:'.-ii _.: .___ L, vz-~¬ f I ' êf , f -1, _. :_ ~;.¿ gvä 's '¬“ E ‹ ' fflä '-P -'¬ «_-. ‹ _-_. :-"_.›. V A __, Í- - . ZH: ~;úzzz =zf: >;_'-_' fâz' .¬¬ xau '-`;_f ¡ ' .¡¡.¿ _ _ fg,-H ^›_"°{-¡~ ' }` _':..f" '×'~ ' z *f É *.Í~ ‹¿._¡v \. _ 1 , ' z .-I V _ L' ";¿,_ ‹_ 1 ._ Jíz; E ' 3- " __ -_-"ͬ_\É .1‹; ,#.f. 'ê s1‹= :'_' "'z_¡_'\ ' ¡'_,'“:_Í 7-=*;`i ." ` - Hz À 1.- J' '- ; .‹i^'-1 _' z› _~'¬ _ z '-.-' 3-_:.~¡z ,\'~ _ _ ¡.« fà' _ _ . _ . __ ›_;.* _ ei- “__ _.L: âwu zt:' - -› '1 _Tw »m~- '»'w z; ~ _ :f-zz ~‹z~_.-Q “~ f*»; ,_ jJs¿ ‹: .~z¡ _ _,zr 1 Ç ' :- Ã. '\`›¿ :' ._-‹. “H "-'2' __ @ââ -_» f H- _ ¡ : ¡¿›¡ ‹' :'. ~ _ . _ E-.

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(17)

16

~ I r

C .ff

Em relaçao ao numero dc neutrofiloo no sangue perl

É

rico, constatou-se que 0 tempo decorrido entre o diagnosti -

1 't -

co laboratorial e a recuperaçao do quadro de agranu oci o

se foi em media de 8 dias, variando de 1 a 14 dias. Para a e-

levação acima de 1.500 neutrófilos no sangue periférico, indi

cando melhora da granulocitopenía o tempo medio foi de 12

dias, variando de 3 a 29 dias (TABELA 4).

TABELA 4: CONTAGEM DE NEUTRÔFILOS NO SANGUE PERIFERICO POR

OCASIÃO DO DIAGNOSTICO E ALTA HOSPITALAR E TEMPODE

ELEVAÇÃO DA CONTAGEM DE NEUTROFILOS A PARTIR DO

DIAGNOSTICO DE AGRANULOCITOSE.*

Contagem neutrófilos no

sangue periférico/mma

Diagnóstico Alta

Tempo de recuperação do

sangue periférico em dias

500/mm3 1.500/mma O 12 14 128 153 156 16O 286 304 388 490 496 456 7.154 3.032 1.350 2.530 ób1to 4.352 2.944 2.970 1.404 4.644 370 9 29 12 15 11 12 1 3 4 7 14 15 - õ 3 5 6 _ - 20 12 _ * Arquivo do HGCR e Hc - Florianópolis.

(18)

17

Em apenas 5 casos (41,6%) foram realizados mielogra-

mas, que foram citados na fonte como compativeis com agranulg

citose. Em 4 casos (33,3%) realizou-se hemoculturas que foram

negativas, e em 3 casos (25%) foram realizadas outras cultu -

ras com resultados inconclusivos.

A conduta adotada nos pacientes apos o diagnosti -

co não foi a mesma para todos. Consíderou-se retirada da dro-

ga também nos casos onde a mesma foi indeterminada porque a-

pos o diagnostico, no ambiente hospitalar, o paciente este -

ve afastado da possivel causa (TABELA 5).

TABELA 5: ESQUEMAS TERAPÊUTICOS UTILIZADOS NOS 12 CASOS DE

A

GRANULOCITOSE POR DROGAS.*

C O N D U T A N9 %

~

Retirada da droga com recuperaçao

espontânea l 8,3

Retirada da droga + antibioticote-

rapia 8 66,6

Retirada da droga + antibioticote-

rapia + traufiusãa de leucócitos ** 1 8,3

Retirada da droga + antibioticote-

rapia + estimulantes da medula Ós-

sea *** ~

2 16,6

T O T A L 12 lO0,0

, * Arquivo do 1-Isca e Hc - Fiørizmópoiis

** óbito

*** As drogas consideradas estimulantes da medula Óssea utili

(19)

18

Em onze pacientes a terapêutica antimicrobiana cons-

tou da associação de duas ou mais drogas de espectro variado,

sendo que a partir de 1980, observou-se o uso associado de pe

nicilina, cefalosporinas e aminoglicosideos, em todos os pa -

cientes (TABELA 6). _

TABELA 6: ANTIMICROBIANOS UTILIZADOS NA TERAPÊUTICA DO QUA -

DRO INFECCIOSO DOS CASOS DE AGRANULOCITOSE.*

PERÍODO N9 DE CASOS ANTIMICROBIANOS `

1971-1979 3 Penicilinas Ampicilina Carbenicilina Penicilina cristalina ' Oxacilina Aminoglicosidios Gentamicina Nistatina 1980-1985 8 Penicilinas Carbenicilina Oxacilina Aminoglicosideos Amicacina Gentamicina Cefalosporinas Cefalotina Cefazolina Sulfametoxazol trimetoprim Anfotericina B * Arquivo do HGCR e HC - Florianopolis

(20)

1;

O tempo de permanência hospitalar variou de 6 a 30

dias sendo a media de 16 dias.

Na evolução, onze pacientes (9l,6%) obtiveram alta

hospitalar em bom estado geral e apenas 1 paciente (8,3%) evg

hfiü

para Óbito durante o quadro de agranulocitose por compli-

(21)

V - D I S C U S S

A

O

Entre as citopenias causadas por drogas encontra -

mos em ordem decrescente de freqüência a trombocitopenia, a -

. 3 _ .

granulocitose, e anemia aplastica ( ). No entanto, informa -

~ ^ ~ P

çoes sobre a incidencia real da agranulocitose sao dificeis '

de obter principalmente por relatos inadequados nos prontua -

rios dos doentes e também porque os casos que não se associam

~ ~

com infecçoes nao chegam ao hospital e, portanto, podem pas -

13 -

sar despercebidos ( ).

A sua importancia reside no fato de

que apesar de ter um caráter benigno em alguns casos e, uma

vez retirada a droga desencadeante mostre ter curso autolimi-

tado, a mortalidade ainda ê elevada, principalmente devido a

~ z 3 4

infecçoes fulminantes, atingindo cifras de ate 20% ( ' ).

Os mecanismos patologicos envolvidos na gênese da a-

granulocitose por drogas, podem ser resumidos em: destruição'

ø ø ~ _..

periferica de granulocitos maduros e inibiçao da produçao dos

mesmos na medula Óssea (3'6).

Na analise dos 12 casos de agranulocitose por drogas

observamos maior incidência dessa entidade em adultos com pre

dominio do sexo feminino sobre o masculino na relação de 5

mulheres: 1 homem, com predominância na faixa etaria acima

dos 30 anos. Essa maior incidencia em mulheres, e, em ambos

os sexos, crescente com a idade foi descrita também nos trabâ

lhos de Plum (1937), Pisciotta (1973) e Böttinger, Furhoff e

Holmberg (1979) (13). A

Nos pacientes estudados em apenas 3 casos (25%) foi

possivel a obtenção de dados sobre dosagem e tempo de uso das

drogas incriminadas, sendo que em um dos casos (8,3%), o pa -

ciente desenvolveu agranulocitose durante uma internação hos-

pitalar por outra causa e por isso havia dados nesse sentido.

Vale ressaltar que a ausencia desses dados, ë um ponto que

dificulta a avaliação da relação droga-entidade clinica, pois

uma anamnese cuidadosa com questionamento nesse sentido, fre

(22)

Win-21

trobe.

Inicialmente, os casos descritos de agranulocitose '

relacionavam-se a derivados do alcatrão e aminopirina e com a

restrição de seu uso, atualmente, as drogas mais envolvidas '

~

sao os anti-reumaticos, antitireoidianos, tranqüilizantes e

sulfonamidas (3'4).

Em nossa casuitica, 5 pacientes (41,6%) tiveram seu

quadro relacionado ao uso de analgésicos e antiinflamatórios,

dos quais, 3 casos (25%) relacionavam-se com derivados pirazo

A ~ I

lonicos. Em todos eles, nao foi possivel determinar a dose '

nem otempo de uso em dias, por ausência de dados relativos '

nos prontuários ou por questionamento inadequado ou por falta

f ~

de conhecimento por parte do proprio paciente. A relaçao en -

tre a ocorrência de agranulocitose e o uso de analgésicos e

antiinflamatórios, principalmente derivados pirazolônicos ,

. 4 11

tem sido objeto de estudo por parte de varios autores ( ' ).

~

Em 1976, foi realizado no Brasil, sob a coordenaçao do Dr.

Lauro Sollero, um relatorio no qual tentou-se demonstrar a

incidência de agranulocitose por dipirona no Brasil, contando

~

com a colaboraçao de varios serviços de hematologia nacio -

nais. Este trabalho indica que a incidencia de agranulocitose

induzida por dipirona no Brasil seja de 0,0002%. No entanto ,

cn I 2

tal informaçao e refutada por Fuchs em outro trabalho ( ).

Se

nz

gundo este autor sao expostos os seguintes pontos: o mecanis-

mo de agranulocitose produzido pela dipirona ocorreria pela

destruição de granulocitos maduros no sangue periférico, 00m

~ ~

duraçao de 24 a 48 horas. Como na maioria dos casos nao se

faz hemograma na fase inicial da doença, o quadro teria sua e

~ ø ~

voluçao para cura ou obito por complicaçoes infecciosas, sem

acompanhamento. Em outros casos, porem, o paciente procura o

medico alguns dias apos o inicio do quadro e laboratorialmen-

te pode apresentar uma leucopenia que pode ser atribuida ape

› . (2)

nas ao quadro septico .

Verificou-se a relaçao de antitireoidianos e agranu-

(23)

estabele-FJ PJ

cer a dosagem e tempo de uso por tratar-se de drogas dc uso

crônico e sob orientação medica, ao contrario dos analgesicos

e antiinflamatórios que são usados aleatoriamente pela popula

ção em geral.

Ahn e Yunis (1973) observaram que a incidência de a-

granulocitose para o propiltiouracil e metimazol variavam res

pectivamente de 0,44 a 1,9% e de 0,12 a 2% bem como as doses'

utilizadas variaram de 100 a 300mg para propiltiouracil e 10

a 30mg para o metimazol. Estes mesmos autores observaram que

o tempo médio de aparecimento da agranulocitose foi de 3_a 8' semanas, com casos extremos aos 10 dias e 5 meses apos a dose

inicial (3'6). Nos casos estudados uma paciente usou propil -

tiouracil na dose de 300mg/dia e o quadro desencadeou~se apos

8 semanas de uso, e a outra paciente fez uso de metimazol na

dose de 60mg/dia durante 39 dias, o que concorda com o descri

to acima. `

São descritos na literatura casos de agranulocito -

se relacionados ao uso de acido paraaminosalicilico, isoniazi

da, tioacetazona e tribione (3).Coletamos 1 caso (8,3%) rela-

cionado ao uso de tuberculostaticos, em cujo prontuário encon

tramos relato de que o paciente fazia uso de esquema tripli -

ce para tuberculose, iniciado 10 meses antes do quadro, sem '

no entanto especificar as drogas nem as respectivas dosagens.

Em 3 Cê~SOS (25%) a provavel droga desencadeante não foi

determinada, o que dificulta o tratamento e prevenção a expo~

siçoes posteriores.

YGIQW2 Vincent (13) propõem uma classificação para o

provavel mecanismo fisiopatologico da agranulocitose, que ci-

tamos abaixo.

1 - Diferença na farmacocinetica da droga, dctermi -

nando niveis toxicos da mesma ou de seus metabolitos na medu-

la Óssea.

2 - Sensibilidade anormal dos precurssores mieloi -

des, incluindo o stem cell, a concentrações normais das dro - gas.

(24)

N 23

3 - Efeitos adversos devidos a resposta imune apos '

administração da droga que pode ser por:

a- Imunossupressão da granulopoiese.

~

b - Destruiçao imune de granulôcitos maduros.

c - Casos associados com a formação de autoanti-

corpos.

Estes mecanismos atuariam basicamente a nivel de me-

dula Óssea e/ou sangue periférico e os exemplos mais conheci-

dos säo a aminopirina, que atraves de mecanismo imunologico '

promove a destruição dos neutrófilos maduros no sangue'peri

r ~

ferico, e a clorpromazina, determinando inibiçao da produ -

~ z (8)

çao dos mesmos a nivel medular .

~

Com relaçao ao inicio do uso da droga e o inicio da

sintomatologia, notou-se que para o caso relacionado ao uso

de tuberculostaticos, o intervalo foi o mais longo, correspon

dendo a 270 dias, e a clinica teve um curso insidioso. A se-

guir vieram os antitireoidíanos com um periodo variavel de 27

a 60 dias, mas, a despeito desse periodo relativamente longo,

o quadro clinico apresentou-se de uma forma mais abrupta, as-

\ ~ r

semelhando-se a apresentaçao clinica dos pacientes que utili-

zaram pirazolõnicos. Nesses ultimos, o intervalo de tempo es-

teve sempre abaixo de 14 dias e em todos, o inicio dos sinto- mas foi subito. Embora sugestivos, esses dados não são sufici

~

entes para que se faça uma afirmaçao sobre o mecanismo fisio-

patologico envolvido s já que para _tanto seriam necessarios es

_

tudos clínicos e laboratoriais mais aprofundados como mielo -

gramas seqüenciais, dosagem de leucoaglutininas e outros.

Nos casos em que a agranulocitose deve-se a aumenta-

da destruição periférica de granulocitos maduros, a clinica É

r 0 _.

geralmente subita com rapida instalaçao segundo alguns auto -

r ~

res entre 7 a 14 dias apos a primeira exposiçao a droga ou i-

, ~ 2 13 .

mediatamente (24 a 48 horas) apos a reexposiçao ( '3' ).

Ja

~ I

nos casos onde ocorre inibiçao da medula ossea, o inicio da

z z » 10

clinica e mais insidioso (3' '). Citando Graham Young um pe -

1 ~

riodo de pelo menos 2 a 15 semanas de exposiçao para pacien -

(25)

24

Nos derivados pirazolõnicos, mais especificamente a

dipirona, sabe-se que a agranulocitose se deve principalmente

~ z 2

a destruiçao periferica ( '3'4).

Para os antitireoideanos o

mecanismo nao esta bem elucidado embora alguns aceitem como

. › _ 13) . .

sendo imunologico (

. O mecanismo de agranulocitose por

tu-~

berculostaticos; segundo a literatura pesquisada, nao esta '

bem estabelecido. No nosso trabalho , somente nos casos rela-

cionados a derivados pirazolônicos, e que se poderia sugerir'

que o mecanismo envolvido foi principalmente o de destrui -

ção periférica de neutrófilos maduros, pela concordância dos

dados encontrados com a literatura (3'4'6'1O).

O quadro clinico observado nos pacientes correspon -

deu aquele classicamente descrito pela literatura (1'3'1O'l2)

que pode ser dividido em sintomas constitucionais como: febre

calafrios, náuseas, vômitos, cefaléia, dores musculares e ar-

ticulares; e sintomas de infecção, principalmente em regiões'

Í ~

normalmente colonizadas por bacterias. Com a diminuiçao dos

f . . _ 12

neutrofilos estas se proliferam com extrema rapidez (

%prhr

cipalmente em cavidade oral, faringe, pele e menos freqüente-

mente anus). Observa-se a principio faringite que pode evo -

luir para ulcerações necroticas cobertas por membrana amarela

da, cinza ou verde enegrecida, infecções cutâneas e perianais

e adenomegalia regional. O quadro infeccioso pode regredir ou

. . . ~ . . z . (6

evoluir para sepsis e suas complicaçoes, inclusive obito ).

_ Devido a propensão que sofrem esses pacientes porta-

~ ~ 1

I

dores de agranulocitose a ter infecçoes, a evoluçao clinica

dependerá muito do controle desta ultima. Isso implica que o

diagnostico precoce e fundamental para diminuir tanto a morbi

dade quanto a mortalidade nesses casos. Como os sintomas ini-

ciais da doença podem assemelhar-se aqueles ocorridos em ou -

tras patologias, É necessario que o medico esteja alerta para

uma historia previa sugestiva, de modo que o diagnostico pos-

sa ser feito antes que instale-se uma septicemia (12). Fazer

r ~ `

~ ø 1

o diagnostico antes que a infecçao instale-se nao e facil ,

pois raramente o paciente procura o medico por apresentar a-

(26)

I'\) (fl

~

hemograma rotineiramente por esse tipo de queixa, a nao ser

que haja forte suspeita nesse sentido. Dos 12 casos estuda -

dos, todos apresentaram bacteremia, dos quais 2 evoluíram pa-

ra choque sëptico, sendo que 1 caso apresentou como complica-

ção coagulação intra-vascular disseminada e evohfiu para Óbito.

~

O quadroimmauflàçco apresenta diminuiçao intensa do

numero de neutrófilos que podem mesmo estar completamente au-

sentes no sangue periférico (3'13), o que foi observado em um

nos pacientes da serie por nos estudada e que segundo wintrg

be pode ocorrer em torno de 1 a 2% dos casos. A contagem_ de

eritrócitos e plaquetas pode estar normal ou ligeiramente

di-~

minuida por provavel inibiçao transitória da medula Óssea, o

que e freqüentemente observado em pacientes com agranulocito-

se relacionada ao uso de clorpromazina (7'13). Graham Young

cita também a possibilidade de ocorrência em alguns casos de

linfopenia, bem como em outros, eosinofilia relacionada ao u-

so de sais de ouro. Em geral os pacientes tem o restabeleci -

mento do quadro hematologico em torno de 2 a 13 dias com

me-~

dia de 7 dias embora ocasionalmente a recuperaçao possa ser

mais demorada sem atingir a normalidade no periodo ja citado,

~

mas com elevaçao do numero de neutrófilos suficiente para a

~ z . 13 .

regressao do quadro clinico ( ).

A partir dos hemogramas rea

lizados constatou-se um tempo médio de 12 dias para se

obser-~

var a elevaçao da contagem de neutrófilos no sangue periferi-

co para valores acima de 1.500/mma, sendo este periodo compa-

I .

tivel com a literatura estudada.

A realização de mielogramas, alem de ser importan -

te para confirmar a hipotese de agranulocitose excluindo ou-

tras causas de neutropenia severa, serve também para demons -

V

r r

trar o aspecto medular. Este ultimo pode variar de hipo ate

hipercelular, com precursores mieloides ausentes, normais ou

mesmo aumentados e formas maduras geralmente diminuidas, devi

do a liberação das mesmas para a periferia e não a um blo -

(27)

26

presenta-se hipercelular tem um melhor prognóstico em rela -

ção aos que mostram hipocelularidade (13). Mas com a retirada

da droga, mesmo a medula hipocelular se recupera e o quadro '

começa a entrar em remissão (13). Estas observações enfatizam

a necessidade do acompanhamento laboratorial com hemogramas e

mielogramas seqüenciais, que permitem evidenciar as altera -

ções progressivas do sangue e medula Óssea, o que poderia su-

gerir se houve agressão medicamentosa diretamente na medula

nv

Óssea ou destruiçao periférica de neutrófilos maduros. Apesar

da importância do mielograma , este exame foi realizado em ape xx

nas 5 pacientes, dos 12 em estudo, sendo que em alguns casos

não encontramos descrição adequada nos prontuários quanto a

~ -..

I

celularidade e a epoca de sua realizaçao com relaçao a fase

da doença.

A colheita de material para bacterioscopia e cultura

r '

~

e importante para a identificaçao do agente infeccioso, o que

orienta a antibioticoterapia adequada. Como esses pacientes '

são facilmente acometidos por infecções graves, esta indicada

~ A

a hospitalizaçao e na vigencia de febre torna-se imperativa a

coleta de amostras para hemocultura e inicio de antibioticote

. 1

_

rapia de amplo espectro ( 3).

No entanto, observamos que esse

tipo de conduta nao foi uma rotina nos pacientes estudados.

Apos o diagnostico da agranulocitose, o passo mais

importante ë a retirada da droga suspeita e para tanto o co -

nhecimento das drogas que o paciente utilizou ë imprescindi -

3 12 13 .

vel ( ' ' ). Baseando-se

no fato de que apos a retirada do

agente desencadeador o quadro tende a regredir espontanemaen-

te num periodo aproximado de duas semanas, o proximo passo do

tratamento, que deve ser imediato,consiste na proteção do pa- ciente contra infecções. I `

-

Nesse sentido, É necessario o isolamento do paciente

em ambiente hospitalar. Na presença de febre deve-se realizar

as culturas apropriadas para identificaçao do agente infeccio

(28)

Õ

L.

largo €flXwtF0 que, se necessário, sera alterada de acordo com

3 13 .

o resultado das culturas ( ' ). Observa-se

que os germesnzus

freqüentemente encontrados causando infecção em pacientes gra

~

nulocitopënicos sao: Escherichia coli, Pseudomonas aerugino -

sa, Klëbsiella pneumoniae, Stafilococcus aureus, Stafiloancus

'8 9

epidermidis, Corynebacterium sp, Aspergillus, Candida ( ' )

,

Proteus sp (3). Com o objetivo de evitar infecções causadas '

~ ~

por estes agentes G.C. Gruchy (1978) propoe a associaçao de

carbenicilina, gentamicina e cefalotina, inicialmente, para

todos os pacientes. Se as culturas realizadas forem negativas

e o paciente evoluiu com diminuiçao da febre nas primeiras '

24-48 horas, mantem-se esse esquema por 5 a 7 dias. Se a fe-

bre persistir mantem-se por um tempo maior. Has, se as cultu-

ras forem positivas, o esquema devera ser adequado a sensibi-

lidade do germe encontrado. Ja G.A.R. Young (1980) preconi -

ou

za a associaçao de penicilina ou cefalosporina, com um amino-

glicosideo e metronidazol, o que sugere que, dependendo da

instituição hospitalar e da época, o esquema de antibioti -

cos varia, mas sempre mantem a intençao de cobrir o maior es- pectro. Isso também foi percebido em nosso estudo, pois a me-

dida que antibioticos mais potentes foram tornando-se disponi

veis foram substituindo outros menos eficazes. A partir de

1980, a associação mais utilizada foi Carbenicilina,

Amicaci-~

na e Cefalotina. Segundo P. A. Pizzo a instalaçao imediata de

uma antibioticoterapia empírica de largo espectro assim que'

o paciente tiver febre, tem contribuído muito para diminuir a

morbidade e a mortalidade nesses casos (8).

Por outro lado, o uso de agentes estimulantes de me-

dula ossea assim como de transfusão de leucócitos são assun -

tos bastante controvertidos e não~encontramos na literatu -

ra pesquisada, evidências definitivas que comprovassem sua e-

. ' . (3 13)

~

ficacia '

.

A permanência hospitalar dos pacientes durou em me--

dia 16 dias. Esse periodo prolongado além de ser desagrada -

V ~ 0

vel para o doente pela sua propria condiçao morbida, impli -

(29)

28

Esse É mais um motivo para enfatizar a nccessida ~

de de conhecer as drogas antes de utiliza-las,para consciente

mente decidir se o beneficio obtido justifica o risco ao qual

exporemos o paciente sob nossa responsabilidade. Isso se apli

ca principalmente aos derivados pirazolõnicos, que possuem '

substitutos passíveis de serem utilizados e com risco bem me-

nor (4). No caso de drogas antitireoidianas, e recomendado '

advertir o paciente quanto e agmrmlmfitose, de modo que em fa-

ce a suspeita do quadro, ele suspenda a medicação e procure '

atendimento médico ‹

(30)

\

-

VI - C O N C L U S O E S

1. A Agranulocitose por drogas tem uma ocorrência '

maior em adultos, principalmente do sexo feminino.

2. Em todos os pacientes o diagnostico de agranuloci

tose so foi feito apos o inicio do quadro infeccioso.

3. O estabelecimento da incidência de agranulocitose

ë dificultado pelo uso indiscriminado de drogas sem acompanha

mento médico, pelo desconhecimento da entidade clinica e pela

falta de registro adequado de dados nos prontuários.

4. Em nosso trabalho, em cerca de 50% dos casos os

Ê

nalgesicos e antiinflamatórios foram relacionados como agen -

tes desencadeantes.

5. Diante da gravidade do quadro infeccioso que pode

instalar-se nesses doentes torna-se necessario o diagnosti -

co precoce e antibioticoterapia de amplo espectro na vigência

de febre.

6. A retirada das drogas suspeitas e imprescindível'

para uma boa recuperação do quadro hematologico.

I ~

7. Apos a retirada do agente causal,a recuperaçao '

espontânea do quadro hematologico e esperada desde que o pa -

ciente nao evolua para complicaçao do quadro infeccioso, in -

clusive Óbito. `

8. A existência de um protocolo padronizado para a-

granulocitose e necessaria para um melhor acompanhamento dos

casos bem como completo registro dos dados a fim de facilitar

(31)

MODELO PARA PROTOCOLO DE AGRANULOCITOSE

NOME... . . . . . . ... ...REGISTRO...

SEXO... . . . . .. COR.... ... IDADE... PROF. ... ...

DATA DA ADMISSAO... ... DATA DA ALTA.. . . . . ...

1. HISTORIA DA DOENÇA ATUAL + EXAME FÍSICO (Resumo)

2. APRESENTAÇÃO CLÍNICA

( ) Febre com calafrios _

( ) Lesoes filcero-necroticas em ( ) Abscessos cutâneos

mucosa jugal e orofaringe ( ) Abscessos períanais

( ) Adenomegalia regional ( ) Choque séptico

( ) Outros Q o Q u o n n n › n o Q o u uoøonnnnou-nuoonngunonunnoonønnoaø

3. INTERVALO ENTRE O USO DA DROGA E INÍCIO DA SINTOMATOLOGIA: ..

ooo u c Q n o c anna; ¢ n u o o n u u Q n o Q n o s Q o Q cansou c o n o oceano o o o o o Q Q Q o u onuønø

~

4. INFORMAÇOES SOBRE A(S) DROGA(S) ENVOLVIDA(S).

DROGA(S) DOSAGEM/DIA TEMPO DE USO EM DIAS

oooooonq o Q a u n ¡ Q ao oøcnooo n u u o nua nono n u n o u o o o n n Q ooooonco

u

.oco oooøcno a u u n u ou seu oco o u ø o o o n o n u o corso n n o Q u ¢ Q n Q ; ø o o o o o o o Q Q u o o ¢ n o o o o o n o o c c u n u Q ou

~ ~

5. É A PRIMEIRA ExPosIçAo? sim ( ) nao ( )

6. DADOS DE LAB.: HEMOGRAMAS DE 2/2 DIAS ATÉ NEUTRÔFILOS 5OQhmf

DATA Ht H Leucôcitos Diferencial de Leucocitos Plafimtas

Obs.: Assinalar os dados na época do diagnostico e alta Hospi-

(32)

31

TEMPO DE RECUPERAÇÃO DO SANGUE PERIFÉRICO EH DIAS:

Acima de 500 neutrófilos/mms ... . ... ... . . . . . ..

Acima de 1.500 neutrófilos/mma .. . . ..

~

MIELOGRAMAS 7/7 DIAS ATÉ NORMALIZAÇAO

MICROBIOLOGIA:

~

Bacterioscopia de secreçoes: . . . . .... ... . . . . . . ...

Cultura de secreções: ... . . . . ...

Hemocultura: (4 a 6 amostras no periodo febril com interva -

los 15/15 minutos antes de iniciar antibioticoterapiaà: ....

SUGESTÃO TERAPÊUTICA COM ATB DE LARGO ESPECTRO (ASSOCIAÇÃO)

- AMICACINA 20mg/kg/dia dividido de 8/8 horas, diluir cadâ'

dose em 100ml de SG 5% e correr em 30 minutos

EV.

- CARBENICILINA 400 a 500 mg/kg/dia dividido de 2/2 horas ,

diluir em 50ml de SG 5% e correr em 30 minutos.

Obs.: So retirar os ATB na ausência de febre, de sinais de

~

infecçao e neutrófilos acima 500/mma. Tempo minimo de

uso dos ATB - 7 dias.

- Por quantos dias fez uso do esquema ATB proposto? .. ...

ABOLIR O USO DAS DROGAS SUSPEITAS, E SE FOREM IHPRESCINDÍVEIS

TROCAR POR SIMILARES QUE NÃO CAUSEM AGRANULOCITOSE.

MEDIDAS DE PROFILAXIA DE INFECÇÕES.

1 - Isolamento hospitalar reverso (ambiente limpo; uso de mas

zw 0

cara, gorro e avental; antissepsia das maos com alcool io dado; uso de um unico aparelho de pressão, termômetro e

estetoscopio para cada paciente; comida esteril; nao inge

rir verduras e frutas).

(33)

32

CRITÉRIOS DE ALTA HOSPITALAR PARA ACOMPANHAMENTO ANEULATORIAL

SEMANAL ATÉ RECUPERAÇÃO DO SANGUE PERIFÉRICO (neutrófilos ⢿

ma 1.500/mms).

1. neutrófilos acima 500/mma e

2. Ausência de febre e sinais de infecção

/

COMPLICAÇÕES APRESENTADAS:

Fistula ( ) sim ( ) não Localização...

~ ~

Sepsis ( ) sim ( ) nao Evoluçao... . . . . . . . ..

IIIIIIIIO IO Í I I I I I I I I IIOIQIIIIIIIOIO O U I I I I O IIIÚIIOII

CONDIÇÃO DE SAÍDA E PERÍODO DE INTERNAÇÃO EN DIAS.

CONTROLE ANBULATORIAL, ESTADO GERAL DO PACIENTE E HENOGRANAS

POSTERIORES Ã ALTA HOSPITALAR.

onnooooonoooo n Q o u o n øçoouounoo uouuoonun o o o n n Q O n O como O o Q o Q av

nuøououuooo c u Q O u o n n q O Q n o o o Q u Q Q o o u ooo on; q Q ç u a u o n O oco o u O Q un

(34)

VII- SUMMARY

A review of 12 cases of Drug-induced Agranulocytosis

was made. The clinical findings were mainly related to infec-

tion, which always resulted in hospital admission. In É ca -

ses, the possible causative agents were analgesic and anti-in

flammatory, antithyroid and antituberculosis drugs, while in

the 3 others, it was not possible to stablish the possible a-

gent. _

A higher incidence of drug-induced agranulocyto -

sis was observed among adults and women accounted for 83,3%

of cases.

Mean time necessary to recover the neutrophils in

the periferic blood up to 1500 cels/mma was 12 days (range 2-

29 days). The causative agent withdraw and broad Spectrum an-

tibiotictherapy were the main therapeutic measures.

Although succesfully recovery were observed in ll ca

ses, one patient cursed with disseminated intravascular coagu

lation and died.

In order to get a better management of these patien-

ts and collect data for a prospective-analysis in the future,

we included in this study a suggestion of a new protocol of

Ê

granulocytosis.

(35)

(1) (2) (3) 4 (5) (6) 7 (8) (9)

VIII _ REFERÊNCIAS BIBLIocRÃFIcAs

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*__ TCC UFSC PE 0189 Ex.l N-Charm TCC UFSC PE 0189 Autor: Taves, Mary AnneG

Título: Agranulocitose por drogas : 12

IIIIII III IIII IIII III II II IIIIWIII

972808063 AC. 253829

Referências

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